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Charles Perrault

Charles Perrault (1628-1703) foi um importante escritor francês, autor de grande


número de contos infantis, entre eles, A Bela Adormecida, O Gato de Botas,
Chapeuzinho Vermelho e o Pequeno Polegar.
Charles Perrault (1628-1703) nasceu em Paris, França, no dia 12 de janeiro de 1628.
Filho de Pierre Perrault e de Paquette Le Clerc descendentes de uma nobre família de
Tours, cidade próxima a Paris. Em 1637, ingressou no Colégio de Beauvais, onde
realizou brilhante estudo literário. Em 1643, iniciou o curso de Direito, concluído em
1651.
Em 1697, com quase setenta anos, Charles Perrault passou a registrar as histórias, ou
contos, recitados entre as damas nos salões parisienses. Ao dar um acabamento literário
a esse tipo de história, estava criando um novo gênero da literatura “o conto de fadas”.
O livro, publicado no dia 11 de janeiro de 1697, ficou conhecido como “Contos da Mãe
Gansa” e reunia diversas histórias, entre elas, “Chapeuzinho Vermelho”, “A Bela
Adormecida”, “O Gato de Botas”, “Cinderela”, “Barba Azul”, “As Fadas” e “O
Pequeno Polegar”. Essas histórias eram encerradas em forma de poesia, contendo
sempre uma lição de moral.
Charles Perrault faleceu em Paris, França, no dia 16 de maio de 1703

Chapeuzinho Vermelho
Chapeuzinho Vermelho é um dos contos mais conhecidos e com muitos significados,
começando pelo título, a cor vermelha representa emoções violentas, é a cor da atração,
e na narração a avó presenteia a neta com uma capinha vermelha, o que significa uma
transferência sexual. Praticamente o conto todo é desenvolvido em torno do conflito
edípico da menina, a qual é seduzida pelo lobo na floresta e acaba lhe ensinando o
caminho para a casa da vovó. A criança deixa seduzir-se por conta do seu desejo pelo
pai, e a figura dele é representada tanto pelo lobo quanto pelo caçador. “[...] O caçador é
a figura mais atraente, tanto para os meninos como para as meninas, porque salva os
bons e castiga o malvado.”(p.213). O caçador resiste aos mandamentos do id (matar o
lobo, sem tirar a menina e a idosa de dentro da barriga do animal) e age pelo principio
da realidade, primeiro salva os bons e depois mata o vilão. O caçador traz a imagem do
pai protetor.

Resenha: A Psicanálise dos Contos de Fadas


Em seu livro ​A Psicanálise dos Contos de Fadas​, publicado pela ​Editora Paz e
Terra ​3ª edição, em 1980, Bruno Bettelheim discute como os contos de fadas podem
intervir nos processos evolutivos da criança, ajudando-a na compreensão do que esta
acontecendo com si mesma, e ainda, resolvendo de forma mais saudável seus conflitos
internos. O autor busca nas histórias infantis mais conhecidas, um sentido que não é
visto por todos, fazendo uma análise psicanalítica de algumas delas e por consequência,
trazendo a tona uma linguagem simbólica, dessa maneira, demostrando um conflito
psíquico por traz de todo o encantamento dos contos de fadas.
No início de seu texto, o autor enfoca que para a criança é mais fácil e mais
saudável aprender o que é certo ou errado através dos contos, pois eles propiciam uma
visão semelhante a da criança, e assim ela acaba encontrando refúgio e solução para os
seus problemas. Logo, quando a mesma deparar-se com alguma dificuldade no seu
pequeno “mundo cor de rosa” terá na lembrança o seu refúgio mental, no qual um final
feliz sempre lhe aguarda.
Psicanalise em Chapeuzinho Vermelho
Chapeuzinho Vermelho é um dos contos mais conhecidos e com muitos
significados, começando pelo título, a cor vermelha representa ​emoções​ violentas, é a
cor da atração, e na narração a avó presenteia a neta com uma capinha vermelha, o que
significa uma transferência sexual. Praticamente o conto todo é desenvolvido em torno
do conflito edípico da menina, a qual é seduzida pelo lobo na floresta e acaba lhe
ensinando o caminho para a casa da vovó. A criança deixa seduzir-se por conta do seu
desejo pelo pai, e a figura dele é representada tanto pelo lobo quanto pelo caçador. ​“[...]
O caçador é a figura mais atraente, tanto para os meninos como para as meninas,
porque salva os bons e castiga o malvado.”​(p.213). O caçador resiste aos mandamentos
do id (matar o lobo, sem tirar a menina e a idosa de dentro da barriga do animal) e age
pelo principio da realidade, primeiro salva os bons e depois mata o vilão. O caçador traz
a imagem do pai protetor.
A história deixa explícito que não é seguro falar com estranhos, por mais que eles
mostrem-se dóceis, como o lobo na conversa com Chapeuzinho. A maneira que a avó e
a neta saem de dentro da barriga do lobo é semelhante a um parto, o que deixa claro que
a menina ao encontrar com os perigos da vida, perdeu a inocência de criança e renasce
como uma moça madura capaz de ter atitudes prudentes.

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