3 versa sobre os aspectos gerenciais e a conjuntura econômica da
época, travada no comércio clandestino entre tapuios e os comerciantes portugueses, concomitantemente a esse fator, é possível observar também outra problemática: a necessidade de mão de obra da época, tendo em vista que o coroa portuguesa necessitava proteger as suas fronteiras de invasores. Ao abordar sobre os índios, o item retoma uma problemática interessante: a relação colono e nativo. Nesse sentido, é possível observar que o item traz à discussão um tema imprescindível dentro da abordagem teórica da amazônica, tendo em vista que os nativos configuram-se como um aspecto fundamental para entender as relações de poder dentro do âmbito amazônico da época, e, nesse aspecto, o texto trata também sobre a Lei de 1798, que garantia aos índios os mesmos direitos dos demais indivíduos, tendo em vista que outrora o índio era apenas visto como servo do seu colono. Sendo assim, com a promulgação da Lei de 1798, a relação de submissão entre o índio e o colono foi extinta. Outrossim, apesar do âmbito amazônico da época ser caracterizado pela produção extrativista, os agricultores enfrentaram alguns desafios relacionados a processos gerenciais, como a dificuldade em distribuição da mercadoria, tendo em vista que as estradas da época não se encontravam em estado adequado, ou eram necessárias construir estradas para viabilizar a produção. No entanto, com o objetivo de superar as adversidades enfrentadas no comércio, observa-se o crescimento de uma classe de comerciantes que utilizavam barcos para descolamento, os famosos Regatões, o que se configurou como uma alternativa para viabilizar a venda de mercadorias – sendo essas mercadorias estrangeiras ou nacionais – da época no comércio clandestino local. Ademais, à medida que o comércio local no interior sofreu um processo de desaceleração, as capitais, como Belém do Pará, viveram épocas de alto crescimento, com construções de grandes obras.
Ingleses x Ingleses: poder e conflito entre a diplomacia londrina e os comerciantes britânicos no comércio proibido de escravos (Rio de Janeiro, 1826-1850)
Comércio, Conflitos e Alianças em Uma Fronteira Luso-Espanhola: Capitania Do Rio Negro e Província de Maynas, C.1780-C.1820-Carlos Augusto Bastos e Siméia de Nazaré Lopes