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SIMULADO 

II 

TEORIA E ENSINO DE HISTÓRIA

Questão 01

A história se faz em documentos. Documentos são os traços que deixaram os


pensamentos e os atos dos homens do passado. Entre os pensamentos e os
atos dos homens, poucos há quem deixam traços visíveis, e estes, quando se
produzem, raramente perduram: basta um acidente para os apagar. Ora,
qualquer pensamento ou ato que não tenha deixado traços, diretos ou
indiretos, ou cujos traços visíveis tenham desaparecido, está perdido para a
história: é como se nunca houvesse existido. Por falta de documentos, a
história de enormes períodos do passado da humanidade ficará para sempre
desconhecida. Porque nada supre os documentos: onde não há documentos
não há história.

LANGLOIS, C.; SEIGNOBOS, C. Introdução aos Estudos Históricos. São Paulo:


Editora Renascença, 1946.

O trecho apresentado foi publicado originalmente em 1898, na França, em um


manual de História muito influente à época.

Com base nesse excerto, infere-se que os documentos

a) são equivalentes aos acontecimentos humanos, pois carregam em si os


pensamentos e os atos pretéritos.

b) podem ser substituídos por traços que denotem tanto a presença humana no
tempo quantos os gostos, gestos e valores do ser humano em determinado
período.

c) são registros textuais, preferencialmente produzidos por organismos


vinculados ao Estado, o que assegura sua autenticidade.

d) fornecem testemunho sobre uma parcela dos acontecimentos do passado


sem os quais a escrita da história é impossível.

e) recuperam o passado em si, na medida em que expressam ações e ideias


de homens que viveram em épocas pretéritas. 

GABARITO: D

Questão 02

“Havia aprendido sem esforço o inglês, o francês, o português, o latim.


Suspeito, contudo, que não era muito capaz de pensar. Pensar é esquecer
diferenças, é generalizar, abstrair. No mundo abarrotado de Funes não havia
senão detalhes, quase imediatos.”
BORGES, Jorge Luis. Ficções. Porto Alegre: Editora Globo, 1970.

De acordo com o texto, pode-se inferir que o ofício do historiador deve:

I. Valer-se das interpretações ao invés dos fatos.

II. Selecionar os fatos mais significativos para a pesquisa.

III. Desconsiderar o maior número de informações possíveis.

IV. Associar as informações buscando uma interpretação.

Estão corretas as afirmativas:

a) III e IV, apenas. 


b) I e II, apenas. 
c) I e IV, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) II e IV, apenas.

GABARITO E

Questão 03

Em um trabalho sobre a escravidão no mundo greco-romano, Lauffer escreveu


que a palavra Sklave, esclave, schiavo, originada na Idade Média, e que a
princípio designava os cativos da guerra eslava na Europa oriental, só pode ser
transferida para a Antiguidade de um modo anacrônico, o que suscita
equívocos. Além do mais, essa palavra lembra a escravidão negra na América
do Norte e das regiões coloniais dos séculos mais recentes, que dificulta ainda
mais a sua aplicação nas relações da antiguidade. Poucos ou nenhum dos
historiadores da antiguidade que participaram da discussão do trabalho de
Lauffer viram com bons olhos essa sugestão radical de abandonar a palavra
“escravo”.

FINLEY, M. Uso e abuso da História. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Considerando a reflexão suscitada pelo texto e o estuda da escravidão da


Antiguidade, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.

I. No campo da História, a conexão que se estabelece entre o presente e o


passado pode suscitar anacronismo, o que torna possível a ocorrência de
equívocos interpretativos.

PORQUE
II. Escolhas teórico-metodológicas realizadas sem reflexão crítica podem
repercutir em completa desfiguração do passado ou da sua relação com o
presente.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa


correta da I.

b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma


justificativa correta da I.

c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

e) As asserções I e II são proposições falsas.

GABARITO A

Questão 04

Quando a história se torna, para quem a pratica, o objetivo de sua reflexão,


pode-se inverter o processo de compreensão que conduz um produto a um
lugar? O historiador seria então um fugitivo, cederia a um álibi ideológico se,
para estabelecer o estatuto de seu trabalho, recorresse a um além filosófico, a
uma verdade formada e recebida fora dos seus caminhos, pelos quais, em
história, todo sistema de pensamento encontra-se referido a “lugares” sociais,
econômicos, culturais, etc.

CERTEAU, M. A operação histórica. IN: Le Goff.; NORA, P. História: novos


problemas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.  

Tendo em vista o texto apresentado e as reflexões de Michel de Certeau sobre


o fazer historiográfico, assinale a opção correta.

a) As pesquisas realizadas nas universidades dependem de possíveis aportes


financeiros, de modo que os lugares econômicos são determinados pelas
agências de fomento, que são externas às instituições.

b) Os textos historiográficos são produzidos em um determinado lugar social –


as instituições de ensino e pesquisa –, mas seus verdadeiros leitores são o
público, que expressa o valor de uma obra por meio de seu sucesso comercial.

c) O debate sobre o lugar de produção do conhecimento histórico assinala a


autonomia dos historiadores com relação às instituições em que atuam,
enfatizando que sua topografia de interesses é determinada pela experiência e
trajetórias pessoais.

d) O lugar de produção do conhecimento histórico privilegia determinado tipo


de produção, mas não interdita outras possibilidades, e por isso a investigação
histórica tem se caracterizado por um alargamento ilimitado de temas de
pesquisa.

e) A operação historiográfica não pode abstrair-se do tempo em que ocorre, já


que os temas, problemas e perspectivas de análise são condicionadas a partir
da articulação entre o lugar social dos profissionais da área, seus
procedimentos de análise e a escrita que produzem. 

GABARITO: E

Questão 05

Enfim, eu tentava ver como um acontecimento se faz e se desfaz, já que,


afinal, ele só existe pelo que dele se diz, pois é fabricado por aqueles que
difundem a sua notoriedade. Esbocei, pois, a história da lembrança de
Bouvines, de sua deformação progressiva, pelo jogo, raramente inocente, da
memória e do esquecimento.

 DUBY, Georges. O domingo de Bouvines. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. p.11-
12.

Neste trecho, o historiador Georges Duby comenta a natureza de um


acontecimento histórico, a Batalha de Bouvines, entre a França e o Sacro-
Império, em 1214.

Ao analisar a construção da memória deste acontecimento, Duby relaciona


história e memória, considerando que a história:

a) confunde-se com a memória, e uma acaba por se apresentar como o reflexo


da outra.
b) produz os acontecimentos quando eles são preservados pela memória, sem
o registro dos historiadores.
c) previne-se, por ser científica, das oscilações entre a lembrança e o
esquecimento, garantindo sua neutralidade.
d) expressa, muitas vezes, o movimento que envolve os acontecimentos,
conforme são lembrados ou esquecidos.
e) caracteriza-se, quando baseada na memória, pela deformação da verdade.

GABARITO D

Questão 06
Os movimentos indígenas da atualidade, somados aos novos pressupostos
teóricos da história e da Antropologia, conduzem ao abandono de antigas
concepções que contribuíram para excluir o índio da nossa história.

ALMEIDA, M. R. C., Os índios na História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV,


2010.

A temática da história indígena passa, nas últimas décadas, por um processo


de ressignificação sobre o lugar dos indígenas na história e no ensino de
História, com o surgimento de novas abordagens e implementação da Lei n.
11.645/2008, que estabeleceu a obrigatoriedade do estudo de história e cultura
afro-brasileira e indígena no Brasil.

A respeito dos estudos históricos sobre os indígenas e a efetivação da Lei nos


currículos escolares, assinale a opção correta

a) Os estudos contemporâneos surgidos a partir de novas abordagens


apresentam os indígenas como sujeitos ativos de sua própria história,
reconhecendo a presença desses nos conflitos e nas negociações ao longo da
formação da sociedade brasileira.

b) As novas abordagens dos estudos sobre os indígenas buscam reconhecer o


papel desses ao longo da história por meio de sua aculturação, possibilitando
sua inserção nas relações sociais que formaram a sociedade brasileira.

c) A implementação da Lei n. 11.645/2008 permitiu uma reorganização do


currículo do ensino de história, com a inserção de unidades separadas para o
estudo das questões afro-brasileiras e indígenas no ensino básico e na
educação superior.

d) A implementação da Lei n. 11.645/2008 tornou obrigatórios os conteúdos


referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas na disciplina
de História, em detrimento de outras áreas do currículo escolar, como literatura
e artes.

e) A renovação dos estudos sobre a temática indígena aconteceu justamente


com a implementação da Lei n. 11.645/2008, que possibilitou o alargamento
dos temas, das fontes e da construção de abordagens que privilegiam a
interdisciplinaridade no campo das ciências humanas. 

GABARITO: A

Questão 07

O sentimento de pertencer a um lugar, a um grupo no qual desempenhamos


um papel social, ao qual estamos emocional e afetivamente ligados e com o
qual nos identificamos, é muito importante para o ser humano e para sua
formação como sujeito histórico. A escola, e em especial o ensino de História,
desempenha um papel fundamental como espaço privilegiado para a difusão e
consolidação de ideias, imagens e saberes associados à educação política, os
quais podem contribuir para a formação de identidades. 

PIROLA, J.; DIAS. Ensino de História e consciência histórica latino-americana.


Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 31, n. 62, pp. 173-174, 200.1

A partir das ideias apresentadas no texto e considerando a trajetória do ensino


de História nas escolas latino-americanas, assinale a opção correta. 

a) A institucionalização do ensino de História nas escolas latino-americanas, ao


longo do século XIX, teve como base uma matriz nacionalista e eurocêntrica, e
um de seus objetivos era formar as novas identidades nacionais – “brasileiros”,
“argentinos” ou “chilenos” –, para os Estados que se construíam após a
independência. 

b) A História da América foi incluída como conteúdo obrigatório e prioritário no


currículo oficial do ensino secundário no Brasil desde a criação da primeira
disciplina de História no Colégio Dom Pedro II, no final da década de 1830, o
que permitiu a formação de uma consciência histórica e identitária latino-
americana bastante precoce entre os estudantes brasileiros. 

c) As mudanças que marcaram o ensino de História ao longo dos dois últimos


séculos permitiram que as disputas de narrativas e de memórias entre as
sociedades latino-americanas desaparecessem na disciplina escolar, razão
pela qual temas como a Guerra do Paraguai ou a da Tríplice Aliança tiveram a
sua interpretação unificada. 

d) Embora as ditaduras militares brasileira e argentina tenham exercido, no


campo educacional, forte controle e intervenções ideológicas, a condução do
ensino de História, no Brasil, manteve-se sem alterações significativas. 

e) A trajetória histórica do Brasil é marcadamente distinta a dos outros países


da América Latina, que compartilham a colonização espanhola e o mesmo
idioma, o que justifica a pequena atenção dedicada à História da América, nos
livros didáticos brasileiros, e a maior ênfase sobre a História europeia. 

GABARITO: A

Questão 08

A cultura científica parte do princípio de que, para conhecer todo e qualquer


objeto (ou questão sobre um tema), é preciso formular um problema sobre ele
e jamais se contentar em ter apenas opiniões definidas sobre o objeto a ser
estudado.

Transpondo esse princípio para uma aula que pretende formar o aluno crítico,
não cabe ao professor planejá-la apenas para discorrer sobre um tema
histórico sem formular perguntas problematizadoras que instiguem os alunos a
se posicionarem sobre o tema a partir de seu conhecimento e de sua
experiência prévia.

BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História: fundamentos e Métodos. São Paulo:


Editora Cortez, 2005.

O debate apresentado nesse texto suscita importantes questões sobre os


procedimentos metodológicos que devem ser adotados por professores no
ensino de História. Considerando tais procedimentos, é correto afirmar que
uma estratégia didática coerente com as ideias desenvolvidas no texto é.

a) mobilizar seu conhecimento histórico para transmiti-los aos alunos, de modo


a apresentar as perguntas e as respostas necessárias à resolução de
situações-problema demonstrando sua competência em lidar com saberes
históricos.

b) pesquisar previamente sobre as conclusões a que chegaram os


historiadores reconhecidos sobre determinado assunto, para transmiti-las aos
alunos, de modo que esses as aprendam com os parâmetros científicos
adequados.

c) atentar para a necessidade de formular problemas, a fim de propiciar a


configuração de um objeto de estudo que possibilite aos alunos compreender a
História como construção de conhecimento.

d) preparar roteiros para apresentar aos alunos fatos importantes do passado,


com o objetivo de desenvolver sua capacidade de reflexão e crítica.

e) apresentar um tema específico para pesquisa bibliográfica, a fim de que os


estudantes comprarem as abordagens de diversos autores.

GABARITO: C

Questão 09

A didática escolar cumpre funções de caráter político, educativo e científico a


um só tempo. A integralização dessas funções pela didática escolar torna essa
disciplina acadêmica algo mais complexo que a simples procura e
implementação de procedimentos de ensino. Por meio desse processo, a
unidade dialética de teoria e da prática assume as características de uma
verdadeira investigação científica da realidade cotidiana da prática
pedagógica. 

RAYS, O. A relação teoria-prática na didática escolar crítica. In: VEIGA, I. P. A (Org).


Didática: o ensino e suas relações. 7. ed. Campinas: Papirus, 2003. 

A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir. 


I. A práxis pedagógica envolve a adoção do método dialético no processo
de elaboração do conhecimento em articulação com a teoria histórico-
cultural. 
II. A apropriação crítica e histórica do conhecimento é um instrumento de
compreensão da realidade social e de atuação crítica para a
transformação da sociedade. 
III. A Didática é uma área do conhecimento que utiliza os elementos do
cotidiano escolar e das questões sociais para atualizar a prática
docente.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas

e) I, II, III. 

GABARITO: E

Questão 10

As escolas brasileiras não têm um único jeito de ensinar sobre gênero e


sexualidade; pesquisas evidenciam currículos e práticas pedagógicas e de
gestão marcadas pela discriminação. Distinções sexistas nas aulas, na
chamada, nas filas dos meninos e das meninas, nos uniformes, no tratamento
e nas expectativas sobre alunos ou alunas, tolerância da violência verbal e até
física entre os meninos, representações de homens e mulheres nos materiais
didáticos, abordagem quase exclusivamente biológica da sexualidade no livro
didático, estigmatização referente à manifestação da sexualidade das
adolescentes, perseguição sofrida por homossexuais, travestis e transexuais,
evidenciam  o quanto a escola (já) ensina, em diferentes momentos e espaços,
sobre masculinidade, feminilidade, sexo, afeito, conjugalidade, família.

Disponível em: <http://www.spm.gob.br>, Acesso em: 11 jul. 2017.

Nesse contexto, para construir uma prática pedagógica que promova


transformações no sentido da igualdade de gênero a partir do respeito às
diferenças, espera-se que a escola 

a) incorpore o conceito de gênero nos diferentes componentes do currículo de


maneira transversal.
b) realize atividades em seu cotidiano que definam para as crianças o que é
masculino e o que é feminino.

c) se valha das diferenças sexuais naturais entre meninos e meninas para


conduzir a classe e manter a disciplina. 

d) se refira à questão de gênero de forma tangencial, suficiente para promover


vivência menos intransigente e mais equânime entre homens e mulheres.

e) reforce modelos de comportamentos socialmente atribuídos a homens e


mulheres que formam um conjunto de representações sobre masculinidade e
feminilidade.

GABARITO: A

Questão 11

O mito das três raças foi uma construção fortemente enraizada na produção de
material didático no Brasil e compõe uma das representações mais divulgados
na chamada identidade brasileira. Ou seja, a uma cultura brasileira mestiça
costuma-se fazer corresponder uma identidade brasileira igualmente mestiça,
coesa e homogênea. Os textos dos PCN’S e das Diretrizes, ao defenderem a
ideia de pluralidade cultural, entendida também como diversidade cultural,
criticam exatamente o papel homogeneizador dessa formulação.

MATTOS, H. et. Al. Personagens negros e livros didáticos. In: ROCHA, H. et al. A
História na escola. Rio de Janeiro. FGV, 2009. P. 309

Refletindo sobre o texto acima, em especial com relação às diversidades


históricas e culturais tratadas nos PCN’s e Diretrizes, avalie as afirmações a
seguir.

I. As conexões entre PCN’s e as Diretrizes tendem a construir uma nova


relação educacional, abordando a importância Histórica de índios e negros no
Brasil, e, ao inserir tais grupos nos livros didáticos, o objetivo principal é
mostrar a sua participação na formação cultural do Povo Brasileiro.

II. A partir das discussões sobre o “mito da democracia racial” grupos antes
considerados à margem do contexto histórico-cultural, passaram a fazer parte
das políticas de inclusão, exemplificada pela inserção de temas como história
da África e História indígena nos diferentes níveis de ensino.

III. Os livros didáticos passaram a acompanhar a perspectiva da pluralidade


cultural, considerando a diversidade da formação social e histórica do Brasil,
abordando as diferenças culturais dos povos indígenas e a partir da relação
passado e presente, bem como a discussão sobre o sistema escravista, desde
o tráfico Atlântico até os dias atuais.
IV. Ao analisar a relação livro didático, PCN’s e Diretrizes sobre a questão da
pluralidade histórica cultural, o professor deve observar o que na prática é
aplicado em sala de aula, dando ênfase às questões relacionadas à realidade
local, em detrimento da realidade nacional.

É correto afirmar apenas o que se afirma em

a) I e III;

b) II e III;

C) II e IV;

d) I, II e IV;

e) I, III e IV.

GABARITO: B

Questão 12

WATERSON, C. Haroldo e seus amigos, 1988.

A gestão democrática pode ser definida como um processo político no qual as


pessoas que atuam na e sobre a escola identificam problemas, discutem,
deliberam, planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o
conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola, na busca
da solução daqueles problemas. Esse processo sustentado no diálogo, na
alteridade e no reconhecimento das especificidades técnicas das diversas
funções presentes na escola, tem como base a participação efetiva de todos os
segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente
construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo
acesso às informações aos sujeitos da escola.

SOUZA, A. R. Explorando e construindo um conceito de gestão escolar


democrática. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 25, n. 03, dez. 2009, pp. 125-
126.
Com base nos textos apresentados, conclui-se que a gestão democrática da
educação

I. Implica colocar as instituições a serviço da formação qualificada dos


estudantes, tem uma participação como prática cotidiana de todos os
envolvidos.

II. Propicia a criação de uma cultura institucional crítica-reflexiva, cujos


envolvidos tenham o discernimento em relação aos conteúdos que necessitam
ou não para tomarem decisões sempre coletivas.

III. Pressupõe a existência de líderes capazes de orientar as pessoas para o


desenvolvimento de ações que visem ao cumprimento de objetivos definidos
por eles.

 IV. Efetiva-se pelo processo de construção coletiva dos projetos pedagógicos


e o seu acompanhamento e avaliação.

 É correto apenas o que se afirma em

a) I e II;

b) I e III;

C) III e IV;

d) I, II e IV;

e) II, III e IV.

GABARITO: D

Questão 13

Os currículos organizam conhecimentos, culturas, valores e artes a que todo


ser humano tem direito. Assim, o currículo deve ser analisado conforme as
experiências vividas pelos estudantes, nas quais se articulam os saberes,
aprendidos por eles na vivência e na convivência em suas comunidades, com
os conhecimentos sistematizados que a escola deve lhe tornar acessíveis. a
partir da definição de currículo abordado pelo autor avalie as afirmações a
seguir 

ARROYO, M. G. Educandos e educadores: seus direitos e o currículo. IN: ARROYO,


M. G. Indagações sobre o currículo: educandos e educadores, seus direitos e o
currículo. Brasília Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007, p.
67.

A partir da definição de currículo abordado pelo autor avalie as afirmações a


seguir.
I. A construção do currículo constitui um processo de seleção cultural, o que
pode colocar em desvantagem determinados grupos sociais e culturais 

II.O sistema educativo confere ao currículo efetividade que envolve uma


multiplicidade de relações, razão pela qual este deve ser considerado fraco e
sua materialização corresponder a forma como foi idealizado. 

II. As teorias críticas reconhecem a existência de poderes diversos diluídos nas


relações sociais, conferindo ao currículo a função de atuar em processos para
inclusão escolar.

IV. É desafio da escola incluir no currículo experiências culturais diversificadas,


que não reproduzam estruturas da vida social em suas assimetrias e
desigualdades. 

É correto afirmar o que se afirma em 

a)I, apenas;

b)II e III, apenas;

C) II e IV, apenas;

d) I, II e IV, apenas;

e) I, II, III e IV.

GABARITO: D

Questão 14

O projeto político pedagógico (PPP) relaciona-se à organização do trabalho


pedagógico da escola, indicando uma direção, explicitando os fundamentos
teórico-metodológicos, os objetivos o tipo de organização e as formas de
implementação e avaliação da escola.

VEIGA, I. P. A; RESENDE, L. M. G. (Org.). Escola: espaço do Projeto Político


Pedagógico. 4. ed. Campinas - SP: Papirus, 1998.

Considerando a elaboração do PPP avalie as seguintes afirmações

I. o ppp constitui-se em um processo participativo de decisões para


instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que
desvele os conflitos e as contradições no interior da escola. 
II. a discussão do PPP exige uma reflexão acerca da concepção de
educação e sua relação com a sociedade e a escola, o que implica
refletir sobre o homem a ser formado. 
III. a construção do PPP requer o convencimento dos professores, da
equipe escolar e dos funcionários para trabalharem em prol do plano o
estabelecido pela gestão educacional.

É correto correto o que se afirma em

a)I, apenas;

b) III, apenas;

C) I e II, apenas;

d) II e III, apenas;

e) I, II, III.

GABARITO: C

Questão 15

Da visão dos direitos humanos e do conceito de cidadania fundamentado no


reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, decorre uma
identificação dos mecanismos e processos de hierarquização que operam na
regulação e produção de desigualdades. Essa problematização explicita os
processos normativos de distinção dos alunos em razão de características
intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, estruturantes no modelo
tradicional da educação escolar.

BRASIL, MEC. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva, 2008, p. 6. 

As questões suscitadas no texto ratificam a necessidade de novas posturas


docentes, de modo a atender a diversidade humana presente na escola. Nesse
sentido, no que diz respeito à seu fazer docente frente aos alunos, o professor
deve.

I. Desenvolver atividades que valorizem o conhecimento historicamente


elaborado pela humanidade e aplicar avaliações vitoriosas com fim de
aferir, em conceitos ou notas, o desempenho dos alunos. 
II. Investigar e compartilhar as informações e a busca pelo conhecimento
de forma coletiva, por meio de relações respeitosas acerca dos diversos
posicionamentos dos alunos, promovendo acesso às inovações
tecnológicas.
III. planejar ações pedagógicas extra-escolares, visando ao Convívio com a
diversidade; selecionar e organizar os grupos, a fim de evitar conflitos. 
IV. realizar práticas avaliativas que evidenciem as habilidades e
competências dos alunos, investigando os esforços individuais para que
cada um possa melhorar o desempenho escolar.
V. utilizar recursos didáticos diversificados, que buscam atender a
necessidade de todos e de cada um dos alunos, valorizando respeito
individual e coletivo.

É correto apenas o que se afirma em

a)I e III;

b)II e IV;

C) II,III e IV;

d) I, II, III e IV;

e) I, III e IV.

GABARITO: B

Questão 16

Na primeira metade do século XX, Jonathas Serrano, professor de História do


Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, já percebia a importância do uso das
imagens no ensino de História, afirmando que elas ajudariam os alunos a
aprender “pelos olhos”. Atualmente, em tempos de grande valorização da
imagem e de maiores facilidades para a sua difusão, discute-se a sua utilização
no ensino de História, em suas mais diversas modalidades.

Como orientação metodológica, para que o professor use a imagem em sala de


aula, o que se deve recomendar que ele considere?

a)      O seu papel como ilustração dos conteúdos, independente do tipo de
imagem escolhida, tornando o aprendizado mais fácil.

b)      O seu caráter de representação fiel da realidade, capaz de levar o aluno a
“viver” o passado, tal como ele aconteceu.

c)     A necessidade de os alunos fazerem a interpretação dos elementos


integrantes da imagem, com os mesmos recursos utilizados para os
documentos escritos.

d)      A sua condição mais satisfatória que os documentos escritos, como
instrumentos de reconstituição do passado histórico.

e) As suas múltiplas possibilidades de leitura, sem perder as referências de sua


historicidade.

GABARITO E

Questão 17 
Destruímos todos os documentos sobre um determinado período, nada poderia
ser dito por um historiador. Uma civilização da qual não tivéssemos nenhum
vestígio arqueológico, nenhum texto e nenhuma referência por meio de outros
povos, seria como uma civilização inexistente para o profissional de História? A
categoria documento define uma parte importante do campo de atuação do
historiador e a amplitude de sua busca.

KARNAL, L.; TATSCH, F. G. A memória evanescente. In: PINSKI, C. B.; LUCA, T. R.


O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009, p. 9.

Por trás dos grandes vestígios sensíveis da paisagem, os artefatos ou as


máquinas, por trás dos escritos aparentemente mais insípidos e as instituições
aparentemente mais desligadas daquelas que as criaram, são os homens que
a história quer capturar. Quem não conseguir isso será apenas, no máximo, um
serviçal da erudição. Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda.
Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça.

BLOCH, M. Apologia da História ou o ofício do historiador. São Paulo: Zahar,


1989, p. 54.

Considerando a necessidade dos historiadores se valerem de registros


documentais para produzir conhecimento e, paralelamente, o enorme
alargamento de nossa compreensão atual do que sejam documentos
históricos, avalie as seguintes afirmações.

I. Apesar das transformações pelos quais passou o campo historiográfico ao


longo do século XX, ainda são os documentos oficiais (via de regra emanados
das instâncias de poder) aqueles que permitem as interpretações efetivamente
confiáveis.

II, Para a maioria dos historiadores, na atualidade, a compreensão que


prevalecia no século XIX, de que o documento era portador da “verdade dos
fatos” não é mais aceita, porque se entende que as interpretações sobre o
passado se fundamentam no diálogo construído pelos historiadores envolvendo
teoria, eventos e documentos.

III. Durante o século XX ocorreu um alargamento em relação aos objetos de


interesses dos historiadores, o que implicou na ampliação do que se pode
considerar como fontes históricas, chegando-se a conceder o estatuto de
“fonte” a praticamente tudo que permita vislumbrar a ação humana.

IV. Um documento histórico não se define como importante a partir de uma


determinada visão de época, ou seja, os documentos existem e mantêm seu
valor independentemente do meio social que os conserva.

É correto apenas o que se afirma em


a) I e IV.

b) II e III.

c)  II e IV.

d) I, II e III.

e) I, III e IV.    

GABARITO B

Questão 18 

Vivemos em um mundo dominado por imagens e sons obtidos diretamente da


realidade, seja pela encenação ficcional, seja pelo registro documental, por
meio de aparatos técnicos cada vez mais sofisticados. E tudo pode ser visto
pelos meios de comunicação e representado pelo cinema, com um grau de
realismo impressionante.

Cada vez mais, tudo é dado a ver e a ouvir, fatos importantes e banais,
pessoas públicas e influentes ou anônimas e comuns. Esse fenômeno, já
secular, não pode passar despercebido pelos historiadores, principalmente
para aqueles especializados em História do século XX.

As fontes audiovisuais e musicais ganham crescentemente espaço na pesquisa


histórica. Do ponto de vista metodológico, são vistas pelos historiadores como
fontes primárias novas, desafiadoras, mas seu estatuto é paradoxal.

NAPOLITANO, M. A História depois do papel. IN: PINSKY. C. B (Org). Fontes


Históricas. São Paulo: Contexto, 2005, p. 235.     

O paradoxo que se refere o autor fica evidente

a) na fotografia, cujas características técnicas a transformam em fonte primária


neutra.

b) do documento, que ao se basear em fonte de pesquisa sobre a realidade


configura uma fonte confiável.

c) no jornalismo televisivo, cujo controle exercido pela emissora sobre os


conteúdos veiculados impedem considerá-lo uma fonte primária.

d) no cinema, cujo realismo e o cuidado dispensado às produções históricas o


convertem em fonte primária do passado retratado nos filmes.

e) no vídeo game, cujas características tecnológicas, lúdicas e mercadológicas


são elementos importantes para a sua classificação como fonte primária.
GABARITO E

Questão 19 

Ao se problematizar a produção do conhecimento histórico, as representações


do tempo, do passado e da ciência com que operamos, um novo conceito de
temporalidade se tornou possível: não mais o de um tempo definido
aprioristicamente, em que o historiador inscreveria os acontecimentos, como
num filme linear; mas o tempo da experiência, do acontecimento em sua
singularidade, o que torna possível perceber  que já diferença na repetição e
que trabalhamos como a multitemporalidade, ao invés de restringirmo-nos a
uma temporalidade única.

ROSSI, V. L. S.; ZAMBONI, E. (Org). Quanto tempo o tempo tem! 2 ed. Campinas:
Editora Alínea, 2005.

O conceito de tempo associa-se diretamente à escrita da História, tendo em


vista que os acontecimentos são produzidos em uma determinada
temporalidade, a qual expressa sinais do pensamento, das ações e
experiências humanas em uma determinada época.

Sobre o conceito de tempo, a partir das perspectivas teóricas mais atuais,


avalie as afirmações a seguir.

I. Valoriza-se o tempo plural e em diferentes sintonias, em detrimento do tempo


linear e progressivo, entendido como sentido único.

II. A História se constrói com base na ideia de tempo cumulativo na qual a curta
duração forma a longa duração.

III.  Reconhecem-se múltiplas temporalidades, onde o tempo cronológico


coexiste com o tempo das rupturas e continuidades.

IV. O tempo deve ser entendido em seu contexto histórico e, nesse sentido, a
divisão cronológica da História é o principal instrumento para explicar as ações
humanas.

 É correto apenas o que se afirma em

a) I e III.

b) II e III.

c) II e IV.

d) I, II e IV.

e) I, III e IV.

 
GABARITO A

Questão 20 

A escassez de testemunhos sobre o comportamento e atitudes das classes


subalternas do passado é com certeza o primeiro – mas não o único –
obstáculo contra o qual as pesquisas históricas do gênero se chocam. Porém,
é uma regra que admite exceções. Esse livro conta a história de um moleiro
friulano, Domenico Scandella, conhecido por Menochio – queimado por ordem
do Santo Ofício, depois de uma vida transcorrida em total anonimato. A
documentação dos dois processos abertos contra ele, nos dá um quadro de
suas ideias e sentimentos, fantasias e aspirações. Outros documentos nos
fornecem indicações sobre suas atividades econômicas, sobre a vida de seus
filhos. Temos também algumas páginas escritas por ele mesmo e uma lista
parcial de suas leituras (sabia ler e escrever). Gostaríamos, é claro, de saber
muitas outras coisas sobre Menochio. Mas o que temos em mãos já nos
permite reconstruir um fragmento do que se costuma denominar “cultura das
classes subalternas”’, ou ainda “cultura popular”.

GINZBURG, C. O queijo e os vermes. São Paulo: Cia das Letras, 1987, p. 16.

O autor dessa passagem, Carlo Ginzburg, é considerado um dos mais


influentes autores da chamada micro-história e da cultura popular na Idade
Moderna. Com base nas concepções desse autor e da micro-história, avalie as
afirmações a seguir.  

I. Apesar das diferenças entre a cultura popular e a cultura da elite, havia entre
elas uma relação de interações e de influências recíprocas, isto é, havia uma
“circularidade”.

II. A falta de evidências sobre a cultura popular impediu que se realizassem


pesquisas, por exemplo sobre a vida dos camponeses que, por serem
iletrados, não participavam do que os historiadores consideram como esfera
“produtora de cultura”.

III. Entre a cultura das classes populares e os setores aristocráticos da


sociedade européia da Idade Moderna havia uma fronteira bem definida, que
refletia o abismo econômico e de status social entre ambos, e nesse sentido, o
caso do Menochio deve ser interpretado como curiosidade e exceção.

IV. Baseada na exploração exaustiva das fontes e na descrição etnográfica, a


micro-história adota uma perspectiva de observação dos fenômenos em escala
reduzida, diferentemente das propostas da história serial e quantitativa.

É correto apenas o que se afirma

a) I e II.
b) I e IV.

c) II e III.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

GABARITO B

Questão 21 

Tornou-se lugar-comum dizer que entramos numa “civilização da imagem”,


esquecendo que a cultura Ocidental, por suas ligações com as civilizações
antigas e mais ainda com o cristianismo medieval, há muito tempo situa as
imagens no centro de seu modelo de pensar e de agir.

SCHMITT, J. C. O corpo das imagens: ensaios sobre cultura visual na Idade Média.
São Paulo: Edusc, 2007, p. 11.

Atualmente, o uso de imagens vem sendo considerado um importante recurso


para os professores de história que necessitam trabalhar conteúdos referentes
à Idade Média, isso porque a iconografia exprime e comunica sentidos que
muito revelam sobre aquela sociedade. Contudo, apesar deste instrumento
pedagógico ser atrativo e enriquecedor no processo de ensino e aprendizagem,
para ser eficaz, de ser aplicado adequadamente.

Considerando o método de análise iconográfica e a sua utilização em sala de


aula, as imagens

a) devem ser usadas pelo docente por apresentarem de forma objetiva a época
medieval.

b) devem ser compreendidas e relacionadas à sua função, ao seu tempo


histórico e lugar de produção.

c) podem ser utilizadas isoladamente como apêndice do conteúdo, desde que o


professor seja responsável pela descrição daquilo que está representado.

d) podem ser utilizadas pelo professor para tratar de uma determinada


realidade histórica, como forma de ilustrar valores da época medieval.

e) podem prejudicar a interpretação de acontecimentos históricos, quando


correlacionadas a outra fonte primária, como a documental.

GABARITO  B

Questão 22 
A função didática da relação cinema-história se consubstancia na utilização de
um novo método aplicado ao ensino: o uso da linguagem cinematográfica como
instrumento auxiliar de formação histórica, com a finalidade de integrar, orientar
e estimular a capacidade análise dos estudantes. Do ponto de vista didático,
trata-se de utilizar películas já existentes como fontes para a discussão de
temas históricos, de analisar o cinema como agente da história e como
documento e, mais ainda, de preparar estudantes para a pesquisa.

NÓVOA, J. Apologia da relação cinema-história. Olho da História: Revista de


História Contemporânea, UFBA, 1995. 

Sobre o uso do recurso audiovisual em sala de aula, avalie as afirmações a


seguir.

I. A reconstrução de gestos, de vestuário, de vocabulário, de arquitetura e de


costumes referentes a uma época específica figura entre as várias
possibilidades de utilização de uma obra cinematográfica em sala de aula.

II.  A exibição de um filme em sala de aula viabiliza a reflexão crítica sobre o


cinema como difusor de ideologias de certos grupos sociais e políticos.

III. Uma película sobre um tema histórico, para além da época que pretende
retratar, deve ser analisada dentro do contexto temporal de sua produção.

É correto o que se afirma em

a)  I, apenas.

b) III, apenas.

c) I e II, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

GABARITO E

Questão 23

O trabalho de enquadramento da memória se alimenta do material fornecido


pela história. Esse material pode ser interpretado e combinado a diversas
referências associadas; guiado pela preocupação não apenas de manter as
fronteiras sociais, mas também de modificá-las, esse trabalho reinterpreta
incessantemente o passado em função dos combates do presente e do futuro.

PORQUE

O trabalho de análise do passado se dá a partir dos interesses e do domínio


metodológico que o historiador possui. O enquadramento da memória pela
história é, costumeiramente, realizado por docentes e pesquisadores de
história, quando não seguem a metodologia proposta pela história oral.

Acerca dessas asserções, assinale opção correta.

a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma


justificativa correta da primeira.

b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma


justificativa correta da primeira.

c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma


proposição falsa.

d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição


verdadeira.

e) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

GABARITO C

Questão 24

A obra intitulada o leitor de breviário, à tarde, foi produzida, em torno de 1845-


1850, pelo pintor alemão Carl Spitzweg.

 
A obra A aventura do livro: do leitor ao navegador, que consiste em entrevistas
feitas com o historiador Roger Chartier, traz, na sua introdução, o seguinte
comentário:

Toda história da leitura supõe, em seu princípio, a liberdade do leitor, que


desloca e subverte aquilo que o livro lhe pretende impor. Mas esta liberdade
leitora não é jamais absoluta. Ela é cercada por limitações derivadas das
capacidades, convenções e hábitos que caracterizam, em suas diferenças, as
práticas de leitura. Os gestos mudam segundo os tempos e lugares, os objetos
lidos e as razões de ler. Novas atitudes são inventadas, outras se extinguem.

As considerações desse fragmento textual fornecem elementos para o


historiador refletir sobre a história das formas de apreensão do mundo, as
sensibilidades e a formação da identidade dos grupos sociais e sua relação
com as práticas de leitura. A partir dessas considerações, conclui-se que o
quadro de Carl Spitzweg representa.

a) a busca de um isolamento absoluto em relação ao mundo urbano,


escapando das influências dissolventes dos ideais burgueses sobre os valores
tradicionais.

b) a ânsia de uma religiosidade que reduzia o ser humano a uma figura menor
diante da natureza e minimizava o papel da leitura na formação do indivíduo.

c) a busca de evasão em relação a um mundo dominado pelo capitalismo que


começava a modificar as relações de produção no meio rural.

d) o desejo de conceder à leitura proporções revolucionárias em uma


sociedade em que o indivíduo não se havia emancipado do império da
natureza.

e) a ênfase em uma leitura vinculada à postura individualista, ao gosto pela


natureza harmoniosa e ao exercício da espiritualidade.

GABARITO E

Questão 25 

O que tem caracterizado os estudos da história das mentalidades é a


insistência nos elementos inertes, obscuros, inconscientes de uma determinada
visão de mundo. As sobrevivências, os arcaísmos, a afetividade e a
irracionalidade delimitam o campo específico da história das mentalidades,
distinguindo-se com muita clareza de disciplinas paralelas e hoje consolidadas,
como a história das ideias ou a história da cultura.

No percurso da historiografia francesa, a história dos Annales se fortaleceu nas


décadas de 1960 e 1970 como História das mentalidades, influenciando a
produção de outros países. No que se refere ao diálogo da história com outras
disciplinas, a partir dos Annales, analise as afirmações abaixo.

I. O estudo dos temas ligados à religiosidade, aos sentimentos e aos rituais


beneficiou-se de procedimentos teórico-metodológicos da Antropologia.

II. A aproximação da história com as Ciências Sociais, ainda nas décadas de


1920 e 1930, possibilitou a utilização de conceitos como permanência e longa
duração.

III. O diálogo com a Geografia possibilitou que algumas das obras dos
historiadores ligados aos Annales transformassem o espaço em objeto de
estudo para o historiador.
IV. A relação estabelecida com os positivistas do século XIX fez com que os
historiadores ligados aos Annales valorizassem a história política, a partir da
Ciência Política.

É correto apenas o que se afirma em

a) I e II.

b) I e IV.

c) III e IV.

d) I, II, III.

e) II, III e IV.

GABARITO D

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