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JORNAL NACIONAL

Temer aciona Forças Armadas após vandalismo em protesto


em Brasília

Pelo menos seis ministérios foram alvos de depredação. Ação de garantia da lei e da
ordem permite o uso das Forças Armadas.

24/05/2017 21h09 - Atualizado em 25/05/2017 16h33

O presidente Michel Temerx decretou nesta quarta-feira (24) uma ação de garantia da lei
e da ordem em Brasília. Isso permite o uso das Forças Armadas para garantir a
segurança na cidade. Segundo o Ministério da Defesa, foi uma solicitação da Presidência
da Câmara e, também, uma medida contra a violência registrada num protesto em frente
ao Congresso.

A manifestação foi promovida e paga pela CUT e pela Força Sindical. Os manifestantes
pediam a saída do presidente Temer e eram contrários às reformas trabalhista e da
Previdência. O protesto terminou em vandalismo.

A manifestação começou com uma caminhada do Estádio Mané Garrincha em direção ao


Congresso. O protesto organizado e pago pelas centrais sindicais parou o trânsito na
cidade. Só a Força Sindical levou 800 ônibus com manifestantes a Brasíliax, segundo o
deputado Paulo Pereira da Silva.

Mas quando chegaram na Esplanada, alguns grupos conseguiram furar a revista da


polícia. Foi quando começaram os confrontos. Os policiais reagiram com spray de
pimenta, golpes de cassetete e bombas de gás lacrimogêneo.

Mascarados atacaram com bombas caseiras, pedaços de pau e pedras. Vândalos


arrastaram banheiros químicos para usar como escudo. Com o rosto coberto, um homem
atira uma bomba e comemora. Em outro local da Esplanada, eles queimaram bicicletas de
uso coletivo, orelhão e placas de trânsito.

Os manifestantes foram impedidos de chegar ao gramado do Congresso Nacional. Toda a


área foi isolada com barreiras. Do outro lado, a Polícia Militar; mais à frente, os
manifestantes. Era possível ver muita fumaça, porque puseram fogo perto do Ministério
da Saúde.

Além de monumentos como o Museu da República e a Catedral Metropolitana, ao menos


seis ministérios foram alvos de depredação: Turismo, Fazenda, Planejamento, Minas e
Energia, Cultura e o Ministério da Agricultura. O auditório foi incendiado. A fumaça era
vista de longe. Os bombeiros tiveram dificuldade para entrar na Esplanada.

Teve destruição também no Ministério da Cultura. Imagens mostram móveis, papéis


jogados pelo chão, material que acabou servindo de munição para os vândalos, que
montaram barricadas de fogo.
Vídeo do jornal O Globo mostra um PM que atira e vai em direção aos manifestantes. O
governo do Distrito Federal disse que a Secretaria de Segurança está apurando se a
arma utilizada era de fogo.

Em nota, a Força Sindical rechaçou a infiltração de vândalos no protesto e disse que não
tem nada a ver com os baderneiros.

A CUT também negou que os mascarados fizessem parte da central e disse que a
manifestação tomou uma proporção maior do que o esperado.

Os prédios dos ministérios na Esplanada foram esvaziados a pedido do governo, e tropas


federais convocadas para proteger o patrimônio público.

No meio tarde, o ministro da Defesa, Raul Jungmannx, anunciou que o presidente Michel
Temer decretou a ação de garantia da lei e da ordem, autorizando o emprego das Forças
Armadas na segurança da Esplanada, do Congresso e do Palácio do Planalto.

“Levando em conta fundamentalmente que a manifestação que estava prevista como


pacífica degringolou para violência, vandalismo, desrespeito e agressão ao patrimônio
público, com ameaça a pessoas, muitas delas servidores que se encontram aterrorizados
e que nós estamos, nesse momento, garantindo a sua evacuação, o senhor presidente da
República decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara, uma ação de
garantia da lei e da ordem. Tropas federais já se encontram no Palácio do Planalto, no
Palácio do Itamaraty e logo mais estão chegando tropas para assegurar que os prédios
dos ministérios sejam mantidos incólumes”, disse Jungmann.

Segundo o Ministério da Defesa, o decreto de garantia da lei e da ordem é usado nos


casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública e em
graves situações de perturbação da ordem.

Foi assim na Copa do Mundo, nas Olimpíadas e nas eleições. Nessas ações, as Forças
Armadas agem em área restrita e por tempo limitado, a fim de garantir a integridade da
população e o funcionamento das instituições.

Os militares da Força Nacional fizeram um cordão de isolamento. Não atuaram no


confronto com os manifestantes.

A PM calculou em 35 mil o número de manifestantes na Esplanada. No balanço da


Secretaria de Segurança do Distrito Federal, 49 manifestantes e policiais ficaram feridos.
Sete vândalos foram presos por lesão corporal, desacato, porte ilegal de arma e dano ao
patrimônio.

Protestos em outras cidades

Houve protestos, também, em outras capitais, pedindo a saída do presidente Temer e


contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Em Salvador, os manifestantes fizeram uma passeata no centro da cidade. Teve


manifestação também em Aracaju, Belo Horizonte e Porto Alegre.
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