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20/09/2021 10:59 O impacto das fintechs no setor bancário nacional

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O impacto das fintechs no setor bancário


nacional

O setor financeiro brasileiro vem passando por transformações nos últimos anos.
Se, antes, o cenário de serviços financeiros era marcado por um caráter
extremamente conservador, e dominado exclusivamente pelos principais bancos
comerciais tradicionais, hoje as fintechs estão revolucionando esse mercado.

O movimento no Brasil é recente e vem ganhando força, presentes no país,


desde meados de 2013,os novos players do segmento oferecem maior
praticidade e menor burocracia. Seus produtos e serviços são ofertados através
de plataformas totalmente digitais, como os aplicativos para celulares e tablets,
sema necessidade de ir a uma agência, evitando deslocamentos e filas. Dentre
os serviços oferecidos estão: abertura de contas correntes, empréstimos, e
cartões de créditos sem tarifas, entre outros.

Além disso, a vantagem principal das fintechs está no fato de elas conseguirem
oferecer serviços com preços, taxas e cobranças mais baixos do que as
Instituições financeiras tradicionais. Isso se dá por conta da tecnologia, que
permite às startups financeiras trabalharem com uma estrutura menor, total ou
parcialmente on-line, consequentemente sem a necessidade de gastos com
pessoal e locação de espaços.

De acordo com um relatório produzido pelo FintechLab, importante hub desse


ecossistema, atualmente, o Brasil possui 250 fintechs em operação e metade
delas já faturam mais de R$1 milhão de reais. Um ponto interessante, que justifica
parte do boom dessas empresas, concentra-se em sua estratégia de explorar um
nicho que não interessava muito às Instituições financeiras tradicionais: o público
mais jovem; assim, abrindo espaço para seu crescimento sem a necessidade de
um confronto direto com os grandes bancos. Um estudo realizado pela Deloitte,
“The Rise of Millennials”, demonstrou que 60% dos jovens entre 20 e 35 anos
acreditam que os produtos financeiros não são pensados para eles. Dessa forma,
as fintechs, ao considerarem um nicho pouco explorado, oferecendo tratamentos
e serviços voltados para o público com esse perfil, conquistaram uma parcela
notória do mercado, alcançando um diferencial que trouxe resultados positivos.

Let's Chat!
No entanto, não é somente entre os jovens que o segmento vem ganhando

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20/09/2021 10:59 O impacto das fintechs no setor bancário nacional

espaço no país. Os idosos conferem outro público com grande adesão às


startups
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Institucional uma pesquisa global
Markets realizadaMarkets
Insights pela consultoria
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os mais velhos têm uma adesão maior a serviços de fintechs no Brasil, em
relação à média mundial.

Perto de sete em cada dez brasileiros com idade entre 55-64 anos são clientes
de fintechs, ao passo que, no mundo, esse número é de 55%. Adicionalmente,
quase metade dos brasileiros com mais de 65 anos também são adeptos ao
serviço, em comparação a apenas 44% do grupo em outros países. De acordo
com o Nubank, pioneira do segmento de serviços digitais, somente no mês de
abril, aproximadamente 30 mil usuários com idade superior a 60 anos abriram
uma conta digital, parte desse resultado motivado pelo isolamento social devido
à crise do Covid-19, fator que acelerou o aumento da demanda por esse tipo de
serviço no país.

Na era da transformação digital, o uso de meios tecnológicos para a prestação


de serviços, revolucionando o sistema operacional bancário, é outro ponto
atrativo. De acordo com a pesquisa FEBRABAN de tecnologia bancária realizada
em 2018, as centrais de atendimento dos bancos vêm se mantendo pouco
utilizadas, ao passo que as operações pelos canais digitais internet banking e
mobile banking crescem a cada ano, já representando um terço das transações
bancárias. Os dados apresentados pelo gráfico abaixo, ressaltam uma forte
migração para os meios digitais, revelando uma novo perfil de consumidor, mais
adepto a lidar e usufruir dos serviços tecnológicos oferecidos pelas Instituições
financeiras.

Além disso, o crescimento das Fintechs no país está diretamente relacionado a


sua regulamentação. As primeiras startups a disponibilizarem esse tipo de
serviço no país, atuavam totalmente isentas de controle ou fiscalização de seus
respectivos órgãos. Somente em 2013, com o advento da lei12.865, foram
estabelecidos os princípios e as normas regulamentadoras dos arranjos e
instituições de pagamento, trazendo maior segurança aos players envolvidos nos
negócios. Outro marco importante ocorreu em abril de 2018, quando o Conselho
Monetário Nacional (CMN) regulamentou as empresas que operam na área de
crédito. A principal mudança, nesse caso, foi a eliminação da necessidade de
atuar em parceira com uma Instituição financeira tradicional, trazendo maior
independências às empresas do setor.

Em meio a todo esse cenário, pode-se auferir que a entrada das Fintechs no
mercado se tornou uma ameaça aos grandes bancos tradicionais, que por muito
tempo foram os únicos ofertantes desses tipos de produtos e serviços, tornando
o setor ainda mais competitivo. Todavia, isso não significa o fim dessas
Instituições, que ainda mantêm uma posição de referência no mercado -
oferecendo um catálogo mais completo do que seus novos concorrentes-, mas
sim a necessidade de aceleração de seus processos de digitalização e
implementação de novas estratégias em sua logística, no intuito de acompanhar
o ritmo da fintechs, evitando o risco de se tornarem obsoletos por manterem um Let's Chat!
modelo tradicional.

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crescimento, sustentado pelo aumento do crédito e pela continuidade do
programa de redução de agências. Nos quesitos de tecnologia, as Instituições
Financeiras tradicionais buscam a atualização das plataformas digitais, firmando
parcerias e aquisições ou incubando suas próprias versões de fintechs. Como
exemplos temos: o Itaú com a XP; o Bradesco com a Ágora; e o Santander com a
PI Investimentos.

Ainda, a força das fintechs é tão grande que até mesmo alguns grandes bancos
criaram suas startups para oferecer esse novo modelo de serviço aos seus
clientes. O banco digital Next, por exemplo, foi criado pelo Bradesco.
Representando uma mudança estrutural marcante nesse mercado que, no Brasil,
sempre foi altamente concentrado.

O Nubank é um exemplo de sucesso que representa esse novo modelo de


negócio. A startup pioneira no segmento de serviços financeiros, oferece cartões
de crédito através de uma plataforma totalmente digital, sem anuidade e com
taxas menores que os bancos. No ano de 2019, sua base de clientes aumentou
exponencialmente, saindo de 5,9 milhões para 18,7 milhões, o que equivale a 40
mil clientes novos por dia ao longo do ano. Em 2020, a companhia anunciou que
o número de clientes já superou 20 milhões. Outras gigantes do setor, como a C6
Bank, Neon, Banco Inter, também seguem em crescimento, disputando por
espaço no mercado. No ano de 2019, as receitas anuais do banco Inter,
atingiram R$ 1 bilhão de reais, crescimento de 39,8% quando comparado a 2018.
Todo esse cenário indica que o setor se mantém crescendo em um ritmo forte e
constante no país.

Em suma, temos que essa quebra de paradigma, pode ser bastante positiva,
principalmente, se analisada sob a ótica do consumidor. O mercado menos
concentrado e mais competitivo, traz mais opções ao cliente, e as empresas que
antes dominavam o setor e se mantinham em uma posição confortável, terão que
demandar mais esforços para se adaptarem a essa nova realidade. Além disso,
essa mudança decenário também alterou a relação cliente versus bancos: os
bancos tradicionais foram obrigados a encontrar maneiras de conversar com
novos perfis de clientes de modo a não os perder para as fintechs.

Por fim, o contexto de pandemia em que se encontra o mundo, dará às fintechs


um novo papel de protagonismo em um cenário pós-crise, uma vez que as
startups financeiras surgem como uma alternativa importante em um momento de
necessidade de liquidez e retração de crédito, disponibilizando empréstimos de
maneira menos burocrática e com juros e taxas menores. Adiciona-se a isso o
fechamento parcial de agências bancárias e financeiras, que têm acelerado a
migração de cliente para os serviços digitais. Todo esse conjunto, pode indicar
um cenário de consolidação das empresas desse setor nos próximos anos.

Tags:

Eduarda Azevedo Fintechs 2 B Setor bancário

Markets Insight • Economia

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