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EXMO. DR. JUIZ DE DIREITO DA 12a VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA


COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Execução Fiscal: 0231220-92.2021.8.19.0001

TJRJ CAP 12VFE 202300289461 23/01/23 16:44:14138796 PROGER-VIRTUAL


MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, nos autos da execução fiscal em
epígrafe, ajuizada em face de SAVOIR SOLUCOES EIRELI, por seu Procurador abaixo
assinado, em atenção à intimação eletrônica de fls. 67, vem à presença de V. Exa.,
apresentar resposta à exceção de pré-executividade.

I. BREVE SÍNTESE DA LIDE.


Trata-se de execução fiscal, ajuizada em 11.10.2021, para a cobrança de créditos
de ISS e multa referentes ao período de 2016 a 2019, consubstanciados nas sucessivas
Certidões de Dívida Ativa nº 10/043957/2018-00 e 10/038230/2020-00.
Em 27.06.2022 (fls. 15-18), o juízo decidiu, de ofício, pelo redirecionamento da
execução aos sócios da executada, pelo fato de esta não ter sido encontrada no endereço
do seu domicílio fiscal, além de apresentar-se como inapta/extinta/baixada perante a
Receita Federal.
Houve arresto positivo no valor de R$ 27.907,20 e R$ 218.608,03,
respectivamente, nos nomes dos sócios da executada PEDRO UBIRATAN
FERNANDES DE LEMOS FILHO e TIAGO BARROS NOBREGA.
Em 19.11.2022, foi publicado edital de citação e intimação da executada e dos
seus sócios, informando a realização do arresto.
Em seguida, o sócio TIAGO BARROS NOBREGA opôs exceção de pré-
executividade, alegando, em síntese, ilegitimidade passiva, pleiteando assim a exclusão
do polo passivo da demanda e o consequente desbloqueio dos valores levantados.
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II. DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO EXCIPIENTE

Aduz o excipiente que a constituição do débito tributário está vinculada ao fato


gerador compreendido entre 02.10.2017 e 27.12.2021, época em que não esteve na
qualidade de sócio nem de partícipe na sociedade empresarial, haja vista sua
desvinculação da sociedade empresária ocorrida em 19.04.2017. Junta a certidão de
inteiro teor da JUCERJA (fls. 52) e pleiteia a exclusão do polo passivo da presente
execução fiscal.

De fato, assiste razão ao excipiente, que não era mais sócio da executada à
época da dissolução irregular não podendo, em razão disso, ser responsabilizado pelos
tributos não recolhidos, como determina o Tema 962, do STJ.

III. DA IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS

O redirecionamento da execução fiscal ao Excipiente deu-se por decisão


oficiosa deste juízo (cf. fls. 15-18). Em outras palavras, não partiu de requerimento feito
pelo Município.
Qualquer alegação de sucumbência deve ser analisada à luz do princípio da
causalidade. A quem deu causa à controvérsia, ainda que incidentalmente, é imputado o
pagamento das despesas e dos honorários advocatícios à parte vencedora.
O Município do Rio de Janeiro não deu causa ao redirecionamento indevido nos
presentes autos, não podendo, com isso ser condenado ao pagamento de honorários
advocatícios à luz da norma contida no art.85, §10, do CPC.
Ante o exposto, deve ser rejeitado o pedido formulado pelo excipiente.

IV. CONCLUSÃO.
Considerando o exposto, o Município do Rio de Janeiro, ora Exequente, requer
as seguintes providências:
A) O afastamento da condenação em honorários ao Município;
B) O prosseguimento da execução fiscal com a conversão em penhora do valor em
constrição do sócio administrador PEDRO UBIRATAN FERNANDES DE LEMOS
FILHO;
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C) A citação da Executada, por oficial de justiça, de modo a verificar seu


funcionamento, no seguinte endereço: Rua Barata Ribeiro, nº 668 – APT 1010, CEP:
22.051-002, Copacabana – Rio de Janeiro RJ.

Rio de Janeiro, 23 de January de 2023.


VINÍCIUS PINHO DE OLIVEIRA
Procurador do Município do Rio de Janeiro
Matrícula 10/331.947/2

Documento assinado digitalmente por VINICIUS PINHO DE OLIVEIRA:12432363701 às 16:44 do dia 23/01/2023,
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