Este capítulo descreve a viagem da família real portuguesa para o casamento da princesa D. Maria Bárbara com o príncipe espanhol D. Fernando. A viagem representa a união das famílias reais portuguesa e espanhola. O capítulo também discute as perspectivas psicológicas de D. Maria Bárbara sobre seu futuro casamento político e realça as difíceis condições enfrentadas pelos mendigos que viajavam com a família real.
Este capítulo descreve a viagem da família real portuguesa para o casamento da princesa D. Maria Bárbara com o príncipe espanhol D. Fernando. A viagem representa a união das famílias reais portuguesa e espanhola. O capítulo também discute as perspectivas psicológicas de D. Maria Bárbara sobre seu futuro casamento político e realça as difíceis condições enfrentadas pelos mendigos que viajavam com a família real.
Este capítulo descreve a viagem da família real portuguesa para o casamento da princesa D. Maria Bárbara com o príncipe espanhol D. Fernando. A viagem representa a união das famílias reais portuguesa e espanhola. O capítulo também discute as perspectivas psicológicas de D. Maria Bárbara sobre seu futuro casamento político e realça as difíceis condições enfrentadas pelos mendigos que viajavam com a família real.
Vou apresentar um pouco da viagem da família real, viagem esta realizada para acompanhar D. Maria Bárbara no seu casamento com o príncipe D. Fernando de Castela, representando assim a união das famílias reais portuguesa e espanhola. Além disso, vai se realizar o casamento de Mariana Vitória, princesa espanhola, com o futuro rei D. José, pelo que mais tarde se realiza a cerimónia da troca das princesas no rio Caia. Vou também centrar me um pouco na perspetiva de D. Maria Bárbara perante a sua realidade envolvente. Tal como vimos anteriormente no casamento de D. João V e D. Maria Ana Josefa, estes dois casamentos são também contratuais, isto é, não se observa qualquer carácter sentimental, apenas se visa a união de reinos e, por isso, benefícios materialistas. E este aspeto é, mais uma vez alvo de crítica por parte de José Saramago. O cortejo real não segue em conjunto, já que o rei D. João V parte primeiro, em direção a Montemor e passando por Vendas Novas. Já, mais tarde, dadas as condições meteorológicas precárias, as carruagens reais que transportavam a rainha, a princesa e Scarlatti, que iria tocar nas cerimónias, são obrigadas a parar e a pernoitar uma noite em Vendas Novas. Dado que nesta viagem, a enorme comitiva real é acompanhada de “pedintes e outos vadiantes”, entre os quais João Elvas, o ex-soldado e amigo de Sete-Sóis, na tentativa de angariarem algumas esmolas, estes acabam por ser forçados a trabalhos na via para que a família real possa seguir para o seu destino. São realçadas as condições severas nas quais os mendigos trabalham enquanto a realeza descansa, confortavelmente, nos seus coches reais. Durante o resto da viagem, Saramago dá-nos a conhecer um pouco do espaço psicológico de D. Maria Bárbara enquanto esta reflete com a sua mãe. A princesa questiona-se pelo facto de nunca ter visitado o Convento de Mafra sendo que a sua construção se deve ao seu nascimento. Ao qual a sua mãe responde que a princesa não deve perder tempo com tais pensamentos, pois era a vontade de D. João V e de Deus. Neste seguimento, a princesa mostra muita sensibilidade neste tópico, refletindo e desvalorizando-se, bem como aqueles que a rodeiam. (ler) Com isto, a rainha mostra a dor e sofrimento que certos episódios da sua vida lhe trouxeram e que ao longo dos anos essa dor vai se acumulando até que a luz da vida se vai desvanecendo.