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Educação Literária
Ficha 7 · Rimas de Camões (p. 113)
1. O tema do poema é a saudade, provocada pela lembrança da mulher amada e dos seus olhos no
momento da despedida do sujeito poético (vv. 1-2 e 12-14).
2. O sujeito poético revela-se curioso e mesmo ansioso, desejando saber o que alguém com “claros
olhos” (v. 1) pensa dele. A saudade que domina o “eu” é, contudo, controlada pelo seu lado racional,
que o faz reconhecer que todo o seu desassossego e que as recordações são meramente “bem-
aventurados fingimentos” (v. 12) e “doces enganos” (v. 13) para iludir a tristeza da “ausência” (v. 13).
3. A anáfora e a interrogação retórica contribuem para:
– expressar de forma mais intensa a ansiedade e a curiosidade do sujeito poético;
– apresentar, através de hipóteses, os desejos do próprio “eu”;
– destacar a impaciência do sujeito lírico face ao término da “ausência”.
4. O segundo terceto do poema quebra o momento de divagação saudosa do sujeito poético e trá-lo
de volta à realidade. A interjeição que inicia a estrofe denuncia a tristeza e o desalento do “eu”, que
reconhece nas recordações a presença de meros “fingimentos” (v. 12) destinados a suavizar os
“tristes pensamentos” (v. 14) de um amante que deseja ver retribuídos os seus anseios e que, por
isso, transpõe para a mulher amada as emoções e os sentimentos que o dominam.
5. O poema é um soneto, uma vez que, em termos estróficos, é constituído por duas quadras e dois
tercetos. A rima, nas quadras, é interpolada entre os primeiro e quarto versos e emparelhada entre os
segundo e terceiro versos. Nos tercetos, o primeiro verso rima com o terceiro e os segundos rimam
entre si. O esquema rimático da composição corresponde, assim, ao esquema habitual do soneto,
nas quadras, e a uma variante menos regular, no caso dos tercetos: a b b a / a b b a / c d c / c d c.
Todos os versos são constituídos por dez sílabas métricas, correspondendo à medida preconizada
pelo género do soneto:
A / que / les / cla / ros / o / lhos / que, / cho / ran (v. 1)
que / tor / ne a / vê- / los, / n’ al / ma / fi / gu / ran (v. 8)
que / nes / ta au / sên / cia / tão / do / ces / en / ga (v. 13)

OEXP10 © Porto Editora

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