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CORPO, MOVIMENTO E EDUCAÇÃO

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Diana Ribeiro Tatit
Maria Cecília Cerminaro Derisso

seõçatona reV
QUAIS SÃO AS SEIS PRÁTICAS CORPORAIS DEFINIDAS PELAS BNCC?
As práticas corporais são brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, danças, lutas e práticas
corporais de aventuras.

Fonte: Shutterstock.

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PRATICAR PARA APRENDER


Nas seções anteriores, refletimos sobre alguns significados do corpo e suas
representações socioculturais. Também ponderamos sobre a importância do
movimento para o desenvolvimento humano, entendendo que movimentar-se
significa expressar-se com o corpo e que, portanto, é uma linguagem que
contempla diferentes dimensões.

Diante da complexidade de compreensões possíveis sobre corpo e movimento,


devemos problematizar: que concepções têm prevalecido nas instituições
escolares? A partir dessa indagação, vale questionar também: que consequências

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tais concepções trazem para a prática escolar e para o desenvolvimento corporal


dos alunos? Avançando nessa discussão, cabe ainda a seguinte questão: como a
escola poderia compreender o corpo e o movimento em suas práticas?

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Para tanto, traremos as discussões acerca do corpo e movimento constantes da
Base Nacional Comum Curricular referentes às etapas da educação infantil e do

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ensino fundamental em suas séries iniciais. Dessa forma, aprofundaremos as
concepções teóricas da nossa discussão a partir do embasamento legal curricular. 

Ana é uma professora preocupada com o desenvolvimento corporal de seus


alunos e, por isso, resolveu instituir uma mudança na rotina de sua sala: ela propôs
a realização de cinco minutos de atividade física entre as aulas das diferentes
disciplinas (matemática, português, história, etc.), com brincadeiras como “vivo ou
morto” ou gincanas em que os alunos devem correr para pegar determinado
objeto que “seu mestre mandou”. O objetivo dessas propostas, segundo Ana, é que
eles gastem energia para depois se concentrarem melhor nas atividades e nas
aulas. Ela afirma que esse “respiro” é muito importante, afinal “não podemos exigir
que os alunos passem tanto tempo sentados e quietos, não é mesmo?”.

A coordenadora da escola reconhece a “boa intenção” da professora em querer


promover uma mudança em uma rotina escolar tradicionalmente pautada na
restrição do movimento. No entanto, a partir de seus estudos da BNCC, aponta
que a proposta não contempla a exploração do movimento em todas as suas
dimensões.

A partir da consideração da coordenadora de que a prática em questão não


contempla o movimento como linguagem, proponha uma nova mudança na
prática da professora Ana, com foco nas diferentes dimensões do movimento e
nas propostas condizentes com a BNCC.

Vamos juntos aprofundar nossos conhecimentos da disciplina à luz da BNCC.

CONCEITO-CHAVE
Imaginemos a seguinte cena: uma sala de aula onde alunos estão sentados em
suas cadeiras, bem alinhados e silenciosos, olhando para a frente, escutando uma
explicação da professora. Conseguiu visualizar? Agora, vamos imaginar outra
situação: uma sala de aula onde alunos estão em posições diferentes: alguns estão
sentados em cadeiras, outros no chão, outros em pé; há alunos, ainda, que
circulam pelo espaço para buscar materiais ou participar de atividades. O
ambiente não é silencioso; misturam-se vozes de alunos, que discutem em grupo

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alguma questão, com a da professora, que demonstra um experimento. Agora,


pensemos na seguinte questão: diante dessas duas cenas descritas, em qual há
mais disciplina? Certamente o senso comum nos leva a responder que a primeira
cena apresenta uma sala mais disciplinada. Essa constatação, no entanto, leva a

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uma segunda indagação: essa disciplina é necessária? Ou é possível ter

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aprendizagem em uma sala de aula como a descrita na segunda cena?

Historicamente, a escola voltou-se a uma compreensão de que, para fornecer uma


boa qualidade de ensino, era preciso que alunos estivessem em silêncio e imóveis
a fim de apreender conteúdos fornecidos e expostos pelo professor. 


A noção de disciplina na escola sempre foi entendida como “não movimento”. As crianças educadas e
comportadas eram aquelas que simplesmente não se moviam. O modelo escolar-militar da primeira metade do
século XX era aplicado desde o momento em que a criança chegava na escola. As filas por ordem de tamanho
para se dirigirem às salas de aula, o levantar-se cada vez que o diretor ou supervisor de ensino entrava na sala
etc. 
— (STRAZZACAPPA, 2001, p. 70)

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Essa concepção tradicional de ensino já foi há bastante tempo questionada.


Sabemos hoje que o aluno é ativo na construção de aprendizagens e que ter
contato com um conteúdo não é, necessariamente, o suficiente para que ele seja
aprendido.

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Mesmo que a concepção construtivista da aprendizagem já tenha sido divulgada

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há quase um século (CUNHA, 1996), em relação ao corpo e movimento parece que
ainda prevalece uma concepção tradicionalista. Segundo Strazzacappa, “apesar da
ausência destas atitudes disciplinares, a ideia do não movimento como conceito de
bom comportamento prevalece. Muitas escolas aboliram as filas e os demais
símbolos de respeito a diretores e professores; no entanto, foram criadas outras
maneiras de se limitar o corpo” (STRAZZACAPPA, 2001, p. 70). A autora continua:


Embora conscientes de que o corpo é o veículo através do qual o indivíduo se expressa, o movimento corporal
humano acaba ficando, dentro da escola, restrito a momentos precisos como as aulas de educação física e o
horário do recreio. Nas demais atividades em sala, a criança deve permanecer sentada em sua cadeira, em
silêncio e olhando para a frente. 
— (STRAZZACAPPA, 2001, p. 69)

É quase como se entendêssemos que, na hora da aula, o corpo não está presente;
como se as crianças, ao entrarem na sala, deixassem o corpo pendurado junto com
a mochila, pegando-o de volta quando vão para o recreio ou para a aula de
educação física.

Poderíamos supor que essa ideia de que o movimento atrapalha o rendimento


escolar é exclusiva do ensino fundamental, no qual costuma prevalecer uma
exigência maior da apreensão de conteúdos conceituais. No entanto, o que se
pode observar, também na educação infantil, é um conjunto de práticas
pedagógicas pautadas na falta de movimentos, ainda que em turmas de crianças
pequenas. Sob a justificativa de manutenção da ordem e da disciplina, tais práticas
limitam a livre movimentação das crianças desde a mais tenra idade.

Não há comprovação de que determinada postura corporal favoreça a concentração e a


atenção; ela dependerá das preferências do sujeito, bem como da atividade proposta. 

Isso comprova que concepções equivocadas de corpo e movimento têm embasado


práticas proibitivas e castradoras do movimento corporal. Além dessas práticas
causarem desgastes na relação professor-aluno, trazem também prejuízos ao
próprio desenvolvimento infantil. 

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Nesse embate entre professores e alunos, cria-se uma relação de chantagem em


que o movimento passa a ser “moeda de troca” (STRAZZACAPPA, 2001, p. 70); isto
é, o aluno que não permanece quieto é castigado pelo docente com a suspensão
do momento de recreio – justamente o horário no qual o movimento corporal é

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permitido. “Estas atitudes evidenciam que o movimento é sinônimo de prazer e a

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imobilidade, de desconforto” (STRAZZACAPPA, 2001, p. 70).

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Se estamos falando de concepções que embasam práticas equivocadas, logo
precisamos problematizar também a questão da formação dos professores. Afinal,

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é a partir da atuação dos professores e da relação que estes desenvolvem com seu

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próprio corpo que se estabelecerão as práticas escolares e o desenvolvimento dos
alunos. É preciso levar em conta que “o corpo do professor funciona como modelo
para o aluno” (STRAZZACAPPA, 2001, p. 75) e que, necessariamente, “seus corpos
também educam” (STRAZZACAPPA, 2001, p. 78). O fato de o corpo e o movimento
terem sido historicamente negligenciados pela educação, ou melhor, em razão de
não ter se enxergado relação entre movimento corporal e práticas escolares, essa
dimensão não fez parte da formação dos professores. É comum, inclusive, que
questões relacionadas ao corpo sejam consideradas tabus na escola.

REFLITA

Se o professor se coloca distante, tanto teórica quanto praticamente, do


corpo e do movimento, como poderá observar, valorizar e propiciar o
desenvolvimento de seus alunos no que concerne a esse campo?

Precisamos ter clareza, então, de que, quando falamos de conhecimento corporal,


devemos necessariamente pensar em experiências corporais. Ou seja, para
aprender movimento é necessário se movimentar! Parece um tanto óbvia essa
constatação, mas, apesar disso, você provavelmente não se levantou da cadeira
nenhuma vez desde que começou este curso (mas não se preocupe: atividades
práticas virão!).

Assim, precisamos compreender e abarcar o movimento na escola de duas formas:


questionando a exigência de posturas imóveis nas práticas escolares e trazendo-o
como importante componente curricular para o desenvolvimento e aprendizagem
dos alunos. Neste contexto, a ideia que deve prevalecer, enfim, é a de que o corpo
está presente a todo momento e não deve ser negligenciado; ao contrário, o
movimento corporal deve ser um aspecto importante dos programas escolares.
Nesse sentido vamos, agora, conhecer o que a Base Nacional Comum Curricular
traz sobre o corpo e o movimento para as etapas da educação infantil e séries
iniciais do ensino fundamental.

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O QUE A BNCC ABORDA SOBRE O CORPO E MOVIMENTO NA


EDUCAÇÃO INFANTIL
A Base Nacional Comum Curricular, na etapa referente à educação infantil, dispõe
de cinco campos de experiências, os quais definem os objetivos de aprendizagem e

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desenvolvimento. De acordo com o documento, “Os campos de experiências

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constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências
concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural” (BRASIL, 2017, p. 40). São
eles:

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1. O eu, o outro e o nós.

2. Corpo, gestos e movimentos.

3. Traços, sons, cores e formas.

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4. Escuta, fala, pensamento e imaginação.

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5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. 

Como podemos ver, corpo e movimento na educação infantil são aspectos de


tamanha centralidade que constituem um campo de experiência próprio, o qual
conheceremos mais profundamente neste tópico.

EXEMPLIFICANDO

Os campos de experiência da BNCC, conforme aponta o próprio


documento, podem e devem ser trabalhados em conjunto numa mesma
atividade, visto que se complementam entre si. Assim, cabe ao educador a
elaboração de propostas pedagógicas criativas, abarcando diferentes
campos e enfatizando as possibilidades de cada um deles, de modo a
contemplar o objetivo proposto. 

Quando propomos à criança, por exemplo, uma brincadeira ou jogo em que


deve criar gestos, movimentos, olhares e mímica junto de seu grupo,
estamos explorando o campo de experiência corpo e movimento bem
como o campo “o eu, o outro e o nós”, visto que, na atividade em grupo, são
exploradas habilidades de convívio e relação interpessoal. 

O campo de experiência “corpo, gestos e movimentos” contempla os aspectos


ligados à exploração de mundo, de espaços e de objetos, realizada pelas crianças
através de seus corpos. Indica que elas brincam, estabelecem relações e produzem
conhecimentos sobre si e sobre os outros a partir de sua corporeidade, o que as
leva à consciência de seu próprio corpo, dos limites e das potencialidades dele. 

O documento aponta, com relação ao trabalho na educação infantil:


Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o partícipe privilegiado das práticas
pedagógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim, a
instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças possam, sempre animadas pelo
espírito lúdico e na interação com seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos,
olhares, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com o
corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar apoiando-se em berços, mesas e
cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar cambalhotas, alongar-se etc.). 
— (BRASIL, 2017, p. 41)

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O movimento é uma linguagem capaz de expressar emoções, necessidades e


desejos. Na educação infantil, através do corpo e do movimento, as crianças
podem se comunicar e se expressar por meio de linguagens tais quais a dança, o
teatro, as brincadeiras de faz de conta e a música. Essas vivências, de acordo com a

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BNCC, permitem às crianças o conhecimento e reconhecimento das “sensações e

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funções de seu corpo e, com seus gestos e movimentos, identificam suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência
sobre o que é seguro e o que pode ser um risco à sua integridade física” (BRASIL,
2017, p. 41).

FOCO NA BNCC

A Base Nacional Comum Curricular indica que as aprendizagens essenciais


compreendem, na educação infantil, tanto comportamentos, habilidades e
conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e
desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sendo as interações
e a brincadeira eixos estruturantes. Assim, apresenta os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento sequencialmente organizados em três
grupos por faixa etária, que correspondem, aproximadamente, às
possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento
das crianças, reconhecendo as especificidades dos diferentes grupos
etários que constituem a educação infantil.

No Quadro 1.1, retirado do documento, podemos visualizar como se dá a


organização do campo de experiência corpo e movimento a fim de
organizar as práticas pedagógicas na educação infantil:

Quadro 1.1 | Objetivos da aprendizagem e desenvolvimento na BNCC

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Bebês (zero a 1 ano Crianças bem Crianças pequenas (4


e 6 meses) pequenas (1 ano e 7 anos a 5 anos e 11
meses a 3 anos e 11 meses)
meses)

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

(El01EO01) (El02EO01) (El03EO01)


Perceber que suas Demonstrar atitudes Demonstrar empatia

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ações têm efeitos nas de cuidado e pelos outros,

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outras crianças e nos solidariedade na percebendo que as
adultos. interação com pessoas têm diferentes
crianças e adultos.  sentimentos,
necessidades e maneiras
de pensar e agir. 

(El01EO02) (El02EO02) (El03EO02)


Perceber as Demonstrar imagem Agir de maneira
possibilidades e os positiva de si e independente, com
limites de seu corpo confiança em sua confiança em suas
nas brincadeiras e capacidade para capacidades,
interações das quais enfrentar reconhecendo suas
participa. dificuldades e conquistas e limitações. 
desafios. 

(El01EO03) (El02EO03) (El03EO03)


Interagir com crianças Compartilhar os Ampliar as relações
da mesma faixa etária objetos e os espaços interpessoais,
e adultos ao explorar com crianças da desenvolvendo atitudes
espaços, materiais, mesma faixa etária e de participação e
objetos, brinquedos. adultos.  cooperação. 

(El01EO04) (El02EO04) (El03EO04)


Comunicar Comunicar-se com os Comunicar suas ideias e
necessidades, desejos colegas e os adultos, sentimentos a pessoas e
e emoções, utilizando buscando grupos diversos. 
gestos, balbucios, compreendê-los e
palavras.  fazendo-se
compreender. 

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

(El01EO05) (El02EO05) (El03EO05)


Reconhecer seu Perceber que as Demonstrar valorização

0
corpo e expressar pessoas têm das características de

seõçatona reV
suas sensações em características físicas seu corpo e respeitar as
momentos de diferentes, características dos
alimentação, higiene, respeitando essas outros (crianças e
brincadeira e diferenças.  adultos) com os quais
descanso.  convive. 

Fonte: adaptado de Brasil (2017).

Assim, finalizamos apontando a síntese de aprendizagens indicada pelo


documento. No final da educação infantil, no que se refere ao campo de
experiência corpo e movimento, as crianças devem ser capazes de:


Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem para o cuidado de sua saúde e a
manutenção de ambientes saudáveis. Apresentar autonomia nas práticas de higiene, alimentação, vestir-se e
no cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo. 
Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como instrumento de interação com
o outro e com o meio. 
Coordenar suas habilidades manuais. 
— (BRASIL, 2017, p. 54)

O QUE A BNCC ABORDA SOBRE O CORPO E MOVIMENTO NAS SÉRIES


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Referente às séries iniciais do ensino fundamental, a Base Nacional Comum
Curricular traz, dentro da área de Linguagens o componente curricular Educação
Física, o qual concentra os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
referentes ao corpo e movimento para essa etapa da educação básica. Antes de
adentrarmos no componente em si, vale destacarmos o entendimento da área
denominada Linguagens:

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As atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal (oral ou
visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas


práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas
interações, estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais, morais e éticos. Na BNCC, a área de
Linguagens é composta pelos seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e,

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no Ensino Fundamental – Anos Finais, Língua Inglesa. A finalidade é possibilitar aos estudantes participar de
práticas de linguagem diversificadas, que lhes permitam ampliar suas capacidades expressivas em
manifestações artísticas, corporais e linguísticas, como também seus conhecimentos sobre essas linguagens,

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em continuidade às experiências vividas na Educação Infantil. 
— (BRASIL, 2017, p. 63)

Diferentemente da forma como é trabalhada na educação infantil, na qual as


linguagens eram articuladas, no ensino fundamental, elas passam a ter status
próprios de objetos de conhecimento escolar. No entanto, é de fundamental
importância que as práticas pedagógicas possibilitem a apropriação, por parte dos
alunos, das especificidades de cada linguagem, de modo que compreendam,
ainda, o todo na qual elas estão inseridas. Sobre a Educação Física nas séries
iniciais do ensino fundamental, a BNCC aponta:

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A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de
codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos,
produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história. Nessa concepção, o movimento humano está
sempre inserido no âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um segmento

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corporal ou de um corpo todo. Nas aulas, as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno cultural
dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. Desse modo, é possível assegurar aos alunos

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a (re)construção de um conjunto de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de seus
movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros e desenvolver autonomia para apropriação e
utilização da cultura corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo sua participação de
forma confiante e autoral na sociedade. 
— (BRASIL, 2017, p. 212)

A BNCC aponta que existem três elementos comuns às práticas corporais, sendo
eles:

1. O movimento corporal como elemento essencial.

2. A organização interna – de maior ou menor grau – pautada por uma lógica


específica.

3. O produto cultural vinculado com o lazer e entretenimento e/ou com o corpo e


a saúde.

Cada uma dessas práticas corporais tematizadas compõe uma das seis unidades
temáticas abordadas ao longo do ensino fundamental para o objeto da Educação
Física. Conheceremos a seguir essas unidades, a partir de suas definições
curriculares na BNCC (BRASIL, 2017).

Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.

No ensino fundamental, essa organização em unidades temáticas tem por base a


compreensão de que o caráter lúdico está presente em todas as práticas corporais,
ainda que essa não seja a finalidade da Educação Física na escola. De acordo com a
BNCC:


Ao brincar, dançar, jogar, praticar esportes, ginásticas ou atividades de aventura, para além da ludicidade, os
estudantes se apropriam das lógicas intrínsecas (regras, códigos, rituais, sistemáticas de funcionamento,
organização, táticas etc.) a essas manifestações, assim como trocam entre si e com a sociedade as
representações e os significados que lhes são atribuídos. 
— (BRASIL, 2017, p. 220)

Dessa forma, a delimitação das habilidades referentes ao corpo e movimento


dentro da BNCC privilegia as seguintes oito dimensões de conhecimento:

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1. Experimentação.

2. Uso e apropriação. 

3. Fruição.

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4. Reflexão sobre a ação.

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5. Construção de valores.

6. Análise.

7. Compreensão.

8. Protagonismo comunitário. 

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FOCO NA BNCC

Conheça as competências específicas de Educação Física para o ensino


fundamental trazidas pela BNCC:

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1.  Compreender a origem da cultura corporal de movimento e seus vínculos com a organização da

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vida coletiva e individual.
2.  Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de
aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo
cultural nesse campo.
3.  Refletir, criticamente, sobre as relações entre a realização das práticas corporais e os processos
de saúde/doença, inclusive no contexto das atividades laborais.
4.  Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal,
analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia e discutir posturas consumistas e
preconceituosas.
5.  Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater
posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes.
6.  Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas
corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
7.  Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos
e grupos.
8.  Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o envolvimento em
contextos de lazer, ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde.
9.  Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e produzindo
alternativas para sua realização no contexto comunitário.
10.  Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas,
esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo. 
— (BRASIL, 2017, p. 223)

Você possui, agora, elementos para a reflexão acerca da presença do corpo e do


movimento na escola, da importância de sua manifestação e do embasamento
legal curricular sobre esses aspectos. A partir deles, na próxima unidade,
poderemos conhecer e explorar práticas pedagógicas de valorização do corpo e do
movimento na escola.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível
em: https://bit.ly/2ZMyU4d . Acesso em: 28 abril. 2020.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível
em: https://bit.ly/3e4X4vZ . Acesso em: 28 abr. 2020. 

BRASIL. Lei nº 13278, de 2 de maio de 2016. Altera o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394,


de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional,
referente ao ensino da arte. Brasília: Presidência da República, 2016. Disponível

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em: https://bit.ly/2O2t2P8 . Acesso em: 29 abr. 2020. 

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para a


educação infantil. Brasília: MEC, 1998. 101 p. v. 1. Disponível

0
em: https://bit.ly/31RxgBk . Acesso em: 29 abr. 2020. 

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