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ORIENTAÇÕES PARA

AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS


E REGISTROS ESCOLARES
DURANTE O PERÍODO DE ENSINO REMOTO E HÍBRIDO

Secretaria
de Educação
ORIENTAÇÕES PARA
AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
E REGISTROS ESCOLARES
DURANTE O PERÍODO DE ENSINO REMOTO E HÍBRIDO

Brasília, DF
2020
Governo do Distrito Federal

Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal

Subsecretaria de Educação Básica (SUBEB)

Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (SUBIN)

Subsecretaria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação (SUPLAV)

Subsecretaria de Inovação e Tecnologias Pedagógicas e de Gestão (SINOVA)

Imagens
Freepik

Revisão
Selma Furtado Frasão

Projeto Gráfico
Frank Alves
SUMÁRIO

ORIENTAÇÕES PARA AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS E REGISTROS


ESCOLARES DURANTE O PERÍODO DE ENSINO REMOTO E HÍBRIDO........6
ORIENTAÇÃO SOBRE O REGISTRO DE FREQUÊNCIA NOTA/MENÇÃO/
CONCEITO DOS 1º E 2º BIMESTRES ...................................................................... 7
AVALIAÇÃO FORMATIVA NO CONTEXTO DAS ATIVIDADES REMOTAS E
HÍBRIDAS..........................................................................................................................9
EDUCAÇÃO INFANTIL.................................................................................................11
ENSINO FUNDAMENTAL...........................................................................................12
ENSINO MÉDIO............................................................................................................14
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS......................................................................15
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL.....................................................................................16
EDUCAÇÃO DO CAMPO...........................................................................................17
EDUCAÇÃO ESPECIAL ................................................................................................18
SOCIOEDUCAÇÃO.....................................................................................................20
CENTROS INTERESCOLARES DE LÍNGUAS...........................................................21
DEPENDÊNCIA.............................................................................................................. 23
CONSELHO DE CLASSE.............................................................................................25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................26
ORIENTAÇÕES PARA AVALIAÇÃO DAS
APRENDIZAGENS E REGISTROS ESCOLARES DURANTE
O PERÍODO DE ENSINO REMOTO E HÍBRIDO

Considerando a retomada do ano letivo, de forma remota, bem


como a indicação de retorno às atividades pedagógicas presenciais
por meio do ensino híbrido; o caráter global e contínuo do processo
avaliativo, voltado ao acompanhamento do ensino e das aprendiza-
gens; a necessidade de buscarmos novas possibilidades de avaliação
e de alternativas de registros escolares que atendam ao previsto nas
Diretrizes de Avaliação Educacional: Aprendizagem, Institucional e em
Larga Escala 2014 - 20161 e, ao mesmo tempo, compatíveis com o for-
mato híbrido de ensino, a Subsecretaria de Educação Básica (SUBEB), a
Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (SUBIN), a Subsecretar-
ia de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação (SUPLAV) e a Sub-
secretaria de Inovação e Tecnologias Pedagógicas e de Gestão (SINO-
VA) vêm disponibilizar orientações para a promoção da avaliação das
aprendizagens, de modo coerente, processual e efetivamente educa-
tiva, além de recomendações sobre a forma adequada de efetuar os
registros escolares como instrumento capaz de evidenciar o alcance
dos objetivos de aprendizagem.

1 DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.


Diretrizes de Avaliação Educacional – Aprendizagem, Institucional e em Larga
Escala. Subsecretaria de Educação Básica. Brasília-DF, 2014-2016.

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ORIENTAÇÃO SOBRE O REGISTRO DE FREQUÊNCIA
NOTA/MENÇÃO/CONCEITO DOS 1º E 2º BIMESTRES

A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informa a


todos(as) os(as) profissionais, direta ou indiretamente envolvidos(as),
com os processos de avaliação dos(as) estudantes que, para fins de
registros de frequência e notas/menções/conceitos, referentes
ao 1º bimestre de 2020 (10/02 a 05/08/2020), o seu fechamento,
excepcionalmente, dar-se-á conjuntamente com o fechamento do
2º bimestre letivo (25/09/2020). Essa excepcionalidade ocorre diante
do cenário de suspensão das aulas presenciais na Rede Pública de
Ensino e dos muitos desafios impostos pela conjuntura em que, essa
Rede, antes formada e habituada ao ensino presencial, move-se toda
para os ambientes do ensino mediado por tecnologias
O momento pede muita flexibilidade e empenho uma vez que o
ensino remoto por meio de material impresso ou a partir de acesso
aos ambientes do ensino mediado por tecnologias digitais, é algo
novo para toda a Rede Pública de Ensino do Distrito Federal.
No sentido de nortear o processo de avaliação e registro, informamos
que:
• O Sistema de Gestão i-Educar estará “reconfigurado”, de modo a
não condicionar a abertura do 2º bimestre ao fechamento do 1º bi-
mestre. Significa que o(a) Professor(a) poderá abrir o 2º bimestre em
seu Diário de Classe WEB, mesmo estando o 1º bimestre “aberto”,
há a alternativa, também, realizar os registros de modo simultâneo.
• Na Educação Infantil, no Ensino Fundamental - Anos iniciais, os(as)
professores(as), excepcionalmente, poderão entregar um relatório
semestral referente aos primeiro e segundo bimestres.
• Os lançamentos (frequência/notas/menções/conceitos) referentes
ao 1º bimestre poderão ser feitos até o final do 2º bimestre, sem nen-
hum prejuízo (ao) à estudante. A mesma premissa vale, também,
para quem utiliza o Diário de Classe em seu formato impresso.

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Essas possibilidades pretendem contribuir para evitar o lançamento,
por vezes injusto, de faltas e notas/menções/conceitos, justamente
para aqueles(as) estudantes que encontram maiores dificuldades na
realização das atividades no ensino remoto e/ou não as apresentaram
no tempo devido.
A intencionalidade é garantir oportunidades, acolher o(a) estudante
em suas necessidades, estabelecendo uma comunicação generosa
entre ele(a) e o (a) Professor(a).
Considerando a situação de excepcionalidade aqui exposta,
salientamos que as Equipes de Secretarias Escolares devem permanecer
atentas quanto aos registros escolares necessários para emissão de
documentos, pois, no caso de transferência de estudantes, os dados
somente “subirão” para o Módulo Escola ao final do 2º bimestre.

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AVALIAÇÃO FORMATIVA NO CONTEXTO DAS
ATIVIDADES REMOTAS E HÍBRIDAS

Estamos sempre buscando melhorias educacionais capazes de


reverberar, positivamente, na aprendizagem dos(as) estudantes. A
garantia das aprendizagens por meio do ensino híbrido é um novo e
grande desafio. Por essa razão, diferentes perspectivas precisam ser
levadas em consideração diante de um campo de ação com o qual
boa parte dos(as) professores(as), estudantes e suas famílias não estão
habituados a lidar.
Estudos que refletem sobre a educação em tempos de pandemia, na
contemporaneidade, ainda são inéditos e escassos. Porém, o horizonte
que aponta para o caráter formativo de avaliação, independentemente
do contexto, deve ser seguido em sua essência a fim de subsidiar um
bom diagnóstico para o planejamento e replanejamento das ações
em prol da aprendizagem. Para isso, propomos reflexões necessárias
ao processo de avaliação em contexto de atividades pedagógicas
remotas/híbridas.
Primeiramente, é importante garantir a coesão entre as atividades
pedagógicas presenciais e as não presenciais. No ambiente virtual, é
preciso conhecer as ferramentas disponíveis, adequar a linguagem,
adaptar os materiais pedagógicos e as metodologias adotadas. É
fundamental reconectar-se ao(à) estudante, recriar vínculos, ainda que
virtualmente. Nesse processo, a avaliação deve representar mais uma
forma de construção do conhecimento.
A exemplo do que já se esperava no ensino presencial, a participação,
o protagonismo e a autonomia dos(as) estudantes, deverão ser
promovidos e, constantemente, estimulados. Para tanto, a avaliação
também precisa ser um momento para a construção de conhecimento
norteada pelo princípio básico da avaliação formativa: ela é o meio e
não o fim do processo dialético de ensino e de aprendizagem. Assim,
por mais que tenhamos um cronograma semanal de objetivos de
aprendizagem a serem trabalhados, essa concepção avaliativa exige

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do(a) professor(a) flexibilidade e disposição às mudanças. É certo
que o sistema informará qual estudante teve presença no horário
acordado, qual respondeu à questão, qual interagiu com mais de um(a)
colega quando requerido(a). Da mesma forma, as atividades impressas
também poderão indicar algum grau de participação e avanço. O que
os dois formatos têm em comum é que as evidências precisam ser
utilizadas para ajustar o ensino às necessidades de aprendizagem. Desse
modo, o feedback precisa ser contínuo e encorajador, estimulando e
promovendo a autoavaliação.
Avaliar processualmente exige um acompanhamento cuidadoso,
qualitativo, flexível e coerente com a proposta pedagógica da escola.
Soma-se a isso a importância de explicitar o que se espera do(a)
estudante. A avaliação, portanto, não deve ser pautada por propostas
inalcançáveis e em desacordo com as possibilidades de aprendizagem
ofertadas, mas deve contar com inúmeras formas de mensurar,
qualitativamente, os avanços das aprendizagens. Além disso, a ação
pedagógica também deve ser objeto de avaliação.
A correção e devolutiva, especificamente, não podem ser só um
número ou o conceito disponibilizado na plataforma ou no diário de
classe. Aquele dia de entrega e feedback que ocorre em sala de aula
vai precisar estar presente também no ambiente virtual. Podem ser
feitos comentários positivos e incentivadores, mas também perguntas
que estimulem o(a) estudante a pensar naquilo para o qual ele(a) não
se atentou. O cuidado e o acolhimento nas palavras são essenciais,
assim como a utilização de linguagem clara, objetiva e acessível a
todos(as) os(as) estudantes.
A avaliação, em suma, desvela a metodologia adotada pelo(a)
Professor(a), a compreensão dele(a) com a atipicidade do momento
presente e coerência dele(a) com os documentos norteadores do
nosso trabalho como Professores(as) da Secretaria de Estado de
Educação do Distrito Federal.
A seguir, são apresentadas orientações específicas para cada etapa,
modalidade e atendimentos específicos da Educação Básica.

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EDUCAÇÃO INFANTIL
As atividades remotas podem representar importante ferramenta
para a continuidade dos vínculos estabelecidos entre a escola, as
famílias ou responsáveis legais e as crianças e, a partir dessas ações,
contribuir para o processo de constituição das aprendizagens.
Os instrumentos e os procedimentos avaliativos precisam ser
elaborados e aplicados com vista ao desenvolvimento das crianças.
Toda a coleção de imagens, histórias, conversas, desenhos, ideias,
elaborações, expressões e produções da crianças, dentre outras
possibilidades, constituem-se em recursos para a reflexão sobre o
processo educativo e avaliação das ações pedagógicas.
As reflexões, análises e inferências, oriundas da escuta atenta,
sensível e intencional às crianças e das observações sistemáticas, são
registradas sob a forma de Relatório Descritivo Individual do Aluno
(RDIA), que deve ser compartilhado com as famílias ou responsáveis
legais, ao final de cada semestre.
O registro do RDIA, que excepcionalmente poderá ser semestral -
unindo 1º e 2º bimestres - , é de responsabilidade dos(as) Professores(as),
todavia o processo avaliativo, como compromisso ético e social, inclui
vários atores/atrizes, como os(as) demais profissionais da instituição,
familiares ou responsáveis e as próprias crianças. Estas devem participar
da avaliação nas atividades e em seu registro, inclusive iniciando o
processo de autoavaliação, ao compreender que estão implicadas na
organização do trabalho pedagógico, no planejamento, na execução,
na avaliação e retomada dos projetos e ações.

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ENSINO FUNDAMENTAL

No Ensino Fundamental, a avaliação formativa no ensino remoto/


híbrido orienta-se para promover intervenções constantes analisando
as informações obtidas por meio dos instrumentos e procedimentos
avaliativos - atividades orais e escritas, portfólios e webfólios, pesqui-
sas orientadas, registros reflexivos, autoavaliação etc., que compõem
o ato avaliativo. Os instrumentos e procedimentos avaliativos são
adaptáveis ao ensino remoto de acordo com os objetivos de aprendi-
zagem que se pretendem avaliar e potencializam as práticas pedagógi-
ca e de avaliação formativa.
Lembramos que a Organização Escolar em Ciclos para as
Aprendizagens, exige novas perspectivas sobre a métodos de ensino,
construção de saberes, práticas pedagógicas e também sobre a
avaliação, o que reverbera na necessidade de reorganização dos
tempos e espaços escolares.
Para os(as) estudantes dos Anos Iniciais, do Bloco Inicial de
Alfabetização - BIA, que estão em processo de Alfabetização, a avaliação
deve ser orientada a acompanhar em qual momento se encontra o(a)
estudante na aquisição dos diferentes tipos de letramento. Essas etapas
sucessivas devem ser avaliadas considerando a trajetória individual do(a)
estudante em um processo contínuo até sua conclusão.
Embora estejamos vivendo um momento atípico, permanecem as
mesmas orientações referentes aos registros do RAv - Registro de
Avaliação - Descrição do Processo de Aprendizagem do Estudante do
Ensino Fundamental – Anos Iniciais2 - 2º Ciclo para as Aprendizagens
(incluindo o RAv da Educação de Jovens e Adultos – 1º Segmento); e
RFA - Registro Formativo de Avaliação - 3º Ciclo para as aprendizagens
do Ensino Fundamental – Anos Finais.

2 Os/as professores/as que atuam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental,


excepcionalmente, poderão entregar relatório semestral referente aos primeiro e
segundo bimestres.

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No caso dos(as) estudantes que fazem parte do Programa Atitude,
poderão ser utilizadas avaliações diagnósticas de entrada e de saída,
sendo essas avaliações aplicadas de maneiras variadas como, por
exemplo, por meio da criação de formulários on-line, de atividades
impressas, relatórios, portfólios, trabalho escrito, dentre outros,
dando assim celeridade ao acompanhamento do desenvolvimento
das aprendizagens do(a) estudante. A utilização de autoavaliação
e de feedback serão de extrema importância para compor uma
avaliação formativa consistente dentro das especificidade dos(as)
estudantes em defasagem idade/ano. Quanto aos registros, sugere-
se o preenchimento da ficha de acompanhamento bimestral das
aprendizagens do programa Atitude, que é mais um documento de
auxílio ao Professor(a) para acompanhar as aprendizagens dos(as)
estudantes e na elaboração do RFA. Todos os instrumentos e
metodologias de avaliação devem se pautar no processo formativo
do(a) estudante, considerando-o único(a) em suas especificidades,
dificuldades e potencialidades, tendo sempre em vista a situação
atípica que estamos vivenciando.

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ENSINO MÉDIO

No atual contexto, seguindo as concepções e práticas avaliativas da


SEEDF, a perspectiva da avaliação formativa também deve ser utilizada
no Ensino Médio. Segundo as “Diretrizes para a Organização do Tra-
balho Pedagógico na Semestralidade: Ensino Médio”, elementos como
a avaliação diagnóstica, a autoavaliação e o feedback compõem a
avaliação formativa e são, portanto, indispensáveis para o processo
de avaliação, pois constituem-se em atos pedagógicos que fortale-
cem e potencializam as aprendizagens, tanto nas unidades escolares
de Ensino Médio que adotam o regime da semestralidade, como nas
unidades escolares-piloto do Novo Ensino Médio.
As estratégias de avaliação devem ser conduzidas, tendo em vista o
cenário de isolamento social e de atividades não presenciais seguindo
as orientações das equipes pedagógicas de modo a flexibilizar o
atendimento e a possibilidade de recuperação contínua. Além disso,
os processos avaliativos devem ocorrer considerando a necessidade
de acolhimento, as individualidades, as condições de acessibilidade,
de tempo e de ritmo de cada estudante.

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Na perspectiva de assegurar a avaliação para as aprendizagens dos


estudantes da Educação de Jovens e Adultos, a avaliação, em seus
diferentes processos e espaços, não poderá reproduzir as exclusões
a que os sujeitos dessa modalidade foram submetidos ao longo do
tempo. Portanto, o ato avaliativo deverá encorajar, orientar, informar
e conduzir os(as) estudantes em uma concepção contínua e formativa,
com vista às aprendizagens.
Desse modo, os instrumentos e procedimentos a serem adotados
para a realização de atividades avaliativas devem considerar um
diagnóstico e devem ser planejados e desenvolvidos de forma contínua
e processual, com foco na promoção de uma análise reflexiva sobre
as aprendizagens. A unidade escolar poderá planejar e desenvolver
instrumentos e procedimentos avaliativos que possibilitem o
acompanhamento e a intervenção, com o propósito de assegurar aos
(às) estudantes o direito às aprendizagens.
Os instrumentos e procedimentos fortalecedores da prática da
avaliação formativa podem contar com avaliação por pares ou colegas;
portfólio, webfólio ou portfólio virtual; registros reflexivos; seminários,
pesquisas, trabalhos em pequenos grupos virtuais e autoavaliação.
Os instrumentos para avaliação não devem resumir-se aos conceitos
ou ao registro do rendimento escolar, que na EJA, ocorre somente ao
término do módulo ou semestre letivo. Frisamos que o(a) Professor(a)
deve acompanhar e propiciar o alcance dos objetivos de aprendizagens
ao longo do semestre e efetuar o registro das atividades propostas
continuamente, utilizando instrumentos diversificados e adequados a
cada segmento.

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Para a Educação Profissional, na verificação do aproveitamento esco-
lar, deve-se observar a utilização de, no mínimo, 2 (dois) instrumentos
avaliativos (virtuais síncronos ou assíncronos ou impressos) por com-
ponente curricular, possibilitando uma avaliação dos(as) estudantes de
forma contínua e processual, bem como o domínio de determinadas
habilidades e conhecimentos que se constituem em condições indis-
pensáveis para as aprendizagens subsequentes, conforme o planeja-
mento de cada docente para as atividades pedagógicas não presen-
ciais, por meio da plataforma ou de material impresso.
Observando os demais critérios previstos no Plano do Curso, o re-
sultado do processo de avaliação das competências desenvolvidas
converge para o conceito – APTO ou NÃO APTO, conforme descrito
na Tabela a seguir:
Menção Conceito Definição Operacional
O(a) estudante desenvolveu as competências
A Apto requeridas, com o desempenho desejado,
conforme Plano de Curso.
O(a) estudante não desenvolveu as
NA Não Apto
competências requeridas.
Fonte: Regimento Escolar da Rede Pública de Ensino do DF.

Para os(as) estudantes que não obtiverem rendimento satisfatório,


será ofertada recuperação contínua e paralela às atividades de apren-
dizagem, executada pelo(a) respectivo Professor(a) do(s) componen-
te(s) curricular(es) em que se detecta(m) o(s) déficit(s). O(A) docente
acompanhará individualmente o(a) estudante, estabelecendo, para
isso, horários diferenciados e atividades extras, com vista à realização
de novos estudos apenas para Bases Tecnológicas/Conteúdos priori-
tários e objetivos não consolidados, intencionando-se, assim, alcançar
aprendizagens reais e não somente a consecução de notas mínimas.
As estratégias e as atividade utilizadas deverão ser traduzidas em no-
vas avaliações e acompanhamento dos(as) estudantes.

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EDUCAÇÃO DO CAMPO

Na organização do trabalho pedagógico nas Escolas do Campo,


é necessário considerar o papel da avaliação formativa, para a
determinação das propostas estratégias de intervenções pedagógicas,
no sentido de promover aprendizagens conforme os tempos e ritmos
diferenciados do público atendido.
Tanto o Conselho de Classe, quanto a Coordenação Pedagógica
são espaços privilegiados para que essa reorientação ocorra. Aliados
ao Inventário Social, Histórico, Cultural e Ambiental das Escolas do
Campo, tais elementos constitutivos da organização do trabalho
pedagógico, se articulados com a avaliação formativa, possuem
atributos para potencializar o caráter transformador necessário à
construção da “escola verdadeiramente democrática, pública e de
qualidade social” almejada.
A Pedagogia da Alternância parte do mesmo princípio no qual se
baseia a Educação do Campo: o princípio de que as experiências
relacionadas às práticas sociais dos sujeitos devem estar dialeticamente
articuladas às suas experiências escolares. Seu principal objetivo é
suscitar no(a) estudante a busca pela transformação da sua realidade,
a partir da leitura crítica/reflexiva das relações entre a vida cotidiana
e a vida escolar.

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EDUCAÇÃO ESPECIAL

A Educação Especial é uma modalidade de ensino voltada ao


atendimento educacional especializado aos estudantes com
Deficiências (surdez/deficiência auditiva, deficiência visual,
surdocegueira, deficiência intelectual, deficiência física, deficiências
múltiplas), Transtorno do Espectro Autista e com comportamento
de Altas Habilidades/Superdotação, bem como aos bebês e crianças
de 0 a 4 anos do Programa de Educação. Ressalta-se que o público
da Educação Especial encontra-se em escolas inclusivas, em Centros
de Ensino Especial ou na Escola Bilíngue Libras e Português Escrito, a
depender de suas especificidades.
Neste contexto, a avaliação na Educação Especial é, sobretudo,
um processo que objetiva fomentar reflexão a respeito de práticas
pedagógicas inclusivas, que possibilitem a compreensão das condições
de aprendizagem dos estudantes, a identificação e remoção das
barreiras para aprendizagem e para sua efetiva participação na vida
escolar, visando a garantia do atendimento de suas especificidades na
construção do conhecimento.
Deste modo, a avaliação caracteriza-se como processo continuado,
acessível, qualitativo e flexível, devendo considerar a aquisição de
habilidades e competências relacionadas ao currículo funcional - no
caso dos estudantes atendidos nos centros de ensino especial e os
avanços no processo de desenvolvimento infantil - aos estudantes
do Programa de Educação Precoce. Os processos avaliativos também
ensejam a verificação de aquisição e apropriação de conhecimento
acadêmico, com a adequação de currículo, sempre que necessário, aos
estudantes inseridos na rede regular de ensino e na Escola Bilíngue
Libras e Português Escrito.
Considerando o contexto atual de Pandemia causada pelo novo
Coronavírus, seus impactos educacionais e a retomada do ano
letivo de modo remoto, a Diretoria de Educação Inclusiva - DEIN,

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vinculada à Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral - SUBIN,
elaborou o Plano Pedagógico da Educação Especial para Atividades
Não Presenciais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal,
assim como o Caderno de Orientações para a Organização do
Trabalho Pedagógico Remoto da Educação Especial, apresentando,
dentre outras relevantes orientações, instrumentos específicos e
sua descrição, a serem utilizados para a ação pedagógica durante
todo o período de educação remota, devendo, deste modo, serem
considerados em todo o processo avaliativo dos estudantes público
alvo da Educação Especial.

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SOCIOEDUCAÇÃO

Em face das peculiaridades relativas aos(às) estudantes atendidos
pelos Núcleos de Ensino das Unidades Socioeducativas e tendo em
vista o papel da educação no processo de reinserção social, faz-se
necessária uma sondagem minuciosa para a identificação diagnóstica
de objetivos de aprendizagem alcançados pelos(as) estudantes. Em
seguida, é importante apresentar aos(às) estudantes, os objetivos a
serem alcançados e a metodologia adotada.
Diante das limitações quanto ao acesso à internet, o principal
mecanismo a ser adotado é a distribuição de material impresso
contemplando propostas diversificadas e autoinstrutivas.
No contexto socioeducativo, seguindo os critérios das Diretrizes
Pedagógicas de Escolarização para a Socioeducação, a avaliação
formativa tem como foco principal a promoção para as aprendizagens
no tocante às perspectivas de vida, com vistas à organização pedagógica
como desafios da escolarização dos estudantes atendidos.
Os instrumentos de avaliação formativa na socioeducação exigem
dos(as) Professores(as) aspectos que giram em torno da valorização das
experiências de vida, registros reflexivos, culturais que conduzam às
aprendizagens, ao exercício da cidadania respeitando a história de vida
pessoal dos adolescentes. Podemos então abarcar atividades avaliativas
no tocante à produção de textos, leituras, releituras, interpretação de
textos e raciocínio lógico-matemático, associados ao campo cognitivo
e social. Nessa linha, propostas que conduzam os(as) estudantes à
elaboração de um projeto de vida pode representar importante
ferramenta ao provocar reflexões, planejamento, identificação de
habilidades e a busca de expectativas futuras.

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CENTROS INTERESCOLARES DE LÍNGUAS

A função formativa da avaliação é certamente a mais significativa


para o percurso de aprendizagem de línguas. As aulas e atividades
presenciais, remotas ou híbridas, no âmbito da SEEDF, devem ser
norteadas por essa função da avaliação, que não se resume à aplicação
de testes ou à medição de conhecimentos. Nesse sentido, avaliar
requer movimento e continuidade e, ainda, feedbacke olhar atento
para as aprendizagens.
A avaliação formativa de uma língua estrangeira, em atividades
remotas ou híbridas, pode se materializar por meio de instrumentos
como redações, gravações de áudio e vídeo, testes, provas, entrevistas
em tempo real com uso de aplicativos, portfólio, webfólio, registros
de pesquisas, entre outros. Qualquer que seja o instrumento escolhido
para a avaliação da aprendizagem, o mais relevante é estabelecer
quais critérios serão considerados. Se a escolha for uma gravação,
por exemplo, é preciso definir critérios como tempo de gravação,
práticas sociais que devem ser inseridas, pronúncia, entonação, ritmo,
vocabulário e gramática adequados, fluência etc.
Uma vez definidos os critérios, é preciso pensar nas formas de
feedback. Se a escolha for uma prova, é importante que sejam
disponibilizadas as respostas e/ou os comentários das questões para
que os(as) estudantes possam aprender e aprofundar conhecimentos.
Da mesma forma, quando o instrumento avaliativo tem como objetivo
avaliar a produção oral, é preciso que o(a) estudante receba a devolutiva
da produção, destacando os avanços e o que precisa ser aperfeiçoado.
Essa devolutiva pode ser feita por meio de áudios ou textos escritos
em que o(a) Professor(a) explica suas próprias observações sobre as
produções avaliadas. Vale ressaltar que a mera atribuição de uma nota
não equivale a uma devolutiva consistente, que auxilie o(a) estudante
em seu processo de aprendizagem.
Há espaço também para a construção de roteiros com indicação
do que precisa ser revisto ou estudado pelo(a) estudante a partir

21
das avaliações de suas produções. Os roteiros e as atividades
complementares podem ser postados, enviados por correio eletrônico,
disponibilizados em plataformas, impressos e outras formas de
arquivos e ferramentas, contanto que, neles, o(a) Professor(a) oriente
e indique ao(à) estudante suas necessidades de aprendizagem a partir
das avaliações realizadas.
As atividades não presenciais podem se apresentar como um grande
recurso para boas avaliações e intervenções que de fato contribuam
para o desenvolvimento das aprendizagens dos(as) estudantes e
propiciem avanços em sua aprendizagem/aquisição de uma nova
língua. A avaliação para a aprendizagem pode e deve acompanhar essas
práticas e o processo de construção de conhecimento em diferentes
formatos, ambientes e espaços de aprendizagem. A avaliação que
permeia as atividades não presenciais, assim como nos ambientes
presenciais, é processual, uma vez que se dá em diferentes etapas
dos processos de ensino e de aprendizagem e prioriza os aspectos
qualitativos. É ainda uma avaliação para aprender e avançar.

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DEPENDÊNCIA

O regime de progressão parcial conhecido como dependência


encontra base legal na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB 9394/96). Em seu artigo 24, inciso III, no qual consta que “nos
estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde
que preservada a sequência do currículo, observadas as normas do
respectivo sistema de ensino”.
Amparado pela LDB, o regimento interno da SEEDF, no artigo
224, descreve que “É adotada a Progressão Parcial em Regime de
Dependência que assegura ao estudante prosseguir os estudos no(a)
ano/série imediatamente subsequente, dentro de uma mesma etapa
da Educação Básica, quando o seu aproveitamento no(a) ano/série
anterior for insatisfatório em até 2 (dois) componentes curriculares.”
O artigo 225 relata que aos estudantes matriculados no 6º, 7º e 8º
anos do Ensino Fundamental e na 1º e 2º séries do Ensino Médio devem
ter asseguradas as possibilidades de progressão parcial em regime de
dependência para o ano subsequente. Deve-se, contudo, observar as
recomendações contidas nos parágrafos 1º e 4º, do mesmo artigo, nos
quais estão estabelecidas as exceções à essa regra: “escolas em ciclos
( §1º) que devem seguir os moldes de transição entre os blocos I e II
e o §4º determina que a dependência não se aplica aos estudantes
matriculados nas turmas de correção de distorção Idade/ano.”
É importante ressaltar que o artigo 228, do mesmo Regimento,
determina que a dependência deve ser desenvolvida na própria
unidade escolar e a sua previsão deve estar contida no Projeto
Pedagógico da escola.
Quanto à promoção do estudante, deve-se observar que
“Independentemente do resultado obtido nos estudos de Progressão
Parcial em Regime de Dependência, o estudante deve ser promovido
para o ano/série seguinte àquele que está cursando, se nele evidenciar

23
desempenho satisfatório no componente curricular cursado na
dependência” conforme consta no Artigo 230 daquele regimento.
Destacamos ser fundamental salientar que, considerando-se o
contexto de emergência e necessidade de isolamento social devido
à pandemia da COVID-19, são apresentados à educação desafios
sem precedentes no sentido da proteção à saúde e ao bem-estar
de professores e estudantes. Portanto, recomenda-se que as
atividades de dependência com os(as) estudantes sejam realizadas
preferencialmente de maneira remota, utilizando-se das ferramentas
disponibilizadas pela Secretaria de Educação e pelas unidades
escolares, sendo asseguradas as aprendizagens aos(às) estudantes, de
modo que as ações de Progressão Parcial em Regime de Dependência
reflitam positivamente no desempenho escolar.

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CONSELHO DE CLASSE

O conselho de classe deve ser utilizado para possibilitar estudos e


discussões capazes de promover a avaliação, não apenas dos objetivos
de aprendizagem alcançados pelos(as) estudantes, mas deve abarcar
a avaliação institucional, das práticas pedagógicas e das estratégias
adotadas em contexto de pandemia.
O conselho de classe poderá ocorrer no fechamento do 1º
semestre, por meio de reuniões online, via Google Meet ou por meio
de outras ferramentas virtuais. Para o registro, é possível substituir
a Ata por “Memória de reunião – Conselho de Classe” que deverá
ser encaminhada à todos(as) os participantes para aprovação ou
solicitação de alterações.
É importante que os(as) professores(as) compartilhem, com toda a
equipe, um panorama de acesso dos(as) estudantes à plataforma bem
como resultados do atendimento por meio de material impresso,
lembrando sempre que o Conselho de Classe é uma oportunidade para
identificar fragilidades, re/avaliar e aprimorar práticas e estratégias,
e, principalmente buscar caminhos para o sucesso escolar dos(as)
estudantes. Por essa razão deve ser conduzida com ética, levar em
conta o processo de aprendizagem dos estudantes respeitando suas
produções e evitando comparações.

25
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estamos vivendo um período singular em nossa história, o que exige


de nós um olhar amplo e diferenciado para o processo de ensino e
de aprendizagem. Para isso, é necessário identificar os objetivos
essenciais e praticar a busca pela avaliação formativa, inclusiva, versátil
e democrática buscando alternativas para atender aos diferentes
estilos de aprendizagem e às necessidades e aos ritmos individuais.
A rede pública de ensino do Distrito Federal preconiza que a
avaliação, categoria central da organização do trabalho pedagógico,
faz reverberar suas intencionalidades sociopolíticas, comprometidas
com a educação pública de qualidade referenciada nos sujeitos
sociais, quando avalia na perspectiva da progressão continuada da
aprendizagem e na reflexão da transição de anos/séries/etapas.
Nesse sentido, os critérios, os procedimentos e os instrumentos
avaliativos devem considerar os objetivos formativos dos(as)
estudantes e dos(as) Professores(as), valorizando as capacidades
cognitivas, as necessidades educativas especiais, assim como as
peculiaridades culturais e socioeconômicas.
Antes de instrumentos e procedimentos formais de avaliação, que
geralmente fazem uma súmula em relação a um período de estudos, é
necessário que o(a) Professor(a) observe:
a. Quais aprendizagens esperadas? Rever objetivos.
b. O que os(as) estudantes acreditam que estudaram? Rever o
processo e perspectivas.
c. Quais os critérios avaliativos? Discutir com os(a) estudantes
(construção coletiva) e propor a autoavaliação em função desses
critérios.
Por fim, alertamos para a necessidade de que Professores(as) e
estudantes possam vivenciar práticas avaliativas de forma contínua

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e processual, privilegiando a formação humana, buscando facilitar
as aprendizagens e levando em conta, principalmente, os elementos
qualitativos dos resultados.

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