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A Pubalgia

-
1 a Edicão
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I
A ADEIAS t
1
1
: ~

VOLUME 3
A Pubalgia

I ;.
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BUSQUET. Léopold
As cadeias musculares
Volume 3 - A pubalgia·
tradução Lygia Paccini Lustosa, Beatriz Pifano Soares Ferreira
Belo Horizonte, 2001.

f
Título original: Les cha7nes musculaires f
Tome 111- La pubalgie II
SUMÁRIO
ISBN 85·902232·4·8 I
I
Comentário sobre o livro anterior 9

Prefácio - Pierre Villepreux 11


Prefácio - Jean-Michel Larqué 13
Do Original:
Les Chaines Musculaires
Introdução 15
lclme Jll - La pubalgie
'C, {dit i(;ns Frison-Roche, Paris, 1993, 1998, 2001
Conceito de pubalgia 17
.! ".(;(;(i·'('): LYUia Paccini Lustosa
Beatriz Pifano Soares Ferreira Revisão anatômica 1

"'C'. <:':'): ",(i:,ja de Lourdes Costa de Queiroz (Tucha)


PRIMEIRA PARTE· FISIOLOGIA DO PÚBIS

i
f)1> j"; buiçi.~O:
Fisiologia do púbis 23
S!:~~1Din?ct Store
Na .eStática 24
g';a do nos~,rio, 1525 - Centro - 13400-186 - Piracibacaba - SP
C,. PO~:ldl 50 - Telefax: (19) 3422.1066 - W\,,·vv.skin.com.br Na' ditlâmica 2 .
Resumo sobre a função fisiológica do púbis na dinâmica ... 3 1
Fisic'l('rapeuti1 responsável pela formação no Brasil:
'.idria Ded!r;Z Zacarias Tolentino - CREFITO 4 6269-F
:':,:a Tupi<;, 204/ conj. 308/309 - Centro - 30190-060 - Belo Horizonte _ ~v1G
SEGUNDA PARTE - A PUBAlGIA TRAUMÁTICA
T,:: 131) :í226.4836 - Fax: (31) 3226.4077 - reabifisio@uol.combr

j','"!c,,c ("', ('i;eitos para a língua portuguesa reservados por: A pubalgia traumática . .30
Busquet
, :'c·;,:,ur:;;, parte desta publicação poderá ser reproduzida, guardada pejo sistema Tratamento da pubalgia traumática 42
"retrieval" ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja es,e 1. Osteopatia , 42
eletrônico, mecânico, de fotocópia, de gravação, ou outros, sem prévia autorização, 2. Terapia manual , 44
por escrito, do editor.
3. Eletroterapia 44
6 AS CADEIAS MUSCULARES
SUMÁRIO 7

4.Compressas quentes 44
Tratamento da pubalgia crônica 114
5.Bandangens funcionais 44
1. Tratamento cirúrgico 114
6.Acupuntura 46
2. Tratamento pelas cadeias musculares ~............. 115
7.Homeopatia 46 Os testes de mobilidade .......................................................... .. '. 1 1 r.\
8.Fitoterapia - Aromaterapia 46
Teste de flexão de pé (TFP): teste dos isquiotibiais 11 t3
9.Antiinflamatórios - Infiltrações 46
Teste de flexão de pé (TFP): teste do quadrado lombar .. 1 .i:::1
10. Laser 46
Teste de flexão de pé (TFP): isquiotibiais + quadrado lombar 12U
Teste de flexão assentado (TFA): teste do quadrado lombar . 121
TERCEIRA PARTE· A PUBAlGIA CRÔNICA Teste de flexão deitado (TFD): teste dos isquiotibiais .
Teste de flexão deitado (TFD): teste do quadrado lombar . 12~
Teste de mobilidade do psoas . '.; 'I
1"'
A pubalgia crônica 5:' Teste dos adutores .......................................... . 132
Estudos críticos 52 A flexibilização . 1 ~n
Pubalgia. a doença do jogador de futebol moderno 52 Tratamento isométrico 1J 't
As pu balgias 55 I. Trabalho isométrico dos adutores 1 J4

Os isquiotibiais 61 11. Trabalho isométrico dos abdutores 135


Porção longa do bíceps 61 lII. Trabalho isométrico dos retos abdominais 13 G
Porção curta do bíceps 61 IV Trabalho isométrico dos oblíquos 137
Sernitendinoso 6} Tratamento através de posturas excêntricas 137
Semimembranoso 6 J. I. Postura dos músculos posteriores 13.-:;

1. Compensações estáticas , 63 11. Postura do psoas 1 L; 1


No nível do joelho 63 III. Postura dos adutores 141
No nível da asa ilíaca ................................•............................................. 67 IV Postura dos abdominais 141
No nível do quadril 68 3. Tratamento osteopático 145
No nível dos isquiotibiais 68 Testes diferenciais das lesões sacroilÍacas 145
No nível da coluna lombar 68 Teste de flexão de pé (TFP) 145
No nível da sacroilíaca 69 Teste de flexão assentado (TFA) 147
2. Compensações dinâmicas 7O As lesões ilíacas 148
Pubalgia na prática do futebol e do rugby 70 Ilíaços anterior e posterior 148
Primeira compensação: limitação do ângulo de chute 73 Diagnóstico de um ilíaco anterior 150
Segunda compensação: flexão do joelho 75 Redução de um ilíaco anterior 152
Terceira compensação: flexão do joelho de apoio 77 Variante para indivíduos hiperflexíveis 153
Revisão anatômica dos abdominais 81 Ilíaco anterior _ 154
Participação dos retos abdominais 82 Diagnóstico de um ilíaco posterior 156
Participação dos oblíquos 85 Redução de um ilíaco posterior 157
Pubalgia na prática do tênis 92 Variante para indivíduos hiperflexíveis 158

-.,.
Fase estática 93 Ilíaco posterior 158
Fase dinâmica
Solicitações
,
das articulações (dobradiças - charneiras) vertebrais
9S
•....... 105
Testes de Downing
I. Teste de alongamento
160
160
,\
'
Solicitações
Conclusão
específicas do púbis ~. 107
110
11. Teste de encurtamento ; 161 '7
Diagnóstico de um ilíaco em abertura ou em fechamento 166
Pubalgia na prática do golfe 111 Fechamento ilíaco 167
8 AS CADElAS MUSCULARES

Abertura ilíaca 167


Diagnóstico de um ilíaco superior 167 I'
Ilía~2.~~-B~Ü9.L··
.: : , 169 ~.
:~
As lesões sacrais 17O
I. Teste de flexão assentado (TFA) 172
11.Teste do ressalto 172
Manipulações osteopáticas indiretas do sacro 178
I. Sacro em torção E/E ou D/D 178 COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO ANTERIOR
II. Sacro em torção D/E ou E/D 179
III. Sacro em flexão D ou E 180
N Sacro em extensão D ou E 181
Variante 182
As lesões pilbianas 183
Manipulações osteopáticas 185
Púbis em superioridade 185
Púbis em inferioridade 185 A primeira edição deste livro remonta a 1984. Com 17 anos de trabalho,
Decoaptação da sínfise 185 a prática cotidiana me confirmou o interesse e a exatidão da análise feita na
4. Tratamento do organismo , 188 primeira edição.
1. A nutrição , 188
Dietética 188 - O mundo esportivo tem evoluído na qualidade e intensidade de seus
Oligoe!ementos , 189 treinamentos. O alongamento e as cadeias musculares têm tomado um lugar
Vitaminas .. 194 importante.
" Fii:ninilção .. 195 - Depois de alguns anos, apareceu uma nova "raça" de esportistas
predispostos à pubalgia: "os obcecados por abdominais".
(.:.. '1"]("; L; são _ , 201
Entre a segunda e a terceira edição, a avaliação de mais de 850 pubalgias
:3 ;1-:;:.-..c; ~'(lfja , ".0.0 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• , ••• 205
fez aparecer uma pubalgia pouco freqüente, mas severa, que acometia os
dançarinos. Mesmo com uma boa flexibilidade, o en dehorsleva à hipenrofia
dos obturadores, e a pubalgia que se desenvolve assinalará no exame
radiológico uma espícula obturadora.

Com efeito, esse trabalho muito intenso dos abdominais provoca as


pÍores pubalgias.

Eu agradeço ao jornal L'EquÍpe por ter colocado seus arquivos à minha


disposição, assirn como a Robert Legros e Presse-Sport, que amavelmente
me forneceram todas as fotos esportivas deste livro.

A pesquisa e a realização deste livro puderam ser realizadas pela boa


vontade e preéiosa colaboração do meu colega e amigo Bernard Quef.
10 AS CADEIAS MUSCULARES
11

,
PREFACIO

Há alguns anos os casos de pubalgia têm-se expandido de maneira


inquietante.
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•.. ....~ .
. A pubalgia certamente sempre existiu, mas o repouso era, geralmente,
.•.. ,~ ;" •• '''·'4
o tratamento mais aconselhado. Os jogadores de futebol e de rugby [orem
os atletas mais acometidos por esse problema. O jogo de pés que eles, s,~()
obrigados a praticar os submetem a fortes desequilíbrios no nível da pelve,
o que implica contrações musculares importantes e anormais, levando a
compensações nefastas.
Léo Busquet é o osteopata mais ouvido no meio esportivo francês: no
caso do rugby, os resultados conseguidos em jogadores célebres confirmaram t
o seu bom trabalho.
I
Pessoalmente, no meu clube Stad Toulousain, assisti a curas eficazes e
rápidas, o que, para o jogador e o clube, é de importância vital.
Além da qualidade de seu diagnóstico e do tratamento a seguir, Léo
Busquet, esse remarcável psicólogo, sabe "dialogar" com o paciente a fim
de torná-Io disponível aos cuidados do terapeuta.
Confiança recíproca, aliada a um tratamento adaptado, faz com que os
"milagres", quando são produzidos, não sejam por pura sorte.
l
I
PIEBRE VILLEPREUX
ProfessJr de Educação Física
Treina,:cr do Stade Toulousain
Campe:§o da França (1985/1986/1989)
Treinaém da equipe da França de Rugby ,l
;1
•.. , > •••
12 AS CADEIAS MUSCULARES
13

I ,
PREFACIO

l
t

Em matéria de futebol, infelizmente, é costume pensar em curto tempo


I
r
!
de espaço. Uma das maiores premissas é dizer que o jogo f'1ais impOl tante
em toda uma carreira é aquele que se vai disputar em breve.
r Isso para situar o aspecto aleatório de uma carreira de um jogador ou
de um treinador, para quem o futuro depende às vezes de um único resultado
!
positivo ou negativo, a menos que isso seja também função da opinião
subjetiva de um dirigente qualquer.
Quando se é treinador, é freqüentemente impossível ser prudente, de
trabalhar efetivamente, de organizar o seu grupo, de efetuar uma
substituição. Devemos jogar todas as forças em campo, sem cálculo possível,
às vezes em detrimento do futuro. Divertir, pagar, gerenciar uma equipe
profissional custa caro, muito caro. É comum contar o orçamento de algum
clube em bilhões de centavos. É, então, pratica e financeiramente impossível
pagar "reservas" de luxo. A rentabilidade é a palavra mestre. A ferida é um
mal.'
Para o jogador, inicialmente, a sua inatividade pode causar um grande
prejuízo. É assim que vemos titulares perder o seu lugar e nunca mais
retomá-Io após um acidente sem consequências graves.
Para os dirigentes em seguida, que nunca estão satisfeitos em pagar
um profissional que dê suporte.
Para o treinador, enfim, que tenta manter sua equipe e para quem
mudança é sinônimo de enfraquecimento.
Entre todas essas forças que agem de modo desordenado, o terapeuta
não tem sempre a parte fácil. Sua opinião, portanto, qualificada é
Ii frequentemente mal interpretada por pessoas impacientes e incompetentes.
Uma melhor compreensão e a instauração de um diálogo entre o domínio
técnico e o setor médico só podem melhorar a dinâmica do grupo.

L
k
AS CADEIAS MUSCULARES 15

Entre as indisponibilidades que atingem os jogadores de futebol, a


mais propagada é, sem nenhuma dúvida, ~quela nomeada "mal dos
~\clutores".
A multiplicação dos jogos, a evolução alternada em campos
l'scorregadios, depois secos, uma recuperação insuficiente, uma preparação
111 1 adaptada, tudo isso concorre para a aceleração e a amplificação da
li, tologia. -
É evidente que o livro que eu tenho a honra de prefaciar endereça-
'c; em prioridade a especialistas. Mas dentro dessas grandes linhas, a leitura
INTRODUÇAO
pelos treinadores deve permitir uma melhor sensibilização do problema.
Sendo apenas por esta razão, este livro tem também um lugar na
biblioteca dos terapeutas.

JEAN-MICHEL LARQUÉ
Jornalista do Onze e TFl
Ex,capitão da equipe da França A quem se endereça este livro?
Ex-capitão de Saint-Etienne
Inicialmente, aos atletas e treinadores, em seguida aos diferentes
terapeutas encarregados de "gerenciar a saúde" de seus pacientes.
O objetivo deste livro é mostrar que uma pubalgia pode ser prevista
anos antes que o mínimo sinal doloroso apareça.
- O tratamento é sobretudo preventivo; ele é, antes de tudo. da
competência -do treinador ou do esportista, que aprende a se conhecer
melhor. Não deveríamos mais ver pubalgias graves em nossos consultórios,
e, se isso infelizmente acontece, não deixa de ser uma negligência de nossa
parte.
-".
O estudo do gesto do esportista por intermédio das cadeias musculares
-_o

) nos permite avaliar a boa função ou a sobrecarga dessas cadeias musculares.


Essa sobrecarga, sempre indolor no início. poderá rapidamente se concretizar
por meio de contraturas, de estalidos, de deteriorização articular (patologias
artrósicas, meniscais, discais).
O estudo das cadeias musculares rios permite programar uma ação
preventiva que se revela particularmente importante, atualmente, nas
diferentes faculdades, escolas de esporte, centros de estágio.
O tênis, por exemplo, esporte particularmente exigente para a cintura
escapular, a coluna vertebral e a pelve, é praticado cada vez mais
precocemente e com maior intensidade.
Todo erro qualitativo e quantitativo de treinamento pode ter repercussões
muito graves no futuro esportivo da criança, como no seu crescimento e no
. seu bem-estar físico_
O conhecimento biomecâniCo permite ajudar os treinadores que se
sentem incapazes de assumir essas responsabilidades.
Entre a federação ou o clube que pede o máximo de eficácia e recursos
médicos que só intervêm com o aparecimento dos sintomas, o treinador,
mesmo sendo competente, não está certo de
~~não fazer certos excessos ou
'd.·e.rr9..ê;.·~~;,.t.
. '~;.,·. l'. . •... ; ." ,. • "~ ..•. , .' ,' •. ,.:" .•.•. .":',.,.,' ~. .- -~.. ":"' '. .,,'
. Da mesma forma que sintomas dolor-~ podem levar a diagnósticos
falsos e alarmistas, podem também ser negl~'genciados, pois é ínfima a parte
visível de um fenômeno muito mais imp6rtante.
Este livro sobre a pubalgia não será uma exposição do estilo acad~mico,
masum convite para a leitura seguindo a pesquisa constante de um terapeuta
diante dos problemas de seus pacientes.
CONCEITO DE PUBALGIA
Na prática, é mais importante possuir a engenhosidade e a
disponibilidade do espírito do que receitas.
A liberdade da prática do terapeuta em relação à teoria é uma das
chaves de sua eficácia.
Quantas exposições bem apresentadas são entusiasmadoras quando as
escutamos, mas quantos são os terapeutas que se encontram desatnparados
diante de um paciente cuja lógica biomecânica desafia as grandes teorias. A pubalgia é a expressão de sintomas localizados no nível do púbis,
Os maiores progressos nascem dos fracassos; assim devemos permanecer com irradiações dolorosas em direção aos adutores, aos abdominais e às
modestos diante da complexidade e da inte~~gência que governam o nosso arcadas crurais.
corpo. Qualquer que seja o valor de nosso trabalho, somente compreendemos Essas irradiações não são constantes, de acordo com a gravidade àa
nielhor um ser 'que funciona há milhares de anos se o conhecermos pubalgia. Não abordaremos neste livro as dores do púbis de origem de um
. completamente, patologia da bexiga, próstata, etc .
O diagnóstico de pubalgia é apenas uma constatação; não nos dó
nenhuma explicação ou causa, ou melhor, "as causas".

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18 AS CADEIAS MUSCULARES 19

Com efeito, sobre essa etiqueta de pubalgia podemos, na prática,


distinguir duas categorias:
- as pubalgias traumáticas e
- as pubalgias crônicas.
As causas são diferentes, os tratamentos serão naturalmente adaptados
às necessidades que o corpo verbaliza por meio das dores.
Antes de visualizarmos a fisiopatologia do púbis, façamos uma revisão
de sua anatomia e de sua função fisiológica. REVISÃO ANATÔMICA

o púbis compreende três partes (fig. 1):


1. Um segmento horizontalsituado acima do forame obturador, (;'.3'IHGO
RAMO HORIZONTAL ou CORPO DO PÚBIS.
2. Uma lâmina quadrilátera situada à frente do forame obtura~;':~ p'.~I'[;.)
da linha média, aplainada de frente para trás, chamada L.~..:,1[:\;.c\
QUADRILÁTERADO PÚBIS.
3. Um segmento alongado situado abaixo e atrás da lâmina quadr-iláteca,
chamado RAMO DESCENDENTEDO PÚBIS.
A borda superior do ramo horizontal do púbis e a borda inferior do
ramo ascendente se unem, formando o ângulo do púbis.
A face sagital do ângulo do púbis forma uma superfície a,ricular
ligeiramente côncava com o grande eixo oblíquo embaixo e atrás.
Essa superfície articular e sua homóloga do púbis oposta articu~am-se
com-as faces laterais convexas do nódulo fibroso interpubiano.
A articulação é reforçada por (fig. 2):
- na frente: pelo ligamento anterior muito espesso - suas fibrassão transversais
e entrecruzam-se com as fibras oblíquas das expansões do reto abdominal, oblíquos
externos, piramidal do abdome, assim como os músculos grácil e adCltoresmédios;
- atrás: pelo ligamento posterior;
- acima: pelo ligamento superior;
- abaixo: pelo ligameno inferior ou ligamento arqueado subpubiano,
cujas fibras se confundem lateralmente com as expansões terminais dos
adutores médios e grácil.
.;." ,.".,,_~~P9:s.~r~~!~~9..él.Oi'l~9P:Ú~a,
poçi~mosf~zer .imediatamente a seguinte
, observação: o púbis é uma região particularmente bem reforçada sobre o
plano capsuloligamentar e tendinomuscular.
O púbis não parece ser uma região de fraqueza anatômica.
AS CADEIAS MUSCULARES

Primeira Parte
Borda superior

Ângulo do púbis
Lâmina Quadrada

Borda inferior ri
FIGURA 1
Ramo descendente

I!i
,
ISIOLOGI O PUB
Osteo!ogia

Reto abdominal

Oblíquo externo

Firêmidal

Adutor médio

FIGURA Z
Plano capsuloligamentar e l"ndinomuscular
23

il

Os movimentos fisiológicos co púbis devem ser considerados de 2co;-cit)


com a unidade funcional que representa a cintura pélvica: sacro +- ilí:1co
(fig. 3).

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FIGURA 3
A cintura pélvica
(segundo Kapandji)
24 FISIOLOGIA 00 PÚBIS

NA ESTÁTICA (fig. 4) NA DINÂMICA

4··
.~ !!l.
o púbis tem uma função menor: Stratcha, _m 1938, demostrou, por meio de um jogo de setas, com um
- as forças descendentes que chegam à pelve se propagam desde a cursor fixQ no sacro e em um dos ilíacos, que podíamos observar
coluna ,,-ertebral, através do sacro, das articulações sacroilÍacas, para alcançar deslocamentos da articulação sacroilÍaca.
t\ as coxofemorais (quadril), uma parte terminando no nível do púbis,
! - llyerSamente, as forças ascendentes, provocadas pelo apoio dos pés
mi, do National College de Chicago, constatou a mobilidade dessa
articulação durante a marcha utilizando referências metálicas intra-
no chão, sobem pelo fêmur até as coxofemorais, uma parte terminando no articulares, de onde ele seguia os movimentos através de radioscopia, o
nível do púbis, que foi confirmado pela radiocinemática.
- o estudo das trabéculas ósseas confirmam essas direções. Durante a marcha, o apoio do pé no solo transmite uma força reacional
Na estátÍca, a artÍculação pUbÍana abSOlve ull}a parte das forças dadas
.:' .
'.--~. ~
.i-. __

ascendente, que é aplicada no nível da articulação coxofemoral (fig. 5). A


pela graFldade. O nódulo flbroso tem a função de um dÍsco ÍnrerpubÍano articulação sacroilíaca, estando posterior, traduz esta força no nível da asa
ver!ical.izado (ref. Observações complementares, volume 4). ilÍaca como um movimento de posterioridade.
O peso do tronco transmite uma força descendente sobre o disco
~.
L5-S1, que tende a horizontalizar o sacro (fig. 6).

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FIGURA 4
Forças estáticas
FIGURA 5
Força ascendente: posterioridôde ilíaca
AS CADEIAS MUSCUlARES FISIOLOGIA DO PÚBIS 27

Sob o efeito dessas duas influências ascendentes e descendentes, registra-


um afastamento da ponta inferior do sacro para trás e da tuberosidade
i 'quiática para frente. A abertura do ângulo isquiococcigeaJ;lo valoriza a função
I grandes e pequenos ligamentos sacroisquiáticos (fig. 7).
Esses Jjgamentos vão absorver as [oiças descendentes e ascendentes a
fim de preservar a fisiologia da articulação sacroiliaca.
Mesmo que seja a distância, pela importância de sua função, devemos
nsiderá-Ios como ligamentos da articulação sacroilíaca (fig. 8). Toda
lrutura conjuntiva - ligamento, tendão, bainha, aponeurose ... - é
I'Í mente nutrida de receptores sensitivos. Essa constatação anatômica
I t1 stra que as estruturas fibrosas feitas para absorver forças não aceitam
; 'I" alongados acima da tensão máxima fisiológica.
Cada elemento -ligamento, aponeurose, etc. - possui sua própria tensão
l'i"ioló9ica, em função de sua espessura e da densidêde de seus tecidos.
I\cima elo limite de tensão, os receptores sensitivos em-iam informações de
,li ngamento, de dor. Essas informações desencadeiam imediatamente, por
vi.! l"ef1exa,uma resposta muscular, a qual obedece à lei de ausência de dor

FIGURA 7
Forças ascend~ntes e descendentes absor.idas pelos
ligamentos sacroisquiáticos

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'I;
1:-, ' .
.'1

FIGURA 6 FIGURA 8
Força descendente: horizontalização do sacro Ligamentos sacroisquiais
· - - .
28 AS CADEIAS MUSCULARES

que rege o funcionamento do corpo. O piriforme será solicitado para proteger Em resumo, no momento do apoio unipedal, registramos, do lado do
os ligamentos sacroisquiáticos. apoio ao solo (fig. 9):
No meu livro As cadeias musculares, v. 4: Membros inferiores,
,,:0. .•..

dê·sé'il~oít:'ó a-função desses élementü:S·corijtiÍ'ltivos que temos ~c6Íno hábito :li~~6~:


=.~: i~"~6:t~~~à~~~;
-.. ,v~
englobar na mesma palavra: fascia. O tecido conjuntivo, chamado falsamente Do lado do membro inferior suspenso, o peso desse "Segmento repercute
de "substância neutra", é, na realidade, o elemento mais importante para em uma força descendente sobre a asa iliaca, a partir e em tomo da coxofemoraJ.
assegurar a estática, respeitando-se a lei de economia e assegurando a A asa iliaca é submetida, assim, a movimentos de anterioridade (fig. 10).
coordenação motora. A qualidade dos movimentos da pelve é. dada pela No momento dos movimentos de anterioridade-posterioridade ilíaca
quêllidade estrutural e proprioceptiva das fascias, sendo os músculos simples durante a marcha, o ramo pubiano eleva-se e abaixa-se. O ramo oposto faz
manobristas. o movimento inverso.
No momento do apoio unipedal, seja ele estático ou dinâmico, as Além dos movimentos de anterioridade-posterioridade, Kapandji mostra
resultantes das forças sobre os ligamentos tornam-se muito. mais em seu livro que a nutação ou horizontalização do sacru é acompanhada do
importantes, aumentando sua tensão. O piramidal do abdoll:e. que tem fechamento dos ilíacos (fig. 11). Esse fechamento ilíaco é feito em torno de
inserção sobre essa estrutura fibrosa, é envolvido de maneira ativa por uma um eixo, que une a articulação sacroilíaca atrás e o pé.bis na frente.
contração reflexa.
- Essa contração é regularizada na sua intensidade pela colocação em Durante o movimento, a crista i1íaca se aproxima da linha mediana do
tensão mais ou menos importante do ligamento sacrotuberal n1al"ol~ corpo e a tuberosidade isquiática se afasta.
Ao inverso, a contranutação é acompanhada da abertura ilíaca (fig. 12):
crista ilíaca, colocada acima do eixo, afasta-se, enquanto a tuberosidad

ApOiO unipedal

FIGURA 9 FIGURA 10
Apoio unipedal Apoio unipedal direrto
A CADEIAS MUSCULARES
FISIOLOGIA DO PÚBIS 31

'; uiática, abaLxo do eixo, aproxima-se.


RESUMO SOBRE A FUNÇÃO FISIOLÓGICA DO PÚBIS NA DINÂMICA
Esses movimentos de abertura-fechamento influenciariam o púbis no
11' mento da marc!;la?
Do lado do apoio ao solo (fig. 13):
Nesse momento de análise, poderemos pensar que a demonstração torna-se
- a asa ilíaca posterioriza-se;
II \11 i to complicada. Mas, para que a fisiologia do púbis seja simples e equilihrada,
- o ramo pubiano eleva-se.
(I Ilocessário tomar conhecimento dessas influências.
Do lado em suspensão:
- a asa ilíaca anterioriza-se;
- atamo pubiano abaixa-se.
A articulação do púbis é submetida a movimentos de desli.?a:::~':!(,~
superior e inferior (fig. 14 e 15). Esses movimentos de desiizam,),1[,:'
assemelham-se a um cisalhamento vertical.
Essa mobilidade fisiológica deverá ser limitada. Seu excesso c renei} 11,,:
deteriorização capsuloligamentar do púbis.
No momento da marcha, do lado do apoio ao solo, estando a W:WfeJiJ".Or.-d
fora do eixo que segue da sacroilíaca ao púbis, a asa ilíaca vem eu
fechamento.
Essa influência está associada à posterioridade ilíaca induzida por ullla
pressão na articulação coxofemoral que está à frente da sacroilíaca:
posterioridade + fechamento.
"

FIGURA 11
Fechamento da pelve

"

FIGURA 12
FIGURA 13
Abertura da pelve
Movimentos ilíaco - púbis
FIGURA 14
Apoio LJnipedal esquerdo

FIGURA 15 FIGURA 16
Fechamento ilíaco: pinçamento polar superior do púbis __
Apoio unipedal direito: cisalhamento do púbis (segundo KapandJ!)
MUSCULARES
FISIOLOGIA DO PÚBIS 35

Ao inverso, do lado oposto, o membro estando em suspensão, o peso dá


uma resultante para baixo. Isso leva, pelas mesmas razões, ao abaixamento
da coxofemoral:
. 1
- em relação ao eixo de abe'rtura-fechamento, a resultante é a abertura;
- em relação ao eixo de ênterioridade-posterioridade, a resultante é a
anterioridade.

Avaliação = anterioridade + abertura.

Quando se aproxima o movimento dos dois ramos pubianos,


posterioridade + fechamento com anterioridade + abertura, percebe-se
que o movimento de cisalhamento é anulado. O ramo que sobe gira em
direção ao centro do púbis (fechamento) e o ramo que desce gira também
em direção ao centro do púbis (abertura).
O nódulo fibroso tem uma forma biconvexa que responde à fisiologia
sinusoidal do púbis (ou de um disco verticalizado). O equilíbrio funcional
das tensões do púbis é, então, preservado.
Assim, na marcha ou·na corrida, o púbis não sofre cisalhamento.
A confiabilidade da articulação pubiana dependerá do bom equilíbrio
entre a associação elevação-fechamento / abaixamento-abertura.

FIGURA 17
FIGURA 18
Abertura ilíaca: pinçamento 'po/arinferior do púbis ..
,' " (segundo KapandJI) Membro inferior em õ;õoio. fechamento ilíaco + posterioridade
A pubalgja ocorrerá seja pelo bloquejo da arn"culaçâo com perda de J
mobljjdade, seja por sobrecarga com excesso de mobjJJdade. ~,
- A perda de mobilidade t0.JlI do púbis é dado por um traumatismo .. ,.,.7"-
.-" A perda: de mobilidade ;~cial
~ está' relaciona:'se 'corri -as"tensões" "..
musculares, onde as causas deve'" ser pesquisadas, tanto no plano parietal .
quanto visceral. Por exemplo" um jogador da equipe francesa de futebol
tinha um sigmóide como origem da pubalgia, que induzia um parâmetro
constante de fechamento sob o efeito da dupla: oblíquos do abdome (dor
abdominal) -' adutores (tendinite). Segunda Parte
O excesso de mobilidade do púbis pode ser em conseqüência:
- de um traumatismo (ou de um parto);
- de tensões musculares.

Na prática, podemos distinguir dois tipos de pubalgia:


- a PUBALGIA TR/\UMÁTICA e
- a PUBALGIA CRÔNICA.

A PUBALGIA
AUMÁ IC

FIGURA 19
Membro i~:erior em suspensão, ôbertura iiíaca + anterioridêde
I
A pubalgia é encontrada no atleta freqüentemente.
O jogador de futebol parece ser o mais acometido desse mal, seguido
pelo jogador de rugby, de tênis, de basquete, o velejador, o jogador de
hockeye, ainda, encontramos alguns casos nos judocas e mais raramente
nos jogadores de golfe.
Em virtude de a freqüência das pubalgias estar mais associada aos:.
jogadores de futebol, rugbye tênis, encontraremos neste livro numerosas
fotos relativas a esses esportes, mas a análise que faremos poderá ser.
transporta'da para outras atividades esportivas.
A pubalgia traumática aparece pela agressão da sínfise pubiana. O
traumatismo direto felizmente é muito raro. Registramos duas possibilidades:

Primeira possibilidade (fig. 20): em sequência à queda sobre os pés, as


forças de recepção no solo podem ser desiguais, um ramo pubiano pode
elevar-se mais que o outro, levando a um cisalhamento do púbis com
estiramento dos ligamentos pubianos associados, ou não, a um bloqueio do
ramo pubiano em superioridade.

Segunda possibilidade (fig. 21, 22): a perda de apoio ao solo ou um


movimento contrário por uma oposição sobre o membro inferior provocará
I,
uma tensão súbita dos adutores. r

Esse estresse pode deteriorar os ligamentos oU,as inserções musculares


que passam pelo púbis.

• .. Essa lesão pode ser completada por um~ção para baixo do ramo
.'. pubiano, que se bloqueia em inferioridade. ~ .
40 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA TRAUMÁTICA

FIGURA 21
Solicitaçâo do compartimento dos adutores

FIGURA 20 FIGURA 22
Recepção unipedal: influência em su~erio.:idade do ramo pubiano Solicitação do compartimento dos adutores
A PUBALGIA TnAUMÁTICA 43

Duas possibilidades:
1. há perda de mobilidade;
2. não há perda de mobilidade.

1. Se há perda de mobIlidade, será necessano, imperativanlOrtte,


normalizar essa articulação. O bloqueio superior em um dos níveis deformêlr;j
a biomecânica da pelve e fará aparecer diferentes dores crônicas rSlsisrcn,cs
Tratamento da pubalgia traumática a todos os tratamentos antálgicos.
Os testes de mobilidade e as manobras de normalização serão e:,p1ic3ejf)S
no capítulo do tratamento da pubalgia crônica.
É preciso, desde o início, compreender muito bem que todo tra.<.lm8IFG
antálgico mascara uma disfunção mecânica e acarreta conseqüências para a
carreira do atleta.
- Inicialmente, o tratamento antálgico, seja manual, energetlco C'\I
químico, pode ocultar a dor, permitindo ao atleta conservar uma função que
1. Osteopatia satisfaça, apesar da lesão articular.
- O atleta vai deixar seu consultório muito satisfeito com o seu
Em primeiro lugar, será necessário verificar a boa mobilidade da pelve. tratamento.
() . W. tes de mobilidade socroilíaca, do púbis, da coluna lombar e do membro
- Mas rapidamente a esse período assintomático seguem-se dif'}rentes
i, rCcriorsão de importância capital (ver figo 23). dores locais ou a distância.
- O jogador virá de novo ao seu consultório dizendo: "Eu fiquei bem,
mas depois de algum tempo as dores reapareceram. Refaça o tratamento
. Normalização do púbis
da última vez; ele deu bons resultados." Mas os resultados esperados não
Normalização dos ilíacos mais ocorrerão.
'. Normalização da coluna vertebral
A articulação deteriora-se rapidamente não estando em uma boa posição
, Normalização do membro inferior
funcional. É normal que a sobrecarga de técnicas antálgicas (manuais ou
Terapia manual: reflexa Vogler
químicas) não chegue mais a dominar o fenômeno doloroso.
Eletroterapia - Ultra~som - Laser
TRATAMENTO Compressas quentes 2. Se não há perda de mobilidade:
BandagenstUncion?is .
- O terapeuta poderá vangloria-se de ter obtido bons resultados.
''',7!-': .• :,:..:<~>/.:,;,.~
" '.'·;A~Gp'unturá~~N';.:;:,:,~"
-;.;
- É verdade que, aconselhando-se o repouso, a natureza soluciona
Homeopatia'
sozinha o problema. No entanto, os atletas de alto nível deverão acelerar
. Fitoterapía'- Aromaterapia sua recuperação.
Antiinflamatório
- Se seu paciente não tem mais a disfunção pélvica mecânica, pode-se
Infiltração -,-
utilizar toda a terapêutica, que visará, inicialmente, acelerar a regeneração
Repouso
dos tecidos lesados e, em seguida, aliviar as dores.
FIGURA 23
- A dor faz parte da linguagem do corpo, ela deve ser respeitada; é um
Resumo dos tratamentos possíveis nas pubalgias traumáticas efeito, e não uma causa. Seu desaparecimento deve ser seguido por uma
',:,melhora e não ser motivo de ocultação.
AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA TRAUMÁTICA 45

2. Terapia manual

.•,:-' .• . - Massagem reflexa - massagem transverséil ptofunda.


- Vogler.
Essas técnicas são eficazes para a drenagem e a estimulação p,oliferativa
do periósteo.

. .

3. Eletroterapia

- Correntes elétricas.
- Ultra-som.
- Ondas curtas.
Elas associam ao efeito antálgico uma melhora das trocas tissulares.

4. Compressas quentes FIGURA 24


Bandagem - Primeira parte

A utilização ae aparelhagem sofisticada nos faz esquecer as qualidades


insulJstituíveis de certos materiais sobre os problemas musculares, como:
- argila;
- folhas de couve, ete.

5. Bandagens funcionais

;',ce v:;r.,r.i:.:gsnsespecíficas permitem uma retomada precoce êO esporte,


l:'~',:n.:'!:,:imode segurança.
t'lJ P:'Uj1C)jJ!io a bandagem seguinte (fig. 24):
r
i. Fz,lc,r uma circular da coxa, o mais alto possível, para manter os r
;: CrU?(ir a linha central subindo sobre o púbis em direçã.o à crista
II
~~.}~~!~:er a volta na pelve por trás, permanecendo abaixo da crista ilíaca .
.: D.iscer sobre o púbis em direção à coxa oposta. j
'i Tcnninar por uma circular sobre a coxa na parte mais altê. !
E\;:,-; cumensão, além dos adutores, consolida a inserção dos oblíquos
1I
"','!,! .:' é:$ :lrcadas crurais e os retos abdominais sobre o pLibis.
A colocação dessa bandagem deverá ser feita pelo menos uma hora I
antes da competição, para não ser mais percebida pelo jogador. '1 .'~'
O atleta deverá vestir um short de malha colante, sobre o qual ele, FIGURA 25
Bandagem - Segunda parte
AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA TRAUMÁTICA 47
-,.~,;jf.
colocará a bandagem. Em seguida, ele deve cortar as sobras do short abaixo ação antiinflamatória, antiinfecciosa e eutrófica no nível da pele e das
da bandagem. glândulas endócrinas.
Após o jogo, a bandagem poderá ser retirada muito facilmente. Os raios Jaser emitem,dentro espectro do infravermelho propriedades
antálgicas e antiespasmódicas. (Ver os trabalhos do Prof. Mester em CliniCd
geral.)
6. Acupuntura O terapeuta deverá controlar bem os parâmetros de freqüência, de ritmo.
de intensidade e de duração, para evitar certas irritações teciduais.
É um aliado particularmente apreciável pela sua prática simples nos Observação: Nesta edição, devo reconhecer que os trabalhÓs c[rede,.;
tr3tamentos de urgência. Muito eficaz na manipulação energética, ela deve acima não foram confirmados. Depois de alguns anos, só utilizo o Ia,;::,,'
ser bem ministrada, sobretudo nas fases precedentes aos esforços. excepcionalmente, para dores ósseas pós-traumáticas.

7. Homeopatia

Infelizmente, a homeopatia não é ainda muito difundida, como a


acupuntura, no meio esportivo. No entanto, seus efeitos sobre o corpo
dinâmico do atleta é de grande eficácia, sem efeito iatrogênico.
É uma terapêutica médica bem adaptada, porque age sobre os sintomas,
respeitando o potencial das forças internas do atleta.

8. Fitoterapia - Aromaterapia

São duas medicinas leves, naturais, utilizadas na mesma concepção


que a homeopatia. .':' .
""'.'

:'\
~. :
~.,

..
9. Antiinflamatórios .- Infiltraçõés

FOTO 2
Como todos os outros tratamentos, os antiinflamatórios e as infiltrações Tratamento dos pontos do púbis e arcada crural
são muito eficazes, mas devem ser utilizados com moderação.
Devem ser reservados e utilizados nos casos traumáticos simples, sem
disfunção mecânica, no momento de um jogo esportivo importante para
justificar essa forma de mascarar a dor.

10. Laser (fotos 2,3,4) ,_


di' .!'

Os raios lasertêm propriedades bioestimulantés que fora.solocàdàs"'·"·( .


em evidência em animais na Rússia. No nível celular, os efeitos têm :
relação com a absorção de partículas de "luz". Os raios laser têm uma
48 AS CADSAS MUSCULARES

Terceira Parte

FOTO 3
A PUBALGI
POõltOdos adutores

CRÔNICA

\-
..
!

FOTO 4
Ponto do joelho
51

·~'i
.,
... \

-I
::j
'J
_,t
·.-·t

,,:."

Se a pubalgia traumática tem suas causas localizadas no niv?l e 8m


torno do púbis, a pubalgia crônica apresenta um púbis "vítima" d.? li m
)~; '. ',,:
esquema funcional pervertido, O púbis não é absolutamente a causa da
;~$.:! pubalgia. Todo tratamento nesse nível será ilusório e efêmero.
~~~
:~> As cadeias musc\llaresdo tronco e dos membros inferiores vúw nos
.~'. fornec~r o fio condutor da análise pertinente à pubalgia crônica .
Minhas observações na prática de consultório me encorajam a visualizar
de forma diferente essa fase grave da pubalgia e propor uma explicação e
um tratamento.
A fim de questionar minha terapêutica, estudei os diferentes livros de
trabalhos médicos, que estão resumidos nos artigos seguintes.

\
í
f
,I

, :.'.:;~'~~.
~'~" .•...
52 A PUBALGIA CRÔNICA

traduzida como uma dor quando se necessário fechar novamente o tecido


alterado.
~ént6sdeextensão
~,ta, na recepção de um(saltos),rias
salto, nos A dor que aparece nos indivíduos
c;-"""rridas
de pequena distância, e essa operados é de ordem dermática.
< dor irradia-se a partir da pelve menor Nenhuma gravidade, mas muita
para o interior da coxa. A pubalgia intensidade. As mulheres, por
revela-se muito facilmente na exemplo, que fazem lipoaspiração
Estudos críticos radiografia onde aparece o desgaste conhecem bem o problema de
pelo efeito muscular." sensibilidade exarcebada da pele. A
importância das cicatrizes? Ela é
Por que a pubalgia não é até hoje explicada pela obrigação de cuidar das
conhecida por todos? regiões operadas." -
"É falso afirmar que ninguém
conhecia a pubalgia. Ela é, ao contrário, Então, por que se opor à cirurgia se ela
uma patologia estatisticamente é, em suma, muito simples e sem perigo?
o que é? Como sUige? Como tratar dela? Um especialista responde comprovada e analisada no meio "Simplesmente porque a pubalgia
esportivo há alguns anos. Sua aparição pode e deve ser combatida por meios
PUBALGIA, A DOENÇA DO JOGADOR DE FUTEBOL no mundo dos atletas do futebol - e preventivos e naturais. Na medicina, a
MODERNO praticamente nesse universo somente cirurgia só deve ser indicada como
- é explicada pela formidável último recurso. A moda das cirurgiás
intensificação do esforço exigido do constitui uma solução fácil: Não é
jogador no jogo e no treino. Antes, os necessário escondê-Ia; por razões de
');6sor, Guillou, R:..1ty,Larios, eminente especialista da medicina
atletas acometidos pela pubalgia podiam rentabilidade, os médicos são
Tlg2nil, Pecout, louve. Não, não se trata ortopédica, o doutor ...
O,médico deveria ter o dever de curar-se pelo repouso. De qualquer submetidos a pressões para intervir.
de U:TJa seleção operada Bm vista de
dcci'Jir o campeão do últioo trimestre, desmitificar o "mal" a fim de modificá- maneira, eles estavam menos eX'PJstos Prefere-se limitar a algumas
iT:3S <;impJesmente uma I..bla (francesa
e menos atingidos pela patologia. Hoje, semanas a duração da indisponibilidade
10 do seu curso natural, que é, até
l':--:c1usivamcme, e não lL-nitativa) de o ritmo acelerado impede os jogadores dos atletas a colocá-Ios em rEpouso e
então, uma sala de cirurgia.
de permanecerem afastados." tratá-Ios apropriadamente.
j')]é):]t)les de futebol que confiaram em
urn cirur9~ão [Y'...Ja curá-Ias desse mal Mas é necessário saber que as
o que é a pubalgia?
zl"lodefno que é a pubalgia..
A cirurgia constitui a terapêutica ideal exigências do calendário não são
É, explica o doutor D. .., como seu
H<'l cerca de cinco an:)s a pubalgia
para os indivíduos com pubalgia? compatíveis com uma preparação
nome indica, uma inflamação do
"Certamente não, ainda que ela preventiva do atleta."
':em tomando lugar de destaque no púbis. Opúbis é aparte inferior do osso
J~-lundo esportivo, sob:-etudo nos Ilfaco e situa-se no nfl'el baixo da
,
• não apresente perigo e que, clínica e
~.. tecnicamente, ela seja uma irltervenção Em que consiste essa prevenção?
jogadores de futebol. N20 porque a pelve. Submetido a trações musculares
,'..
•. :.
benigna, nem traumatisante, nem "Para reduzir os riscos de
pubalgia fosse incomum. mas porque em direções dIferentes, a articulação
ela 1'20 necessitava de um2 intervenção afeta, de cima abaixo, os músculos
mutilante, pois ao inverso de uma intervenção, é necessário retirar do
cÍrúJqica cuja freqüência, desde então, adutores muito solicitados nos atletas,
cirurgia de apêndice, por exemplo, ou indivíduo a causa. Ora, a pubalgia não
i <'io cessa de acelerar. de menisco, ela não implica nenhuma tem nada de fatalidade. Ela resulta de
e de baixo para cima os músculos
Para saber um pouco mais sobre abdominais e oblfquos situados do
ablação. Trata-se somente do reforço da uma má preparação - ou de uma
lado do abdome. parede abdominal e "muscular lesada preparação insuficiente - ao esforço
essa afecção dos tempos modernos,
"France-Soir" encaminha-se a um A pubalgia é ISSO. Ela é semelhante ao que os costureiros exigido do atleta. O ritmo de jogo, o
chamam de prega. Enfim, será volume técnico e a preparação física
'1 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 55

foram aumentados, mas nada se fez - AS PUBAlGIAS


ou muito pouco - com relação à
preparação muscular. É como se
estivesse colocado à disposição dos "PUBALGIA: de púbis = parte
marceneiros novas técnicas estruturais; inferior e mediana da região hipogástrica,
nada mais. É necessário separar um e a1gia = dor.
11étodo específico de preparação A pubalgia está muito na moda no
muscular a fim que o músculo possa I meio esportivo. As pessoas aconselham
su portar o esforço violento e multiforme
que lhe é exigido.
'f sobre a pubalgia sem realmente
saberem o que ela significa.
É importante, então, reservar O termo pubalgia é empregado na
mais tempo para buscar exercícios linguagem corrente para designar todas
mais adequados e aplicá-los. Isso as dores da região pubiana. Vasto terreno
implica uma estreita colaboração entre que pode encobrir lesões anatômicas
a autoridade técnica (treinador, variáveis e de gravidade diversa.
preparador físico) e a autoridade Algumas coisas simplificam-se com
médica (médicos, fisioterapeutas). noções de anatomia: o púbis é a parte
anterior do osso da pelve (osso iliaco) que
Uma cirurgia oferece a garantia de se une ao meio para formar uma
não haver recidiva na pubalgia? articulação - a sínfise púbica. Esta é bem
"Em nenhum caso. Não se trata de particular, pois é imóvel e os dois ossos musculação. dos abdominais), da pelve
um apêndice. Se o paciente não se Pertenço à Comissão Central estão ligados entre si, de forma sólida e do tronco: são os endireitadores da
reeduca de maneira racional, visando a Médica da Federação e nos propusemos (fibrocartilagern,ligamentos, aponeuroses), coluna lombar e os flexores do tronco.
um reforço dos músculos lesados, se uma a mudar a nossa forma de pensar e a Sobre a superficie óssea vizinha da sínfise Os adutores - "músculos das
vez curado ele não toma todos os nossa conduta. Espero que consigamos, inserem-se numerosos tendões. É aí que virgens" - permitem fechar as coxas
uidados para preparar e seu organismo apesar de que nessa matéria, como começa a história da pubalgia. Com (adução) e girá-Ias (rotação). Eles são
para uma sucessão de esforços, passando outras, a abordagem médica é longa, efeito, essa região pubiana é uma muito utilizados no futebol. no tênis,
longe daqueles exigidos aos indivíduos feita por premissas, e que de qualquer dobradiça, um verdadeiro entroncamento: na dança, na esgrima (deslocamentos,
sem atividade esportiva, ele será forma cada indivíduo constitui um caso acima, é o abdome, o tronco e a coluna passo arrastado, pequenos saltos, etc.).
novamente acometido pela pubalgia. complexo. . vertebral; abaixo os membros inferiores. Dessa forma, uma pUbalgia pode
Não acredito no contra-senso de O dia em que os métooos gerais O púbis recebe, assim, os tendões que traduzir um sofrimento seja da
que os mais novos, os nossos jogadores, de preparação, e então de prevenção, vêm do alto (músculos do reto articulação do púbis (pelos movimentos
teriam pregado uma piada nos estiverem determinados, adaptados e -abdominal, oblíquos e transversos) e de de cisalhamento, por exemplo, no
estudiosos que há um quarto de século adotados, não se falará mais de pubalgia baixo (notadamente dos adutores da momento em que uma perna é mais
tanto progrediram em resistência, em como de um dinossauro: com atenção, coxa). (Ver desenhos.) curta que a outra ou no apoio sobre um
técnica, e que ainda são fantásticos. mas sem medo, e as cicatrizes de Larios pé só), seja dos abdominais, seja dos
Portanto, os jovens não são submetidos ou de Tigana não terão mais do que O endireitador'dos erros adutores da coxa, seja, ainda, uma
a uma preparação muscular muito um interesse engraçado e histórico." Os m~culos abdominais têm mistura dos três.
diferente
'-, -.>
daqu.ela '.:".do~
' .~ ,.t ...•.. J
an~go?. ~l.a
~"''''''''''.;
- .' .:' -<-:.if, _~,(t::;•.• :••.
.,.._',:<""
,. __ ;.
"
simples razão de que essa preparaçao ·-,.uma_.ÍUI!ç~s§encial
, da' COl~lIí'~~rtebral (adehiperlordose,
sustentação., aparecimento
__
. Os .elementos que-favorecem
de uma pubalgia são: o
é muito mais empírica, jamais frequente nos jogadores de tênis, tem - os esportes em que os
sistemática. como tratamento número 1 uma boa microtraumas se re}:€tem - futebol, tênis
- sobretudo quando o jogador se toma abdominais fracos + hiperlordose + Em um primeiro momento, fiquei conformado com esses diferentes
profissional, pois esses esportes são adutores potentes, que farão a
praticados desde a infãncia.intensamente infelicidade da maioria dos jogadores;~ -,conselhos.
começaram Mas os resu~t~d?s
a parecer não. foram muit~ncOrajadOreS,
llOgICOS. o o . ~ . o ~.
e muitos pontos
- o ,

e em terrenos duros; '. o,. j


Durante uma pubalgia, a
- desde que haja um "conflito" radiografia pxle permanecer por muito Primeira constatação
entre os aJ::xjominaisinsuficientes e os tempo normaL mas depois, por causa O púbis é uma região de fraqueza? (fig. 26)
adutores potentes. Alguns puxam de um certo retardo nos sinais clínicos, Observando esse desenho sobre a focalização de forças sobre a sínfise
fracamente para cima, outros fortemente aparecem lesões que vão - se há púbica, ficamos em dúvida. Os retos abdominais, os oblíquos externos e
para baixo: o combate é desleal, o necessidade - confirmar o diagnóstico e internos, os adutores, o grácil e os piramidais do abdome juntam-se sobre o
sofrimento aparece e vai desencadear atestar a importância dessa patologia. púbis e entrelaçam suas fibras terminais.
sintomas, seja no nível dos músculos, Essas anomalias radiográficas são às As cadeias musculares retas e cruzadas do tronco e dos membros
que se tomam emigecidos e dolorosos, vezes regressivas na sua totalidade, inferiores focalizam-se sobre esse emaranhado e o reforçam.
seja no nível de seus tendões e de suas assim que é curada a pubalgia.
inserções ósseas. O tratamento de uma pubalgia é, Segunda constatação
Não devemos complicar muito as iniciaL.rnente,o repouso - abstenção total Abdominais fracos? ..
coisas: mas é necessário saber também do esporte durante dois a quatro É o que eu pensava até o dia em que tratei Robert Pararemborde de
que os tendões dos abdominais meses - o que não exclui, durante essa uma pubalgia rebelde de muitos tratamentos e infiltrações.
delimitam, justamente acima do inatividade forçada, a reeducação Estávamos em 1978, e esse jogador internacional, eleito o melhor pilar
púbis, um orifício chamado orifício progressiva - e sem dor - da coluna mundial em 1983, tinha decidido parar sua carreira esportiva, pois sofria
ingüinal, que pode tanto ser a fonte vertebral, de procurar um defeito estático muito da coluna lombar e do púbis.
de um(l hérnia como somente a (perna mais curta: palmilha) ou da Antes do jogo França x Inglaterra, elt? tinha sido convidado 'il dar o
p:'lssagem do cordão espermático. Isso articulação do quadril e, passada a chute simbólico dê um jogo de rugbV O simples gesto do chute obrigou-o,
(,~·:-:p\l::nque: fase agtlda. de reforçar progressivamente por causa da dor, a apoiar-se nos ombros do seu vizinho, a fim de evitar
1) tOda dor da região púbica não os alxiominais ou mesmo os adutores. uma queda.
(, fcrçesamente uma "pubalgia banal", A ess~ repouso são associados Abdominais fracos? ..
l, !ó" )x,de ser uma hérnia verdadeira; antiinfu.matórios (indicação muito rara A potência muscular desse jogador parecia contradizer esse dado.
?! 'Y-: uc,is !X)dem se associar; o de infiltrações), medidas antálgicas, Algum tempo depois, um jogador internacional de futebol veio
~'i a puba!gia pode ser traduzida relaxames musculares, fisioterapia e consultar-se comigo por causa de uma pubalgia aguda.
. l!~:
;>/ GJrE-S que se irradiam nas bolsas hidrotérapia. A segunda sacudidela nas minhas idéias clássicas: eu tinha diante de
Se, apesar de uma retomada ao ::?,:
'I:t~t
,,". "o;o'·~·~.o mim um atleta particularmente musculoso.
esporte progressiva e vigiada, assim Jogando em um clube francês, o mais renomado pela qualidade de
A trilogia infeliz como ee medidas preventivas tomadas seus treinos, não encontrei nenhuma falha na sua programação física. Ele
]j escrevemos várias vezes que o (reeducação dorsolombar, aquecimentos acabava de destruir minhas últimas ilusões fazendo, além dos treinos
,;,r~js não é um esporte completo. prévios, reforço abdominal, sessões de ..,..'''.
;, coletivos, uma meia hora a mais todos os dias de abdominais, durante mai
Ele reforça insuficientemente os alongéilllento) a pubalgia recidiva, de dez anos ...
"b:~O!n;!FJis e coloca a coluna vertebral decidi,emos por uma intervenção t:o~.;"~·;.' Abdominais fracos? Ou abdominais muito fortes?
li,) !J~a dura prova: movimentos cirúrgica. Existem vários tipos de
;,:,':jm'~'lricos e em torção, e hiperlordose cirurgia. Os resultados são excelentes, Terceira constatação
~:;,'~
nús ;TiO\'in jentos específicos do esporte.
Poroutro lado, osjogadores de tênis têm,
autorizando o atleta a voltar ao
treinàmento em dois meses e a competir
.
lf;~. fraqueza
•...
Estando prestes
abdominal,
a abandonar o conceito clássico da pubalgia pel
uma última dúvida subsistia: por que·o cirurgiã
...~~~"
geralmente, excelentes pernas. Dessa em três a quatro meses." encontrava inserções musculares fracas? .. Fracas por insuficiência ou fraca
;' ~~~~:-:.:~.,~
forma, encontramos a famosa trilogia: D.X por excesso de trabalho? ..
~, ADEIAS MUSCULARES A PUBAlGIA CRÔNICA 59

Podemos conceber a pubalgia por sobrecarga? (A sobrecarga levando a Somente a pubalgia traumática pode surpreendê-Ios pela falta do
d, Il riorização.) .. . aquecimento ou em seqüência de um apoio inadequado.
As cadeias retas e cruzadas do tronco e dos membros mfenores loca~l~an:- A resposta é simples: eles trabalham muito em alongamentos e suas
,I neSse emaranhado. A boa fisiologia do púbis depende do eqUllibno cadeias musculares, sobret~do no nível dos membros inferiores. j',j-J
apresentam nenhuma retração.
I1I1 ional dessas cadeias. _
Uma supertensão em uma ou várias cadeias pode sobrecarregar o tendao Por outro lado, os jogadores de futebol, de rugby, de tênis e os esqu iad·J!e)
1111 111inale deteriorar as inserções pubianas pela supermobllidade. trabalham muito em semiflexão.
Essa semiflexão do joelho faz trabalhar de maneira imporr~lrHe "
relativamente constante· o quadríceps. Mas os isquiotibiais vão trabal!1J:
Quarta constatação .
que os dançarinos que solicitam ao máximo o PÚblSsofrem menos
POI muito mais de forma qualitativa. Com efeito, o joelho em semiflexão é meíi:'S
d, pubalgia crônica? Observamos neles raras pubalgias dadas pela estável que na posição de extensão, quando ele está tra'.'adoEssJ
llip ,'tonicidade dos obturadores. diminuição de função de contensão dos ligamentos vai ser comp"-"lsari.'J
pela função ativa dos isquiotibiais. Esses músculos vão agir para co:,:!uzi: Zi

estática do joelho como as renas.


Esses músculos, inserindo-se de um lado e de outro no platô tibia!, ':j,)
;.
associar ao grau de flexão a rotação e a abdução-adução necessária::; puIê! ~
retomar e preservar o equilíbrio do joelho. Agirão como "burrifac!ore~; 1.

motores".
Esse trabalho intermitente vai valorizar o volume do músculo, assirn
como o efeito vasomotriz. Não devemos nos espantar quando encontréJr.,,:'
jogadores de futebol e esquiadores que ,estão sempre em apoio nos
quadríceps, mas que desenvolvem ISQUIOTIBIAIS volumosos, fortes e cunos'
(semiflexão) para a estabilidade do joelho.

Os jSqujotÍblais e os abdominélls serão os culpados Pela pubalgia?(fig. 27)

OblíqüO interno É a sequência dessa proposição que vou tentar demonstrar.


+
piramidal

'.' , .." "..;.: ~.~, :. .- ~ .• .,' ~ ••~•.~. ';"_" r ,

FIGURA 26 das forças sobre a srn


Focalização , fiIse pu'b' Ica
"'.",a ..

Os isquiotibiais

Os isquiotibiais compreendem:
- o semimembranoso;'
- o semitendinoso;
- a porção longa do bíceps;
- a porção curta do bíceps.

Porção longa do bíceps (fig. 28)


Origina-se, com o semitendinoso, na tuberosic!ade isquiática.

Porção curta do bíceps


Origina-se na parte externa da linha áspera.
Tem uma terminação comum, junto com a porção longa do bíceps, sobre
a cabeça da fíbula com expansões sobre a tuberosidade externa da tíbia e
aponeurose dos fibulares.

Semitendinoso
Origina-se na tuberosidade isquiática. Termina na face interna da tíbia
no nível da pata de ganso.

Semimembranoso
Origina-se no ísquio.
Terminação:
- por um tendão direto: sobre a face posterior da tuberosidade tibial
interna;
- por um tendão reflexo: na face interna da tuberosidade interna da tíbia;
FIGURA 27 - por um tendão recorrente: chamado ligamento poplíteo oblíquo (POL).
Os isquiotibiais: ligamentos ativos do joelho. fonte princip3!
de pubalgia crônica Ele se dirige para o alto e para fora, fundindo-se na superfície condileana
A PUBALGIA CRÔNICA 63

I xterna e na fabela (ver explicação das terminações no volume 4).


OS ISQUIOTIBJAIS muüo encurtados vão provoca!; através do jogo 1. COMPENSAÇÕES ESTÁTICAS (fig.29)
Itls cadeias musculares, compensações estátÍCas e dJilâmjcas.

Estando curtos, os isquiotibiais podem recuperar um crédi[() C!"

comprimento:
- no nível das inserções baixas, através de um flexo do joelho;
--~..
- no nível da inserção superior, abaixa"do a tuberosidade isqui;Ar iGI t:
posteriorizando a asa ilíaca.

No nível do joelho
Quais são as consequências de tais compensações? (fig. 30)
- A tração da porção longa e curta do !Jíceps sobre a cabe •.;:a dd fíbu~d

Se~':::;;:éin050 . .
pode desencadear
obedecendo
uma sensibilidade dos ligãmentos tibiofibulares.
à lei do conforto, procurará
O corpo,
adotar uma posição antAlgicél .
facilitando a rotação externa da tíbia sob o fê::nur, dando, assim, um pCq,I"lIl)
.'.
. ':.
..•...
'To

F:~çãa larga

FIGURA 28
Isquiotibiais externos e internos

FIGURA 29
Compensações estáticas sobre o memt~D inferior
crédito de comprimento e de conforto à porção longa e curta do bíceps.
Algumas vezes, essa compensação será insuficiente e registraremos a

t~~g~te~.C!éi.face
bloqueada ~x~a
em post~idade ~o joelho. ç.?rna cabeça da fíbula, .que podee,st~,.
(fig. 31). ..
O quadro clínico ,ài ser semelhante a uma lesão do menisco externo:
dor na interlinha externa, dificuldade para estender o joelho, para agachar,
por causa da posição posterior da cabeça da fíbula, dor no movimento de
rotação do joelho.
- Nesse estágio, o tratamento preventivo consiste em realinhar o joelho
pelo equilíbrio das cadeias musculares.
- A causa ainda não está no nível do menisco. No entanto, o grau de
rotação imprimido na tíbia provoca um desalinhamento do movimento dos
côndilos femorais em relação ao eixos das glenóides tibiais (fig. 32). Nessas
condições, os meniscos estão em posição crítica e os côndilos femorais

FIGURA 31
Rotação da ::bia sob o fêmur
..~1:.
~,~
.• -

-. ~

FIGURA 30 FIGURA 32
Modificação do alinhamento dos côndilos femorais e das
Influências estáticas dos isquiotibiais sobre o joelho
glenóides b:·;ais
AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 67

derão deteriorá-Ios ou fraturá-Ios. É importante que um atleta saiba gerenciar a confiabilidade e a


Pode ser que alguns tenham dúvidas na leitura destas linhas. longevidade de seus joelhos.
Em setembro de 1979, Roland Bertranne, 56 vezes selecionado para a
fi luipe da França, veio me procurar por causa de uma artrose muito evoluída No nível da asa ilíaca (fig. 33)
I) joelho direito. Tinham-no proibido de qualquer prática esportiva. A consequência dos isquiotibiais retraídos é o abaixamento ci.l~
Dois anos de dores cada vez mais fortes no joelho levaram-no em um tuberosidades isquiáticas.
primeiro tempo, à meniscectomia externa; um ano depois à meniscectomia As asas ilíacas estão em posterioridade. Essa posterioridade é inst<l!.J,h
illwrna; e um ano após permanecia com derrame constante em conseqüência pela dupla isquiotibiais e abdominais. Os abdominais vão estar em:ol\·leh.;
•1 mínimo esforço. em um trabalho estático .
As radiografias confirmavam uma artrose muito severa do platô tibial Essa rotação posterior em torno da coxofemoral provoca o estii"anE:fl[')
xterno com pinçamento da interlinha. dos adutores.
Dois meses após sua primeira consulta, ele jogava contra a Romênia. Os adutores, nessa posição de estiramento, suportam ma! um
I is anos depois, ele batia o record das seleções (70) e, cinco anos após, alongamento suplementar ou um trabalho excessivo.
ilposentou-se como atleta. Rapidamente, aparece nesse nível contraturas, tendinites.
Após um questionário completo, tive certeza de que a causa primária
Li sua artrose estava no nível dos ombros.
Com efeito, em 1975, ele teve um traumatismo muito importante com
I'I'FiLurada clavícula e luxação do ombro.
Esse traumatismo da cintura escapular, pelo jogo das cadeias musculares, Poster!Cf!C::':~

f1)odificou a estática da pelve. (Ver Cadeias musculares do tronco.)


Um ano depois, esse jogador começou com dores no nível da coluna
I mbar, depois ciática, associadas ao encurtamento dos isquiotibiais. Abdominais

Um ano depois, apareceu a dor na face externa do joelho. (Ver acima,


iLO da tensão dos isquiotibiais sobre o joelho.)

Por causa da dor constante, ele foi operado do menisco externo, mas, Resdtan!=.5

ccxofemCf=:S

porque a rotação da tíbia não foi tratada, o movimento agravou-se, provocando


parecimento da dor no nível da face interna do joelho (pata de ganso). )(
A meniscectomia interna não levou à melhora desejada ... AdUlares

A rotação da tíbia sob o fêmur levava a um verdadeiro contato no joelho,


ilumentando as forças intra-articulares.
O corpo colocou em ação, então, sua última compensação I?Ossível:o derrame.
O derrame é uma tentativa do organismo de diminuir as fricções e o
quecimento da articulação.
Desmontando esse mecanismo lesional, desde os ombros até o joelho,
podemos recuperar o alinhamento das glenóides tibiais em relação aos
côndilos femorais. Não estando mais o joelho em rotação, comprimido, o
clerrame desaparece, pois não vai ter mais utilidade.
Dois anos após o tratamento, as radiografias estavam melhores que em 1979.
Vejam, através desse caso verdadeiro, a influência parasita que pode;
ter os isquiotibiais sobre o joelho. "
O tratamento proposto não pode evitar o acidente meniscal, mas ele t
pode, preventivamente, solucionar as disfunções, que tornam os meniscos J' FIGURA 33
muito mais vulneráveis. Influência estát:ca dos isquiotibiais sobre a pelve e os adutares
"" bIS - "A::i L~ú'tfA'S"'i'\!íCJSL;ú'LÂf\l:'6 .~~~ A PUBALGIA CRONICA
.r;'

Essa contratura em estiramento não deverá ser trabalhada ou relaxada Essa sobrecarga muscular, com o passar dos anos, vai levar a um excesso
através de técnicas manuais fisioterápicas ou químicas, de compressão intervertebral e discal com fadiga lombar, dores em barras .
.... lJ.T ~:~,ta:ne~to d: r~l~amento dará, talve~, ao ~eu pac~e ua: .?l!~i?: Os amortecedores discais e as superfícies articulares posteriores vão sofrer
••..•. ,'..'.•••~:~":' ••;: . .f .•~.. ', '.,' '::',;(:~ M... ',,' ,.' _' ' ','" " .

Esse Ciéditõ de alongamento dos adutores obtido artifi.mente será . compressões exageradas. .
recuperado pelos isquiotibiais e pelos abdominaigf' colocando A coluna sobrecarregada estará susceptível aos bloqueios vertebrais e
secundariamente os adutores em desvantagem. às lesões discais.
Os adutores estão retraídos, mas como "vítimas". Mesmo que sejam o Todos os elementos foram colocados para o aparecimento dd artrose
local da dor, não devemos nos esquecer da causa que está no nível das retrações lombossacral. Ela aparecerá alguns anos depois, quando o atleta parar de
dos isquiotibiais e dos retos abdominais (retrações vencedoras, logo indolores). competir.
Devemos obter um relaxamento dos adutores atra\'és de um crédito de
alongamento conseguido sobre os isquiotibiais e os õ.bdominais. No nívelda sacroilíaca (fig. 7)
Outra que poderá ser vítima desse esquema é a articulação sacroilíaca.
No nível do quadril (fig. 33) De um lado, o ilíaco parte em posterioridade; de outro, o sacro segue a
As tensões de encurtamento dos isquiotibiais e a tensão em alongamento lordose lombar, horizontalizando-se.
dos adutores dão uma resultante de con1pressão da cavidade acetabular Visualizaremos, nos casos extremos, uma tendência ao bloqueio articular
sobre a cabeça do fêmur. e à anquilose.
A articulação do quadril verá seu futuro comprometido por essa
sobrecarga funcionaL
Seria interessante faz.er estudos estatístico-prospectivos nos velhos
utlet.as, vinte anos, trinta anos após pararem de competir. Pode-se tirar
grandes ensinament.os para a evolução e correção do ueinamento de seus
sucessores, a fim de evitar a lógica. das coxoartroses e gonoartroses.

No nível dos isquiotibiais


Esses músculos vencedores do esquema. estão habituados a trabalhar
,--'Ir:encurtamento e perdem o hábito de trabalhar em alongamento.
Cl~!ó':?ql!t:niemente, eles são predispostos à nurr.erosas contraturas,
"i:O'Clbâ"s, rupturas, dores das bainhas, dos tendões.

No nível da coluna lombar (fig. 34)


/\ códeia posterior dos membros inferiores tendem a posteriorizar as
;:si,,, i1iac3s e a retificar a coluna lombar.
No meu livro As Cadelas A1usculares: tronco, coluna cen1jcal e membros
'-,':j!eriore.~~detalhei a função capital da lordose lombar para a mobilidade
cic's membros inferiores.
O p~1Cientevai se opor a apagar a lordose e, pela colocação em tensão
.!(;~;diferentes músculos, vai recriá-Ia.
O (~u:Jdrado lombar é um dos músculos que vai agir sobre a lordose
:{,;;~Lélrcomo uma corda sobre o arqueamento de um arco. Quanto mais
tensa, mais o arco se encurva.
O iliopsoas é o segundo músculo que, associado ao quadrado lombar, FIGURA 34
aumenta a lordose. Resumo das compensações estáticas sobre o membro
inferior, a pelve e a coluna
A.l ADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 71

A manipulação da pelve é totalmente ilusória porque estamos na


lli' ença de uma lesão por excesso de tensão.
A simples manipulação não poderá impedir as recidivas dessas lesões
"(I ligação": o problema não está no nível do "fusível", mas no nível dos
f 'uitos musculares que apresentam aumento de tensão.
11'

A abertura importante do ângulo isquiossacral vai colocar em tensão os


Illjilmentos sacroisquiáticos.
Não devemos nos surpreender se esses pacientes apresentam pontos
(Iito "ciáticos" no nível dos glúteos com contratura dos músculos piriformes.
Devemos massagear esses pontos, relaxar essas retrações? Deixo que
o ÊJsrespondam ... Atenção para não agravarem a disfunção.
Acabamos de fazer uma revisão das compensações estáticas levadas
\l I encurtamento das cadeias posteriores.
Cada paciente não acumula o conjunto dessas compensações, mas, para
1110 terapeuta prevenido, os diferentes testes de mobilidade mostram que
( 1<1' são latentes.

FIGURA 35
2. COMPENSAÇÕES DINÂMICAS
Distância isquiodJiais e flexão do quadril
(segundo Kapandji)

Pubalgia na prática do futebol e do rugby

No plano dinâmico, a fase do chute é a mais caractural.


Tive a chance de trabalhar nos arquivos de fotos do jornal L 'EqUipe.
; J'c ças a esses amigos fotógrafos, pude fazer pesquisas sobre a evolução
.J rual dos atletas que tiveram pubalgia.
Vários anos antes da pubalgia, pudemos perceber compensações
alocadas em evidência, sobretudo na fase do chute.
A boa fisiologia do quadril necessita de uma boa fisiologia dos
ísqu iotibiais.
Na flexão do quadril, o joelho descreve um arco de círculo em que o raio
onstituído pelo fêmur e o centro está situado no nível do quadril.
Nesse momento, os isquiotibiais descrevem o mesmo arco, mas tendo
um ponto de inserção diferente do centro da curvatura.
O esquema DISTÂNCIA ISQUITIBIAlS E FLEXÃO DO QUADRILmostra
ue desses músculos resulta um alongamento muito importante (fig. 35).
Vejam os dois exemplos (fotQs 5;e~6) mo~trando,~m~ boa fisiologia dos ..
qu iotibiais.
A perna de apoio e a perna do chute estão em extensão. FOTO 5
Boa fisiologia dos isquiotibiais
12 AS CADEIAS MUSCULARES

o ângulo de flexão do quadril é importante.

~uanto m~~ os isquiotibiais são fle~veis, mais o movimento do quadril


. está livre. ES_berdade assegurará; no Jogo, um bom "toqué de bola" com
um gesto livr '~conômico,
,'~ eficaz.
Em vista dessas duas fotos, podemos assegurar aos dois jogadores urna
ausência de<problemas maiores durante cerca de dois anos, mas atenção se
eles não souberem administrar esse bem capital. ..

Primeira compensação: limitação do ângulo de chute (foto 7 - fig. 36)


Esse lance faz parte da variedade de gestos técnicos utilizados pelo
atleta. É somente a repetição sistemática do gesto que levantará suspeitas.
O fisioterapeuta deverá realizar os testes de mobilidade.

FOTO 6
Boa fisiologia dos isquiotibiais

FOTO 7
/4 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 75

Segunda compensação: flexão do joelho (foto 8 - figo 37)


Em virtude das diferentes fases do jogo. a trajetória da bola pode levar
o jogador a realizar um chute mais elevado.
Se faltar flexibilidade aos músculos posteriores. o atleta poderá real i.~~í-
10 através de uma flexão do joelho.
A figura 38 é uma lembrança da primeira e da segunda compenscl'~'él0
dois posicionamentos do membro inferior pela mesma tensão eles
isquiotibiais.

lI
t
j"

I
"

FIGURA 36
Primeira compensação dinãmica - Limitaçãc do ãngulo dei
chute

..
'~
76 AS CADEIAS MUSCUlARES A PUBALGIA CRÔNICA

Terceira compensação: flexão do joelho de apoio (foto 9 - figo 39)


Essa compensação é utilizada quando ojog" ,or realiza um chute potente,
com o joelho esticadó em direção à uma boI_ativamente alta.
I - Lembro novamente que a variedade d~ituações de um jogo pode
levar o jogador a utilizar essa técnica no lanG3, mas o retorno regular a essa
posiç.ã.o deve merecer a atenção do treinador.
- A f1exão do quadril, joelho em extensão, é limitada (ver primeira
compensação). Essa compensação utiliza a f1exão do joelho de apoio para
que ê. báscula promova a elevação que falta, sem que os isquiotibiais sejam
solici cados.
- Na foto, observa-se uma bandagem no terço inferior da coxa.

FIGURA 37
Segunda compensaçáo dinâmica - Flexáo' do joelho
.. ~~
..
'.:;'-
"':,.

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f""'"

I
II
I

t

FOTO 9

FIGURA 38
Compensaçôes I e 11
AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 79

Guy Laporte teve resultados extraordinários nos seus lances durante o As três fotos seguintes mostram a degradação da qualidade fisiológica
90 França X Inglaterra. do chute nos anos 65 (foto 10) e 80 (foto 11) no mesmo jogador.
Encorajado por esse bom jogo, ele preparou-se para o jogo seguinte,
ill1pondo-se uma hora de corrida todos os dias.
Seu entusiasmo não foi dividido pelos isquiotibiais, como expliquei
ílll teriormente.
As porções longa e curta do bíceps foram as primeiras a manifestar sua
, IJrecarga, através de dor na cabeça da fíbula.
A parte superior da fíbula, que estava ligeiramente móvel. deslocou-se
I .1n trás, bloqueando-se posteriormente, o que provocou uma inflamação
10 ligamento tibiofibular anterior.

FOTO 10
. Boa fisiologia do quadril
II
I

I1

FIGURA 39
Terceira compensação - Flexão do joelho de apoio +
recrutamento dos abdominais

Compensação na 1 Compensação na 3

FOTO 11 ,i
o que é necessário, sobretudo, observar nessa terceira compensação é . Revisão anatômica dos abnominais (fig. 40)
a participação dos abdominais (foto 12). . Os retos abdominais
.. No chute não se utiliza. mais o balanceio livre e completo do quadri1.,--...:.t .•... '-' Eles formam duas colunas na parte anteromedial do abdome.
Assistimos a uma mobilização muscular muito importante. Suas inserções superiores estão sobre as 5a, 6a, 7a costelas e cartilagens
O atleta parece sentar-se sobre o joelho de apoio e bascular o tronco costais assim como sobre o apêndice xifóide.
para trás: os abdominais participam da elevação dos ramos pubianos nesse As inserções inferiores mais estreitas estão no bordo superior do púbis,
movimenta de báscula (foto 12). na sínfise pubiana, e confundem suas expansões do lado oposto com os
Os jogadores laterais da equipe romana utilizam freqüentemente esse adutares.
estilo de deslocamento (foto 15).
Vamos recordar rapidamente a anatomia dos abdominais. Os transversos
Na parte profunda dos abdominais, eles se inserem sobre as apófises
transversas das vértebras lombares. As fibras musculares que partem
horizontalmente unem-58 na parte anterior do abdome para terminar em
uma banda fibrosa na lL.-wamediana.
Essa aponeurose p.3.ssa atrás dos retos abdominais nos dois terços
superiores, e anterior, no terço inferior (Ver explicação no livro As cadeias
musculares, v. 1).

Os oblíquos internos
Plano intermediário dos músculos do abdome. Inserções sobre a crista
ilíaca - a parte interna da. arcada crural; as fibras musculares terminam-se:
- em cima, sobre as 12a, 11 a, 10a costelas e o apêndice xifóic1e;
- no meio, sobre a l:nha alba;
- embaixo, sobre urr: tendão conjunto com as fibras do transverso sobre
o púbis e a sínfise pubiê....tla
.

.. -:...•.

'.: "i:.
. ,-
"," 0,-"

Re,os abdomin3is

(,~líquos e>.iernos

Tra,'lsverso

Otdiquos intt:rnos
FOTO 12
Os abdominais levam à r!;troversão da pelve e permitem um
chute com uma flexão r.1inima do quadril, comparada ao
quadril de apoio

FIGURA 40
Os abdomi:;ais. segunda fonte de pubalgia crônica
/I,' CADEIAS MUSCULARES

A PUBALGIA CRÔNICA 83

o tendão limita, assim, o orifício do canal inguinal (local de POntos


Illllorosos freqüentes).

( :~oblíquos externos
Eles formam o revestimento mais superficial- inserções superiores sobre
,1\:, te últimas costelas. As fibras musculares dirigem-se para a linha
1111) li' na e, embaixo, formam, em direção à parte mediana, uma aponeurose
1111(' r 'l. parte da bainha dos retos abdominais.
As fibras terminam sobre a linha alba e, na parte inferior, sobre o púbis
11 01 • ínfise pubiana. Eles associam as expansões em direção aos adutores do
',I I1 I o e do lado oposto.
A fibras saem das últimas costelas, terminando na arcada crural.

o pir midal do abdome


Mú culo triangular com o pico superior e base inferior. Eles reforçam:
linha alba na sua parte inferior e
ínfise pubiana.

I'.lfticipação dos retos abdominais (foto 13 - figo 41)


Nn oto e no desenho esquemático, observamos que esse jogador tem
,11111Ilici:lcle para elevar a perna no momento do chute (compensação número
dll i), A rticipação dos retos abdominais é necessária,
M,) , para que esses abdominais possam elevar o púbis ainda seria
111( I ~'i:lrio que eles estivessem relativamente fixos no nível de suas inserções
oIIPI'I'iúl'

/ ,d "Itentativa de enrÍgecer a cjntura escapularcontraindo os trapézios,


/I, I 'di 1'110 leidomastóideos (pescoço para dentro dos ombros), os peitorais
('"111 I' • para frente), as cadeias musculares dos membros superiores
(I ,'11 li', 1 dos cotovelos, extensão dos dedos, pinça polegar-indicador). Sendo
11 10111 ,c frontal, a posição dos ombros é simétrica.
1\ rticipação dos abdominais vai, na realidade, elevar a pelve na sua
1101111 JJ Ibiana, mas igualmente abaixar os ombros e provocar uma cifose
1111111), r.

ponto neutro em torno do qual é feito esse movimento é o umbigo.


'novos exemplos (foto 14 - figo42) nos mostram um posicionamento
J\',
dll, r nte dos braços. A antepulsão e a retropulsão dos braços têm como
,1I!/! tivo colocar em posição elevada uma relativa flXação nos pontos de
11', rÇ o do peitoral maior (corredeira biciptal do úmero). O peitoral maior FIGURA 41
I ) I . assim, fixar a caixa torácica pelas inserções altas dos abdominais. Participação dos retos abdominais -
Recrutamento da cintura escapular como
Nesse esquema, circulei as mãos a fim de mostrar que o cerrar dos região de relativa fixação
di rio' não foi gratuito.
84 A PUBALGIA CRÔNICA 85

Essa foto colocará em evidência a dissociaçãO dos movimentos de cada


ramo pubiano. -.:
Do ladO da perna do chuto ~ reto abdominal se eleva pela sua contraçãO'~c>:
de seu ramo pubiano. ~,. .
Mas. do lado do apoio ,ao solo, a contração importante do quadríceps,
grácil e adutor, impedirá esse ramo pubiano de elevar-se, apesar da contração
de reto abdominal. O reto abdominal do lado do apoio ao solo só poderá
abaixar a caixa torácica e o ombro homolateral.
Começamos a perceber a sobrecarga que os abdominais impõem ao
púbis quando pedimos para compensar uma limitação da flexão do quadril.

FOTO 14
FIGURA 42
Dissociação dos rêmos esquerdo e direito do púbis
Á. AO ElAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 87

I rticipação dos oblíquos (foto 15 - figo 43)


o atleta abaixo não apresenta grandes penurbações, mas apresentei
I '::a foto porque ela ilustra bem o trabalho dos obliquos, quer dizer, a cadeia
I J'll'l.ada:
- iliopsoas do lado do chute;
- oblíquo interno do lado do chute;
- oblíquo externo oposto;
- serrátil anterior oposto;
- peitoral maior oposto.
(Ver Cadeias Musculares do tronco.)
Podemos ver nessa foto o enrolamento do tronco dado pelo sistema reto
(I L abdominal) mas igualmente a c,?ntra-rotaçã~ das cinturas, que acontece .~.
oI\1l maticamente pela colocação em jogo das cadeias·cruzadas.

FOTO 15

FIGURA 43
Recrutamento das cadeias retas e cruzadas

~
.• .
.:,~
i
~7
i
I,
I,
89

Veja outra foto ilustrando o trabalho das cadeias cruzadas abdominais. A colocação em jogo dos retos abdominais e obJfquos provocam

O braço
de esquerdo.
pontQcd~ em flxaçao
I:elatlVa can~elabro
.. , "não
O po~to '~'eütro, em torno do ~al
o umbigo (foto 16 - flg. 44).
1.->-. é gratuito:
,,'.

acontece
.'~',;,. a corredeira biciptal serv~,,_
,.., .' .,.'

esse movimento, é semp ,


•• -', :I movimentos fisiológicos bem aceitos pelo púbis, onde o movÍmento do
quadril é suficientemente livre (foto 17):

Esses movimentos são a elevação e o fechamento do ramo pubiano,

Mas se o trabalho do púbis é valorizado para compensar ur;;õl restrição


das cadeias musculares, veja o que acontece: observamos o "lance do pavor"
(foto 18 - figo 45). Denomino essa qualificação de "lance do P:3Yor" porque
as cadeias musculares acumulam todas as compensações p)ssíveis. A
sobrecarga é tal que o púbis deteriora-se rapidamente.

Vamos analisar o desenho esquemático:


I, Do lado da perna de apoio:
- a perna de apoio está estendida;
- o quadríceps fixa o púbis em posição baixa;
- o reto abdominal. tendo sua inserção baixa fixada, só ooderá, no
momento de sua contração, abaixar o ombro do lado da perna ee "'poio.
2. Do lado da perna do chute:
- o reto abdominal eleva o ramo pubiano, provocando um cisalhamento
do púbis;
FOTO 16

FIGURA 44
FOTO 17
A corredeira biciptal esquer=a serve de ponto de relativa fixação Contrarotação das cinturas escapular e pélvica
" LADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 91

- O trabalho do reto abdominal na sua parte baixa é muito importante,

pois o ombro do mesmo lado é colocado para trás e para cima;


- quanto mais acentuada é a diferença de altura dos ombros. mais o
pubis é solicitado em cisalhamento;
- os oblíquos nesse sistema de cadeia cruzada participam da ele';<Jç;,o
da asa ilíaca do lado do chute.
Isso vai causar:
- na extremidade superior: a flexão (aproximação) do ombro oposto é!ni
direção a perna em ação;
- na extremidade inferior: o fechamento ilíaco descrito na fisiolog:.:l du
púbis (fig. 45).
Esse movimento de fechamento forçado leva a um pinçamento do r:;.'Új
superior do nódulo fibroso, que se associa ao cisalhamento ver~ic<ll
Compreendemos facilmente que o nódulo fibroso deteriora-se rapidamenée.
a ponto de não mais permitir certa mobilidade sem que apareça dores intensas.
- O movimento de fechamento forçado é feito com a cumplicidade d:;
oblíquo interno, que se insere na arcada cruraJ. A sobrecarga dessas inserçêes
FOTO 18 não será a explicação das dores inguinais e o início das hérnias encontradas
nos indivíduos que possuem um cinturão abdominal, mesmo que bem
musculoso? A hérnia inguinal não será a consequência lógica de uma fraquui1 .
das inserções pela sobrecarga, e não pela insuficiência? A isso nós esquecem)s
de associar as variações de pressão muito importantes no abdome no momento
dos esforços, que pneu matizam esse início das hérnias.
Existe uma última armadilha gestual.
- A amplitude de flexão do quadril torna-se cada vez mais restrita. O
jogador deverá, no entanto, preservar uma amplitude de chute para
conservar sua potência. Se a balística da flexão for insuficiente, ele vai procurar
compensar nos dois outros planos do espaço por uma adução e uma rotação,
a fim de fazer o lance.
Observe como a perna e o braço são colocados na perpendicular do
lance no final da balística.
Em resumo, registramos um trabalho sem medida dos abdominais, dos
adutores ... e dizer que os acusamos de insuficiência. A superutilização desses
elementos musculares provoca:
- a susceptibilidade desses músculos: contraturas, distensões, rupturas;
- inflamação: tendinite - a tração do tendão sobre o periósteo torna-se
excessiva e a tendinite prolonga-se por uma periostite. A hipervascularização i
,
desencadeada dessa forma pode perturbar a fixação do cálcio e alterar as
margens ósseas do púbis. A imagem radiológica apresenta, então, lacunas
F'
, '
.,;''com um contorno ósseo irregular (foto 40). . ,
"1
Chegamos ao último estágio da pubalgia: o sofrimento instalado após :1.
FIGURA 45
O "chüte do pavor": cisalhamento do púbis
vários meses, forçando o atleta a parar todas as suas atividades. I.

'1·
"
il:
l!
Pubafgia na prática do tênis 'Fase estática . . ....
\. A foto 19 mostra o trabalho valorizado do plano postenor (ISqulOtlbléllS
Durante a prática do tênis, encontramos. uma grande solicitação. do
. púbrs': :.
A sínfise pubiana é o entroncamento:
. .. ~. - .. , ..•,c.

,-tríceps) , ".~ ..
fase estática da recepção.
4 ,~;;;.~
." Ós:ts'qui'otibi11iitflincTb~
,,",'
:·····~u:· . 'fi exao
em"éncurtaménto·na~serru - d uran tea'

- de tensões musculares vindas do chute na bola e do membro


superior;
- de tensões musculares \Cilldas do apoio.
O tênis pede um trabalho nsiológico e bem éldaptado do púbis, onde as
cadeias musculares estão bem delineadas.
Nesse caso, o jogador tem bom apoio, toque de bola fácil e velocidade
total.
No entanto, o treinador e o jogador devem cuidar dos músculos que são
solicitados nesse esporte. Os anos de prática vão reforçar a potência desses
músculos em detrimento de sua flexibilidade, e assim encontraremos nas
cadeias musculares desse individuo estruturas "encurtadas".

Se a atividade do jogador permanecer intensa, o início de patologia se


instalará com:
- contraturas, distensão dos encurtados: "vencedor do esquema
funcion2]"
isquiotibiais
peitoral menor
.. ter;ciinites nas regiões das cadeias musculares onde existe excesso de
tu,s;jo nas esrruturas musculares que se encontram muito estiradas. Desse
'·<:'.':(;io começa a deteriorizaç~o das inserções musculares (causada por
1:'.'.1'''::.0 .-ie rrabalho, e não por L'1suficiência).

.';/U':(·ujos estirados ("vítimês do esquema funcional"): :...:


... ; C'lOremora};
.. ~(:lO do êlbdome;
" 'Jb!íquos - arcada crural;
.. jiriíllCidal do abdome;
-- éiliulores.

\"'.~·:;;!nos agora como se ins:aJam essas perturbações musculares. FOTO 19


A PUBALGIA CRÔNICA 95
Essa semiflexão pede um trabalho proprioceptivo importante, que Fase dinâmica
a preparação da recepção.
As fotos 20 e 21 mostram a partIcIpação dos isquiotibiais para a
estabilidade do joelho no qeslocamento em semiflexão.

".'

FIGURA 46
Recepção em semiflexão

'.
Esse trabalho qualitativo é int
função de encurtamento (f19· 47 - enso e mantém
48, foto 21). os isquiotibiais
~.

,',\._., .. '

FOTO 21

..
,~_.
>F-'

~:.~
~' ~~~:

~.'
i,-:

~...:.;

.~'.-

FIGURA 47
Deslocamento em semiflexão

FIGURA 48
Trabalho dos· ISqUlotl
"b" lals para a estabilidade dos joelhos
AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 99

As figuras 49 e 50 resumem os sintomas que are tração dos isquiotibiais A foto 22 coloca em evidência as influências vindas de cima.
p de desencadear.
- durante o serviço, o toque na bola se faz na extremidade do membro
superior;
- o peitoral menor e o peitoral maior são os músculos motores d,:,.;s.:
gesto;

Asc=csão
••
R=::=.;.30 dos isquiotibiais

da ElAS

Ter.szc + + do reto femoral

Rotação do joelho Te~é<:: do joelho


= meniscos

FIGURA 49
Influências da retraçáo dos isquiotibiais sobr" o membro inferior

Retraç2S ~ss isquiotibiais


Along=rc=::-..o dos adutores
Contraturas
Tendinites

lordose

AlongamEr.'..o do ligamento
sacroisq~ié:X:;o
Cialalgia

lorr.bat


l.0mbociática

•••
Tensão do GI.2drado lombar
r,oas

FLb2!gia

FIGURA 50
Influências da retraçáo dos isquiotibiais sobre a pelve e a coluna
- para que esses músculos sejam eficazes no nível do braço, é necessário .~',
que suas inserções costais estejam relativamente fixas. Essa fixação é feita )"
10 trabalho dos abdominais, e nesse gesto cruzado os oblíquC?s são :.~
rticularmente solicitados.

Peitoral maior

Peitoral menor

Abj:;minais obliquos -+

FOTO 23
FIGURA 51
Utili,ação da cadeia cruzada lig,,":) : ombro direito ao
quadril esquerdo
A PUBALGIA CRÔNICA 103

A foto 24 é a seqúência do gesto do serviço, com a convergência das


forças sobre o abdome.

~.- I, I
"'-~I":-""-""·· II I
ores menor
dominal
eitoral

oral maior
I

~() i~,
Il'

I ~-

FIGURA 52
Foca/ilação das forças sobre o púbis
Solicitação das articulações (dobradiças - charneiras) vertebrais (foto 25)
A torção,d.o tronco solicita a articulação dorsolombar.
•" ." Essa região comanda a mobilidade
:"' ".' -,:" 'i-'- .••·
-: !..;.: da lordose
•• ,._- .•.• lombar .e pode determinar
<t-r~':
~-.." ";:-,'.c..' .~_.~......t'. ",.""

.a qualidade tônica do iliopsoas. Elaficafragilizada se os isquiotibiais, o


quadrado lombar e o psoas estiverem retraídos.

FOTO 25

~
~....::::: ~ --- Grande dorsal

---7-- Ouadrado lombar ~

~-
FIGURA 53
Fim do serviço ou do srnash - Solicitação + + do púbis

FIGURA 54
O contrário: a cadeia cruzada pJsterior - Solicitação da
articulação dorsolombar
fi AS CADEIAS MUSCULARES

A PUBALGIA CRÔNICA 107

Daí o aparecimento freqüente, em algumas pessoas, de lombociática e


problemas digestivos. o contrário confirma o trabalho importante da articulação dorsolombar.
A lesão da articulação dorsolombar determina, pelos ramos cutâneos, A cadeia cruzada profunda, grande dorsal-psoas, é solicitada. Um psoas
;)s dores projetadas no nível sacroilíaco e na virilha. muito forte e muito curto im'prime uma lordose lombar com tração em dircçc':o
anterior aos discos nos quais se insere.

Solicitações específicas do púbis (foto 27)


A tendência a uma grande abdução em certas situações,..de jo~!'J
sobrecarregará intensamente o púbis, o qual vai registrar solicitações en;
superioridade e abertura de um lado em inferioridade e fechamento elo
outro.
Quanto mais as tensões isquiotibiais-adutores forem desequilibrad;ls
nas cadeias musculares, mais as forças presentes no nível do púbis acentuarão
a sua mobilidade.
O excesso de mobilidade atuará sobre a pubalgia com
- deteriorização das inserções; I
- deteriorização da articulação pubiana, que será confirmaria na
radiografia. t
A artropatia que encontramos freqüentemente nas pubal~ias crônicas ,
i

não são a causa, mas o resultado da sobrecarga articular. E imponar.lw


entendermos isso, porque o tratamento que vamos propor terá uma
estratégia diferente.
FOTO 26 É necessário observar que a hipermobilidade articular induzindo uma
pubalgia desencadeará secundariamente contraturas musculares para
"congelar" essa articulação (a mesma lógica para as periartrites e o ombro
congelado) .

FIGURA 55
Relação grande dorsal-psoas-adutores
,
104 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CR6NICA 105
~
t'· í
:-.
Solicitação das articulações (dobradiças - charneiras) vertebrais (foto 25)
A torção.,do tronco solicita a articulação dorsolombar.
\. "; ';,' ~s_saregi~<:>c9I?~Ildq.?_m?1;lil~~!id~.q~~9~~O~~}~mbéII
e pode determinar
.a qualidade tônica do iliopsoas. Ela fica fragilizada se os isquiotibiais, o
quadrado lombar e o psoas estiverem retraídos.

FOTO 25

~....:::;-::: :::;-- -'"


Grônde dor sal
~

--7"-~ OU3drado lombar ••••

~-
FIGURA 53
Fim do serviço ou do smash - Solicitação + + do púbis

FIGURA 54
O contrário: a cadeia cruzada posterior - Solicitação da
articulação dorsolombar
106 AS CADEIAS MUSCULARES

A PUBALGIA CRÔNICA 107

Daí o aparecimento freqüente. em algumas pessoas, de lombociática e


problemas digestivos. o contrário confirma o trabalho importante da articulação dorsolombar.
A lesão da articulação dorsolombar determina, pelos ramos cutâneos, A cadeia cruzada profunda, grande dorsal-psoas, é solicitada. Um pseas
as dores projetadas no nível sacroilíaco e na virilha. muito forte e muito curto imprime uma lordose lombar com tração em direç~(j
anterior aos discos nos quais se insere.

Solicitações específicas do púbis (foto 27)


A tendência a uma grande abdução em certas situações;de jO~Ii)
sobrecarregará intensamente o púbis, o qual vai registrar solicitações f:i11
superioridade e abertura de um lado em inferioridade e fechamento elo
outro.
Quanto mais as tensões isquiotibiais-adutores forem desequililxad;]s
nas cadeias musculares, mais as forças presentes no nível do púbis acentuar,1()
a sua mobilidade.
O excesso de mobilidade atuará sobre a pubalgia com
- deteriorização das inserções;
- deteriorização da articulação pubiana, que será confirmada na
radiografia.
A artropatia que encontramos freqüentemente nas pubal~ias crô!1ica<;
não são a causa, mas o resultado da sobrecarga articular. E impnrrarltC:
entendermos isso, porque o tratamento que vamos propor terá uina
estratégia diferente.
FOTO 26
É necessário observar que a hipermobilidade articular induzindo uma
pubalgia desencadeará secundariamente contraturas musculares para
"congelar" essa articulação (a mesma lógica para as periartrites e o ombro
congelado).

FIGURA 55
Relação grande dorsal-psGas-adutores
108 AS CAOB'.AS MUSCUlARES
A PUBALGIA CRÔNICA

A foto 28 representa uma das fases do jogo em que as solicitações que


vêm do braço e dos membros inferiores são intensas no "nível do púbis.
-
IIj:, I _,t .,;."-.;'!.~
Essa solicitaçãci fisiológica torha:'se patológica se as cadeias musculares
IIIi~ I
I se cruzarem no nível do púbis com falta de flexibilidade.
I Com efeito. essa perda de flexibilidade impõe um crédito superior de
f mobilidade do púbis, que passa da sua amplitude normal, fisiológica.

FOTO 27

iI
1:

I
(
j
'-.~':
~ .~:'<'
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-'-'-- -:.;.~-•... .•... -;-.• ".
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FOTO 28

FIGURA 56 i
r '~:::'
~ t·
A retração dos adutores C:~,J fonte de sobrecarga do púbis

.:;~i
110 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 11 ']

Conclusão
Pubalgia na prática do golfe
Essas fotos específicas do tênis mostram que encontramos um esquema de
. pubalgia paralelo ao descrito no futebol. Este esporte apresenta um gesto que dissocia a mobilidade do:; ramo,;
A pubalgia é apenas a expressão terminal de um funcionamento geral pubianos.
pervertido por meio de retrações de certas cadeias musculares. As influências que vêm do braço e as que vêm do apoio ao solo (;S"~~.
A pubalgia pode ser prevista antes que apareçam: em contradição no nível da pelve. 'i
- contraturas;
O jogador de golfe deverá trabalhar bem a mobilidade cl.3 cirli IJ:,:
- tendinires Uoelho-reto femoral-adutores); escapular e da pelve para manter um movimento fluido e fácil Eft:> '~.'
- lombo ciática;
preservará, assim, de toda sobrecarga no púbis.
- pontos chamados de fraqueza abdominal; A pubalgia é muito menos freqüente no golfe do que no tênis, no fUlê~t>.,i
- periartrites do ombro, nevralgias, cervicobraquiais; ou no rugby Por outro lado, o jogador de golfe deverá cuidar da ar icuL1\;ct . )
- tennis-elbow (epicondilites);
dorsolombar para evitar nevralgias dos nervos abdominogenítais
- dores da coluna cervicodorsal, dorsolombar. Nesse caso, o paciente apresentará dores no nível do bai:..:oventro, dj
virilha e algumas vezes dos testículos.
Se a saúde do jogador não for bem gerenôada. o último estágio dessa - A simples liberação da coluna vertebral será a solução dessa I'cl(i):oOi:l
Ifolução será a PUBALGIA.
em curto espaço de tempo. Para estabilizar esse problema, qLJ~; ten'
característica reicidivante, será necessário o tratamento pelas cadeia~
musculares.
Freqüentemente, eu me pergumo se o golfe é bom para a colun:1
vertebral. A resposta é simples: sim. O movimento elogolfe é o mais [)<:Iturêll.
pelo !'Denos para a coluna vertebral. porque é um movimento sinusoidal.
Por outro lado, a prática do golfe coloca em evidência as colunas que
têm I1!ámobilidade e que necessitam de um tratamento, tanto para obter a
fluidez do gesto como o conforto físico.
O golfe, nesses casos, é um revelador, e não um agressor, como ele é
freqüentemente considerado .

. ; ~
O .: ponto de encontro de influências vindas dos .
F~57oros superiores e dos
me . membros inferiores
A PUBALGIA CRÔNICA 1,

'",'.; ;r;i:\
\. ..j

FIGURA 58
O golfe necessita de uma b8a flexibilidade de todas as
cadeias musculares

FOTO 29

.··i~

;~í
A PUBALGIA CRÔNICA 115

- no nível dos joelhos, dos meniscos;


- no nível da velocidade: a cirurgia reforça, mas, se as pressões
permanecem, o atleta aparecerá mais rígido, menos espontâneo, ma:·;
pesado, menos livre, mais atrapalhado.
Esses problemas podem ocorrer a curto prazo, mas, a longo prazo, njo
se surpreenda ao ver se instalar uma gonartrose, uma coxartrose.
As cadeias musculares nos permitem denunciar esses mecanisrnv;
Tratamento da pubalgia crônica patológicos e principalmente preveni-los (fig. 59).

TRATAMENTO

NORMALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS

Temos à nossa frente um atleta freqüentemente desestimulado. Há


111 'es, tentaram diferentes tratamentos com ele, mas sem resultado. 1 1
Antes mesmo de iniciar um tratamento, é importante fazermos um ARTICULARES MIOTENSIVAS
cii;)l nóstico exato e explicar ao atleta a instalação lógica do seu problema.
(cadeias musculares)
S mpre fico surpreso ao ver a confiança que a pessoa deposita em nós
quando ela compreende o porquê de seus diferentes sintomas, através de
I ma análise biomecânica e fisiopatológica.
Infelizmente, vemos o paciente, freqüentemente, em um estado tardio.
É preciso operar?
RESTITUiÇÃO DO EQUILíBRIO FUNCIONAL DO PÚBIS

FIGURA 59

1. TRATAMENTO CIRÚRGICO

A cirurgia é imposta em casos muito avançados. Mas nós somos, então, ,

" I[
responsáveis pela má gestão da saúde do paciente, que chegou a esse 2. TRATAMENTO PELAS CADEIAS MUSCULARES !
,rado final.
A cirurgia, mesmo se ela é justifica da, somente vai reforçar o púbis,
'em tratar as causas.
É o verdadeiro tratamento, já que as causas iniciais constituem o trabalho
As forças excessivas que persistem nos circuitos musculares farão Sl},rgir
urras lesões: em semiflexão, que valoriza os músculos posteriores.
Este capítulo será o mais simplificado possível. para que seja colocado
- no nível do púbis, sendo necessário reoperar; '.' '. facilmente em prática pelos jogadores e treinadores. .
- no nível das lombares, com, talvez, uma cirurgia dis
- no nívelâas l~ce;açõ~s ;n~~~I~;s
' . ,: .. '''' li,:
W~~es:'~'e'I1dc;'ne~e~io.o~rar.·O>:·
. fr"/ 'às músculos do plano posterior desenvolveram sua força em detrimento
'/ de sua capacidade de alongamento. Vamos utilizar testes de mobilidade a
xcesso de tensão nas cadeias musculares pode "desconectar" qualquer "fusível" .•.~
.;~fim de colocar em evidência essas restrições funcionais.
~:
Qualquer semelhéillça com jogadores de futebol francês é mera coincidência ...;", ...

:{>l'
'16 AS CADEIAS MUSCUlA'~ES A PUBALGIA CRÔNICA

Os testes de mobilidade

Teste de flexão de pé (TFP): teste dos isquiotibiais (fig. 60)


O terapeuta fica atrás do indivíduo e pede-lhe que se incline para frente,
como se quisesse lOcar os pés com as mãos.
Esse teste é negativo se o indivíduo puder tocar os pés sem que a
estática dos joelhos ou do arco plantar seja modificada.
Esse teste é positivo (foto 30):
1. se o indivíduo não atinge a ponta dos pés;
2. se a estática do joelho é modificada: o joelho pode adotar uma posição
de flexão + valgo ou varo, associados a rotações;
3. se a estática do arco plantar é modificada (foto 31):
- o pé vira para dentro, dando um arco plantar aparentemente achatado
(fig. 61);
- o pé vira p2Ia fora, dando um arco plantar aparentemente cavo;
4. se as estáticas do joelho e do pé são juntamente modificadas (fotos
32 e 33).
Nesse caso, SErá necessário verificar os artelhos, e ficaremos surpresos FOTO 30

ao constatar uma modificação de seu eixo. No momento da TFP: f1exão dos joelhos

RGURA 60 FOTO 31
8: isquiotibiais ++ No momento da TFP: observação dos arcos plantares
AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 119

Teste de f1exão de pé (TFP): teste do quadrado lombar (fig.61)


Esse teste é positivo quando a coluna lombar mantém uma lordose ou
fica relativamente plana no momento da flexão anterior.
Sendo a retração maio, no nível lombar, os isquiotibiais são so!iciLa,jo·;
excentricamente, provocanjo uma tendência ao recurvato do joelho.

Inversão Eversão

FIGURA 61
Rotação do eixo da perna: influências sobre o arco plantar

FIGURA 61
TFD: quadrados lombares + + - Retificação ou lordose
lombar - TendEr,cia ao recurvato dos joelhos. pés em
rotação

FOTO 32 FOTO 33
/I rOl ção interna do joelho leva à inversão A rotação externa do joelho leva à eversão
A PUBAlGIA CRÔNICA

+ quadrado lombar (fig. 62)


Teste de flexão de pé (TFP): isquiotibiais Teste de f1exão assentado (TFA): teste do quadrado lombar (fig. 62 bis - foto 34)
A retração desses IT).úsculosposteriores está sempre associada.
Os isquioJibiais impõem, por Sl,las retrações, o ílexo do joelho.
_.:r" •
atrásOda
indivíduo está assenta~,.:sobre
nuca~ Pedimos~lhe umapara
cp.e incline cadeira
frente,com as mãos oscruzadas
colocando joelhos
Os quadrados lombares imprimem à curvatura lombar uma lordose ou entre os cotovelos. Nessa ·pdi'ão, a influê~cia dos isquiotibiais sobre a
deixa-a relativamente plana. pelve é anulada. Podemos; assim, testar mais facilmente o quadrado
Esse teste de flexão de pé é igualmente utilizado para colocar em lombar.
evidência as lesões isquiáticas. Esse teste é negativo se a curvatura da coluna toracolombar se inscreve
em uma convexidade harmoniosa.
Esse teste é positivo se a coluna toracolombar fica relativamente plana
ou apresenta uma concavidade.
Esse teste de flexão assentado é igualmente utilizado para colocar em
evidência lesões sacrais e lombares.

FOTO 34

FIGURA 62
TFP: isquiotibiais -;. Quadrado lombar
lordose lombar, flexão do joelho
-+- - Retificê :~o ou
-
I
i
@?
TFA Negativo
__Ut Positivo

FIGURA 62 bis
Quadrado lombar
1\ CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 123

Teste de flexão deitado ITFD) dos isquiotibiais (fig. 63)


O paciente está em decúbito dorsal. O terapeuta levanta-lhe os pés
11< ra elevar as pernas aproximadamente na vertiçal.
Esse teste será negativo se o indivíduo aceita â posição dos membros a 900
('(1m os joelhos estendidos, os pés na mesma altura e a 90° em relação às pernas.
Esse teste será positivo se o indivíduo não poce atingir os 90° sem que os
jn lhos ou os arcos plantares se deformem. Pode ocorrer, também, nesse teste
lIJlE! retraçãa bilateral dos isquiotibiais: os sinais sã::>,então, simétricos (fig.63):
3. o indivíduo permite que suas pernas sejaP-llevantadas a 90°, mas faz
IIiI1 nexo;

b. o indivíduo quer estender os joelhos, mas levanta as nádegas (fig.64);


c. o indivíduo acumula o flexo e o descolamento da pelve (foto 35).
Podemos ter uma retração_ assimétrica (fig.65): o lado de maior retração
ele colará a nádega primeiro, quarí"Cfào indivíd:,]o_e.st~nder os joelhos. O
111 rnbro inferior terá o calcanhar mais alto (foto 36).

FIGURA 64 FIGURA 65
Isquiotibiais .,. elevação da pelve - Cifose lombar Isquiotibiais + à esquerda

FIGURA 63
Teste de f1exão deitado TFD

FOTO 35
Isquiotibiais ++ FOTO 36 .
Flexão dos joelhos - Elevação da pelve - Cifose ~mbossacral Isquiotibiais + à esquerda
Teste de flexão deitado (TFO) do quadrado lombar
- A posição do teste é a mesma.
- Esse teste é negativo se o indivíduo consegue colocar as pernas a 90°,
·~.' mantendo' a 'êolumi lomoar plana no' chão. .~. C.~'.!.~:".'. .
- Esse teste será positivo se os dois quadrados lombares estiverem retraídos.
- A coluna lombar não se apóia no chão quando as pernas são levantadas
(foto 37).
- Ao aproximar-se de 90°, os joelhos colocam-se em recurvato e em
..
rotação interna (fig.66).
- De pé, o indivíduo apresentará uma lordose lombar (fig. 67).
A tensão do quadrado lombar coloca a pelve em anteversão. O resultado
sobre os isquiotibiais é um estiramento, que pode repercutir emum recurvato
dos joelhos.
Se um dos quadrados lombar estiver mais retraído do que o outro, o
indivíduo permitirá que suas pernas sejam colocadas a 90°, mas a pelve que F!GURA 66
Ouadrado lombar + - lordose lamber - Recurvato dos
está apoiada ao chão se deslocará lateralmente para o lado retraído (fig.68). joelhos - Rotação interna dos c0ndilos
De pé, notaremos uma tendência ao recurvato mais presente sobre um
dos joelhos.
Freqüentemente, os quadrados lombares e os isquiotibiais estão
associados em suas compensações simétricas e assimétricas.
.~..

i
!
I
!

....:':.
FOTO 37
Teste de flexão deitado: TFD - Pelve no chão
lombar: quadrado lombar +
+ lordose
)l FIGURA 67
Quadrado lombar + ante\'ersão da pelve -
tendência ao recurvalO
A PUBALGIA CRÔNICA 127

ill
I;

I'
11:

I
I

,
i

I
i.
I
I
(

FIGURA 70
Quadrado lombar +
Isquiotibiais +

Quadrado lombar Isquiotibiais


Quadrado lombar + isquiobOiais
FIGURA 69
FOTO 38 .
Teste de flexão deitado
Isquiotibiais =. flexão dos joelhos + elevação da pelve -
Quadrado lombar: lordose lombar
28 possibilidade (foto 39).
O isquiotibial de um lado está perdendo mobilidade, assim como o
. ,~.~ qu.~cirad?~~~~ 9~}?~0 ?I:l0sto. No momen~o_d,o .fes~.e!..a..pelve elevará a ..,~...• _,
,.~ ' \."/ nádega do Ia'do 'dá isquiótibial muito curto, ocasionando, nessa posição,
uma falsa perna longa e se deslocará horizontalmente do lado oposto
(quadrado lombar) (fig.71).
De pé (fig. 72), o indivíduo apresentará uma falsa perna curta do lado
do isquiotibial retraído (ilÍaco posterior e uma concavidade lombar oposta).

,,
t

FIGURA 71 FIGURA 72
Falsa perna longa à direita em deeúbito dors,,!: Falsa perna eu"" ~ direitô, em ortcstatiêrno
isquitibi2is à direita. quadrado lombar à esquerda

FOTO 39
Quadrado lombar."à esquerda
AS CJ.\DEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 131

3a possibilidade (fig. 73).


Teste de mobilidade do psoas
Mais raras são as retrações dos isquiotibiais e do quadrado lombar do
O psoas não pode ficar indiferente às modificações da coluna lombar.
mesmo lado. A nádega levanta-se e a pelve faz uma translação horizontal
rio mesmo lado. Veremos no livro sobre o men;.bro inferior que sua função maior de rotador
interno do quadril pode ser lordosante ou cifosante da coluna lombar.
De pé (fig.74), o indivíduo apresenta urna falsa perna curta e uma
Essa resultante sobre a coluna lombar varia se ele trabalha em r~d.!;~<~,-.
wncavidade lombar do mesmo lado. Esse esquema desafia a lei do equilíbrio. com o quadrado lombar (lordosante) ou em relação com os ahdornin.,'-;
Há duas causas para que isso aconteça: (cifosante) .
- uma lesão vertebral lombar que impede a compensação estática
Se ele está mais retraído unilateralmente, imprime uma conci);.i. Lv!.-.
v 'rlobral para o lado oposto, ou sobre essa lordose ou cifose.
- uma lesão visceral que determina essa atitude antálgica. Para que o Na figura 75, o indivíduo está deitado em decúbito dorsal. [I", c!,)br';i: r;
l.Orpo perturbe a esse ponto a estática, é preciso que tenha ocorrido uma
joelho sobre a pelve, apertou-o contra si com as duas mãos f3 e,;[(n<:1"'I: ,',
Importante lesão osteopática vertebral ou visceral. Não poderemos reverter perna oposta.
'.' e esquema se não eliminarmos as lesões osteopáticas.
A coluna lombar foi colocada em cifose pela flexão de um CJl-ktC!! il .'\';:';!! "
fixada, comparamos a capacidade que tem a outra perna de ",'C: ,"I',)!l:j~l'
invertendo o quadril flexionado. O alongamento depende cio pSOO1S ':.' '.'
I
assim que podemos testá-lo.
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r" •. I
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I J

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I I
I I +
I1
I


,

•.
\ FIGURA 75
Teste do psoas
f
, 'o,'
.:' ~
FIGURA73'
FIGURA74
I:,quiotibiais à direita e quadrado lombar à direita
O reequilíbrio não pede ser feito. pois existem
duas lesões primárias
Teste dos adutores (fig.76) A flexibilização
O indivíduo está em decúbito dorsal, pernas flexionadas, pés apoiados
..Agora que fIzemos o.diagnóstico dos principais grupos musculares, como
. n~~~~g~, ~le pode. separar um joelho l~alIJ.1ente,
mesmo tempo. .~. separadéiIl1ente ou ao vamos"tr~tá~ios? . . -' .
Outra variante (fig. 77): o indivíduo e~-á assentado, joelhos flexionados, Eles trabalham muito. Aumentaremos sua potência? Certamente que não ...
pés juntos (posição borboleta). Ek pode deixar descer um joelho O objetivo do tratamento é recuperar a qualidade de alongamento desses
lateralmente, separadamente ou ao mesmo tAmpo. diferentes músculos e reforçar seus tendões e seus pontos de inserção.
f
Os exercícios de flexibilização alternativos clássicos não podem atingir
esses objetivos. Com efeito, o alongamento intermitente só faz valorizar a

I. reação concêntrica do múscuio. Mesmo que o indivíduo faça esses exercícios


de flexibilização com total relaxamento muscular, o tempo de alongamento
é muito curto para remodelar a bainha do músculo. Além disso, a tração
periódica sobre as fibras tendinosas e sobre o periósteo só facilitará as "82ÇÕt~S
inflamatórias com fragilização acentuada dos teCidos e lavagem de cálcio
da trama óssea (foto 40).

FIGURA 76
Teste dos adutores em posiçáo deitada

FOTO 40

FIGURA 77
Teste dos adulores em posição assentada
fi CADEIAS MUSCUlARES
A PUBALGIA CRÔNiCA 135

A chave do tratamento encontra-se em:


1. trabalho isométrico;
lI. Trabalho isométrico dos abdutores
2. trabalho de posturas excêntricas.

Tratamento isométrico

Esse tipo de tratamento foi acrescentado a esta segunda do livro porque ele
I,_rmire, nos casos muito álgicos, obter rapidamente um efeito sedativo sobre as
II scrções musculares, sobre os tendões e sobre as bainhas dos músculos.

,. Trabalho isométrico dos adutores

.
"

t
.~
'.

Os joelhos ter1dem a se aproximar e os cotovelos opõem-se a'e1es:


- 10" de· ntracão suave; Os joelhos tendem a se separar e os cotovelos opõem-se a eles:
- 1 O"de.ous~. - 10" de contração;
Deve ser ... to dez vezes. - 10" derepouso.
Deve ser feito dez vezes.
IH. 'Itabalho isométrico dos retos abdominais

FOTO 43

o cotovelo faz a metade do movimento, o joelho oposto a outra metad .;


- 10" de contração;
- 1O" de repouso.
Deve ser feito dez vezes, alternando E e D.

Tratamento através de posturas excêntricas


O paciente suporta melhor o trabalbo isométrico contínuo e su
recuperação é mais rápida.
É importante ter nesse estágio, parA "enos casos, os di::gncs,;" s
hormonals, assim como radÍografia da arcada dentárÍa.
FOTO 44 - Os músculos colocados em tensão durante vários minutos de modo
constante se cansam e soltam sua tensão excessiva. A bainha do T11úsculopoderá.
a partir desse in::;laúte. estar dlüngclui::!, e o musculo recupérara seu compl iJnent .
:\s rnntas dos dedos não ultraçassam a patela para evitar o trabalho do - O indivíduo registrará uma clara melhora de sua velocld"de no
momento dos treinamentos,
- 10" de contração; - A tensão constante sobre o tendão estimulará a reconstrução conjuntiva.
- 1O" de repouso. - A tensão constante sobre os ossos será um fator de reação germinativo
Dm'e ser feito dez vezes. do periósteo com fixação de cálcio. A imagem radiológica registrará isso,
tornando-se menos radiotransparente sobre os margens do púbis,
138 AS CADEIAS MUSCULARES

A PUBALGIA CRÔNICA 139


I. Postura dos músculos posteriores

(Quadrado 10mbaI~ isquiotibiais, tríceps, arco plantar) - (fig 78 - foto 46).


- O indivíduo está em decúbito dorsal, as pernas a 90°, os pés e
tornozelos a 90°, o queixo retraído. O occipto fixa a colocação em tensão
buscada (foto 46).
- A coluna lombar e a pelve estão planas e bem alinhadas.
-- Os joelhos estão bem alinhados.

- Os arcos plantares estão reformados pela flexão dos dedos (foto 47).
Essa é, claramente, a posição que se deve ter.
Será necessário ensinar o indivíduo a se corrigir, mantendo, prioritariamente,
os pés juntos e a coluna lombar plana no chão.
Ele poderá, em seguida, fazer progressivamente a extensão dos joelhos.

FOTO 46

t
,.

i
~J
i
FIGURA 78
Postura do plano posterior (Méziéres)
FOTO 47
Quando ele tiver a possibilidade de manter os joelhos estendidos, ele
acrescentará a rotação externa de suas d ras articulações, aproximando bem
.".
uma da outra (foto 48).' < ' •..••

Essa postura é para ser feita por 5'~inutos, cotidianamente, à noite,


apoiando-se em uma.mesa. Desaconselho fazê-Ia apoiando-se na parede,
por causa da massa glútea que imped~ uma verticalização das pernas a 90°
e do risco de falsos movimentos para se manter na posição.

lI. Postura do psoas (fig. 79 - foto 49)


- O indivíduo coloca um pé na linha da borda da mesa.
- A perna oposta tem o joelho apoiando-se sobre um banco.
- O tórax não está apoiado sobre a mesa, somente as clavículas está
em contato com ela.
- A perna anterior, por sua flexão, assegura o alinhamento lombar.
- A perna posterior, por sua extensão, provoca a postura excêntric d
psoas.
- Duração: 2 a 3 minutos para cada psoas.

III. POstura dos adutares (fig. 80 - foto 50)


- O indivíduo está assentado com as pernas esticadas para fren 0, lJ
cotovelo apoiado sobre um banco ou uma mesa ..
- Ele leva sua perna oposta em abdução (posição de saltador de barr ·'il, ).
- O indivíduo deve ficar bem reto. Ele regula a tensão dos adutoll:S,
fazendo recuar mais ou menos o joelho a ser tratado.
- Duração: 2 a 3 minutos para cada lado.

IV Postura dos abdominais (fig 81 - foto 51)


- As inserções baixas dos abdominais têm igualmente necessidad d
ser reforçadas por essa postura.
- O indivíduo está em decúbito dorsal, transversalmente à mesa.
- As pernas estão estendidas, com os calcarlhares em contato com o h5
- Os braços estão em prolongamento com o tronco: seja as mãos lr'
s
da nuca, seja braços estendidos.
- Duração: 3 a 5 minutos.

~:~~
FOTO 48
Postura da cadeia estática posterior com correção pelas
cadelas de abertura·fechamento dos membros inferiores ~Ji.
142 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 143

;;

FIGURA 79
Postura do psoas

FIGURA 80
Postura dos ad~,ores
'_ ••••
.~..
0
A PUBALGIA CRÔNICA 14~

; .. , .' "OBSER~AÇ9ES IMPÓ.R.!Â~W~;·'


. -~e.~~.-;:~' ·tt'~.'..:-..:.i'·>! .:;." --.. ".:"'-~~""
;-.-. '<'~"-"l.,,~'.:.•.~(:;: ....••~ .,' ~>~"?~~~~.
-~ :~: ~ " ~f··'
180 serVa'ção:' 'importântéseguir 'ésta" progràniáção. E preciso,
primeiro, relaxar os isquiotibiais e a lorqose IÇlmbâr antes de trabalhar
o psoas, os adutores :3 os abdominais. Este p-rog'rama ccompleto deverá
ser feito todos os dias, durante três semanas, em casa.

28 observação: Este trabalho será feito, preferencialmente, no final


do tréinamento ou à noite, em casa. O mesmo trabalho feito de manhã
ou no início do treinamento cansa o atleta.

38 o bservei'ção: 'Estê~trâ6a1h~d~ve:sêr f~íio(imidiãri~ih~iíte, ehquanto


persistirem as retrações importantes. Em seguida, deve-se passar a
fazê-Io três vezes. depois duas vezes por semana, na fase de treinamento, '

FIGURA 81
Postura dos abdominais 48 observação: O atleta em período de atividade deverá suspender
esse tratamento no dia e à véspera de umjo;:;.~, ~ fõrn '.:.~ : ;~J inibií SüãS
informações nervosas. Por outro lado, à noitêou no dia seguinte ao jogo,
ele deverá normalizar a tensão de suas cadeias musculares através
deste trabalho de postura.

58 observação: Este trabalho de reestruturação das' cadeias


musculares será eficaz se não existir bloqueio no nível da pelve ou da
coluna lombar. Toda lesão articular impõe compensações antálgicas.
É o músculo que se coloca a serviço dessa prioridade antálgica para
adaptar o esquema corporal. Um tratamento unicamente miotensivo
seria puramente ilusório. Conseqüentemente, será necessário fazer
um exame dessas diferentes articulações e, para esse trabalho, deve-
se recorrer a um especialista.

3. TRATAMENTO OSTEOPÁTICO

Testes diferenciais das lesões sacroiiíacas


(Lesões ilíacas - Lesões sacrais)
FOTO 51
,·i;'
Esta postura pode igualmente ser f=,-:a sobre uma bola de
65 em Teste de fIexão de pé (TFP) (foto 52)
.Ji O paciente encontra-se de pé, joelhos estendidos,
paralelamente, sob as articulações coxofemorais.
os pés separados,
AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 147

o terapeuta coloca-se atrás dele, o olhar na altura das espinhas ilÍacas Teste de flexão assentado (HA) (foto 54)
póstero-superiores (EIPS), coloca as mãos horizontalmente apoiadas sobre o O paciente está assentado sobre um banco, os pés bem apoiados no
ponto mais alto das cristas ilíacas e pode, assim, avaliar urna eventual diferença chão. O terapeuta, posicionado atrás dele, coloca seus polegares sob a EIPS
de altura. Coloca seus polegares sob as EIPS e pede-lhe para fazer uma flexão e pede-lhe que faça uma flexão anterior máxima do tórax.
tmterior completa, para tocar a ponta dos pés com os dedos. O lado portador
";"" O lado portador de uma lesão sacral será caracterizado por uma traJ8tcirizi
ele uma lesão ilÍaca será caracterizado por uma trajetória de movimento de
uma das EIPS muito mais importante do que do outro lado (foto 53).

í
,t
t
.

FOTO 54
TFA

FOTO 55
Movimentos de EIPS
de movimento de uma EIPS muito mais importante do que do outro lado
(foto 55). , t
.' .•..
'. Em posição assen ,.-~. a flexão do tronco interessa preferencialinente o
sacro em relação aos'··~cos. O parasitismo dos músculcs dos membros
inferiores é eliminad? por essa posição.

Nota: Cada um desses dois testes deve ter uma cerca transparência
sobre o outro. Isso quer dizer que devemos encontrar em um teste uma
ascensão, mesmo mínima, do mesmo lado que aquele ccracterizado por
uma ascensão franca no outro teste.
Se isso não é constado, é porque os testes foram malfeitos, estáo
parasitados por tensões musculares unilaterais e não há lesão no nível
sacroilíaco,
O teste nos permite, então~ objetivar o lado da lesão e o tipo de lesão.

As lesões ilíacas

Podemos, no estado atual da pesquisa desse nível, citcr as lesões que


ccorrem nos i!Íacos:
- ilíaco anterior (fig. 83); lliaco em superioridade

". iJíaco posterior;


_. fechamento ilíaco (fig. 11); FIGURA 82

- abertura ilíaca (fig. 12). Os três pontos altos

A tradição osteopática cita igualmente o iliaco em superi:Jridade (fig. 82),


,r;.lS f1CJ·.'olume 4 veremos a confusão que foi feita nesse níveL Nesse livro, nós
,'r,;'e:sCnté,mos.no entanto, ainda a correção proposta pelos aJnericanos e pelos
,::~Jkses, n18srno que ela seja reconsiderada. ;,

lIíacos anterior e posterior


1\5 rEsultantes de forças que se localizam no nível da articulação
:<:rroilíôca. com uma predominância da força ascendent2, vão provocar
';J~ja peHja de mobilidade parcial ou total do ilíaco sobre o seu hemissae:ro.
:!rll~hi!j?élndo-o em anterioridade ou em posterioridade. em função da
1"'«::;0 na qual ele se encontra no momento ela perda ç:e absorção das
:'.: I'Ç'':'S presentes.

Poslerioridade llíaco An:eriorid3:Je

FIGURA 83
Anteversão e retroversão da pelve
'11 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBAlGIA CRÔNICA 151

Diagnóstico de um ilíaco anterior


O ílio bloqueando-se em anterioridade em torno de seu eixo de rotação
(i.aglass) terá por efeito, quando o indivíduo está em decúbito, descer o
.lCetábulo em direção ao plano da mesa e projetá-Io em direção aos pés,
fciZendo surgir um certo número de sinais diagnósticos em relação ao outro
1,1 10 não bloqueado.

- ElAS (espinha ilíaca ântero-superior) + baixa (em direção aos pés)


(I to 56)
- M. lNF. + longo (foto 57)'
- ElPS + alta (em direção a cabeça) (foto 58)

Teste de Dowing: Encurtamento = O ou < ALL do membro inferior (ver


n1ilis adiante).

Radiografia em AP com carga - O exame radiológico não representa,


por si só, um eiemento diagnóstico suficiente, mas servirá para reforçar o I
.;
,;.;c 1118 clínico palpatório, que reúne os elementos diagnósticos objetivos: ,
- ilíaco mais alto e mais estreito; !
\

- ramopubiano mais baixo;


- forame obturador maior. FOTO 57
I,
Localização dos comprimento dos membros inferiores I

FOTO 58
Localização das EIPS
i 14S. A<:'rAnFIA<:' ~AII"rlll M1P~
A PUBALGIA CRÔNICA
~. 1.52 AS CADEl,1.S MUSCULARES
f
Redução de um ilíaco anterior (foto 59) Variante para indivíduos hiperflexíveis (foto 60)
Posjção dopadente: em decúbito dorsal, as mãos cruzadas at'ilés da Posjção do padente: deitado sobre o lado oposto ao da lesão, a perna
superior flexionada, perna sóbre a coxa a 90° e coxa sobre o tronco a 90°.
cab~ça;9IJlembro inferior do l~do l~sado se cruza sobre o outro. ..,
Posição do terapeuta: ele fica do lado oposto à lesão. Com sua mão Posjção do terapeuta: ele se coloca no espaço feito pela perna do
cefálica, ele pcsiciona a cintura escapular do paciente na vertical e i~obiliza- indivíduo. Com sua mão caudal, ele apóia sobre o Ísquio como se fosse
a, bus~(mdo apoio na escápula e nas costas do indivíduo. Em seguida, com trazê-Ia em sua direção, e com sua mão cefálica sobre a ElAS, como para
a mão caudal, pega um grande apoio sobre a ElAS do lado lesado e coloca- empurrá-Ia. Com a ajuda do seu tronco, ele coloca em flexão forçada a coxa
a em tensão, empurrando-a em direção ao plano da mesa, depois reduz a sobre o tronco e age, em seguida, com suas mãos como se fosse destorcer
lesão com um gesto seco e curto, dirigido para baixo com um leve movimento um registro, repetindo várias vezes esse movimento.
rotatório.

::t ..

FOTO 59 FOTO 60
154 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 155

llíaco anterior(ex: E em miotensivo)


Paciente: deitado sobre o lado direito.

Terapeuta: de frente para o indivíduo, ele coloca o pé esquerdo do


paciente sobre o seu quadril e com a mão direita apóia no nível do sulco .:.:-

sacral lesado. Flete o membro inferior do paciente sobre o seu tronco até a
barreira motora (até que o sacro se desloque). . ...•.

1. Depois, nessa posição, ele pede ao paciente para empurrar


rapidamente o joelho contra resistência em abdução. Repete três a quatro
':ezes, intercaladas por uma nova busca da barreira motora (foto 61).
2. Em seguida, faz com que ele force três ou quatro vezes, através dos
joelhos, contra resistência (foto 62).
3. Termina a manipulação pedindo ao paciente que tente alongar seu
I nembro inferior contra a sua resistência. Repete duas a três vezes essa
manipulação (foto 63).

FOTO 62
I

(
I
I
I

I
!

FOTO 63
Diagnóstico de um ilíaco posterior
o ílio bloqueia-se em posterioridade em torno do eixo de rotação.
Q~a.ndo o.pa_~.ie.~teest~en::de~úb~todors~l, ~sso t~m por efeito a coloçação
da '~rticlliâçãó''ijará''frênter€tpárâ'o' a1to··tib·plã'ri({d~ fri~~a:
EIlfdt"~Ú~gir,
assim, certo número de sinais diagnósticos em relação ao outro lado não
bloqueado.
- ElAS mais alta (em direção a cabeça) (foto 64);
- ElPS mais baixa (em direção ao pé) (foto 65);
- membro inferior mais curto.

Teste de Dowing: alongamento do membro inferior o ou <


encurtamento.

Radiografia em AP com carga: as mesmas observações anteriores:


- ilíaco mais baixo e mais largo;
- ramo pubiano mais alto;
- forame obturatório menor.

Redução de um ilíaco posterior(foto 66)


Posição do paôente: deitado sobre o lado oposto à lesão e ligeiramente
alongado sobre o seu eixo. O membro inferior do lado lesado está dobrado
com a perna sobre a coxa, e esta sobre o tronco, de modo a ter a ponta do pé
na região poplítea oposta.

Posição do terapeuta: de frente para o paciente. Ele coloca o joelho


dobrado do paciente entre as suas duas pernas separadas; a coxa do paciente
faz um ângulo de 90° com seu tronco e dê aproximadamente 30° com a
horizontal. Depois, apóia com a região tênar da mão caudal atrás da EIPS
do ilíaco a ser reduzido, com os dedos voltando-se para ele. Em seguida. ele
busca a colocação em tensão no nível sacroilíaco, combinando os seguinte
movimentos:
- enrolamento dapelve em sua direção;
- elevação do joelho em direção à cabeça do paciente;
- retirada .da tensão, rapassando a cintura escapuJar em direção ao
FOTO 64
plano da mesa.
Localização da ElAS Quando a tensão está focalizada no nÍveLescolhido, a redução será feil<J
por um gesto seco e curto no nível da ÉIPS, em direção ao joelho dobrado d
paciente.
I!lO AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 159

FOTO 66

FOTO 67

Variante para indivíduos hiperflexíveis (foto 67)


Posição do paáente: em decúbito dorsal e em l=Qsiçãorelaxada.

Posição do terapeuta: de frente para o paciente, do lado oposto à lesão.


IJ _ P siciona sua mão cefálica com as regiões tênares atrás da EIPS e sua mão
( , L1dulpega o membro inferior do lado lesado, como se pega um bebê, de
(lr,nl ro para fora. Eleva o membro o suficiente para levá-l o em adução e colocar,
d '~il1l,em tensão a articulação sacroilíaca; a redução acontece por um gesto
';l, ;0 e curto da mão cefálica para fora e para baixo, em direção aos pés.

I!laco posterior (ex: D em miotensivo) (foto 68)


Paciente: deitado em decúbito dorsal com a perna do lado
Jl)l) ente para fora da mesa.

Terapeuta: do lado da lesão (à D). Ele coloca sua mão cefálica sobre a
I-:IAS do lado são e apóia sua mão caudal sobre o terço Ínfero-anterior da'
r: xa do lado lesado, buscando para baixo a barreira matora. Em seguida, . '

I orle ao indivíduo para flexionar seu quadril, do lado lesado, contra'


I' sistência. Repete três a quatro vezes. Entre cada movimento, ele busci'l é!i

11 va barreira motora.
FOTO 68
Observar que esta manobra libera, freqüentemente, a região
!Jdixa em lesão secundária a um ílio posterior.
u

QUADRO DO PROTOCOLO DIAGNÓSTICO DAS LESÕES ILÍACAS

"' . Sn:'fl'·e~o,~
'.'~.;--~!t.,,'-';;~.'.-,.:. '-.,,;- ''-'''.: :
~d;t~~.!~~~-;1<ti! ' ' .. ,;;.., ".,~.. , .- ' .-
{TÉSn:6~a().al;!-pé;'+;:$C':~'~~~~:}:.
TESTE' f1exão assentado + . TESTE flexão assêntado +
ElAS + alta ElAS + baixa
EIPS + baixa EIPS + alta

M. inferior + curto M. inferior + longo


Downing: Downing:
Alongamento=O < encurtamento Encurtamento=O < alongamento

,
1 S-"

ILíACO POSTERIOR
I ILíACO ANTERIOR
+ .

_.~._.
Testes de DOVirftilT!f . <

Est'3 teste serve para evidenciar as diferentes lesões ilíacas em


anterioridade ou em posterioridade e mostrar a diferença entre o déficit FOTO 69

total C;'J o déficit parcial de mobilidade dos ílios sobre o sacro. (Ver a evolução
dessa teoria do Downing no volume 4.)
P,:-,rafazer esse teste, colocamos em tensão os ligamentos do quadril e
lj:; cé',p~;1I1a articular.
Mobilizamos, tanto para frente quanto para trás, as 11. Teste de encurtamento (foto 70)
.l:-l ieu !ações sacroilíacas. As limitações desses movimentos ou seus exageros Este teste tende a posteriorizar a asa ilíaca, logo, evidencia um possível
:;(.'s (:!arào informações preciosas. bloqueio em anterioridade.

!. Teste de Alongamento (foto 69) Manobra: Abdução + Rotação interna


l::s~;E' : este tende a a 'lteriorizar a asa ilíaca, logo, evidencia um possível Abdução: Tensão do ligamento isquiofemoral.
-·'·1";('10 <:;11 posterioridôde. Rotação interna: Aumento isquiofemoral. Posteriorização ilíaca.

Manobra: Adução + Rotação externa Fisiologicamente: encurtamento = 15a 20 mm


Adüção: colocação em tensão do Ligamento de Bertin, abertura da
.:;; iç '.r iãÇ';O sacroilíaca. Patologicamente: O ou inferior ao alongamento
Rotação externa: colocação em tensão + + do Ligamento de Bertin. Se = O Ílio anterior primário
.'. ,':: i? riCl'ização ilíaca. Se < Alongamento Í1io anterior secundário

j':sfo!ogicameme: alongamento = 15 a 20 mm Nota (foto 7J.]: Entre cada tesie, o rerapeuta deve anular o efeito
produzido através de uma flexão máxima da perna sobre a co:,a e da coxa
P2fologicameme: = O ou inferior ao encurtamento sobre o tronco. Esses testes devem ser efetuados bilateralmente, de modo
Se = O Ílio posterior primário que se faça um 'diagnóstico diferencial entre os dois ilíacos.
Se < Encurtamento Ílio posterior secundário -.;

~:.:
.;:;.,
~"'4..
Jp-

.: ~f
162 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 163

EXEMPLOS:

1. ÍLIO POSTERIOR DIREITO


Alongamento D. = O < Encurtamento D.
Alongamento D. = O < Alongamento E.
Alongamento E. = Encurtamento E.

2. ÍLIO ANTERIOR DIREITO


Encurtamento D. = O < Alongamento D.
Encurtamento D. = O < Encurtamento E.
Encurtamento E. = O < Alongamento E.

3. ÍLIO POSTERIOR. Bilaterais morfológiccis ou traumáticos

=o.,} traumatico:=;
Alongamento
Encurtamento D. =0 Encurtamento
bilateral E.

Encurtamento
Alongamento bilateral < Encurtamento
D. = Encurtamento E. bilateral } morfológicus

4. ÍLIO ANTERIOR Bilaterais morfológicos ou traumáticos


FOTO 70

Alongamento
Encurtamento D. = Alongamento
Bilateral = O E. "} traumátiCG:>

Alongamento
Encurtamento D.
Bilateral < Alongamento
= Alongamento E. bilateral } morfológicos

5. HIPERMOBILIDADE
Alongamento bilateral 20 mm Fluorique
Encurtamento bilateral 20 mm Mulheres com hiperfrouxidão

6. TORÇÃO ILÍACA { Poster.ior esquerda


Antenor direita

Alongamento D. = O ou < Encurtamento D. e Alongamento E.


Encurtamento E. = O ou < Alongamento E. e Encurtamento D.

7. PSEUDO-ROTAÇÃO DA PELVE: membros desiguais


Alongamento D. = Alongamento E. e Encurtamento D. = Encurtamento E.
Alongamento D. = Encurtamento D. e Alongamento E. = Encurtamento E.

-
Lesão primária no nível da coluna IOJ)1bar
T 12 a L4 PSOAS

Esse teste de Downing é particula~'Il!Il't· te importante para a compreensão


da biomecânica da pelve.
Primeira possibilidade: o ilíaco bloqueia-se em posterioridade:

*.-
- os testes de posicionamento confirmam;
.:~,. --"-os testes de mobilidade ConJirrham;
o'DoWning = 0, .'
~~ 0.:

A LESÃO ILÍACA é chamada LESÃO PRIMÁRIA.

Segunda possibilidade: o ilíaco funciona em posterioridade


O jogo das compensações musculares leva o ilíaco a fLmcionar
preferencialmente em posterioridade (fig. 84, 85). Esse funcionamento
habitual deixa uma marca nas estruturas que se manifestam rios testes:
- os testes de posicionamento traduzem um ilíaco posterior;
- os testes de mobilidade. ,dão um ilíaco posterior;
- o Downing faz aparecer somente uma limitação de mobilidade. "

A LESÃO ILÍACA é chamada LESÃO SECUNDÁRIA OU COMPENSATÓRIA.

FIGURA 84
Terceiia possibilidade: o ilíaco posterior compensaté;-io é bloqueado llíaco posterior compensatório

em anterioridade (ou inversamente).


No caso de um ilíaco posterior, compensatório, por causa de um
l/dU!I1éltismo que o bloqueia em anterioridade na sua posterioridade Ou,àado lombar
!iJi'( ional:
- os testes de posicionamento traduzem um ilíaco posterior;
-- os testes de mobilidade confirmam a lesão ilíaca sem poder defini-Ia;
- o Dovming define a lesão traumática em anterioridade;
.- o iJi?co é bloqueado em anterioridade na sua posterioridade.

E unIa perda de compensação. No plano sintomático, a dor é muito


:.•.•;.[f', pc,is é impossível qualquer compensação antálgica, e a estática do
p;<ic;JlE' está particularmente perturbada, já que sua organização geral está Ouadríceps

Adutmes

FIGURA 85
lIíaco anterior compensatório

.,0
--
166 AS CADEIAS MUSCULARES

A PUBALGIA CRÔNICA 167


Diagnóstico de um ilíaco em abertura ou em fechamento
Fechamento ilíaco (foto 73)
O teste do TFP nos dá o ilíaco em lesão (foto 52).
PaCÍente: em decúbito dors2l!'
O indivíduo está'~m decúbito dorsal. Medimos os afastamento das ElAS
em relação à linha alba (foto 72).
Todo afastamento da ElAS do lado do TFP assinalará uma abertura ilíaca. Terapeuta: posiciona-se do lado da le~ão e coloca sua mão cefálica sobro
Toda aproximação da ElAS dõ'ladodo TFP assinalará um fechamento a ElAS do lado oposto, enquanto a outra'mão coloca o membro inferior do
ilíaco.
lado lesado em flexão, a coxa sobre o tronco, a perna sobre a coxa, o pé
O exame da mobilidade primária do ilíaco completará esse diagnóstico. sobre a mesa. O joelho é posicionado em abdução máxima, conforme iJ
barreira motora. Em seguida, com a mesma mão caudal, segura r no terço
inferior da perna e no tornozelo, colocando o cotovelo na face interna elo
joelho do paciente. Pede ao paciente que faça uma adução do quadril contl'i}
resistência e, depois, relaxe, encontrando-se, então, a nova amplitude de
I
abdução possível.
I I
Repete esse movimento quatro vezes e, em duas séries depois, termina
alongando o membro sobre a mesa, mantendo a abdução e a rotação externa
iI
(foto 74)
Abertura ilíaca II
Paciente: em decúbito dorsal. i
!!
v

Terapeuta: mantém-se do lado da lesão, e a mão cefálica, palma para o !


.~

alto, desliza sob a pelve e segura a espinha ilíaca póstero-superior do lado


lesado. A mão caudal pega o pé e flexiona a coxa sobre o tronco a 90°, assirn . !
como a perna sobre a coxa. Depois, com o apoio externo do ombro, coloca o t
quadril em adução máxima e rotação interna. Em seguida, pede ao paciente
que efetue uma abdução contra resistência e mantém uma tração sobre a
ElPS com a mão cefálica. Pede-lhe que relaxe e, então, ganha sobre a nova
barreira motora.
Repete a manobra quatro vezes em duas séries. Termina alongando o
membro inferior sobre a mesa, mantendo a adução e a rotação internas.

(fig. 83)
Diagnóstico de um ilíaco superior
O TFP dá o lado que está em lesão.
Registramos os três pontos altos:
1. crista ilíaca;
2. ElAS;
3. EIPS.
Além disso, o indivíduo apresenta o ligamento sacrotuberal relaxado.

Nota: O autor apresenta, aqui, as referências tradicionalmente admitidas


~~~çp~~~~.r!~.r~!t~,,~,~~,~vm
~i~a~~~~~E~i"~W,
"i,~'p.?~~ ..~ç;,~f.f4iéi,SiJ,1Uf,Cll.léJ,[~s-.
t Membros mfenores, ele fala em detalhes sobre essa lesa o e mostra que os
~: três pontos altos podem definir outra posição ilíaca funcional.
'" 'ot I UU /"'"Iv vf"\UL.lnv IVIU\JvULI'"\IIL\J

11 168 AS CADEIAS MUSCUlARES


:.1
n (foto 75)
llíaco superior
!l
, _l_
, , (Trabalho de relaxamento do quadradÜ' lombar e do psoas.) ,

Paciente: em decúbito ventral.

Terapeuta: está ao pé do paciente, junto ao eixo do membro inferior do


lado lesado. Posiciona o membro inferior em abdução a 20° até o momento
em que sente o ílio se "soltar" do sacro e exercer uma tensão, depois puxa-o
em sua direção, fazendo um gesto seco e curto. Repete este thrust se for
necessário.
Esse tratamento direto só deve ser executadq com o reequIllbrio Lias
influências musculares sobre a asa ilíaca.

FOTO 73
"

I
i
I
I
!
Ii FOTO 75

FOTO 74

:: .... "

.. ~-~ ~.
170 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 171

As lesões sacrais
',- '-.

o sacro pode fazer movimentos de FLEXÃO(NlITAÇÃO) e de EXTENSÃo Eixos de:


(CONTRA-NUTAÇÃO)em torno de um eixo horizontal passando pelo nível
de S2 (fig. 86).
Rotaçâo

Em torno do eixo oblíquo esquerdo, estendido da parte superior da


superfície articular sacral esquerda até a parte inferior da direita, o sacro
pode fazer:
- uma torção anterior ElE (esquerda-esquerda): a face anterior do sacro
está voltada para a esquerda sobre um eixo oblíquo esquerdo;
- uma torção posterior D;E: a face anterior do sacro está voltada para a E~o ~e~r Fle,ãJ
f.~tensão
dú-eita sobre um eixo oblíquo esquerdo DIE.

Em torno do eixo oblíquo direito, o sacro poderá fazer movimentos


ri· :
- torção anterior D/D;
- torção posterior E/D. ...
....

...
...
....

osacro é solicitado em torção na marcha quando as asas ilíacas se


('olocam de modo alternativo em anterioridade e em posterioridade.
Esses movimentos de flexão, extensão e torção são fisiológicos, mas o
:, CIO pode fixar-se em uma dessas posições.

A lesão sacral será diagnosticada por diferentes testes.

' •• Torção

\
\

. -FiGURA 86:'.'."::-" ~ ," 'é,' _,ri-


Os eixos de mobilidade do sacro
172 AS CADEIAS MUSCUlARES

I. Teste de flexão assentado (TFA) (foto 76)


A espinha jlí?ca póstero-superior que tiver um movimento balístico
maior assinala o lado da lesão sacra!.

11.Teste do ressalto (foto 77)


PaCÍente: em decúbito dorsal.

Terapeuta: posiciona-se lateralmente, subrepondo as palmas das mãos


sobre a coluna lombar.
Após ter verificado a possibilidade da mobilidade lombar em lordose
durante o movimento de inspiração-expiração, o terapeuta, no início da
expiração seguinte do' paciente, faz uma ligeira extensão dos cotovelos, não
passando da possibilidade de mobilidade lombar em lordose.

Se a lordose permite maior movimento:


- o teste aumenta o movimento;
- a lesão é anterior = FLEXÃ.O ou TORÇÃO ANTERIOR E/E ou D/D. ..
o,'.

Se a lordose lombar resiste ou se ocorre um ressalto: FOTO 76

- o teste bloqueia o movimento; TFA = localizaçãc da mobilidade da EIPS

- a lesão é posterior:::: EXTENSÃO ou TORÇÃO D/E ou E/D.

/" No caso de lesão anterior = TESTE SEM RESISTÊNCIA, podemos ter


"':;1 ;"s lesões:
A flexão (eixo horizontal)
.. SULCO SACRAL CÔNCAVO, FUNDO (foto 78)
... ~.IL (';ngulo ínfero-lateraJ) + INFERIOR e POSTERIOR (foto 79)
A torção anterior: ElE ou D/D sobre o eixo OBLÍQUO
.. SL'LC:O CÔNCAVO do lado TFA
- AiI. + JNFERIOR e POSTERIOR lado opoSto em TFA.

!3 ;':0 caso de lesão posterior = TESTE COM: RESISTÊNCIA, podemos


,'.' "':,ri",s lesões:
A extensão (eixo horizontal) I!
- SULCO SACRAL PLENO dr., ludo TFA (foto 80)
. .\IL + ANT e SUP. lado TFA II. .
A torção posterior: D/E ou E/D (eixo OBLÍQUO E ou D) I
- SULCO PLENO do lado TFA
- .".1L + ANTERIOR e SUPERIOR lado OPOSIOem TFA- (foto 81).

FOTO 77
Teste do ressalto

"'~~~-
.~.- :-;!;.
174 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÓNICA

FOTO 78
localização dos sulcos sacrais

FOTO 80
Profundidade dos sulcos sacros

FOTO 81 .
localização dos All (ângulos ínfero-Iaterais)
A PUBALGIA CRÔNICA

AS LESÕES SACRAIS: ..
. .... ... TFA ++: . '.
. t~f';~':':'~j,;
:.',- t~;.,:.~
<~"'""':,';.~?;N~ ;:,~~'?;l~~:iff';~'*~~~.}
..\ :~;:.;~:~::: ~ .
TESTE DO RESSALTO

SEM RESISTÊNCIA COM RE~ISTÊNCIA


_ J _ J

LESOES ANTERIORES LESOES POSTERIORES


J J

SULCO CÔNCAVO lado TFA SULCO PLENO lado TFA

J J

A/L INF. e POST.. AIL ANT. e SUP.


/ ' '.. . '\, • '--. '., "/ . 'C' '\:. o:, ,i~t
':
..
~~ ;1.:

Lado nA Lado oposto nA Lado nA Lado oposto T.F.A


~, ;"

FLEXÃO TORÇÃO ANT. FLEXÃO TORÇÃO ANT.

- O sacro pode estar envolvido por lesões relativas ao occipto (fig. 87). Occipto
- Teremos a oportunidade de desenvolver essa relação craniossacral
em outro tema, como "a escoliose de origemcraniana".
- ]':0 jogador de futebol que é um "cabeceador", encontramos freqüentemente
i ,·-,..,~:nJssões das lesões cranioocciptais no nível da pelve e inversamente.
() indivíduo poderá apresentar:
- \'errigens;
.. n2useas;
.. ':':cres de cabeça;
.. distúrbios oculares.
Fi::lizmonre, nossos pacientes não acumulam todos esses problemas ...

FiGURA 37
Relações occipto - durô·m3ter - sacro
178 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 179

Manipulações osteopáticas indiretas do sacro


11. Sacro em torção D/E ou FID (ex.: D/E - foto 83)
• PaCÍente: em decúbito lateral sobre o eixo de torção (eixo esquerdo). O
L Sacro em torção ElE ou D/D (ex. E/E - foto 82) membro inferior esquerdo est'endido sobre a mesa com um recuo do membro
PaCÍente: em decúbito ventral, braço esquerdo ao longo do corpo. direito.

Terapeuta: está de pé, do lado oposto ao eixo de torção (à direita). Ele Terapeuta: diante do paciente, ele busca colocar em tensão L5-S 1 por
abraça os dois membros inferiores (posição de ninar) do indivíduo até acima intermédio do tronco, e com a ajuda do membro superior esquerdo do paciente.
do joelho pelá face anterior e os eleva pelos dois tornozelos; reúne os dois O braço esquerdo é imobilizado pelo membro superior direito. Busca-se urnLl
membros inferiores, faz um movimento de manivela de modo a colocar a colocação em tensão empurrando o membro inferior esquerdo em extensão. I
1
pelve do paciente sobre o seu lado esquerdo, membros inferiores flexionados Essa nova aquisição é mantida pela mão esquerda do terapeuta que envolve
1

sobre o tronco e pernas sobre as coxas; o tórax do indivíduo está da melhor a pelve e a massa glútea-perna do paciente, permitindo, assim, que a sua
!
forma possível na posição alongada primitiva. mão cefálica se apóie na face anterior da escápula direita. Em seguida. el<,
Com a mão direita, apóia no nível de L5-S1 (se o indivíduo é grande, o desliza sua mão caudal até a face externa do joelho direito do paciente, qUE'
terapeuta pode colocar a mão no nível da escápula do indivíduo), com a pende para fora da mesa, e pede uma contração vertical ascendente do mem bro
mão esquerda, apóia-se no maléolo superior, os membros inferiores do inferior direito contra resistência ..
indivíduo sobre sua coxa esquerda. Em seguida, busca uma flexão dos Repete o exercício por três a quatro vezes intercaladas, buscar.do a
membros inferiores sobre o tronco, colocando em tensão o nível de L5-S1.
nova barreira motara, e, entre cada série, um repouso de um a dois minutos
A redução será realizada através de um empurrão vertical ascendente (se possível, deve pedir ao paciente para andar).
dos pés do paciente contra resistência. Esse movimento deve ser repetido
ele três a quatro vezes, intercalado por uma nova busca de barreira motora,
com um empurrão vertical descendente sem resistência contra o terapeuta.
Um repouso de um minuto ou dois será observado entre cada série (se
possível faça o indivíduo andar).

,"
180 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA

m. Sacro em FLEXÃo D ou E (ex. D - foto 84)] Iv. Sacro em extensão D ou E (ex. D - foto 85)
Paâente: em decúbito ventral, o membro inferior direito em 15° de Uma relação articular atípica de L5-S1 é bastante rara e é niais
abdução ~ em roração interna. Ao freqüentemente confirmada pela radiografia.

Terapeura: pJsiciona-se do lado da lesão. Coloca as regiões tênares de Paâente: em decúbito ventral.
sua mão direita sobre a face posterior da AIL e pede ao indivíduo para
inspirar profundc..'11ente e manter sua inspiração; ao mesmo tempo, segue o Terapeuta: apóia seu pisiforme esquerdo no nível posterior e infra-
movimento do SêcrO através de seu ponto de contato, e no momento da dnicular do sacro do lado da lesão (direita), em seguida. com sua mão cefálica,
expiração ele ma-,tém firme e verticalmente, de cima para béloixo, a posição consolida esse contato no nível do punho de sua mão esquerda e reduz a
da AlL obtida pe:a. inspiração. lesão por um thrust seco e curto vertical, dirigido ao plano da mesa e
Essa manob:-a dever ser repetida de três a quatro vezes de forma ligeiramente em direção à cabeça do indivíduo.
intercalada entre cada série de repouso de um a dois minutos (se possível,
deve pedir ao paciente que ande).

fOTO 84
FOTO 85
t82 AS CADEIAS MUSCULARES
A PUBALGIA CRÔNICA 183

Variante (foto 86) As lesões pubianas (foto 87) :,j


.I
Indjvíduo: em decúbito dorsal.
A lesão pubiana pode ser primária e associada a uma lesão adaptativa
Terapeuta: posicionado do lado oposto à lesão. sacroilíaca e pode ser secundária a uma lesão sacroilíaca.
]O tempo: coloca os ombros do paciente na vertical em relação à mesa, - A lesão pubiana primária é colocada em evidência pelo desalinhamento
de frente para ele. dos ramos esquerdo e direito (foto 88).
ZO tempo:com a mão dista!, ele faz um ponto fixo sobre a ElAS que ele - Na palpação, o terapeuta registra uma diferença de nível. ;
mantém fixa sobre a mesa. - Duas lesões: púbis em superioridade;
3' tempo: com a mão cefálica, ele enrola os ombros e a coluna até o púbis em inferioridade.
sacro e termina por um thrust. A lesão pubiana, que não deixa indiferente a articulação sacroilíaca.
nos dará um TFP (teste de flexão de pé assinalando uma lesão ilíaca)
ligeiramente positivo do lado lesado (fig. 88).
- Observaremos o posicionamento do ramo pubiano do lado do TFP.
- Quando temos lesões secundárias, encontraremos, ao exame, uma
limitação ou um exagero da mobilidade do púbis com ou sem diferença dos
ramos horizontais.
- Os testes valorizam, neste caso, a lesão iliossacral.

o.-!,
~84 AS CADEIAS MUSCUlJl.RES

Manipulações osteopáticas

Púbis em superioridade (foto 89)


Paciente:' em decÓbito dorsal, o membro inferior do lado lesado
pendendo para fora da mesa.

Terapeuta: posicionado do lado da lesão, de perfil, coloca sua mão que


está voltada para o indivíduo sobre a ElAS do lado opoSto. Cruza os
tornozelos acima do membro inferior do indivíduo que está colocado para
fora da mesa. Sua mão externa apóia a face anterior do joelho. Em seguida,
pede ao paciente que eleve a perna estendida contra resistênc~a, depois
relaxa, e ele busca uma nova amplitude passiva. Repete a manobra quatro
vezes e em duas séries ..

Púbis em inferioridade (foto 90)


Paóente: em decúbito dorsal.

FOTO 88
Terapeuta: fica do lado oposto à lesão. Pede ao paciente que flexicne
Localização das bordas superiores do púbis
completamente a Rerna sobre a coxa e a coxa sobre a pelve do lado afetado. Passa
o braço cefálico por cimi:l do membro do lado lesado e pega a I:x:>rdada mesa.
Assim, o joelllO do paciente fica no nível da axila Calor" " m;;" ~~",",~I
com o punho fechado contra o ísquio do mesmo iado e no eixo longitudinal.
TFP
Pede ao paciente que estenda o membro inferior contra res;stência. Depois
relaxa, busca outra vez a nova amplitude passiva e recomeça. Rep2te quatro
vezes e em duas séries.

Decoaptação da sínfise
PaCÍente: em decúbito dorsal.

Primejro tempo: joelhos juntos, apertados um contra o outro e


flexionados, pés sobre a mesa (foto 91).
O terapeuta mantém, com seus braços, os joelhos do indivíduo contra
seu abdome. Depois, pede um afastamento rápido com uma [orça má):ima
e, em seguida, relaxa. Repete quatro vezes esse esforço .

. Segundo tempo: joelhos separados em ã-mpíitude máxima, cem os pés


JU1J v.,;) i."::'"
;.. ~t~r \.LVI.V a'?,'
o...J/. .
•....• . "0

O terapeuta mantém, com suas mãos, a !Josiçeo ed'1uirid::>. ri8pois pede


um fechamento rápido e forte contra resistência e, em seguida, relaxa. HeIJct8
quatro vezes.
Podemos registrar nessa manipulação um barulho da decoaptação da
FIGURA 88
Púbis em inferioridade
sínfise.

... .;:-

;:
AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 187

~•
(.

"

FOTO 89

FOTO 91
.- - - -_ .. -
A::' L,fUJCIA;:' IVIU;:'l.ULJ-Inc;:,

Não vamos terminar aqui a avaliação da pelve. Ela será completada Proibidos
pelo exame da coluna dorsolombar e dos membros inferiores. ',~ -Álcool
- Derivados de carne de porco
At~, o ~~rn.ent~',de~:i,?'~~o~ ~~?ment~ o :tra~e,nto.~biO~j~cãÍ1ico da,."
pubalgm. Mas; para acelerar os resultados~ terem nteresseêih tratar a'" .- Açúcar (geléias, Confeitarias, sodas, xaropes)
qualidade global do organismo: ossos, articulações, l~mentos, aponeuroses, '. - Café - Chá - Excitantes
músculos. - Chocolate
- Cítricos: limão, laranja, mexerica
Esta qualidade depende de dois fatores: - Morangos
1. a NUTRIÇÃO e - Vinagres - Concli..lJ1entos - Saladas
2. a ELllvUNAÇÃO. - Órgãos de animais (fígado, tripas, rim etc)
- Cogumelos
- Aspargos
"1,.. Vegetais
oxálico e ricos
em produtos
em é.cidode
, .~: - Azedos
J fermentação
4. TRATAMENTO DO ORGANISMO - Espinafre
- Tomates (frescos ou concentrados)
Tolerados
- Carne vermelha (uma a duas vezes por semana)
1. A nutrição
- Queijo (não fermentado)
Permitidos
o corpo buscará na nutrição:
- Legumes com féC'.lIa
- os elementos que' asseguram a qualidade de suas estruturas;
- Cereais completos
- a energia que serve para dar vida ao aparelho locomotor de nosso
;;[1('[3. - - Legumes
- Peixes ++
A.'s performances do atleta estão ligadas à alimentação,
- Carne branca: aves de fazenda (cuidado com os tratamentos l1ormonais!)
,,,,-nutriç20 pode ser deficiente:
- Frutas - Frutas se-::::as
-. por excesso ou erros de combinações alimentares;
- Amêndoas - Avelãs - Nozes
- por carência de certos elementos: oligoelementos, sais minerais e
·...:.:(~rn!r:éis.
Oligoelementos
C:,; ~lrandes clubes têm, há muito tempo, dado um lugar importante à
A alimentação pode ser completada por compostos miner2js.
, .. Hei conforme a fase de pré-esforço, de esforço ou de recuperação.
O equilíbrio mineral é primordial. pois a substância viva, animal e
/\.cúnselhe os leitores não prevenidos a ler livros sobre as combinações
vegetal, compõe-se de 13 elementos químicos de base necessários à vida:
~,);r;-;entares. Eles ficarão surpresos com os erros que cometemos
oxigênio - hidrogênio - carbono (compostos de glucídios -lipídios e protídios)
!:';, ;)~l!i i Jan:E n te.
- nitrogênio - cálcio - potássio - sódio - magnésio - enxofre - cloro - fósforo
- silício e ferro.
Dietética Ao lado dessas substâncias vitais tomam lugar numerosos elementos
contidos em pequena quantidade em relação aos r!'iI!,,~irv:'; e que tt>'l1 ; ,.,-;a
- Nos casos de pubalgia ou de tendinite, eis aqui as correçoes aiillJ8iltafeS
;'.1(' dccnselho: função f,1:;àarrIP(Hai dA cataEsad0í--- são os oligoeJementos (do grego 011~L),
que significa "pouco").
Normalmente, um alimento equilibrado, que vem de terrenu::> variados
e, sobretudo, sãos, fornece ao organismo a gama completa dos
oJigoelementos. Todavia, é provado que a poluição dos' solos e da água
(inseticidas, fungocidas, os antiervas, etc.) pode tornar os catalisadores
A PUBALGIA CRÔNICA' 191

J
inaptos para sua atividade biológica e introduz um desequilíbrio mineral - Os catalisadores são substâncias que, péla simples presença, sem
sobretudo, em magnésio - que se encontra ao longo da cadeia alimentar , .~. aparecerem e sem uma ação direta, fornecem reações sem as quais elas não . r]
até o homem.
seriam produzidas, ou qu.e precisariam de condições bem diferentes e
Em estudos laboratoriais, o grupo de animais nutridos unicamente com' freqüentemente muito mais difíceis de serem realizados. Durante o
alimentos de síntese, que comportam todos os elementos ponderais, sofrem
distúrbios graves que culminam com a morte. O grUpo de animais controle,
metabolismo energético (esforço), os alimentos da célula podem ser oxidados: I
nutridos de forma idêntica, mas com um acréscimo em fraca quantidade de
1. Com o oxigênio (processo de oxidação), ciclo de Krebs, que supõe um
perfeito funcionamento enzimático1.2. É a via mais econômica. Par"aum mesmo
I
f
produtos marinhos, vão receber um aporte equilibrado de oligoelementos,
esforço, uma fadiga menor, logo um aporte moderado. . í
não sofrendo nenhum distúrbio ou carência. A presença desses
2. Sem oxigênio (processo de fermentação) ou glicólise, também
oligoelementos em estado natur.al e simplesmente sob a forma de vestígios I
é absolutamente necessária ao crescimento e à vida. chamado de via das pentoses. Por esta via, o mesmo esforço vai consunli:'
12 vezes mais energia de reserva de uma pessoa e vai desencadear nela
A ação de catálise defme-se, em biologia, pela intervenção de elementos
fadiga e apetite muito mais cedo.
ponderáveis muito fracos: os catalisadores, que, pela simples presença, ajudam
Por via de conseqüência, dois males da vida moderna aparecem: fadig:) c
no desenrolar das reações bioquímicas. Outra característica da ação dos
apetite excessivo - em panicular, gosto não moderado pelas gorduras e p9los
oligoelementos é sua não-integração às reações que eles presidem, o que quer
hidratos de carbono. É preciso compreender que esta necessidade instintiva
dizer que eles se encontram intactos ao final das reações. Eles são eliminados
cotidianamente pelas secreções - suor, urina e fezes - ou pela lactação. provém de uma disfunção metabólica' por causa de uma carência gener3lizada
Os líquidos que constituem o meio interno do homem têm a mesma em oligoelementos, fatores indispensáveis das funções enzimáticas.
composição qualitativa que a da água do mar e, mais particularmente, no Os elementos minerais vindos do mar parecem, por sua sinergia
que diz respeito aos elementos minerais e aos oligominerais. Crianças fracas, harmoniosa, fazer o papel de biocatalisador, elemento de reequilibrio do coq.YJ.
cuidadas em postos de saúde que utilizam produtos marinhos sem outra Conseqüentemente, aconselho tomar certos compostos à base de algas e de
forma de terapêutica, têm uma vida mais saudável e crescem naturalmente. moluscos muito facilmente assimiláveis pelo organismo.
O aporte de oligoelementos presta grandes serviços ao fenômeno maior
de nossa civilização: o cansaço, com seu cortejo de distúrbios funcionais
diversos, e a velhice -dois estados caracterizados por uma lentidão geral
d metabolismo celular.

que é um oligoelemento?
Os oligoelementos são constituintes ponderais mlOlmos que os
J quisadores modernos descobriram ao lado de constituintes maiores, os .C"

quais, até então, eram considerados os únicos elementos necessários à ". i:'. .,
formação e ao equilíbrio dos organismos vegetais e animais (protídeos,
.J rduras e açúcares).
O organismo aparece como um tipo de oligarquia na qual enormes
m ssas de elementos passivos são dominadas por um pequeno número
ti elementos catalisadores. Os oligoelementos são indispensáveis aos
processos catalisadores das trocas, cuja sede permanente é o nosso
rganismo. ." .
A catáli~e é a ação.que:ce::rt?s.·~C>rfl9s~.__ f~~ico~ jr·~ '.,'
. . m n.ose!o de re<;1çõ.e~ '. (l)Função~iíZimática = qualidadedorenilin:ienU;,I0g5 facílidadeao~rço. ~ wn;';tor~ad<)(~onsõme~:rende
qufmicas pelo simples efeito de sua presenç" Eles mesmos não parti~ipam' menos e fica SUJO
(2) A oxi~enação é produzida pela passagem de sangue nos pulmões onde ele se recarrega de oxigênio. Se é feito wn esforço. a
ti reações, pois nós os encontramos intactos no final da operação. respllâÇ<lOacelera p:>rque teve oxidaçãoe necessidadedeap:>rte de oxigênio. Rira que esse oxigênio faça seu efeito, é lá que intervêm
as funçoes enzimáncas que podem ser meU-.oradas pelo ap:>rte de oligoeJemenros.
- .. _ ..
I~~;,: -._.. l:l~'" 'I-\~ "c)'-\Utlfl::-}NIU~ClJmHt0

FÓSFORO-P
Quadro I Função: estimula a função pancreática .. Entra na composição de numerosas
FUNÇÃO DE CERTOS OLlGOELEMENTOS
I~ordufas. açúcares e prot.ídeos. Contro~~ o equilíbrio de cálcio do meio interno.
'~articipa na formação óssea e sangüínea.
CÁlCIO-Ca

Função: constituição e manutenção dos ossos. Regulador do equilíbrio do si~9ma POTÁSSIO-K


nervoso. Necessário à coagulação sangüínea Função: tônico muscular. Estimula os movimentos intestinais. Tem uma função
Fixação: dependente do fósforo, das vitaminas 02 e C, do flúor, do magnésio, do cJbre . importante no equilíbrio da água tissular.
. Necessidade: 0,40 g a 2 g/dia, conforme a idade e peso.
SÓDIO-Na
COBALTO-Co
Função: alcalinizador do meio humoraLlntervém em numerosos processos orgânicos.
Função: ajuda na formação da hemoglobina. Necessário para a fixação do fomo.
Encontra-se essencialmente no pâncreqs. ZINCO-Zn
Função: intervém na formação dos glóbulos sangüíneos. Tem um papel importante
COBRE-Cu
no funcionamento do pâncreas e em c'Ortos processos enziínáticos. Ay8 em sinergia
Função: formação dos ossos. Vida celular (indispensável!. Necessário à fixaçsJ do com as vitaminas.
ferro. Ajuda na formação da hemoglobina. Encontra-se no sangue e no fig":J.
ALUMÍNIO - AI
FERRO-Fe
Função: regulador do sono.
Função: constjtuinte da hemoglobina. Favorece o trânsito intestinal.lndispeno;.3vel
à ação de certas enzimas. BORO - Br

Função: favorece o sono.


FlÚOR-F
Função: metabolismo de cálcio com o fósforo pelos ossos e tendões. Favor:::::e a LÍTIO-li
Guô1idade de esmalte para os dentes. Função: equilíbrio psíquico.

IODO -I BROMO- Br
Função: indispensável ao funcionamento da tireóide. Função: sedativo do sistema nervoso.

MAGNÉSIO - Mg

Função: fator de crescimento. Tonico geral. Regulador celular. Equilíbrio psíq _'co.
EQlJ;líbriodo sistema vagosimpático. Aumenta as reações de defesa do organ:3'T10.
r~ecessidade: 500mg/dia

rv1ANGANÊS - Mo

Função: constituinte de diversos sistemas enzimáticos. Regulador glandular impoG'1te


r,o crescimento. Atua no metabolismo dos açúcares, gorduras e protídeos, ace1es as
combustões e ajuda na fixação dos minerais. do ferro e das vitaminas.

NíaUEl- Ni
r Jecessidade: 0,2 a 0,3 mg/dia por quilo na criança. Age em sinergia com o c:::bre
e o coba/to. Encontra-se, sobretudo, no fígado, músculos e sangue.
\

194 AS CADEIAS MUSCULARES f


A PUBALGIA CRÔNICA 195"

Vitaminas i
2. Eliminação
A alimentação pode ser completada pelas vitaminas. ;.
A palavra "vitamina" foi inventada em 191Q por Funck, após ter sido
Antes de ingerir elementos de nutrição capazes de melhorar a qualidade
isolada da casca do arroz uma substância cristalina que previne e cura o
beribere. do organismo, é preciso freqüentemente que essa fase seja precedida por
um período de eliminação do excesso nutricional, mas também de toxinas
Ele dá a essa substância o nome de amina 'vital, de onde veio o termo
vitamina. acumuladas em esforços intensos e prolongados, como após uma Copa do
Mundo ou de um torneio.
As vitaminas são substâncias indispensáveis ao bom funcionamento do
A fitoterapia com o leque de plantas que ela propõe constitui um éonjunto
organismo. Elas agem como catalisadores indispensáveis para desencadear sinérgico natural muito bem aceito pelo corpo humano.
os fenômenos necessários à vida: assimilação, crescimento, manutenção da
No caso de pubalgia, utilizo freqüentemente a composição seguinte de
função vital, energia ... urtiga branca + cavalinha (planta rugosa e áspera):
- esquentar um litro de água;
- desligar antes de ferver;
- deixar em infusão três colheres de sopa da mistura por 10 minutos;
- filtrar;
- colocar em uma garrafa térmica;
- beber várias vezes durante o dia.
Quadro 11
VITAMINAS
A urtiga branca contém hormônios vegetais, secretina, clorofila,
vitaminas e numerosos sais minerais.
A:.
crescimento e vista - resistência às infecções.
8-81: A urtiga tem uma ação diutética, acompanhada de uma importante
vitaminas do sistema nervoso, do metabolismo. dos glucídios.
82-83: eliminação de ácido úrico, de produtos com cloro e de uréia. Ela é um bom
vitaminas da energia e das cãibras musculares.
84:
depurativo do tecido conjuntivo.
vitamina dos glóbulos brancos.
85-88: vitaminas da pele e dos cabelos.
Graç"as à sua riqueza em secretina, ela estimula as secreções gástricas,
86: regulariza o metabolismo dos ácidos aminados e das proteínas. intestinais e pancreáticas, que estimulam, por sua vez, o peristaltimo
intestinal.
87: regulari?a os distúrbios digestivos.
89: antianêmico. Por causa de seu teor elevado em clorofila, xantofila, ferro e vitamina C,
811: vitamina do apetite. a urtiga acelera a hemotopoese.
812: ajuda na formação dos glóbulos verrnelhos. A cavalinha estimula as funções renais e os metabólitos, graças ao seu
815: vitamina antifadiga dos atletas.
teor em ácido salicílico.
C: serve à defesa do organismo. Ela favorece a cicatrização fibrósa e a fixação do cálcio.
O: vitamina do esqueleto.
E: vitamina da fecundidade.
F: vitamina ahtienzimática.
K - P:

,
vitaminas anti-hemorrágicas

:.. ' .. , ,.. o."··· ..~~ • ••.••..•'.0.


~ -~....~:
A osteopatia pode igualmente ajudar o atleta, facilitando as funções
OUTROS CHÁS CONHECIDOS POR SUA AÇÃO ANTIINFLAMATÓRIA hormonais, pois, sua prática no nível da coluna, do crânio (foto 93) e das
~.: fáscias permite, por técIÚcas suaves, uma ação sobre as supra-renais e a
Rainha dos campos 40 9 - .ntar água. Desligar antes de ferver. hipófise, verdadeira "maestrina" dos hormônios (ref. quadros de
(flores e folhas) usar "ma colher por xícara.
correspondência III e IV).
Cassis (folhas) 20 g
Quando conhecemos a ação capital dos hormônios sobre a qualidade
Fraxinus 10 g
dos tecidos conjuntivos particularmente implicados na pubalgia, não
Morangueiro 10 9
Camomila 15 g
podemos negligenciar esta condutà que os americanos sempre valorizaram.
- Beber três a quatro xícaras durante o dia
Louro 59 entre as refeições.

CHÁS COM EFEITO DIURÉTICO E DIGESTIVO

Casca de amieiro prEto 1O9 - Preparar uma infusão na razão de uma colher
Raiz de dente-de-Ieã~ 20 9 de sopa da mistura por xícara de água.
Agrimônia eúpatória 30 9 - Beber uma xícara antes de cada refeição.
I
,
:
Folhas de menta 40 9

"'

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I
FOTO 93
Tratamento osteopático craniano
118 AS CADEIAS MUSCULARES A PUBALGIA CRÔNICA 199

Quadro 11I Quadro IV

RELAÇÃO ÓRGÃO-VÉRTEBRAS RELAÇÕES ÓRGÃOS-VÉRTEBRAS

C1 Cérebro, olhos
Distúrbios ou dores Vértebras
C2 Olhos, orelhas, cérebro
Apêndice L2 (a direita)
C3 Nariz, diafragma
Brônquios T1, T2
C4 Coração Cérebro Atlas = axis = C7
C5 Faringe, tireóide
Circulação geral T4
C6 Coração, tireóide
Coração C3, C4, T2, T3, T4, T5, T6
C7 Tireóide, laringe, coração, cérebro, supra-renais, braços
Diafragma C3, C4, C5
Tl Braços, laringe, coração Estômago T4, T5, T6, n
T2 Pulmões, olhos, coração Fígado T6, n, T8, T9, T1 O
n Pulmões, coração" Intestino grosso : T8,. L1, L2
T4 Circulação em geral, coração, cérebro, estômago Intestino delgado T11, T12
T5 Cérebro, coração, estômago Laringe C4, C7, T1, T2
T6 Estômago, coração, fígado Membros inferiores L4, L5
T7 Fígado, pâncreas, baço, estômago Membros superiores C6, C7, T1
T8 Nariz C3
Baço, pâncreas, fígado, intestinos
T9 Orelhas C2, C3
Tl0 Fígado, baço, supra-renais- '\.' Órgãos genitais - L1
Rins, pancre.as, fígado, olhos
T11 Vesícula biliar, testículos ou ovários, fígado, rins Ovários T12, L3, L4
T12 Rins, uretere~, próstata, testículos ou ovários Pâncreas T8

Faringe C5, C6, Tl


L1

L2
Rins, próstata, órgãos genitais, cérebro
Pulmões T2, n,T7
Bexiga, apêndice Próstata T12
l3 Ovários ou testículos
L4 Ovários ou testículos, pemas
Baço n, T8
Reto L4, L5, sacrocóccix
L5 Pernas, útero, reto
Rins T11. T12, L 1
Sacrocóccix Útero, reto, bexiga, vagina, cérebro
~---_.~ .... Supra-renais C7, T9
Testículos ~ T12, L3
Tireóide C5, C6, C7, T2, T3
Útero L5, sacro
Vesícula biliar T11

Bexiga : L2, sacro


Olhos Cl, C2, C3, C4

I
I

I
· .~

I CONCLUSAO
,.,

o tratamento da pubalgia proposto neSte livro foi experimentado em


mais de 850 casos.
Ele permite considerar L:;~lá H:lcuperação concreta em três a quatro
semanas para as pubalgias crônicas e em uma a duas semanas para as
pubalgias traumáticas.
Excluímos desta avaliação as pubalgias atualmente muito rar?s, em
que as degradações anatômicas necessitam, em primeiro lugar, de uma
cirurgia reparadora.
Duas consultas ao terapeuta podem ser suficientes para abordar as
causas da pubalgia. Não considero aqui os tratamentos fisioterápicos que
um jogador poderá fazer com a equipe de seu clube ou de sua cidade.

- A priméra consulta consistirá em fazer uma avaliação do paciente


para adaptar o tratamento a seu caso.

As mê.nipülações e mobilizações serão feitas, desde o início, para


reequilibrar a coluna, a pelve e os membros inferiores.
A colocação imediata das autoposturas ser á particularmente importante
para estabilizar as normalizações articulares, que não devem ser repetitivas.
As autoposturas deverão ser feitas cotidianamente pelo indivíduo dur,,'-':':
três semanas. Esse rigor é indispensável para a eficácia de, tri>l3.menro
..
Il1usculC1.!-.

o terapeuta deverá fazer a análise detalhada de todos os exames


biológicos e pedir, em particular, os exames hormonais.
Nesta primeira visita, não se poderá esquecer de dar as correções
dietéticas indispensáveis para acelerar a recuperação do jogador.
Quando temos a experiência desses tratamentos, podemos apreciar o
~ -- -
702 AS CADEIAS MUSCULARES :'p'.I1:':. '1_

'\}~l:'.
CONCLUSÃO 203
estado da pubalgia e, em certos casos, permitir ao paciente continuar sua
prática esportiva quando as pressões da competição o exigem. tratamento ° ~~r~~I~~O~~lt~~::o~~:~~~~eP:C:bi: pela reação deles, que a análise feita
- r:.

de vários atletas de alto nível puderam ser feitos enquanto os jogadores Ulto Importante para que a o . '- , ~
tivesse todo o seu valor no re cru t amento dos Jogadores
. ' " pmIao medica
estavam nas fases finais de um campeonato nacional ou internacional.
No mundo atual dos esportes o jo ador r . '.
Nos casos mais graves, o atleta deve parar, mas não ser colocado em preciso administrar e manter em '1 g . _epres~nta um capnal que é
repouso completo. pena condlçao de Jogo
Para todo atleta, sua saúde é um ca ital '.
Peço ao paciente para fazer de 10 a 15 minutos de trote diariamente,
materiais, que ele deve aprender a ad . ~ bem aCima dos valores
não mais. Eu lhe dou a possibilidade de alternar a marcha e a corrida lenta, 1 'fi mlDlstrar para que o espo t -
se a pubalgia é sensível. g Of! Icad~ aos jovens não faça deles "velhos vilões". " r e [ao
Esse trote diário parece ir contra o repouso freqüentemente aconselhado: Termmando este livro, vejo o grande número de 'd" _
desenvolver, I elas que nao pude
na realidade, essa atividade muito moderada permite a aceleração dos
resultados. Nesses casos crônicos, o repouso completo pode fazer desaparecer n:u,ito difícil transmitir por palavras a plenitude
uma ÉpratIca. ." de uma VIVenCla,ele
'.' .
as dores, mas, se as causas não são tratadas logo na retomada ao esporte,
os sintomas estarão sempre presentes. - Como eu desejei na introd - ..
não verdades .. uçao, espero ter permItIdo ao leitor adquirir
- A segunda consulta, será programada oito dias após, para verificar a de terapeuta.' mas um espInto de análise e de busca, facilitando sua função
estabilidade e a boa indicação do nosso tratamento. Se o paciente mora em
uma região distante, quatro dias entre as duas sessões podem ser suficientes
para abreviar sua estada na nossa cidade. sob - A abordagem terapêutica permite prevenl'r as deformações. as
recargas, antes que elas se tornem patológicas.
Quando o paciente nos deixa, programamos no cotidiano sua retomada
de atividade. Eu faço um plano de retreinamento em três semanas e peço - 0. treinamento que leva em conta a entidade do cor o hu
ao jogador para me telefonar freqüentemente a fim de administrar o mais tSreatbaaselat
men onopreventivo.
conhe~imento e no respeito das leis fisiolÓg~as ' ém:r:~l~~;'
próximo possível seu retorno ao esporte. As bandagens funcionais têm aqui
sua importância para a retomada da atividade, evitando-se perder tempo e
permitindO ao jogador estar .em plena condição ao final de três a quatro
semanas.
Não se deve esquecer de prevenir o paciente que uma retomada intensa
da corrida poderá fazer com que ele sinta uma ou várias dores muito intensas,
às vezes fulminantes, no baixo ventre, levando ao questionamento do
trabalho realizado.
Na realidade, 24 horas depois, o indivíduo não tem mais dores, seu
estado é ainda.mais livre das aderências, que cederam após o aparecimento
brutal das dores.
Deve-se assegurar a vigilância do paciente até a sua retomada total da
atividade.
Será necessário, em particular, fazer com que ele divida seu programa
de retreinamento pela escalação do técnico do clube, para evitar retomadas
muitointensasoll.~uiJo '-: ',,' 0r. '+ "'-.':"t':\" .• ,.~., , "'}::",
..t~pjd~~.;::;:."" '~-'\If;. '.:.l'<.'~'
Somente dorrunando todos esses elementos pode-se confirmar, na
prática, o bom fundamento desse método,
- Em uma conferência na Itália diante de médicos da primeira divisão
204 AS CADEIAS MUSCULARES

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