Você está na página 1de 18

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

FELIPE DE AVIZ SIMÕES NOGUEIRA

ESTUDO DE CASO: IDENTIFICAÇÃO DE PATOLOGIAS E PROCESSO DE


MANUTENÇÃO DE UM EDIFÍCIO EM BELÉM DO PARÁ

BELÉM-PA
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

FELIPE DE AVIZ SIMÕES NOGUEIRA

ESTUDO DE CASO: IDENTIFICAÇÃO DE PATOLOGIAS E PROCESSO DE


MANUTENÇÃO DE UM EDIFÍCIO EM BELÉM DO PARÁ

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à obtenção do
título especialista em MBA em
Projetos Aplicados a
Construção Civil.

BELÉM-PA
2022
ESTUDO DE CASO: IDENTIFICAÇÃO DE PATOLOGIAS E PROCESSO DE
MANUTENÇÃO DE UM EDIFÍCIO EM BELÉM DO PARÁ

Felipe de Aviz Simões Nogueira1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas
por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - As manifestações patológicas são recorrentes em fachadas com revestimento cerâmico,


ocasionando riscos a vida das pessoas ao seu redor. Surgem durante o uso da edificação, pela falta
de manutenção por parte do usuário, pela má execução ou negligência em sua execução, dentre
outros fatores. Portanto, com o intuito de identificar as patologias e suas possíveis causas em um
edifício em Belém com 5.487 m² de fachada, é o que objetiva este estudo. Metodologicamente,
utilizou-se o método de Lichenstein (1985), que consiste na obtenção, análise de informações e
definição de conduta; e como técnicas, a pesquisa bibliográfica, a exploratória e de campo, por meio
de vistorias e teste de percussão, para a manutenção corretiva. Por meio desta metodologia, foi
possível identificar as infiltrações por acumulo de água nas janelas, consequentemente proliferação
de fungos que aparecem como escorrimento cor escuro, assim como desprendimento de pastilha
cerâmica total ou parcial. A manutenção para correção das patologias identificadas consistiu na
remoção do substrato e refazer o mesmo, com adição de juntas de dilatação ao longo da fachada.

PALAVRAS-CHAVE: Identificação de Patologia. Revestimento cerâmico. Fachada. Estudo de Caso.


Belém, Pará.

1
felipe.aviz@outlook.com, Engenheiro Civil, Universidade da Amazônia.
1 INTRODUÇÃO

O aumento exponencial da população, segundo o IBGE, aproximadamente


195 milhões de pessoas em 2010 para 213 milhões em 2021, faz com que seja
necessário um maior número de habitações. Com isso, a verticalização de moradias,
isto é, apartamentos, vem crescendo, representando 10 milhões do total de
moradias, ou o equivalente a 14,2 % de moradias no país segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Assim como
qualquer outra moradia, é essencial seguir as normas e leis vigentes para sua
construção para garantir a saúde e segurança dos moradores e daqueles em sua
volta.
No entanto, em relação a edifícios, é preciso um cuidado maior em relação ao
sistema de fachadas, pois fica sujeita a diversas solicitações, como vento, umidade,
variações térmicas, chuva, entre outras (PACHECO, 2017.). Logo, devido a fachada
estar sujeita a intempéries naturais por tanto tempo, é a parte que mais sofre
deterioração. Desta forma, é necessário o devido cuidado no uso da moradia, em
especial as fachadas, pois estas têm como funções principais promover o conforto e
segurança, atuando como um selador, que divide o ambiente externo e interno além
de agregar valor estético (SILVA, 2015; PACHECO, 2017).
A exposição prolongada a intempéries naturais, faz com que aparece
patologias nas fachadas. Em especial, as patologias de fachadas em revestimentos
cerâmicos sãos as mais preocupantes. Isto se deve ao fato de a pastilha cerâmica
se desprender do revestimento, ocasionando em queda de pastilha cerâmica pondo
em risco a vida tanto de moradores como pedestres, assim como bens do edifico ou
dos moradores. É este o principal tipo de patologia encontra no edifício estudado em
questão.
Neste sentido, o presente artigo objetivou em âmbito geral identificar as
patologias e apresentar o processo de manutenção corretiva em um edifício com
5.487 m² de fachada, por meio método de Lichenstein (1985) e como técnicas, a
pesquisa bibliográfica, a exploratória e a de campo, por meio de vistorias e teste de
percussão. Ainda em complemento ao estudo, foi realizado registro de imagem para
confrontar com as informações
O presente estudo é relevante diante da cultura do país de não realizar
manutenções preventivas, só agindo no momento que apresenta o desempenho
abaixo do mínimo exigindo, e dependendo do tipo de patologias, pondo em risco a
vida de seus ocupantes. Desta forma, este artigo serve como um estudo que agrega
a identificação de patologias facilitando o entendimento do que pode ser encontrado,
além de propor um processo de manutenção tentando resolver todos os problemas
encontrados durante o levantamento in loco.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 MÉTODOS

A metodologia utilizada perpassou pelo método de diagnóstico de patologias


de Linchenstein (1985), que consiste em três etapas:
a) Coleta de subsídios: visando acumular e organizar informações suficientes
e necessárias para entendimento dos fenômenos, sendo elas obtidas por três fontes:
vistoria do local; levantamento do histórico do problema e do edifício e dados de
laboratório e ensaios;
b) Diagnóstico da situação: parte na qual se estuda a patologia para descobrir
a causa e sua origem;
c) Definição da conduta: define o plano de ação para solução do problema,
considerando diferentes etapas de manutenção e evolução da patologia.
Diante disso, as vistorias visuais realizadas e o teste de percussão são
considerados a coleta de subsidio. A análise, identificação do problema, isto é, das
patologias é o diagnóstico da situação. Por fim, o procedimento de manutenção
abordado, é a definição da conduta.
Em relação a técnica de pesquisa foi utilizada a bibliográfica, a exploratória,
de campo com acompanhamento in loco em um edifício de alto padrão, já
construído, situado no bairro do Umarizal, no munícipio de Belém, com a finalidade
de identificar as patologias existentes em sua fachada.
Com base no fluxograma a seguir, é possível visualizar o processo realizado
para identificação das patologias presente na fachada.
Fluxograma 1 – Processo de identificação de patologias

Elab.: Felipe Aviz

Fonte: Pesquisa em campo, 2019.

2.1 DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO

O edifício alvo de estudo está situado em Belém, estado do Pará. Supõe-se


que tenha 5 anos ou mais desde sua conclusão. O uso do edifício é tanto comercial
quanto condominial com 22 pavimentos, sendo 3 garagens e 8 salas por andar.
Possui 5.487 m² de fachada.
O sistema estrutural adotado foi de pórticos espaciais, compondo-se de lajes,
vigas e pilares. O sistema de vedação externa foi feito com tijolo, substrato e pastilha
cerâmica.

2.2 DIALOGANDO COM OS DADOS DA PESQUISA – ESTUDO DE CASO

2.2.1 Descrição da fachada e revestimentos do edifício pesquisado

A fachada é qualquer lado de uma edificação, o seu lado mais externo, que
nada mais é que um sistema de revestimento que tem como função seja proteger ou
compor esteticamente uma edificação. Ela é composta, tipicamente, por uma união
de elementos (chapisco, emboço, reboco) para que por fim, possa receber a última
camada, podendo ser pintura, pastilha cerâmica, pedras ornamentais, etc.
Neste sentido, a fachada do prédio pesquisado é composta de emboço,
reboco, argamassa colante e pastilha cerâmica. A inspeção realizada mostra
ausência de chapisco.
A argamassa de emboço constitui-se de areia e cimento, como é usualmente
feita, da mesma maneira a argamassa de reboco é achada. A pastilha cerâmica
usado é de tamanho 10x10cm, na cor cinza gelo e detalhes arquitetônicos em
pastilha cerâmica na cor preta.
Na Figura 1, a seguir, demonstra-se que o edifício foi dividido em 4 fachadas,
orientadas da seguinte forma: F1- Fachada Norte (ver figura 2); F2- Fachada Leste
(ver figura 3); F3-Fachada Sul; F4- Fachada Oeste (ver figura 4).

Figura 1 - Croqui da indicação das fachadas.

Fonte: Pesquisa de campo, Acervo do Autor, 2019.


Figura 2 – Fachada norte (F1).

Fonte: Pesquisa de campo, Acervo do Autor, 2019.

Figura 3 – Fachada leste (F2)

Fonte: Pesquisa de campo, Acervo do Autor, 2019.


Figura 4 – Fachada oeste (F4).

Fonte: Pesquisa de campo, Acervo do Autor, 2019.

Com base nas figuras acima, pode-se notar que as partes mais afetadas são
as fachadas Norte (F1), Leste (F2) e Oeste (F4). Em relação a fachada Sul (F3) não
foi possível tirar foto devido a concentração de prédios, e por se tratar de um prédio
comercial, foram priorizadas as fachadas laterais e a fachada frontal. Portanto, não
há como afirmar com certeza qual a condição da fachada Sul.

2.2.2 PATOLOGIAS

Patologia é o estudo de doenças na área de medicina, no caso da


engenharia, é a patologia das edificações, na qual é a ciência que estuda as origens
e meios para evitar as anomalias, visando o desempenho apropriado (CAPORRINO,
2018).
As patologias identificadas ao longo das fachadas Norte, Leste e Oeste com
base na vistoria visual e entrevista com residentes, foram:
a) Desprendimento de pastilha cerâmica parcial ou total;
b) Proliferação de fungos;
c) Infiltração;

Segundo Campante (2002), em geral, o desprendimento e queda do


revestimento cerâmico consiste em três principais causas: Eflorescência, trincas e
fissuras, perda de aderência. Desta forma, tem-se:
a) Eflorescência:
É a definição de um processo de no qual a uma formação de um depósito cristalino
na superfície devido a reações químicas, físicas e químico-físicas.
b) Trincas e fissuras:
Condiz com a perda da integridade da superfície do material, que pode resultar na
perda de aderência do subsistema (argamassa colante ou reboco).
c) Perda de aderência:
A perda de aderência significa a falha entre as pastilhas cerâmicas e a camada
fixadora, que seria o substrato.

A proliferação de fungos e a infiltração são patologias observadas devido a


presença de água, o que provoca manchas e deterioração do revestimento.
(CAPORRINO, 2018).

2.2.2.1 Identificando as patologias nas fachadas do edifício estudado

O estudo das fachadas no edifício escolhido para a realização da pesquisa,


detectou que a fachada Norte apresenta queda de revestimento na testeira entre
janelas, a parte de pastilha preta (Figura 2), ainda que também desprendimento de
pastilha branca (Figura 2). Há pastilhas que sofreram tensões maiores que
conseguem suportar, resultando na perda de aderência parcial, mas não se
desprendem do substrato, ocasionando em uma saliência, visto na Figura 2.
Tanto a fachada Leste quanto a Oeste sofre do mesmo problema que a
fachada Norte, acrescentando escorrimento de cor escura, que é proliferação de
fungos devido ao acumulo de água nas janelas. Contudo, a fachada Oeste encontra-
se em condições piores, ver figura 3, devido a quantidade de áreas que já houve
desprendimento cerâmico.
Com base no teste de percussão (ver figuras 9 e 10), foi feito a verificação
dos componentes do substrato, isto é, a condição do chapisco, emboço e reboco por
meio de aberturas aonde se encontra demarcado pelo teste de percussão, como
pode ser visualizado nas figuras 5 e 6.
Figura 5 e 6 –Checagem do substrato e Falta de Aderência entre reboco e alvenaria.

Fonte: Acervo do Autor, 2019.

Nota-se nas figuras 5 e 6, que há falta de chapisco, podendo estar atrás do


reboco. Na figura 6, o reboco está com pouca aderência, podendo ser dito que está
“solto”.
A figura 7 mostra uma corda dentro do substrato, enquanto que a figura 8
demonstra a pastilha, que aparenta ter pouca argamassa em seu tardoz.

Figura 7 e 8 – Corda dentro do substrato e ausência de AC no tardoz.

Fonte: Pesquisa de campo, Acervo do Autor, 2019.

Pode-se deduzir que a pouca ou ausência de argamassa no tardoz da


pastilha pode ocorrer devido a:
a) Especificação da argamassa colante ter sido errada, só podendo saber de
fato após análise em laboratório;
b) Aplicação da argamassa de forma errônea, sendo feito a aplicação com
desempenadeira no sentido vertical invés de horizontal.

Nas figuras 2, 3 e 4 assim como na fachada posterior (F3), não há juntas de


dilatação na sua totalidade. Primeiramente, pensava-se que era as linhas em
pastilhas pretas, porém foi confirmado após remoção das mesmas que eram apenas
detalhes arquitetônicos.

2.2.3 A manutenção predial

Para elaborar um projeto de manutenção da fachada foi feito um processo de


análise através do método elaborado por Lichtensten (1985). Esse processo de
análise foi abordado no item anterior deste trabalho. Valendo ressaltar que caso a
coleta de subsidio no local seja insuficiente para conduzir um diagnóstico, a opção
de levantar dados do edifício por meio de testemunhas pode ser algo viável a se
fazer. No entanto, neste edifício, as informações coletadas das testemunhas foram
superficiais, uma vez que a empresa que o construiu já não existe mais.
O processo de manutenção teve início com o teste de percussão feito na
fachada Noroeste (F1), ver figura 2. O teste de percussão consiste na identificação
de áreas com baixa aderência, isto é possível na utilização de um martelo de
borracha que ao bater no revestimento produz um som oco, quando identificado este
som é feito a demarcação da área com tal sonoridade por meio de tinta spray, no
caso das figuras 5 e 6, o spray é azul. Não foi emitido relatório de teste de
percussão, todavia, a partir da análise das fotos da fachada foi possível verificar que
há uma concentração nas laterais e no centro, ver figura 9 e 10.
Figura 9 e 10 – Teste de percussão e mapeamento

Fonte: Pesquisa de campo, Acervo do Autor, 2019.

Com base nesse teste, foi determinado refazer o processo de revestimento da


parede externa. Desta forma, as etapas da manutenção estão listadas a seguir:

a) Remoção do substrato a partir da análise do teste de percussão,


iniciando com a remoção de pastilha total;
b) Após essa remoção, refazer o processo de acabamento (chapisco e
reboco), considerando que este reboco será armado;
c) Os locais onde mostraram pouca ou quase nenhuma marcação com
spray, irá ser feito o lixamento para remoção da argamassa colante (AC) antiga, e
por fim, se aplica a nova AC;
d) Após a execução dos itens anteriores, aplicar o AC de acordo com a
especificação atribuído pela NBR 15755 (2017).

Dissecando o planejamento por item, tem-se:


a) Demolição e retirada: Após remoção do antigo reboco, primeiramente, faz-
se lixamento do concreto, para uma melhor aderência, resultando em uma melhor
ancoragem do chapisco, seguido do apicoamento.
Após demolir e retirar o substrato, deve-se realizar a execução do substrato
novamente, que é dividido em quatro camadas, a seguir:
a.a) Chapisco: Camada em contato direito com a alvenaria. Tem como função
dar melhor aderência para a camada subsequente. Atua como uma base.
a.b) Emboço: É a camada de regularização que cobre todo o chapisco. Após
esta camada, pode vir o reboco ou revestimentos decorativos.
a.c) Reboco: Última camada de argamassa de revestimento, proporcionando
uma superfície adequada para receber pintura.

Ressalta-se ainda, que segundo Caporrino (2018) há possibilidade de fazer


uma única camada, chamada de massa única, vulgo “reboco paulista”. Para
revestimentos cerâmicos, também se tem a argamassa de assentamento de peça
cerâmica, que tem como finalidade servir como uma “cola” para fixar as peças
cerâmicas, e a argamassa de rejuntamento. Esta última, serve para liberar a tensão
de dilatação da pastilha cerâmica. (CAMPANTE, SABATTINI, 2018).
Como mostrado nas figuras 6 e 7, esse sistema de camadas está
comprometido, e não exerce a função devida. Logo, expondo o edifício ao ambiente
externo, podendo ser citados relatos de infiltração e mofo nas paredes pelos
usuários.
Chegando até a alvenaria, é feito o procedimento de revestimento, aplicação
do chapisco com argamassa pronta para este fim, mostrado na figura 11. O reboco
(figura 12), por sua vez, é aplicado em duas etapas: a primeira, em cima do
chapisco, sendo aplicada com colher de pedreiro e para nivelação, usa-se uma
régua de alumínio (sarrafo). Após secagem, finca-se pinos de 30 em 30 centímetros,
e posteriormente fixada a tela metálica nesses pinos. Na última etapa, é dada a
segunda demão de reboco. A espessura do reboco será de 2 centímetros.

Figura 11 e 12 – Chapisco e reboco da fachada


O uso de tela metálica eletrosoldada é uma técnica que consiste em armar o
reboco, semelhante ao concreto armado, aumentando a resistência a tração.
Segundo a NBR 13755 (2012), o efeito principal no uso da tela é de constranger a
retração do revestimento argamassado.
Conforme feito o reboco, é realizado o lixamento usando uma Makita nas
partes onde tem AC antiga, para aplicação de nova camada e posteriormente o
revestimento cerâmico. Ressalta-se que como há partes com reboco antigo, é
necessário o nivelamento do reboco novo. Como pode ser visto ainda nas figuras 11
e 12, o reboco novo coincide no mesmo nível que o reboco antigo, resultando em
um problema de nivelamento. Desta forma, será feito o nivelamento correto,
considerando uma espessura de 2 milímetros de argamassa colante.
Dessa forma, após a execução de todos os procedimentos explanados
anteriormente, é aplicado na superfície do reboco argamassa colante que servirá
como ponte de ligação entre o reboco e a partilha cerâmica.
A fim de manter a integridade do edifício em um maior tempo, respeitando a
propriedades do material utilizado, deverá ser feita a manutenção da fachada a cada
três anos, segundo sugere as informações contidas na NBR 5674 (2012).

3 CONCLUSÃO

Com base na identificação das patologias por meio de vistorias e o teste de


percussão, não foi possível determinar uma origem exata, ainda considerando que
em caso de patologias não há de fato uma única origem. Devido a isso, foi mais
sensato remover o substrato antigo, que consiste na pastilha cerâmica, argamassa
colante, chapisco e reboco, de acordo com as demarcações do teste de percussão,
e refazer o substrato com a aplicação de reboco armado para uma melhor
trabalhabilidade diante a esforço de tração. Acrescentando a fachada conforme a
aplicação do revestimento cerâmico as juntas de dilatação, uma vez que não
existiam antes.
O uso de Material de Alumínio Composto (ACM) foi cogitado para a
manutenção predial, porém não foi aceito devido a decisão da assembleia
condominial. A ideia de usar o ACM ao invés de outros revestimentos externos (aço,
madeira, vidro, etc) ocorreu pelo fato de sua aplicação prática, que se resume na
fixação de perfis de alumínio através de gabaritos chumbados diretamente no
revestimento cerâmico, evitando assim a necessidade de remoção do substrato.
A obra de manutenção predial ainda está em andamento, ainda é possível
coletar mais dados, como o teste de arrancamento após conclusão da fachada F1,
para averiguar se a manutenção realizada foi eficiente. A análise do substrato e
pastilha no edifício em laboratório pode ser realizado futuramente.
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 13755:


revestimentos cerâmicos de fachadas externas com utilização de argamassa colante
– Projeto, execução, inspeção e aceitação. Rio de Janeiro, 2017.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5674. Manutenção de edificações


– Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. Rio de Janeiro, 2012

CAMPANTE, E. F., SABATTINI, F. H. Durability of Façade with Ceramic Covering -


Why They Fail. In: 9Th International Conference on Durability and Material
Components.

CAPORRINO, Cristina Furlan. Patologia em alvenarias. 2. ed. São Paulo: Oficina


de Texto, 2018.

LINCHENSTEIN, N. B. Patologia das construções: procedimento para diagnóstico


e recuperação. Disponível em:
http://www.pcc.poli.usp.br/files/text/publications/BT_00006.pdf. Acesso em: 20 out.
2022.

LORDSLEEM JR, A. C.; FARO, B. LORDSLEEM JR, A. C.; FARO, B. H. Building


façade cladding detachment: a case study. Revista Alconpat, v. 7, n. 2, p. 148-159,
2017. Disponível em: https://revistaalconpat.org/index.php/RA/article/view/126/0.
Acesso em: 24 out. 2022.

PACHECO, C. P.; VIEIRA, G. L. Análise quantitativa e qualitativa da degradação das


fachadas com revestimento cerâmico. Cerâmica. São Paulo, v. 63, n. 368, p. 432-
445, dez. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0366-69132017000400432&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27
out. 2022.

SILVA, M. Revestimentos Cerâmicos e suas aplicabilidades. Caderno de


Graduações. Maceió, v.2, n.3, p. 87-97, 2015.

Você também pode gostar