AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO

JUDICIÁRIA DE TAGUATINGA – DF.

CONDOMÍNIO CND 02 LOTE 20, pessoa jurídica de direito

privado, inscrito no CNPJ: 23.639.936/0001-62, situado na Quadra CND 02, Lote
20, Taguatinga Norte/DF CEP: 72120-025, neste ato representado por seu síndico
WEVERTON CANDIDO DE MELO, casado, síndico profissional, inscrito no CPF
sob o nº: 903.050.001-87, portador do RG sob o nº: 2.061.490 SSP/DF, residente
nesta capital, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro
no art. 784, III, do Código de Processo Civil ajuizar

AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

em desfavor de DORACY SOARES DE ALMEIDA, brasileira,

viúva, do lar, devidamente inscrita no CPF sob o nº: 709.231.911-00, portadora da
Cédula de identidade sob o nº 486.842 SSP/PB, residente e domiciliada à Quadra
CND 02, Lote 20, Apartamento 102, Taguatinga Norte/DF, CEP: 72120-025,
Telefones (61) 9.8621-3661/ (83)9.8667-7553, com endereço eletrônico em
ricoalmeida3007@gmail.com, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

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 1. DOS FATOS

A Executada é proprietária do imóvel Unidade 102, inserida no

CONDOMÍNIO CND 02 LOTE 20 e, nesta condição, figura como responsável pelos
pagamentos das taxas condominiais da Exequente.

Ocorre que, em que pese sua responsabilidade, a Executada

não efetuou os pagamentos das despesas e dos demais encargos rateados entre os
moradores.

Consoante se observa dos documentos que instruem a inicial,

a Demanda não arcou com seus compromissos condominiais, referentes às Taxas
Ordinárias e Extraordinárias de julho/2021 a dezembro/2021 e janeiro/2022 e
fevereiro/2022, resultando em um débito de R$ 1.816,99 (hum mil oitocentos e
dezesseis reais e noventa e nove centavos).

Registre-se que, todas as despesas foram devidamente

aprovadas em Assembleia pelos moradores.

Nesse viés, no dia 23/02/2022, a Executada firmou com o

Exequente Termo de Acordo e Confissão de Dívida, assinado por duas
testemunhas, para o pagamento do débito inadimplido, nos seguintes moldes:

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 Todavia, em que pese o Condomínio Exequente oportunizar a
Demanda o pagamento do débito de forma parcelada, mediante a celebração do
acordo acima mencionado, a devedora descumpriu o ajustado, não realizando o
pagamento de nenhuma parcela.

Por estes motivos, a parte Exequente tem o direito de ter o

débito confessado adimplido, com vencimento antecipado das parcelas, bem como
aplicação de multa de 10% (dez por cento), juros de mora de 1% (um por cento) ao
mês correção monetária pelo INPC-IBGE e honorários de 20% (vinte por cento)
sobre o valor da cobrança, conforme expressamente previsto na Cláusula Segunda
do Termo de Confissão de Dívida compactuado, colacionada abaixo:

Portanto, o débito atualizado, com a incidência de multa, juros

de mora e honorários advocatícios consiste em R$ 2.471,72 (dois mil quatrocentos
e setenta e um reais e setenta e dois centavos), conforme planilha em anexo.

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 Desta forma, tendo em vista o inadimplemento da obrigação
nas datas aprazadas, não resta outra medida ao Exequente, senão a propositura da
presente ação executiva, nos termos dos fundamentos legais adiante apresentados.

2. DO DIREITO

Sabe-se que a validade do procedimento executivo

pressupõe, antes de outras análises, a existência de título executivo, sendo este
documento indispensável à propositura da execução, haja vista ser com base nele
que todos os demais elementos da ação e vários outros requisitos processuais
serão examinados.

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 É a partir do conteúdo do título que se identifica as partes da
ação de execução, se determina o objeto da atividade executiva e se limita a
responsabilidade do executado.

Neste caminho, por força do art. 784, inciso III do CPC/2015,

documentos particulares assinados por duas testemunhas e pelo devedor possuem
força de título executivo extrajudicial. Confira-se:

Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais

III - O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)
testemunhas.

Trata-se exatamente do caso dos autos, em que o Termo de

Acordo e Confissão de Dívida que instrumentaliza a ação foi assinado pela devedora
e por duas testemunhas.

Contudo, não é qualquer título que pode provocar o

procedimento executório, sendo certo que o ordenamento pátrio impõe que a
obrigação representada no título seja líquida, certa e exigível, segundo a exata
dicção do art. 783 do Código de Processo Civil. Vejamos.

Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre

em título de obrigação certa, líquida e exigível.

A certeza do crédito diz respeito à ausência de dúvida

quanto à sua existência. A certeza da obrigação representada no título constitui
pré-requisito dos demais atributos, o que significa dizer que só é possível falar em
liquidez e exigibilidade se houver certeza prévia.

No caso em análise, a obrigação é certa, uma vez que partes

são conhecidas e legítimas para figurar nos respectivos polos, dada a relação
jurídica estabelecida entre o credor e a devedora.

Enquanto a certeza diz respeito à existência da obrigação, a

liquidez refere-se à determinação de seu objeto. É necessário, assim, que a

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obrigação exista e tenha objeto determinado. Nas palavras de Pontes de Miranda,
“sabe-se que é e o que é.

Diz-se líquido o crédito quando, além de ser claro e manifesto,

dispensa qualquer elemento extrínseco para aferir seu valor ou para determinar seu
objeto.

No presente caso, não há qualquer dúvida sobre a liquidez do

título, que é revelada pelo extrato de débitos atualizado, o qual é produzido por
simples cálculo do valor devido pelo descumprimento do acordo acrescido dos
encargos decorrentes do inadimplemento. Não há dúvida razoável capaz de retirar
do título sua liquidez, mostrando-se preenchido também tal requisito.

Por fim, para que o título seja exigível, é preciso que exista o
direito à prestação que nele consta e que o dever de cumprir a tal prestação seja
atual. Ademais, a obrigação não pode estar sujeita a condição ou termo ainda não
efetivados.

Na presente execução a exigibilidade é indiscutível, uma vez

que a cobrança se refere a parcelas de acordo extrajudicial vencidas e não pagas,
insuscetíveis de termo ou condição, tampouco de qualquer outro motivo que
dispense a Executada do pagamento imediato.

Assim, preenchidos todos os requisitos, a presente execução

deve ser RECEBIDA e PROCESSADA, citando-se a Executada para pagar o débito
no prazo legal, sob pena de suportar as consequências da ausência de pagamento
voluntário, bem como os atos coercitivos necessários à satisfação da do crédito.

3. DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:

a) O recebimento e processamento da presente execução,

haja vista inexistir qualquer óbice para seu recebimento;
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 b) A citação da Executada para que pague o débito de R$
2.471,72 (dois mil quatrocentos e setenta e um reais e
setenta e dois centavos), no prazo de 3 (três) dias;

c) A fixação dos honorários advocatícios, nos termos do art.

827, do CPC, bem como condenação da EXECUTADA em
custas processuais;

d) Caso não haja pagamento voluntário da dívida, seja

realizado de imediato o bloqueio e a penhora de quantias
existentes em contas financeiras da Executada, via sistema
SISBAJUD, nos limites suficientes à satisfação do crédito, nos
termos do art. 835, I, do CPC;

e) A expedição de certidão comprobatória do ajuizamento da

execução, com identificação das partes e do valor da causa,
para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou
de outros bens sujeitos à penhora, arrestou ou
indisponibilidade.

f) Caso a Executada não realize o pagamento no prazo legal,

requer, desde logo, a penhora e avaliação dos direitos que
devedor possui sobre a unidade imobiliária nº 102 inserida
no CONDOMÍNIO CND 02 LOTE 20, matrícula 339564 do 3º
Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal.

Diante da inexistência de ferramenta de gestão processual apta

a processar o recebimento de intimações, exclusivamente, na forma estabelecida
pela Resolução no. 345/2020 do CNJ (e-mail e telefone móvel), apresenta nesta
oportunidade a sua expressa RECUSA ao “JUÍZO 100% DIGITAL”.

Por oportuno, protesta pela manutenção da disponibilização das

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intimações por meio do sistema eletrônico e/ou diário oficial, sob pena de violação
aos artigos 194, 197 do CPC e artigo 37 da Carta Magna.

Finalmente, requer, sob pena de nulidade, que todas as

publicações e/ou intimações referentes ao presente feito sejam lançadas
EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado LUCAS MARTINS DE SOUZA,
inscrito na OAB/DF sob nº 59.805, com escritório profissional estabelecido no
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Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em

direito admitidos, em especial documental e testemunhal.

Dá-se à causa o valor de R$ 2.471,72 (dois mil quatrocentos

e setenta e um reais e setenta e dois centavos).

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília - DF, 4 de maio de 2023.

LUCAS MARTINS DE SOUZA MARCILENE LUZ DOS SANTOS

OAB/DF Nº 59.805 OAB/DF Nº 64.355

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