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Universidade de Brasília

Faculdade de Comunicação
Planejamento e Gestão em Web
Docente: Felipe Polydoro
Luana Zhang - 200022733 e Marina Serra - 200024701

A padronização do comportamento de jovens por meio das redes sociais

Resumo

Esse ensaio tem a intenção de analisar e compreender como as redes sociais,


especialmente o Tiktok, possuem o poder de influenciar o comportamento dos jovens por
meio de trends.

Sumário

- Introdução
- Por que as coisas viralizam?
- Que tipo de conteúdo viraliza?
- Como esses conteúdos influenciam o comportamento dos jovens?

Introdução
Quando pensamos nas redes sociais, é possível perceber um fenômeno que hoje
domina nossas vidas em todos os sentidos. Porém, fazem apenas menos de trinta anos do
surgimento da primeira rede social, o que significa que ainda sabemos pouco sobre os
efeitos a longo prazo do uso constante da internet em nossos cérebros. Ainda assim, é
possível notar uma mudança de comportamento e da dinâmica da sociedade em prol das
redes sociais, principalmente dos jovens que estão crescendo com esse estímulo contínuo.
Atualmente, o TikTok é a rede social mais usada pelos jovens, e domina por
completo o conteúdo que é consumido. Tal rede social foi criada em 2016, porém teve sua
expansão e popularização em 2019, quando foi o aplicativo mais baixado na App Store (loja
de aplicativos da Apple). A partir desse marco, o TikTok esteve em crescimento acelerado, e
hoje apresenta mais de 1 bilhão de usuários ativos.
Essa rede social funciona por meio do compartilhamento de vídeos curtos, e sua
própria plataforma disponibiliza diversos recursos de edição, sendo permitido inserir música,
áudios, filtros, legendas, entre outros. A popularidade desse aplicativo se dá ao fato de que
os vídeos viralizam facilmente, dando início a tendências comportamentais, como danças e
até mesmo gírias. Essas tendências também se expandem no âmbito comercial, já que as
vestimentas e objetos que viralizam no TikTok acabam sendo almejadas por um público
global.
As tendências mencionadas acima são em grande parte inofensivas, e não impactam
a saúde dos jovens de maneira imediata. Mas, por exemplo, a forma que o consumo de
álcool e nicotina é apresentado nesta plataforma pode incentivar o consumo de ambos,
causando problemas graves de saúde. A febre dos cigarros eletrônicos se torna ainda mais
preocupante quando percebemos que existem vídeos que estimulam o seu consumo. De
repente, estamos nos deparando com uma geração que tem uma tendência de fumar e
desenvolve um vício na nicotina, algo que as organizações da saúde lutaram muito para
diminuir ao longo dos anos.
Outra preocupação é a velocidade que as informações são compartilhadas,
facilitando a disseminação de informações falsas. Existem criadores de conteúdo no tiktok
que postam dicas sobre saúde que nem sempre são coerentes, e pela velocidade de
viralização, às vezes não é possível interromper a compartilhação desses conteúdos.
Quando surge um alerta, é possível que a informação já tenha sido repassada por milhões
de pessoas e que já tenha causado mudanças no comportamento desses indivíduos.
Nesse sentido, quais seriam de fato as consequências das redes sociais no
comportamento da sociedade, e qual o impacto que essas tendências têm em um âmbito
global?

—----------------------------------------------- Entrega 1 —------------------------------------------------


Por que as coisas viralizam?

Jonah Berger, em seu livro “Contágio - Por que as coisas pegam” explica sua teoria
dos motivos e formas como surgem “epidemias sociais”, ou seja, como produtos,
comportamentos, idéias, estilos de vestimenta e outros se expandem entre a população.
Berger consegue identificar que um motivo mais simples para algo viralizar seria a
qualidade: um produto que seja mais eficiente, que funcione melhor, ou que seja mais fácil
de usar do que os da concorrência. Outro motivos que ele cita são o preço e a propaganda,
porém ele deixa claro que apenas esses três pontos citados acima não seriam suficientes
para explicar a viralização e contágio de algo.
Por exemplo, nas redes sociais, há muitos vídeos, nenhuma diferença no preço deles
(todos são gratuitos) e poucos recebem propaganda ou marketing. E mesmo que tenham
alguns vídeos com uma qualidade superior, vemos muito conteúdo com qualidade ruim que
ainda assim viraliza. E então, qual seria a explicação para esse fenômeno?
Para Jonah Berger, a influência social e o boca a boca são um dos principais fatores
de impacto para o contágio de algo. Em um artigo escrito por Michael Trusov, Randolph E.
Bucklin e Koen Pauwels, é declarado que o boca a boca interfere de 20% a 50% de todas as
decisões de compra. Quando pensamos nisso dentro das redes sociais, os
compartilhamentos individuais de algum conteúdo pode ser considerado o “boca a boca
cibernético”, e sem nenhum impulsionamento de marketing, as tendências começam a surgir
de pouco em pouco.
Ainda sobre o tema do boca a boca, podemos dizer que os conteúdos
compartilhados nas redes sociais não somente são copiados e colados no perfil de cada
usuário, mas também sofrem alterações feitas por cada pessoa que recebe e passa pra
frente um conteúdo. Isso é, de acordo com o livro “Cultura da Convergência”, a chamada
“cultura participativa”, que é aquela na qual as pessoas não somente compartilham algo,
como se envolvem ativamente naquilo que compartilham, adicionando informações e
personalizando o conteúdo de acordo com a sua cultura. Isso é importante para a
viralização de algo, pois quanto mais personalizado, mais fácil gerar identificação com
diversos públicos, e portanto, viralizar.
A possibilidade de participar de algo, e não apenas passar pra frente, facilita e motiva
as outras pessoas a se envolverem ainda mais com determinado conteúdo. No TikTok, por
exemplo, cada usuário consegue fazer seu próprio vídeo e compartilhar na rede social,
participando de alguma “trend” e adicionando sua personalidade e cultura no vídeo. Isso faz
com que mais pessoas queiram participar e adicionar mais informações e personalizações,
gerando um poder de viralização enorme. Juntando isso com os vídeos curtos, o TikTok
permite gerar conteúdos virais facilmente, e esse modelo funcionou tão bem que já foi
replicado em outras redes sociais, como os "reels", no Instagram, e os "shorts", no YouTube.

Qual o tipo de conteúdo viraliza?

Para um conteúdo viralizar, ele precisa ser compartilhado várias vezes, replicado e
alcançar muitas pessoas. Quando pensamos a respeito dos conteúdos que viralizam nas
redes sociais, podemos perceber alguns padrões existentes.
Analisando os principais conteúdos do aplicativo TikTok, os com maiores
visualizações são vídeos de dança, dicas, desafios e humor. Além disso, é importante
ressaltar que esses vídeos são curtos e que necessitam de pouca atenção dos usuários,
pois esses são mais fáceis de serem assistidos e notados.
O aplicativo chinês é um grande criador de subcelebridades, que ficam conhecidos
por seus vídeos com coreografias curtas e músicas que acabam virando um sucesso por
meio da plataforma. Um grande exemplo desse fenômeno, é o jovem Paulo Victor Mapa,
que em novembro de 2022, foi gravado fazendo uma coreografia famosa no escritório. O
vídeo hoje acumula mais de 20 milhões de visualizações, além de ter ganhado mais de um
milhão de seguidores no seu Instagram, o jovem também fechou parcerias com grandes
empresas, como o Burger King. Ele é apenas um no mar de subcelebridades criadas no
aplicativo.
As famosas “dancinhas do tiktok” são um dos principais conteúdos criados em todo o
país por usuários do aplicativo. É muito comum que os jovens conheçam as coreografias
mais famosas e dançam elas em festas fora do mundo virtual. Outro exemplo, que ficou
conhecido mundialmente, é a coreografia da música “Tubarão, Te Amo”, um funk nacional
que ocupou um grande espaço no cenário musical do Brasil, se tornando um grande hit, por
suas replicações de coreografia que ficaram conhecidas até nos Estados Unidos da
América.

—--------------------------------------------- Entrega 2 —---------------------------------------------------------


comportamento
- falar sobre estímulos (vídeos com diferentes estímulos visuais e sonoros)
- dancinhas
- gírias
-

https://www.forbes.com/sites/emilybaker-white/2023/01/20/tiktoks-secret-heating-button-can-
make-anyone-go-viral/?sh=1938f82e6bfd&utm_source=the
%20news&utm_medium=newsletter&utm_campaign=23_01

Gosto bastante da discussão que vocês estão propondo. Há muita discussão em torno do
que leva certos conteúdos a viralizar e outros não. É interessante levar em conta também
aspectos do próprio conteúdo, além de divulgação, etc. (o que faz um vídeo atraente e
outros não, por exemplo? Afinal, há tantos conteúdos tão parecidos entre si). O Henri
Jenkins, o mesmo do clássico “Cultura da Convergência”, lançou mais recentemente com
outros autores o livro “Cultura da Conexão”, em que analisa esse fenômeno da viralização.
Pode ajudá-las.

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