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considerando os seguintes itens: conceito, causas para ser implementado, quem decreta e
consequências:
2 que tipo de crise pode dar base para essas 3 formas de exceção?
Contrapostas à noção de ordem pública são as idéias de desordem ou crise, que na CRFB
aparecem na forma de ameaça à integridade nacional, invasão, desorganização das
finanças de unidade da federação, instabilidade institucional, calamidades de grandes
proporções na natureza, comoção grave de repercussão nacional.
Para Bonavides (2004), a crise constitucional é uma crise da Constituição, ou parte dela.
Diversos casos podem ocasionar uma crise constitucional, desde as transformações sociais
que impõem uma atualização do texto constitucional, até determinados fatos políticos, como
a renúncia de um presidente. Porém, se a crise é apenas constitucional, ela “é crise que não
se propaga às instituições nem lhe abala os fundamentos”.
Já a conhecida como “crise constituinte" é a crise do próprio poder constituinte. Trata-se de
uma crise muito mais severa, que pode afetar o regime, o sistema de governo, as
instituições, a forma de Estado, a própria existência do Estado etc.
A crise constituinte é uma crise mais grave, que ameaça a ordem social de tal forma que
não seria preservada por uma simples modificação, parcial ou total, da Constituição, pois as
próprias instituições estão comprometidas. Por serem tão graves, e por não serem
resolvidas apenas pela ressignificação ou reforma da Constituição, as crises constituintes
precisam ser evitadas. O sistema constitucional de restauração da ordem pública se insere
justamente na fronteira entre a crise constitucional e a crise constituinte, tentando evitar que
esta última acabe com a própria ordem vigente
O estado de exceção para Giorgio Agamben, trata-se da adoção contínua de medidas que
seriam próprias de um estado de exceção, tais como a suspensão de alguns correios
fundamentais, a confusão dos poderes, a prática de atos pelo Estado que, de acordo com o
próprio Direito estatal, são, a rigor, ilícitos- o que acontece inclusive nas democracias, que
adotam tais práticas a pretexto de restaurar a ordem. Para Agamben (2013) “É preciso
entender que hoje o governo não se trata de manter a ordem, mas de administrar a
desordem. E a desordem ainda está aí, a gente percebe: a crise, as desordens, as
emergências, o estado de necessidade… São evocados a todo momento.”
Segundo Agamben (2003, p. 42), “O estado de exceção moderno é, por outro lado, uma
tentativa de incluir a própria exceção no ordenamento jurídico, criando um espaço de
indistinção em que fato e Direito coincidem”. Todos os estados acabariam tendo algo de
estado de exceção, mesmo em regimes democráticos.