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A Inquisição foi um tribunal da igreja Cristã instituído no século XIII para perseguir, julgar e
punir os acusados de heresia, que além de exercer controle social via poder coercitivo, garantia
aquisição de riquezas financeiras à Igreja. Ela foi instaurada pelo Papa Gregório IX (1148-1241)
em 1231.
Eram considerados hereges todos os cristãos que questionassem os dogmas oficiais da Igreja
ou realizassem práticas estranhas aos ritos da fé cristã, o que era mais comum entre os "novos
cristãos" – judeus convertidos à força, que ainda mantinham secretamente suas práticas
religiosas e tradições.
Dois anos após a Inquisição ter sido instituída, a responsabilidade dos julgamentos passa dos
bispos aos inquisidores, sob a direta jurisdição do Papa, e são estabelecidas punições severas,
que variavam desde abjuração pública, peregrinação a um santuário, confisco dos bens, a
prisão em cadeia, e a prisão perpétua, que foi automaticamente convertida pelas autoridades
civis em execução pública na fogueira ou na forca. Os heréticos não podem recorrer ao direito
de asilo, e em geral, duas testemunhas constituem suficiente prova de culpa.
Uma forma ainda mais violenta da Inquisição surge em 1478, na Espanha, a pedido dos reis
católicos Fernando e Isabel, contra os judeus e muçulmanos, que eram convertidos pela força
ao Cristianismo.
Em 1484, o Papa Inocêncio VII publicava uma bula condenando a excomunhão, interdição e
outras penas e castigos “sem apelação” a todos os que se opusessem às atividades
inquisitórias de Heinrich Kramer e James Sprenger, monges dominicanos alemães. Neste
mesmo ano, os monges haviam escrito O Malleus Maleficarum – O Martelo das Bruxas ou O
Martelo das Feiticeiras, manual dedicado à prática da Inquisição de mulheres possuídas.
Seguia-se, então, um roteiro de como reconhecer uma feiticeira, compreender sua tendência
para o mal, interrogá-la e torturá-la, já que, mesmo tendo confessado seu “crime”, a feiticeira
devia ser suplicada antes de morrer. A Inquisição usava como método de obtenção de
confissão diversas formas de tortura, e em casos extremos, levando o torturado à morte.