Você está na página 1de 90

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PROCESSOS QUÍMICOS INORGÂNICOS

Prof. Dr. Franklin P. Aguiar

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

1
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

• ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA FINS DOMÉSTICOS

• ESTAÇÃO E TRATAMENTO DE ESGOTO INDUSTRIAL

• GERAÇÃO DE VAPOR

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

• TECNOLOGIA DE OBTENÇÃO DE CLORO, ÁLCALIS, ÁCIDO CLORÍDRICO.

• TECNOLOGIA DE OBTENÇÃO DE ENXOFRE E ÁCIDO SULFÚRICO

• PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE VIDROS

2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

• PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE GASES INDUSTRIAIS

• TECNOLOGIA DE PAPEL E CELULOSE.

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• BIBLIOGRAFIA ETA:

• - ANÁLISE DE ÁGUA
APHA (2015). STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND WASTEWATER. NEW YORK:
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION

• - CONHECIMENTO BÁSICO:
LEME, F.P. (2015). TEORIA E TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA. RIO DE JANEIRO: ABES
RICHTER, C. A. E NETTO, J.M. (2010). TRATAMENTO DE ÁGUA- TECNOLOGIA ATUALIZADA. SÃO PAULO:
BLÜCHER
MACEDO, J.A.B. (2014). ÁGUAS/ÁGUAS. JUIZ DE FORA: ORTOFARMA
RICHTER, C.A. (2012). MÉTODOS E TECNOLOGIA DE TRATAMENTO DE ÁGUA. SÃO PAULO: BLÜCHER
SOARES, J. (2015). TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTOS. JOÃO PESSOA: SAL DA TERRA

3
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• BIBLIOGRAFIA ETE:

• - -PROJETO (VISÃO GERAL):


BRAILE, P.M.(2009). MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS INDUSTRIAIS. SÃO
PAULO: CETESB

• - CONHECIMENTO BÁSICO:
SOARES, J. (2015).TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTOS. SAL DA TERRA: JOÃO PESSOA
IMHOFF, K. (2010). MANUAL DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS. SÃO PAULO:
BLÜCHER
PESSOA, C.A. E JORDÃO, E.P. (2011). TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS. RIO DE
JANEIRO: ABES

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• BIBLIOGRAFIA ETE:

• -NORMAS PARA LANÇAMENTO DE EFLUENTES EM CORPOS RECEPTORES:


RESOLUÇÕES DO CONAMA: NOS 357/2005 E 430/2011

• PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS PARA ANÁLISE DE ESGOTOS:


APHA (2011). STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND WASTEWATER.
NEW YORK: AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION

4
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• BIBLIOGRAFIA GERAÇÃO DE VAPOR:

- BROWN, G.G. (2012). OPERACIONES BÁSICAS DE LA ENGINIERIA QUÍMICA. BARCELONA:


MARIN
- PERRY, H.R. AND CHILTON, C.H. (2011). CHEMICAL ENGINEER`S HANDBOOK. TOKIO : MC
GRAW-HILL
- PERA, H. (2009). GERADORES DE VAPOR DE ÁGUA. SÃO PAULO: USP
- PAIVA, M.P. (2010). GERAÇÃO DE VAPOR. SÃO PAULO: BLÜCHER

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• BIBLIOGRAFIA:

INDÚSTRIAS DE PROCESSOS QUÍMICOS 4ª EDIÇÃO


R. NORRIS SHREVE; JOSEPH A. BRINK JR.

5
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• AVALIAÇÕES

• 11 DE ABRIL – 1ª PROVA 8,0 + EXERCÍCIO 2,0


• 25 DE ABRIL – RELATÓRIO VISITA TÉCNICA 1,0 EXTRA
• 27 DE ABRIL – 2ª PROVA 8,0 + EXERCÍCIO 2,0
• 18 DE MAIO – RELATÓRIO VISITA TÉCNICA
• 25 DE MAIO – 3ª SEMINÁRIO 7,0 ( ESCRITO 5,0 A PRESENTAÇÃO 2,0) + FREQUÊNCIA E
PARTICIPAÇÃO 3,0
• 06 DE JUNHO – REPOSIÇÃO 10,0
• 13 DE JUNHO – EXAME FINAL 10,0

TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO


MEIO AMBINETE
• INTRODUÇÃO
• ÁGUA NA TERRA
97%: ÁGUA SALGADA
3%: ÁGUA DOCE
2.25%: GELEIRAS
0.735%: SUBTERRÂNEA
0.015%: SUPERFÍCIE (RIOS E LAGOS)

6
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
• CIPLO HIDROLÓGICO

ENVOLVE OS FENÔMENOS DA EVAPORAÇÃO, PRECIPITAÇÃO,


ESCOAMENTO SUPERFICIAL E INFILTRAÇÃO

REUTILIZAÇÃO

TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO


MEIO AMBINETE
• FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA
POLUIÇÃO NATURAL
DECORRENTE DE FENÔMENOS NATURAIS, ALHEIOS À PRESENÇA DO HOMEM

POLUIÇÃO ARTIFICIAL
DECORRE DA PRESENÇA DO HOMEM OU DE SUAS ATIVIDADES:
• EXCRETA (FEZES E URINA): ESGOTO DOMÉSTICO
• ESGOTOS INDUSTRIAIS
• GASES (QUEIMADAS, INDÚSTRIAS E CARROS)
• RESÍDUOS SÓLIDOS (URBANO, HOSPITALAR E INDUSTRIAL)

7
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
• A ÁGUA, QUE É CAPTADA DIRECTAMENTE DE UM LAGO, OU DE UM RIO,
PODE CONTER IMPUREZAS ALTAMENTE PREJUDICIAIS À SAÚDE

• IMPUREZAS, POSSIBILITA CONFERIR COR, TURVAÇÃO, SABOR E CHEIRO


DESAGRADÁVEIS À ÁGUA PODEM SER AGRUPADAS EM TRÊS CATEGORIAS:

TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO


MEIO AMBINETE
FÍSICAS - SUBSTÂNCIAS QUE NÃO ESTÃO DISSOLVIDOS NA ÁGUA E QUE
SE ENCONTRAM EM SUSPENSÃO;

QUÍMICAS - SUBSTÂNCIAS QUE ESTÃO DISSOLVIDAS NA ÁGUA;

BIOLÓGICAS - VÍRUS, BACTÉRIAS, ALGAS OU OUTROS PEQUENOS SERES


VIVOS.

8
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
ÁGUA DESTINADA AO CONSUMO HUMANO DEVE SER SUJEITA A UM
PROCESSO DE TRATAMENTO

ASSIM ATENDER OS SEGUINTES REQUISITOS:

AGRADÁVEL À VISTA E AO PALADAR;

COMPATÍVEL COM A SAÚDE HUMANA;

EVITAR A DESTRUIÇÃO DOS MATERIAIS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA.

TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO


MEIO AMBINETE
TRATAMENTO DE ÁGUA

 ALGUMAS PRESENTES NA ÁGUA E SUAS CONSEQUÊNCIAS:

 TOXIDEZ:

 COBRE, FERRO, MANGANÊS, CHUMBO, CROMO, CIANETOS, FENÓIS, COMPONENTES DE


DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, NITRATOS,....

 GOSTO:

• COBRE, FERRO, MANGANÊS, ZINCO, GÁS SULFÍDRICO, FENÓIS, MATÉRIA ORGÂNICA,...

9
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
TRATAMENTO DE ÁGUA

 ALGUMAS PRESENTES NA ÁGUA E SUAS CONSEQUÊNCIAS:

 MANCHAS:
• FERRO E MANGANÊS

 AÇÃO PURGATIVA:
• MAGNÉSIO

CROMO, CHUMBO, DEFENSIVOS AGRÍCOLAS E NITRATOS, SÃO DE DIFÍCIL REMOÇÃO NAS


ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA

TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO


MEIO AMBINETE
TRATAMENTO DE ÁGUA

 LIMITES DE CONCENTRAÇÃO DE CERTAS IMPUREZAS NA ÁGUA

• CHUMBO NO MÁXIMO - 0,10 MG/L;

• ARSÊNIO NO MÁXIMO - 0,10 MG/L;

• SELÊNIO NO MÁXIMO - 0,01 MG/L.

10
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

• A ÁGUA PODE AFETAR A SAÚDE DO HOMEM DE DIVERSAS MANEIRAS:

• ATRAVÉS DA INGESTÃO DIRETA (BEBER)


• PREPARAÇÃO DE ALIMENTOS
• HIGIENE PESSOAL
• LAZER

TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO


MEIO AMBINETE
DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

 OS RISCOS PARA A SAÚDE RELACIONADOS COM A ÁGUA ABRANGE:

• AQUELES DECORRENTES DA UTILIZAÇÃO DE ÁGUA CONTAMINADA POR AGENTES


BIOLÓGICOS (VÍRUS, BACTÉRIAS, PARASITOS E PROTOZOÁRIOS)→ ESGOTO DOMÉSTICO

• OS DERIVADOS DE POLUENTES QUÍMICOS, GERALMENTE ESGOTOS INDUSTRIAIS

11
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

Doença Agente
Amebíase Entamoeba histolytica
Ancilostomose Necator americanus
Ascaridíase Ascaris lumbricoides
Cólera Vibrio cholerae
Desenteria bacilar Shigella
Febre tifóide Salmonella typhi

ÁGUA CONTAMINADA POR EXCRETAS (FEZES E URINA)

Classificação das águas segundo seus usos principais, de acordo com a


Resolução no 357, de 17/03/2005 do CONAMA.
CLASSE USOS
Classe  Abastecimento para consumo humano com desinfecção
Especial  Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas
 Preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação e
proteção integral
Classe 1  Abastecimento doméstico, após tratamento simplificado
 Preservação das comunidades aquáticas
 Recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme resolução do CONAMA no 274 de 2000.
 Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvem rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película
 Proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas
Classe 2  Abastecimento doméstico, após tratamento convencional
 Preservação das comunidades aquáticas
 Recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme resolução do CONAMA no 274 de 2000.
 Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins e campos
de esporte e lazer, com os quais o público possa a vir a ter contato direto
 Aqüicultura e atividade de pesca
Classe 3  Abastecimento e consumo humano, após tratamento convencional
 Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras
 Pesca amadora
 Recreação e contato secundário
 Dessedentação de animais
Classe 4  Navegação
 Harmonia paisagística

12
TRATAMENTO DE ÁGUAS E PROTEÇÃO DO
MEIO AMBINETE
TRATAMENTO DE ÁGUA

ETA
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

ETA
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

13
ETA
• MANACIAL
RIOS, LAGOS OU FONTES SUBTERRÂNEAS DE ÁGUA
DOCE

ETA
• CAPTAÇÃO
NESSA PRIMEIRA ETAPA, A ÁGUA É CAPTADA E
DIRECIONADA A UM SISTEMA DE GRADES QUE RETÉM RESÍDUOS
SÓLIDOS MAIORES, COMO GALHOS, LIXO, ENTRE OUTROS.
EM SEU ESTADO NATURAL, ELA CONTÉM RESQUÍCIOS DE
SUJEIRA E MICRORGANISMOS E, POR ISSO, NÃO PODE SER
CONSUMIDA PELAS PESSOAS EM SUA FORMA BRUTA ANTES DO
TRATAMENTO

14
ETA
• COAGULAÇÃO
PARA TORNAR AS PARTÍCULAS EM SUSPENSÃO MAIS
PESADAS, É ADICIONADO SULFATO DE ALUMÍNIO À ÁGUA
CAPTADA, UM COAGULANTE INSOLÚVEL QUE PROMOVE A
UNIÃO DESSES ELEMENTOS

ETA
• FLOCULAÇÃO
A ÁGUA É SUBMETIDA À AGITAÇÃO MECÂNICA, PARA
QUE AS IMPUREZAS FORMEM FLOCOS MAIORES E MAIS
PESADOS, COM ISSO, AS PARTÍCULAS E IMPUREZAS, AGORA
AGLUTINADAS, MAIORES E MAIS PESADAS, SE DEPOSITAM
NO FUNDO DO TANQUE

15
ETA
• DECANTAÇÃO
OS FLOCOS DE IMPUREZA FORMADOS NA
FLOCULAÇÃO PRECIPITAM AO FUNDO E SÃO SEPARADOS
DO RESTANTE DO LÍQUIDO.
ESSAS PARTÍCULAS FORMAM UM LODO QUE SERÁ
POSTERIORMENTE REMOVIDO E DESCARTADO

ETA
• FILTRAÇÃO
A ÁGUA DEVE PASSAR POR FILTROS FORMADOS POR
CAMADAS DE AREIA GROSSA, AREIA FINA, CASCALHO,
PEDREGULHO E CARVÃO ATIVADO.
ESSA ETAPA TÊM O POTENCIAL DE RETER FLOCOS QUE NÃO
DECANTARAM ALÉM DA COMPLETA REMOÇÃO DE OUTROS
RESÍDUOS MENORES.

16
ETA
• DESINFECÇÃO
PRIMEIRO, CORRIGE-SE O PH DA ÁGUA. DEPOIS,
ADICIONA-SE CLORO OU OZÔNIO PARA A ELIMINAÇÃO
DOS MICRORGANISMOS. POR FIM, APLICA-SE FLÚOR,
ELEMENTO IMPORTANTE NA PREVENÇÃO DE CÁRIES NA
POPULAÇÃO.

ETA
• RESERVATÓRIO
APÓS O PROCESSO DE TRATAMENTO DA ÁGUA, ELA É
ARMAZENADA NOS RESERVATÓRIOS PARA MANTER SUA
QUALIDADE E POSTERIOMENTE SER DISTRIBUÍDA À
POPULAÇÃO

17
ALCALINIZANTE
COAGULANTE

FLÚOR ALCALINIZANTE

AGENTE OXIDANTE

18
ETA
• GRADEAMENTO
RETÉM RESÍDUOS SÓLIDOS MAIORES, COMO
GALHOS, LIXO, ENTRE OUTROS
• PROTEGER O SISTEMA DE BOMBEAMENTO

• FACILITAR O TRABALHO NA ETA

• É CONSTITUÍDO DE BARRAS METÁLICAS (FERRO) DE 2cm DE LARGURA E ESPAÇAMENTO


DE 2.5cm
• É COLOCADO NA TOMADA DE ÁGUA COM INCLINAÇÃO DE 30-450 EM RELAÇÃO À DIREÇÃO
DE ESCOAMENTO PARA FACILITAR AS LIMPEZAS PERIÓDICAS.

19
ETA
• GRADEAMENTO
• EXERCÍCIO:
PROJETAR(ACHAR A LARGURA, A ALTURA E O COMPRIMENTO) UMA GRADE PARA RECEBER
35L DE ÁGUA/S.

• Q=Av (EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE)


ONDE:
• Q= VAZÃO, m³/s
• A= ÁREA DE ESCOAMENTO DA ÁGUA, m²
• v= VELOCIDADE DE ESCOAMENTO DA ÁGUA, m/s
• PARA UM CANAL DE SECÇÃO RETANGULAR:

20
𝒆
𝟎, 𝟎𝟐𝟓𝒎

A=bh, onde:
b= largura da grade, m
h= altura da lâmina de água na grade, m

Logo:

Q=bhv
Adotando: b≥0.25m (facilitar as limpezas periódicas)
: v≤ 0.3m/s (para não arrastar o material preso na grade)

𝒆
𝟎, 𝟎𝟐𝟓𝒎

Substituindo,

0.035m³/s= 0.25m.h.0.3m/s
h= 0.47m (altura molhada)

Espaçamento da barra (e) = 2.5cm= 0.025m


Achando o número de barras, n
𝑏−𝑒 0.25−0.025 𝑚
n= = =9
𝑒 0.025𝑚

21
𝒆
𝟎, 𝟎𝟐𝟓𝒎

LARGURA DO CANAL, B

B= b + ESPAÇO OCUPADO PELAS BARRAS METÁLICAS


OBS: PARA LARGURA DA BARRA= 2cm= 0.02m

B= 0.25m + 9X0.02m
B= 0.43m

Altura da parede do canal, h’


Por questão de segurança (evitar transbordamento se Q aumentar, inundações por
ocasião de chuvas, acidentes com transeuntes, a altura da parede do canal deve
ser:
h’=h + 0.3m
=(0.47+0.3)m
=0.77m
ℎ′
Comprimento da grade, x sen 30º = 𝑥

0,77𝑚
x x = 𝑠𝑒𝑛30° = 1,54m
h'

30º

22
23
AERAÇÃO

CONSISTE EM COLOCAR A ÁGUA EM CONTATO ESTREITO COM UMA


FASE GASOSA (GERALMENTE O AR) PARA TRANSFERIR SUBSTÂNCIAS
SOLÚVEIS DO AR PARA A ÁGUA, AUMENTANDO SEUS TEORES DE
OXIGÊNIO E NITROGÊNIO, E SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS DA ÁGUA PARA
O AR, PERMITINDO A REMOÇÃO DO GÁS CARBÔNICO EM EXCESSO,
DO GÁS SULFÍDRICO, DO CLORO, METANO E SUBSTÂNCIAS
AROMÁTICAS VOLÁTEIS, ASSIM COMO, PROPORCIONAR A
OXIDAÇÃO E PRECIPITAÇÃO DE COMPOSTOS INDESEJÁVEIS, TAIS
COMO FERRO E MANGANÊS.

AERAÇÃO

 REMOÇÃO DE GASES INDESEJADOS DISSOLVIDOS EM EXCESSO NA


ÁGUA, A SABER:

• CO2 (GÁS CARBÔNICO) →TORNA A ÁGUA CORROSIVA


• H2S (GÁS SULFÍDRICO) →CONFERE À ÁGUA GOSTO DE OVO PODRE
• NH3 (AMÔNIA) E CH4 (METANO) →PROPICIA SABOR À ÁGUA

24
Aeração

• INTRODUÇÃO DE O2 DO AR ATMOSFÉRICO NA ÁGUA OBJETIVANDO


OXIDAR COMPOSTOS DE FERRO [Fe(HCO3)2] E MANGANÊS
[Mn(HCO3)2] QUE ALTERAM A COR E DÃO SABOR À ÁGUA,
CONFORME REAÇÕES:

• 4Fe2+ + O2 + 10H2O → 4 Fe(OH)3↓ + 8H+

• 2Mn2++ O2 + 2H2O → 2MnO2↓ + 4H+


OBS: os precipitados são removidos na etapa da filtração

AERAÇÃO

• APLICAÇÃO

 POÇOS (ÁGUA SUBTERRÂNEA).

 GALERIAS DE INFILTRAÇÃO.

 LOCAIS PROFUNDOS DE REPRESA (H2S ORIGINÁRIO


DA DECOMPOSIÇÃO ANAERÓBIA DE MATÉRIA
ORGÂNICA).

25
AERAÇÃO

• APLICAÇÃO

 CASOS EM QUE ÁGUA CONTEM:


o GÁS CARBÔNICO EXCESSO
o ÁCIDO SULFÍDRICO
o FERRO DISSOLVIDO
o SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS AROMÁTICAS DE
ORIGEM VEGETAL

AERAÇÃO

A AERAÇÃO PODE SER POR:

 GRAVIDADE
 ASPERSÃO
 DIFUSÃO DE AR

26
AERAÇÃO
 Aeradores por GRAVIDADE

AERAÇÃO
 Aeradores de TABULEIROS

 Mais indicados para oxidação de compostos de ferro


ou manganês
 Primeiro tabuleiro – distribui uniformemente a água
 Demais tabuleiros- material granular
 Superfície de contato
 Acelera reações de oxidação

27
AERAÇÃO
 Aeradores de TABULEIROS

Capacidade A B C D E F G
(L/s) m m m m m mm mm
30 0,90 0,90 1,80 1,80 2,30 75 100
60 1,20 1,20 2,10 2,10 2,40 100 150
95 1,50 1,50 2,40 2,40 2,40 100 150
160 1,80 1,80 2,70 2,70 2,50 150 200
240 2,10 2,10 3,00 3,00 2,50 150 200
330 1,80 3,60 2,70 4,50 2,60 200 250
460 2,10 4,20 3,00 5,20 2,70 250 300

AERAÇÃO
 Aeradores por BORBULHAMENTO

28
AERAÇÃO
 Aeradores por BORBULHAMENTO

AERAÇÃO
 Aeradores por BORBULHAMENTO

 Difusores de ar

29
AERAÇÃO
 Aeradores por BORBULHAMENTO

 Difusores de ar

Equipamento indicado para Pesque Pague, aeração de tanques rede em


áreas de baixa circulação de água, criação de camarão, lagos ornamentais
e outros

AERAÇÃO
 Aerador de superfície

30
AERAÇÃO
 Aerador

AERAÇÃO
 Aerador

31
 Aeradores tipo CASCATA
AERAÇÃO

Capacidade A B C D
L/s mm m m m

7 75 0,30 1,40 0,75


14 100 0,60 1,70 0,75
21 150 1,00 2,00 0,75
35 200 1,60 2,65 0,75

 Determinar o diâmetro da plataforma inferior de um aerador de queda, tipo cascata,


para tratar 72 m3/h de água durante 22 horas por dia, com taxa de aplicação de
1000 m3/m2.dia.

S=Q/I

S : Seção da plataforma inferior


Q: Vazão a tratar relacionada ao dia de operação
I: Taxa de aplicação m³/m².dia

Vazão Diária

Q = 72m³/h x 22h = 1584m3/dia

Q = 1584m3/dia

32
Cálculo da secção da plataforma inferior

1584 𝑚3/𝑑𝑖𝑎
𝑆= = 1,584 m2
1000 𝑚3/𝑚2.𝑑𝑖𝑎

Diâmetro da Plataforma Inferior


𝟒𝑺
𝑫=
D=
4∗1,584
= 2,016 = 1,42 m
𝝅
3,1415

VAZÃO DE TRATAMENTO

• Em que:
• Q = vazão em L/s
• P = População
• q = quota per capita em L/hab.dia
• n = número de horas de operação por dia
• K1 = coeficiente do dia de maior consumo
K1 = 1,2 para águas subterrâneas
K1 = 1,25 para águas superficiais, pois inclui 5% de lavagem dos filtros

33
VAZÃO DE TRATAMENTO

Calcular a vazão a ser tratada para abastecer uma população de 11.600


habitantes com quota per capita de 180 L/hab.dia, coeficiente do dia de maior
consumo igual a 1,2, operando 20 h/dia

VAZÃO DE TRATAMENTO

Calcular em m3/h, a vazão a tratar de água subterrânea, prevista em projeto,


para abastecer uma população de 6.000 habitantes, levando em conta ainda os
seguintes elementos:
• Quota per capita: 220L/hab.dia
• Coeficiente do dia de maior consumo: 1,20
• Período diário de operação: 22h/dia

34
VAZÃO DE TRATAMENTO

Com base na vazão de seu projeto em m3/h, determinar a população para


abastecer uma estação de tratamento de água superficial, e o diâmetro da
plataforma inferior de um aerador de queda, tipo cascata.
Considere os seguintes elementos:
• Quota per capita: 220L/hab.dia
• Coeficiente do dia de maior consumo: 1,25
• Período diário de operação: 24h/dia
• com taxa de aplicação de 800 m3/m2.dia

COAGULAÇÃO
Impurezas da água:

• Partículas inorgânicas (ex: areia)


• Matéria orgânica
• Algas
• Microrganismos em geral

35
COAGULAÇÃO
Impurezas da água:

• as impurezas da água apresentam carga superficial negativa,


impedindo que as mesmas aproximem-se um das outras, assim
permanece no meio líquido se suas características não forem alteradas

 Dimensionar um aerador de queda, tipo tabuleiro, com 5 bandejas, com camada de 10 cm de


altura de coque em cada uma, para atender a população de 8000 habitantes com quota per
capita de 210L/hab.dia, coeficiente do dia de maior consumo igual a 1,2, período diário de
operação 22 horas, com taxa de aplicação de 700 m³/m².dia.
a) vazão diária
b) área da bandeja

36
COAGULAÇÃO

Processo de coagulação

Coagulação é o processo unitário que consiste na formação de coágulos


através da reação do coagulante de modo que ocorra um estado geral de
equilíbrio eletrostaticamente instável de partículas dentro da massa líquida.

A coagulação é definida pelas mudanças físico-químicas produzidas pela


dispersão, na água, de um coagulante solúvel que se hidrolisa em partículas
carregadas positivamente, anulando as cargas negativas dos coloides.

COAGULAÇÃO
Compostos químicos mais usados:

 Sulfato de alumínio: Al2(SO4)3.18H2O

 Cloreto férrico : FeCl3

 Sulfato férrico: Fe(SO4)3

 Cal: Ca(OH)2 / CaO

37
COAGULAÇÃO
ÁCIDOS
Al2(SO4)3 + 6 H2O  2 Al(OH)3 + 3 H2SO4 (↓pH)

Fe2(SO4)3 + 6 H2O  2 Fe(OH)3 + 3 H2SO4 (↓pH)

FeSO4 + 2 H2O  Fe(OH)2 + H2SO4 (↓pH)

FeCl3 + 3 H2O  Fe(OH)3 + 3 HCl (↓pH)

ALCALINOS
NaAlO2 + 2 H2O  Al(OH)3 + NaOH (↑pH)

COAGULAÇÃO
 A alteração da força iônica do meio é feita pela adição de um coagulante,
normalmente o sulfato de alumínio [Al2(SO4)3.18H2O]

 Em água o coagulante se hidrolisa, formando precipitado, conforme:

Al2(SO4)3.18H2O + 3Ca(HCO3)2→2CaSO4+2Al(OH)3↓+18H2O

se a alcalinidade da água [ Ca(HCO3)2] não for suficiente, deve ser adicionada (normalmente como
Ca(OH)2)

38
COAGULAÇÃO
Al2(SO4)3.18H2O + 3Ca(OH)2 →3CaSO4+ 2Al(OH)3↓ + 18H2O

 devido à alta eletropositividade do alumínio, supõe-se, que a molécula Al(OH)3 tem carga
residual positiva, e que tenderia a atrair as partículas que tem cargas negativas.

 A coagulação é feita sob agitação rápida (normalmente na calha Parshall), conhecida como
agitação hidráulica.

CALHA PARSHALL

39
CALHA PARSHALL

CALHA PARSHALL

40
CALHA PARSHALL

H Garganta (W) e Vazões (L/s) H Garganta (W) e Vazões (L/s)


(cm) 3’’ 6’’ 9’’ 12’’ (cm) 3’’ 6’’ 9’’ 12’’
3 0.8 1.4 2.5 3.1 25 20.6 42.5 54.2 83.8
4 1.2 2.3 4.0 4.6 30 27.4 57.0 85.0 111.0
5 1.5 3.2 5.5 7.0 35 34.4 72.2 106.8 139.0
6 2.3 4.5 7.3 9.9 40 42.5 89.5 131.0 170.0
7 2.9 5.7 9.1 12.5 45 51.0 107.0 157.0 203.0
8 3.5 7.1 11.1 14.5 50 - - 185.0 240.0
9 4.3 8.5 13.5 17.7 55 - - 214.0 277.0
10 5.0 10.3 15.8 20.9 60 - - 243.0 314.0
11 5.8 11.6 18.1 23.8 65 - - - 356.0
12 6.7 13.4 24.0 27.4 - - - 402.0
13 7.5 15.2 23.8 31.0
14 8.5 17.3 26.6 34.8
15 9.4 19.1 29.2 38.4
16 10.8 21.1 32.4 42.5
17 11.4 23.2 35.6 46.8
18 12.4 25.2 38.8 51.0
19 13.5 27.7 42.3 55.2
20 14.6 30.0 45.7 59.8

41
CALHA PARSHALL

Considerando os dados a seguir, calcular a bomba dosadora para


o emprego de coagulante.

• Q = vazão a tratar 126 m³/h


• n = período diário de operação: 24 h/dia
• Coagulante = sulfato de alumínio com 5% de impurezas
• d = dosagem do coagulante: 32 mg/L
• concentração da solução: 12%
=Q.n.

42
FLOCULAÇÃO

 É a aglomeração de partículas de Al(OH)3 com os materiais em suspensão na


água (impurezas) na formação de partículas maiores (flocos), que sedimentam
por gravidade.

 Floculador hidráulico: processo muito usado que necessita do baixo nível de


agitação para não romper os flocos formados para o sucesso da floculação.

 velocidade da água: ≤0,015m/s


 tempo de detenção (permanência) da água no floculador (td):
25min ≤ td ≤ 40min.

FLOCULADOR

 Projetar um floculador hidráulico para receber 35L de água/s.


𝐴𝐷
td = 𝑄
Onde td = tempo de detenção dia
A = área superficial do floculador , m²
D = profundidade, m
Q = vazão , m³/dia
1𝑑 − 1440𝑚𝑖𝑛
td = 25 min = 0,017 dia
𝑥𝑑 − 25𝑚𝑖𝑛
Adotar D= 3 m

43
FLOCULADOR
Substituindo:

𝐴 𝑥 3𝑚𝑑 𝐴 𝑥 3𝑚
𝐴𝐷 0,017 dia = = 3024𝑚3 /𝑑𝑖𝑎
td = 𝑚3 𝑠
𝑄 (0,035 𝑥 86400 )
𝑠 𝑑

A = 17,2 m²

A = comprimento (c) x largura (l)

Considerar c= 2l
A = 2l x l => A = 2l²
17,2 𝑚2
l= = 2.9 m c = 5,8 m
2

FLOCULADOR
 Determinar a velocidade da água no floculador = v

h = altura da lâmina de água no floculador = D


b = largura do floculador

Q = Av  Q = bhv

𝑄
v=
𝑏ℎ

𝑚3 1 1
v = 0,035 x x
𝑠 2.9𝑚 3𝑚

v = 0,004 m/s

44
SEDIMENTAÇÃO E DECANTAÇÃO

TIPOS DE SEDIMENTAÇÃO

• A) TIPO I SEDIMENTAÇÃO DE PARTÍCULAS DISCRETAS;


• B) TIPO II SEDIMENTAÇÃO DE PARTÍCULAS FLUTUANTE;
• C) TIPO III SEDIMENTAÇÃO EM ZONAS;
• D) TIPO IV SEDIMENTAÇÃO POR COMPRESSÃO.

SEDIMENTAÇÃO E DECANTAÇÃO

TIPOS DE SEDIMENTAÇÃO

• A) TIPO I SEDIMENTAÇÃO DE PARTÍCULAS DISCRETAS:


Ocorrem em suspensões com baixa concentração de sólidos, onde não há interação e
floculação entre as partículas

• B) TIPO II SEDIMENTAÇÃO DE PARTÍCULAS FLUTUANTE:


A suspensões de partículas que floculam durante a sedimentação, com consequente
aumento de massa e sedimentando com maior velocidade.

45
SEDIMENTAÇÃO E DECANTAÇÃO

TIPOS DE SEDIMENTAÇÃO

• C) TIPO III SEDIMENTAÇÃO EM ZONAS:

À medida que a concentração de sólidos vai aumentando, ultrapassando


um limite hipotético para a sedimentação anterior, as partículas ficam cada
vez mais próximas uma das outras. Assim, as partículas são induzidas a
sedimentarem juntas, como um bloco, possibilitando a formação de uma
interface sólido-líquido.

SEDIMENTAÇÃO E DECANTAÇÃO

TIPOS DE SEDIMENTAÇÃO

• D) TIPO IV SEDIMENTAÇÃO POR COMPRESSÃO:

Quando a concentração de sólidos em suspensão é mais elevada, as


partículas podem estabelecer pontos de contato entre si, viabilizando
a transmissão de forças mecânicas. As camadas inferiores passam a ser
compactadas pelo peso das camadas superiores.

46
DECANTAÇÃO
 Sedimentação (Decantação)

Decantação é o processo de sedimentação utilizando forças gravitacionais para separar


partículas sólidas de densidade superior a da água em zonas de armazenamento

Parâmetros para o projeto de um sedimentador de fluxo horizontal:

 taxa de escoamento superficial: ≤45m3/m2.dia


 tempo de detenção: ≥2hs
 velocidade de escoamento da água: ≤0.2cm/s

A limpeza deve ser feita periodicamente por descarga de fundo ou manualmente

Programar a construção de 02 sedimentadores

DECANTAÇÃO

47
DECANTAÇÃO

DECANTADOR
 Projetar um sedimentador para receber 35L de água/s.

Área, A (m²):

𝑚³ 𝑠 𝑚³
Q = 0,035 x 86400 𝑑𝑖𝑎 = 3024 𝑑𝑖𝑎
𝑠

𝑄 𝑚³ 1𝑚².𝑑𝑖𝑎
A= = 3024 𝑑𝑖𝑎 x = 67,2m²
𝐼𝑠 45𝑚³

A = comprimento (c) x largura (l):

Considerar c= 2l
A = 2l x l => A = 2l²

48
DECANTADOR
𝐴 67,2𝑚²
l= = = 5,8 m  c= 2l  c = 11,6 m
2 2

Encontrar o tempo de detenção, td:

Para D = 4m

𝐴𝐷 67,2𝑚²𝑥4𝑚𝑑𝑖𝑎
td = =
𝑄 3024𝑚³

td = 0,088dia = 2,13h

DECANTADOR
Encontrar a velocidade de escoamento da água, v
Q = Av  Q = bhv
𝑄
v=
𝑏ℎ
Onde: b = largura do decantador em m
h = altura molhada (D) em m
𝑚³ 1 1
v = 0,035 x 5,8𝑚 x 4𝑚
𝑠

v = 0,0015 m/s = 0,15cm/s

49
DECANTADOR
Dimensione o sedimentador para seu projeto.
A (m²)?
comprimento (c)?
largura (l)?
tempo de detenção (td)?
velocidade de escoamento da água (v)?

FILTRAÇÃO
Filtração é um processo físico em que a água atravessa um leito filtrante,
em geral areia ou areia e antracito, de modo que partículas em suspensão
sejam retidas produzindo um efluente mais limpo.

Nesta fase são removidos flocos de impurezas menores remanescentes


(≈5%) que não decantaram no sedimentador.

Assim o residual do processo de sedimentação é retido através de material


poroso.

50
FILTRAÇÃO
A água escoa de cima para baixo através de um filtro constituído de:
 Camada de areia de 0.6 a 0.75m
 Brita graduada de 0.38 a 0.6m para suportar a camada de areia

Os filtros podem ser classificados de acordo com sua velocidade ou sua
pressão:
• Filtros lentos: funcionam com taxa média de 4m3/m2/dia;
• Filtros rápidos: funcionam com taxa média de 120m3/m2/dia.

FILTRAÇÃO
Os filtros podem ser classificados de acordo com sua velocidade ou sua
pressão:

• De pressão: fechados, metálicos, nos quais a água é aplicada sobre


pressão (usado em piscinas e industrias);
• De gravidade: os mais comuns.

51
FILTRAÇÃO
Forma retangular.
São lavados com água tratada introduzida de baixo para cima.

São constituídos de caixa de concreto com um sistema de canalização


central e laterais , coberto com pedregulhos em várias camadas e
diâmetros e que suportam a camada (areia grossa) e a camada de areia
preparada.

Filtros eficientes devem produzir água com turbidez inferior a 2mg/L

FILTRAÇÃO

Os filtros são limpos periodicamente por lavagem em contracorrente


(revertendo-se o fluxo) do leito, usando água tratada.

Deve-se programar a construção de 02 filtros (um deles é reserva)

52
FILTRAÇÃO

FILTRAÇÃO
Projetar um filtro para receber 35 L/s.
Encontre a área do filtro, A (m²)
𝑚³ 𝑠 𝑚³
Q = 0,035 x 86400𝑑𝑖𝑎 = 3024𝑑𝑖𝑎
𝑠

𝑚³ 1𝑚²𝑑𝑖𝑎
A = 3024𝑑𝑖𝑎 x  A = 25,2m²
120𝑚³

A= comprimento (c) x largura (l) .


c= 2l  A = 2l x l = 2l²

25,2𝑚²
25,2m² = 2l²  l = = 3,55m c = 7,1m
2

53
FILTRAÇÃO
Projetar um filtro para receber do seu projeto.
Encontre a área do filtro, A (m²)
𝑚³
Q=?
𝑑𝑖𝑎

A = m²
A= (c) x (l)
c= 2l
l = ?m
c = ?m

DESINFECÇÃO
A desinfecção visa a destruição de microrganismos patogênicos presentes na
água (bactérias, protozoários, vírus e germes)

A desinfecção é necessária, porque não é possível assegurar a remoção total


de microrganismos pelos processos físico-químicos, usualmente usados no
tratamento de água como fervura, raios UV, membranas...

O CLORO É USADO COMO AGENTE DESINFETANTE

54
DESINFECÇÃO
O CLORO É USADO COMO AGENTE DESINFETANTE

É facilmente disponível como gás, líquido ou sólido


É relativamente barato
É fácil de aplicar devido a sua alta solubilidade em água (7g/L a 20ºC)
O cloro deixa um residual em solução, de concentração facilmente determinado que, não
sendo perigoso ao homem, protege o sistema de distribuição
O cloro destrói a maioria dos microrganismos patogênicos

DESINFECÇÃO
O CLORO É USADO COMO AGENTE DESINFETANTE

• Hipoclorito de cálcio - Ca(ClO)2  65 a 70% agente ativo

• Cal clorada ou oxicloreto de cálcio - CaCl2O  25 a 30% agente ativo

• Hipoclorito de sódio - NaClO  15% de cloro ativo

• Cloro gasoso – Cl2

55
DESINFECÇÃO
CLORAÇÃO

• A água de abastecimento deve ter um residual mínimo de 0.2 mg/L de cloro livre
disponível. O máximo é 2mg/L.

• Aplica-se cloro gasoso(Cl2) na água após a filtração e faz análise em laboratório de hora
em hora para achar o resíduo de cloro livre disponível (HClO + OCl-).

DESINFECÇÃO
CLORAÇÃO
Cl2 + H2O HOCl + H+ + Cl-
(hidrólise) Ácido hipocloroso
HOCl H+ + OCl-
(ionização) Íon hipoclorito
• O cloro livre disponível deverá ficar entre 0,2 – 2mg/L de água

 CORREÇÃO DO pH: adição de cal

56
FLUORETAÇÃO
As águas naturais possuem teor de fluor <1mg/L

Teor de fluor >1,5mg/L →manchas (fluorose dentária) em dentes de criança,


sem decrescer a incidência de cáries
Teor de fluor ≈1mg/L: boa prevenção da cárie, sem causar efeitos estéticos
(manchas) em dentes de crianças < 14 anos
 São vários os compostos de flúor, o mais utilizado é o Ácido Fluossilícico
(H2SiF6)

FLUORETAÇÃO
 Compostos de fluor normalmente usados na fluoretação de águas:
• Fluoreto de sódio (NaF): 45% é fluor
• Fluoretosilicato de sódio (Na2SiF6) : 61% é fluor
 Concessionárias de água:
 Não fluoretar toda a água processada na ETA (custo/benefício)
 A fluoretação deve ser localizada (escolas e creches)
 O Estado deve estimular hábitos higiênicos (dentária) em crianças menores
de 14 anos

57
FLUORETAÇÃO
• Determinar o custo do produto para o fluoretar 35L/s
𝐿 𝑠 𝐿
Q = 35𝑠 x 86400 𝑑𝑖𝑎 = 3024000 𝑑𝑖𝑎

OBS: considerar1 L de água da região ≅ 0,12mg F


Falta: 0,88mg F/L
𝐹 𝐿 𝐹
0,88mg x 3024000 𝑑𝑖𝑎 = 2661120mg 𝑑𝑖𝑎
𝐿
𝐹
= 2661,12g 𝑑𝑖𝑎

FLUORETAÇÃO
• Determinar o custo do produto para o fluoretar 35L/s
𝑁𝑎𝐹
1 kg NaF – 450g F x = 5,91 kg 𝑑
𝐹
X - 2661,12g 𝑑

OBS: 1kg NaF = R$ 56


Custo mensal:
𝑁𝑎 𝐹 𝑅$ 56
5,91 kg x 30dia x 𝑘𝑔𝑁𝑎 𝐹 = R$ 9929 reais
𝑑𝑖𝑎

Outros custos: Mão de obra + energia + equipamentos + manutenção + depreciação

58
FLUORETAÇÃO
• Determinar o custo do produto para o fluoretar sua estação com Na2SiF6

OBS: 1kg Na2SiF6 = R$ 188 reais

ARMAZENAMENTO
A ABNT recomenda uma reserva técnica (estratégica) para pelo menos 12
horas de consumo
Projetar um reservatório para receber 35 L/s.
Achar o volume do tanque, V(m³)
𝑚³ 𝑠
V= 0,035 x 12h x 3600 = 1512m³
𝑠 ℎ

V= A x D
Onde: V = volume,m³ A = área, m² D = profundidade, m D=4m

59
ARMAZENAMENTO
Projetar um reservatório para receber 35 L/s.
V= A x D

1512m³ = A x 4m => A = 378m²


A = comprimento (c) x largura (l)
considerar c=l
A = l x l = l²

l = 378𝑚² ≅ 19,5m
c = l = 19,5m

ARMAZENAMENTO
Projetar um reservatório para receber 35 L/s.
OBS: forma circular
𝜋𝜃²𝐷
V= =
4

Onde: V = volume, m³
𝜃 = diâmetro , m
D = profundidade, m
3,1416 x 4m x 𝜃²
1512m³ = 4

𝜃² = 481m²  𝜃 = 21,9m

60
ÁGUAS PARA CONSUMO ALIMENTAR
Devem satisfazer as seguintes características:

· Aspecto - límpido
. Odor - nenhum. Ou cheiro de cloro levemente perceptível
. Cor - recomendável até 10; tolerável até 20
. Turbidez - recomendável até 2: tolerável até 5
. Resíduo seco - até 500mg/litro
. pH - entre 5 a 9
. Oxigênio consumido - até 10mg/litro em oxigênio
. Nitrogênio nítrico - até 10mg/litro em nitrogênio
. Ferro - até 0,3 mg/litro em ferro
. Cloretos - até 250mg/litro de cloreto
. Sulfatos - até 250mg/litro íon sulfato
. Cloro residual - até 3,0 mg/litro em cloro

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
USO DA ÁGUA NA INDÚSTRIA

• ÁGUA PARA COMBATER INCÊNDIOS (HIDRANTES E SPRINKLERS)


• ÁGUA PARA LIMPEZA/JARDINAGEM
• ÁGUA PARA CONSUMO DOS FUNCIONÁRIOS (ÁGUA POTÁVEL)
• ÁGUA PARA CALDEIRAS (BAIXA, MÉDIA E ALTA PRESSÃO)
• ÁGUA PARA O PROCESSO INDUSTRIAL: É ONDE RESIDE A MAIOR
DIVERSIDADE

61
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Uso da água na indústria

• A ETAi faz interseção na ETA doméstica (ETAd), acrescentando ou reduzindo


etapas.
• Etapas de uma ETAd convencional (trata água de superfície, rios e lagos):

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Uso da água na indústria

• Não existe, na visão industrial, água pura na natureza.

• A água proveniente da chuva, à medida que desce através do ar, incorpora


gases como NH3, CO2, O2, H2S,... tornando-se imprópria para certos fins.

62
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Impurezas mais comuns presentes na água (visão industrial)

FATOR DE INCRUSTAÇÃO

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Impurezas mais comuns presentes na água (visão industrial)

• Bicarbonatos:
• de cálcio: Ca(HCO3)2.
• de magnésio: Mg(HCO3)2
• de sódio: NaHCO3
• ferroso: Fe(HCO3)2

63
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Impurezas mais comuns presentes na água (visão industrial)

• CLORETOS:
• de cálcio: CaCl2
• de magnésio: MgCl2
• de sódio: NaCl

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Impurezas mais comuns presentes na água (visão industrial)

• Sulfatos:
• de cálcio: CaSO4
• de magnésio: MgSO4
• de sódio: Na2SO4
• Silicatos:
• silicato de sódio: Na2SiO3
• ácido silícico: H2SiO3

64
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

FATOR DE CORROSÃO

• OXIGÊNIO DISSOLVIDO: O2
• GÁS CARBÔNICO: CO2
• AMÔNIA: NH3

MATÉRIA ORGÂNICA: GOSTO, ODOR, COR E INCRUSTAÇÃO DE RESINAS


TROCADORAS DE ÍONS

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Remoção de impurezas da água

• Remoção de bicarbonatos, cloretos, sulfatos e silicatos

Motivo: conferem dureza à água


Água dura: formação de incrustações em superfícies metálicas, especialmente
àquelas aquecidas, devido a formação de soluções superaquecidas
(precipitação do soluto).

65
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Remoção de impurezas da água

• Aspectos do incrustamento em superfícies metálicas:


Econômico→ perda de combustível devido à baixa condutividade térmica (a
incrustação tem caráter isolante).
O percentual (%) de perda é apromadamente 2x a espessura da
incrustação(mm).
Ruptura do tubo por fluência (deformação do metal devido a dificuldade de
transferência de calor), acarretando gradiente alto de temperatura localizado.

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Remoção de impurezas da água

66
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

FLUÊNCIA EM UM TUBO DE CALDEIRA DEVIDO A PRESENÇA


DE INCRUSTAÇÕES

67
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Remoção de impurezas da água

• Segurança→ explosão de caldeiras aquatubulares (aquelas em que a água


fica dentro dos tubos) por obstrução.
OBS: além da incrustação, o ferro inviabiliza o tratamento através de troca iônica
(colmatação de resinas) e provoca manchas.

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Processos de tratamento

• Abrandamento ou amolecimento da água


OBS: produz uma água de uso limitado na indústria como em
caldeiras de baixa e média pressão, trocadores de calor,
evaporadores, etc....

68
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Processos de tratamento

• Troca de cátions
• Troca de Ca e Mg por Na
• É proporcionada por polímeros insolúveis em água aos quais se
adicionam grupos ativos.
• Ex: polimerização do estireno (E) pela adição de 8.5% de
divinilbenzeno (DVB):
• Poliestireno E-DVB ativado por uma solução de NaCl (10%)

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Abrandador de água dura

69
Corte de um tanque de resina
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

ETAi
Processos de tratamento

70
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Reações de troca no processo de abrandamento:

• Ca(HCO3)2 + R-Na2 → R-Ca + 2NaHCO3

• MgCl2 + R-Na2 → R-Mg + 2NaCl

• CaSO4 + R-Na2 → R-Ca + Na2S04

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Reações de troca no processo de abrandamento:


• Fim do ciclo de uma resina: indicado pela elevação da dureza da água (>5
microsiemens) →necessidade de regeneração da resina:
• Descompactação do leito de resina através da aplicação de água mole em
contracorrente;
• Aplicação de solução de NaCl por 5 minutos;
• Lavar com água mole para retirar o excesso de NaCl.

71
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
• REAÇÕES DE REGENERAÇÃO:

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

• vida média útil de uma resina regenerada com NaCl: 15 anos, em boas
condições de trabalho (teor de ferro <12mg/L; matéria orgânica <3mg/L e
cloro livre disponível (HOCl + OCl-) < 0.2 mg/L).

• OBS1: na compra do tanque de resina, especificar a vazão para o


fabricante.
• OBS2: inserir a troca de cátions na ETAd: após o filtro de carvão ativado

72
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
• O filtro de carvão ativado é um equipamento que tem por finalidade primordial
a remoção de cloro livre disponível (que oxida as resinas trocadoras de íons) e
matéria orgânica que colmata (forma uma crosta) nas resinas trocadoras de
íons, inviabilizando-as para o tratamento.

• O carvão ativado é regenerado periodicamente por retrolavagens, com água.

• Inserir o filtro de carvão ativado na ETAd: após a desinfeção

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

• OBS3: uso do filtro de carvão ativado (FCA) para:


• remover matéria orgânica por adsorção
• remover cloro livre disponível (HOCl + OCl-), conforme:
• C+ HOCl → CO + H+ + Cl-
• C + OCl- → CO + Cl-

73
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA
FILTRO DE CARVÃO ATIVADO

ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Deionização ou desmineralização de águas duras


• Remoção total de íons presentes na água pela associação, em série, de
resinas catiônica na forma H+ e aniônica na forma OH-
• Produz água para fins MUITO especiais: portanto, o seu uso na prática deve
ser muito criterioso, como por exemplo, em caldeiras aquatubulares,
trocadores de calor especiais (aqueles que são limpos após um período maior
de funcionamento), indústria farmacêutica, papéis especiais (ex: indústria
eletrônica), hemodiálise...

74
ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Deionização ou desmineralização de águas duras

• devido utilizar 02 blocos de resina, a água torna-se, especialmente, com custo


muito elevado

DESMINERALIZADOR DE ÁGUA DURA


ETAi
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

75
ETAi
Reações que ocorrem na resina catiônica:

Ca(HCO3)2 + R-H2 → R-Ca + 2H2CO3 MgSO4 + R-H2 → R-Mg + H2SO4

Mg(HCO3)2 + R-H2 → R-Mg + 2H2CO3 Na2SiO3 + R-H2 → R-Na2 + H2SiO3

2NaHCO3 + R-H2 → R-Na2 + 2H2CO3 2NH4OH + R-H2 → R-(NH4)2 + 2H2O

CaSO4 + R-H2 → R-Ca + H2SO4 CaCl2+ R-H2 → R-Ca + 2HCl

ETAi
Reações que ocorrem na resina aniônica:

H2CO3 + R-(OH)2 → R-CO3 + 2H2O

HCl + R-(OH)2 → R-Cl2 + 2H2O

H2SO4 + R-(OH)2 → R-SO4 + 2H2O

H2SiO3 + R-(OH)2 → R-SiO3 + 2H2O

76
REGENERAÇÃO DA RESINA (≥ 5 MICROSIEMENS)

CATIÔNICA (R-H)

Diagrama de um regenerador de resina catiônica

ANIÔNICA (R-OH)

Diagrama de um regenerador de resina aniônica

77
ETAi
 Remoção de amônia

É um dos coadjuvantes do processo de corrosão do cobre


Processo de corrosão do cobre:

2 Cu0 →2 Cu++ 2e-

2 H2O → 2H+ + 2OH-

2 Cu+ + 2 OH- → Cu2O.H2O (*)

(*): película protetora (passivadora) do metal deve cessar a corrosão

ETAi
 Remoção de amônia

COMPLEXAÇÃO DO COBRE COM AMÔNIA

Reação química chamada complexação, onde um ligante (base de


Lewis, no caso a amônia) doa um par de elétrons a um átomo
metálico central (ácido de Lewis), no caso o íon cobre(II).

A solução original é de sulfato de cobre(II), CuSO4, bastante diluída a


ponto de a cor azul se adiciona um pouco de solução de NH3(NH4OH)
6 mol/L, sem agitar o tubo de ensaio.

78
ETAi
 Remoção de amônia

COMPLEXAÇÃO DO COBRE COM AMÔNIA

Na interface das duas soluções, forma-se um precipitado de hidróxido


de cobre(II), Cu(OH)2. Acima dela, aparece uma forte coloração
chamada azul cobalto, que é a cor do complexo do cobre(II) com a
amônia. A reação global é:

[Cu(H2O)6]2+ + 4 NH3 = [Cu(NH3)4]2+ + 6H2O


ou
[Cu(H2O)6]2+ + 4 NH4OH = [Cu(NH3)4]2+ + 10 H2O

ETAi
 Remoção de amônia

COMPLEXAÇÃO DO COBRE COM AMÔNIA

Em etapas, temos:

[Cu(H2O)6]2+ + 2NH4OH = Cu(OH)2 + 6H2O + 2NH4+

Cu(OH)2 + 4NH4OH = [Cu(NH3)4]2+ + 4H2O + 2OH-

79
ETAi
 Remoção de amônia (tratamento alternativo)

ETAi
 Remoção de amônia

Na presença de O2 há a destruição da película protetora:

Cu2O + ½ O2 → 2CuO

A amônia presente reage com o CuO:

2CuO + 4NH4OH → 2Cu(NH3)2(OH)2 (*) + 2H2O

(*): material sem aderência que se desprende do cobre, proporcionando o


reinício do ciclo.

80
ETAi
 Remoção de amônia

Na concentração de amônia ≥3mg/l favorece a reação com o cobre


metálico ou óxido de cobre mesmo na ausência do oxigênio:

Cu + 4NH3 + 2H2O → Cu (NH3)4 (OH)2+ H2(*)

Cu2O + 8NH3 + 3H2O → 2Cu (NH3)4(OH)2+ H2(*)

(*): a formação de H2 é extremamente indesejável.

Aceita-se até 0.3mg NH3/L.

ETAi
 Remoção de amônia

Cloração (na prática Cl2/NH3= 9/1)

Cl2 + H2O → HOCl + HCl

NH3+HOCl → NH2Cl (monocloramina) + H2O

NH2Cl + HOCl → NHCl2 (dicloramina) + H2O

NHCl2 + HOCl → NCl3 (tricloramina ou tricloreto de nitrogênio) + H2O

É sugerido que a remoção de amônia na ETAd seja após a aeração

81
ETAi
 Remoção de CO2

Motivo: abaixa o pH da água (corrosão)

CO2 + H2O ↔ H2CO3

admite-se até 2mg CO2/L

Métodos para remover CO2 de águas industriais:

 Aeração
 Deionização
 Desaerador

ETAi
 Desaerador

O desaerador é parte essencial de um sistema de geração de vapor. A


corrosão em ciclos de caldeira é causada principalmente por O2 e CO2. A
água é pulverizada dentro do desaerador em contracorrente com o
vapor de água.
Os gases indesejados tem as suas solubilidades em água diminuídas
devido ao aquecimento e são arrastados pelo vapor para a atmosfera.

82
ETAi
 Desaerador

ETAi
 Desaerador

83
ETAi
 Remoção de matéria orgânica

Motivo: confere gosto, odor e sabor à água e colmata as resinas


trocadoras de íons

Teor máximo de matéria orgânica permitida nas águas industriais: 3mg/L

Processos para remover matéria orgânica de águas industriais:

 Clarificação (coagulação + floculação + sedimentação + filtração): concorre


para a remoção de material orgânico particulado
 Cloração (pré ou pós)
 Filtro de carvão ativado (FCA)

ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Motivo: possibilita a corrosão do ferro e do cobre

mecanismo de corrosão do ferro:

Fe0 → Fe2+ + 2e-

2H2O ↔ 2 H+ + 2OH-

Os íons de Fe2+ e OH- reagem e os elétrons são neutralizados pelo


fluxo de corrente entre o anodo e o cátodo adjacentes

84
ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Os íons de Fe2+ e OH- reagem e os elétrons são neutralizados pelo


fluxo de corrente entre o anodo e o cátodo adjacentes

Fe2+ + 2OH- → Fe(OH)2

As reações iniciais continuam, então, a ocorrer.

Na presença do O2 esta corrosão eletroquímica pode ser resumida


assim:
2Fe(s) + O2(g) + 2H2O(I) → 2Fe(OH)2(S) OBS: 1g de O2 destrói 7g de Fe

ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Exercício:
Uma caldeira processa 110t de água/h para a geração de vapor.
Considerar que a água contem 0,02 mg de O2/L. Calcular o consumo
anual de ferro.

OBS: 1L de H2O limpa (210C, nível do mar) contém 9,86mgO2/L

85
ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Exercício 1:
110000L/h x 0,02mgO2/L= 2200mgO2/L= 2,2gO2/h
1gO2  7g Fe
2,2gO2  15,4g Fe/h

1d  24h
365d/ano  8760h/ano

8760h/ano x 15.4gFe/h= 135Kg Fe/ano transformado em ferrugem

OBS: a estrutura interna da caldeira será severamente afetada

ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Alternativa do uso do sulfito de sódio: Na2SO3 no desaerador


Na2SO3 + ½ O2 → Na2SO4↓
Inconveniências do método:
Formação de precipitado(Na2SO4): pode desencadear a incrustação

Na2SO3 + H2O T≥249,20C SO2+ 2NaOH


P≥40Kgf/cm2

SO2+ H2O → H2SO3( ácido sulfuroso) →corrosão

86
ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

4Na2SO3 + 2H2O T≥3100C 3Na2SO4 + H2S


P≥100Kgf/cm2

OBS: na prática, o Na2SO3 não é usado para caldeiras com pressão


≥35Kgf/cm2

ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Uso da hidrazina, N2H4

OBS: a hidrazina tem d= 1g/cm3, dando alta miscibilidade em água

H N N H

H H
Estrutura molecular da hidrazina

N2H4+ O2 → 2 H2O + N2
OBS: tem a vantagem de não formar sólidos dentro do reator.

87
ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Inconveniências do método (T≥2200C):

3 N2H4 → 4 NH3 + N2

2 N2H4 → 2 NH3+ H2+ N2

OBS: o H2 formado reage com o carbeto do aço (Fe3C),


sequestrando o carbono (fenômeno conhecido como
descarbonetação - perda de carbono), conforme reação:

ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais

Fe3C + 2H2 → CH4 + 3 Fe.

O CH4 formado exerce pressões parciais elevadas dentro da


estrutura do aço
Destruição dos carbetos do aço
Enfraquecimento do metal (fica poroso).

Como consequência o aço se rompe.

88
ETAi
 Remoção de oxigênio de águas industriais
OBS: tem outra vantagem que é a formação de película protetora do metal por ocasião das
paradas:

N2H4+ 6Fe2O3→ 4 Fe3O4 + N2 + 2H2O

N2H4 + 4 CuO → 2 Cu2O + N2 + 2H2O

Residual máximo de hidrazina para minimizar o fenômeno da descarbonetação: 0,01ppm


Estrutura
descarbonetada,
Estrutura normal característica de
do aço carbono aço que sofreu
ataque pelo
hidrogênio

 Controle de incrustações (tratamento interno)

Visa remover a dureza refratária (persistente) que passou pela ETAi

Os anti-incrustantes compreendem:

Aqueles que reagem estequiométricamente com as impurezas da água de


alimentação, de modo a alterar a sua estrutura química.

Ex: fosfatos (normalmente o Na3PO4- fosfato trissódico)

2 Na3PO4 + 3CaCO3 → Ca3(PO4)2↓ + 3 Na2CO3

2Na3PO4 + 2NaOH+ 4Mg(HCO3)2 →Mg3(PO4).Mg(OH)2↓ +8NaHCO3

OBS: o precipitado é indesejável.

89
 Os reagentes não estequiométricos (os que alteram a ação das
impurezas)

Atuam por adsorção sobre a superfície dos precipitados da água, impedindo a


formação de aglomerados de partículas e mantendo-os simultaneamente moles.
Dispersantes de borra.

Exs: agentes orgânicos de origem vegetal (lignina, tanino, amidos)

“A noção de que é possível tratar qualquer


água, e de que o tratamento pode resolver
qualquer problema, precisa ser reconsiderada
tendo em vista a praticabilidade, os custos e a
segurança permanente”.

90

Você também pode gostar