Este documento descreve a estrutura e composição das membranas celulares. Discute como a bicamada lipídica forma uma barreira flexível entre o interior e o exterior da célula, e como proteínas e lipídios específicos são distribuídos de forma assimétrica nesta estrutura. Também explica como as membranas são sintetizadas e modificadas no retículo endoplasmático e complexo de Golgi.
Este documento descreve a estrutura e composição das membranas celulares. Discute como a bicamada lipídica forma uma barreira flexível entre o interior e o exterior da célula, e como proteínas e lipídios específicos são distribuídos de forma assimétrica nesta estrutura. Também explica como as membranas são sintetizadas e modificadas no retículo endoplasmático e complexo de Golgi.
Este documento descreve a estrutura e composição das membranas celulares. Discute como a bicamada lipídica forma uma barreira flexível entre o interior e o exterior da célula, e como proteínas e lipídios específicos são distribuídos de forma assimétrica nesta estrutura. Também explica como as membranas são sintetizadas e modificadas no retículo endoplasmático e complexo de Golgi.
ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia Celular. Trad.
Ardala Elisa Breda
Andrade et al. 4° Ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
A Estrutura das membranas
Membrana – É um envoltório composto por uma bicamada lipídica e proteínas que tem como função separar e proteger seu conteúdo interior do meio externo. A membrana possui canais seletivos e proteínas transportadoras que atravessam pequenos íons e moléculas do meio intracelular ao meio extracelular, e vice-versa. Quando uma célula cresce ou muda seu formato, a membrana não rompe, ela se modifica junto com a célula graças à sua alta flexibilidade e caso haja a perfuração da membrana, ela rapidamente se fecha, sem que “estoure” ou seja destruída. As células eucarióticas possuem uma membrana interna que forma diversas organelas como mitocôndrias, o retículo endoplasmático e o complexo de Golgi. As membranas lipídicas formam bicamadas na água Como a célula é cercada por água e formada pela mesma, os lipídios da camada fosfolipídica (ou bicamada lipídica) possuem duas estruturas, uma cabeça hidrofílica (favorável a água) e duas caudas hidrofóbicas (desfavoráveis a água). Moléculas com estruturas hidrofílicas e hidrofóbicas são chamadas anfipáticas, que não apenas envolvem os lipídeos, mas o colesterol (nas células animais) e os glicolipídios. Moléculas hidrofóbicas formam um arcabouço, estrutura como uma gaiola, que impede a interação com as moléculas de água. As estruturas hidrofóbicas e hidrofílicas são de suma importância no arranjo das moléculas lipídicas. Pois a parte hidrofóbica impede que a água entre na célula de maneira exagerada e cause danos na sua estrutura e a parte hidrofílica fica em constante contato com a água garantindo sua lubrificação. “Qualquer ruptura na bicamada cria uma extremidade livre exposta à água. Como isso é energeticamente desfavorável, as moléculas da bicamada se rearranjam de maneira espontânea para eliminar a extremidade livre. Caso a ruptura seja pequena, esse rearranjo espontâneo irá excluir as moléculas de água e reparar a bicamada, restaurando a lâmina contínua. Se a ruptura for grande, a lâmina pode dobrar-se sobre ela mesma e se quebrar em pequenas vesículas fechadas. Nos dois casos, as extremidades livres são prontamente eliminadas.” Página 363 A bicamada lipídica é um líquido bidimensional flexível As membranas lipídicas podem se mover e trocar de lugar umas com as outras na bicamada. “A fluidez das bicamadas lipídicas pode ser estudada utilizando bicamadas lipídicas sintéticas, que são facilmente produzidas pela agregação espontânea em água de moléculas de lipídeos anfipáticos.” Página 364 Existem tipos de movimentos raros entre as moléculas fosfolipídicas como a troca de posição de moléculas entre uma camada e outra da bicamada. Entretanto, há movimentos mais frequentes e rápidos, como a troca de posição de molécula na mesma camada. A fluidez da bicamada lipídica depende da sua composição A fluidez da membrana, facilidade das moléculas de se moverem na bicamada, depende da composição dos fosfolipídios e da natureza das caudas hidrofóbicas (dependendo do seu comprimento e da quantidade de ligações de duplas, ela será mais viscosa e menos fluida). Caudas com ligações duplas de carbonos formam uma pequena dobra que dificulta o empacotamento tornando a mais fluida e são chamadas insaturadas pela menor quantidade de hidrogênios que a capacidade total. Já as caudas com ligações simples têm seus hidrogênios completos, ou seja, se torna menos fluida e é chamada saturada. As ligações lipídicas insaturadas são líquidas em temperatura ambiente, exemplo o óleo vegetal. Já as saturadas são sólidas em temperatura ambiente, exemplo o óleo animal. Em células animais, nos espaços vazios entre uma cauda insaturada e uma molécula vizinha há uma molécula de colesterol, que tende a deixar a bicamada mais rígida, menos flexível e menos permeável. “A fluidez da membrana permite a rápida difusão de muitas proteínas de membrana no plano da bicamada e a sua interação com outras proteínas. Também permite a difusão de lipídeos e proteínas dos locais da membrana nos quais são inseridos logo após sua síntese para outras regiões da célula. Além disso, garante que todas as moléculas da membrana sejam distribuídas de modo homogêneo entre as células- filhas quando a célula se divide.” Página 366 A formação da membrana inicia-se no retículo endoplasmático As enzimas ligadas a superfície citosólica do retículo endoplasmático, para sintetizar novos fosfolipídios usam ácidos graxos livres e insere os fosfolipídios recém sintetizados na metade citosólica da bicamada. Como é raro os movimentos de lipídios entre as camadas da membrana, as enzimas scramblases removem determinados fosfolipídios de uma metade de bicamada e os insere na outra, dessa forma os lipídios recém sintetizados se reorganizam nas monocamadas do retículo. Deixando a bicamada homogênea. “Parte dessa membrana recém-formada irá permanecer no retículo endoplasmático; o restante será utilizado para suprir outros compartimentos da célula com segmentos novos de membrana. Porções da membrana são continuamente destacadas do RE para formar pequenas vesículas esféricas que se fusionam a outras membranas, como as membranas do aparelho de Golgi. Vesículas adicionais se destacam do aparelho de Golgi e são incorporadas à membrana plasmática” Página 367 Certos fosfolipídios estão confinados a um lado da membrana A maioria das membranas celulares são assimétricas, pois as metades das bicamadas apresentam fosfolipídios distintos. “Quando as membranas se separam do RE e são incorporadas ao aparelho de Golgi, elas encontram enzimas chamadas de flipases (catalisam a reação, ou seja, aumenta a velocidade da reação), que seletivamente removem a fosfatidilserina e a fosfatidiletanolamina da monocamada não citosólica e as inserem na camada citosólica. Essa transferência concentra a fosfatidilcolina e a esfingomielina na monocamada não citosólica. A curvatura resultante da membrana ajuda a mediar a subsequente formação de vesículas.” Página 367 Os glicolipídios também estão distribuídos de forma assimétrica na membrana, pois estão localizados na metade não citosólica da bicamada. Fazem parte de um revestimento de carboidratos que protegem a célula animal. Os glicolipídios adquirem mais grupos de açúcar no complexo de Golgi, onde há enzimas que catalisam o grupo de açúcar e as adicionam nas moléculas localizadas do lado não citosólico da bicamada. Não existe flipases para passar esses glicolipídio para o lado citosólico. Outro exemplo de lipídios assimétricos são os fosfolipídios de Inositol, estão presentes no lado citosólico da bicamada pois possui um papel de transmissão de sinais da superfície celular para o interior da célula. Proteínas de membrana Nas células animais, as proteínas correspondem a 50% da massa da maioria das membranas plasmáticas. “Algumas proteínas transportam nutrientes, metabólitos e íons através da membrana. Outras ancoram a membrana a macromoléculas presentes em ambas as faces. E outras ainda atuam como receptores que detectam sinais químicos no ambiente celular e os transmitem ao interior da célula, ou atuam como enzimas que catalisam reações específicas na membrana. Cada tipo de membrana celular contém um conjunto diferente de proteínas, refletindo as funções especializadas de cada tipo de membrana em particular.” Página 369 As proteínas transmembrânicas, as associadas a uma monocamada e as ligadas aos lipídios, são denominadas proteínas integrais de membrana e podem ser removidas pela ruptura da bicamada. Enquanto, as demais são chamadas proteínas periféricas de membranas elas podem ser retiradas da membrana sem a ruptura da bicamada lipídica. “Muitas proteínas de passagem única (transmembrânicas) são receptores de sinais extracelulares. Outras proteínas transmembrânicas atuam como canais, formando poros aquosos transversais à bicamada lipídica, que permitem a passagem através da membrana de pequenas moléculas solúveis em água. Esses canais são compostos por uma série de α-hélices que cruzam a bicamada diversas vezes. Em várias dessas proteínas transmembrânicas de passagem múltipla, uma ou mais regiões que atravessam a membrana são anfipáticas. No ambiente hidrofóbico da bicamada lipídica, essas α-hélices tendem a agrupar-se formando um anel, com as cadeias laterais hidrofóbicas expostas aos lipídeos da membrana, e as cadeias laterais hidrofílicas formando a superfície interna do canal hidrofílico que transpassa a bicamada lipídica.” Página 371 “A cadeia polipeptídica de algumas proteínas transmembrânicas o faz como uma folha β enrolada em um cilindro, formando uma estrutura oca chamada de barril β. Como seria de se esperar, as cadeias laterais de aminoácidos voltadas para o interior do barril e que, dessa forma, delimitam o canal de água são principalmente hidrofílicas. As cadeias laterais voltadas para o exterior do barril e que fazem contato com o núcleo hidrofóbico da bicamada lipídica são exclusivamente hidrofóbicas. O exemplo mais marcante da estrutura do barril β é encontrado na proteína porina, que forma grandes canais de água nas membranas externas de mitocôndrias e bactéria.” Página 372 Detergentes desfazem a bicamada lipídica, rompendo as associações hidrofóbica. Tem um formato cônico e, na água, formam conjuntos chamados micelas. “A membrana plasmática das células animais é estabilizada por uma rede de proteínas fibrosas, chamada de córtex celular, que está ligada à face interna da membrana. O principal componente do seu córtex é a proteína dimérica espectrina, longa, fina e flexível.” Página 374 Essa rede de proteínas se conecta à membrana por meio de ligações com as proteínas transmembrânicas. A anomalia nessa rede pode provocar anemia no indivíduo. “As proteínas da membrana plasmática podem se prender a estruturas extracelulares – por exemplo, a moléculas da matriz extracelular, ou a células adjacentes – ou ainda a estruturas relativamente imóveis no interior das células, em especial ao córtex celular. Além disso, as células podem criar barreiras que restrinjam componentes da membrana a um domínio específico.” Página 376 A superfície das células é revestida por carboidratos que contribuem para a proteção contra danos mecânicos. Oligossacarídeos- pequenas cadeias de açúcares; Glicoproteínas- cadeias de oligossacarídeos ligadas a uma proteína; Proteoglicanos- uma ou mais cadeias de polissacarídeos longos ligados a uma proteína. As glicoproteínas, os proteoglicanos e os glicolipídios formam um revestimento de açúcar chamado glicocálice.