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Fatores ambientais e

crescimento microbiano

Trabalho realizado no ámbito da disciplina de Microbiologia, lecionada pela docente Cristina


Aguiar em 2022/23
Ana Marques A103055, Ângela Ferreira A103057, Beatriz Bispo A103053, Beatriz Marques
A101242, Catarina Soares A103084, Claudia Lobo A102999, Eva Faria A
103006, Edgar Leite A102997, Francisco Malaquias A103009, Gonçalo Neves A103052, Gonçalo
Palma A102262, João Vilaça A101916, Nicole Paumard E10879, Paulo Oliveira A103000
Temperatura
A temperatura é um dos fatores ambientais mais importantes que afetam o crescimento microbiano. A
temperatura elevada é letal, danifica o microrganismo ao desnaturar enzimas,
e outras proteínas importantes que realizam as tarefas vitais para o crescimento dos
microrganismos. A temperatura também afeta a membrana celular
Cada microrganismo possui uma temperatura ótima para o crescimento, abaixo ou acima da qual a sua taxa de
crescimento é reduzida.
Temperatura
Temperatura mínima: Abaixo desta o crescimento microbiano é retardado ou inibido.
Faixa de temperatura ótima: Variação em que verifica a maior taxa de crescimento e atividade metabólica.
Temperatura máxima: Acima desta, os microrganismos sofrem danos irreversíveis levando à morte celular.

Classificação os microrganismos quanto à influência da temperatura:

Psicrófilos: Crescem abaixo de 20°C. Alguns psicrófilos podem crescer em temperaturas abaixo de 0°C e são encontrados em
ambientes frios, como regiões polares ou em águas geladas. Esses microrganismos têm adaptações especiais em suas enzimas e
membranas celulares para funcionar em temperaturas frias.

Psicotróficos: Crescem entre 0 a 30°C. Podem ser em alimentos com e sem refrigeração e têm gerado muitos problemas associados
aos alimentos conservados em cadeia de frio, como carnes e leites, principalmente pela capacidade de produzirem enzimas prote olíticas
e lipolíticas.

Mesófilos: Crescem entre 20°C e 50°C. A maioria dos microrganismos patogênicos humanos, como bactérias e fungos, são mesófilos e
crescem em temperaturas corporais ou em ambientes com temperaturas semelhantes.

Termófilos: Crescem entre 40°C e 60ºC. Esses microrganismos são encontrados em ambientes quentes, como fontes termais, vulcões
e compostagens de alta temperatura. Eles têm enzimas e membranas celulares adaptadas para funcionar em temperaturas
extremamente altas.

Hipertermófilos: São microrganismos que crescem em temperaturas extremamente altas, geralmente acima de 65°C. Estes
microrganismos são encontrados em ambientes extremos, como fumarolas submarinas, fontes hidrotermais e crateras vulcânicas ativas.
Eles têm adaptações únicas para sobreviver em condições de alta temperatura, como enzimas extremamente termorresistentes.
Acidez e alcalinidade
O pH é outro fator ambiental
crítico para o crescimento
microbiano, uma vez que a
maioria dos microrganismos
cresce melhor em um pH
específico. As mudanças no pH
podem afetar a estrutura das
proteínas e enzimas das células
microbianas, o que pode inibir
o crescimento das bactérias,
pode afetar também a
atividade enzimática por meio
da desnaturação ou inativação
de enzimas e também levar ao
rompimento celular.
Acidez e alcalinidade
Classificação os microrganismos quanto à influência do pH:

Acidófilos: São microrganismos que preferem ambientes ácidos, com pH abaixo de 7. Esses
microrganismos são capazes de crescer e se reproduzir em ambientes com pH muito baixo, como em solos
ácidos, alimentos fermentados e ambientes como o trato gastrointestinal humano.

Neutrófilos: São microrganismos que preferem ambientes neutros, com pH próximo de 7. A maioria dos
microrganismos patogênicos e benéficos aos humanos são neutrofílicos, e sua faixa de pH ótima de
crescimento geralmente está próxima do pH neutro.

Alcalófilos: São microrganismos que preferem ambientes alcalinos, com pH acima de 7. Esses
microrganismos são capazes de crescer e se reproduzir em ambientes com pH alto, como em solos
alcalinos, lagos de soda e outras condições alcalinas extremas.

Acidurantes: São microrganismos que são capazes de tolerar ambientes ácidos, embora não prefiram esse
tipo de ambiente. Eles podem crescer e se reproduzir em ambientes com pH abaixo do ideal, mas não têm
uma preferência ativa por ambientes ácidos.
Concentração de 0xigénio
A concentração de oxigénio é outro
fator ambiental importante que afeta o
crescimento microbiano. Algumas
bactérias são aeróbicas e precisam de
oxigénio para crescer, enquanto outras
são anaeróbicas e crescem melhor na
ausência de oxigénio. Algumas bactérias
são facultativas e podem crescer em
ambientes com ou sem oxigénio.
Concentração de 0xigénio
Como resultado desta influência os organismos evoluíram de forma a se adaptarem, surgindo:

Aeróbios obrigatórios: por exemplo, bactérias como Pseudomonas aeruginosa e Bacillus subtilis.

Anaeróbios obrigatórios: por exemplo, bactérias como Clostridium tetani, responsável pela doença do tétano, e Bacteroides fragilis,
uma causa comum de dispensação respiratória.

Anaeróbios facultativos: por exemplo bactérias como Escherichia coli e Salmonella enterica, que são encontradas no trato intestinal
humano. Estes microrganismos podem mudar o seu metabolismo dependendo do ambiente em que estão, e isto pode influenciar a
sua virulência e capacidade de causar complicações. Alguns microrganismos anaeróbios facultativos também são importantes em
processos industriais e de biotecnologia, pois podem crescer em ambientes anaeróbios, o que pode ser adaptado em certas
situações. Por exemplo, o processo de fermentação, que é usado na produção de alimentos como pão, cerveja e vinho, envolve a
ação de microrganismos anaeróbios facultativos.

Microaerófilos: Microrganismos microaerófilos são aqueles que são mantidos num ambiente que contém níveis baixos de oxigénio
(geralmente na faixa de 2 a 10%).
Exemplos de microrganismos microaerófilos incluem Helicobacter pylori, que é uma bactéria que vive no estômago humano e está
associada a úlceras gástricas, e Campylobacter jejuni, que é uma bactéria que pode causar infeções intestinais em humanos.
Estes microrganismos podem ser encontrados em ambientes como o solo, sedimentos de rios e lagos, e no trato intestinal de
animais e humanos.
Atividade da água e concentração de solutos
A atividade da água é uma medida da quantidade
de água disponível para o crescimento
microbiano. A maioria dos microrganismos cresce
melhor em ambientes com atividade de água
elevada, e os microrganismos patogénicos
geralmente precisam de alta atividade de água
para sobreviver.
Tendo em conta estas caraterísticas, podem ser:
Osmotolerantes e halotolerantes

Como é que os microorganismos podem crescer


em ambientes com baixa atividade da água?
Atividade da água e concentração de solutos
Pressão osmótica

Força que impulsiona a água a se mover de uma região com baixa concentração de solutos para outra com alta
concentração de solutos, através de uma membrana semipermeável.
Quando as células microbianas estão em meio aquoso, não devem existir grandes diferenças na concentração
de solutos dentro e fora da célula, ou as células poderiam desidratar-se ou romper-se.

Pressão hidrostática

Pressão exercida nas células pelo peso da água que permanece na superfície delas.
A pressão osmótica e a pressão hidrostática podem influenciar:
-Regulação da atividade metabólica
-Modificação da membrana celular
-Regulação da expressão gênica
-Sobrevivência em profundidades extremas
Atividade da água e concentração de solutos
A atividade da água pode ser influenciada por fatores como temperatura, humidade, concentração de sais e
açúcares.

Por exemplo, bactérias que causam a constituição de alimentos, como Salmonella e E. coli, podem crescer em
alimentos com uma atividade da água baixa, enquanto que fungos como Aspergillus e Penicillium
desenvolveram uma atividade da água mais alta.

A atividade da água é importante em muitos setores, como na produção de alimentos, onde é controlada para
evitar o crescimento de microrganismos e prolongar a vida útil dos produtos alimentícios. A atividade da água
também é importante noutras áreas, como na preservação de produtos farmacêuticos e na prevenção do
crescimento microbiano em sistemas de água.
Referências bibliográficas
Brock, T. D., Madigan, M. T., Martinko, J. M., & Parker, J. (2003). Brock biology of
microorganisms. Upper Saddle River (NJ): Prentice-Hall, 2003.. SCHULLER, D., & Unidade, I. X.
(2004).
Microbiologia de Água Destinada ao Consumo Humano-Microbiologia e Genética Molecular
Microbiana-Manual de Laboratório. Akpan, M. M., Itah, A. Y., Akinjogunla, O. J., & Eshiet, U. M.
(2011).

Webgrafia:
https://blog.neoprospecta.com/bacterias-psicrotroficas-processo-industrial/;
Data de consulta: 14H40, 13/04/2023

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