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RECOMPOSIÇÃO DA APRENIZAGEM EM CONTEXTO PÓS PANDEMIA

Roberto X. A. Filho

Considerações iniciais

O cenário mundial provocado pela pandemia de Coronavírus em 2020 implicou em uma


série de ações para o controle da doença como o isolamento social e isso no âmbito escolar
suscitou em criar espaços de aprendizado e ensino fora das salas de aulas convencionais,
culminando na adesão e utilização das tecnologias digitais da informação e comunicação
(TDIC).
Em outras palavras, rapidamente houve a criação de espaços virtuais para o ensino
remoto, em que todos os atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem (gestores,
professores, famílias, estudantes etc.) tiveram que se adaptar a uma nova realidade. Essa
situação causou diversos efeitos, dentre eles, trouxe à luz com mais força as fragilidades já
existentes nos sistemas educacionais, bem como entre as aprendizagens das redes privada e
pública, em especial, no estado de São Paulo.
Com o retorno às aulas presenciais na rede pública de educação do estado de São Paulo,
nota-se que a educação de crianças e jovens em idade escolar, em particular àquelas
matriculadas nos anos finais do ensino fundamental, sofreu muito no que tange às
aprendizagens dos saberes escolarizados.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2021, em 2020 eram
10.091.607 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental - anos finais, o que
significa 84,60% de estudantes na rede pública de ensino no estado de São Paulo.
Sobre os estudantes com a aprendizagem adequada, observemos o gráfico abaixo:
Fonte: Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2021 (p. 72). Disponível em:
https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2021/07/Anuario_21final.pdf. Acesso em 03/03/2023.

Como podemos notar, no documento desenvolvido pelo Todos pela Educação, os dados
apontam que ao final do ensino fundamental - anos finais, a porcentagem de alunos com
aprendizagem adequada em Língua Portuguesa, no ano de 2019 era de 35,9% para aqueles que
estavam matriculados na rede pública, enquanto na rede privada esse índice é de 70,4%,
indicando uma diferença de 34,5%.
Ainda no mesmo documento, no que tange à aprendizagem da Matemática, temos os
seguintes dados:

Fonte: Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2021 (p. 72). Disponível em:
https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2021/07/Anuario_21final.pdf. Acesso em
03/03/2023.

Notamos que os dados do gráfico apontam que ao final do ensino fundamental - anos
finais, a porcentagem de alunos com aprendizagem adequada em Matemática, no ano de 2019
era de 18,5% para aqueles que estavam matriculados na rede pública, enquanto na rede privada
esse índice era de 55,8%, indicando uma diferença de 37,3%.
Ao relevar o contexto atual do aprimoramento dos saberes relacionados à aprendizagem
da Língua Portuguesa e da Matemática (no Ensino Fundamental - Anos finais), notamos que os
estudantes que estão mais vulneráveis à situação de defasagem são aqueles matriculados em
escolas públicas, seja porque há falta de recursos, infraestrutura ou diversos outros.

Nesse sentido, mesmo os estudantes, famílias e comunidades escolares que dispunham


de certos recursos para acesso às aulas remotas, notamos que as defasagens dos saberes foram
ampliadas durante o período de pandemia, o que pode ser observado em pesquisas.

Considerando ainda que dos matriculados em escolas da rede pública encontram-se


também os filhos dos trabalhadores da indústria paulista, encaminha-nos para o
desenvolvimento de programas que possam auxiliar no restabelecimento e fortalecimento do
processo de ensino-aprendizagem com a finalidade de recompor saberes dadas as defasagens
encontradas.

Nossa proposta para este artigo é fomentar e desenvolver uma discussão acerca desse
cenário de retomada às aulas presenciais, tendo como foco analítico o impacto da pandemia no
processo de ensino-aprendizagem na educação pública, sobretudo no que tange à aprendizagem
no ensino fundamental - anos finais nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.

Como tessitura metodológica, analisamos os dados coletados a partir de uma


abordagem qualitativa, pois entendemos que os números apontados nos gráficos nos permitem
observar e analisar os dados de modo mais amplo. Nas palavras de Creswell (2007) a
abordagem qualitativa dos dados permite uma observação com olhar aprofundado,
possibilitando a compreensão de determinada situação.

Para tanto, utilizamos como base de dados o relatório desenvolvido pela equipe técnica
do Sesi-SP, o qual foi emitido em dezembro de 2022, culminando com a finalização do
primeiro ciclo de atendimentos do Programa Emergencial de Educação Pós-pandemia
Recompondo Saberes. Por fim, apresentamos e discutimos os resultados desse documento a
fim de percebermos o impacto do programa no contingente de municípios atendidos em
parceria com o Sesi-SP.
A recomposição de saberes de Língua Portuguesa e Matemática no contexto do
programa educacional

O Sesi-SP, considerando os aspectos educacionais de defasagem na aprendizagem que


ficaram evidenciadas com a pandemia de Covid-19, desenvolveu um programa que buscasse
suprir essas necessidades. Para tanto, estabeleceu-se um movimento no qual se estabeleceu o
Programa Emergencial de Educação Pós-pandemia Recompondo Saberes.

Nesse âmbito, o Programa Emergencial de Educação Pós-pandemia Recompondo


Saberes emerge como uma transferência de tecnologia, cujo teor se apresenta como uma
solução educacional agregadora às práticas pedagógicas já desenvolvidas pelos professores da
rede pública.

A criação do programa tem como objetivo auxiliar na superação das dificuldades e


desafios ampliados pela pandemia, especialmente, no que tange à alfabetização (anos iniciais)
e às disciplinas específicas de Língua Portuguesa e Matemática (anos finais) e tem como
finalidade assistir na recomposição da aprendizagem dos estudantes matriculados na rede
pública, a partir da formação continuada de professores da rede do estado de São Paulo.
Ressalte-se que todas as atividades e todo o acompanhamento técnico oferecido pelo programa
são subsidiadas pelo Sesi-SP, ou seja, sem qualquer custo para os participantes ou municípios.

As ações de formação docente são realizadas in loco nas escolas e ou em espaços


disponibilizados pelos municípios para as formações junto aos docentes cadastrados no
programa. Essas formações consistem em encontros presenciais diretamente com os
professores a fim de se conhecer as necessidades reais encontradas nas salas de recomposição
de saberes e ou com os alunos com defasagem na aprendizagem, além de disponibilização de
materiais formativos na plataforma virtual.

O processo de formação continuada docente é desenvolvido pelos Analistas Técnico


Educacionais do Sesi-SP que auxiliam os professores com turmas de recomposição de saberes
a partir da personalização do ensino, ou seja, leva-se em consideração os saberes já
desenvolvidos pelos estudantes para que o professor e o analista do Sesi-SP, juntamente com o
apoio do material educacional, desenvolvam estratégias de ensino visando suprir as defasagens
na aprendizagem.
Em suma, o Programa desenvolve ações de formação docente para o aprimoramento
didático-pedagógico dos professores dos municípios participantes, tendo como foco a
aprendizagem e o sujeito, com base na personalização do ensino, por meio de práticas
diferenciadas e do acompanhamento técnico-educacional e com a utilização de material apoio
desenvolvido pela equipe técnica do Sesi-SP especialmente para o programa, de modo que na
prática da sala de aula do professor, ele construa caminhos para uma aprendizagem
significativa e, consequentemente, progrida para a superação da defasagem da aprendizagem
dos estudantes.

Desse modo compreendido, o Programa Emergencial de Educação Pós-pandemia


Recompondo Saberes, no âmbito da recomposição de saberes matemáticos e de língua
portuguesa para os estudantes dos anos finais do ensino fundamental, emerge como um
caminho para superação das defasagens, visto que se configura de maneira a considerar as
necessidades formativas dos professores que trabalham com a recomposição de saberes, bem
como as necessidades de aprendizagem dos estudantes.

Metodologia e procedimentos

Como procedimento metodológico, utilizamos os dados advindos de um documento


interno do Sesi-SP denominado “Relatório Final - dezembro de 2022”. O relatório foi
elaborado e produzido a partir dos lançamentos das respostas das avaliações aplicadas ao longo
do primeiro ciclo do programa, no segundo semestre de 2022, junto aos estudantes dos anos
finais do ensino fundamental tanto na disciplina de Língua Portuguesa quanto na de
Matemática.

De acordo com o descrito no documento, os dados foram inseridos em sistema


informatizado, diretamente na plataforma digital do Sesi-SP. Após a coleta das informações
dos resultados das avaliações, os dados foram tratados sistemicamente de maneira a produzir
informações que resultassem em gráficos os quais permitissem uma visualização dos números
por categorias como etapa escolar, ano escolar, disciplina, escola, dentre outros.

No que concerne à análise desses dados do relatório, optamos por uma abordagem
qualitativa, dado que com ela conseguimos ampliar nosso olhar analítico de modo a delinear
um relato o mais fidedigno possível acerca do impacto do programa nos municípios e, mais
pontualmente, de maneira que conseguíssemos desvelar como se efetivou a recomposição dos
saberes para os anos finais do ensino fundamental tanto em Língua Portuguesa quanto em
Matemática.

Resultados e discussão

Na sequência, apresentamos os dados relacionados aos anos finais do ensino


fundamental para as disciplinas específicas de Língua Portuguesa e Matemática. O primeiro
gráfico mostra o panorama comparativo entre os anos escolares do sexto ao nono anos para a
disciplina de língua portuguesa:

Fonte: Relatório Final, 2022.

Ao analisarmos os dados dos gráficos, notamos que do 7º ao 9º anos houve uma melhora
entre as avaliações inicial e final. Destaque-se o índice de melhora do 7º ano, o qual atingiu
mais de 18%, seguido do 9º ano, com 8,6% e o 8º ano com 3%, como percentual de avanço na
recuperação das defasagens, demonstrando que os estudantes apresentam repertório e sabem
lidar com questões com diferentes níveis de complexidade, bem como demonstraram o
desenvolvimento de habilidades relacionadas às questões das avaliações.

O único ano escolar que apresenta ligeira queda é o 6º ano, entretanto, se levarmos em
consideração que se trata de uma fase de transição entre a saída dos anos iniciais para os anos
finais, que há aumento na complexidade das questões e que o 6º ano é um dos mais impactados
pela pandemia (visto que fizeram tanto o 4º quanto o 5º anos remotamente), é justificável esse
déficit em sua alfabetização.

Na sequência, apresentamos um quadro comparativo com as habilidades trabalhadas e


o avanço atingido.

Fonte: Relatório Final, 2022.

Percebemos que das cinco habilidades trabalhadas nas avaliações diagnóstica e final,
duas delas tiveram uma progressão acima de 50 pontos percentuais (identificar informações
em narrativas e inferir informações implícitas; perceber e analisar recursos estatísticos e
semióticos dos gêneros jornalístico e publicitário); uma com mais de 40 pontos (identificar a
função na leitura e usar adequadamente na escrita pontuações; e inferir e justificar em textos o
efeito de humor e ironia/crítica) e outras duas acima de 30 pontos percentuais (inferir o sentido
de palavras ou expressões desconhecidas em texto; construir o sentido de histórias em
quadrinhos e tirinhas; identificar em textos advérbios e locuções adverbiais; identificar em
textos o uso de conjunções).

Esses números indicam um avanço significativo no desenvolvimento e aprimoramento


das habilidades, demonstrando que o programa contribuiu na recuperação das lacunas de
aprendizagem evidenciadas durante a pandemia. Tais dados nos permitem afirmar que tanto as
ações de formação continuada junto aos docentes, quanto as intervenções deles junto aos
alunos, contribuíram para um impacto positivo na aprendizagem dos estudantes.

A seguir, apresentamos os dados relativos aos anos finais do ensino fundamental para a
disciplina específica de matemática. O primeiro gráfico mostra o panorama comparativo entre
os anos escolares do sexto ao nono anos para a disciplina de matemática:
Fonte: Relatório Final, 2022.

Ao observarmos os dados dos gráficos, notamos que do 6º ao 9º anos houve um avanço


no desenvolvimento das habilidades entre as avaliações inicial e final. Note-se que os índices
apontam para uma variação de crescimento que parte de 0,7% (para o 9º ano) e atinge o máximo
de 7,4% (para o 8º ano). Sabemos que, historicamente, a aprendizagem dos saberes
matemáticos encontram diversas barreiras, desde as estruturais às de ordem didática ou falta
de motivação de estudantes e docentes.

Nesse sentido, vale ressaltar que a aprendizagem de matemática no âmbito escolar, não
se trata apenas de propiciar métodos para calcular, resolver problemas ou memorização de
fórmulas, a aprendizagem dos saberes matemáticos vai além, pois oportuniza ao estudante o
desenvolvimento de estratégias que orientam na atribuição de sentido às coisas do cotidiano,
possibilitando que o estudante estabeleça relações com sua vida.

Desse modo compreendido, ao analisarmos as avaliações de matemática do ensino


fundamental anos finais, notamos que o gradativo aumento demonstra uma ampliação no
repertório dos estudantes, bem como um afinamento das habilidades inerentes a cada um dos
anos escolares seja no âmbito da complexidade, seja no alicerce de conceitualizações.

Na sequência, apresentamos um quadro comparativo com as habilidades trabalhadas e


o avanço atingido.
Fonte: Relatório Final, 2022.

Para a avaliação de matemática, destinada aos anos finais, conforme o quadro acima,
temos cinco habilidades trabalhadas tanto na diagnóstica quanto na final: leitura e interpretação
de figuras geométricas; interpretar e resolver situações que envolvam gráficos e tabelas;
resolver e elaborar problemas que envolvam o princípio multiplicativo; ler, escrever e ordenar
racionais na forma decimal; compreender, comparar e ordenar frações. Podemos notar que em
todas as habilidades o desempenho foi aumentado, com índices variando de 22,2 a 43,6 pontos
percentuais.

O maior índice refere-se à leitura e interpretação de figuras geométricas em que temos


mais do triplo de acertos entre a primeira e a última avaliação. Para esta habilidade, relacionada
ao eixo temático do pensamento geométrico, na avaliação diagnóstica o índice médio de acertos
foi de 20,6% enquanto na avaliação final, para a mesma habilidade, temos uma elevação
atingindo 63%. E mesmo quando analisamos o menor índice, percebemos que houve um
aumento significativo, passando de 13,8 para 36%, o que equivale um aumento de 22,2 pontos
percentuais para a habilidade de compreender, comparar e ordenar frações, habilidade a qual
estabelece relação com o eixo temático da linguagem dos números.

De maneira geral, podemos afirmar que o processo de recomposição dos saberes, no


contexto do programa, se edificou como um caminho produtivo para a superação das
defasagens dos estudantes, tanto no que concerne aos conhecimentos escolarizados de Língua
Portuguesa quanto aos de Matemática, dado que se estabeleceu um percurso em que “[...] o
processo educativo seria necessariamente singular, voltado para a formação de uma
subjetividade autônoma, completamente distinta daquela resultante do processo de
subjetivação de massa [...]” (Gallo, 2003, p. 98).
Nesse sentido, os dados nos permitem afirmar que, ao longo do primeiro ciclo do
programa, houve avanço expressivo no tocante à aprendizagem, isto é, podemos dizer que as
formações, o material de apoio e a sua aplicação no trabalho pedagógico realizado pelo
professor em sala de aula, surtiu efeito positivo para a superação das lacunas de aprendizagem
dos estudantes dos anos finais.

Considerações finais

O contexto da pandemia trouxe a todos, em todos os setores da vida, a necessidade de


nos ajustarmos à nova realidade imposta. No campo educacional não foi diferente, demandando
dos atores envolvidos no processo (sejam gestores, educadores, professores, famílias e
estudantes) um novo olhar e uma nova conduta acerca das atividades inerentes ao processo de
ensino e de aprendizagem.

O momento pandêmico evidenciou o que já se sabia: as aprendizagens dos saberes


escolarizados encontram-se em defasagem. Assim, com o isolamento social, total ou parcial,
notou-se que há uma disparidade no que os estudantes deveriam ter como aprendizagens
adequadas daquilo que realmente detém.

Visto por esse viés e considerando tal contexto, este artigo se propôs a discorrer acerca
do cenário de retomada às aulas presenciais, objetivando a análise sobre o impacto da pandemia
no processo de ensino-aprendizagem na educação pública, sobretudo no que tange à
aprendizagem no ensino fundamental - anos finais nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática.

Para tal, apresentamos o cenário geral dessas aprendizagens e o escopo de abrangência


do Programa Emergencial de Educação Pós-pandemia Recompondo Saberes. Ainda tecemos
considerações sobre os procedimentos metodológicos e analíticos, culminando na análise e
discussão dos dados obtidos a partir de um documento interno elaborado pela equipe técnica
do Sesi-SP.

Com a análise dos dados, por fim, enveredamos para as nossas considerações finais, de
maneira a notar que os dados nos permitem afirmar que o primeiro ciclo do programa, ocorrido
no segundo semestre de 2022, impactou positivamente na superação das defasagens dos
saberes escolarizados tanto de Língua Portuguesa quanto de Matemática, no âmbito dos
anos finais do ensino fundamental, visto que os números do relatório mostram um avanço nas
aprendizagens desses componentes curriculares. Ainda sendo possível relacionar essa
progressão ao trabalho formativo desenvolvido pela equipe técnica do Sesi-SP junto aos
professores dos municípios participantes, bem como à sua aplicação no trabalho didático-
pedagógico realizado pelos professores em seus fazeres em sala de aula.
A ação promovida pelo SESI-SP lança luz à reais possibilidades de desenvolvimento de
politicas públicas voltadas a recomposição das aprendizagens, conforme determina o conselho
nacional de educação.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 9.394/1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Brasília. MEC, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação
Básica. Brasília: MEC, 2013.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília. MEC. 2018.
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 02 de março de 2023.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília:
MEC/Unesco, 1998.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre. Artmed,
1986.
FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo. Cortez, 2001.
GALLO, S. Deleuze e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, L.;
MORAN, J. (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem
teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 1-25.
PERINI, M. A. Gramática descritiva do Português. São Paulo: Ática, 1996. p. 31.
RABELO, E. H. Avaliação: novos tempos, novas práticas. Petrópolis. Vozes. 1998.
TODOS PELA EDUCAÇÃO. Nota técnica: Impactos da pandemia na alfabetização de
crianças, 2021. Disponível em:
<https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2022/02/digitalnota-tecnica
-alfabetizacao-1.pdf>. Acesso em: 03 março 2023.
RESUMO
O contexto da pandemia trouxe a todos, em todos os setores da vida, a necessidade de nos
ajustarmos à nova realidade imposta. No campo educacional não foi diferente, demandando
dos atores envolvidos no processo (sejam gestores, educadores, professores, famílias e
estudantes) um novo olhar e uma nova conduta acerca das atividades inerentes ao processo de
ensino e de aprendizagem. Considerando esse panorama, este artigo busca discorrer acerca do
cenário de retomada às aulas presenciais, bem como objetiva apresentar um programa
educacional que foi elaborado com a finalidade de auxiliar na recuperação do impacto negativo
que houve na educação da rede pública do estado de São Paulo, em decorrência da pandemia
de Covid-19, a partir da identificação das defasagens de aprendizagem, bem como buscar
soluções para as tais situações e, com isso, assistir para a melhoria da educação paulista. Para
tanto, empreendemos como procedimento metodológico uma abordagem qualitativa a fim de
principiar com a ação analítica dos dados obtidos por meio de documento interno elaborado por
equipe técnica da instituição. Como resultados esperados, esperamos por um avanço positivo
no que tange à superação das defasagens das aprendizagens dos saberes escolarizados.
PALAVRAS-CHAVE: Defasagem da aprendizagem. Recomposição de saberes. Ensino e
aprendizagem. Programas educacionais.

ABSTRACT
The context of the pandemic brought to everyone, in all sectors of life, the need to adjust to the
new imposed reality. In the educational field it was no different, demanding from the actors
involved in the process (whether managers, educators, teachers, families and students) a new
look and a new conduct regarding the activities inherent to the teaching and learning process.
Considering this scenario, this article seeks to discuss the scenario of resuming face-to-face
classes, as well as aiming to present an educational program that was designed with the aim of
helping to recover from the negative impact that there was on education in the public network
of the state of São Paulo, as a result of the Covid-19 pandemic, based on the identification of
learning gaps, as well as seeking solutions for such situations and, with that, helping to improve
education in São Paulo. To do so, we undertook a qualitative approach as a methodological
procedure in order to start with the analytical action of the data obtained through an internal
document prepared by the institution's technical team. As expected results, we hope for a
positive advance in terms of overcoming gaps in learning school knowledge.
KEYWORDS: Learning delay. Recomposition of knowledge. Teaching and learning.
Educational programs.

RESUMEN
El contexto de la pandemia trajo a todos, en todos los sectores de la vida, la necesidad de
ajustarse a la nueva realidad impuesta. En el campo educativo no fue diferente, exigiendo a los
actores involucrados en el proceso (ya sean directivos, educadores, docentes, familias y
estudiantes) una nueva mirada y una nueva conducta respecto de las actividades inherentes al
proceso de enseñanza y aprendizaje. Frente a este escenario, este artículo busca discutir el
escenario de la reanudación de las clases presenciales, así como presentar un programa
educativo que fue diseñado con el objetivo de ayudar a recuperarse del impacto negativo que
hubo en la educación en la red pública del estado de São Paulo, como resultado de la pandemia
de Covid-19, a partir de la identificación de brechas de aprendizaje, así como la búsqueda de
soluciones para tales situaciones y, con eso, ayudar a mejorar la educación en
São Paulo. Para ello, emprendimos un abordaje cualitativo como procedimiento metodológico
para iniciar con la acción analítica de los datos obtenidos a través de un documento interno
elaborado por el equipo técnico de la institución. Como resultados esperados, se espera un
avance positivo en cuanto a la superación de las brechas en el aprendizaje de los saberes
escolares.
PALABRAS CLAVE: Retraso en el aprendizaje. Recomposición del conocimiento.
Enseñando y aprendiendo. Programas educativos.

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