Você está na página 1de 1

Análise do poema “o encoberto”.

O Encoberto

Que símbolo fecundo


Vem na aurora ansiosa?
Na Cruz Morta do Mundo
A Vida, que é a Rosa.

Que símbolo divino


Traz o dia já visto?
Na Cruz, que é o Destino,
A Rosa, que é o Cristo.

Que símbolo final


Mostra o sol já desperto?
Na Cruz morta e fatal
A Rosa do Encoberto.

Fernando Pessoa inicia o seu poema, questionando retoricamente quem será o símbolo
perfeito para uma nova religião, aquele que substituirá Cristo na cruz. Quando se refere a
uma “aurora ansiosa”, fomenta a ideia que algo quer renascer, como um dia que se renova.
O autor acaba por responder a sua pergunta dizendo que é a Rosa, a vida que vai tomar o
lugar “Na cruz morta do mundo”, esta advertência refere-se a uma ordem maçónica direta a
ordem Rosa-Cruz. A Rosa nesta estrofe simboliza a vida, a Cruz também é um símbolo,
representado a morte.
O símbolo que na primeira estrofe era fecundo, agora também é algo divino. Esse símbolo
que “Traz o dia já visto” , é algo que já se adivinhava. Cruz representa nesta estrofe o
sofrimento que é o destino. A Rosa é Cristo.
O Símbolo fecundo e divino agora também é final, pois é definitivo e traz o império
final, o império espiritual. Nesta estrofe há uma revelação do mistério, o conhecimento
completo.

Você também pode gostar