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MATERIAL I REVISÃO UEL MARÇO 2023 – L PORT - PROFA ELIANE HAJ – CONCORDÂNCIA, REGÊNCIA E CRASE, EMPREGO DE

PRONOMES E VERBOS, ORTOGRAFIA

Auto vitimização e auto responsabilização 49 mudar a sua vida. Por outro lado, elas sabem que o
20 DE JUNHO DE 2018I 50 papel de vítima sensibiliza as pessoas, e usam isso a
URI STORCH 51 seu favor. Com suas queixas, elas conseguem
(Adaptado) 52 chamar a atenção dos outros, transformando-se
53 assim no foco das atenções, provocando uma
COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, ESCOLAS, 54 sensação de que são importantes e especiais.
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, MEDIAÇÃO, PAIS E 55 Não pedem ajuda e nem procuram sair de uma
FILHOS 56 situação que não lhes agrada, porque isso lhes traz
57 vantagens e piedades. Sua atitude, simplesmente, é
O que é a vitimização? Qual é a importância da 57 se lamentar.
1 auto responsabilização para a evolução do ser 59 Além disso, elas têm dificuldade de fazer uma
2 humano e para a resolução pacífica de conflitos? 60 verdadeira autocrítica. Não percebem e nem
3 Como ajudar alguém a sair do vitimismo? Como 61 admitem que exista algo para melhorar nelas
4 podemos transformar a cultura de auto vitimização 62 mesmas.
5 pela raiz, ensinando a auto responsabilização para 63
6 crianças? Vamos explorar esses desafios ao longo 64 (...)
7 deste texto. 65
8 66 Não se faça de vítima
9 (...) 67 O problema é que, como disse Bert Hellinger,
10 68 autor das constelações familiares, “quem persiste na
11 69 atitude de vítima não consegue mudar”. A pessoa
O conflito é co-construído
12 70 que permanece nesse lugar não encontra força de
Costumamos dizer que “o conflito e co-
13 71 realização e de transformação dentro de si mesma.
construído”. Todos têm sua parcela de
14 72 E sua vida permanece igual – com os mesmos
responsabilidade para que o conflito se desenvolva.
15 73 problemas de relacionamento, constantes
Na mediação, buscamos formas de provocar nas
16 74 dificuldades emocionais, problemas recorrentes em
pessoas uma mudança de perspectiva em relação ao
17 75 relação ao trabalho, e assim por diante.
conflito, através, por exemplo, de perguntas como
18 76 Aprender verdadeiramente, no discurso e na
“O que você tem feito para contribuir para este
19 77 prática, o que significa ser responsável pelas
conflito?”.
20 78 próprias ações e pelos próprios sentimentos, é um
As pessoas, assim, percebem que não precisam
21 79 passo – ou melhor, um caminho – da mais alta
polarizar a relação, ou pensar que a única forma de
22 80 importância na evolução de um ser humano.
compreender aquela situação implica em que um
23 81
dos envolvidos esteja integralmente correto e o
24 82 Comunicação Não Violenta: linguagem de auto
outro integralmente errado. Ou ainda que um é bom
25 83 responsabilização
enquanto o outro é mau. Ou que um é a vítima e o
26 84 Segundo Marshall, a negação de
outro é o malfeitor.
27 85 responsabilidade é um dos tipos de comunicação
28 86 alienante da vida, na medida em que turva nossa
(...)
29 87 consciência de que cada um de nós é responsável
30 88 por seus próprios pensamentos, sentimentos e atos.
31 O que é a vitimização 89
Quem é a vítima? É aquela pessoa que sofre por Por exemplo, a expressão “fazer alguém sentir-
32 90 se” (como em “você me faz sentir culpado”) é uma
33 uma situação dentro da qual não tem escolha. 91
Existem, de fato, muitas vítimas no mundo. das maneiras pelas quais a linguagem facilita a
34 92 negação de responsabilidade pessoal por nossos
35 Porém, existe o “lugar da vítima”. Um lugar que 93
muitas pessoas escolhem (sim, escolhem) ocupar. E sentimentos e pensamentos.
36 94 A postura de vítima leva a pessoa a culpar o
37 por que escolhem isso? Porque vêem vantagens 95
nessa escolha, mesmo que não tenham consciência outro pelo que ela está sentindo ou sofrendo. E é
38 96 claro que o ataque provoca a defesa. Afinal,
39 disso. 97
A vitimização pode prejudicar consideravelmente ninguém gosta de ser atacado. Quando a
40 98 comunicação entre duas pessoas entra nessa
41 a vida de uma pessoa e daqueles que estão ao seu 99
redor. Essa atitude faz com que a pessoa tenha uma dinâmica de ataque e defesa, perde-se de vista o
42 90 que é que realmente cada um está precisando para
43 visão distorcida da realidade, e que sempre busque 91
encontrar um culpado por aquilo que acontece com sentir-se mais atendido em suas necessidades.
44 92 Colocar um problema utilizando a Comunicação
45 ela, esquivando-se de assumir as suas próprias 93
responsabilidades. Não Violenta é um convite para que o outro se
46 94 conecte e se solidarize com a necessidade de quem
47 As pessoas vitimizadas tendem a se sentir 95
infelizes por acreditarem não ter condições de apresentou o problema.
48 96
Este material é de propriedade intelectual e de uso exclusivo de Eliane Maria Haj. Uso, reprodução ou cópia parcial ou total implica sanções legais.
97 Em uma ocasião, narrada por Marshall 157 inadequadas. Outras decidem que não devem correr
98 Rosenberg, uma professora disse “Detesto dar nota. 158 riscos por medo de sentirem-se humilhadas caso
99 Acho que elas não ajudam e ainda criam muita 159 seus esforços não sejam bem sucedidos. Outras
100 ansiedade nos alunos. Mas tenho de dar, é a política 160 decidem se tornar bajuladores e tentar agradar os
101 da secretaria”. Marshall, para provocar um ganho de 161 outros, à custa de sua autoestima. E alguns decidem
102 consciência em relação à sua responsabilidade 162 que serão dissimulados sobre seus erros e que farão
102 pessoal, sugeriu a ela que substituísse a frase 163 de tudo para evitar serem considerados culpados.
103 “Tenho de dar nota porque é a política da 164 Pais e professores que dão às crianças
104 secretaria” por esta, completando-a: “Eu opto por 165 mensagens negativas sobre erros geralmente têm
105 dar nota porque desejo…” Ela respondeu: “Eu opto 166 boas intenções: estão tentando motivar as crianças
106 por dar nota porque desejo manter o emprego”, 167 a serem melhores “para o seu próprio bem”.
107 acrescentando: “Mas não gosto de dizer dessa 168 Entretanto, não pensaram muito bem nos
108 maneira, porque faz com que eu me sinta 169 resultados de seus métodos em longo prazo.
109 responsável pelo que faço…” 170 Precisamos, portanto, aprender a ensinar as
110 A Comunicação Não Violenta também nos 171 crianças a verem seus erros como oportunidades
111 conscientiza de que o que os outros dizem e fazem 172 para aprender. Podemos, por exemplo, dizer a uma
112 pode ser o estímulo, mas nunca a causa dos nossos 173 criança: “Você cometeu um erro. Isso teve
113 sentimentos. Nossos sentimentos são resultado de 174 consequências ruins. O que nós podemos aprender
114 como escolhemos receber o que os outros dizem e 175 com isso?”
115 fazem, bem como de nossas necessidades e 176 Podemos também modelar a auto
116 expectativas. Somos, assim, levados a aceitar a 177 responsabilização através do exemplo, ao sermos
117 responsabilidade pelo que fazemos para gerar os 178 capazes de dizer: “Eu errei. Me desculpe.” Segundo
118 nossos próprios sentimentos. 179 Jane Nelsen, autora do best seller ‘Disciplina
119 Diante de uma fala ou atitude negativa, podemos 180 Positiva’, “Quando os adultos assumem
120 tomar aquilo como pessoal e escutar apenas 181 responsabilidade pelo que fizeram para criar um
121 acusação e crítica, aceitando o julgamento da outra 182 conflito, as crianças geralmente querem seguir o
122 pessoa e provocando em nós sentimentos 183 exemplo e assumir sua parte da responsabilidade.
123 prejudiciais para a nossa auto-estima, como culpa, 184 Crianças aprendem responsabilidade quando têm
124 vergonha e depressão. Ou então inverter o sentido 185 exemplos de responsabilidade.”
125 da culpa, projetando-a na direção da outra pessoa, 186 Podemos também ser exemplos de coragem
126 culpando-a pelo que fez ou disse – e assim é 187 para aceitar a imperfeição, de forma que as crianças
127 provável que sintamos raiva. 118 aprendam que erros são oportunidades de
128 Uma opção saudável, neste caso, é desenvolver a 189 aprendizado.
129 auto empatia – perceber nossos próprios 190 Mas para isso nós, adultos, precisamos mudar
130 sentimentos e necessidades diante daquela 191 qualquer crença negativa que possamos ter a
131 situação. Ao fazermos isso, podemos nos 192 respeito dos erros.
132 conscientizar, por exemplo, de que um sentimento 193 “É muito mais fácil assumir responsabilidade por
133 de mágoa é consequência de uma necessidade de 194 um erro quando este é visto como uma
134 reconhecimento que não está sendo 195 oportunidade aprendizagem do que quando é visto
135 suficientemente atendida. 196 como algo ruim. Se nós vemos os erros como algo
136 Transformando a cultura de vitimismo na raiz: 197 ruim, tendemos a nos sentir inadequados e
137 ensinando a auto responsabilização para crianças 198 desencorajados e podemos ficar defensivos,
138 A educação que muitos de nós recebemos 199 evasivos, julgadores ou críticos – de nós mesmos e
139 quando crianças, e que a maioria das crianças 200 dos outros.”, disse Jane Nelsen.
140 recebe ainda hoje, tanto nas escolas quanto no seio 201 Outro aprendizado importante para todas as
141 familiar, é carregada de uma crença de que “errar é 202 crianças é o de que suas ações têm consequências.
142 errado”. Em nossa sociedade, aprendemos a ter 203 Encontrar formas de mostrar essa realidade para as
143 vergonha dos erros. 204 crianças, não de uma forma punitiva, porém que
144 No entanto, não há nenhum ser humano perfeito 205 sirva para o aprendizado de que existe uma relação
145 no mundo, embora todos exijam isso de si mesmos e 206 de causalidade entre o que fazemos ou deixamos de
146 dos outros. 207 fazer, e o que experimentamos mais tarde em
147 Procure lembrar-se de mensagens que você 208 nossas relações, em nossa saúde e em nosso bem-
148 recebeu de seus pais e professores sobre erros 209 estar, é um grande serviço que podemos prestar
149 quando era criança. Que mensagens eram essas? 210 para o seu futuro.
150 Quando você cometia um erro você recebia a 220 Para isto, precisamos ser capazes de permitir que
151 mensagem de que era burro, inadequado, mau, 221 as crianças experimentem algumas decepções e
152 desajeitado? Ao receber essas mensagens, talvez 222 frustrações, sem querer protegê-las ou privá-las de
153 você tenha, inconscientemente, tomado decisões a 223 tais sofrimentos.
154 respeito de você mesmo e de como se comportar no 224 Naturalmente, as crianças, quando adultas, terão
155 futuro. 225 mais facilidade de considerar a possibilidade de que
156 Algumas pessoas decidem que são más ou têm co-responsabilidade por eventuais conflitos ou
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dificuldades de relacionamento que estejam ERVA-DOCE, FEIJÃO-VERDE.
vivenciando.
Fonte: https://institutobemtevi.com/auto-vitimizacao-e-auto- Assinale a alternativa correta.
responsabilizacao/ - acessado em 15/08/2022 às 10h30min
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
01 b) Somente as afirmativas I e V são corretas.
Questão
Quanto aos aspectos gramaticais do texto, assinale o que for c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
correto. d) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
I. O autor do texto emprega os vocábulos “auto vitimização”
fora do padrão culto determinado pelo Novo Acordo
Ortográfico. Com o prefixo “auto”, só se emprega hífen antes 02
de H e de vogal igual. Nos outros casos, o vocábulo deve ser Questão
unido numa composição por justaposição sem hífen. Quanto aos elementos linguísticos do Texto, assinale o que
VERDADEIRA for correto.
Quando o prefixo termina com vogal e radical se inicia com
consoante diferente de H, o vocábulo se escreve junto, sem I. O pronome “lhes” empregado no trecho “procuram sair de
hífen. Caso o radical se inicie com H, o hífen é obrigatório, uma situação que não lhes agrada” (linha 56) poderia ser
como em AUTODESTRUIÇÃO e SOBRE-HUMANO. substituído pelo pronome oblíquo átono “os” sem prejuízo
sintático semântico.
II. Ao empregar o vocábulo “auto responsabilização”, o autor FALSA:
comete um desvio de ortografia no que tange à Reforma O verbo “agradar”, no sentido de “satisfazer”, é Transitivo
Ortográfica. Quando o prefixo termina em vogal e o radical se Indireto e exige o emprego da preposição “A” – agradar A
inicia por R ou S, as consoantes iniciais do radical devem ser alguém. Pela presença da preposição A, o único pronome
duplicadas e a grafia devia ser “autorresponsabilidade”. adequado em terceira pessoa é LHE(S).
VERDADEIRA:
Quando o prefixo termina em vogal e o radical se inicia por R II. A crase empregada em “à custa de sua autoestima” é
ou S, há a duplicação de R e S, como em MINISSAIA ou obrigatória em relação ao que prevê a norma culta da língua
MICRORREGIÃO. portuguesa por se tratar de uma locução feminina.
VERDADEIRA:
III. Pode-se afirmar que são formados pelo mesmo processo Antes de locução feminina, o emprego de crase é obrigatório
os vocábulos VITIMISMO e INTENÇÕES, visto que apresentam – à custa de, à medida que, à proporção que, à noite, à beça,
a formação pelos sufixos –ISMO e –ÕES. à toa, à espera.
FALSA:
Apesar de o vocábulo VITIMISMO ser formado pelo acréscimo III. No contexto em que se insere, os verbos FEZ e DISSE do
de sufixo –ISMO no processo chamado sufixação, bem como trecho “culpando-a pelo que fez ou disse” classificam-se
o vocábulo INTENÇÃO provir do verbo INTENDER pelo como Transitivos Diretos.
acréscimo do sufixo –ÇÃO, o elemento –ÕES não se trata de FALSA:
sufixo, mas desinência de número plural. Desinência não Apesar de aparecerem frequentemente como Transitivos
formam novos vocábulos; são apenas elementos flexionais. Diretos (fazer algo e dizer algo), no contexto em que se
inserem não apresentam paciente do processo (coisa feita ou
IV. No vocábulo BEM SUCEDIDO, o autor cometeu um desvio dita) e são classificados, portanto, como INTRANSITIVOS.
do padrão culto da língua em relação ao emprego de hífen,
visto que, como prefixo, BEM sempre exige o emprego de IV. A preposição EM da linha 101 caracteriza um caso de
hífen. regência verbal, visto que é regida pelo verbo PROVOCAR
VERDADEIRA: (linha 100), o que pode ser provado com o trecho
Como prefixo, BEM sempre exige o emprego de hífen, como “provocando em nós sentimentos prejudiciais para a nossa
em BEM-ARRUMADO, BEM-AFORTUNADO, BEM-ACEITO, auto-estima” (linhas 120-1).
BEM-SUCEDIDO, BEM-HUMORADO, BEM-ESTAR, BEM- FALSA:
QUERER. O verbo “provocando” da linha 120 é classificado como
Há, no entanto, compostos em que BEM aglutina-se com o Bitransitivo ou Transitivo Direto e Indireto – provocar algo em
segundo elemento: BENFEITO, BENFAZER, BENFEITOR, alguém – por reger dois envolvidos diferentes, pacientes do
BENQUERER, BENQUISTO. processo. Entretanto, na linha 101, a preposição EM pertence
à regência do substantivo “consciência” (linha 101) –
V. O vocábulo BEMTEVI presente na fonte do texto não consciência em relação a algo.
recebe hífen pela Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
FALSA: V. No trecho “Pais e professores que DÃO às crianças
Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas, o mensagens negativas sobre erros geralmente têm boas
hífen se mantém: intenções”, o verbo destacado em maiúscula determina a
COUVE-FLOR, BEM-TE-VI, BEM-ME-QUER, ERVA-DO-CHÁ, ocorrência de crase em “às crianças” devido à sua predicação
ABÓBORA-MENINA, bitranstiva.
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VERDADEIRA: pessoa do plural – recebem – a correção gramatical ainda
O verbo dar em questão rege dois complementos diferentes seria preservado de acordo com o padrão culto da língua.
– algo A alguém (Verbo Transitivo Direto e Indireto ou VERDADEIRA:
Bitransitivo). Como “as crianças” representam o destinatário Quando o sujeito gramatical é formado por uma palavra
do processo, temos um caso de objetivo indireto com partitiva ou coletiva (maioria, grande parte, uma porção,
substantivo feminino, caso que contempla a regra geral de grande número, um grupo, o enxame), o verbo fica na
emprego da crase. terceira pessoa do singular apenas para concordar com o
Assinale a alternativa correta. núcleo desse sujeito (maioria, parte, porção, número, grupo,
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. enxame). No entanto, quando tais expressões vêm
b) Somente as afirmativas II e V são corretas. acompanhadas de especificação, há a possibilidade de dupla
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. concordância – ou se estabelece com os núcleos citados ou
com o núcleo da especificação. Como o trecho citado é “a
d) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas.
maioria das crianças”, poder-se-iam aceitar duas construções:
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. a maioria das crianças recebe (concordância com o núcleo
“maioria”) ou a maioria das crianças recebem (concordância
03 com o núcleo da especificação “crianças”.
Questão
V. No trecho compreendido entre as linhas 159 e 161 “E
Quanto ao emprego dos verbos no Texto e aspectos alguns decidem que serão dissimulados sobre seus erros e
relacionados à concordância verbal, assinale o que for que farão de tudo para evitar serem considerados culpados.”,
correto. a perífrase verbal “serem considerados” encontra-se na voz
passiva analítica. Caso se optasse pela construção sintética
I. O emprego da forma imperativa na linha 66 caracteriza o “se considerarem”, manter-se-ia a clareza e a correção
aspecto injuntivo da língua ao direcionar o discurso ao gramatical.
interlocutor na tentativa de influir em seu comportamento. FALSA:
Para tanto, encontra-se no padrão culto ao empregar a A construção “serem considerados” se encontra na voz
conjugação da segunda pessoa do discurso. passiva analítica (verbo SER + particípio do VTD CONSIDERAR)
FALSA: apontando como seu sujeito semântico o pronome indefinido
A única informação incorreta é quanto à conjugação do verbo “alguns”, paciente da ação verbal (ação sofrida por eles). Ao
em segunda pessoa. Ao empregar o imperativo, o discurso é se substituir a perífrase verbal (locução verbal) “serem
dirigido à segunda pessoa (VOCÊ), entretanto o verbo está considerados” por “se considerem”, não ficaria claro se eles
empregado na TERCEIRA PESSOA, retirado do Presente do sofrem o processo ou se há o surgimento de uma ação
Subjuntivo (que ele faça), na construção do imperativo reflexiva em que eles realizam o processo neles mesmos –
negativo. Duas provas podem ser apresentadas: se conjugado eles consideram a eles mesmos culpados. Como a clareza foi
na segunda pessoa, a desinência –S estaria presente e a comprometida, as estruturas não se equivalem e prejudicam
construção seria NÃO TE FAÇAS; o pronome reflexivo SE a decodificação da mensagem.
empregado é de terceira e, caso o verbo estivesse em
segunda do singular, seria substituído por TE.
Assinale a alternativa correta.
II. O Presente do Indicativo predomina nos verbos
a) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
empregados, uma vez que as construções se alternam entre o b) Somente as afirmativas II e V são corretas.
aspecto genérico e o imperfectivo. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
VERDADEIRA: d) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas.
As informações apresentadas no texto se alternam entre e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
verdades atemporais (aspecto genérico) e estados, modos de
ser, faculdades, hábitos e processos em vigência (aspecto
04
imperfectivo). Questão
Quanto aos aspectos gramaticais do texto, assinale o que for
III. O verbo “têm” (linha 14) encontra-se na terceira pessoa correto.
do plural para concordar com seu sujeito, o pronome pessoal I. O autor do texto emprega o vocábulo “co-construído” fora
“outros”. Isso pode ser provado pelo emprego do acento do padrão culto determinado pelo Novo Acordo Ortográfico.
circunflexo, marca essencial à terceira do plural dos verbos Com o prefixo “co”, o radical sempre se justapõe ao prefixo,
TER e VIR bem como de seus derivados. mesmo que aquele se inicie por “o”.
FALSA: VERDADEIRA:
A única declaração falsa é a classificação do pronome, que se O prefixo CO sempre se une ao radical, mesmo que este se
trata de um pronome INDEFINIDO, não pessoal. inicie por vogal igual, o que não ocorre com outros prefixos.

IV. O verbo “recebe” da linha 137 se encontra na terceira II O vocábulo “auto-estima” se encontra dentro do padrão
pessoa do singular para concordar com seu sujeito gramatical previsto pelo Novo Acordo Ortográfico 2009-2016, uma vez
“a maioria das crianças”. Se fosse substituído pela terceira que os prefixos CONTRA e AUTO levam hífen antes de H, R, S
e VOGAL.
Este material é de propriedade intelectual e de uso exclusivo de Eliane Maria Haj. Uso, reprodução ou cópia parcial ou total implica sanções legais.
FALSA: registro, também no padrão culto da língua – EM RELAÇÃO A
Nos prefixos terminados em vogal, quando o radical se inicia SUA RESPONSALIBIDADE PESSOAL.
por vogal diferente, o vocábulo se grafa sem hífen, como em VERDADEIRA:
AUTOESTIMA ou ANTIAÉREO; quando o prefixo termina com O emprego de crase antes de possessivo feminino no singular
vogal igual à inicial do radical, o vocábulo se grafa com hífen, é facultativo, uma vez que o pronome pode estar precedido
como em ANTI-INFLAMATÓRIO ou AUTO-OBSERVAÇÃO. ou não de artigo – seu irmão me ligou ou o seu irmão me
ligou.
III. O vocábulo FRUSTAÇÕES é formado pelo processo de
derivação sufixal, pelo acréscimo do sufixo –ÕES. III. Em relação à norma culta da regência nominal, o verbo
FALSA: AGRADAR se encontra fora do padrão culto da língua em
O vocábulo FRUSTAÇÕES é formado por derivação sufixal “tentar agradar os outros”, visto que, no contexto em que se
pelo acréscimo do sufixo –ÇÃO, mas –ÕES se trata de insere, trata-se de um verbo transitivo indireto.
desinência de número plural. VERDADEIRA:
O verbo agradar é transitivo direto quando expressa a ideia
IV. O vocábulo BEM-ESTAR se encontra no padrão normativo de “acariciar” (agradar o cão – fazer carinho nele) e transitivo
da língua no que tange à Reforma Ortográfica 2009/2016. indireto quando expressa valor semântico de “satisfazer”.
VERDADEIRA:
O prefixo BEM sempre exige o emprego de hífen, afora as IV. O pronome NOS da linha 108 é objeto direto do verbo
exceções citadas na proposição 08 da questão 01. CONSCIENTIZAR, por se tratar de um Verbo Transitivo
Indireto quanto à predicação.
V. No vocábulo destacado na expressão “comunicação NÃO FALSA:
VIOLENTA”, o hífen deveria ser empregado segundo o que O verbo CONSCIENTIZAR, no contexto em que se insere, é
prevê a norma culto do Novo Acordo Ortográfico. Transitivo Direto e Indireto ou Bitransitivo – conscientizar
FALSA: ALGUÉM de ALGO (“A Comunicação Não Violenta também
Depois do advento promulgado pela Nova Reforma NOS conscientiza de QUE O QUE OS OUTROS DIZEM E FAZEM
Ortográfica, o hífen, antes demarcado nas palavras PODE SER O ESTÍMULO”). Assim sendo, ao representar a
constituídas do “não” na qualidade de prefixo deixou de PESSOA conscientizada, cumpre papel de OBJETO INDIRETO,
existir. Assim, o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua parte que não rege preposição.
Portuguesa) atesta que agora os exemplos antes citados,
assim como os demais, não trazem consigo o uso desse sinal. V. Se o trecho “Qual é a importância da auto
Ou seja: responsabilização para a evolução do ser humano e para a
NÃO VERBAL, NÃO CONCLUÍDO, NÃO POLUENTE resolução pacífica de conflitos?” (linhas 1 a 3) fosse rescrito,
substituindo-se a preposição PARA pela preposição A, o
Assinale a alternativa correta. emprego da crase seria obrigatório para que o padrão culto
a) Somente as afirmativas II e IV são corretas. da língua fosse cumprido.
b) Somente as afirmativas II e V são corretas. VERDADEIRA:
c) Somente as afirmativas I e IV são corretas. A rescrita seria Qual é a importância da auto
responsabilização à evolução do ser humano e à resolução
d) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas.
pacífica de conflitos?. Como o A que antecede os substantivos
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. EVOLUÇÃO e RESOLUÇÃO (FEMNINOS) seria a fusão da
PREPOSIÇÃO A com o ARTIGO A, a crase seria obrigatória.

05 Assinale a alternativa correta.


Questão a) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
Quanto aos elementos linguísticos do Texto, assinale o que
for correto. b) Somente as afirmativas II e V são corretas.
c) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
I. O pronome “lhes” empregado no trecho porque isso lhes d) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas.
traz vantagens” (linha 56) poderia ser substituído pelo e) Somente as afirmativas II, III e V são corretas.
pronome oblíquo átono “os” sem prejuízo sintático
semântico. 06
FALSA: Questão
O verbo “trazer” é Bitransitivo ou Transitivo Direto e Indireto, Quanto ao emprego dos verbos no Texto e aspectos
uma vez que rege dois complementos, sendo um com relacionados à concordância verbal, assinale o que for
preposição e outro sem. No contexto em que se insere, o correto.
pronome LHES se enquadra como destinatário do processo (A
ALGUÉM), rege preposição A e só pode ser substituída por I. No trecho “Procure lembrar-se de mensagens que você
LHE(S) caso o complemento seja de terceira pessoa. recebeu de seus pais e professores sobre erros quando era
criança.“ (linhas 145-7), o verbo se encontra no modo
II. No trecho “em relação à sua responsabilidade pessoal”, o imperativo em sua forma afirmativa, o que caracteriza o
emprego da crase é facultativo e possibilitaria um segundo aspecto injuntivo da língua. Tal forma verbal se encontra
Este material é de propriedade intelectual e de uso exclusivo de Eliane Maria Haj. Uso, reprodução ou cópia parcial ou total implica sanções legais.
conjugada na segunda pessoa do singular por caracterizar a segundo o padrão culto da língua, Há, de fato, muitas vítimas
função apelativa da linguagem. no mundo.
FALSA:
Como o enunciado se dirige ao interlocutor é representante Assinale a alternativa correta.
da função apelativa da linguagem, na tentativa de influir no a) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
comportamento do interlocutor. Isso se prova pelo emprego b) Somente a afirmativas III é correta.
do verbo “Procure”, no modo imperativo. No entanto a c) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
conjugação verbal está na terceira pessoa do singular do
d) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas.
Presente do Subjuntivo, referente a VOCÊ, que, por ser
pronome demonstrativo, exige concordância na terceira e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
pessoa do singular.

II. O trecho compreendido entre as linhas 154 a 161


apresentam verbos representantes do aspecto imperfectivo e
iterativo da linguagem.
FALSA:
São processos inconclusos (imperfectivos), mas não
ITERATIVOS. Como a repetição se dá de maneira ilimitada,
caracteriza-se o aspecto HABITUAL da linguagem.

III. O emprego do acento circunflexo na forma verbal “têm”


da linha 163 atende ao prescrito pela NGB.
VERDADEIRA:
O emprego do acento circunflexo se encontra no padrão
culto previsto pela NGB por se tratar da terceira pessoa do
plural do verbo TER, para que concorde com seu sujeito
composto gramatical “Pais e professores”, correspondente à
terceira pessoa do plural. Isso ocorre sempre que TER e VIR
se conjuga no Presente do Indicativo – eles têm e eles vêm –
bem como seus derivados – eles mantêm e eles provêm.

IV. O trecho ” Não percebem e nem admitem que exista algo


para melhorar nelas mesmas.” (linhas 60 a 62) apresenta um
verbo conjugado na terceira pessoa do plural por se tratar de
um caso de SUJEITO INDETERMINADO.
FALSA:
No contexto, pode-se apontar como sujeito semântico das
formas verbais “percebem” e “admitem” o conjunto “as
pessoas vitimizadas” (linha 47). Estando os verbos na terceira
pessoa do plural, mas com referencial presente no texto,
temos um caso de SUJEITO OCULTO, ELÍPTICO, DESINENCIAL
ou IMPLÍCITO NA DESINÊNCIA VERBAL, visto que o contexto
pode aponta-lo. A terceira pessoa do plural como
representante de SUJEITO INDETERMINADO ocorreria
quando não se quer ou não se pode apontar o sujeito ou nem
o contexto o apontaria.

V. Em “Existem, de fato, muitas vítimas no mundo.” (linha


34), o verbo se encontra fora do padrão culto da língua, visto
que constrói uma ORAÇÃO SEM SUJEITO com verbo
IMPESSOAL, que só deve ser conjugado na terceira pessoa do
singular. A forma correta seria EXISTE.
FALSA:
O verbo EXISTIR não se enquadra como verbo impessoal nem
constrói ORAÇÃO SEM SUJEITO ou SUJEITO INEXISTENTE.
Possui sujeito (coisa que existe – “muitas vítimas no mundo”)
e deve concordar com ele na terceira pessoa do plural. O
verbo HAVER, quando empregado no sentido de EXISTÊNCIA,
OCORRÊNCIA ou TEMPO DECORRIDO, não possui sujeito e
fica na terceira pessoa do singular bem como seus auxiliares.
Assim, caso substituíssemos o EXISTIR por HAVER, teríamos,
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