Cap 11 Biocel - Membranas PDF

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A estrutura das membranas – Biocel

cap. 11 (P1)

 As células eucarióticas possuem membranas


internas que delimitam as organelas (RE,
aparelho de golgi e mitocôndrias);
 Uma célula viva é um sistema de moléculas
autorreplicativas mantidas no interior de um
envoltório.
 Esse envoltório é a membrana plasmática:
camada de lipídeos, com proteínas associadas,
tão fina que não pode ser visualizada em
microscopia óptica de forma direta;
 Separa e protege os constituintes químicos do
ambiente externo;
 Composta por uma camada dupla de moléculas
lipídicas com cerca de 5 nm de espessura, na
qual proteínas estão inseridas;
 Atua como barreira para impedir que o
conteúdo celular extravase e se misture ao
meio circundante;
 Porém, também precisa permitir a passagem
de nutrientes e eliminação de resíduos;
 Todas as membranas são compostas por
 Permeabilidade seletiva: canais seletivos e lipídeos e proteínas e dividem uma estrutura
proteínas transportadoras que permitem a geral comum;
importação e exportação de pequenas
moléculas e íons específicos;
 Lipídeos arranjados em uma bicamada lipídica –
barreira para a permeabilidade da maior parte
 Proteínas também pode atuar como sensores das moléculas solúveis em água.
ou receptores: permitem que a célula receba e
responda informações sobre alterações no seu
ambiente;
 Quando uma célula cresce, ela aumenta sua
área pela adição de segmentos de membrana,
sem que essa perca sua continuidade;
 Ela pode se deformar sem se romper – não
colapsa e nem permanece rompida, ela sela o
local da perfuração. A bicamada lipidica
 Como as células são preenchidas e cercadas
com água, a estrutura é determinada pelo
comportamento dos lipídeos de membrana em
ambientes aquosos;
 A bicamada lipídica constitui a estrutura
fundamental de todas as membranas celulares.

As membranas lipidicas formam bicamadas  A presença de partes hidrofóbicas e hidrofílicas


na agua tem papel crucial no arranjo das moléculas
 Cada lipídeo possui uma cabeça hidrofílica e lipídicas como bicamadas em ambientes
uma cauda hidrofóbica; aquosos;
 Os lipídeos mais abundantes na membrana são  As moléculas hidrofílicas se dissolvem
os fosfolipídeos – cabeça hidrofóbica contendo rapidamente em água pois contêm grupos
fosfato ligada a um par de caudas hidrofóbicas carregados ou não carregados polares que
podem formar atrações eletrostáticas ou
ligações de hidrogênio com as moléculas de
água;

 A fosfatidilcolina possui uma pequena molécula


de colina ligada a um grupo fosfato como sua
cabeça hidrofílica

 As moléculas hidrofóbicas são insolúveis em


água pois todos os seus átomos não possuem
carga ou são apolares, não podem formar
interações favoráveis com a molécula de água.;
 Essas moléculas hidrofóbicas fazem com que as
moléculas de água adjacentes se organizem
em um arcabouço ao redor delas;
 Moléculas com partes hidrofílicas e hidrofóbicas
são denominadas anfipáticas
 Exemplos: colesterol nas membranas celulares
animais e glicolipídeos que possuem açúcares
como parte da sua cabeça hidrofóbica

 Essa formação requer energia livre;


 O custo energético é minimizado quando as
moléculas hidrofóbicas se agrupam, limitando
seu contato com moléculas de água
 Por isso, moléculas hidrofóbicas se coalescem
em uma única gota quando postas em água
 As moléculas anfipáticas estão submetidas a
duas forças contraditórias: A cabeça hidrofílica é
atraída pelas moléculas de água e a hidrofóbica
tende a repelir água e se agregar com outras
moléculas hidrofóbicas;
 A formação da bicamada lipídica é
energeticamente mais favorável e satisfaz
A bicamada lipidica e um liquido
ambas as partes; bidimensional flexivel
 As cabeças hidrofílicas permanecem expostas  As moléculas dentro da bicamada podem se
à água nas superfícies e as caudas hidrofóbicas mover e trocar de lugar umas com as outras
ficam protegidas da água e justapostas no no plano da bicamada;
interior (Sanduíche).  O plano da bicamada é um líquido
bidimensional;
 A bicamada é flexível, é capaz de se curvar;
 Essa flexibilidade é importante pois estabelece
um limite inferior de aprox.. 25 nm para o
tamanho de uma vesícula que as membranas
celulares são capazes de formar;
 Fosfolipídeos puros irão formar vesículas
esféricas fechadas chamadas lipossomos
 Essas forças também conferem a propriedade quando expostos à água (de forma sintética)
de autosselamento;
 Qualquer ruptura na bicamada cria uma
extremidade livre exposta à água, o que é
energeticamente desfavorável;
 Para eliminar a extremidade livre as moléculas
da bicamada se rearranjam de maneira
espontânea;
 A única maneira que uma lâmina anfipática finita
tem de evitar extremidades é curvar e selar,
formando uma esfera fechada;
 Por isso as moléculas anfipáticas se arranjam,
necessariamente, em compartimentos  Filp-flop: movimento das moléculas de
autosselantes fechados. fosfolipídeos trocando de posição de uma
monocamada (metade da bicamada) para outra;
 Flip-flop foi testado em membranas sintéticas e
estima-se que ocorre menos de uma vez no
mês em condições similares à célula (Muito
raro);
 A fluidez da membrana permite rápida difusão
de muitas proteínas de membrana no plano da
bicamada, é importante na sinalização celular,
permite a difusão de lipídeos e proteínas para
A fluidez da bicamada lipidica depende da outros locais da célula, entre outros.
sua composicao
 Fluidez: A facilidade com que as moléculas A formacao da membrana inicia-se no RE
lipídicas se movem no plano da bicamada;  Novos fosfolipídeos são sintetizados por
 Depende da composição dos fosfolipídeos e da enzimas ligadas a o RE;
natureza das caudas hidrocarbonadas;  Utilizando ácidos graxos livres como substrato,
 Quanto mais regular for o empacotamento das as enzimas inserem os fosfolipídeos recém
caudas, mais viscosa e menos fluida será a sintetizados exclusivamente na metade
bicamada; citosólica da bicamada;
 Duas principais propriedades influenciam o grau  A transferência espontânea de lipídeos de uma
de empacotamento da bicamada: monocamada para outra ocorre raramente;
- Comprimento: cadeias mais curtas reduzem a  Essa transferência é catalisada por enzimas
tendência de formação de interações entre as chamadas scrambalases: removem
caudas hidrocarbonadas, aumentando a fluidez aleatoriamente fosfolipídeos específicos de uma
da bicamada; metade da bicamada e inserem na outra;
- Número de ligações duplas: Insaturadas  Assim, os fosfolipídeos são redistribuídos
(ligações duplas) ou saturadas (ligações simples), igualmente entre as monocamadas da
Cada ligação dupla em uma cauda insaturada membrana do RE;
cria uma pequena “dobra”, que dificulta o
 Parte dessa membrana irá permanecer no RE
empacotamento das caudas uma contra as
e o restante será utilizado para suprir outros
outras (Quanto mais caudas insaturadas, mais
compartimentos da célula com segmentos
fluida será a membrana).
novos de membrana.
 Em células animais a fluidez da membrana é
modulada pela incisão de moléculas de
colesterol;
 Colesterol: 20% dos lipídeos de membrana, são
pequenas e rígidas, preenchem os espaços
vazios entre as moléculas vizinhas de
fosfolipídeos, originados pelas insaturações;
 O colesterol torna a bicamada mais rígida,
menos flexível e menos permeável;

Certos fosfolipideos estao confinados a um


lado da membrana
 A maior parte das membranas celulares é
assimétrica;
 Conjuntos distintos de fosfolipídeos;
 A membrana do aparelho de golgi contém
outra família de enzimas que modificam
fosfolipídeos, as flipases;
 As flipases removem fosfolipídeos específicos
da metade da bicamada voltada para o espaço
externo e os introduzem na monocamada
voltada para o citosol;
 A ação das flipases na membrana plasmática Proteinas de membrana
inicia e mantém o arranjo assimétrico dos  A maior parte das funções da membrana são
fosfolipídeos; desempenhadas pelas proteínas de membrana;
 A monocamada citosólica sempre está voltada  Cerca de 50% da massa das membranas;
para o citosol, enquanto a camada não citosólica
está exposta ao meio externo da célula ou,
para as organelas, no espaço interno (lúmen);
 A orientação das proteínas na bicamada lipídica
costuma ser essencial para sua função;

 Os lipídeos com distribuição assimétrica mais


acentuada são os glicolipídeos, que estão
situados principalmente na metade não
citosólica da bicamada da membrana plasmática;
 Quando a molécula de glicolipídeo se encontra
na membrana plasmática, o seu grupo açúcar
está exposto ao meio externo da célula; As proteinas de membrana se associam a
bicamada lipidica de formas diferentes
 Proteínas transmembrânicas: são anfipáticas
(Regiões hidrofílicas e hidrofóbicas), sendo a
região hidrofílica voltada para o ambiente
aquoso nos dois lados da membrana, e a
hidrofóbica para p interior da bicamada;
 Proteínas associadas à monocamada por meio
de uma alfa hélice: quase inteiramente no
citosol;
 Ligada a lipídeos: inteiramente externas à
 Outras moléculas lipídicas apresentam bicamada lipídica, conectadas à membrana por
diferentes tipos de distribuição assimétrica, um ou mais grupos lipídicos covalentemente
relacionada com sua função específica. ligados;
 Ligada a proteínas: ligadas indiretamente a uma  As cadeias laterais hidrofóbicas estão expostas
das faces da membrana ou à outra, mantidas no exterior da hélice, onde fazem contato com
no lugar apenas por meio de interações com as caudas hidrofóbicas dos lipídeos;
outras proteínas de membrana;  Os átomos principais da cadeia principal
 Proteínas integrais: podem ser removidas polipeptídica formam ligações de hidrogênio uns
apenas pela ruptura da bicamada com com os outros no interior da hélice;
detergentes;  No ambiente hidrofóbico as alfa hélices tendem
 Proteínas periféricas de membrana: podem ser a se agrupar formando um anel, com as
liberadas por procedimentos de extração mais cadeias laterais hidrofóbicas expostas aos
amenos, que não danificam a membrana, lipídeos e as cadeias hidrofílicas formando a
apenas as interações proteína-proteína superfície interna do canal hidrofílico que
transpassa a bicamada lipídica
Uma cadeia polipeptidica geralmente
atravessa a bicamada lipidica como uma
alfa helice
 Todas as proteínas de membrana possuem
uma única orientação na bicamada lipídica, que
é essencial para sua função;
 As porções de proteínas transmembrana que
permanecem na face externa da bicamada
lipídica são conectadas a segmentos
especializados de cadeia polipeptídica que
transpassam a membrana;
 Esses segmentos são compostos
principalmente por aminoácidos de cadeia  A cadeia polipeptídica de algumas proteínas
lateral hidrofóbica; transmembrana atravessa a bi camada lipídica
 Essas cadeias não formam interações como uma folha beta enrolada em um cilindro
favoráveis com moléculas de água, por isso  Elas formam uma estrutura oca chamada de
interagem com caudas hidrofóbicas das barril beta
moléculas lipídicas, onde não há água;  As cadeias que delimitam o canal de água
 Essas ligações de hidrogênio são maximizadas (interior do barril) são hidrofílicas;
se a cadeia polipeptídica formar uma alfa hélice  As voltadas para o exterior do barril, que fazem
regular; contato com o núcleo hidrofóbico são
 A maior parte dos segmentos de cadeias hidrofóbicas.
polipeptídicas que atravessa a membrana o  A estrutura dos barris beta é encontrada na
fazem como alfa hélice; porina, que forma grandes canais de água nas
membranas externas de mitocôndrias e
bactérias.
 A membrana celular por si só é fina e frágil;
 Muitas membranas celulares são reforçadas e
sustentadas por um arcabouço de proteínas
ligadas à membrana por meio das proteínas
transmembrânicas;
 A membrana plasmática das células animais é
estabilizada por uma rede de proteínas fibrosas,
chamadas córtex celular, que está ligada à face
interna da membrana;
 O córtex dos eritrócitos humanos é o mais
estudado.
As proteinas de membrana podem ser  Essas células são pequenas e possuem formato
solubilizadas com detergentes achatado característico:
 Para uma proteína individual poder ser estudada
em detalhes, ela deve ser separada de todas as
demais proteínas celulares;
 A primeira etapa é a solubilização da
membrana por detergentes;
 Agentes que rompem as associações
hidrofóbicas da bicamada lipídica;
 Os detergentes são moléculas anfipáticas e
semelhantes a lipídeos;
 Diferem dos fosfolipídeos de membrana por
apresentarem uma única cauda hidrofóbica;
 Quando uma grande quantidade de detergente
é misturada a membranas, as caudas
hidrofóbicas das moléculas de detergente
interagem com as regiões hidrofóbicas dos  Proteína dimérica espectrina: principal
segmentos das proteínas transmembrânicas, componente do córtex, longa, fina e flexível;
bem como as caudas hidrofóbicas das  Forma uma rede que dá suporte à membrana
moléculas de fosfolipídeo; plasmática e mantém o formato bicôncavo da
 Essas interações solubilizam as proteínas de célula;
membrana na forma de complexos proteína-  A rede de espectrina é conectada À
detergente; membrana por meio de proteínas intracelulares
 Ao mesmo tempo, o detergente solubiliza os de ligação, que ligam as espectrinas a proteínas
fosfolipídeos. transmembrânicas específicas;
 O córtex de outras células animais é
majoritariamente composto por actina e
miosina (proteína motora).

A membrana plasmatica e reforcada pelo


cortex celular subjacente
Uma celula pode restringir o movimento de A superficie celular e revestida por carboidratos
suas proteinas de membrana
 A maior parte das proteínas de membrana
 Muitas das proteínas da membrana, assim plasmática tem oligossacarídeos ligados a elas
como os lipídeos, podem se mover no plano – glicoproteínas;
da bicamada;  Os proteoglicanos contêm uma ou mais
 As células possuem mecanismos para o cadeias longas de polissacarídeos ligados a
confinamento de proteínas específicas em eles;
áreas localizadas da membrana em bicamada;  O carboidrato está sempre localizado na face
 Isso cria regiões de funções especializadas ou externa da membrana plasmática, onde forma
domínios de membrana, na superfície da célula o glicocálice;
ou organela;  O glicocálice ajuda na proteção da superfície
contra danos mecânicos;

 A medida em que eles adsorvem água,


 As proteínas de membrana podem se prender conferem à célula uma superfície lubrificada,
a estruturas extracelulares ou a estruturas que auxiliar as células móveis a se deslocarem
relativamente imóveis no interior das células, em espaços pequenos e evitam a adesão das
em especial ao córtex celular; células sanguíneas entre si ou à parede dos
 As células podem criar barreiras que restrinjam vasos sanguíneos;
componentes da membrana a um domínio  Possuem papel importante no reconhecimento
especifico; e adesão celular;
 Lectinas: especializadas na ligação a cadeias
laterais de oligossacarídeos;
 O glicocálice atua como uma espécie de
revestimento de diferenciação.

 Junção compacta: barreira formada pela linha


de junção de células epiteliais adjacentes,
mantém a distribuição assimétrica de proteínas
de membrana;
 Nas junções, proteínas de junção formam um
cinturão contínuo ao redor da célula, onde ela
faz contato com as células vizinhas, criando um
local de selamento entre as membranas
plasmáticas adjacentes.

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