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Resumo
Este trabalho possui o objetivo de, com base no livro de Nietzsche: "Segunda
consideração intempestiva: Da utilidade e desvantagem da história para a vida", de 1875,
trazer a reflexão sobre a desvantagem que o estudo da ciência histórica pode causar na vida
histórica, analisando especificamente cada um dos três tipos de história citados por
Nietzsche: monumental, antiquária e crítica.
A história em excesso
Para Nietzsche a busca pela felicidade, e para o ser humano conseguir viver bem,
pode ser o poder de esquecer. Para exemplificar isso, o autor usa o exemplo da ovelha, que
após fazer algo, se perguntarmos sobre o que ela acabou de fazer, já não se lembrará mais. E
o homem já não esquece tão facilmente, então sua felicidade, bem estar e o futuro de suas
ações podem se comprometer pelo excesso da História.
Isso acontece porque na visão de Nietzsche, quando o homem entra em contato com
um excesso de experiências históricas, ele pode perder o instinto porque passa a analisar tudo
o que acomete a sua ação, fazendo comparações sobre o que aconteceu no passado e o que
está para acontecer no presente, e dessa forma não consegue exercer influência sobre a sua
realidade atual. Isso faz com que a história se resume à conclusão da humanidade.
Para exemplificar melhor como esse problema se torna uma realidade a partir da
história como ciência, é preciso também analisar qual o direcionamento dos três tipos de
história quanto ao passado, que não deve ser tomada apenas como algo prejudicial a vida
histórica, porque como o próprio livro de Nietzsche mostra, também é possível fazer um bom
uso dela.
O segundo tipo de história que o autor cita em seu texto é a antiquária, que é a história
que valoriza somente os feitos de sua região e impossibilita que sejam buscadas referências
em outros lugares, o que para os estudiosos dessa história permite que a história de um povo
não se perca diante do novo e do estranho. Mas isso, não é somente uma coisa boa, visto que,
quando o homem se apega somente aos seus próprios hábitos e costumes, ele se torna incapaz
de reconhecer as ligações exteriores que fizeram tal povo adquirir tais costumes e hábitos.
Conclusão
Através desses conceitos e exemplos, espero que seja possível compreender como o estudo da
história como ciência pode afetar negativamente a vida histórica. Mas que também não se
tome por uma visão errônea que a história não deve ser compreendida como ciência porque
só tem males a oferecer, porque suas atribuições e benefícios para a sociedade também são
inúmeros.
Referências
BLOCH, Marc Leopold Benjamin, Apologia da história, ou, O ofício de historiador. — Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.