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Sobre o Autor

Meu nome é Cleidson Diniz, sou especialista na formação de profissionais para o en-
sino da dança a dois, e mentor de diversos casais nos mais diferentes estilos da dança de
salão.

Desenvolvi o Programa 3M de Ensino da Dança de Salão, uma metodologia extrema-


mente eficaz e completa, testada com profissionais da minha Escola de Dança com sede
em Fortaleza ao longo de vários anos, e com diversos outros profissionais espalhados pelo
Brasil. Claro que não realizo nada sozinho, meu trabalho vem da minha maior fonte de ins-
piração: minha esposa e parceira Bel Miranda, com a qual trabalho junto a mais de 9 anos.

Eu e Bel começamos de baixo, dando aula em locais improvisados, trabalhando duro


e recebendo bem pouco por nossas aulas de Forró, Samba, Salsa, Zouk e Tango. Naquele
início, eu ainda acreditava que trabalhar com dança de salão era assim mesmo, não dava
muito retorno financeiro. O que pra mim não era nenhum problema, pois eu tinha uma
segunda profissão, era também Analista de Sistemas de Computação.

O interessante é que eu sempre fui o oposto da Bel.


Sou uma pessoa com esse perfil analítico, centrado e com
muita paixão para empreender, realizar, construir algo
grandioso. Ela, ao contrário de mim, sempre teve um
perfil mais humano, voltado às pessoas, disposta a ouvir,
ponderar. Acreditamos fortemente que um complementa
o outro, por isso a parceria deu e continua dando tão
certo.

A determinação para empreender me


fez estudar muito, abrir negócios próspe-
ros e estar em constante aprendizado. E esse
e-book possui uma parte desse conhecimento
que se aplica ao ensino da dança de salão.
Basicamente o filé do que aprendi e apliquei,
100% direcionado aos professores ou aspirantes
a professores; um verdadeiro filtro das estratégias
que dão mais resultado.

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Introdução
O que faz o profissional “A” ser destaque em sua cidade, ter dezenas de alunos, e o
profissional “B” praticamente não ser conhecido em sua região? Sendo que ambos tem a
mesma idade, tem as mesmas 24 horas por dia para aproveitar seu tempo, ambos traba-
lham com o mesmo estilo de dança e tem praticamente o mesmo talento como dançari-
nos. Estranho, não?

Durante todos esses anos trabalhando com dança a dois, e obtendo os grandes
resultados que obtive em minha cidade, tive também a oportunidade de viajar para di-
ferentes estados e conhecer profissionais com muito potencial ao redor do Brasil… pes-
soas vocacionadas para ter sucesso com a dança a dois, mas que encontram-se quase que
paralisadas, sem conseguir identificar onde estão errando em seus trabalhos.

“Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação


e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não
saber como ir.”
Clarice Lispector
O interessante é que quando converso com esses profissionais e pergunto o que eles
tem feito para mudar essa realidade, sempre escuto:
“já tem muita gente trabalhando aqui com dança de salão, é difícil se firmar“,
“na minha cidade é assim mesmo, as pessoas não procuram tanto pela dança”,
“a crise pegou todo mundo, faz parte, estou na expectativa que melhore“.

Ou quando pergunto que conhecimentos essas pessoas tem buscado, elas res-
pondem: “tenho buscado fazer mais aulas, participar de congressos de dança, viajar para
participar de workshops de dança, etc”.

E não há nada de errado em buscar capacitação em dança, porém o que identifico


claramente, é que existem uma série de outras competências fundamentais que ficam
de lado, totalmente negligenciadas pelos profissionais da dança de salão, e isso certamen-
te impede que esses profissionais desenvolvam um trabalho eficaz e de sucesso.

Senão vejamos. Vou pegar o exemplo do Tango, que é um estilo considerado difícil
de captar pessoas no Brasil. Quando recebo Argentinos ou profissionais de outras cidades
em minhas aulas ou em algum baile que organizo, sempre surge a pergunta:

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“Cleidson, que milagre você está fazendo aqui? Pois não vejo o Tango funcionando
dessa forma em nenhum lugar do Brasil, nem com tantos jovens dançando”.

De fato parece o que chamo de “o milagre da multiplicação de alunos”, risos, porém


na prática nada mais é do que uma estratégia eficaz de:

Captação de alunos
+
Método de ensino
+
Fidelização de alunos

Perceba que eu citei 3 pilares. Minha experiência mostra que um não funciona sem
o outro, garanto.

Certa vez projetei um casal de professores, que tinha inclusive um bom método de
ensino (não excelente), mas que praticamente não era conhecido no cenário local. Ou
seja, eles falhavam bastante na captação e na retenção de alunos.

Outros exemplos, não menos comuns, foram de profissionais que até tinham um
bom trabalho de “persuasão” para trazer alunos, mas seus métodos de ensino eram confu-
sos, mal planejados e sem uma estrutura que desse boa sustentação às suas aulas a médio
e longo prazo.

Qual será o ponto cego do seu trabalho como professor de dança de salão? Em qual
dessas 3 estratégias você está deficiente? Existe uma grande chance de, ao ler esse livro,
você descobrir que está precisando melhorar em todas.

“Reconhecer os próprios erros não é humilade, não.


Reconhecer e aprender com os próprios erros, é am-
bição.”
Pedro Bial

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A quem se destina esse e-book?
Se você trabalha ou pretende trabalhar com aulas de Dança de Salão na sua cidade,
esse e-book é pra você. Os conceitos contidos nele podem ser aplicados tanto por quem
está começando como professor, quanto por professores experientes, que gostariam
de alavancar seus resultados. Outro ponto interessante, é que os conceitos que vamos lhe
ensinar aqui, se aplicam a qualquer estilo da Dança de Salão.

Porque escrevi esse e-book?


Eu, com a ajuda da minha parceira, Bel Miranda, me tornei especialista em formar
profissionais da Dança de Salão DO ZERO ou gerar resultado para profissionais que já
tinham seus trabalhos e estavam desmotivados, sem perspectivas financeiras, nem de
crescimento profissional.

Durante muito tempo eu relutei em repassar todos os conhecimentos contidos


nesse material, pois durante um período da minha vida, eu ainda tinha uma mentalidade
de escassez, ou seja, eu acreditava que os demais profissionais eram meus concorrentes.
Após alguns treinamentos de desenvolvimento pessoal, eu descobri que, na verdade, eles
são meus grandes parceiros :) Descobri que “quando a maré sobe, todos os barcos so-
bem”... ou seja, quanto mais profissionais de sucesso espalhados pelo Brasil, mais a dança
de salão irá crescer e mais resultado todos nós iremos obter.

“Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o


que se sabe, não praticar o que se ensina, e não per-
guntar o que se ignora.”
São Beda
Por isso, passou a ser obrigação, e um imenso prazer, ensinar e encurtar o tempo dos
profissionais que procuram minha ajuda. Quando comecei a formar e orientar profissio-
nais que não estão na minha cidade, me dei conta de que minha missão era muito maior,
e esse livro é uma das primeiras iniciativas para que a minha mensagem possa chegar
gratuitamente a profissionais da dança de salão de todo o país. Então vamos lá...

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Estratégia de Captação de Alunos
Você ainda faz marketing de esperança?
Como tem sido a sua estratégia para captação de alunos pra
dança de salão? Você realmente ainda acredita que um aluno vai
indicar o outro? Ou seja, o famoso boca a boca é uma das suas principais estratégias? Sin-
ceramente eu não estou aqui para ser bonzinho, ou dizer o que você quer ouvir… portan-
to acredito verdadeiramente que esperar pelo boca a boca é estratégia de um profissional
que se acomodou. Perdão por ser tão direto.

Me permita começar a quebrar seus paradigmas. Já se foi o tempo em que se fazia


o que eu chamo de “marketing de esperança”, ou seja, a Escola de Dança abria as portas,
montava uma boa fachada e esperava ao longo dos anos que os alunos que passam pela
frente se sentissem interessados e entrassem para buscar informações.

Se você aposta no boca a boca, você também trabalha com marketing de esperança:
uma divulgação passiva, que não depende de você, depende dos outros. Pode funcionar?
Talvez sim, como uma estratégia extra, depois que você já tem um trabalho muito conso-
lidado. Mas nunca como uma das suas principais estratégias.

E ainda tem um agravante: “mulheres convidam mulheres” e isso gera uma série de
problemas a médio e longo prazo para qualquer trabalho com dança de salão, que carece
de homens. Acredite, existe solução pra tudo isso, que não é o marketing de esperança.

Outro tipo de “marketing”, muito comum, é o que eu chamo de “marketing de spam”.


Do tipo que o profissional literalmente polui os diversos grupos do facebook relacionados
à dança, com promoções e cartazes de anúncios de suas turmas e bailes. Falha comum
entre os profissionais da dança de salão, e que traz pouco resultado de forma efetiva.

Então o que realmente funciona?


O padrão de consumo dos dias de hoje mudou muito, só não vê quem não quer. As
empresas e os profissionais autônomos, como é o caso dos profissionais da dança, preci-
sam ser muito mais ativos no processo de captação de clientes, ou vão ficar literalmente
pra trás, quando alguém com um pouco mais de conhecimento sobre marketing e vendas
entrar como concorrente.

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E eu sei que falar de vendas ainda é um problema para muitos profissionais da dança.
Alguns tem vergonha ou medo de vender, tem receio de cobrar seus alunos, não buscam
nenhum tipo de conhecimento acerca desse assunto e acabam recebendo pouco pelos
seus trabalhos, justamente por não se sentirem à vontade para adotar uma estratégia de
vendas ativa. De nada adianta todo talento pra dança, se as pessoas não estão sabendo da
sua existência e da relevância do seu trabalho.

“O que você sabe é o que te trouxe até aqui, não é o


que vai te levar pro próximo nível.”
Érico Rocha
Me permita lhe ensinar um pouco sobre Marketing. Existem 3 tipos de possíveis
clientes para as suas aulas de dança à dois. Quando falo “possíveis clientes”, me refiro às
pessoas que NUNCA fizeram aulas com você.

Cliente tipo a)
Os que tem interesse pelo seu produto (ex.: Samba de Gafieira) e no seu trabalho;
Talvez dezenas de pessoas.

Cliente tipo b)
Os que tem interesse pelo seu produto, mas não conhecem o seu trabalho;
Talvez centenas de pessoas.

Cliente tipo c)
Os que não tem interesse pelo seu produto, nem conhecem o seu trabalho;
Certamente milhões de pessoas.

Em qual desses 3 grupos de possíveis clientes você acha que deveria concentrar seus
esforços de Marketing e vendas? O cliente A, o cliente B ou o cliente C?
Pense um pouco...

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A grande maioria dos profissionais, com suas iniciativas de marketing atuais, atingem
apenas os clientes “a)” e às vezes os clientes “b)”. Porém, acredite, o grande poder está em
conseguir atingir os clientes “c)”, ou seja, aqueles que não despertaram ainda o interesse
pela dança, nem muito menos fazem idéia da sua existência.

É atingindo esses clientes que as empresas faturam bilhões. Quer aprender um pou-
co sobre como atingí-los? Então vamos lá. Começo lhe apresentando o que é um Funil de
Vendas.

Funil de Vendas
Todo e qualquer processo de vendas, passa pela excelente metáfora do Funil.

Pessoas impactadas são as pessoas que de alguma forma viram ou ouviram falar de
você e das suas aulas de dança de salão. A maioria das pessoas no topo do funil acaba-
ram de conhecer você e o seu serviço.
Pessoas interesadas são as que interagiram de alguma forma com a sua divulgação,
seja através de um comentário, através de um e-mail ou até mesmo por chamada telefôni-
ca ou visita presencial para obter mais informações.

Nem todo mundo que você impactar vai se interessar. Nem todo mundo que se
interessar vai virar seu aluno. Nem todo mundo que virar seu aluno, será fiel. Então a es-

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tratégia parece simples: aumentar o número de pessoas impactadas, para aumentar a
quantidade de pessoas interessadas, para consequentemente aumentar a quantidade de
alunos. (falaremos sobre fidelização na parte final do livro)

Como aumentar o número de pessoas impactadas?


São muitas as estratégias para aumentar o número de pessoas impactadas pelo seu
trabalho. A melhor delas, é não vender!

Isso mesmo… quanto menos você vender, mais você vai vender. Entendeu? :D
Fique tranquilo, pois eu vou lhe explicar.

Quantos por cento das postagens que você publica na internet são de vendas? Ou
seja, são anúncios de novas turmas, cartazes de bailes que você organiza ou de iniciativas
que vão te gerar retorno financeiro direto? Para a grande maioria dos profissionais que eu
conheço (e ainda não ajudei), mais de 80% dos conteúdos que eles produzem on-line são
de vendas.

Deixa eu lhe dar um grande conselho: para cada 10 conteúdos que você postar na
sua fanpage, no seu perfil profissional ou na página da sua escola (se for o proprietário),
garanta com que 9 deles NÃO SEJAM de anúncios. “Eita Cleidson, e o que eu vou postar
nos outros 9?”... eu acredito muito na sua criatividade, mas posso lhe citar alguns exem-
plos do que eu recomendo você publicar:
• Fotos dos seus alunos dançando
• Vídeos das suas aulas de dança (com seus alunos)
• Recomendação de um conteúdo teórico relacionado à dança
• Lives (transmissões ao vivo)
• Enquetes relacionadas à dança
• Frases motivacionais relacionadas à dança
• Fotos informativas
• Demonstrações suas de dança
• Vídeos informativos (onde você ensina algo gratuitamente)

E sabe porque isso vai te fazer vender? Porque nenhum desses conteúdos faz uma
oferta de venda (de forma direta), mas atinge as pessoas do topo do funil, lembra delas?
As que não estavam conscientes da existência do seu produto, nem muito menos de
você.

E sabe como isso acontece? Devido à nova forma de boca a boca dos tempos moder-

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nos… chamada de: compartilhamento.

Entenda que as pessoas não compartilham propagandas (ou compartilham muito


pouco)... e sim os conteúdos que citei acima como exemplo, simplesmente por não serem
vendas, e é nesse momento que o seu trabalho ou o trabalho da escola ou do espaço que
você atua, será disseminado.

Uma das maiores vantagens de fazer isso é que você cria um ativo, isto é, oferece
algo de valor para quem está visitando sua página, por exemplo. E, quando a pessoa real-
mente quiser começar a dançar, ela com certeza irá se lembrar de você. Essa estratégia é
conhecida como “Marketing de Conteúdo“.

Isso funciona porque muitas pessoas só compram um produto (ou serviço) depois de
estabelecer 7 pontos de contato, ou seja, depois de ouvir falar de você ou do seu serviço 7
vezes.

Como consequência, se você fizer isso de forma consistente, a médio e longo prazo
os seus resultados irão melhorar significativamente. Eu destaquei a palavra consistente,
pois daria para escrever um novo livro só sobre consistência, portanto pense nisso.

“Somos o que fazemos repetidamente. Portanto, a


excelência não é um ato, mas um hábito.”
Aristóteles
Isso tudo é só a ponta do iceberg. As técnicas para se captar alunos para a dança de
salão são inúmeras. Apenas quis deixar nesse e-book, uma das estratégias que eu consi-
dero obrigatória para você começar a brincar, e já se destacar no seu mercado em pouco
tempo.

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Método de Ensino Eficaz
Gostaria que você fizesse uma reflexão: Com o que você
trabalha? Pense um pouco…

Com Dança? Dança de Salão? Artes? Com o corpo?


Se você respondeu algum dos itens acima, você errou. Mas
valeu a tentativa :)

Você não trabalha com dança de salão! Você trabalha transformando a vida das
pessoas através da dança de salão. A dança é apenas um meio. Você trabalha com vidas.
Sua missão e responsabilidade são muito maiores.

Costumo dizer que a dança é apenas uma boa desculpa para as pessoas se conhe-
cerem, criarem laços, aumentarem sua auto estima, reduzirem a timidez, eliminarem o
stress, etc… Isso tudo parece óbvio, mas entender isso altera diretamente o seu método
de ensino. “Como assim Cleidson?”

O marketing ensina que você deve vender o que o cliente quer (dança de salão),
mas entregar o que o cliente precisa: socialização, integração, qualidade de vida, etc.

“Ajuste sua estratégia com base na observação das


reações emocionais das pessoas.”
Harvey Specter
Deixa eu lhe contar uma história rápida:
Há alguns anos atrás eu procurei aprender a dançar nos finais de semana, pois traba-
lhava demais, era Analista de Sistemas de uma grande empresa na minha cidade, e res-
ponsável pelo desenvolvimento de sistemas de gestão empresariais. Não tinha tempo pra
quase nada. Até quando eu não estava na empresa, eu pensava em trabalho, pois aquela
atividade me exigia um esforço mental e de abstração tremendo.

Após um mês fazendo aulas de dança eu cheguei a seguinte conclusão: sou um


desastre, hehe... desengonçado, piso nos pés das damas, não tenho ritmo e sou um dos
alunos com mais dificuldade da turma, mas vou continuar.

E sabe porque eu tomei aquela decisão? Porque enquanto dançava, era o único
momento da minha semana em que eu esquecia totalmente do stress do trabalho, me

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relacionava com pessoas incríveis (e não com máquinas ou companheiros que só falavam
de trabalho). Eram 2 horas em que eu não lembrava dos códigos dos sistemas de compu-
tador que eu desenvolvia e não lembrava dos problemas dos clientes que eu tinha que
resolver. Percebe que não foi pela dança que eu continuei na dança? Foi pelo que a dança
me trouxe. A dança em si também é estressante, se parar pra pensar: conduzir, não bater
nos outros casais, acertar o ritmo, não desequilibrar a dama… tudo isso me deixava malu-
co, hehe. Mas valia a pena continuar, pois eu tinha muito mais amigos, e estava passando
por um incrível processo de desenvolvimento pessoal através daquilo tudo. Isso evoluiu a
ponto de largar até minha profissão estável e, por opção, viver da dança de salão, chegan-
do a ter muito mais sucesso, inclusive financeiro, que na atividade anterior.

“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma


coisa e esperar resultados diferentes.”
Autor Desconhecido
Portanto, ciente que o aluno precisa mais de transformação pessoal. Eu lhe faço uma
pergunta: Quanto de técnica tem sua aula de dança? Dê uma olhada no seu plano de aula
(tomara que ele exista). Tem exercício, depois passo, depois correções e esse ciclo se repe-
te até o final da aula? Após ensinar um passo, e identificar que o aluno “aprendeu”, o que
você faz? Ensina outro passo? Talvez uma variação? Pois bem, fique atento ao que vou lhe
ensinar a seguir.

Quanto menos você ensina, mais o aluno aprende



Isso mesmo. Por mais contra-intuitivo que seja, se você quiser que seu aluno apren-
da mais, você precisa ensinar menos. Vou lhe trazer o resultado de uma pesquisa interes-
sante:

Pesquisadores americanos estavam avaliando porque as pessoas cancelam serviços


de assinatura, como portais de conteúdo que possuem cobrança recorrente, num modelo
de assinatura mensal. Basicamente a pessoa paga todo mês uma assinatura para receber
informações sobre um determinado assunto. (semelhante à um curso de dança, não?)

Eles descobriram, após muitas análises, que quanto mais conteúdo era disponibi-
lizado semanalmente para os estudantes nesses portais, maior era a probabilidade dos
estudantes simplesmente cancelarem a assinatura mensal. Isso mesmo. E sabe porque?
Porque disponibilizar conteúdo demais gera confusão e uma sensação de que “não estou

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conseguindo acompanhar o que está sendo ensinado”. Eles passaram a disponibilizar me-
nos conteúdo semanalmente aos assinantes, e as taxas de cancelamento despencaram.
As pessoas ficavam em dia com o conteúdo, e ávidas esperando pelos próximos.

E o que você, professor ou aspirante a professor de dança de salão, tem haver com
isso? Simples: se você deseja que o seu método de ensino seja mais eficaz, você deve
espaçar ao máximo o repasse de informações nas suas aulas de dança a dois. Nossa! esse é
um erro comum entre os profissionais da dança: na empolgação de ensinar, utilizam todo
o tempo disponível da aula para ensinar mais e mais.

Entenda que o seu objetivo, principalmente nos primeiros meses, é fazer o aluno sair
da aula dizendo: “foi muito fácil até aqui, estou ansioso para voltar na próxima semana e
aprender mais!”

E jamais deixar ele sair pensando: “a primeira parte da aula foi até tranquila, mas foi
ficando desafiador. Próxima aula preciso revisar para fixar melhor o conteúdo”.

Perceba que, nesse segundo


caso, claramente o aluno foi sub-
metido a mais conteúdo do que
ele foi capaz de absorver de forma
natural, não forçada. Imagine isso
se repetindo semana após semana.
Eu lhe garanto que a probabilida-
de desse aluno se evadir das aulas
aumenta muito. Falaremos ainda
sobre evasão mais adiante.

Portanto o seu método de ensino precisa ter boa parte direcionada à socialização…
à integração… ao desenvolvimento de habilidades de comunicação… quebra de blo-
queios e medos, dentre outros. E não apenas passos de dança.

Perceba que a inclusão desses outros momentos de dinâmicas (que eu chamo de


“momentos lúdicos”) dentro do método de ensino, tem tripla utilidade:
• reduzem a quantidade de conteúdo (dança) ensinado durante a aula;
• ajudam a desenvolver habilidades interpessoais;
• e proporcionam momentos para fortalecimento dos laços entre alunos e profes-
sores.

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Você não está formando profissionais
Outro fator importantíssimo para aumentar a eficácia do seu Método de Ensino, é
reduzir drasticamente o tecnicismo das suas aulas.

Na ânsia de ensinar o que sabe, o professor por vezes acaba exigindo demais tecnica-
mente dos alunos. Gosto muito de usar o exemplo do Tango, que é um dos estilos consi-
derados mais cheio de detalhes e técnicas da dança a dois.

Certa vez, nos primórdios dos


meus estudos sobre Tango (quando
eu sequer imaginava que algum dia
viria a trabalhar com dança), lá estava
eu tentando aprimorar minha cami-
nhada em um congresso com alguns
casais Argentinos.

Eram todos muito tecnicistas,


falavam sobre o posicionamento exa-
to dos meus braços, das técnicas de
conduzir com o peito, até a respiração
era controlada para se sincronizar com um determinado passo; e aquilo tudo pra mim era
demais, claro. Mas como eu gostava de desafios, estava lá, acreditava que tinha que ser
daquela forma mesmo.

Foi quando entrei na aula de um casal chamado Carolina del Rivero e Donato Juarez.

Estava dançando com minha então namorada Bel Miranda, e como sou muito curio-
so chamei o professor e fiz a seguinte pergunta: “Donato, como devo caminhar no Tango?
Pode dar uma olhada na minha técnica?”.

Ele me separou da Bel, me direcionou para um local da sala que tinha espaço livre à
minha frente e disse: “caminha primeiro como se você estivesse andando na rua pra eu
ver”.

Eu comecei a caminhar e após dar alguns passos, ele me interrompeu e disse: “Assim!
É exatamente assim que você vai caminhar no Tango, como caminha na rua.” Ele em se-
guida me pediu para abraçar minha dama e sair caminhando aquele Tango, agora a dois.

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Aquilo teve um peso e uma importância tremenda para mim e para a minha forma-
ção, pois mudou a minha forma de pensar e ver a dança.

A percepção dele como professor era bem clara: eu estava ali para aprender a dançar
Tango, não profissionalmente, então ele deu a resposta mais óbvia, natural e orgânica
para mim naquele momento.

Automaticamente eu passei a dançar mais relaxado durante a aula toda, me sentia


bem dançando, não estava pensando se tinha que pisar primeiro com a parte da frente ou
com a parte de trás do pé, se tinha que flexionar mais ou menos os joelhos, se tinha que
inspirar ou expirar em um determinado momento e por aí vai.

“As grandes idéias surgem da observação dos pe-


quenos detalhes.”
Augusto Cury
Perceba que eu não estou dizendo que você não deve ensinar as técnicas da dança a
dois para os seus alunos, o que estou dizendo é que você deve filtrar e muito as informa-
ções técnicas que você repassa pra ele, de acordo com o objetivo e o nível de quem está
aprendendo.

Quando estou dando aula de Tango em uma turma minha que tem mais de 4 anos
fazendo aulas regulares, sou bem mais técnico do que em uma aula para iniciantes, claro,
porque o aluno realmente precisa daquilo para se sentir evoluindo… mas mesmo assim
sei que, apesar deles terem tanto tempo de dança, não querem se tornar profissionais
como eu, o que me faz nunca cobrar tanto a ponto de desmotivá-los. Lembrando que o
Tango foi apenas um exemplo, isso vale para qualquer estilo da dança a dois.

Portanto cuidado com o que eu chamo de a “síndrome do passo perfeito” que você
pode estar gerando em seus alunos. Ele certamente não irá fazer aquele passo ou aquela
técnica igual a você, pois tem muito menos tempo e vivência corporal comparado à um
profissional, e está tudo bem, deixe que ele desfrute da dança dentro dos objetivos dele.
Essa percepção é algo que você, como professor, irá conquistar com o tempo, porque
cada aluno vai te demandar mais ou menos técnica e você precisa praticar a idéia de satis-
fazer os objetivos de cada um deles dentro do seu método.

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Fidelização de Alunos
Independente se você é proprietário de uma escola de
dança ou se trabalha dando aulas em algum espaço, precisa
ter uma mentalidade anti evasão. Até porque o professor é
diretamente responsável por manter o aluno, dentro das ações
que ele controla, claro. Se o aluno mudou de emprego e o ho-
rário chocou com as aulas, isso o professor de dança de salão
não pode controlar. Trata-se de um fator externo.

Ter uma boa estratégia de captação de alunos é importante. A seguir, os alunos que
se matricularem vão ter acesso ao seu método de ensino... e isso por si só, se bem or-
questrado, já lhe garante boa parte dos resultados e contribuem muito com a redução da
evasão. Mas se no final das contas o aluno permanecer por poucos meses fazendo aulas,
considere que algo precisa ser ajustado para que em sua próxima turma você fature mais.
Sim. É isso mesmo, pra que na próxima turma você ganhe mais dinheiro.

Conheço muitos profissionais que tem dificuldade em lidar com essa relação com o
dinheiro. De ter claramente em sua mente que no fim das contas, os alunos são clientes,
suas aulas são um produto e você precisa ter excelentes ganhos financeiros com isso.
Afinal de contas, você transforma vidas, e isso não tem preço, concorda? Se não concor-
dar com essa visão financeira, lhe convido a buscar algum programa de reprogramação
de crenças (coach), sobretudo para lidar melhor com o dinheiro, pois essas crenças certa-
mente estão bloqueando o seu progresso profissional.

“É impossível progredir sem mudanças e aqueles


que não mudam suas mentes não podem mudar
nada.”
George Bernard Shaw

Um plano simples, que funciona


O processo de dar aulas de dança à dois deve ser visto como um ciclo. A cada nova
turma que você abre, em teoria, deve buscar identificar as falhas cometidas com o ob-
jetivo de tentar evitá-las nas turmas seguintes. Mas como medir se a turma teve ou não
sucesso? Precisar de algo que possa ser quantificado, e pra isso, recomendo que você faça
sempre uma análise de evasão.

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Quem estuda administração já ouviu falar em PDCA.

PLAN (Planejar)
DO (Executar)
CHECK (Checar os resultados)
ACTION\ADJUST (Ajustar)

O PDCA nada mais é do que um método de


gestão de quatro passos, utilizados para o contro-
le e melhoria contínua de processos. Adaptando
isso às suas aulas de dança a dois, você precisa:

• Planejar a abertura de uma turma de
dança de salão;
• Executar, ou seja, colocar em prática as
ações de divulgação e o método de ensino através do seu plano de aula;
• Checar os resultados após alguns meses, incluindo a curva de aprendizado dos
alunos e, principalmente, a taxa de evasão;
• Ajustar as falhas que você cometeu durante esse processo.

Após seguir as 4 etapas, você deve reiniciar novamente todo o ciclo, com a divul-
gação de uma turma nova, sem cometer os erros das turmas passadas, identificados na
etapa de “Checar”.

Eu já tive a oportunidade de “rodar esse PDCA” dezenas de vezes, e já treinei inúme-


ros profissionais para fazer o mesmo. Só de turmas de Tango, já planejei, executei, chequei
e ajustei 13 vezes até o momento em que estou escrevendo esse livro. Ou seja, foram 13
turmas. Se eu contar os demais estilos da dança de salão (que também já ensinei e sigo
formando profissionais) são mais de 60 turmas, em outras palavras 60 giros no PDCA.

Isso é muito do ponto de vista prático, pois de nada adianta ter uma estratégia se ela
nunca foi colocada a prova. A cada nova turma, independente do estilo, ficávamos mais
inteligentes sobre como fazer melhor, e sobre o que ajustar para as turmas seguintes.

“A dificuldade real não reside nas novas idéias, mas


em conseguir escapar das antigas.”
John Maynard
Vou resumir aqui, a principal falha que identificamos até hoje, que segundo essa

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estratégia do PDCA, foi apontado como o maior fator de evasão dos alunos das minhas
turmas, e das turmas dos profissionais que já formei:

O poder da integração
Disparado, as turmas de dança de salão com mais integração entre os alunos, foram
as que tiveram um menor índice de evasão. Quando os professores conseguem dar con-
dições para que os alunos criem laços, ele passa a ter um grande poder de perpetuação
da turma a longo prazo.

Perceba que isso está totalmente alinhado com o que falamos anteriormente: que a
dança é apenas uma boa desculpa para fazer amigos. Viver em comunidade faz parte de
uma das necessidades mais profundas da nossa espécie. Desde os primórdios o homem
se organizava em bandos, em tribos, e essa necessidade estará sempre presente.

“O que há de melhor no homem somente desabro-


cha quando ele se envolve em uma comunidade.”
Albert Einstein
Alguns casais que formamos tem alunos que fazem aulas a anos, mesmo sem gostar
do estilo que estão matriculados, simplesmente por não conseguir abandonar a turma e
as pessoas que conheceram na dança. “Como assim Cleidson? Explica melhor”:

O aluno se matriculou em uma turma de Salsa por exemplo, pra conhecer o estilo,
por curiosidade. Com o passar do tempo, também começou a aprender outros estilos e
descobriu que sua grande paixão era mesmo o Forró. Porém, mesmo sem se identificar
tanto com a Salsa, permanece há anos fazendo aulas desse estilo, simplesmente pelos
laços que ele criou com a turma e os professores. Entende?

A melhor estratégia de fidelização é a integração.

Caro professor, isso é de um poder tremendo! Se você captar bem ESSA sacada, já vai
passar a ter MUITO mais resultado como professor de dança de salão, independente das
estratégias anteriores.

Tenho um exercício pra você fazer agora: enumere em uma folha de papel, 10 iniciati-
vas que você irá fazer em suas aulas de dança de salão para integrar a turma.

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Esse foi apenas o começo

Me coloco a disposição para ser o seu mentor como profissional da Dança de Salão,
de forma a lhe proporcionar os mesmos resultados que dezenas de profissionais já tive-
ram ao orientados e formados por mim.

Você merece e pode ser muito bem remunerado em sua profissão. Basta seguir se-
dento por conhecimento, e por melhorar continuamente os seus resultados. Siga conecta-
do comigo, e eu terei o maior prazer de ser a pessoa que vai lhe tirar da zona de conforto
regularmente, através dos conteúdos gratuitos que disponibilizo no youtube, facebook,
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Vamos juntos popularizar a dança de salão no Brasil.


Essa precisa ser a nossa missão.

Grande abraço,
Cleidson Diniz

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