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Tomaz Tadeu da Silva escreve sobre o multiculturalismo e a diferença como temas centrais
na teoria educacional crítica e nas pedagogias oficiais. Ele argumenta que, embora essas
questões sejam reconhecidas, há uma falta de uma teoria da identidade e da diferença que
é problemática. O chamado "multiculturalismo" é muitas vezes vago e benevolente em
relação à diversidade e à diferença, o que não é suficiente para uma pedagogia crítica. A
perspectiva da diversidade tende a naturalizar e cristalizar a diferença e a identidade,
tornando-as dados ou fatos da vida social. Em vez disso, é necessário uma teoria sobre a
produção da identidade e da diferença e uma pedagogia que problematize esses conceitos
em vez de simplesmente celebrá-los. O ensaio de Silva aborda essas questões e suas
implicações políticas.No texto, Tomaz Tadeu da Silva discute a importância dos temas do
multiculturalismo e da diferença na teoria educacional crítica e nas pedagogias oficiais. Ele
aponta que, embora essas questões sejam reconhecidas, ainda há uma falta de uma teoria
clara da identidade e da diferença.
Esse texto fala sobre identidade e diferença e como esses conceitos estão relacionados. A
identidade é aquilo que somos, como "sou brasileiro" ou "sou homem", enquanto a
diferença é aquilo que o outro é, como "ela é italiana" ou "ela é homossexual". No entanto, a
afirmação da nossa identidade depende da existência de outras identidades diferentes,
como se não houvesse diferença, não haveria necessidade de afirmar nossa identidade. Da
mesma forma, para afirmar a diferença, é preciso referenciar outras identidades, ou seja,
identidade e diferença são inseparáveis e mutuamente determinadas. O autor sugere que,
na verdade, é a diferença que vem em primeiro lugar, como um processo de diferenciação
que produz tanto a identidade quanto a diferença. A gramática nos ajuda a simplificar a
afirmação da nossa identidade, mas também esconde a complexidade das relações entre
identidade e diferença.
O texto trata da relação entre identidade e diferença, mostrando como as duas estão
intrinsecamente ligadas e não podem ser entendidas separadamente.
A ideia inicial é que a identidade é aquilo que somos, e a diferença é aquilo que o outro é.
Porém, o autor argumenta que a identidade depende da diferença, e vice-versa. Isso ocorre
porque a forma como expressamos nossa identidade está sempre em relação ao outro, ou
seja, em relação àquilo que não somos.Por exemplo, quando afirmamos que somos
brasileiros, estamos negando que somos argentinos, chineses, japoneses, entre outros.
Essa negação é parte de uma extensa cadeia de afirmações negativas de identidade.Por
outro lado, as afirmações sobre diferença também dependem da identidade. Quando
dizemos que alguém é chinês, estamos afirmando que essa pessoa não é argentina,
japonesa, brasileira, entre outras identidades possíveis.
O texto discute como identidade e diferença são criaturas da linguagem, ou seja, elas não
existem como entidades naturais, mas são ativamente produzidas por atos de criação
linguística. Isso significa que a identidade e a diferença não são elementos fixos e
imutáveis, mas sim construções sociais e culturais que são moldadas e transformadas ao
longo do tempo.A linguagem é fundamental para a criação da identidade e da diferença, já
que elas só podem ser nomeadas e definidas por meio de atos de fala. A definição da
identidade brasileira, por exemplo, é o resultado de uma série de atos linguísticos
complexos que a diferenciam de outras identidades nacionais.
O trecho discute a relação entre identidade e diferença, afirmando que ambas são criadas
por atos de linguagem. Ou seja, a identidade e a diferença não são elementos fixos e
imutáveis da natureza ou de um mundo transcendental, mas sim construções sociais e
culturais que surgem a partir da linguagem.
Nesse sentido, a identidade e a diferença não são simplesmente "dados" da realidade, mas
sim produtos da atividade linguística humana, que envolve a nomeação e a diferenciação de
conceitos e objetos. Para que a identidade e a diferença existam, é necessário que sejam
nomeadas e instituídas por meio de atos de fala.O texto também destaca a importância da
diferença para a linguagem em si, argumentando que a língua é fundamentalmente um
sistema de diferenças. Segundo o lingüista suíço Ferdinand de Saussure, os elementos que
constituem uma língua - os signos - não têm valor absoluto em si mesmos, mas adquirem
sentido apenas no contexto de uma cadeia infinita de outros signos que são diferentes
deles.Portanto, a identidade e a diferença são conceitos que só fazem sentido no interior de
uma cadeia de diferenciação lingüística, onde cada elemento é definido em relação a outros
elementos que o cercam. Isso implica que a identidade e a diferença são processos
dinâmicos e em constante mudança, que variam de acordo com o contexto social e cultural
em que se encontram.
topico 4 -
Este texto trata da relação entre identidade, diferença e poder. A identidade e a diferença
são produzidas por meio de um processo simbólico e discursivo que envolve relações de
poder. A identidade e a diferença são disputadas, pois sua definição está ligada à disputa
por recursos simbólicos e materiais da sociedade. A afirmação da identidade e a marcação
da diferença implicam as operações de incluir e excluir. A identidade está sempre ligada a
uma forte separação entre “nós” e “eles”, o que implica relações de poder. As classificações
são sempre feitas a partir do ponto de vista da identidade, o que significa que as classes
nas quais o mundo social é dividido não são simples agrupamentos simétricos, mas
hierarquizados. A mais importante forma de classificação é aquela que se estrutura em
torno de oposições binárias, isto é, em torno de duas classes polarizadas.
Além disso, a classificação é central na vida social, pois é através dela que dividimos e
ordenamos o mundo social em grupos e classes. No entanto, essas classificações não são
simples agrupamentos simétricos, e sim hierarquizados, o que significa que deter o
privilégio de classificar implica em deter o privilégio de atribuir diferentes valores aos grupos
assim classificados.Por fim, as oposições binárias são importantes formas de classificação,
mas não expressam uma simples divisão do mundo em duas classes simétricas. Em uma
oposição binária, um dos termos é sempre privilegiado, recebendo um valor positivo,
enquanto o outro recebe uma carga negativa. Através desse processo de hierarquização, o
poder se manifesta na definição da identidade e na marcação da diferença, demonstrando
como essas categorias não são nunca inocentes.
ultimo
No caso das identidades nacionais, é comum apelar para mitos fundadores e construir laços
imaginários que permitam “ligar” pessoas que, sem eles, seriam indivíduos isolados, sem
nenhum “sentimento” de terem algo em comum. A língua e a construção de símbolos
nacionais são centrais nesse processo, assim como os mitos fundadores que remetem a
momentos cruciais do passado que inauguraram as bases de uma suposta identidade
nacional. Esses mitos tendem a fixar as identidades nacionais e são um exemplo de
essencialismo cultural.
Essencialismo cultural é a tendência de fixar a identidade em características supostamente
naturais ou biológicas, mas que na verdade são construções culturais. Basear a inferior
posição das mulheres ou de certos grupos “raciais” ou étnicos em alguma suposta
característica natural ou biológica é uma imposição de uma matriz de significação sobre
uma matéria que, sem elas, não tem qualquer significado. Todos os essencialismos são,
assim, culturais, e nascem do movimento de fixação que caracteriza o processo de
produção da identidade e da diferença.
O texto em questão trata da produção da identidade e como esse processo oscila entre a
fixação e a desestabilização. A fixação da identidade é uma tendência, mas ao mesmo
tempo é uma impossibilidade, pois assim como a linguagem, a identidade está sempre
escapando.
No caso das identidades nacionais, por exemplo, é comum o apelo a mitos fundadores para
criar laços imaginários que permitam "ligar" as pessoas que constituem um determinado
agrupamento nacional. Esses mitos remetem a um momento crucial do passado em que
algum gesto, acontecimento ou figura providencial inaugurou as bases de uma suposta
identidade nacional.