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20/01/23, 14:36 Hipnose e Programação Neurolinguística (PNL) no culto religioso

Hipnose e Programação Neurolinguística


(PNL) no culto religioso
O estudo das técnicas de PNL (Programação Neurolinguística) e hipnose possibilita
identificar procedimentos conscientemente praticados por líderes religiosos com objetivo de
manipulação dos fieis e aquisição de bens.

RESUMO
Esta pesquisa objetiva analisar as informações sobre práticas de alguns líderes religiosos que utilizam PNL, hipnose, e
expondo as comparações apontadas por especialistas em psicologia, psicanálise, hipnose e PNL, bem como listar alguns
procedimentos destes líderes alusivas a hipnose de palco, sugestão, confissão positiva, a importância da expectativa do
público, fé depositada em uma pessoa ou instituição, expor a explicação sobre curas "milagrosas" proposta por alguns
autores, culminando numa adesão massificada e duradoura de seguidores fiéis. Para tanto o método de coleta de dados foi
pesquisa bibliográfica, através do conteúdo levantado no referencial teórico sobre o emprego da psicologia, identificando e
comparando o procedimento em cerimônia religiosa com princípios da hipnose de palco e PNL. Este estudo é relevante
para pastores, líderes e também estudantes de teologia. Enfim, é possível confirmar a hipótese de que princípios da PNL e
da hipnose são realmente utilizados por certos líderes religiosos, como um desvio de finalidade primária destas ciências e
da própria religião.

Palavras-Chave: PNL; Hipnose; Religião; Manipulação; Adeptos.

INTRODUÇÃO
A utilização de PNL (Programação Neurolinguística) e também hipnose de grupo, numa reunião que deveria ser um culto a
Deus, tem sido uma ferramenta poderosa de alienação e manipulação, com a única finalidade de captação de adeptos e
também dinheiro. Vários métodos e maneiras das mais escancaradas até a mais sutil possível. Tais práticas se disseminam
entre as igrejas e seus líderes, em que muitos destes de maneira até inconsciente, mas que, cedendo muitas vezes às
próprias paixões, crendo piamente que estão procedendo pela vontade de Deus.

Outros líderes com plena consciência do que estão fazendo, cristãos no discurso e ateus no mais profundo de seu íntimo,
manipulam e exploram, sem nenhum constrangimento ou temor, a fé e a sinceridade das pessoas, com um único objetivo
de ganhar dinheiro. É tão somente um negócio lucrativo e próspero, que tem isenção de impostos e não tem
responsabilidade pelos fiéis que não conseguem o que almejam. É bom destacar que este “ateísmo na prática” é uma
expressão de linguagem e não quer dizer que todo ateu é mau caráter.

Das técnicas psicológicas, a hipnose, é utilizada há muito tempo por xamãs e sacerdotes, ainda que de maneira
inconsciente, do saber da hipnose dos dias atuais, e ao conhecimento da psique humano como ciência. Nisso se soma os
fatores culturais, crenças e cosmovisão de um público-alvo de tais métodos.

Com o estudo das técnicas de PNL (Programação Neurolinguística) e hipnose, é possível identificar muitos procedimentos
praticados por diversos líderes religiosos na atualidade, estes aplicam de maneira completamente consciente do que estão
fazendo e o objetivo bem definido que é a manipulação e a obtenção de dinheiro. Por outro lado, líderes desavisados, que
na verdade são apenas aprendizes repetidores daqueles primeiros, sem saber que é um modo puramente humano e não
um “milagre”. Assim continuam por muitos anos aplicando técnicas humanas e crendo que estão fazendo a vontade de
Deus, ou em muitos casos, seu entendimento se fecha em virtude das paixões materiais satisfeitas, crendo piamente na
teologia da prosperidade como sendo vontade de Deus.

Práticas hipnóticas e PNL são geralmente aplicadas em igrejas neopentecostais e com forte ênfase na teologia da
prosperidade, logo antropocentristas, porém algumas técnicas sutis são acampadas por denominações pentecostais e
também tradicionais ou históricas. Um exemplo simples, que acontece em qualquer igreja, independente da linha,
tradicional, pentecostal ou neopentecostal é: ao se realizar uma oração ou uma conclusão, com tom emotivo, ao falar do
pastor uma música de fundo, suave, envolvente e emotiva, associando-se as palavras do orador, podem ser fixadas mais
facilmente na mente do ouvinte. Devido à emoção que a musica alude, a crítica é rebaixada e se enfraquece, abrindo assim
uma porta direta no inconsciente das ovelhas.

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Dessa maneira, a exemplo de um filme, que é indispensável à música de fundo para reforçar o sentido da cena, dar um
clima de ação, drama, romance entre outros.

Neste sentido, em que é preciso estabelecer um “clima”, os louvores que antecedem a pregação também são usados para
preparar os ouvintes, construindo um clima emotivo, preparando a plateia para receberem a mensagem do preletor com
uma carga emocional maior.

Esta técnica de música ao fundo foi adotada pela totalidade das denominações, variando somente de igreja local para igreja
local, em que em algumas houve um desvio de finalidade, antes o louvor para Deus, agora instrumento de manipulação e
preparação de um ambiente de preparação psicológica dos ouvintes, gerando emoção, comoção e expectativa.

Olhando superficialmente, corre-se o risco de uma conclusão antecipada de caráter positivo que se tal técnica fosse
utilizada para o bem do sujeito a fim de fixar a verdade de Deus, a vontade de Deus e a graça de Deus, nas mentes das
pessoas, seria isso uma boa técnica, e que se justificaria o uso? Para uma visão simplesmente humanista sim, na visão
bíblica com certeza não. Na doutrina bíblica quem convence o indivíduo é o Espírito Santo.

Estratégias de evangelização, facilitação da mensagem com um bom domínio das escrituras, uma boa transmissão da
mensagem, são maneiras humanas com finalidade de levar a mensagem do evangelho. A pregação, oração e louvores são
procedimentos que fazem parte da celebração do culto, apenas para o culto, este direcionado a Deus. Qualquer destes
procedimentos que se distancie do culto a Deus é considerado como um desvio de finalidade. Nestes ambientes em que é
pregado a teologia da prosperidade de forma antropocêntrica, oração, pregação e louvores são utilizados somente como
entretenimento, captação e a manutenção de adeptos.

Seguindo essa linha, na obra de Jaime Moura, observa que são adicionados outros procedimentos de entretenimento na
cerimônia de culto, bem como, os métodos usuais da celebração são operados através de técnicas psicológicas para atrair
e segurar a atenção do povo ávido por diversão e novidades, sem nenhuma relação com uma sobrenaturalidade de origem
divina ou uma intenção de cultuar Deus.

Na atualidade, são inúmeras as críticas que boa parte das denominações evangélicas recebe por tantas loucuras em seus
eventos em nome de Deus, danças, batuques, catarses, “milagres”, expulsão de demônios, é um “entretenimento gospel”
que tem a intenção de deixar a plateia maravilhada e mais facilmente manipulada.

A maior crítica, sem dúvida, recai sobre os apelos por ofertas em dinheiro, através de pregações com base em versículos
bíblicos que tem seu sentido completamente distorcido, campanhas, correntes, venda de objetos “abençoados”, e a
promessa em nome de Deus e na fé do indivíduo o mesmo alcançará a graça almejada, remetendo a um sistema de
barganhas nos moldes do paganismo.

Frente a tantas heresias, absurdos, distorções bíblicas, maus testemunhos vividos por vários líderes famosos, maus
testemunhos vividos pelos próprios seguidores, em forma de toda imperfeição humana como invejas, divisões, soberba,
pecados sexuais, avareza, insensibilidade ao sofrimento alheio. Mesmo assim, com todos estes problemas e desvios
expostos na atualidade, por que estes tipos de igrejas lotam? Porque estes tipos de comunidades não cessam de crescer?
A que se deve tanto sucesso financeiro destas empresas da fé, já que são hereges em seus fundamentos e assim não pode
haver nenhuma vontade de Deus nestes casos?

O problema a ser investigado é: porque comunidades com fundamentos antibíblicos angariam tantos adeptos, crescem e
enriquecem? Este estudo tem por objetivo apontar alguns fatos que contribuem para o crescimento, enriquecimento e
adesão de uma instituição herética. Tais fatos listados em termos específicos é o emprego incorreto da psicologia por
líderes religiosos com finalidade desonesta como meio de manipulação e aprisionamento mental, que ferem tanto preceitos
bíblicos como a própria psicologia.

Para se chegar ao objetivo geral será necessário elencar as características principais da hipnose de palco, técnicas de PNL,
expondo as comparações apontadas pelos autores nas pesquisas bibliográficas, com o que é aplicado na pregação e em
todo tipo de evento religioso.

É necessário também expor as observações e apontamentos dos autores em relação daqueles que se deixam manipular, a
expectativa, as necessidades, aflições, o contexto cultural e circunstancial, o nível social e de instrução de uma comunidade
que, é explorada e trabalhada mentalmente por estes falsos profetas.

Ao que se refere à expectativa e necessidades e aflições estão relacionadas à realização de curas “milagrosas” de doenças
de origem psicossomáticas.

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Também as falsas conversões, a adesão em massa devido às experiências produzidas num show de palco, somada a
expectativa e cosmovisão pessoal e cultural que se mostre mística e supersticiosa, são arrebanhadas milhares de mentes.

Este trabalho de pesquisa se justifica porque pode agregar conhecimento a muitos pastores e principalmente estudantes de
teologia que, naturalmente copiando o sistema e ambiente que vivem pautam seu sucesso ministerial ao número de
membros, a quantidade de departamentos de sua igreja e ao tamanho do prédio, que ora venha liderar. Veem-se tentados
ao pragmatismo, ao passar despercebido um grande problema em que pessoas escolherem somente aquilo que querem
como objeto de satisfação e não por aquilo que realmente são necessidade e que, em muitos casos é antagônico ao prazer.

Este estudo também reforça a doutrina bíblica do poder do Espírito Santo no convencimento do pecado, tão necessário
para o líder religioso cristão. É assaz que o estudante tenha consciência de que técnicas humanas somente conquistarão
adeptos e não componentes de igreja de Cristo. O estudo pode aplacar a perplexidade com o sucesso daqueles que
pregam mentiras. Esta certeza é vital para quem se sente chamado para pastorear e liderar uma comunidade.

O trabalho de pesquisa foi exclusivamente bibliográfico, como exigido pela instituição, foram pesquisados vários livros de
hipnólogos consagrados, que, escreveram sobre a relação da religião com a prática hipnótica desde a antiguidade até os
dias atuais. Também outros autores da área de psicologia, religião e psicanálise, foram utilizados como fonte de pesquisa,
periódicos, matérias e trabalhos publicados na internet de domínio público.

A estrutura dos capítulos foi montada conforme o modelo disponibilizado pela instituição. O primeiro capítulo trada da
hipnose, PNL e psicanálise, demonstrando seus conceitos básicos, história e constituição.

O segundo capítulo trata da teologia da prosperidade, doutrina base de igrejas neopentecostais, onde, afirmam alguns
autores, que podem ocorrer técnicas alusivas a hipnose em algum momento. Foram abordadas as raízes do movimento, a
história, as circunstâncias históricas e culturais que contribuíram com seu sucesso e a relação desta teologia com a
expectava da no contexto pós-moderno.

E por fim o terceiro capítulo que trata relação entre a hipnose, PNL e a religião, na visão de autores especialistas em
hipnose e que denunciam essa prática mascarada nos púlpitos por líderes, ora inescrupulosos, ora desavisados. Temos
autores ateus que querem explicar os fenômenos ocorridos no meio cristão, um e outro com certo teor militante. Outros
autores cristãos que, denunciam o joio, alentando os irmãos sobre este evangelho anátema.

HIPNOSE, PNL E PSICANÁLISE BREVE DEFINIÇÃO E CONCEITOS.


A identificação do emprego de técnicas científicas em meios religiosos é o foco principal desta pesquisa. Especialistas
nestas ciências vêm identificando tais práticas e publicando suas conclusões e estudos, ora fazendo críticas diretas a
religião, ora somente explanando as aplicações e técnicas. Assim motivando uma atenção maior do leitor para que também
faça essa mesma ligação, percebendo as várias pedras de toque entre as duas áreas. Faz-se necessário uma breve
introdução sobre conceitos e definições tanto de hipnose como PNL e também a psicanálise.

Hipnose

Do grego Hypnos que significa sono sendo na mitologia grega deus do sono que era chamado Somnus pelos romanos. A
palavra hipnose foi usada pela primeira vez pelo médico escocês James Braid. (ALMEIDA e MADJAROF, 2014)

No dicionário de psicologia diz “Estado transitório de modificação da -> consciência idêntica ao do ---@ sono, provocado por
sugestão e concentração num objeto...” (MESQUITA e DUARTE, 1996, p. 110)

Para Jaime Moura

Hipnose é um estado diferenciado de consciência, alterado em comparação com os


estados ordinários de vigília e de sono, com elevada receptividade à sugestão por parte
da pessoa que nele ingressa, por si mesma ou com intervenção de outra pessoa.
(MOURA, 2013, p. 22)

Hipnose é um estado de inconsciência semelhante ao sono, que pode ser provocado por indução utilizando palavras,
toques e também a observação de objetos em movimento repetitivos.

O indivíduo hipnotizado ficará suscetível a sugestões e comandos em quanto estiver neste estado. Há também sugestões
pós-hipnóticas, onde o indivíduo fica ainda suscetível a sugestões mesmo quanto estiver em estado consciente.

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Para Antônio Almeida Carreiro, 2012, as definições de hipnose estão longe de estar esgotadas devido às inúmeras
sustentações teóricas, por ser um tema que vai além das próprias explicações. Ou seja, ninguém ainda tem uma resposta
completa, definitiva do tema.

...é imprescindível lembrar que as definições e tentativas para conceituar o hipnotismo


dependem de reflexões difíceis, passam longe de estarem concluídas. Existem inúmeras
sustentações teóricas para a compreensão da psique, mas poucas abordam esta área
temática e apresentam diferentes conceitos e várias abordagens paradigmáticas para
entender, definir, praticar a hipnose e melhor e produzir seus efeitos. (CARREIRO, 2012,
p. 13)

A hipnose foi fundamentada por várias perspectivas, conforme a época e a aplicação. As perspectivas particulares sobre a
hipnose influenciam em suas várias aplicações de suas técnicas, como por exemplo, nos shows de hipnose de palco,
também como coadjuvante em terapias psicológicas nas questões emocionais e também questões de saúde física.

O entendimento dos conceitos até então conhecidos sobre hipnose foram construídos
através de concepções teóricas fundamentadas nas mais diversas perspectivas como a
teológica, antropológica, antropogênica, etimológica, sociológica, psicológica e
neurofisiológica. (CARREIRO, 2012, p. 13)

O conceito de hipnose parece variar conforme a perspectiva de um autor ou estudioso, que se confunde com a área de
aplicação da hipnose e os resultados obtidos. O mais básico dos conceitos sem dúvida é o ato de se alterar o estado de
consciência de outra pessoa.

Estudiosos no assunto afirma que a hipnose sempre existiu, porém num sentido de “estado hipnótico”, e não uma indução
hipnótica formal. Tribos e povos primitivos utilizavam tambores e danças, ainda que inconscientemente, para induzir um
estado de transe. (PUENTES, 1999, p. 19). A origem da hipnose é desconhecida, o que estudiosos defendem é que povos
antigos como os astecas, os maias, os persas, os egípcios e os gregos utilizavam a hipnose como meio de cura.

Hipnose na história

No Egito, 300 a.C os sacerdotes induziam um transe no “Templos do Sono” a fim de cura de doenças. “Essa prática foi
exercida pelos antigos gregos e babilônios. Era também frequentemente utilizada no antigo Egito, nos templos de Isis e
Serápis, com efeitos semelhantes aos do hipnotismo.” (NETTO, 1994, p. 283)

No século XI Avicena (Abu Ali al-Husayn ibn Sina, 980 – 1037), sábio, filósofo e médico iraniano, acreditava que a
imaginação era responsável capaz de adoecer e de curar pessoas. No campo da hipnose, Avicena afirmava ser possível
atuar fisiologicamente por meio da imaginação, da palavra, da vontade e da persuasão. (CARREIRO, 2012, p. 74)

Do século XVIII em diante:

Franz Anton Mesmer (1734-1815), considerado o pai da fase científica da hipnose, ele acreditava que as curas eram
produzidas pela redistribuição de algum tipo de fluido cósmico, em que nominou de magnetismo animal.

usou os princípios da energia vital de um modo extremamente dramático para


desenvolver o mesmerismo e chegar a “descoberta” da hipnose. [...] Mesmer acreditava
que uma força vital, a que deu o nome de magnetismo animal, se manifestava através da
natureza. (SABETTI, 1986, p. 48)

A utilização de forma sistemática da hipnose iniciou-se com Mesmer, defendia que o magnetismo tinha o poder de cura.
Argumentava que se os mares sofriam uma influência da Lua, também poderia influir nos fluídos do corpo, como acontece
com cabelos e unhas. (PUENTES, 1999, p. 31)

James Braid (1795-1860) médico escocês elaborou, pela primeira vez, um trabalho científico, sobre o fenômeno do sono
provocado por um magnetizador.
Braid conclui que nem o magnetismo dos ímãs poderia induzir a um estado hipnótico e a consequência das curas.
(CARREIRO, 2012, p.113). “Hypnos” que em grego significa sono. Braid utilizou essa palavra para definir a natureza do
estado hipnótico, refutando os fluidos magnéticos vindos dos olhos e das mãos magnetizador. (PUENTES, 1999, p. 33)
Braid, oculista, acreditava que a fixação do olhar num ponto luminoso produzia um estado hipnótico, pois cansava os
músculos ao redor dos olhos.

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Liébaut (1823-1940) com sua teoria do sono hipnótico era idêntico ao sono natural, ou seja, era somente psicológica. Algust
Liébaut com Hippolyte Bernheim (1837-1919) publicaram o primeiro livro que se conhece sobre hipnose, também foram os
primeiros a defender a hipnose como normal. (PUENTES, 1999, p. 33). Fundadores da escola de Nancy. Trataram mais de
12 mil pacientes com hipnose e atraíram grandes nomes, como Freud. Muitos historiadores conferem a Liebeault a
paternidade do hipnotismo médico. (CARREIRO, 2012, p. 123) Em Nancy atendiam num clínica, seus resultados atraíram
autoridades no assunto. Liébeaut defendia a interferência no físico pelo psíquico, e deu início a hipnose como tratamento
médico.

Charcot (1825-1893) um famoso neurologista francês, “lecionava aulas no hospital La Salpetrière, em Paris, que explicou
ser a hipnose um estado de histeria e a categorizou como uma atividade neurológica anormal.” (PUENTES, 1999, p. 33).
Seus ajudantes hipnotizavam aos doentes utilizando as técnicas aprendidas do marquês de Puyfontaine. Os doentes, que
viviam violentas crises, em muitos casos, os sintomas desapareciam. Charcot utilizava toques em determinados pontos do
corpo. Com o polegar no centro da testa (Toque de Charcot). No couro cabeludo, o toque, friccionando os dedos para
relaxar o paciente. (CARREIRO, 2012, p. 138). Charcot também utilizava a hipnose como tratamento terapêutico. O toque
em determinadas partes de corpo era sua característica.

Sigmund Freud (1856-1939) aluno de Charcot. Tempos depois abandonou a utilização da hipnose. Contudo, teve como
base seu método de associação livre, técnica que fundamenta a prática psicanalítica. Freud afirmava rejeitar o hipnotismo e
a hipno-análise como terapia, pelo fato de que um número muito pequeno de pessoas entrava em hipnose profunda e que
os sintomas retornavam quando a relação entre o paciente e o terapeuta era abalada (CARREIRO, 2012, p. 145).

Pierre Janet (1859-1974) era diretor do Hospital Salpétriére, Janet estudou a influência das emoções nas disfunções
orgânicas e um dos fundadores da medicina psicossomática. No entanto, Janet defendia que a hipnose não poderia curar a
origem das doenças. “Pierre Janet (1859-1947) sucessor de Charcot, deu uma importante contribuição para a teoria da
dissociação como uma explicação para o processo hipnótico.” (CARVALHO (ORG), LODUCA, et al., 1999, p. 226)

Coué (1857-1926), farmacêutico e psicólogo, estudou os trabalhos de Liebeault. Mais tarde a deixou hipnose e utilizou
somente a sugestão. “a eficácia de um medicamento é ligada muito menos à sua ação intrínseca do que a confiança que o
doente lhe dedica.” (LERÈDE, 1985, p. 76). Coué percebeu que os medicamentos eram muito mais eficientes se os
pacientes acreditassem profundamente em eficácia. O médico ao prescrever um medicamento, deve, a ponto de confirmar
um efeito placebo. (CARREIRO, 2012, p. 181)

Johannes Heinrich Shultz (1884-1962) era alemão, psiquiatra freudiano, pesquisou a relação entre a mente e o
relaxamento. Elaborou um método de auto hipnose reconhecido como o Treinamento Autógeno de Schultz. (LIPP, 1997, p.
41)

Iwan Petrowitch Pavlov (1849-1936) inicia uma nova fase nos estudos da hipnose, dedicado à pesquisa científica, encara a
hipnose com uma visão puramente científica, um fenômeno neurofisiológico, assim definindo como “Escola Russa”.
(CARREIRO, 2012, p. 174)

Milton Erickson (1901-1980) fundador da Sociedade Americana de Hipnose Clínica. Erickson criou várias técnicas
modernas de indução, utilizava anedotas e metáforas para facilitar a hipnose. Criativo, suas técnicas são a base de muitos
procedimentos, princípios e técnicas terapêuticas da atualidade, a conhecida PNL, Programação Neurolinguística.
(FONTES, 2013, p. 60)

Programação Neurolinguística

A Programação Neurolinguística, também chamada de PNL, como definição mais básica é a reprogramação de nossa
mente inconsciente, substituindo hábitos, valores, fobias indesejáveis por conceitos úteis e positivos. A PNL é fascinante
para os que se utilizaram de seus benefícios, conscientemente, o fato de um indivíduo se “livrar” de um trauma, ou um
bloqueio pode fazer toda a diferença em sua vida. Aplicada como terapia nas áreas pessoais e profissionais vem fazendo
muito sucesso na área empresarial. A intenção é superar os bloqueios psicológicos alojados na mente inconsciente e que
mascaram as potencialidades e talentos.

Segundo Antônio Carreiro, a PNL é definida como “um conjunto de técnicas de comunicação verbais e não verbais que
levam o indivíduo a uma maior harmonia com o meio e consigo mesmo.” (CARREIRO, 2012, p. 190) Uma definição mais
ampliada de CONNOR e SEYMOUR define a PNL, como ciência, mais também como arte. Foca no método e na obtenção
dos resultados, definindo o processo como “modelagem”.

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A Programação Neurolinguística é a arte e a ciência da excelência, ou seja, das


qualidades pessoais. É arte porque cada pessoa imprime sua personalidade e seu estilo
àquilo que faz, algo que jamais pode ser apreendido através de palavras ou técnicas. E é
ciência porque utiliza um método e um processo para determinar os padrões que as
pessoas usam para obter resultados excepcionais naquilo que fazem. Este processo
chama-se modelagem, e os padrões, habilidades e técnicas descobertas através dele
estão sendo cada vez mais usados em terapia, no campo da educacional e profissional,
para criar um nível de comunicação mais eficaz, um melhor desenvolvimento pessoal e
uma aprendizagem mais rápida. (O' CONNOR e SEYMOUR, 1995, p. 11)

A Programação Neurolinguística é uma ferramenta prática que cria os resultados que queremos obter. É uma análise do
que diferencia um resultado excepcional de um resultado apenas médio. Por outro lado, apresenta uma série de técnicas
extremamente eficazes que podem ser usadas no campo da educação, da terapia, e no mundo profissional. Seguindo um
raciocínio semelhante, Andreas e Faulkner, 1995 fazem uma lista definindo e que ao mesmo tempo faz apologia a
Programação Neurolinguística:

PNL é o estudo da excelência humana. PNL é a capacidade de dar o melhor de si


mesmo com mais frequência. PNL é o método prático e eficaz para realizar uma
mudança pessoal. PNL é a nova tecnologia de sucesso. PNL é a sigla para Programação
Neurolinguística.[…] Neuro refere-se ao nosso sistema nervoso, aos caminhos mentais
dos nossos cinco sentidos de visão audição, tato, paladar e olfato. Linguística refere-se à
nossa capacidade de usar uma linguagem e à forma como determinadas palavras e
frases refletem nossos mundos mentais. Linguística refere-se também à nossa
“linguagem silenciosa” de atitudes, gestos e hábitos que revelam nossos estilos de
pensamento, crenças e outras coisas mais. Programação veio da informática, para
sugerir que nossos pensamentos, sentimentos e ações são simplesmente programas
habituais que podem ser mudados pelo upgrade do nosso “software mental”. (ANDREAS
e FAULKNER, 1995)

A PNL é vista como uma ferramenta que auxilia moldar a excelência humana, trazer a tona os reais e mais excelentes
talentos no “fundo do baú” do inconsciente, presos e escondidos pelos bloqueios e traumas. Não só descobrir o uma
habilidade natural em fazer algo muito bem, e o talento mais importante de todos que distingue a raça humana das outras
espécies que é a aprendizagem e aperfeiçoamento em algo que julga não possuir um talento natural.

A chave está em identificar a essência de sua habilidade,[...]. Em PNL, essa essência


chama-se modelo. Quando se aplica esse mesmo principio à PNL, ele se estende a
todos os aspectos das experiências de uma pessoa. Você pode querer melhorar os seus
relacionamentos, eliminar uma ansiedade, ou se tornar mais competitivo no mercado.
(ANDREAS e FAULKNER, 1995)

A excelência por si mesmo, descobrindo as próprias capacidades e anexando mais e melhores denota o caráter
antropocêntrico da PNL. O que tem dentro da nossa mente pode ser “mexido” e regulado como um motor que não está em
sua capacidade plena, tudo já está pronto, é só fazer os ajustes, todo o “poder” então, segundo os defensores da PNL,
emana da nossa mente.

Luiz Carlos Aparício, pastor e professor, em sua matéria publicada no site Instituto Cristão de Pesquisas o ICP, aborda o
assunto com um tom crítico, apontando o viés humanista da PNL.

Uma técnica utilizada por profissionais de autoajuda que visa levar o individuo a confiar
no poder de suas próprias palavras, como fonte motivadora de transformação pessoal,
adquirindo, assim, valores positivos que determinarão o sucesso em todas as áreas da
vida: emocional, profissional, financeira, etc. É assim que a Programação
Neurolinguística se define. No Brasil, no campo da PNL, o dr. Lair Ribeiro é a figura mais
destacada. A filosofia subjacente a essa técnica é a de que o homem é aquilo que ele
pensa. Nisto está imbuída a ideia de autossuficiência. A PNL utiliza basicamente as
técnicas de Visualização, Meditação, Intuição, Hipnose ou regressão hipnótica e
Confissão Positiva; todas essas “técnicas” são utilizadas em conjunto. (APARÍCIO)

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É atribuído ao homem uma autossuficiência, um poder, ou capacidade extraordinária que estão em constante descoberta.
Segundo o autor, a PNL não serve somente como autoajuda, mais também para descartar Deus.

Breve História da PNL

A Programação Neurolinguística teve seu início na década de 1970, mais especificamente em Santa Cruz, Califórnia, 1972.
(ANDREAS e FAULKNER, 1995 ), Richard Bandler e John Grinder, juntos pesquisaram três grandes terapeutas Fritz Perls,
psicoterapeuta fundador da escola terapêutica Gestalt; Virgínia Satir, terapeuta na área de família e Milton Erickson, um
hipnoterapeuta reconhecido mundialmente.

“Bandler e Grinder reelaboraram esses padrões e criaram um modelo de estilo claro,


capaz de proporcionar uma comunicação mais eficaz, uma mudança pessoal, uma
aprendizagem mais rápida e, evidentemente, uma melhor maneira de usufruir a vida.” (O'
CONNOR e SEYMOUR, 1995, p. 20)

Blander e Grinder queriam fazer um modelo único de terapia e que pudessem treinar outras pessoas com uma
comunicação melhorada, promovendo uma mudança pessoal. Neste modelo, é perceptível a identificação com a hipnose,
pelos conceitos, a manipulação do inconsciente.

Psicanálise

A psicanálise será brevemente abordada por conta da sua relação história e constitutiva com a hipnose e também com o
objeto principal de estudo, o aparelho psíquico humano principalmente na parte inconsciente. Também se justifica pelo fato
de que atualmente muitos pastores lançam mão da psicanálise em seu dia a dia.

Início da psicanálise e sua relação intrínseca com a hipnose.

A psicanálise foi desenvolvida por Sigmund Freud, com base, decisivamente, nos trabalhos de Josef Breuer que utilizava a
hipnose como meio terapêutico nos casos de histeria. (FREUD, 2006, p. 217) O objetivo era tratar doenças nervosas, que
até então impossíveis de se tratar com a medicina. Os primórdios da psicanálise são então os estudos sobre histeria de
Breuer e Freud.

A psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início tinha apenas um único
objetivo – o de compreender algo da natureza daquilo que era conhecido como doenças
nervosas ‘funcionais’, com vistas a superar a impotência que até então caracterizara seu
tratamento médico. (FREUD, 2006, p. 215)

A psicanálise definida como uma tentativa de estudo do inconsciente e a hipnose, como ferramenta de acesso a esta parte
da psique faz então a relação direta da hipnose com a psicanálise, sendo a hipnose como ferramenta naquele momento. A
hipnose foi de suma importância nos estudos sobre a neurose e histeria, assim contribuindo para a psicanálise. Assim
define Freud: “Tanto de um ponto de vista teórico quanto terapêutico a psicanálise teve às suas ordens um legado que
herdou do hipnotismo.” (FREUD, 2006, p. 216) A psicanálise começa com a hipnose como método e ferramenta, até ser
substituída pela ‘associação livre’.

As primeiras tentativas de tratamento por psicanálise foram executadas com a ajuda o hipnotismo, abandonado este
método e no lugar foi executado com a ‘associação livre’, sendo que o paciente permanecia em seu estado normal.
(FREUD, 1996, p. 226) Freud, utilizando o método catártico de Breuer, elabora um tratamento terapêutico que propõe definir
como “psicanálise”. Este fato também indica como Freud propõe a psicanálise. “Baseando-me no método catártico
introduzido por Josef Breuer, elaborei quase completamente, nos últimos anos, um processo terapêutico que proponho
descrever como psicanálise”. (FREUD, 2006)

Esta proposta, psicanálise, se firma definitivamente quando Freud abandona a hipnose e adota a associação livre. Freud se
empenha em aperfeiçoar as contribuições deixadas por Breuer deixando a hipnose por não ter sucesso na indução em
número satisfatório de casos e insatisfeito com os resultados daqueles que a indução era feita com sucesso.

Logo após a publicação de Estudos sobre a Histeria, a associação entre Breuer e Freud
terminou. Breuer, que na realidade era consultor em medicina interna, abandonou o
tratamento de pacientes nervosos e Freud dedicou-se ao aperfeiçoamento ulterior do

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instrumento que lhe deixara seu colaborador mais idoso. As novidades técnicas que
introduziu e as descobertas que efetuou transformaram o método catártico em
psicanálise. O passo mais momentoso foi sem dúvida sua determinação de passar sem a
assistência da hipnose em seu procedimento técnico. Procedeu assim por duas razões:
em primeiro lugar porque, apesar de um curso de instrução com Bernheim em Nancy, ele
não conseguia induzir a hipnose em um número suficiente de casos, e, em segundo,
porque estava insatisfeito com os resultados terapêuticos da catarse baseada na
hipnose. É verdade que esses resultados eram notáveis e apareciam após um tratamento
de curta duração, porém demonstravam não serem permanentes e dependerem demais
das relações pessoais do paciente com o médico. O abandono da hipnose causou uma
brecha no curso do desenvolvimento do procedimento até então e significou um novo
começo. A hipnose, contudo, desempenhara o serviço de restituir à lembrança do
paciente aquilo que ele havia esquecido. Era necessário encontrar alguma outra técnica
para substituí-la e a Freud ocorreu a ideia de colocar em seu lugar o método da
‘associação livre’. Isso equivale a dizer que ele fazia seus pacientes assumirem o
compromisso de se absterem de qualquer reflexão consciente e se abandonarem em um
estado de tranquila concentração, para seguir as ideias que espontaneamente
(involuntariamente) lhe ocorressem - ‘a escumarem a superfície de suas consciências’.
Deveriam comunicar essas ideias ao médico, mesmo que sentissem objeções em fazê-
lo; por exemplo, se os pensamentos parecessem desagradáveis, insensatos, muito sem
importância ou irrelevantes demais. (FREUD, 2006, p. 219)

Com a insatisfação de Freud com a hipnose, decide então utilizar a associação livre que inaugura definitivamente a
psicanálise. Antes com a hipnose o paciente era induzido a um transe, agora, motivado a falar de modo consciente.

A psicanálise e religião

Atualmente não são poucos os pastores e líderes que optam por formação em psicologia e psicanálise com o intuito de
agregar conhecimento e melhorar a comunicação e a compreensão com seus liderados. Na obra de Freud, especificamente
no volume XII das obras completas de Freud, é citado o Dr Oskar Pfister, pastor e educador que foi amigo íntimo de Freud,
sendo este um dos primeiros leigos a praticar a psicanálise na área de educação. (FREUD, 1996, p. 356) O assunto trata de
uma introdução do método psicanalítico descrito por Pfister na área da educação e aconselhamento.

Pfister defendia como uma religiosidade ligada ao medo e a angústia afetaria o indivíduo no mais profundo do seu
inconsciente, e este tipo de religiosidade é doentia. A questão pastoral tratava somente do consciente enquanto o
verdadeiro inimigo pode estar alojado no mais íntimo inconsciente, sendo necessária uma substituição deste medo e
angústia doentios pelo poder do amor de Deus. (MORANO, 2008, p. 74)

Apesar da boa intenção de Pfister, os elogios de Frued e Jung a este pastor, contidos na obra de Morano, é necessário uma
análise mais profunda, de sua história, e cosmovisão. Era um teólogo liberal, teologia esta vista com reservas por alguns
teólogos de um conceito mais tradicional. Isto, porém, não impediu que amasse as pessoas e este testemunho fosse
registrado.

O pr Emílio De Souza Viana, em um artigo publicado no site SolaScriptura, faz uma crítica direta a utilização da psicologia
por pastores, principalmente no aconselhamento. Advoga que as ovelhas não devem ser auxiliadas por teorias humanistas
e que a Bíblia é suficiente. (VIANA)

Outras questões e outras dúvidas pairam sobre o assunto que foge para longe da delimitação deste trabalho. Porém são
interligadas pela hipnose que ao mesmo tempo é a hipótese do problema proposto e também prática nos primórdios da
psicanálise.

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
A teologia da prosperidade é um movimento que prega que só é abençoado por Deus aquele que prospera na vida, essa
prosperidade é focada exclusivamente na área financeira, onde parte todas as outras "bênçãos". Essa teologia responde
um anseio da sociedade hodierna e individualista que vê no setor financeiro como espinha dorsal de prosperidade pessoal.
É buscar em primeiro lugar o dinheiro e todas as outras coisas serão realizadas.

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Teologia da prosperidade é uma doutrina religiosa cristã que defende que a bênção
financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, o discurso positivo e as
doações para os ministérios cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do fiel.
Baseada em interpretações não tradicionais da Bíblia, a doutrina interpreta a Bíblia com
um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em Deus, ele irá
cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Reconhecer tais promessas como
verdadeiras é percebido como um ato de fé, o que Deus irá honrar. (DUARTE e AUZIER,
2016, p. 8)

A interpretação de só é abençoado por Deus quem tem dinheiro, quem é bem sucedido segundo o conceito puramente
materialista. Para tanto, é necessário que o fiel contribua com a instituição. Ferrari, 2012, afirma que o neopentecostalismo
tem sua base ideológica nessa teologia, e que os crentes desta religião são incentivados a ser dizimistas e bons
colaboradores, assim serão merecedores das bênçãos almejadas. (FERRARI, 2012, p. 47).

O conceito verdadeiro de cristianismo, amor a Deus e ao próximo, não é sequer ventilado, só a busca de uma forma mágica
para resolver problemas humanos e satisfazer desejos quase sempre materiais. Nossa sociedade de consumo, enfatizando
no ter e não no ser, e quando o "ser" está ligado à distorção da vaidade, fomenta essa teologia.

Líderes, percebendo este anseio de dinheiro e fama, e também, muitos outros sofrem pela impossibilidade de satisfazer as
necessidades mais básicas, são presas fáceis destes lobos. Como presas fáceis, as pessoas também tem sua parcela de
culpa. Pessoas egoístas aderem com facilidade à teologia da prosperidade, sua religiosidade é fria, distante e baseada na
barganha com a divindade. (PINTO, 2015).

Não há espaço para caridade e amor ao próximo, um deus individualista, assim como é a sociedade hodierna. Libanio
aponta esta teologia da prosperidade de igrejas moldadas ao sistema neoliberal, afirma:

É uma teologia feita sob medida para alimentar igrejas que sustentam o sistema
neoliberal. Evidentemente nessa religião não cabem práticas de solidariedade, de opção
pelos pobres. É uma religião tipicamente materialista. (LIBANIO, 2002).

Neste sentido a adesão à teologia da prosperidade deve-se principalmente a expectativa, cultura, visão de mundo, religião
de um povo, e a habilidade de “pastores” em saber identificar estas expectativas. Assim tais líderes adaptam seu discurso
às expectativas, cultura, ignorância, necessidades do povo, arrebanhando multidões de pessoas e arrecadando montanhas
de dinheiro, sem nenhuma preocupação com as almas que enganam.

Para Ferrari, 2012 “as novas religiões ou movimentos místicos tem levado em conta os desejos aguçados pelo mercado
consumista e a variedade de ofertas de bem estar individual”. (FERRARI, 2012, p. 9) Pessoas oportunistas, que se dizem
pastores, enxergam não um campo missionário e sim como nicho de mercado, onde são ofertadas soluções miraculosas
para problemas terrenos que satisfaçam as necessidades mais básicas progredindo até o mais absurdo supérfluo encapado
como bênçãos de Jesus.

Deus é colocando-o como um deus que faz acepção de pessoas, privilegiando somente aqueles que contribuem na igreja.
“A teologia da prosperidade distorce o caráter de Deus […] As escrituras revelam a Deus como alguém imparcial em seu
trato com os seres humanos, que é misericordioso e justo inclusive para com aqueles que não o amam.” (GROGER e
FOLLIS, 2013, p. 58)

Neste sentido, a distorção do caráter de Deus é blasfêmia. Romeiro, 1995, afirma que não há problema com a
prosperidade, a busca por riquezas não é errado enquanto a vida é mais importante a ponto da riqueza ser deixada de lado
em prol do próximo, o problema reside na teologia que é empregada, “que contém doutrinas heréticas no seu bojo,
chegando às raias da blasfêmia.” (ROMEIRO, 1995, p. 33).

Blasfemando e distorcendo o caráter de Deus, na teologia da prosperidade, distorce também bíblia, Aquino, 2015, afirma:

Com uma cosmovisão diferente da perspectiva do evangelho, a teologia da prosperidade


distorce textos bíblicos para fundamentar suas doutrinas, abandona os princípios
apostólicos e elementos importantes da Reforma Protestante. (AQUINO, 2015)

Buscando justificar e fundamentar uma ideologia, se modifica o sentido e o entendimento das escrituras, fazendo então uma
releitura a qual possa se encaixar naquilo que se almeja pregar. Logo a distorção das escrituras também é distorção do
caráter de Deus, conforme as heresias contidas na teologia da prosperidade é blasfêmia contra Deus.

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As Raízes da Teologia da Prosperidade

As raízes da teologia da prosperidade remontam o século XIX, com o pregador Essek William Kenyon, pregador com
conhecimento teológico precário, foi pastor de várias igrejas pentecostais. (XAVIER, 2009, p. 123)

Jaime Moura (2013) também expõe o início da teologia da prosperidade:

O principal idealizador da teologia da prosperidade no meio protestante foi Essek W.


Kenyon, que se destacou nas décadas de 30 e 40. Ele foi influenciado pela Ciência da
Mente, Ciência Cristã e pela Metafísica do  Novo Pensamento. Aproveitando-se dos
conceitos de Mary B. Eddy, ele empenhou-se em pregar a salvação e a cura em Jesus
Cristo. Dava ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade, além de
aplicar a técnica do poder do pensamento positivo. Se Essek Willian foi o principal
idealizador da "teologia da prosperidade", coube a Kenneth Hagin a sua divulgação
maciça por todo o mundo. [...] Com Hagin temos a configuração do falso ensino da
"palavra da fé", conceito tão importante que é o próprio título da principal revista do
ministério criado por Hagin, num desenvolvimento das teses apresentadas por Kenyon.
Reside aqui a ideia da "confissão positiva", ou seja, com dizia Kenyon, "o que eu
confesso, eu possuo". (MOURA, 2013, p. 129).

O autor deixa bem claro na citação acima que a teologia de prosperidade é falsa, anátema, blasfêmia, o autor expõe suas
origens ideológicas e heréticas oriundas do gnosticismo em contrariedades de pontos fundamentais dos evangelhos, seus
desdobramentos, e a propagação dessa doutrina trouxe consequências danosas para contexto evangélico até os dias
atuais.

Kenyon foi influenciado por seitas gnósticas como Ciência Cristã, Novo Pensamento e Ciência da Mente. Tais ensinamentos
defendem que pelo poder da mente e que tudo que dissermos se realizará. (HANEGRAAFF, 1996, p. 27-36)

A teologia da prosperidade teve influência do gnosticismo, com também a confissão positiva. “A ideologia segue a confissão
positiva que tem suas origens numa antiga heresia conhecida como gnosticismo.” (MOURA, 2013, p. 128)

No Brasil a teologia da prosperidade tem seu início nos anos 70, na chamada terceira onda do pentecostalismo. As
principais instituições que operam e defendem este tipo de teologia são as mais famosas e ricas algumas delas: Igreja
Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça, Sara Nossa Terra, Adhonep, Igreja Mundial do Poder de Deus,
Comunidade Evangélica, Renascer. (MARIANO, 2005, p. 157) Rodrigo Bibo de Aquino, também dá sua contribuição no
estudo e publicação das origens da teologia da prosperidade:

O que hoje nós chamamos de Teologia da Prosperidade (TP a partir daqui) é, na


verdade, um mosaico de movimentos de cura, prosperidade e poder da fé, oriundo dos
EUA na década de 1940. Mas é importante ressaltar que antes mesmo da década
supracitada, já havia pregadores que tinham como ênfase ministerial a cura divina e a
libertação, como Essek William Kenyon, A. B. Simpson, Aimee Semple McPherson, Oral
Roberts, só para citar alguns. Porém, foi somente a partir dos anos 1970 que a TP
ganhou visibilidade e atingiu vários movimentos cristãos, (AQUINO, 2015)

Os fundamentos que deram início a teologia da prosperidade não tem origem bíblica, quanto de origem em seitas heréticas
que tem foco num suposto poder humano. São procedimentos exclusivamente psicológicos que em nada tem haver com o
modo de Deus, ainda que sob Sua permissão.

Confissão Positiva

É importante a observação que a confissão positiva é uma das principais ferramentas da teologia da prosperidade, em que
sempre foram interdependentes, desde seu início com Kenyon, o qual exerceu grande influência nessa prática. Com origem
nos Estados Unidos entre os anos 1920 e 1940, nasce em seitas esotéricas, com ênfase em curas, prosperidade. Somente
nos anos 70 foi constituído como movimento doutrinário. Porém os ensinos de Oral Roberts são considerados o pontapé
inicial da teologia da prosperidade. (MARIANO, 2005)

Kenneth Hagin, pastor e professor, foi o grande difusor da confissão positiva iniciada por Kenyon, a sua pregação tinha
origem nos relatos de suas visões de Jesus e não existia uma exegese bíblica e com proximidade de práticas
espiritualistas. (AQUINO, 2015)

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No Brasil, a confissão positiva, chega aos anos 80, difundido inicialmente por Rex Humbard, depois por Benny Hinn, entre
outros, através de conferências promovidas pela ADHONEP, Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno.
Muitos pastores e pregadores brasileiros abraçaram essa teologia. (CAVALCANTE, 2015, p. 46)

Em relação ao Brasil, sobre a confissão positiva ROMEIRO, afirma:

O movimento da fé tem encontrado uma formidável guarida entre os brasileiros. Algumas


igrejas já foram estabelecidas em diferentes lugares, como a Igreja do Verbo da Vida, em
Guarulhos, São Paulo, a Comunidade Rema no Morro Grande, também em São Paulo
(não há ligação entre esta igreja e a de Guarulhos) e a Igreja Verbo Vivo, em Belo
Horizonte. Diversos outros líderes, igrejas e organizações estão aderindo aos ensinos da
confissão positiva sem fazer uma avaliação bíblica adequada de sua proposta. Em
muitos lugares, até mesmo pastores de igrejas evangélicas tradicionais aconselham seus
membros a ler os livros do movimento, que são vendidos aos montes nas livrarias
evangélicas. (ROMEIRO, 1993, p. 18)

Essa prática se disseminou no Brasil e ainda sobrevivem em novos nomes, formatos, por mais que tenha sido criticado e
rejeitado, há ainda muitas pessoas desinformadas que engolem a ideologia deste movimento, por desconhecer sua origem
e os fundamentos de suas práticas.

A confissão positiva prega que o cristão atual obediente não deve ter doenças e nem ser pobre, caso contrário, denota-se
uma falta de fé ou não faz reivindicações a Deus. José Hilário da Silva Filho, embasado em sua pesquisa, faz uma lista
interessante sobre atitudes que o crente deve tomar para alcançar as bênçãos de “direito”.

a) “Diga a coisa” positiva ou negativamente, tudo depende do indivíduo. “De acordo com
o indivíduo quiser ele receberá”. Essa é a essência da confissão positiva. b) “Faça a
coisa”. “Seus atos derrotam-no ou lhe dão vitória. De acordo com sua ação, você será
impedido ou receberá”. c) “Receba a Coisa”. “Compete a nós a conexão com o dínamo
do céu”. A fé é o pino da tomada. Basta conectá-lo. d) “Conte a coisa a fim de que outros
também possam crer”. Para fazer a “confissão positiva”, o cristão deve usar as
expressões: exijo, decreto, declaro, determino, reivindico, em lugar de dizer: peço, rogo,
suplico; jamais dizer: “se for da tua vontade”, pois isto destrói fé. (FILHO, 2013, p. 86)

Há uma sequencia de pensamento: diga, faça, receba e conte. Jamais com humildade e reverência e sim como por
imposição, como se fosse direito celestial e não favor imerecido. Porém é preciso reconhecer que é muito positivo pensar
positivo, no entanto o pano de fundo é, na medida das paixões humanas, colocar o homem como figura central, e colocando
Jesus e seu sacrifício a serviço crente. A confissão positiva tira a centralidade de Cristo, substitui o teocentrismo,
cristocentrismo pelo antropocentrismo.

Igreja Empresarial, Pastor Profissional

A cultura e cosmovisão de um povo influenciará diretamente sua relação com o outro e com todas as áreas da própria vida.
No campo religioso, a tendência é formar uma comunidade que se identifique com a cultura, a religião então se adapta a
cultura e se transforma quando há transformações nas expectativas pessoais.

Teixeira e Menezes, com uma visão mais sociológica do que individual destacam como as igrejas utilizaram a teologia da
prosperidade para se atualizarem, pois a inclusão social, agora, é de consumo e não somente de trabalho.

A teologia da prosperidade atualizou o pentecostalismo, recriando nos novos tempos da


economia. A religião justificando a inclusão. As igrejas mais atualizadas puseram fim
inclusive a antigas restrições a muitas formas de lazer, de se divertir, de se vestir e se
comportar em público. É preciso gastar sem culpa. Ficando muito mais palpáveis para
conversos potenciais, sobretudo os mais pobres e apartados do mercado consumidor,
que podem agora ver na religião um arrimo ideológico para melhorar de vida, ao menos
uma promessa divina para se acreditar. (TEIXEIRA e MENEZES, 2013)

Para acompanhar as novas tendências sociais, e flexibilizando as próprias doutrinas ao “gosto do freguês” pós-moderno, a
igreja se molda aos novos tempos. No afã de não “ficar para trás” e reunir a maior quantidade de pessoas e manter as
instituições ocorrem às adaptações através dos tempos e circunstâncias, interpretando a Palavra segundo o mundo e não o

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mundo segundo a Palavra. Esta tendência de relativismo sobre uma crença tem sua influencia no contexto social
secularizado.

Ricardo Mariano, em sua matéria publicada no periódico Civitas, explana os efeitos da secularização do estado sobre as
igrejas pentecostais. A separação do estado e igreja promove liberdade religiosa e uma pluralidade maior de religiões, já
que, o Estado garante legalmente que os indivíduos escolham sua fé. Mariano Afirma:

Com a secularização do Estado, o fim do monopólio e a garantia estatal da liberdade e


tolerância religiosas, ocorrem o aumento do número de agentes e grupos religiosos e a
diversificação da oferta de produtos e serviços religiosos. ( MARIANO, 2013, p. 114).

No Brasil em específico, o resultado é a crescente aparecimento de mais e mais instituições religiosas, aproveitando a
cultura mística do povo brasileiro em conjunto com as dificuldades enfrentadas. As instituições religiosas cada vez mais
tomam corpo empresarial. Mariano continua:

no afã de superar a concorrência religiosa e de atingir metas evangelísticas as mais


ambiciosas, vêm perseguindo essa lógica. Algo que pode ser observado já na adoção
que, nas últimas décadas, elas vêm fazendo de um modelo de organização e gestão
denominacional de molde empresarial, cujo efeito é acentuar ainda mais a concentração
e verticalização do poder eclesiástico e a centralização administrativa e financeira.
Organização e gestão pouco compatíveis com governos eclesiásticos congregacionais,
que, além de descentralizados e, em teoria, democráticos, costumam facultar grande
autonomia religiosa e administrativa às lideranças e comunidades locais. (MARIANO,
2003)

Tal postura irá influenciar diretamente as funções dos líderes, pastores são obrigados a cumprir metas de arrecadação, nas
suas pregações, modificam o texto bíblico retirando-o do contexto, para conseguir tão somente, justificar os pedidos de
maiores ofertas. "Há pastores que transforma o púlpito numa praça de negócios, e os crentes em consumidores". (MOURA,
2013, p. 131)

É notório como se procede a um negócio lucrativo em formato de uma entidade que, por lei, seria uma azienda filantrópica,
a fé, em seu sentido mais amplo de religiosidade, é utilizada como mais um negócio.

Indiscutivelmente o segmento Neopentecostal, incorporando métodos de publicidade e


de marketing, acabou assimilando a lógica da operação e da expansão encontrada no
mundo empresarial, estando perfeitamente conectada com os valores do mercado.
(CAVALCANTE, 2000)

Os cristãos deixam de lado a fé bíblica, e se moldam uma ideologia a imagem e semelhança do próprio coração. Chamam
isso de fé e cristianismo, coisas estas que nunca existiram no discurso de Atos.

Narcisismo e Hedonismo

Narcisismo deriva de Narciso, personagem da mitologia grega que amava a própria imagem. A palavra significa vaidade e
insensibilidade, o amor a si próprio em exagero. Na psicanálise o conceito é o mesmo, amor exagerado em si mesmo,
porém com conotação sexual. O Minidicionário Soares Amora, define: “1 Estado em que a libido é dirigida ao próprio ego; 2
amor excessivo a si mesmo.” (AMORA, 2003, p. 480)

Hedonismo, segundo o mesmo dicionário, é “Sistema que estabelece o prazer como objeto principal da vida.” (AMORA,
2003, p. 358)

A essa afirmação de AMORA, podemos inferir que se o prazer é o objetivo principal da vida, isso pode influenciar nossas
decisões em prol do prazer, prazer a qualquer custo, promovendo então, egoísmo e indiferença nos relacionamentos de
qualquer nível.

Moura, 2013, afirma que a teologia da prosperidade tem gerado muitos narcisos, pessoas egoístas, indiferentes:

A teologia da prosperidade tem gerado inúmeros cristãos narcisistas, isto é, pessoas que
só pensam em si e nunca nos outros; são pessoas egoístas. Paulo nos instrui a nos
resguardar contra qualquer forma de egoísmo, preconceito ou ciúme que podem levar à
dissensão. […] Outra consequência maligna que a teologia da prosperidade tem gerado

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nos corações daqueles que cristão dizem ser é o hedonismo, isto é, a busca exacerbada
e incessante pelo prazer. (MOURA, 2013, p. 132)

Ainda que possa ser verdade, a teologia da prosperidade não gera egoístas, ela só os concentra, conforma e apoia, devido
ao discurso antropocêntrico. O discurso da teologia da prosperidade expõe o egoísmo e alivia suas consciências.

Seguindo esta linha, Branco 2013 faz uma dura crítica ao evangelho da prosperidade por conta da valorização do prazer,
que chama de “hedonismo desenfreado”. Afirma que o antropocentrismo é uma consequência do relativismo.

o homem passou a ser o padrão pelo qual todas as coisas são medidas. Sendo assim,
todas as coisas devem convergir para o homem e a partir dele. O efeito disso pode ser
claramente sentido na igreja, as músicas que deveriam falar de Deus e da sua obra,
falam do homem e suas ambições por uma vida confortável, segura, sem dor, sem
traumas e cada vez mais feliz, um verdadeiro hedonismo desenfreado. O mesmo se
repete nos púlpitos, de onde desapareceu a pregação com o modelo reformado.
(BRANCO, 2013, p. 133)

Uma leitura rápida e isolada pode levar a entender que o autor desaprova a felicidade e conforto, porém o contexto é de
que alguém que passa aos limites na importância que dá as coisas que ama. A palavra hedonismo já traz uma carga de
culto ao prazer ou prazer em exagero, o autor acrescenta ainda a palavra “desenfreada”, ou seja, busca do prazer em
exagero sem parar. Assim esse relativismo pós-moderno pode trazer tal distorção de busca por prazer.

Sem consciência do que significam estas palavras, e sem consciência das próprias imperfeições muitos, ditos cristãos,
procuram adequar seu egoísmo e busca de prazer com aquilo que se diz religião, uma tábua de salvação para seus
problemas e necessidades e anseios. Pessoas egoístas e que buscam prazer com riquezas e status, se maravilham com as
propostas deste falso evangelho.

Teologia da Prosperidade e o Neoliberalismo

Na visão de Libanio, a teologia da prosperidade se rende a ideologia do neoliberalismo que usa a religião para acalmar a
consciência, frente às injustiças do mundo, e fechar os olhos para os que precisam. Materialista e pagã tenta dar uma
justificativa para a injustiça social, assim afirma:

A teologia da prosperidade é materialista, pagã. Submete-se as propostas neoliberais de


consumismo, hedonismo, triunfo pessoal à custa do social. Termina justificando e
camuflando a injustiça social, tranquilizando a consciência com tintura religiosa.
(LIBANIO, 2002, p. 156)

Ainda na mesma obra, na página 155, Libanio afirma que o triunfo do neoliberalismo está diretamente ligado a comunidades
pentecostais, neopentecostais e em porções da renovação carismática católica. O neoliberalismo promove a competição
onde os mais fortes são vitoriosos, e a teologia da prosperidade seria a religião de seu contexto ideológico.

Nesta mesma linha, (CAVALCANTE, 2000, p. 120) concorda que a teologia da prosperidade é uma versão religiosa do
neoliberalismo tendo o capitalismo como pano de fundo, o individualismo sobrepondo o coletivo, um neodarwinismo social
onde sobrevivem os mais aptos.

Os autores tem uma visão semelhante com relação à cosmovisão neoliberal que reflete para dentro da comunidade
religiosa, LIBANIO aponta que a teologia da prosperidade é a religião dos neoliberais. É perceptível a conotação política e
ideológica, ainda que discreta.

Princípios da PNL e Hipnose na Teologia da Prosperidade

Podemos elencar alguns pontos de contatos entre a doutrina da prosperidade, com a hipnose, estes pontos são
observáveis principalmente na execução dos cultos. Nestes são utilizados várias técnicas psicológicas para maravilhar e
convencer o povo. Semelhante, em algumas vezes, a uma palestra motivacional, diferenciando-se das conotações
“sobrenaturais” e fantásticas, para aludir a uma prática religiosa.

O discurso antropocêntrico

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O culto agora muda de lado, antes oferecido a Deus, agora é oferecido como entretenimento, entrevista com demônio,
campanhas de bênçãos urgentes, onde, Deus é tem a obrigação de abençoar o fiel mediante pagamento.

O movimento de confissão positiva é antropocêntrico, é carregado de clichês como “eu profetizo”, “eu determino”, “eu
reivindico”, “eu tomo posse”, “eu exijo meus direitos”, “eu resgato”, “eu ordeno minha benção”. (WERONKA) Tais afirmações
têm uma carga psicológica positiva, determinista, entusiástica, objetivando promover um bem estar momentâneo, sucesso,
prosperidade e mudança de vida. É o método psicológico com uma capa religiosa.

Expectativa

Na hipnose, a suscetibilidade hipnótica tem a sua base fundamental na expectativa do sujeito. O engajamento do indivíduo
nessa doutrina também passa por uma expectativa, um anseio, que pode ser realizado mediante uma proposta miraculosa.
É comum carros de som anunciando cruzadas de milagres e prosperidade, buscando aqueles que se encaixem na situação
e que tenham fé no anúncio, preparando a mente para se deparar com um ambiente místico elevando a expectativa, de
forma psicológica, e uma predisposição ao milagre é criada. (PUENTES, 1999, p. 147-148) As expectativas englobam todas
as áreas humanas. O setor financeiro também.

Confissão Positiva e pensamento positivo

Em ambos os casos, na hipnose e na fé, como confissão positiva, a expectativa tem seu papel fundamental. O pensamento
positivo é um dos pilares da PNL (Programação Neurolinguística), segundo Ready e Burton (READY e BURTON, 2011, p.
13) é primordial pensar no resultado que quer alcançar e se libertar dos pensamentos que podem trazer empecilhos ao seu
alvo, ou seja, deve-se esquecer dos itens negativos que podem ser enfrentados no curso de seu trabalho. Na confissão
positiva, há o ato de falar que pode servir como afirmação robusta ao pensamento, um fortalecimento da fé e da mente em
direção ao que se deseja. Mais uma vez, técnicas psicológicas são revestidas de religião.

Materialização da fé

Faz parte de qualquer ordem religiosa ou filosófica em que se queira exercer certa influência em seus liderados, eleger um
líder carismático, "um santo homem de Deus", inquestionável, onde a sua palavra é lei e também lhe é atribuído poderes
concedido pelos deuses.

A cura através do toque teve seu início na Inglaterra por Eduardo I, segundo dados históricos ele teria tocado mais de mil
enfermos por ano. (CARREIRO, 2012, p. 58-59) A influência ou imagem que uma personagem tem um procedimento
simples que reforça ainda mais a certeza e a fé de alguém, pode-se ai denotar que a expectativa, além de se definir como
grande desejo a se realizar, foca agora numa pessoa, um ídolo, que pode ser humano, de gesso, talismã, um copo com
água, óleo ou objeto. Algo palpável em que a fé é depositada.

Desvio de atenção

Histórias absurdas, alguns tipos de músicas, possessões, catarses, são desvios de atenção, onde é quebrada a crítica, a
fim de ser facilitada a implantação de uma ideia no inconsciente.

O público é impactado mais fortemente com uma pessoa possessa ou falando em "línguas" do que uma pessoa orando
calmamente. (PUENTES, 1999, p. 85-86) A PNL, de certa forma é utilizada na teologia da prosperidade, só perceptível aos
que conhecem a técnica e tem pensamento crítico. Como na PNL, pensamentos limitantes e inconscientes são
reprogramados. O fiel então atribui sua prosperidade posterior a um poder de Deus ou pior, poder da igreja e do líder.

Cura Interior

A psicossomática é vista como problemas de saúde de origem psicológica, os sintomas apresentados são resultado de
fatores emocionais afetivos mal resolvidos na mente. (CARREIRO, 2014, p. 22)

É fato que para uma pessoa ser bem sucedida, não basta muito trabalho e planejamento, ela deve estar bem com sigo
mesmo acima de tudo. O estímulo ao fiel a afirmar sua cura, atribuindo à culpa de sua doença a outro, no caso o diabo, e
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juntamente com uma emoção forte onde o indivíduo extravasa suas angústias em orações e musicas, com o se colocasse
suas angústias "para fora" desencadeia efeitos positivos.

Renê Terra Nova em seu livro deixa bem claro, a partir do título, que a cura interior ocorre na mente, “a cura da alma que
envolve sentimentos (amor, ódio, mágoa, inveja, dor etc.), emoções (ansiedade, paz etc.), lembranças desagradáveis
(situações que estão guardadas na memória)”. (NOVA, 2008) Tais declarações nos remetem a hipnose terapêutica, PNL ou
EFT (Técnica de Libertação Emocional). Apesar de utilizar textos bíblicos e atribuir a cruz a cura interior, os conceitos
apresentados são explicitamente psicológicos.

Segundo Libanio, a cura interior é um dos eixos do neopentecostalismo, que por sua vez, tem, segundo Ferrari, citado no
início deste capítulo, sua base ideológica na teologia da prosperidade.

Com isso, cada Igreja investe no que mais lhe interessa. Algumas desenvolvem
ministério de cura e libertação; outras, de batalha espiritual, cura interior, espíritos
territoriais, mapeamento espiritual e prosperidade financeira. (LIBANIO e CUNHA, 2013,
p. 42)

Fica bem claro como este movimento, teologia da prosperidade, se utiliza de técnicas psicológicas para impressionar os
fiéis e induzindo-os a crerem que tem algum poder mediante Deus. Apesar de ser muito positivo alguém que participe desta
comunidade ser curado ou ter sua vida mudada para melhor, há um engodo, uma apresentação de um falso deus, há uma
mudança apenas de vida e não uma transformação pessoal.

O EMPREGO DE HIPNOSE DE PALCO EM CULTOS RELIGIOSOS


Neste capítulo será abordado como a hipnose é empregada em alguns cultos religiosos. O estudo apresenta, de uma
maneira geral, como alguns especialistas em hipnose tentam dar alguma explicação para as manifestações de catarse,
curas, o aprofundamento das crenças, fazendo um paralelo entre os procedimentos hipnóticos, psicológicos e os
procedimentos executados por líderes religiosos. Neste sentido, Fabio Puentes, famoso hipnotizador de palco, afirma:

Entre as manifestações que estão de moda nas “igrejas evangélicas”, acha-se uma em
especial que desperta muito interesse, curiosidade e está rodeada de conotações
inexplicáveis que vão do divino ao bizarro, deixando o povo confuso e perplexo, na beira
da escuridão hermética e de “poderes” miraculosos, fenômeno este que é conhecido
como Fanerose. (PUENTES, 1999, p. 153)

Destaca-se então o modo mais comum de distração praticado em certas igrejas identificada por Fanerose, palavra de
origem grega, “phanerós”, que significa fazer o que é invisível se tornar visível. A este procedimento então, são atribuídos os
fenômenos ocorridos nestas reuniões, remetendo-as a hipnose.

A estes fenômenos, somam-se as curas e milagres, pois, há proximidade e integração entre hipnose e religião nos ritos, que
geralmente se deseja cura. (CARREIRO, 2014, p. 26). A hipnose tem seus efeitos benéficos nos casos de problemas de
origem psicossomática. Assim, doenças orgânicas que tem origem psicológica a hipnose, seja como for aplicada, a cura
poder ter sucesso.

Outra temática importante abordada na pesquisa é a convicção profunda e inquebrável dos fiéis nas crenças pregadas por
seus líderes. “Quando uma superstição ou crença se arraiga profundamente no povo, e se cria uma dependência total da
mesma, [...] a evidência do engano não é suficiente para desarraigá-la.”. (PUENTES, 1999, p. 19)

A crença construída no inconsciente é como uma programação, um software instalado, que resiste às tentativas de
reconfiguração por via consciente, construindo argumentos e defesas para o combate consciente.

O passado também é levado em consideração, não isolando a fatos atuais, a hipnose é empregada nas religiões desde
tempos remotos, registrado no Papiro de Tebas com práticas da medicina egípcia, descrevendo a imposição de mãos.
(CARREIRO, 2012, p. 55)

Especialistas remetem ao passado, ao uso da hipnose na antiguidade, quando ainda não existia nem conceitos nem
consciência esclarecida sobre hipnose e manipulação, atribuindo os fenômenos experienciais aos “deuses”.

A Hipnose na história das religiões

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A manipulação pela hipnose sempre foi praticada por xamãs sacerdotes, curandeiros, a maioria esmagadora dos estudiosos
no assunto levam suas pesquisas para este tema, a religião no passado, a fim de embasar suas conclusões nos fenômenos
da atualidade, lançando mão antropologia e psicologia.

O mais antigo relato do que pode ter sido uma sessão de hipnotismo aliada a um ritual
religioso foi registrado no Papiro de Tebas, descoberto por Ebers em 1552 a.C, e
apontava fatos a respeito da teoria e da prática da medicina egípcia. (CARREIRO 2012 p.
55, apud Ashley-Farrand, 2006).

O intuito é dar uma explicação sobre a perpetuação dos rituais e dos significados, ora buscando uma explicação científica
para os fenômenos e tentar “desmascarar” o sobrenatural.

Várias técnicas de manipulação e rebaixamento crítico de pensamentos podem ser identificadas em rituais e práticas
religiosas do passado; e atualmente resgatado, com plena consciência, por certos líderes inescrupulosos.

A Religião sempre foi utilizada como ferramenta de dominação dos povos e continuam nos dias atuais, ao invés de
promover a paz e o cuidado pelo próximo, a religião, é desvirtuada de seu sentido original. Almeida e Madjarof fazem essa
observação:

Do “sono mágico” induzido por Chiron às “curas milagrosas” realizadas pelos sacerdotes
nos templos egípcios, a relação da hipnose com o poder seduziu homens ávidos pelo
domínio e controle de outros homens e grupos, em especial pela intenção e desejo de
sujeitá-los aos seus caprichos. (ALMEIDA e MADJAROF, 2014)

Desde os tempos antigos religiões foram utilizadas, em modo corrupto, para dominar as pessoas usando-as para seus
interesses, materiais e pessoais. As práticas hipnóticas identificadas nestes ritos, conscientes ou não por quem praticava,
eram ferramentas de manutenção de poder, mudam-se as práticas através dos tempos e o pano de fundo continua o
mesmo.

Os procedimentos e acontecimentos antigos analisados dão certa aparência de práticas hipnóticas pelos povos mais
variados. Procedimentos identificados como hipnóticos faziam parte do misticismo prático nos rituais religiosos e de cura, na
Índia, Caldeia, Egito e Grécia, exercida por sacerdotes. (CARREIRO, 2012, p. 54)

É fato que a hipnose existe, sempre existiu e continuará existindo (PUENTES, 1999, p. 19), ainda mesmo sem a devida
consciência de quem praticava e muito menos conhecida com este nome, hipnose. Fabio Puentes, (1999) também
apresenta a hipnose como parte integrante de religiões do passado:

A hipnose tem sido praticada por todas as religiões, sob numerosas denominações, e em
diferentes lugares, desde o começo da humanidade. A evidência mais antiga de sua
existência foi achada entre os xamãs, aos quais se tinha como “feiticeiros”, “curadores”
ou “sanadores”. (PUENTES, 1999, p. 23)

A prática hipnótica teria sido praticada por todas as religiões, principalmente as de mistério, pagãs e com algo grau do
misticismo. Todos os estudiosos concordam que existe uma identificação nos procedimentos das mais antigas religiões e
princípios da hipnose.

O professor Antônio Almeida Carreiro, hipnólogo e estudioso de religiões, também destaca a existência da hipnose na
religião e na cultura, antes mesmo das práticas hipnóticas fossem estudadas e sistematizadas:

Há milênios, antes das técnicas de hipnose serem sistematizadas, já eram utilizadas de


forma intuitiva como meio de cura, principalmente em meio a rituais religiosos e, é fácil
observar que assim ainda prosseguem na atualidade, entrelaçando procedimentos de
cura com a cultura e a religião. (CARREIRO, 2014, p. 24)

A hipnose era utilizada inconscientemente nos ritos religiosos, por intuição, buscando principalmente obtenção de curas. Na
atualidade é possível identificar com facilidade que tais procedimentos se misturam com religião e a cultura.

Nesta mesma linha Sargat em sua obra, “A Luta pela Mente”, dá bons detalhes dos procedimentos dos antigos sacerdotes:

Os gregos antigos também usavam a dança religiosa como tratamento de doenças


nervosas. Seus ritos coribânticos consistiam em dançar de maneira desenfreada ao som
de flautas e tambores até os participantes ficarem esgotados. Os coribantes não apenas
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provocavam transes e sentimentos de possessão divina, mas também se diziam capazes


de curá-los. (SARGAT, 2002, p. 283)

SARGAT cita em sua obra os coribantes, sacerdotes eunucos da deusa Cibele executavam danças em êxtase e conduziam
seus cultos em ritos de orgia, acompanhados por gritos selvagens e a música frenética. (KURY, 2009, p. 92)

Nas religiões que resistem há milênios, reproduzem ainda hoje, técnicas psicológicas, que promovem sua difusão e
persistência. “Religiões milenares chegam aos dias de hoje, produzindo bem, como no passado, a associação entre crença,
transe, êxtase e cura.” (CARREIRO, 2012, p. 33)

As técnicas empregadas hoje em algumas comunidades, cristãs ou não, são muito parecidas, em alguns procedimentos e
rituais da antiguidade, sendo impossível não encontrar uma semelhança nos procedimentos antigos comparando com nas
técnicas atuais e nos resultados em todos os tempos.

A Utilização da Hipnose nas Religiões na Atualidade

A permanência do que se crê e se defende, independente de provas e opiniões tem alguns aspectos importantes, nos quais
estes vão se desdobrar em muitos outros dependendo de outras variantes em que o sujeito está inserido, que cimentam e
perpetuam uma crença no inconsciente.

Parece que quando mais uma civilização evolui e a ciência oficial se desenvolve, mais a
figura do curandeiro se faz presente. Mais numerosos e populares são os adivinhos, os
videntes as cartomantes e todas as metamorfoses ou alterações semânticas, evolvendo
antigos e novos mitos e suas associações com o hipnotismo. Isso parece demonstrar a
herança mítica ancestral que a humanidade conserva. (CARREIRO, 2012, p. 94)

A espiritualidade humana é algo natural, mesmo toda a modernidade, avanço da ciência, tecnologia, não é capaz de
substitui a subjetividade humana. Os anseios e a busca por um sagrado ou algo que vá além de si mesmo é algo natural,
uma herança mítica humana.

O fato de se ensinar e perpetuar uma ideia, seja qual for a estratégia, não é má em si mesma, o problema reside no que é
se ensinando e na finalidade. Neste sentido, no livro de provérbios, instrui a ensinar uma criança “no caminho que deve
andar” (BÍBLIA, Provérbios, 22,6) que, assim ensinado jamais sairá de sua mente. Um princípio básico da vida é a
transmissão de conhecimentos e regras de convívio aos filhos e descendentes, e a omissão deste princípio bíblico de
Provérbios 22:6 pode ser desastrosa para a criança e para aqueles que vão conviver com este indivíduo na fase adulta. O
que este trecho de provérbios também diz que o que for ensinado para uma criança jamais sairá de sua mente.

A mente humana pode ser programada, com fundamentos e valores gravados em nosso inconsciente e que nos
acompanharão em nosso caminho por toda a vida, ai se soma o componente emocional. “Quando algo provoca uma reação
emocional, o cérebro se mobiliza para lidar com ela, destinando poucos recursos a reflexões, [...] É exatamente nessa hora
que a emoção pode ser ligada a uma ideia”. (REDAÇÃOSUPER, 2011)

O misticismo impregnado culturalmente, somada a uma ausência de conhecimento bíblico, na visão de Paulo Romeiro,
autor cristão, pode levar o indivíduo ao engano e ao cativeiro psicológico, como afirma, uma escravidão espiritual:

O Brasil é um país místico, obcecado pelo sobrenatural. Certamente esta é uma das
razões por que seitas como Testemunham de Jeová, mormonismo, espiritismo e Nova
Era crescem tanto por aqui. Muitas pessoas, por não terem alicerce bíblico ou filtro
teológico, têm sido enganadas, passando a viver em escravidão espiritual. (ROMEIRO,
1995)

Os ensinamentos em fase infantil pode ser um dos motivos da permanência ideológica por tradição, herança cultural. O
misticismo enraizado na cultura pode contribuir sobremaneira para a permanência no engano e o aprisionamento
psicológico.

O uso da hipnose na religião na atualidade, não vem apenas das tradições rituais, cultura, ou aquelas utilizadas sem
consciência. Há também as utilizadas conscientemente por líderes inescrupulosos, falsos profetas, que tem o único objetivo
de ganhar dinheiro. “Os falsos profetas de nossos dias estão usando técnicas bem conhecidas dentro da psicologia [...] para
enganar milhões e acumular fortunas.” (PUENTES, 1999, p. 143)

Ritos e Mitos para manutenção das crenças

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Ritos, cerimônias, fenômenos, acontecimentos e milagres contribuem sobremaneira para a manutenção de uma religião,
ideologia, cosmovisão. A sua eficácia está pautada principalmente expectativas e necessidades do grupo. Eventos
religiosos mantém a tradição viva na memória, perpetuando ensinamentos as novas gerações através das festas,
cerimônias, comemorações. Nestes eventos, as emoções são afloradas trazendo mais facilidade de fixação inconsciente.
Jesus deu ordem para realizar uma ceia em sua memória, “Isto é o meu corpo que por vós é dado; fazei isto em memória
de mim” (Lucas, 22, 19). O ritual tão somete serve de fixação e perpetuação de um conceito, ideia, valor, ensinamento ou
lei. Essa percepção é completamente válida, os rituais têm por função levar o praticante a ter as experiências que
possibilitam a manifestação de suas crenças religiosas, a sua prática relembra e mantém viva a religião, ideologia ou
cosmovisão. (CARREIRO, 2012)

O fato de a habilidade humana criar ferramentas para manutenção de valores e ideais não é negativo em si, o problema
surge quanto tais valores podem ser erros e inverdades fabricados por desejos e pulsões na tentativa de explicar o
impossível e o incompreensível, e ainda podem ser carregadas de desonestidade. A superstição fixa-se no inconsciente do
indivíduo, de tal maneira que é muito difícil uma desconstrução, para tal é necessário construir outra no lugar.

Quando uma superstição ou crença se arraiga profundamente nos indivíduos, se cria


uma dependência total da mesma, com mas rasgos de temor que de amor, a evidência
do engano não é suficiente para desarraigá-la. É necessário, dar alguma coisa que
substitua tal crença tão arraigada. (PUENTES, 1999, p. 19)

Mitos e histórias são propagados e mantidas por muitos anos na mente e no consciente coletivo, por tradição, passando de
geração em geração, passando por transformações e adaptações segundo as necessidades humanas tanto de
sobrevivência como de poder. “Mitos estão impregnados na sociedade, as pessoas nascem e os assimilam, fazem parte da
cultura e da crença compartilhada socialmente.” (CARREIRO, 2012) As festas, comemorações, cerimônias, rituais são
mecanismos que alimentam as crenças e tradições ao longo dos anos e eras, mudando, e adaptando-se as circunstâncias
ao passar dos anos. Mantém viva a crença no consciente coletivo de um povo.

Como funciona a mudança

Não há um caminho único, uma receita definitiva, há inúmeras técnicas, inúmeros níveis, que também dependem do
contexto, cultura, vida, expectativa de um público-alvo. Porém o procedimento não muda em si.

Jaime Moura em seu livro, Cultos Protestantes – Lavagem Cerebral faz uma analogia interessante entre nossa mente e
uma lata com liquido e com coisas no fundo, demonstra com simplicidade o mecanismo de inclusão de ideais no
inconsciente.

O clima religioso e emocional, a voz alta do pastor, a gritaria dos fiéis, o barulho
constante que ocorre nos cultos, a música e seu ritmo provocam então algo como se
desse um chute na lata e então os três níveis se misturam. Sobe o que está no fundo da
lata […] O momento de águas revoltas é o mais oportuno para se incutirem ideias e
pensamentos que depois descerão para o fundo da lata. O que, nesse momento, foi
incutido na mente das pessoas vai para os níveis mais profundos da consciência e por
isso fica extremamente difícil de modificar, pois se torna verdade irrefutável […] Daí o
fanatismo irracional, as ideias arraigadas que resistem a qualquer raciocínio e também a
limitação que não admite outra hipótese. (MOURA, 2013, p. 55)

Quando a lata é “mexida”, por meio de uma catarse, por exemplo, tudo se mistura e algo é adicionado enquanto tudo está
suspenso, na calmaria, este algo a mais é “decantado” indo para fundo da lata e lá permanecendo.

Fabio Puentes lista quatro táticas para conversão em massa, o (EMA) estado alterado da consciência, concordância por
pressão, aproveitamento da expectativa e o sutil poder da sugestão. Todas estas táticas são utilizadas não só nas religiões,
por exemplo, o aproveitamento da expectativa é básico em vendas, ou seja, acima de tudo é preciso saber o que o cliente
quer.

O (EMA) sem dúvida é a tática que mais causa impacto, abrindo caminho, no coração e na mente do fiel. Neste estado o
indivíduo perde o senso crítico por um tempo, com a mente preparada para as sugestões, para tanto basta apresentar algo
sem muito sentido. Puentes afirma:

Esta condição é atingida por métodos que entorpecem o processo mental normal. O bom
juízo, a análise crítica e a desconfiança são trocados pelo relaxe mental e a suspensão

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do raciocínio. […] Existem vários métodos para a pessoa entrar num estado mental
alterado ( EMA). A repetição de uma frase durante um tempo extenso (uma hora ou até
menos), ficar sem dormir durante 20 ou 30 horas, fazer jejum, praticar a meditação com
canto monótono, exercício da imaginação, falar sem sentido. (PUENTES, 1999, p. 144)

A promoção deste estado, como ferramenta de manipulação, não é eficaz por si, depende de muitos outros fatores, como a
expectativa, o contexto cultural e religioso. As mudanças de religião ou a captura de mentes só é possível porque as
pessoas se identificam com o sobrenatural.

Sugestão

A sugestão, restrito ao contexto desta pesquisa, é ferramenta fundamental na hipnose empregada em religiões. A sugestão
tem sua aplicação muito ampla no mundo religioso, pode ser utilizada em variadas circunstâncias, dependendo de qual
estado tal plateia se encontra e a sensibilidade do preletor. Se a plateia aceitará a sugestão depende de algumas variantes
como: a autoridade do preletor, a expectativa do público e a saturação do ambiente e que na maioria das vezes terá um
desvio de atenção. (PUENTES, 1999, p. 71) Afirma que a sugestão pode ser aceita sem uma análise crítica. (LERÈDE,
1985, p. 91) Concorda que a sugestão pode penetrar no inconsciente do indivíduo pelo caminho aberto da distração da
atenção.

Esta sugestão hipnótica pode ser percebida quando há uma distração intencional, um desvio de atenção, onde o senso
crítico do ouvinte é rebaixado, desatento pode então acatar tal sugestão.

Puentes nomina de operador aquele que fala e sujeito o alvo da sugestão. (PUENTES, 1999, p. 73) O operador procede
para facilitar a sugestionabilidade do sujeito utilizando os canais sensoriais do sujeito comunicando verbalmente, não verbal
que são os gestos, as intra-verbais como ênfases, timbre, modulação de voz e volume, e as extra-verbais que podem ser à
disposição das cadeiras, a altura do palco, a cor de fundo ou desenho atrás do operador. “Assim, vemos que a percepção a
resposta e a sugestibilidade, são facilitadas se usarmos o sistema dos movimentos, a inflexão da voz e significado implícito
dos termos empregados.” (PUENTES, 1999, p. 72)

A aceitação da sugestão é facilitada devido a um conjunto que abrange a habilidade do operador, as condições do
ambiente, o rapport que é a relação do operador com o sujeito, e que o sujeito espera dessa relação.

Outra afirmação de LARÈDE sustenta que as pessoas são sugestionadas conforme o comportamento de outra pessoa ou
grupo.

“O homem na multidão” assimila seu comportamento ao dos outros, o mais das vezes
abandona todo pensamento e todo querer pessoais, abdica o racional em benefício do
emotivo. Aceita passivamente a autoridade do sugestionador, do líder, religioso ou
político. A sensação de pertencer à massa lhe dá a ilusão de força, de segurança, e
também a ilusão da comunhão. (LERÈDE, 1985, p. 125)

Desta maneira, o indivíduo copia o procedimento da maioria, sem questionar, ou fazer uma reflexão, se tal coisa é boa para
ele individualmente ou não, ao ponto de fazer coisas que não gosta, para que não se sinta excluído. São inúmeras frases
populares que ilustram esta questão como: “Maria vai com as outras, tá na moda, tá todo mundo fazendo, tá todo mundo
usando, tá todo mundo comprando”. Observando este principio o indivíduo consciente ou não, se sente constrangido em
ficar indiferente ao procedimento da maioria, que vai de bater palmas, dançar, chorar e até desmaiar.

A hipnose é resultado da sugestão, em que o sujeito pode ser colocado em transe através da sugestão. Usando as palavras
o hipnólogo pode mudar o estado emocional do sujeito. “Por intermédio das palavras é possível interferir no seu estado
emocional, torná-lo alegre ou triste, melancólico ou bravo.” (CARREIRO, 2012, p. 195)

O prestígio operador, hipnólogo ou pastor é fato primordial no sucesso de indução hipnótica. “Sugestão é prestígio”
(CARREIRO, 2012, p. 197) O prestigio ou autoridade do hipnotista é um dos principais facilitadores da sugestionabilidade,
em conjunto com a expectativa do indivíduo o hipnotista terá sucesso.

Enquanto Carreiro destaca a sugestão como ferramenta primordial da hipnose e transe, Puentes igualmente assim defende.
A diferença é que Puentes foca a sugestão como prática hipnótica empregada na religião. Lerède aborda o tema
amplamente, desde a etimologia, definições de vários autores, aplicações de bom e mau uso que se referem à hipnose,
sugestão na coletividade.

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A sugestão é via condutora ao inconsciente, desde que este inconsciente esteja preparado para receber as informações. A
termos religiosos o mau uso da sugestão está impregnado nas igrejas, com o único objetivo de ganhar dinheiro.

Sugestão pós-hipnótica

As sugestões pós-hipnóticas também fortalecem a dependência do indivíduo ao grupo. O líder religioso reitera que o fiel só
terá “libertação” na permanência em sua comunidade, incutindo medo e insegurança. Carreiro afirma:

Durante as sessões religiosas, quando o transe está estabelecido, sugestões pós-


hipnóticas que levam o induzido à dependência de continuar participando e colaborando
com o processo “religioso” são claramente aplicadas. O dirigente afirma efusivamente
que, para ficar livre definitivamente do problema que o atormenta, o fiel deve voltar com
frequência à prática que acabara de experimentar. (CARREIRO, 2012, p. 66)

Após uma experiência impactante, o indivíduo atônito e maravilhado, fica aberto às sugestões daquele líder, depositando
toda sua confiança em sua autoridade. O que o fiel não percebe é que está realmente cativo e não liberto, a proposta de
libertação é condicional a outra prisão.

O hipnotizador implanta, durante o período em que o indivíduo está hipnotizado, uma espécie de gatilho, uma palavra-
chave. Ao receber uma sugestão uma pessoa poderá responder a um sinal, já quando não estiver em transe, ou quando já
estiver consciente (STONE, 2006, p. 141), quando proferida em voz indivíduo procederá da maneira programada.

O fiel, mesmo após consciente, poderá ficar preso psicologicamente, em seu grupo, em seus procedimentos, na maneira
como encara a vida, preso a um padrão de pensamento, escravo dos dogmas, sem espaço pensar em outras
possibilidades. “... sugestões pós-hipnóticas geralmente se transformam em ações compulsivas e, portanto
inconscientemente cumpridas.” (CARREIRO, 2012, p. 66) Vivendo conscientemente, porém inconsciente de sua escravidão.

Expectativa

O sucesso da sugestão, da hipnose ou da manipulação, depende da expectativa que o indivíduo tem. A vontade de ser
curado, à vontade aquisição de um bem, a vontade de ter uma vida diferente. A vontade neste contexto é entendido como
algo muito mais profundo, um querer muito mais elevado. Uma frase popular que diz: “quem tem vontade já tem a metade!”.

Outros fenômenos psicológicos usados nestes cultos são as expectavas elevadas.


Geralmente antes de uma “cruzada” ou um acontecimento maravilhoso, as pessoas
estão condicionadas a esperar “coisas novas e estranhas”. O campo é cuidadosamente
cultivado para logo semear e colher experiências extraordinárias. É comum ver muita
propaganda escrita ou feita com alto-falantes ou transmitida pela rádio e até pela
televisão. As pessoas que convidam a tais reuniões já são convencidas e vão preparando
o convidado para ver e sentir coisas místicas e diferentes. De qualquer forma, a
expectativa é elevada a altos níveis. Uma predisposição ao miraculoso é criada
psicologicamente. (MOURA, 2013, p. 36)

As expectativas são construídas a partir das necessidades gerais do indivíduo, a esperança é elevada oferecendo algo que
seria poderoso e sobrenatural, que extrapolaria a limitação num milagre. A expectativa, apesar de ser “meio caminho
andado”, não é eficiente em si, precisa ser alimentado com propagandas e promessas, levando o indivíduo crer que o que
almeja será realizado e que é uma confirmação divina.

O preletor ou pastor utiliza também a espera do público para que a expectativa se acumule, a fim de que muitas pessoas
estejam preparadas para receber as sugestões. É como um show, uma banda famosa que faz um “suspense” antes de
entrar no palco. “O operador é experimentado na manipulação psicológica e quando chega à hora de produzir os efeitos,
dezenas e até centenas de pessoas estão preparadas...” (PUENTES, 1999, p. 148)

A expectativa é impregnada e se acumula no ambiente. Os fiéis estão prontos para receber o querem ouvir, já que, lhe já foi
prometido de antemão. A este, como condição de resposta positiva de um público-alvo, deve-se somar a confiança no
hipnólogo, pastor ou preletor.

Curas

A operação de curas e milagres também prendem os fiéis fragilizados, desesperados em virtude de seu sofrimento com
doenças e tristezas, sem condições familiares e financeiras, para superar as dificuldades buscam ajuda e caem na mão de

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pessoas inescrupulosas.

O sofrimento, a decepção, perdas também contribuem para boa parte das doenças psicossomáticas, a fé, a esperança,
auxilia sobremaneira na recuperação, pois quando empregada corretamente, traz alívio às angústias, melhorando o quadro
físico. Doenças de origem psicossomática, a fé, como promotora de esperança, é eficaz para curar. (PUENTES, 1999, p.
37) Destaca também que a fé pode melhorar a condição fisiológica de qualquer natureza, cita a Psico-Neuro-Imunologia
como atenuante destes males. Em qualquer quadro de doença, onde a tristeza e a depressão pode piorar uma doença
física, por outro lado a alegria, esperança e bom humor podem ajudar o sistema imunológico.

Hoje se sabe que uma alta porcentagem dessas “curas” se realiza. As mesmas são feitas
graças à força da fé, que os doentes depositam nessa comunicação com o além. Esta fé,
por um mecanismo sugestivo-neuro-fisiológico, libera na corrente sanguínea, hormônios
que aumentam o sistema imunológico do paciente. Este fenômeno é conhecido na
medicina moderna como Psico-Neuro-Imunologia. (PUENTES, 1999, p. 17)

Segundo CARREIRO (2014) também destaca que as emoções podem influenciar o organismo, os problemas de saúde
física podem ter origem em problemas emocionais:

a Organização Mundial da Saúde afirma que a grande maioria das doenças tem origem
psicossomática, isso é, começam a partir de desequilíbrios emocionais que vão afetar o
corpo físico. A imaginação e as emoções podem causar grandes reações no organismo
como desarranjos nas funções intestinais (CARREIRO, 2014, p. 58)

Uma ideologia que permanece viva depende também da necessidade e expectativa do indivíduo, o sofrimento num
ambiente onde o contexto é de luta pela sobrevivência, saúde precária, pestes, guerras, economia instável é campo fértil
para o emprego de métodos desonestos, “o quanto pior melhor”. É desejável que o grupo sempre fique em estado de
fragilidade para que alguém “iluminado” venda uma “solução”, um “milagre”.

Pessoas frágeis são alvos fáceis destes lobos, ROMEIRO, autor cristão, crê em curas de origem milagrosa, porém
reconhece que podem existir curas promovidas por charlatanismo, para tanto, cita BOWMAN, para explicar que uma cura
por um falso profeta pode existir, dando força a crença e a fidelidade.

Os milagres falsos podem ser truques realizados por charlatães, ou podem ser de fato
curas de problemas psicossomáticos. Além disso, existe a possibilidade de que Deus
possa curar alguém que ouviu uma doutrina falsa, mas não entendeu o seu significado e
cuja fé estava no Deus verdadeiro e no seu poder. (ROMEIRO, 1995 p. 89 apud
BOWMAN, 1992, p. 39)

Tal experiência também servirá para que indivíduo, alvo da cura, e o grupo, testemunhas do fenômeno, se firmem ainda
mais naquela religião.

É preciso compreender essa fragilidade humana antes de desqualificar alguém que faça uma opção por um charlatão, às
vezes é o único que ofereceu uma “ajuda” e os que dizem verdadeiros são omissos.

Nesta mesma linha, Fabio Puentes, destaca que a fé é eficiente para curar pessoas que tenham seus problemas de saúde
de origem psicossomática. O alívio de ser curado com certeza cimenta as certezas do indivíduo em relação à religião e seu
líder, e estes tais líderes tem todo este conhecimento. Assim afirma Puetes:

A fé é um parâmetro muito difícil de medir no que afeta a saúde humana; porém, é o


poder curativo mais potente da terra. Desde o momento que quase todas as doenças
orgânicas têm um componente psicológico, a cura pela fé pode ter sucesso nos
processos psicossomáticos. (PUENTES, 1999, p. 37)

Devidos às dificuldades e grande sofrimento humano, pode-se compreender certo pragmatismo, se deu certo, porque
mudar? Assim, devido a uma tão grande “graça alcançada”, é certo que estes acontecimentos perpetuam convicções e as
escolhas das pessoas, até por um sentimento de gratidão que é gerado, e assim permanecer numa ideologia, religião ou
cosmovisão.

Persistência

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Porque muitas pessoas permanecem numa ideologia, mesmo tendo fatos comprovados de que seu caminho possa estar
errado?

Para estudiosos a persistência de pessoas em acreditar em Deus ou algo que não se possa provar materialmente é um
sinal de fraqueza, uma maneira de fuga da realidade ou depositar em outro suas angústias ou depositar no diabo o motivo
de derrotas e não em si mesmo. O mito tem sido a forma de dar significado ao mundo com base no desejo de segurança ou
de uma vida melhor. (CARREIRO, 2012)

Nasce com qualquer ser vivente a pulsão de viver e lutar pela vida, os seres humanos parecem que transferem princípio de
perpetuação de vida a qualquer preço para o campo das ideias, constituindo para si verdades que respondam as próprias
expectativas.

Essa característica humana de luta por um ideal pode ser a razão da relutância do indivíduo em persistir numa comunidade
que, em termos bíblicos, seja antibíblica, fazendo as mais incríveis “piruetas” interpretativas para balizar e defender suas
convicções. Com relação aos ateus e os cristãos, segue a mesma conclusão em relação à Bíblia não provar cientificamente
a existência de Deus.

Leon Festinger citado por Fabio Puentes que defende a “Teoria da Dissonância Cognitiva” observa as consequências
psicológicas de expectativas frustradas. Uma frustração numa profecia que não se concretiza, uma queda de um líder
religioso ou uma descoberta que pode fazer desmoronar uma crença religiosa ou ideológica parece não abalar a fé ou a
crença e ainda surtir um efeito contrário e fortalecer ainda mais tal crença. Puentes explica:

Festinger e seus colegas viram nesse fato algo que levaria o tal grupo a sentimentos
dissonantes/divergentes quando a profecia falhasse. Os pesquisadores se infiltraram,
então, no grupo para observar o seu comportamento. Quando a profecia revelou-se falsa,
o grupo não abandonou suas crenças e, em vez disso, buscou explicações para a sua
não realização, apegando-se mais ainda às suas ideias. (PUENTES, 1999, p. 111)

Os líderes religiosos sabem disso como ninguém, ainda que sua denominação se envolva em escândalos, tem certeza que
não perderão membros e que seu negócio não será prejudicado.

Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, numa entrevista ao SBT no programa Conexão Repórter de
Roberto Cabrini faz piada e ignora os críticos. “A igreja Universal é que nem omelete: quanto mais se bate, mais ela cresce.”
(GCN.NET.BR, 2015)

A Igreja Universal já passou e passa por inúmeros escândalos, como a prisão de seu líder em 1992 e denúncias em vídeos
publicados pela própria Globo no Jornal Nacional em horário nobre, e mesmo assim, como Edir “profetizou”, a sua Igreja só
cresceu e para a infelicidade da Globo ainda se tornou sua concorrente comprando uma emissora de TV.

Um caso mais antigo foi o chamado Dia do Grande Desapontamento, em 22 de outubro de 1844, foi o dia em que religiosos
americanos aguardavam a volta de Cristo através das interpretações de William Miller em que Jesus voltaria entre a
primavera de 1843 e a primavera de 1844. Então um pequeno grupo se recusou a desistir depois do "grande
desapontamento", assim surgiram vários líderes que construíram a base do que viria a ser a Igreja Cristã do Advento, a
Igreja Adventista do Sétimo Dia e o movimento dos Estudantes da Bíblia entre outros. (SUÁREZ, 2012, p. 33)

A Igreja Adventista do Sétimo dia foi fundada em 1863, e desde então se espalhou pelo mundo, ainda que confesse ser
cristã, e que há pessoas realmente sinceras, tem algumas características onde pode ser considerada uma seita.

O grande desapontamento não aniquilou aquela comunidade, ao contrário, gerou mais força dando origem a novas
comunidades. Há inúmeros outros casos de líderes religiosos que apostataram e se envolveram em escândalos, foram
presos, porém suas igrejas continuam cheias.

Numa perspectiva exclusivamente humana e psicológica, toda essa insistência num ideal, ainda que lhe seja provado e
apresentado o caminho correto, gerará uma luta, “a suspeita de que nos enganamos e não temos justificativa possível
produz uma grande tensão” (PUENTES, 1999, p. 115), assim como senso de sobrevivência o orgulho deve ser defendido a
todo custo, nisso a única solução possível é seguir em frente, tentar convencer mais pessoas de sua crença.

Ao sinal de perigo, dificuldade ou opressão, perda de status ou perda de credibilidade, o indivíduo irá lutar com todas as
suas forças para que sobreviva seu pensamento. Esta luta pela sobrevivência, como conceito, parece que é transferido
para o campo das ideias, onde a luta agora é pelas próprias convicções, desejos e ideais tão enraizados mentalmente,
culturalmente por muitas gerações.

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Ao ponto de vista bíblico simples em Mateus 6:21 é no coração que reside o que se tem de mais precioso, aquilo que mais
se ama, não só o dinheiro que se faz referência o texto, mas em tudo em que o homem escolhe como tesouro, que pode
ser também uma ideologia ou uma religião, um deus, um santo, ou o amor em si mesmo, vaidosamente, rejeitando toda e
qualquer possibilidade de reflexão ou mudança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição deste tema para a comunidade acadêmica, em específico de teologia e formação pastoral, e também para
qualquer líder a frente de uma comunidade religiosa é essa: ao ponto de vista cristão, conhecer o que se não deve fazer, ou
seja, identificar práticas condenáveis que estão camufladas e travestidas de espirituais. O estudo mostra a forma de
condução de um líder religioso, cabe ao estudante, pastor ou líder avaliar a sua legitimidade, se é bom ou se é ruim. O
público-alvo do estudo tem a oportunidade de reconhecer se existe um mau uso de métodos psicológicos que se
caracterizam como uma ferramenta de manipulação.

Na vida acadêmica de qualquer estudante, em sua visão primária existe uma lista interminável de disciplinas a estudar e
inúmeras coisas a aprender. A expectativa é adquirir conhecimento de como fazer e o que fazer. Neste montante de
disciplinas há aquelas que o estudante entende que o conhecimento sobre o que não se deve fazer.

Existem outras disciplinas que se apresentam, de forma neutra, temas que segundo a visão de um acadêmico cristão, o que
lhe é apresentado seja um procedimento que não se deve executar na sua vida futura numa possível atuação como pastor,
ou seja, pode ser encarado como uma defesa de sua própria fé quando se expõe uma ideologia que soe como herética com
base no seu conhecimento e convicção religiosa, principalmente quanto esta matéria aborda outra denominação, religião ou
filosofia.

Neste sentido, ao expor o tema sobre a hipnose e PNL e como estas são utilizadas em certas denominações, e que, a
condução do trabalho seja na mais neutralidade possível, supondo que se chegue ao ponto de se omitir a palavra
“manipulação”, e se conceitue tais práticas como apenas mais uma forma de atuação e que ignore a intenção de denúncia
da maioria dos autores pesquisados, qualquer estudante de teologia que tenha um mínimo de conhecimento bíblico avaliará
e conceituará as práticas descritas como manipulação, ainda que, a partir daí, aprenda pouco sobre a fragilidade da mente
humana que, sendo enganada, faça acreditar numa falsa sobrenaturalidade, e perceba, com espanto, como é fácil ludibriar
uma coletividade.

Assim o presente trabalho trará uma grande contribuição, não só para formação teológica como também para formação
pastoral. Frente aos desafios, as aflições e principalmente as tentações durante a vida no ministério, no afã de sucesso em
seu trabalho como pastor e líder, seja qual for seu conceito de sucesso, este, pensará duas vezes antes de lançar mão de
alguma “boa ideia” que está “dando certo” em algum outro lugar. Antes fará uma boa análise, incluindo dados levantados e
expostos neste trabalho, avaliando inclusive, se há alguma benefício em algum ponto que não vá contra os princípios que
defenda, ou seja, ainda sim cabe um olhar mais cuidadoso tendo em mente que alguma coisa seja então positiva e possa
ser aproveitado em prol de sua comunidade.

O estudante poderá aprofundar seu estudo, e mediante este conhecimento, poderá logo identificar se um pregador, ou líder,
que lance mão de qualquer artificio psicológico com a intenção, consciente ou não, de manipulação do público e assim
optando pelo cuidado de não copiar esse procedimento no púlpito, por mais que lhe pareça maravilhoso e eficiente.

O estudante, pastor ou líder terá consciência de como a expectativa do público, o contexto social, cultural e religiosa, as
necessidades, as angústias, a cosmovisão, a tradição podem influenciar nesse processo. Tais pontos, em relação a um
público-alvo, utilizada como base de atuação no sentido de que, qual método específico será mais eficiente para o contexto
de uma comunidade a fim de ganhar mais adeptos e mais dinheiro, obviamente são negativos. Por outro lado, pode ser
utilizado para melhor relacionamento e comunicação, exercendo a verdadeira função do pastor que é a de se aproximar do
público, amando as pessoas e divulgar o evangelho com mais clareza, partindo do princípio bíblico de que o líder entenda
que benefício deve ser para a comunidade e não de si próprio.

Quanto às experiências e relatos de curas e milagres, o estudante, pastor, líder ficará ciente de que em muitos casos são
somente resolução de problemas psicossomáticos e saberá discernir quando alguns se aproveitam desse conhecimento
para benefício e promoção própria. Ao avaliar com mais cuidado é perceptível algo positivo, o líder, pastor, estudante
munido deste conhecimento, de que muitas doenças tem origem nas aflições humanas, será capaz de ajudar seus
liderados divulgando assim a atuação de Deus neste particular, ajudando a comunidade, minimizando o impacto de suas
angústias no corpo físico, com aconselhamento, proximidade, acolhimento e amor, sendo verdadeiro com os seus liderados,
exercendo assim a sua verdadeira função.

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Com relação à adesão em massa ou a preferência popular por algumas instituições que pregam destoantes biblicamente,
listada no presente estudo como objetivo específico, o estudante, pastor ou líder poderá compreender com mais clareza
esse fenômeno que é uma falsa conversão. É interessante salientar que essa captação em massa de adeptos, listado como
objetivos específicos é um fator resultante esperado dos itens de objetivos específicos mostrados neste estudo. E não pode
ser confundido como objetivo geral que é listar as semelhanças entre práticas hipnóticas e o que é praticado em certas
igrejas. Este entendimento dá uma explicação a esta conversão em massa, ainda que pareça bom, ajuda o estudante a
avaliar o crescimento destas comunidades, se estão crescendo como igreja ou crescendo como agremiação. Desta maneira
deve gerar um sentimento de compaixão pelas pessoas envolvidas, desde o fiel, até seu líder máximo e não um impulso
competitivo.

A pesquisa focou na utilização da hipnose e PNL em cultos religiosos, procurando relacionar e identificar práticas no púlpito
que aludem a estas ciências, contudo é importante observar que a pesquisa perpassa por outras questões e outras
percepções que não podem ser abordadas devido a delimitação do tema. Neste caso, é possível fazer expansões da
pesquisa, com relação com o tema, em trabalhos futuros, como por exemplo, o conhecimento psicanalítico e de psicologia,
ainda que muito básico, pode ajudar significativamente o pastor num aconselhamento pastoral, e também benéfico para o
aconselhado, adicionando-se a validade ou não do emprego da psicanálise na condução pastoral. Também uma pesquisa
sobre as doenças de origem psicossomática, o benefício desse conhecimento pode deixar o pastor atento e ser de grande
ajuda no trabalho com as pessoas da comunidade, em relação à angústia e problemas de saúde, assim o pastor poderá
avaliar e propor, se achar necessário, que o indivíduo aconselhado procure ajuda psicológica profissional. Continuando esta
reflexão, em que novos temas podem ser estudados, o objetivo específico listado que se refere a conversões em massa
pode ser mais bem explorado, gerando um novo tema e um novo problema.

O objetivo geral foi alcançado, pois foram reunidas informações de vários autores especialistas em hipnose, que fazem uma
ligação entre a hipnose e ritos religioso através de comparações de procedimentos, os efeitos no público exposto a tais
procedimentos e as intensões camufladas. Assim realmente é possível concluir sem sombra de dúvida, que nos dias atuais
alguns líderes lançam mão destes artifícios para ganhar dinheiro, poder e reconhecimento humano. Ao prisma bíblico são
estes falsos mestres que se utilizam de técnicas e métodos que promovem não só um desvio de função da religião como
também da hipnose, como tratamento terapêutico e da PNL que ajuda o indivíduo a aflorar suas capacidades, assim devem
ser usadas em favor do próximo e de si mesmo, salientando que o benefício de si mesmo, só é legítimo quando outras
pessoas não são lesadas, ou seja, tanto a religião como a psicologia, psicanálise, PNL, hipnose devem ser afastadas de
todo e qualquer mau uso que pode ser prejudicial às outras pessoas.

É possível relacionar algumas técnicas utilizadas por estes líderes, nem sempre são iguais a um show de hipnose de palco,
porém carregam o mesmo princípio. A música de fundo envolvente, iluminação, cor acinzentada das paredes, confissão
positiva e o determinismo proclamado, a utilização de discursos para estimular o medo a culpa e a ganância, promovendo
danças, exorcismos, entrevistas com “demônios” entre outras coisas com para distração de atenção com a finalidade de
baixar a mente crítica dos espectadores, assim abrindo caminho para plantação de suas doutrinas no mais profundo do
inconsciente.

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Fonte: Brasil Escola - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/religiao/hipnose-pnl-no-culto-religioso.htm

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