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® (...) você pode destruir o homem que lhe fez guerra ou que se revelou
inimigo de sua existência, pela mesma razão que se pode matar um lobo
ou um leão: porque homens deste tipo escapam aos laços da lei comum
da razão, não seguem outra lei senão aquela da força e da violência, e
assim podem ser tratados como animais selvagens, criaturas perigosas
e nocivas que certamente o destruirão sempre que o tiverem em seu
poder.
® Por isso, aquele que tenta colocar outro homem sob seu poder absoluto
entra em um estado de guerra com ele; (...) pois ninguém pode desejar
ter-me em seu poder absoluto, a não ser para me obrigar à força a algo
que vem contra meu direito de liberdade.
® Aquele que no estado de natureza retirasse a liberdade que pertence a
qualquer um naquele estado, necessariamente se supõe que tem
intenção de retirar tudo o mais, pois a liberdade é a base de todo o
resto;
® E temos aqui a clara diferença entre o estado de natureza e o estado de
guerra, que, embora alguns homens confundam, são tão distintos um do
outro quanto um estado de paz, boa-vontade, assistência mútua e
preservação, de um estado de inimizade, maldade, violência e
destruição mútua. Homens vivendo juntos segundo a razão, sem um
superior comum na terra com autoridade para julgar entre eles, eis
efetivamente o estado de natureza. Mas a força, ou uma intenção
declarada de fora, sobre a pessoa de outro, onde não há superior
comum na terra para chamar por socorro, é estado de guerra.
CAPÍTULO V: da propriedade