A ARTE NA PÓS-HISTÓRIA

Vilém Flusser
QUATRO GRANDES EVENTOS DA HISTÓRIA HUMANA
• as primeiras imagens
• os primeiros textos
• os primeiros impressos
• as primeiras fotografias

PÓS-HISTÓRIA
 MODERNIDADE
SÉCULOS XV, XVI E XVII

O divórcio fatídico entre técnica e arte caracteriza a idade moderna

 MODERNIDADE
“FAZER” PASSA A SIGNIFICAR “APLICAR TÉCNICA” - CIÊNCIA

OS “FAZERES” QUE NÃO DERIVAM DA TÉCNICA SÃO TIDOS COMO INÚTEIS

 A ARTE
SÓ OCORRE NO OCIDENTE

SEPARAÇÃO
Criação repleta de afetos, desejos, inutilidades
X
Criação técnica, racional, útil
 A ARTE
SÓ OCORRE NO OCIDENTE

EMANCIPAÇÃO DA ARTE

Arte X Técnica
Na origem da arte já estava desenhada sua morte
ARTE AFASTADA DO COTIDIANO
 A ARTE
SÓ OCORRE NO OCIDENTE

ONDE FOI PARAR A ARTE?

CONSUMIMOS CADA VEZ MENOS ARTE.

Imperativo do “útil”.
 Qual é o problema com a separação entre técnica e arte?

O “FAZER” HUMANO É UM GESTO

PELO QUAL SE EXPRIME
TODA A EXISTÊNCIA
CONHECIMENTO + DESEJOS + ESPERANÇAS + CRENÇAS + VALORES + SENTIMENTOS
 A ARTE CONTESTA O MUNDO E O DISCURSO DOMINANTE

NINGUÉM QUER ARTE, NINGUÉM

QUER PENSAR DIFERENTE
O artista se torna indesejável
A elite o vê como entretenimento e mercado
Os mais pobres não o compreendem
 A ARTE PROVÊ SENTIDOS HUMANOS PARA O MUNDO

SEM A ARTE, TORNAMO-NOS

MENOS HUMANOS
FICAMOS APENAS COM AS OBRAS TÉCNICAS, RACIONAIS, ÚTEIS,
COMERCIALIZÁVEIS, RENTÁVEIS
 Nova transformação na criação humana, artística ou não

O “FAZER” HUMANO PASSA A SER

DIGITAL, NÃO PALPÁVEL.
NOVOS CONHECIMENTO + OUTROS DESEJOS + OUTROS VALORES + NOVOS SENTIMENTOS
 CRIATIVIDADE ILIMITADA

O “FAZER” HUMANO PASSA A SER

DIGITAL, NÃO PALPÁVEL
Avalanche de obras efêmeras

A OBRA PASSA A SER DESPREZÍVEL

(DESPREZÁVEL, DESPREZADA)
 NOVA GUINADA

OS SENTIMENTOS HUMANOS
VOLTARAM A SER IMPORTANTES
Mas como recolocá-los no mundo útil e racional da tecnologia?

Direitos humanos, políticas públicas de bem-estar social, design thinking...

 NOVA GUINADA

OS SENTIMENTOS HUMANOS
VOLTARAM A SER IMPORTANTES
Trazer a arte para o capitalismo, mas sem o consentimento dos artistas

O novo responsável por inserir os afetos humanos no mundo racionalizado é o

designer
 NOVA GUINADA

É O MERCADO QUE DISTRIBUI A

ARTE E OS SENTIDOS HUMANOS
Mas não é a mesma arte, é a arte do acomodamento no sistema, e não a da subversão.

É uma arte praticada por designers, um outro tipo de artista.

 O NOVO ARTISTA, O DESIGNER

NÃO QUER SUBVERTER, QUER

HUMANIZAR A RACIONALIZAÇÃO
Quer suavizar a dureza da máquina, da produção, do consumo
Ele entra no universo da arte de massa para manter a massa tal como ela está

No final das contas, de arte não sobrou quase nada

Fim. Próxima aula:
O papel do designer na sociedade contemporânea.