Você está na página 1de 5

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

CEARÁ

CURSO DE LICENCIATURA LETRAS PORTUGUÊS E INGLÊS E SUAS


RESPECTIVAS LITERATURAS

SEMESTRE IV

DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA

ANA RAQUEL ALVES DA SILVA

RELATÓRIO REFERENTE À VIAGEM TÉCNICA FEITA AO MUSEU


SENZALA NEGRO LIBERTO

UMIRIM-CE

NOVEMBRO/2019
Relatório de Visita

Na quarta-feira, dia 27 de novembro, foi realizada uma viagem técnica


ao Museu Senzala Negro Liberto. O museu fica localizado na cidade de
Redenção, Ceará, Brasil, cidade esta que foi a primeira a abolir à escravidão
no estado do Ceará.

Ao chegar ao Museu, temos uma visão diferenciada, tendo em vista que


é um lugar “ultrapassado”, arquitetonicamente falando, nos sentimos em uma
época distante, vivenciando sensações inusitadas por parte de experiências ali
vividas por pessoas em outros tempos.

O Museu, antes de ser o já citado, era uma casa de senhores de


engenho, ou seja, era uma fazenda sobre a qual tinha como fonte de renda a
produção de cachaça. No entanto, nem tudo o que havia na fazenda se
baseava em produção de cachaça. O lugar, cheio de cultura e história, também
foi um palco de muito sofrimento para as pessoas que trabalharam ali por
gerações e gerações, os escravos.

A visita é encaminhada por um guia que conta toda a história do Museu,


começando por explicar como funcionava à produção de cachaça ao longo dos
anos desde a escravidão. Logo depois, começa a contar a história da casa.
Começando por o lado de fora, o primeiro local que entramos é uma espécie de
sala principal, em que há registros do período de escravidão, como
instrumentos de torturas que eram usados para castigar os escravos quando
praticavam alguma ação que era contrária às ordens dos senhores de
engenho. Na mesma sala, também há fotos de alguns senhores que por muito
tempo foram donos da casa, que atualmente é Museu, há fotos também de
escravos que foram símbolos de resistência negra, a exemplo, a escreva
Anastácia, que foi trazida do Rio de Janeiro, para Redenção, no Ceará e
morreu sendo torturada pelos senhores de engenho, chegando também a ser
abusada.

No Museu, há também o registro de abolição da escravatura da cidade


de Redenção, que foi a primeira cidade no estado do Ceará a abolir à
escravidão, a casa possui elementos extremamente antigos, como móvel, livro,
máquinas de datilografar, cama, incluindo o chão que é de madeira e,
aparentemente, frágil, porém, há um detalhe importante que precisa ser
ressaltado, abaixo da Casa Grande, há a senzala. Lugar em que os escravos
ficavam logo depois de cumprir os trabalhos nas plantações de cana-de-
açúcar.

O lugar, segundo o guia, foi feito em forma de labirinto para que fosse
dificultado o acesso dos escravos durante o período em questão, sendo assim,
o lugar é divido com relevos, lugares apertados, outros mais largos, uns mais
altos e outros mais baixos, há também instrumentos de tortura nesse local,
alguns eram usados para testar a resistência e a força dos índios, há dentro do
Museu, uma história relacionada com uma escrava que derrubou um filho bebê
de um senhor de engenho, e foi torturada por semanas, até ser morta, tendo
sido o seu corpo enterrado nesse local em que os escravos ficavam.

No mesmo local, há também tipos de solitárias que eram usadas para


castigar os escravos, chicotes de couro dentre outros tipos de elementos para
fins de tortura.

Há também um local onde era próprio para as mulheres que faziam o


trabalho da casa dos senhores de engenho, que por sinal, era bem mais
confortável do que a habitação dos escravos, na parte superior da sala, há uma
janela, que era usada pelos senhores de engenho para apontar qual mulher
seria abusada em um determinado dia.

A fazenda possui um cemitério sobre o qual alguns escravos mortos


eram enterrados, não há provas concretas de que os escravos eram enterrados
naquele determinado local, no entanto, durante algumas escavações, foram
encontrados ossos no local, fazendo com que fosse possível se pensar que ali
era um cemitério.

Concluindo, podemos perceber que o Museu, além de ser um local que


carrega uma grande trajetória histórica, é um lugar que possuiu muita
resistência no passado, sofrimentos, abusos e castigos, a escravidão de fato foi
um período triste marcado por muitas injustiças e muito sofrimento, em que
uma minoria, em razão de suas condições sociais, era vista como uma
mercadoria que podia ser passada de mãos em mãos, sendo subordinada a
fazer o que lhe pedissem, sendo esses, os escravos.

Sendo assim, a viagem foi relevante principalmente porque foi possível


conhecer de perto, não o sofrimento pelo qual muitos tiveram que passar, mas
conhecer a forma desumana sobre a qual eles tiveram que viver, na mais triste
decadência que um ser humano pode experimentar viver.

ANEXOS

Você também pode gostar