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FAVENI

João Edmar Gomes de Pina

DA IMPORTÂNCIA DO BIBLIOTECÁRIO NO ENSINO A DISTÂNCIA

Goiânia
2022
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DA IMPORTÂNCIA DO BIBLIOTECÁRIO NO ENSINO A DISTÂNCIA


THE IMPORTANCE OF THE LIBRARIAN IN DISTANCE TEACHING

RESUMO
A Educação a distância (EAD) no Brasil é uma modalidade de ensino que cada vez mais vem
ganhando espaço no modelo educacional brasileiro, com plataformas de ensino inovadas,
novas tecnologias de informação, computação e telecomunicação, afinal, a informação tem
papel fundamental e cada vez mais representativa para o desenvolvimento social, científico e
tecnológico em um país, essa modalidade de ensino, não seria a mesma sem a figura do
bibliotecário. A Educação a distância faz com que o principal agente de informação da
biblioteca com todas as revoluções provocadas pelos avanços contínuos das tecnologias da
informação e comunicação, adote uma nova postura diante dessa nova realidade, readequar
sua função às mudanças continuas no mercado de trabalho, dar dinamicidade a sua profissão,
procurando, assim, apesar das dificuldades encontradas pelos bibliotecários no manejo das
novas tecnologias, tornar-se um dos principais agentes de informação no Ensino a distância.

PALAVRAS-CHAVES: Bibliotecário. Educação. Tecnologia.

ABSTRACT

Distance Education (EAD) in Brazil is a teaching modality that is increasingly gaining space
in the Brazilian educational model, with innovative teaching platforms, new information,
computing and telecommunication technologies, after all, information plays a fundamental
role and each increasingly representative for the social, scientific and technological
development in a country, this teaching modality would not be the same without the figure of
the librarian. Distance education makes the library's main information agent, with all the
revolutions caused by the continuous advances in information and communication
technologies, adopt a new posture in the face of this new reality, readjust its function to the
continuous changes in the job market, give dynamism to their profession, thus seeking,
despite the difficulties encountered by librarians in handling new technologies, to become one
of the main agents of information in distance learning.

KEYWORDS: Librarian. Education. Technology.

INTRODUÇÃO

As últimas décadas foram marcadas, em todo o mundo, pelas mudanças ocorridas pela
globalização e o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação vêm
alterando de forma significativa o modo de vida das pessoas e a sociedade como um todo. As
profissões sofreram mudanças, buscando reinventar-se, atender as necessidades da
globalização, resistir aos processos que surgem a cada dia.
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Com o profissional da biblioteconomia, as mudanças foram mais radicais. Os reflexos


puderam ser sentidos sob diferentes formas: as transformações tecnológicas atingiram a todos,
transformando o antigo modelo de sistema educacional que o Brasil conhecia, o aumento do
número de alunos, as novas plataformas de ensino a distância.
Para Valentim (2000, p. 136), essa situação do mundo do trabalho exige que o
profissional da informação

antes de tudo, perceba qual realidade está vivendo, primeiramente entenda o


ambiente em que atua, num segundo momento crie mecanismos eficientes de
atuação na sociedade e, finalmente, enfrente as mudanças cada vez maiores,

antecipando-se às necessidades futuras da sociedade.

Foi nesse contexto de avanços tecnológicos e de explosão de informações que surgiu e


se desenvolveu a expansão da educação a distância, e aos interessados dessa modalidade de
ensino, o que se espera é a qualificação de profissional capacitados em todas as áreas do
conhecimento, para atender as suas necessidades.
O bibliotecário também se insere neste contexto. O desenvolvimento da Sociedade da
Informação trouxe impactos na sua atuação e nos seus perfis. A implantação das tecnologias e
a explosão de informações exigem que tradicionais campos de atuação se reformulem e
ofereçam serviços diferenciados. Além disso, estão surgindo oportunidades de atuação em
novos campos. Esta realidade exige dos bibliotecários habilidades e competências para
atender às novas demandas do mercado profissional.

1 UM BREVE HISTÓRICO DO ENSINO A DISTÃNCIA NO BRASIL

No Brasil e no mundo a história da educação a distância está diretamente


correlacionada com os processos de globalização que não se limita apenas a economia, mas
interfere também nas transformações culturais e educacionais.
A Educação a Distância (EAD) como forma de ensino tem suas primeiras experiências
registradas no fim do século XIX, pelos idosos da década de 1850, quando, segundo Marques
(2004), “agricultores e pecuaristas europeus aprendiam, por correspondência, como plantar ou
qual a melhor forma de cuidar do rebanho”.
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Os destinos da educação a distância foram afetados pelo desenvolvimento dos serviços


dos correios, transportes e tecnologias aplicadas no campo da comunicação e informação. A
modalidade EAD surge no início do século XX, por volta de 1904 por meio das escolas
internacionais, instituições privadas que ofereciam cursos pagos, por correspondência. As
primeiras experiências significativas em EAD no Brasil datam de 1920, no entanto apenas na
década de 80 e 90 é que seu crescimento aumentou efetivamente.
Foi em 1934 que o Instituto Monitor iniciou suas atividades e em 1939 o Instituto
Universal Brasileiro, em São Paulo. (MARQUES,2004)
A partir da segunda metade do século XIX, o desenvolvimento da EAD pode ser
considerado com êxito, a fim de qualificar e especializar mão-de-obra, face às novas
demandas da nascente industrialização, da mecanização e divisão dos processos de trabalho e
continuou ao longo do tempo (FREITAS, 2008).
A plataforma EAD está em constante crescimento, tal modalidade de ensino,
proporcionou para a educação uma maior popularização do ensino a distância, tendo uma
grande aceitação em todo o país.
A educação a distância é definida por Moore e Kearsley (2007, p. 2) como

O aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar


diferente do local do ensino, exigindo técnicas especiais de criação do
curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e
disposições organizacionais e administrativas especiais.

É importante ressaltar a economia que essa modalidade pôde proporcionar a sociedade, a


facilidade ao aprendizado, a dinâmica, as ferramentas facilitadoras, que ajudam a facilitar o
conhecimento de forma rápida e abrangente fazendo com que, surjam assim novos papéis para
o bibliotecário, para o educando, e a todos profissionais que atuam proporcionando novas
atitudes e novas propostas pedagógicas.

2. O BIBLIOTECÁRIO E SUA ATUAÇÃO NO ENSINO A DISTÂNCIA


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A educação a distância vem desempenhando uma função extremamente importante e


imprescindível na sociedade. Permite o acesso ao conhecimento, além de introduzir a
interação no processo de aprendizagem. Com isso, a figura do bibliotecário torna-se
imprescindível nesse mundo de interatividade e conhecimento.
Sales (2004, p. 40) define o bibliotecário como

Um profissional que produz e dissemina informações sobre


documentos e seus conteúdos, atuando também como mediador dessas
mesmas informações, ou seja, o bibliotecário é o profissional
capacitado a atender as necessidades informacionais de todos os
usuários, sejam de bibliotecas, ou de quaisquer outros centros de
documentação.

A regulamentação da profissão de bibliotecário no Brasil, ato institucionalizado por


meio da Lei no 4.084, de 30 de junho de 1962, após sessenta anos da regulamentação da
profissão, tem-se clara a necessidade do bibliotecário em acompanhar as mudanças que
circundam a profissão e sua atuação.
Almeida Júnior (2000, p. 31-32) faz uma crítica ao uso da denominação
bibliotecário como designação para o profissional formado no curso de biblioteconomia.
Segundo o autor, o seu uso é

uma tentativa de manutenção de uma estrutura não mais condizente com as atuais
necessidades sociais. Bibliotecário, aos olhos da sociedade, denomina-se todo aquele
que trabalha no espaço da biblioteca, independentemente da existência ou não de
uma formação específica. Além disso, tem o bibliotecário uma imagem deturpada,
um estereótipo que acreditamos dissociado da realidade. Por que insistir no uso do
termo bibliotecário, se a própria literatura da área o apresenta como não mais
correspondendo à real atuação do profissional que atua em unidades de informação?
Há sim uma conotação que acompanha a palavra bibliotecário e a remete para as
esferas do ultrapassado, do retrógrado, do desnecessário. Acreditando-se que a
profissão bibliotecária é útil socialmente e possui uma ação única, exclusiva e
necessária para a sociedade, qualquer proposta de alteração do nome do profissional
que a exerce é justificada.

Diante da crescente demanda e da necessidade de se atualizar ao uso de tecnologias,


é exigida a aquisição de novas habilidades e de novas linguagens capazes de pertencer,
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decidir, aprender e participar de certas regras, comportamentos e saberes impostos pela


sociedade. Os suportes multimídia estão incorporados no ensino:

novos modos de aprender começam a ser criados a partir de relacionamentos virtuais


dentro dos ambientes informatizados. A Internet possibilita ao mesmo tempo o
acesso ao conhecimento massificado e personalizado. O fim da distinção entre o que
é ensino presencial e a distância parece ser bastante provável já que o uso das redes
de telecomunicações e dos suportes multimídia interativos vem sendo
progressivamente integrados às formas mais clássicas de ensino (CRUZ, 2001, p.
192).

Baptista e Mueller (2005, p. 37) em pesquisa sobre a atuação dos profissionais da


informação, afirmam que

entre as novas oportunidades para profissionais da informação têm


destaque o trabalho autônomo e aquelas que se relacionam com a área
de negócios e tecnologia. A Internet também vem sendo percebida
como promissora para os bibliotecários, uma vez que abre
oportunidades de atuação profissional. Parece haver também, entre os
bibliotecários, maior consciência de que conhecimentos e habilidades
adquiridas no curso de Biblioteconomia são aplicáveis em qualquer
contexto onde há estoques de informação.

Para Santos e Tolfo (2006, p. 74)

para desempenhar todos os seus papéis, o Bibliotecário precisa


desenvolver competências. Os profissionais precisam se conscientizar
da importância e da necessidade de estarem sempre se atualizando e
ampliando suas competências no desenvolvimento de suas atividades,
proporcionando assim, um aprendizado para o longo de sua vida

3. SUPERANDO OS DESAFIOS
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Aos profissionais da educação, cabe o cumprimento de um papel muito importante no


desenvolvimento de um pais, garantir e expandir a educação a todos, no entanto, as demandas
para que esse papel seja devidamente cumprindo, são enormes e complexas. Os desafios
crescem conforme as mudanças e as exigências no mercado de trabalho.
No entanto, os desafios para essa categoria de profissionais foram expostas durante o V
Encontro Nacional de Ensino de Biblioteconomia e Ciência da Informação, realizado em São
Carlos (SP), em 1998, desafios com relação as competências e habilidades necessárias ao
profissional bibliotecário, foram firmados vários compromissos que devem ser objeto de
atenção das escolas, como por exemplo:
a) a geração de novos conhecimentos e produtos para a área;
b) abertura de novos mercados profissionais (ruptura com estigmas históricos de imagem);
c) a qualidade dos serviços e produtos fornecidos;
d) a penetração social (englobando a atuação comunitária, social, política e religiosa);
e) a sensibilidade quanto ao valor estratégico da informação; a sensibilidade quanto ao valor
social da informação;
f) a garantia de compatibilidade da informação fornecida;
g) a responsabilidade profissional e o respeito as causas específicas da área. (VALENTIM,
2000).

O V Encontro Nacional de Ensino de Biblioteconomia e Ciência da Informação foi


realizado em 1998, na Cidade de São Carlos, no entanto, parece continuar a valer nos dias de
hoje. O discurso da professora Marta Valentim:

O bibliotecário precisa reencontrar seu caminho para processar a mudança de para-


digma. Ousadia é essencial! Mudança não é fácil de se executar, requer persistência,
tolerância, determinação e o mais importante, dá condições para a reflexão e o
debate. Estar sintonizado com o novo paradigma é fundamental para o profissional
da informação. O terceiro milênio vai exigir isso (Valentim, 1995, p. 5-6).

No entanto, para enfrentar os desafios é preciso trabalhar com o conhecimento implica


que “não se perca a capacidade de indigna-se, de problematizar e de procurar saídas para os
problemas” (PIMENTA; ANASTASIOU, 2002, p.78).
Mostafa (2003, p. 49) aborda a questão dos bibliotecários na educação a distância
afirmando que
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a prática dos bibliotecários com acesso remoto é antiga e anterior à Internet. Mas
com o boom do EaD e com o próprio desenvolvimento das tecnologias de rede,
novas preocupações surgem no cenário da biblioteca para subsidiar a EaD. Por
exemplo, as bibliotecas se veem envolvidas com obtenção e pagamento de direitos
autorais, com treinamento de referência on-line e por telefone e mais importante,
veem-se envolvidas com renegociação de contratos com fornecedores de base dados
on-line para suprir o acesso legal aos estudantes off-campus. Mas tudo isso são
bastidores de bibliotecas. Na tela o aluno de EaD precisa de Biblioteca Virtual.
Simplesmente porque biblioteca é informação organizada. Nesse sentido a Internet é
também uma grande biblioteca. E pode ser explorada enquanto tal e enquanto fonte
para a construção de bibliotecas virtuais dos cursos de EaD. Nos dois casos, a
presença do bibliotecário é tão importante quanto a presença do professor no ensino
e aprendizagem. Donde a figura do bibliotecário na famosa equipe de EaD. De tal
sorte que a biblioteca virtual do curso de EaD seja um produto customizado ao curso
e construído conjuntamente no planejamento do próprio curso.

Examinando as mudanças na atuação do bibliotecário, conclui-se que de um mero


organizador de acervos, função inicial do bibliotecário, com as mudanças nos modelos de
ensino no Brasil, com a expansão do ensino a distância, o bibliotecário tornou-se um
profissional que lida com a informação em diversos suportes e com novas ferramentas
advindas das tecnologias de informação.
Sendo assim, o bibliotecário no ensino a distância, torna-se o principal fomentador na
atividade de orientação à pesquisa na plataforma, é ele quem abre a possibilidade para que os
alunos tenham oportunidade de usufruir a informação num modelo educativo fundamentado
na construção do conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após pesquisa realizada com materiais bibliográficos podemos perceber que a trajetória
da educação a distância muito tem contribuindo para a importância crescimento profissional
do bibliotecário nessa modalidade de ensino.
Apesar da trajetória da educação a distância não ser tão atual, ao contrário, ela teve
início há mais de um século, nas últimas décadas, a revolução nas formas de comunicação da
sociedade, contribui grandiosamente na sua expansão que acarretou essa importância na
biblioteconomia, que a cada dia vem ampliando duas funções na educação brasileira,
categoria que não mede esforços para que a qualidade na educação a distância seja seu ponto
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principal na formação compreendendo que há muitos desafios a serem superados,


principalmente o desafio adaptação as novas tecnologias que se inovam e renovam a todo
instante, no entanto, com objetivo de ser cada vez mais útil para sociedade.
Ademias o trabalho oportunizou fazer um levantamento histórico da educação superior
a distância, com a sua contribuição para a educação no Brasil, com legais com ênfase na
importância do profissional bibliotecário para que essa expansão fosse alcançada com
sucesso, uma vez que as informações desse profissional colaboram grandiosamente com a
ampliação do acesso à educação a todos que buscam essa plataforma de ensino.
Assim a contribuição deste estudo é apresentar de maneira resumida a origem da EaD e
a contribuição do bibliotecário nas suas propagações, seja para quem busca um curso
profissional ou para quem busca uma formação com nível superior em nosso país, a intenção
aqui é buscar demonstrar que o bibliotecário é o um dos principais responsáveis
disseminadores de informações nesta modalidade de ensino, com isso, a partir dessa
concepção, demonstrar q importância de gerar pesquisas que avancem ainda mais na
sedimentação e fortalecimento desta modalidade de profissão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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profissional. São Paulo: Polis, 2000. p. 31-51. (Coleção Palavra-Chave, 10). Disponível em: .
Acesso em: 3 julho 2022

BAPTISTA, Sofia Galvão; MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. Considerações sobre o


mercado de trabalho do bibliotecário. Información, cultura y sociedad, Buenos Aires, n. 12, p.
35-50, jan./jun. 2005. Disponível em: . Acesso em: 1 julho 2022

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regula seu exercício. Brasília: Congresso Nacional, 1962. Disponível em: . Acesso em: 27
junho 2022.

FREITAS, E. P. de. Uma análise no ensino da Geografia utilizando as representações


cartográficas no 2º ciclo nas escolas públicas de Natal/RN. 115 p. Dissertação de mestrado.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal: 2005.

MARQUES, W. F. S. Pesquisa Qualitativa em educação: reflexões. 2004. Disponível em: .


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MOSTAFA, Solange Puntel. EaD sim, mas com qual biblioteca? Revista Digital de
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Disponível em:22 julho 2022

PIMENTA, Selma G.; ANASTASIU, Léa das Graças C. Docência no ensino superior. São
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SALES, F. de. A biblioteca na construção da cidadania. 2002. 36 f. Monografia


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VALENTIM, M. L. P (Org.). Profissionais da Informação: formação, perfil e atuação


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