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Critérios de Pureza
Ponto de Fusão
● Designa-se geralmente pelas letras P.F. ou M.P. (melting point) e pode ser definido como
a temperatura à qual, a uma dada pressão, as fases sólida e líquida estão em
equilíbrio
● De um modo geral, as substâncias orgânicas têm o seu ponto de fusão inferior a 350ºC,
sendo, no entanto, raras as substâncias que fundem instantaneamente
● O que na realidade se observa através de processos normais de determinação do ponto
de fusão é a existência de uma temperatura à qual a substância começa a fundir e outro
em que se verifica o termo de fusão, o que se designa por intervalo de fusão ou zona
de fusão
● Considera-se, em geral, como pura uma substância cuja zona de fusão tenha uma
amplitude de 1 a 3ºC, havendo, no entanto, substâncias puras cuja zona de fusão é
significativamente maior, outras que se decompõem antes de fundirem, e ainda outras,
que em vez de fundir, sublimam
● Deste modo, uma zona estreita é sinal que a amostra se encontra relativamente pura,
enquanto que uma zona larga poderá, em princípio, indicar a existência de impurezas na
amostra
● O ponto de fusão permite igualmente verificar a eficiência de um processo de purificação
(como a cristalização).
Ponto de Ebulição
● O ponto de ebulição (P.E.) define-se como sendo a temperatura à qual a tensão do
vapor líquido é igual à pressão de uma atmosfera
● Resumidamente teremos
o Se um líquido está puro, durante a sua ebulição a temperatura mantém-se
constante
o Se se trata de uma mistura, como regra, durante a sua ebulição a composição
do líquido varia e, consequentemente, a temperatura de ebulição não se
mantém constante
Espetros de infravermelho
● Este método é muito utilizado como critério de pureza dada a sua fácil e rápida
execução
● Além disso, é um método muito sensível necessitando de uma pequena quantidade de
amostra (1mg), sendo ainda um método não destrutivo, podendo, deste modo, a
amostra ser recuperada se necessário
● Cada substância apresenta o seu espetro próprio, não existindo duas substâncias com o
mesmo espetro
● Deste modo, compara-se o espetro obtido a partir da nossa amostra, com um espetro
padrão da substância; se se verificar a existência, no espetro da amostra, de bandas de
absorção não presentes no espetro padrão, isto indica que a substância não se encontra
pura, sendo essas bandas “extras” resultantes da absorção de impurezas presentes na
amostra
● a cromatografia em camada fina é uma técnica simples, barata e muito importante para
a separação rápida e análise quantitativa de pequenas quantidades de material
● é usada para:
o determinar a pureza de um composto,
o identificar componentes numa mistura comparando-os com padrões;
o acompanhar o curso de uma reação pelo aparecimento dos produtos e
desaparecimento dos reagentes
o isolar componentes puros de uma mistura
● na cromatografia de camada fina a fase líquida ascende por uma camada fina do
absorvente estendida sobre um suporte
o o suporte mais típico é uma placa de vidro
Filtração
● Filtração - é a separação de partículas sólidas em suspensão num líquido, por efeito de
uma pressão sobre uma superfície porosa, ficando o sólido retido e passando o líquido
através do septo filtrante
● Os sólidos retidos pela membrana filtrante constituem o resíduo ao passo que o líquido
que o atravessa representa o filtrado
Filtração a quente
o O aquecimento de certos produtos facilita a sua filtração por 2 razões distintas
▪ Porque faz diminui a viscosidade dos líquidos
▪ Porque provoca a coagulação das substâncias proteicas e de outros
produtos
o É utilizada
▪ Para filtrar óleos e gorduras
▪ Para evitar a formação de cristais, quando se pretende eliminar as
impurezas insolúveis
Cristalização
● O processo de cristalização é um dos métodos mais importante de que o químico dispõe
para a purificação de substâncias sólidas
● Este método consiste na solubilização, a quente da amostra sólida num solvente
apropriado e da sua posterior insolubilização por abaixamento da temperatura da
solução
● Tem, assim, como base uma eventual diferença de solubilidade entre a substância a
cristalizar e as impurezas que a acompanham
Solventes de Cristalização
● São muitos os solventes que se podem utilizar em cristalização, no entanto, a sua
escolha deve ter em atenção determinados fatores
o Os solventes devem ser inertes, ou seja, não devem reagir com a substância a
purificar
o Devem possuir um ponto de ebulição tão baixo quanto possível
o O coeficiente de solubilidade da substância a purificar deve ser o mais baixo
possível a temperaturas próximas de 0ºC, devendo, no entanto, esse coeficiente
de solubilidade ser elevado para temperaturas próximas do ponto de ebulição do
solvente
o Os coeficientes de solubilidade da substância a purificar e das impurezas que a
acompanham devem ser significativamente diferentes
o Deve-se ter em conta a polaridade relativa da substância e do solvente
Escolha do solvente
● Se a natureza da substância a cristalizar é conhecida, o solvente apropriado para a sua
cristalização vem geralmente, indicado na literatura
● Tendo-se uma substância que se pretenda cristalizar e sendo esta muito solúvel no
solvente S1 e pouco solúvel no solvente S2, procede-se do seguinte modo
o Dissolvem-se uns miligramas da substância no solvente S1 e aquece-se um
pouco a solução
o Uma vez aquecida, junta-se lentamente umas gotas do solvente S2 até
aparecimento de uma ligeira turvação
o A mistura é, então, aquecida um pouco mais, devendo-se verificar o
desaparecimento da turvação, com dissolução total da substância
o Se isto se verificar procede-se ao arrefecimento da solução devendo-se
observar a deposição de cristais à medida que a temperatura da solução baixa
● A solução quente é rapidamente filtrada por algodão ou papel de filtro, tendo esta
filtração por finalidade eliminar possíveis impurezas, pouco solúveis no solvente a
quente, que possam existir em suspensão
● O algodão/ papel pelo qual se efetuou a filtração é lavado previamente com o solvente
aquecido de modo a que não se verifique a insolubilização da substância a purificar nas
paredes frias do funil
● Esta lavagem com o solvente permite também libertar fibras soltas que possam existir no
algodão/papel, ao mesmo tempo que permite escolher um ritmo apropriado de queda do
líquido
● Após a formação dos cristais, o conteúdo do tubo é filtrado sob pressão reduzida através
de um funil Buckner ou outro dispositivo adequado
● Os cristais retidos no filtro são lavados duas ou três vezes com o solvente, devendo este
ter sido arrefecido em banho de gelo de modo a que não provoque a solubilização dos
cristais
● Os cristais são agora secos, fazendo-se uma forte aspiração e sujeitando estes a uma
corrente de ar quente
● Os cristais depois de secos são destacados com uma espátula para um tubo de ensaio
ou para um vidro de relógio previamente tarados
● Por vezes não é suficiente uma só cristalização, sendo necessário recristalizar várias
vezes a amostra, até se obter a pureza pretendida
Sublimação
● Sublimação – purificação de substâncias sólidas que apresentam a propriedade de
passar do estado sólido ao estado de vapor e vice-versa, sem passar pelo estádio
intermédio
● Ocorre antes que a substância funda ou destile
𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂 ↔𝑉𝐴𝑃𝑂𝑅
● A sublimação é um processo útil para purificar uma substância de impurezas que sejam
essencialmente não voláteis
Destilação
● O processo de destilação consiste no aquecimento de um líquido até uma temperatura à
qual ele se converte em vapor, e então condensar o vapor de novo a líquido numa outra
parte do aparelho
Destilação simples
● A destilação simples, é muito usada para separar um líquido de uma substância não
volátil ou para separar líquidos com pontos de ebulição muito diferentes
● Se um líquido puro é aquecido num balão acoplado a um condensador que está aberto
para a atmosfera no outro extremo a sua pressão de vapor aumentará, a pressão de
vapor do líquido excederá ligeiramente a da atmosfera, e o vapor começará a
expandir-se para fora do aparelho, através do condensador
Destilação fracionada
● No caso de misturas, na destilação simples, as primeiras frações do destilado, temos
uma composição mais rica do componente mais volátil
● Conforme o processo se mantém, temos o surgimento gradual do componente mais
volátil, que impurifica o anterior
● Quando a diferença dos pontos de ebulição dos compostos é alta, podemos, no entanto,
prever esta etapa, de forma a poder recolher separadamente as diferentes frações
Técnicas de destilação
● Uma taxa de aquecimento constante é essencial para o ótimo desempenho de
qualquer aparelho de destilação
● Os banhos de óleo aquecidos eletricamente e as mantas de aquecimento fornecem
uma fonte de calor constante e são facilmente reguláveis
● Se não é necessária uma alta eficiência, um banho de vapor pode ser usado a uma
temperatura superior ao dos materiais inflamáveis
● Pode usar-se uma chama com substância de ponte de ebulição elevado
● Para que uma coluna de destilação opere com a máxima eficiência, deve ser isolada
contra perdas de calor
o A forma mais frequente de isolamento é uma camisa de alto vácuo que é
uma parte integral da coluna
o Algumas vezes é feito um aquecimento elétrico
o O modo mais simples de conseguir algum isolamento para estas colunas é
envolve-las com um par de camadas de folhas de alumínio
o Uma substância de ponto de ebulição elevado é mais facilmente condensada
pela coluna
o Se a coluna é alta e fracamente isolada, pode ser impossível fornecer tanto
calor À caldeira quanto aquele perdido pela coluna
● Uma vez que a temperatura do vapor é muito frequentemente tomada como sendo o
ponto de ebulição do destilado correspondente deve ter-se cuidado
o Para evitar o sobreaquecimento do vapor
o O bolbo do termómetro deverá situar-se abaixo da base do braço lateral que dá
para o condensador
● Uma regra útil na estimativa do ponto de ebulição a pressão reduzida, é que em geral o
ponto de ebulição de um composto diminui em cerca de 20-30ºC sempre que a pressão
externa é reduzida por um fator 2
● Para separações que requeiram mais do que uma simples remoção do solvente volátil,
destilando no vácuo o produto a partir de um resíduo não volátil, deve usar-se um
aparelho mais especializado
● Este aparelho deve permitir a recolha de frações de diferentes temperaturas de ebulição,
sem variação da pressão interna ou interrupção do processo de destilação
● O tipo mais simples é designado por coletor de frações; usa um adaptador que pode ser
rodado de modo a colher o destilado em diferentes recipientes
● As desvantagens deste tipo de coletor de frações são o número limitado de frações
permitidas e o facto de as frações mais voláteis poderem destilar nas menos voláteis no
decurso da destilação
● Uma outra aproximação a este problema de como recolher frações sem perturbar o
equilíbrio no aparelho é usar um adaptador de destilação o qual permitirá remover e
substituir o recipiente sem quebras no aparelho de destilação
Extração líquido-líquido
● A extração líquido-líquido pode ser continua ou descontinua
● Introdução
o A aspirina é um fármaco comercializado para o alívio de dores, febre e
inflamação cujo princípio ativo é o ácido acetilsalicílico (𝐶9𝐻8𝑂4)
o Trata-se de um composto cristalino, branco e solúvel em água, que até há
alguns anos atrás possuía um sabor bastante ácido.
o A alteração do sabor ácido do fármaco deve-se à conversão do grupo fenol –OH
num éster acetato, dando assim origem a um ácido acetilsalicílico com as
mesmas propriedades analgésicas, mas com um teor menos corrosivo para o
organismo humano
o Este composto é possível obter tanto em laboratório como industrialmente a
partir da reação de acetilação do ácido salicílico (𝐶7𝐻6𝑂3) com o anidrido
acético (𝐶4𝐻6𝑂3).
o É simultaneamente acrescentando ácido fosfórico 85%, que irá funcionar como
um catalisador de modo a acelerar a reação química.
o A reação pode ser traduzida pela seguinte equação:
▪ 𝐶7𝐻6𝑂3 (𝑠) + 𝐶4𝐻6𝑂3 (𝑙) → 𝐶9𝐻8𝑂4 (𝑠) + 𝐶𝐻3𝐶𝑂𝑂𝐻 (𝑙)
o Cálculo do Solvente
▪ m(cristais) = 100mg
▪ V(solvente) = 2mL
▪ m(cristais)= 0,88g
−3 −3
100𝑥10 𝑔 − 2𝑥10 𝐿
0, 88𝑔 − 𝑥
−3
0,88𝑔 𝑥 (2𝑥10 𝐿)
𝑥= −3 ⇔𝑥 = 17, 6𝑚𝐿
100𝑥10 𝑔
o Dados
▪ m (ácido salicílico) = 5,00g
▪ V (anidrido acético) = 10,00mL
▪ c (anidrido acético) = 0,98kg/L
▪ V (ácido fosfórico) = 25 gotas
▪ M (ácido salicílico) = 138,13 g/mol
▪ M (anidrido acético) = 102,09 g/mol
▪ Anidrido acético
𝑐=
𝑚
𝑉
⇔ 0, 98𝑥10 ( )=
3 𝑔
𝐿
𝑚
−3
10,00 𝑥 10 𝐿
⇔𝑚 = 9, 8𝑔
𝑚 9,8𝑔 −2
𝑛= 𝑀
⇔𝑛 = 𝑔 ⇔𝑛 = 9, 5994 𝑥 10 𝑚𝑜𝑙
102,09 ( 𝑚𝑜𝑙
)
𝑚 = 3, 6198 𝑥10
−2
𝑥 180, 154 ( )⇔𝑚 = 6, 522𝑔
𝑔
𝑚𝑜𝑙
o Cálculo do Rendimento
▪ 1ª Cristalização
𝑚𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜
µ= 𝑚𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
𝑥 100%
1,07𝑔
µ= 6,522𝑔
𝑥 100% ⟺ µ = 16, 41%
▪ 2ª Cristalização
𝑚𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜
µ= 𝑚𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜
𝑥 100%
0𝑔
µ= 6,522𝑔
𝑥 100% ⟺ µ = 0%
o Intervalo de Fusão
▪ Ponto de fusão esperado: 135ºC
▪ Intervalo de fusão obtido: 115ºC a 124ºC
▪ ∆ = 9º𝐶
● Conclusão
o Através dos resultados obtidos tanto do rendimento como do intervalo de fusão,
conclui-se que a síntese de ácido acetilsalicílico, por outras palavras Aspirina,
não ocorreu com sucesso, pelo que obtivemos após a conclusão de todos os
passos um rendimento de 0%.
o Em primeiro lugar foram conduzidos testes com o intuito de identificar o solvente
mais apropriado para a experiência laboratorial em questão.
o Atentando aos critérios de escolha de solvente previamente mencionados na
introdução, foi utilizada a água destilada como solvente para purificação do
ácido acetilsalicílico.
o Verificou-se que nos tubos que continham etanol e acetona, houve dissolução a
temperatura ambiente dos 100mg de ácido acetilsalicílico, que tivera sido
previamente sintetizado.
o No entanto ao acrescentar água destilada aos 100mg de ácido acetilsalicílico
verificou-se que este solvente apenas dissolvia os cristais a quente, ou seja
quando colado num banho-maria, tal como se pretendia.
o Como os testes foram bastante claros nos resultados, pensamos nós que a
escolha do solvente não poderá ter sido a causa para o insucesso desta
experiência, visto que houve outros grupo que conseguiram que a experiência
fosse sucedida, utilizando o mesmo solvente, ou seja, a água destilada.
o Ponderamos então os motivos para os quais a experiência não revelou os
resultados esperados, colocando a questão em que parte do projeto laboratorial
terão sido cometidos os erros que levaram ao insucesso da experiência.
o O erro tanto pode ter ocorrido durante a 1ª cristalização, que equivale à primeira
parte do projeto, como durante a recristalização efetuada na segunda parte do
trabalho.
o Na 1ª cristalização, que compunha a primeira parte da experiência, podemos ter
deixado a mistura pouco ou demasiado tempo em banho-maria ou,
possivelmente, não ter deixado aquecer o tempo suficiente de forma a ser
realizada a hidrólise, tendo assim havido uma hidrólise incompleta, apesar de
após ligeiro arrefecimento da mistura, terem sido adicionados 10mL de água
desionizada de forma a hidrolisar o excesso de anidrido acético presente na
mistura.
o Já nesta etapa, a cristalização demorou mais tempo do que o esperado, o que
nos levou a pensar de que não iríamos obter o resultado esperado.
o A formação de cristais foi relativamente lenta em comparação com outros
grupos, que tinham efetuado a experiência previamente.
o No final, acabamos por obter uma massa relativamente baixa em cristais 1,07g,
obtendo assim um rendimento da primeira cristalização de somente 16, 41%.
o Se compararmos com os dados obtidos pelo grupo de antigos alunos que
efetuou a experiência no ano de 2011, verificamos uma diferença tanto na
massa como no rendimento, visto que este grupo conseguiu obter um
rendimento de 23%, valor que se encontra relativamente mais alto do que o
nosso.
o Poderemos então concluir, que já na primeira parte conseguiríamos observar um
desvio em relação ao padrão esperado.
o Esta diferença de massas obtidas nesta etapa poderá explicar parcialmente o
resultado obtido na recristalização.
o Na purificação, segunda parte da experiência, onde se observou claramente o
insucesso do trabalho laboratorial, pensamos que os seguintes fatores podem
ter levado ao rendimento de 0%.
o Fatores estes que são:
▪ o ponto de ebulição pode não ter sido mantido ao longo do aquecimento
▪ poderá, então, não ter ocorrido hidrólise, nem a síntese de ácido
acetilsalicílico
▪ o facto de não terem sido colocadas aparas de cristalização, que
permitem a homogeneização da mistura
o Ao observarmos os dados retirados de um antigo relatório de alunos da Escola
Superior de Biotecnologia, reparamos que o rendimento obtido após purificação
é relativamente baixo, admitindo o valor de somente 3% com uma massa obtida
de 0,215g.
o Ponderamos, então, se o facto de inicialmente após a primeira cristalização
termos obtidos um rendimento já relativamente baixo, poderá também ter levado
ao rendimento de 0% após purificação dos cristais.
o Relativamente ao intervalo de fusão que demonstrou uma diferença de 9ºC
(115ºC a 124ºC), concluímos que a mistura que foi sintetizada obtinha algumas
impurezas.
o O facto de se encontrarem impurezas no ácido acetilsalicílico poderá estar
relacionado com ritmo de arrefecimento, visto que um arrefecimento muito lento
ou demasiado abrupto levará à acumulação de impurezas.
o Os erros que ocorreram ao longo do trabalho experimental poderão também ter
derivado dos erros associados ao material utilizado no laboratório e das perdas
involuntárias do composto ao longo do procedimento.
o Como comparação utilizamos os dados de um outro grupo de trabalho, que
apesar de apresentar um rendimento positivo, os seus intervalos de fusão ainda
foram bastante extensos apresentando uma diferença de 21ºC na primeira
leitura e de 16ºC na segunda leitura.
o Estas altas diferenças de entre os intervalos de fusão demonstram um alto teor
de impurezas no composto sintetizado.
o Assim propomos para a determinação das impurezas contidas na mistura uma
das seguintes técnicas de purificação: Cromatografia ou Espectro de
Infravermelhos.
o Tratam-se de dois processos simples e de rápida execução: em que no primeiro
verificar-se-á o deslocamento da fase móvel em relação à fase estacionária,
destacando assim os diferentes compostos contidos na mistura e, no segundo
irão ser comparados o espectro obtido com o especto padrão da substância a
sintetizar
Trabalho prático nº2 – Obtenção de Biodiesel
● Objetivo
o Familiarizar o aluno com reações de transesterificação
o Alertar para a importância do aproveitamento de óleos vegetais usados para a
produção de diferentes produtos com o valor acrescentado, como seja o
biodiesel, e a glicerina
● Procedimento
o Filtrar através de um funil com gaze cerca de 150mL de óleo vegetal usado para
um matraz de 250mL
o Medir por pipeta graduada cerca de 10mL de óleo vegetal filtrado para matraz
de 100mL
o Adicionar 25mL de solução de éter dietílico: etanol (50:50) e 5 gotas de solução
de fenolftaleína
o Titular lentamente, o óleo vegetal filtrado com a solução de NaOH a 0,2% (m/v)
até a solução apresentar cor rósea 🡪 ponto de viragem do indicador
o Pesar para um vidro de relógio uma quantidade de NaOH igual à massa
calculada + 0,5g
o Medir na hotte cerca de 20mL de metanol (atenção tóxico) por pipeta graduada
para um matraz de 100mL. Ainda na hotte, adicionar, lentamente com agitação
numa placa de agitação magnética o NaOH previamente pesado, ao metanol 🡪
composto formado é tóxico. Deixar dissolver completamente
o Medir por proveta cerca de 100mL de óleo vegetal usado filtrado e verter para
um matraz com tampa de 250mL e aquecer o 48ºC-54ºC
o Sem deixar arrefecer, colocar o matraz numa placa de agitação magnética sem
aquecimento, adicionar lentamente a solução de NaOH em metanol, preparada
o Colocar a mistura a agitar vigorosamente durante 50min com o matraz tapado
o Decantar o biodiesel (menos denso que a glicerina) para uma ampola de
decantação
o Lavar com duas porções de 25mL de água desionizada, agitar lentamente e
deixar repousar alguns minutos para separação de fases. Verificar a
neutralidade da água com papel indicador
o Secar com sulfato de sódio anidro e filtrar por gravidade
o Numa placa de TLC (Thin Layer Cromotography) de alumínio recoberta com
sílica, fazer 3 aplicações de cerca de 20µL de, respetivamente, óleo vegetal
usado, óleo vegetal novo e biodiesel obtido
o Aplicar as amostras cerca de 1cm de fundo da placa de TLC. Deixar secar 2 a
3min.
o Colocar na câmara de cromatografia contendo cerca de 25mL de solvente de
eluição (hexano: éter dietílico: ácido acético; 85:15:1), o nível do líquido deve
situar-se abaixo da zona em que foram colocadas as amostras
o Fechar a câmara e deixar decorrer a eluição até cerca de 1cm do cimo da placa
o Após eluição, retirar a placa da câmara de cromatografia e deixar secar na
hotte, cerca de 3min.
o Para revelação das manchas introduzir na câmara de revelação (contendo
cristais de iodo), a placa previamente seca (aproximadamente 5min)
● Introdução
o A procura por alternativas aos combustíveis fósseis tem-se revelado uma
necessidade que tem vindo a crescer ao longo do tempo, uma vez que até aos
tempos de hoje são maioritariamente utilizadas como fontes de produção de
energia componentes não renováveis como o carvão, o petróleo e o gás natural,
cuja existência é limitada e incerta no futuro próximo.
o Neste sentido, o “biodiesel” surge como o substituto ideal aos combustíveis à
base de petróleo que existem atualmente disponíveis no mercado.
o Trata-se de um biocombustível formado por ésteres de ácidos gordos, ésteres
alquilo e ácidos carboxílicos de cadeia longa, que se pode obter a partir de uma
reação de transesterificação.
o A reação de transesterificação traduz-se na reação química de um lípido como o
óleo de origem vegetal ou animal com um álcool como por exemplo metanol ou
o etanol, na presença de um catalisador.
o Para a produção de biodiesel é geralmente é utilizado o hidróxido de sódio,
NaOH.
o Nesta reação obtém-se para além do biodiesel como produto primário, a
glicerina como subproduto desta reação.
o A glicerina é conhecida por ser o reagente que origina o sabão.
o Quimicamente biodiesel denomina-se de um éster que é composto por
monoésteres de ácidos graxos.
o Esta reação pode ser traduzida pela seguinte equação:
−3
(
0, 2% 𝑥 20𝑥10 )= 𝑥
𝑥 = 0, 04𝑔
● Conclusão
o Primeiramente, de forma a ser possível efetuar uma reação de
transesterificação a partir de um óleo usado, é necessário adicionar uma
solução de éter dietílico.
o Esta solução é composta por etanol (50:50) e 5 gotas de solução de
fenolftaleína e é utilizada com o intuito de solubilizar o óleo usado, que sendo
uma gordura é insolúvel em água, pois só será possível solubilizar soluções
apolares com uma outra solução apolar.
o Para a produção de biodiesel é utilizado hidróxido de sódio (NaOH) como
catalisador da reação.
o Um catalisador é uma substância, que não é consumida numa reação e que tem
como objetivo aumentar a velocidade de uma reação química ao diminuir a
energia de ativação.
o A energia de ativação é a energia mínima necessária para dar início a uma
reação química.
o De forma a calcular a quantidade de massa de hidróxido de sódio necessária
para titular 100mL de óleo usado é efetuado um este com somente 10mL de
óleo usado.
o A este volume foram adicionadas gotas de hidróxido de sódio (0,2%) por
titulação até ao ponto em que a solução sofreu uma mudança de cor (cor rósea).
o Sabendo que foram consumidos 2mL de NaOH para ser possível observar esta
alteração, é possível calcular a massa necessária para a titulação de 100mL.
o A massa necessária será 0,04g mais 0,5g adicionais, equivalendo a um total de
0,54g.
o Atentando que não é necessário efetuar cálculos de rendimento da reação é
possível observar que a massa teórica difere da massa utilizada na prática (Δm
= 0,0054g).
o Como previamente mencionado na introdução do relatório é utilizado neste
procedimento experimental como processo de purificação a cromatografia de
camada fina.
o Este processo resume-se na purificação ou separação de componentes de uma
mistura através da ação de deslocamento de uma fase móvel em relação a uma
fase estacionária.
o Para este trabalho experimental foi utilizado uma placa de TLC (thin layer
cromotography) de alumínio revestida por sílica.
o Após a aplicação de uma gota de 20µL de cada solução disponível (óleo novo,
óleo usado e biodiesel), a placa é colocada numa câmara de cromatografia, que
contem como solvente de eluição.
o As soluções utilizadas são incolores, pelo que após a eluição é necessário
colocar a placa de cromatografia numa câmara de revelação.
o Na câmara de revelação encontramos cristais de iodo, que em contacto com
uma vasta gama de compostos orgânicos reagem num composto complexo com
uma coloração amarela.
o Ao observar o cromatograma obtido podemos concluir que a substância que se
deslocou por uma maior distância é o biodiesel.
o Existem duas razões que justifiquem esta observação:
▪ Biodiesel tem uma massa molecular reduzida (292,2g/mol) comparando
com óleo vegetal novo ou usado (874,8g/mol)
▪ As forças intermoleculares de biodiesel são também reduzidas
relativamente a óleo vegetal novo e óleo vegetal usado
o A observação das diferentes distâncias percorridas pelas três diferentes
amostras permite concluir que uma solução homogénea de éster com mono-, di-
e triglicéridos demonstra uma maior viscosidade e densidade em comparação
com a solução de biodiesel, que apresenta como componente éster puro.
o De salientar é como no cromatograma apresentado as manchas sobrepõem-se
por parte e podem ser consideradas relativamente largas.
o Isto deve-se ao facto de as gotas de cada solução terem sido colocadas
demasiado aproximadas umas das outras e numa quantidade relativamente
elevada.
o Com a técnica de cromatografia de camada fina podemos concluir que o
biodiesel produzido é relativamente puro em comparação com o óleo vegetal
usado e novo.
o Esta experiência laboratorial permitiu demonstrar como a reutilização de
material usado como óleo vegetal culinário é uma fonte segura e viável para a
produção de alternativas ao combustível comum como o biodiesel.
Trabalho prático nº3 – Isolamento de R – (+) – Limoneno a partir da casca de laranja
● Objetivo:
o Familiarizar o aluno com as técnicas de destilação e extração múltipla
líquido/líquido
o Este trabalho consiste na obtenção de R-(+)-Limoneno a partir da casca de
laranja utilizando técnicas acima mencionadas
o O R-(+)-Limoneno é o principal constituinte do vapor volátil do óleo de toranja ou
da casca de laranja
o Pode ser isolado como uma substância com cerca de 97% de pureza pela
simples destilação da casca de citrinos
o É o responsável pelo característico odor da casca de citrinos
● Procedimento experimental
o Descascar duas laranjas, cortar a casca em pedaços de cerca de 5-10mm e
colocar num balão de 500mL, juntamente com 250mL de água e aparas de
destilação
o Destilar a mistura rapidamente, aquecendo o balão em manta de aquecimento,
até recolher cerca de 50mL de destilado
o Colocar o destilado numa ampola de decantação e extrair o R-(+)-Limoneno a
partir do destilado com 2x20mL de diclorometano
o Recolher duas porções de diclorometano num matraz rolhado
o Adicionar ao extrato uma espátula de sulfato de magnésio anidro, agite e deixe
repousar durante alguns minutos
o Isolar o R-(+)-Limoneno, filtrando o extrato através de um funil de vidro e filtro de
pregas para um balão de 100mL previamente tarado e remover o solvente por
destilação sob pressão reduzida (rotavapor)
o Colocar o balão a secar durante cerca de 10 minutos numa estufa a 60ºC e
pesar o produto obtido após arrefecimento
● Introdução
o O limoneno, 1-metil-4-isoprenilciclohex-1-eno (IUPAC), é um composto orgânico
pertencente à família dos terpenos, classe dos monoterpenos.
o Terpenos são polímeros de isopreno e os principais constituintes dos óleos
essenciais.
o Trata-se de um hidrocarboneto cíclico, natural e insaturado, de fórmula
molecular (𝐶10𝐻16), e que se caracteriza por possuir uma textura oleosa e ser
volátil, sendo responsável pelo odor dos citrinos, nomeadamente o limão e a
laranja.
o De acordo com a IUPAC, o limoneno apresenta dois isómeros configuracionais:
o R- (+) -Limoneno, presente na casca das laranjas, e o S-(+)-Limoneno,
presente na casca dos limões.
o Por isómeros configuracionais entende-se isómeros da mesma estrutura que
diferem na configuração espacial dos átomos.
o No que diz respeito ao R- (+) -Limoneno, possui um ponto de fusão baixo
(-74ºC), um ponto de ebulição que varia entre 177ºC e 178ºC e uma densidade
de 0.84 g/cm3 .
o O Limoneno é um composto muito inflamável e irritável ao toque, que pode ser
utilizado para processos de limpeza como por exemplo a remoção do óleo de
componentes mecânicos e pode ser usado como diluente para tintas e resinas.
o De maneira a obter-se o R- (+) -Limoneno isolado, primeiramente deverá
proceder-se a uma destilação simples da mistura, ou seja, aquecê-la para a
posterior extração do destilado, tendo por base os diferentes pontos de ebulição
dos líquidos da mistura
o Para que seja uma destilação bem-sucedida é necessário que o fornecimento
de calor seja constante (para esse efeito, usa-se uma manta de aquecimento) e
que o aquecimento seja uniforme (para tal, usa-se aparas de destilação).
o Após a recolha de 50 ml do destilado, segue-se a extração líquido-líquido que
consiste na mistura de duas soluções com diferentes densidades e solubilidades
o Neste procedimento experimental, é preciso que o R- (+) -Limoneno tivesse um
maior coeficiente de solubilidade num novo solvente, e para isso utiliza-se o
diclorometano, um solvente orgânico volátil e insolúvel em água.
o Sendo que o diclorometano possui uma densidade superior à do destilado, este
vai ficar na fase inferior, possibilitando a obtenção do R-(+)-Limoneno.
o Repete-se o procedimento duas vezes (2x20ml de diclorometano).
o No final do procedimento, obtém-se uma mistura de R- (+) -Limoneno,
diclorometano e uma quantidade residual de água.
o De maneira a extrair a água presente na mistura, utiliza-se o sulfato de
magnésio anidro (MgSO4) que, por ser hidroscópico, irá atrair as moléculas de
água e, desta forma, secar a mistura.
o Em seguida, efetua-se uma filtração por gravidade, ou seja, a separação de
resíduos sólidos suspensos num líquido para retirar qualquer excesso de
MgSO4 que ainda esteja presente na mistura.
o Desta forma, obtemos uma mistura de R- (+) -Limoneno com diclorometano.
o Posteriormente, realiza-se uma destilação a pressão reduzida com recurso ao
rotavapor, de maneira a que o diclorometano que possa ter ficado na mistura,
evapore.
o Esta técnica revela-se eficaz na remoção de solventes voláteis.
o É também utilizada esta técnica, visto que o diclorometano tem um ponto de
ebulição relativamente baixo de 37ºC.
o Por fim, a mistura é colocada numa estufa a 60ºC durante 10 minutos, de forma
a obter-se o R- (+) -Limoneno livre de resíduos de diclorometano e da água
proveniente do balão.
o Após a colocação do balão na estufe, este é pesado e o rendimento é calculado.
o Cálculo do rendimento
▪ 1ª tentativa
8,8736𝑔
ɳ= 2 𝑥 0,84𝑔
𝑥100 = 528, 19%
▪ 2ª tentativa
1,0436𝑔
ɳ= 2 𝑥 0,84𝑔
𝑥100 = 62, 119% = 62, 12%
● Conclusão
o Após execução do trabalho laboratorial foi possível obter 1,0436g de R- (+)
-Limoneno puro.
o A pesagem equivale, então, a um rendimento de 62,12%. Sabendo que o
rendimento médio de isolamento de R- (+) -Limoneno da casca de somente uma
laranja corresponde a 0,84g, verificamos que por uma laranja obtivemos um
valor de 0,5218g, encontrando-se assim o resultado obtido abaixo da média por
cerca de 0,32g.
o A discrepância de valores é justificável através dos seguintes fatores:
▪ O acondicionamento errado do sistema de destilação, que ao não estar
apropriadamente fechado e isolado, pode levar à perda de vapores de
R- (+) -Limoneno no decorrer do processo de aquecimento
▪ Durante o processo de extração, é possível que tenha ficado uma
porção de R- (+) -Limoneno retida na ampola de decantação, devido a,
por exemplo, uma agitação insuficiente
▪ No final do procedimento, o balão poderá não ter ficado tempo
suficiente em repouso dentro da estufa
o Como é possível verificar através dos resultados, foi necessário efetuar duas
tentativas para conseguir obter um rendimento lógico da execução laboratorial.
o Na primeira tentativa foi obtido um valor de 528,19% para o rendimento da
experiência.
o Este valor poderá dever-se a um erro durante o processo de decantação, ou
seja, de extração do limoneno que se encontrava em solução com
diclorometano.
o Como foi previamente explicado durante a introdução, no processo de extração
é necessário que existam duas soluções, separadas em fases, com densidades
e solubilidades diferentes numa ampola de decantação, para que seja possível
extrair a solução pretendida.
o Durante a extração do R- (+) -Limoneno o erro que poderá ter ocorrido é que ao
extrair o limoneno em solução com o diclorometano é que tenha sido também
retirada mais água do que a desejada.
o Mesmo tendo adicionado sulfato de magnésio MgSO4 de forma a remover a
água em excesso que se encontrava presente em solução, o agente secante
pode não ter sido colocado em proporções adequadas quanto à quantidade de
água em excesso.
o Como na destilação a pressão reduzida o rotavapor alcança somente uma
temperatura de cerca 40ºC a água que ainda se encontra em excesso não
condensa.
o O rotavapor é colocado somente à temperatura adequada para condensar o
diclorometano que se encontra em solução com o R- (+) -Limoneno.
o Verificamos, então, que após repouso na estufa por cerca de 10 minutos dentro
do balão volumétrico não se encontra R- (+) -Limoneno extraído da casca de
laranja, mas sim R- (+) -Limoneno em solução aquosa de 𝐻2𝑂.
o Este fenómeno foi possível também notar através do aroma que provinha do
balão, pois comparando com a experiência de um outro grupo, do nosso balão
volumétrico provinha somente um aroma muito fraco a limoneno.
o De forma a contornar este obstáculo, foi necessário recuar três passos no
procedimento, ou seja, na solução foi adicionado uma generosa quantidade de
sulfato de magnésio na tentativa de secar a água em excesso ainda presente na
água.
o Após a colocação do agente secante, a solução foi filtrada e depois novamente
deixada a repousar dentro da estufa.
o Foi, então, pesada novamente a solução e verificado que o peso tinha
decrescido significativamente por cerca de 7g.
o Só assim, foi possível obter um valor de rendimento lógico, alcançando este o
valor de 62,12%.
o É de salientar, que na segunda tentativa, de forma a agir realmente
corretamente, teria sido necessário recuar no procedimento ao passo da
extração através da ampola de decantação e repetir os passos que depois se
seguiam.