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AO DOUTO JUÍZO VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE

TAGUATINGA/DF

EMENDA À INICIAL

SOCIEDADE INCORPORADORA RESIDENCIAL REAL


GARDEN S.A - EM RECUPERACAO JUDICIAL, inscrito no CNPJ:
09.653.493/0001-33, situado na Rua 04 Lote 11, Sul (Águas Claras), Brasília/DF
CEP: 71937-000, neste ato representado por seu síndico Sr. LUCAS
ALBUQUERQUE MEDEIROS POSSIDONIO, brasileiro, solteiro, síndico
profissional, portador da Cédula de Identidade (RG) sob o nº 3423697 SSP/DF,
inscrito no CPF sob o nº 033.846.741-62, vem, respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fulcro no art. 784, X, do Código de Processo Civil ajuizar

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

em desfavor de EDGAR LUIZ GOMES DA SILVA, brasileiro, profissão


desconhecida, estado civil desconhecido, devidamente inscrito no CPF sob o nº
058.011.387-65, portador do RG sob o nº 04108133328, residente e domiciliado na
Rua 04, Lote 11, loja 27, Elegance Comercial, Sul, Águas Claras, Brasília/DF, CEP:
71937-000, com endereço eletrônico em edgarl.gomes@gmail.com, Telefone
2299808-8855, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

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1. SÍNTESE DOS FATOS

Consoante se constata da qualificação e dos documentos que


instruem a presente inicial executória, o Exequente consiste em condomínio, nos
termos da Lei nº 4.591/64, conforme atesta a Ata de Instituição e a Convenção
Condominial, ambas devidamente registradas no Cartório de Registro competente.

De acordo com o que dispõe o art. 12 da Lei nº 4.591/64, cada


condômino concorre nas despesas do condomínio, recolhendo, nos prazos previstos
na Convenção, a quota-parte que lhe couber em rateio. O Condomínio é credor do
Executado justamente pela ausência de pagamento de sua quota-parte concernente
ao rateio das despesas condominiais.

Conforme se vê dos cálculos anexos, analisados em


consonância com os demais documentos que acompanham a exordial, a obrigação
perseguida é certa, líquida e exigível, fundada em título executivo extrajudicial,
consistente crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em
assembleia geral, documentalmente comprovadas.

O Executado é o proprietário da unidade imobiliária nº 27,


que compõe o Condomínio Exequente e, como tal, face a natureza propter rem da
obrigação de pagar as despesas condominiais, é responsável pela quitação do
débito, sintetizada na tabela abaixo:

UNIDADE MATRÍCULA VALOR DO DÉBITO


Unidade Imobiliária nº 27 338977 R$ 6.324,69

Assim, vale a presente Execução para compelir o Executado a


pagar o débito existente, o qual totaliza, até o ajuizamento da presente demanda, a
quantia de R$ 6.324,69 (seis mil trezentos e vinte e quatro reais e sessenta e
nove centavos)

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2. DO DIREITO

Sabe-se que a validade do procedimento executivo


pressupõe, antes de outras análises, a existência de título executivo, sendo este
documento indispensável à propositura da execução, haja vista ser com base nele
que todos os demais elementos da ação e vários outros requisitos processuais
serão examinados.

É a partir do conteúdo do título que se identifica as partes da


ação de execução, se determina o objeto da atividade executiva e se limita a
responsabilidade do executado.

Contudo, não é qualquer título que pode provocar o


procedimento executório, sendo certo que o ordenamento pátrio impõe que a
obrigação representada no título seja líquida, certa e exigível, segundo a exata
dicção do art. 783, do Código de Processo Civil.

A certeza do crédito diz respeito à ausência de dúvida quanto


à sua existência. A certeza da obrigação representada no título constitui pré-
requisito dos demais atributos, o que significa dizer que só é possível falar em
liquidez e exigibilidade se houver certeza prévia.

No caso dos autos, a certeza decorre do dever de pagamento


da quota condominial, o qual encontra fundamento legal, no ordenamento jurídico
nacional, especialmente no art. 12, da Lei nº 4.591/64 e no art. 1.315, do Código
Civil, os quais dispõem, respectivamente:

Art. 12. Cada condômino concorrerá nas despesas do


condomínio, recolhendo, nos prazos previstos na Convenção, a
quota-parte que lhe couber em rateio.

Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua


parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão
da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.

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Para que constituía título executivo extrajudicial, o crédito
referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
precisa ser, além de certo, líquido e exigível, previsto em convenção ou aprovados
em assembleia. Vejamos:

Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:


X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou
extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva
convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas;

A responsabilidade pelas despesas e seus respectivos


encargos estão previstas na Convenção de Condomínio, conforme se vê abaixo:

A cobrança da taxa de Condomínio é legitima, já que aprovada


em Assembleia, obedecendo as normas da Convenção do Condomínio, não
podendo a Executada furtar-se de suas obrigações.

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A obrigação constante no título, portanto, é certa, cabendo
analisar a presença dos demais requisitos.

Enquanto a certeza diz respeito à existência da obrigação, a


liquidez refere-se à determinação de seu objeto. É necessário, assim, que a
obrigação exista e tenha objeto determinado. Nas palavras de Pontes de Miranda,
“sabe-se que é e o que é.”

Diz-se líquido o crédito quando, além de ser claro e manifesto,


dispensa qualquer elemento extrínseco para se aferir seu valor ou para se
determinar seu objeto. A liquidez na execução é indispensável, mormente porque
tal procedimento não comporta instauração de liquidação de sentença como no
caso do título executivo judicial.

No presente caso, não há qualquer dúvida sobre a liquidez do


título, que é revelada pelo extrato de débitos em anexo, o qual é produzido por
simples cálculo do valor devido por condômino acrescido dos encargos decorrentes
do inadimplemento.

Não há dúvida razoável capaz de retirar do título sua liquidez,


mostrando-se preenchido também tal requisito.

Por fim, para que o título seja exigível, é preciso que exista o
direito à prestação que nele consta e que o dever de cumprir a tal prestação seja
atual. Ademais, não pode estar sujeito a condição ou termo ainda não efetivados.
Se assim estiver, o título será exigível.

Na presente execução a exigibilidade é indiscutível, uma vez


que a cobrança se refere a contribuições vencidas e não pagas, insuscetíveis de
termo ou condição, tampouco de qualquer outro motivo que dispense a Executada
do pagamento imediato.

Ademais, os encargos sobre os valores são legais, uma vez


que se pretende que não ocorra enriquecimento ilícito, restando imperioso a
correção do valor pelo mínimo legal, ou seja, correção pelo INPC, juros na razão de
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1% (um por cento) ao mês e multa de 2% (dez por cento) conforme dispõe o art
1336 §1º do CC.
Por fim, dispõe o art. 64 da Convenção do Condomínio
Requerente de que havendo a necessidade de propositura da ação deverá o
condômino arcar com os honorários advocatícios (convencionais) na proporção de
20%. Confira-se:

Esclarece-se, por oportuno, que os honorários


advocatícios convencionais não se confundem com os sucumbenciais , e, uma
vez que previstos na Convenção do Condomínio, podem ser incluídos no cálculo do
débito no percentual fixado no normativo interno do Condomínio, como assentado
pelo TJDFT, afinal, o custo da cobrança é daquele que deu causa à inadimplência,
não sendo legítimo penalizar injustamente os demais condôminos pelos custos da
cobrança administrativa ou judicial.

Nesse sentindo, é a jurisprudência já consolidada neste


Tribunal:
APELAÇÃO CÍVEL. COBRANÇA. TAXAS CONDOMINIAIS.
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS
CONVENCIONAIS - PREVISÃO NO REGIMENTO INTERNO.
CABIMENTO. 1. Os honorários convencionais possuem natureza
jurídica distinta dos honorários sucumbenciais que eventualmente
vierem a ser arbitrados pelo juízo na ação de cobrança. 2. Diante de
expressa previsão no regimento interno do condomínio, é
possível a inclusão dos honorários de cobrança no cálculo do
débito. 3. Deu-se provimento ao apelo do autor. (Acórdão 1259462,
07012818420198070010, Relator: SÉRGIO ROCHA, 4ª Turma
Cível, data de julgamento: 1/7/2020, publicado no DJE: 8/7/2020.
Pág.: Sem Página Cadastrada.)

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RECURSO DE APELAÇÃO. DIREITO CIVIL. CONDOMÍNIO
IRREGULAR. TAXA CONDOMINIAL. COMPROVAÇÃO DE
ADESÃO. TÁCITA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PREVISÃO
EM CONVENÇÃO CONDOMINIAL OU DE ASSOCIAÇÃO DE
MORADORES. MULTA MORATÓRIA. NÃO PREVISTA NA
CONVENÇÃO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. Não
existe dúvida quanto à possibilidade de cobrança das taxas
condominiais caso exista a situação de fato comprovada por
Assembleias e Convenções, nos termos do artigo 1.336, I, do Código
Civil. 2. Conforme entendimento consolidado em Recurso Repetitivo
nº 1439163/SP, do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de
condomínios irregulares, faz-se imperiosa, para a cobrança de taxas
relativas a despesas comuns, a necessária a comprovação da
adesão do morador às regras do Condomínio/Associação. 3. A
aquisição do imóvel por meio de Contrato de Promessa de Compra e
Venda no qual há menção expressa à existência de condomínio de
fato em formação, até mesmo com a existência de logotipo do
referido condomínio, é fato suficiente para caracterizar a anuência
tácita do adquirente às suas regras, mesmo posteriormente
formalizadas em Ata de Assembleia Geral de Constituição de
Associação de Moradores, sob pena de violação do Princípio da
Vedação ao Comportamento Contraditório e ao Princípio da Vedação
do Enriquecimento sem Causa. 4. O condômino inadimplente será
responsável pelo pagamento dos honorários advocatícios
contratuais, em virtude de propositura de ação judicial,
independentemente da juntada aos autos de Contrato de
Serviços de Advogado, quando houver previsão expressa na
Convenção de Condomínio ou de Associação, a fim de evitar
sejam os condôminos adimplentes injustamente penalizados
com os custos da cobrança em Juízo. Precedente desta Turma.
5. A multa moratória, de 2% (dois por cento), prevista no artigo 1.336,
parágrafo 1º, do Código Civil somente é exigível se prevista
expressamente na convenção do Condomínio. 6. Recurso de
apelação da autora conhecido e parcialmente provido. Recurso de
apelação do réu conhecido e desprovido. Majorados os honorários
recursais apenas quanto ao recurso do réu, em 1% (um por cento)
sobre o valor da condenação. (Acórdão 1252340,
07258550420198070001, Relator: EUSTÁQUIO DE CASTRO, 8ª
Turma Cível, data de julgamento: 3/6/2020, publicado no DJE:
8/6/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Desta forma, igualmente devidos os honorários nos termos


descritos.
Assim, preenchidos todos os requisitos, a presente execução
deve ser recebida e processada, citando-se o Executado para pagar o débito no
prazo legal, sob pena de suportar as consequências da ausência de pagamento
voluntário, bem como os atos coercitivos necessários à satisfação da do crédito.

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Por fim, registre-se, desde logo, ser assente na jurisprudência
a possibilidade de indicação do próprio imóvel, cuja propriedade gera o dever de
pagar as despesas condominiais, como bem passível de penhora. Vejamos alguns
julgados a esse respeito:

APELAÇÃO. EMBARGOS DE TERCEIRO. CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA. CERCEAMENTO DE DEFESA. PENHORA.
DESPESAS DE CONDOMÍNIO. OBRIGAÇÃO PROPTER REM.
Embora intimada para fase de especificação de provas, a parte
quedou-se inerte, não apontando nos autos as provas com as quais
pretendia alicerçar suas alegações. Diante desse silêncio na fase
de especificação de provas, não há que se falar em cerceamento de
defesa. Precedentes do STJ. O resultado da ação principal não é
objeto dos embargos de terceiro, que se prestam apenas para
afastar a constrição judicial já existente ou na iminência de ser
realizada e obter a liberação do bem. Justamente por isso os
embargos de terceiro se diferem da oposição, em que o opoente
necessita discutir a relação material objeto da ação principal, para
que possa excluir a pretensão de ambas as partes desse processo.
É assente na jurisprudência e na doutrina que as taxas
condominiais configuram espécie de obrigação propter rem,
devendo ser garantida pelo próprio imóvel. Desse modo, é
possível que se determine a penhora dos direitos possessórios
sobre imóvel, posteriormente cedidos a terceiro, em sede de
cumprimento de sentença em que se condenou a parte cedente ao
pagamento de taxas condominiais originadas desse bem.
Recurso de apelação conhecido e desprovido.
(Acórdão 945642, 20150110806165APC, Relator: ANA MARIA
AMARANTE, 6ª TURMA CÍVEL, data de julgamento: 1/6/2016,
publicado no DJE: 7/6/2016. Pág.: 520/529)

***

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. IMÓVEL
ADQUIRIDO JUNTO AO IPESP. DESPESAS CONDOMINIAIS.
PENHORA. POSSIBILIDADE.
1. As despesas condominiais são consideradas dívidas propter
rem, de modo que podem ensejar a penhora da unidade
autônoma devedora, não prevalecendo contra o condomínio
cláusulas de impenhorabilidade e inalienabilidade em contratos
celebrados com terceiros.
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 650.570/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe
15/08/2012)

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É a razão pela qual, nos termos do art. 798, II, do Código de
Processo Civil, o Exequente indica à penhora, desde logo, a unidade imobiliária
nº 27, de Matrícula nº 338977, registrada no 3º Ofício do Registro Imobiliário
do Distrito Federal, caso o Executado não pague o débito de forma voluntária.

Assim, diante da existência de todos os requisitos necessários


ao ajuizamento da presente execução, mormente a presença de título executivo
certo, líquido e exigível, requer-se o processamento da Execução.

3. DA POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO DAS PARCELAS VINCENDAS

Além das parcelas vencidas, o ordenamento jurídico pátrio


autoriza ao credor, na ação que tenha por objeto cumprimento de obrigação em
prestações sucessivas, a inclusão das parcelas vincendas no pedido, inclusive de
forma implícita. É a redação do art. 323, do Código de Processo Civil. Vejamos:

Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em


prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no
pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se
o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de
consigná-las.

Em relação a possibilidade de inclusão das parcelas vincendas


no curso da execução, a característica de trato sucessivo da obrigação condominial
atrai a aplicação do art. 323 do Código de Processo Civil, de modo que, para se
garantir o resultado útil do processo, se torna plenamente possível a inclusão das
parcelas vincendas, até a satisfação da obrigação, desde que se tratem de
prestações homogêneas, contínuas e da mesma natureza.

Nesse sentido, confira-se precedentes do egrégio Superior


Tribunal de Justiça:
EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO
EXTRAJUDICIAL. DÉBITOS CONDOMINIAIS. INCLUSÃO
DAS COTAS CONDOMINIAIS VINCENDAS.
POSSIBILIDADE. 1. Ação de execução de título executivo

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extrajudicial, tendo em vista a inadimplência no pagamento de
cotas condominiais. 2. Ação ajuizada em 19/03/2018. Recurso
especial concluso ao gabinete em 08/08/2018. Julgamento:
CPC/2015. 3. O propósito recursal é definir se, à luz das
disposições do CPC/2015, é válida a pretensão do
condomínio exequente de ver incluídas, em ação de
execução de título executivo extrajudicial, as parcelas
vincendas no débito exequendo, até o cumprimento
integral da obrigação do curso do processo. 4. O art. 323
do CPC/2015, prevê que, na ação que tiver por objeto
cumprimento de obrigação em prestações sucessivas,
essas serão consideradas incluídas no pedido,
independentemente de declaração expressa do autor, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a
obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de
pagá-las ou de consigná-las. 5. A despeito de referido
dispositivo legal ser indubitavelmente aplicável aos processos
de conhecimento, tem-se que deve se admitir a sua aplicação,
também, aos processos de execução. 6. O art. 771 do
CPC/2015, na parte que regula o procedimento da execução
fundada em título executivo extrajudicial, admite a aplicação
subsidiária das disposições concernentes ao processo de
conhecimento à lide executiva. 7. Tal entendimento está em
consonância com os princípios da efetividade e da economia
processual, evitando o ajuizamento de novas execuções com
base em uma mesma relação jurídica obrigacional. 8. Recurso
especial conhecido e provido. (grifamos) (STJ - RECURSO
ESPECIAL Nº 1.756.791 – RS (2018/0189712-8), Relatora:
MINISTRA NANCY ANDRIGHI, 3ª Turma, Data de Julgamento:
06/08/2019, Pág.: Sem Página Cadastrada.) (grifamos)

RECURSO ESPECIAL. CONDOMÍNIO. AÇÃO DE


EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL,
CONTRIBUIÇÕES ORDINÁRIAS OU EXTRAORDINÁRIAS DE
CONDOMÍNIO EDILÍCIO. INCLUSÃO DE PRESTAÇÕES
VINCENDAS NO DÉBITO EXEQUENDO. POSSIBILIDADE.
INCLUSÃO AUTOMÁTICA NA EXECUÇÃO APENAS PARA
AS PRESTAÇÕES HOMOGÊNEAS, CONTÍNUAS E DA
MESMA NATUREZA. A MODIFICAÇÃO DE NATUREZA OU
DA HOMOGENEIDADE DA PRESTAÇÃO, BEM COMO DE
EVENTUAL AMPLIAÇÃO DO ATO CONSTRITIVO ENSEJA A
ABERTURA DE NOVO DIREITO DE DEFESA DO DEVEDOR,
RESTRITA AO ACRÉSCIMO DO REFERIDO CONTEÚDO E A
ELE LIMITADA. 1. Com o advento do CPC/2015, o crédito
referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício – previstas na respectiva convenção ou
aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente
comprovadas – passou a ser expressamente considerado
como título executivo extrajudicial, nos termos do art. 784,
inciso X. 2. Com a comprovação dos requisitos do título
executivo extrajudicial, mostra-se possível a inclusão, na
execução, das parcelas vincendas no débito exequendo,
até o cumprimento integral da obrigação do curso do

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processo. 3. No entanto, apenas as prestações
homogêneas, contínuas e da mesma natureza comportam
essa inclusão automática na execução. Assim, em havendo
modificação da natureza da prestação ou da sua
homogeneidade, bem como de eventual ampliação do ato
constritivo dela decorrente, deverá ser oportunizado ao
devedor o direito de se defender, por meio de embargos, em
relação a esse acréscimo e limitado ao referido conteúdo. 4.
Recurso especial provido. (STJ - RECURSO ESPECIAL Nº
1.835.998 - RS (2019/0263105-6), Relator: MINISTRO LUIS
FELIPE SALOMÃO, 4ª Turma, Data de Julgamento:
26/10/2021, Pág.: Sem Página Cadastrada.) (grifamos)

A disposição legal é confirmada pela jurisprudência do Eg.


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Confira-se:

CIVIL E PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


ACORDO POSTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO. DÍVIDA
DE CONDOMÍNIO. PRESTAÇÕES SUCESSIVAS. ACORDO
HOMOLOGADO POSTERIOR À SENTENÇA.
RECONHECIMENTO DE DÍVIDA PELOS DEVEDORES. ATO
CONSIDERADO EMBARAÇOSO E ATENTATÓRIO À
DIGNIDADE DA JUSTIÇA. APLICAÇÃO DE MULTA DE 5%
(CINCO POR CENTO) DO VALOR DA CAUSA. REFORMA
QUE SE IMPÕE. INCLUSÃO NO CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. ATIVIDADE SATISFATIVA. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. PRESTÍGIO ÀS NORMAS FUNDAMENTAIS
DO PROCESSO CIVIL COM O FITO DE CONFERIR
SOLUÇÃO MAIS ADEQUADA À LIDE. ARTIGOS 4º, 6º, 139,
V, 200, 323, 493, 505, I, 789, 805, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC.
ART. 5º INCISO LXXVIII, DA CF/88. ART. 840, DO CCB.
DECISÃO REFORMADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROVIDO.   1. É possível a inclusão,
em ação de execução de título extrajudicial/cumprimento
de sentença, das parcelas vincendas no débito exequendo,
até o cumprimento integral da obrigação no curso do
processo. REsp 1759364. À luz do art. 323, do CPC,
na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação
em prestações sucessivas, essas serão consideradas
incluídas no pedido, independentemente de declaração
expressa do autor, e serão incluídas na
condenação, enquanto durar a obrigação, se o
devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de
consigná-las. 2. Esse entendimento, ademais, está em
consonância com os princípios da efetividade e da economia
processual, evitando o ajuizamento de novas execuções com
base em uma mesma relação jurídica obrigacional, o que
sobrecarregaria ainda mais o Poder Judiciário, ressaltando-se,
na linha do que dispõe o artigo 780 do CPC/2015, que o
exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas
em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde

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que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico
o procedimento, tal como ocorrido na espécie. 3. [...] Agravo de
instrumento provido.  TJDFT - AGRAVO DE INSTRUMENTO
0712901-89.2020.8.07.0000, Acórdão Nº 1270004, Relator:
Desembargador ALFEU MACHADO, 6ª Turma Cível, Data de
Julgamento: 29/07/2020, Pág.: Sem Página Cadastrada.)
(grifamos)

Desta forma, por se tratar de cobrança de parcelas


consecutivas é devida a inclusão das parcelas que se vencerem ao longo do
processo, considerando os princípios da economia e celeridade processual.

Por determinação legal (art. 292, § 2º, CPC), nos casos em que
se inclui o valor das prestações vincendas, o valor da causa corresponderá a uma
prestação anual, de modo que, o valor anual das taxas ordinárias resulta em R$
4.406,76 (quatro mil quatrocentos e seis reais e setenta e seis centavos).

Conforme demonstrado, é nítida a responsabilidade do


Executado em relação as taxas condominiais, bem com os encargos moratórios a
que deu causa, por consequência se faz necessário a condenação do Executado ao
pagamento das taxas condominiais vencidas e vincendas.

4. DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:

a) O recebimento e processamento da presente execução,


haja vista inexistir qualquer óbice para seu recebimento;

b) A citação do Executado para que, no prazo de 3 (três)


dias, pague o débito de R$ 6.324,69 (seis mil trezentos e
vinte e quatro reais e sessenta e nove centavos),
concernente ao rateio das despesas condominiais.

c) Que seja somado às quotas que se vencerem no curso


desta ação (art. 323 do CPC), acrescidas de correção
monetária a partir do vencimento, juros de mora de 1% ao mês

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e multa de 2% e honorários convencionais de 20% conforme
disposição do art. 64 da Convenção do Condomínio;

d) A fixação dos honorários advocatícios, nos termos do art.


827, do CPC;

e) Caso não haja pagamento voluntário da dívida, seja


realizado de imediato o bloqueio e a penhora de quantias
existentes em contas financeiras da Executada, via sistema
SISBAJUD, nos limites suficientes à satisfação do crédito, nos
termos do art. 835, I, do CPC;

f) A expedição de certidão comprobatória do ajuizamento da


execução, com identificação das partes e do valor da causa,
para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou
de outros bens sujeitos à penhora, arresto ou indisponibilidade;

g) Caso a Executada não realize o pagamento no prazo legal,


requer desde logo a penhora e avaliação, unidade imobiliária
nº 27, de Matrícula nº 338977, registrada no 3º Ofício do
Registro Imobiliário do Distrito Federal;

Diante da inexistência de ferramenta de gestão processual apta


a processar o recebimento de intimações, exclusivamente, na forma estabelecida
pela Resolução no. 345/2020 do CNJ (e-mail e telefone móvel), apresenta nesta
oportunidade a sua expressa RECUSA ao “JUÍZO 100% DIGITAL”.

Por oportuno, protesta pela manutenção da disponibilização das


intimações por meio do sistema eletrônico e/ou diário oficial, sob pena de violação
aos artigos 194, 197 do CPC e artigo 37 da Carta Magna.

Finalmente, requer, sob pena de nulidade, que todas as


publicações e/ou intimações referentes ao presente feito sejam lançadas

SHN, Quadra 01, Bloco A, Sala 713, Ed. Le Quartier. CEP: 70.701-010
Brasília | Distrito Federa | Brasil
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(61) 3264-0595
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EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado LUCAS MARTINS DE SOUZA,
inscrito na OAB/DF sob nº 59.805, com escritório profissional estabelecido no
SHN, QD 01, Bloco A, Sala 713, Ed. Lê Quartier, Brasília/ DF, CEP.: 70.701-010.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos, em especial documental e testemunhal.

Dá-se à causa o valor de R$ 10.731,45 (dez mil setecentos e


trinta e um reais e quarenta e cinco centavos).

Parcelas Parcelas Valor da Causa


Vencidas Vincendas
+ =
R$ 6.324,69 R$ 4.406,76 R$ 10.731,45
(12 X 367,23)

Nestes termos,
Pede deferimento.
Brasília - DF, 4 de maio de 2023.

LUCAS MARTINS DE SOUZA MARCILENE LUZ DOS SANTOS


OAB/DF Nº 59.805 OAB/DF Nº 64.355

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