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Biofísica (aula 1)

 Membrana Celular

 A primeira célula, provavelmente, passou a existir quando


uma membrana se formou, envolvendo um pequeno volume
de solução aquosa e separando-a do resto do universo.

 As atividades biológicas das membranas devem-se às suas


propriedades físicas notáveis.
- As membranas são flexíveis, autosselantes e têm seletividade para
permear solutos polares.
- A flexibilidade das membranas permite que as suas formas mudem
e acompanhem o crescimento e o movimento da célula
- Devido à capacidade de se romperem e se resselarem, duas  Interação Hidrofóbica
membranas podem se fundir, como na exocitose - É a força que mantém a arquitetura das membranas celulares
- Embora o termo interação hidrofóbica, algumas vezes, seja usado
 Pelo fato de serem seletivamente permeáveis, as membranas para descrever o agrupamento de superfícies moleculares
retêm certos compostos e íons dentro das células hidrofóbicas na superfície de ambientes aquosos, deve ficar bem
claro que não há interação química alguma entre essas moléculas.
 As membranas não são barreiras meramente passivas Elas, simplesmente, encontram um ambiente com o estado de
- Elas incluem um arranjo de proteínas especializadas em propiciar menor energia, diminuindo a superfície hidrofóbica, ou não polar,
ou catalisar vários processos celulares. exposta à água.

- Na superfície celular, transportadores movem solutos orgânicos e


íons inorgânicos específicos de um lado a outro da membrana

 Por serem formadas por apenas duas camadas de moléculas,


as membranas são muito finas

 Estrutura Fundamental da Membrana  A bicamada lipídica é o elemento estrutural básico das


membranas
 Cada tipo de membrana tem proteínas e lipídeos
- Os glicerofosfolipídeos, os esfingolipídeos e os esteróis são
característicos
praticamente insolúveis em água
 Todas as membranas biológicas têm em comum algumas - A maior parte dos lipídeos e das proteínas de membrana é
propriedades fundamentais sintetizada no retículo endoplasmático (RE) e daí vão para as
organelas de destino ou para a membrana plasmática
- As membranas são impermeáveis para a maioria dos solutos
polares ou carregados, mas são permeáveis a compostos apolares.
- Os fosfolipídeos formam uma bicamada, na qual as regiões
apolares das moléculas lipídicas em cada camada são orientadas
para o centro da bicamada e os grupos polares são orientados para
fora, interagindo com a fase aquosa de cada lado da membrana.
- Algumas proteínas se projetam para fora apenas de um dos lados
da membrana, ao passo que outras expõem domínios em ambos os
lados.
- A orientação das proteínas na bicamada é assimétrica, conferindo à
membrana uma assimetria: os domínios proteicos expostos em um
lado da membrana são diferentes daqueles expostos do outro lado,  Muitas proteínas integrais de membrana atravessam a
refletindo uma assimetria nas funções. bicamada lipídica
- A estrutura da membrana celular permite a passagem de
solutos hidrofílicos (polares)

 Proteínas Membranares
- As proteínas receptoras de membrana retransmitem sinais entre o
ambiente interno e externo das células.
- As proteínas de transporte deslocam as moléculas e os íons através
da membrana.
- As moléculas de adesão celular permitem que as células se
identifiquem entre si e interajam.
 Transporte de Solutos Através da Membrana  Os transportadores que carregam apenas um substrato, como
o transportador de glicose do eritrócito, são conhecidos como
 Toda célula deve tomar das suas redondezas os materiais sistemas uniporte
brutos para a biossíntese e a produção de energia e liberar os
subprodutos do metabolismo para o ambiente.

 Apenas poucos compostos apolares podem se dissolver na


bicamada lipídica e atravessar a membrana sem qualquer
ajuda.

 Em alguns casos, a proteína da membrana apenas facilita a


difusão de um soluto a favor do gradiente de concentração,
mas o transporte também pode ocorrer contra um gradiente
de concentração

 Transporte Passivo (difusão facilitada)


- O transporte acontece naturalmente, quando: Acontece a favor de
um gradiente.
- No transporte passivo, as espécies transportadas sempre se movem
a favor do gradiente eletroquímico e não se acumulam para além
da concentração de equilíbrio.

 Transporte Ativo
- O transporte necessita de um investimento energético, quando:
Acontece contra um gradiente.
- O transporte ativo resulta em movimento de soluto contra um
 A membrana é seletivamente permeável gradiente de concentração ou eletroquímico

 Difusão Através da Membrana - O transporte ativo leva a um acúmulo de soluto acima do ponto de
equilíbrio
- Difusão acontece de acordo com a 2ª Lei da Termodinâmica
- É termodinamicamente desfavorável
 “Em qualquer processo, a Entropia (S) do universo tende a
aumentar” - Transporte Ativo Primário
 No transporte ativo primário, o acúmulo de soluto é acoplado
- A velocidade da difusão está relacionada com a diferença na
diretamente a uma reação química exergônica (que libera
concentração das moléculas que se difudem
energia, catabólicas)

- Transporte Ativo Secundário


 Ocorre quando o transporte endergônico (“morro acima”) de
um soluto está acoplado a um fluxo exergônico (“morro
abaixo”) de um soluto diferente, que era originalmente
bombeado para cima pelo transporte ativo primário.

- Quando dois compartimentos aquosos contendo concentrações


desiguais de um composto solúvel ou íon são separados por uma
membrana, o soluto se move por difusão simples da região de
maior concentração, através da membrana, para a região de menor
concentração, até que os dois compartimentos tenham
concentrações iguais de soluto.

 As proteínas de membrana que agem aumentando a


velocidade de movimento do soluto através das membranas
são denominadas transportadores ou carreadores. Existem
dois tipos gerais de transportadores.

 Co-transporte
- Simultaneamente carregam dois solutos através da membrana
- Quando, como nesse caso, os dois substratos movem-se em  Transporte Através de Membrana
direções opostas, o processo é antiporte
- Quando dois substratos movem-se simultaneamente na mesma
direção, o processo é simporte
 Difusão
- Movimento aleatório de partículas sempre do mais concentrado
para o menos concentrado

 Glicerofosfolipídeos tendem a se unir por ligações


hidrofóbicas nas cabeças polares
- As cabeças polares estão viradas para o meio aquoso

 A membrana é fluida
- Compostos apolares (ex: O2) são transportados livremente pela
membrana

 Membranas são seletivamente permeáveis

 Canais (alta especificidade)


 Osmose
 Poros (abertos constantemente)
- Aquaporinas (poros para água)

 Uniporte : 1 soluto por vez

 Co-transporte : 2+ solutos por vez


- O movimento da água através de uma membrana semipermeável
ocasionado por diferenças na pressão osmótica
- As membranas plasmáticas são mais permeáveis à água que a
maioria das outras moléculas pequenas, íons e macromoléculas,
uma vez que os canais proteicos na membrana permitem a
passagem de água seletivamente.
- Soluções com osmolaridade igual à do citosol de uma célula são
ditas isotônicas em relação àquela célula. Circundada por uma
solução isotônica, uma célula nunca ganha ou perde água
- Em soluções hipertônicas (com maior osmolaridade que o
citosol), a célula encolhe assim que água se transfere para fora.
- Em soluções hipotônicas (com menor osmolaridade que o citosol),
a célula incha assim que a água entra.
- Em seus ambientes naturais, as células geralmente contêm maior
concentração de biomoléculas e íons que as vizinhanças, logo, a
pressão osmótica tende a enviar a água para dentro das células

Biofísica
 Potenciais Elétricos de Membrana
 Uma propriedade típica de toda biomembrana é que, ao
deixar passar espécimes ionizados através dela, induz-se uma
polarização nesta, originando um potencial elétrico

 Os potenciais elétricos existem através das membranas de


praticamente todas as células do corpo.

 Algumas células, como as células nervosas e musculares,


geram impulsos eletroquímicos que mudam rapidamente em
suas membranas, e esses impulsos são usados para transmitir
sinais ao longo das membranas das células nervosas ou
musculares.

 Corrente Elétrica
- é fluxo ou movimento de elétrons de um ponto com excesso dessas
partículas para outro ponto com falta delas

 Anotações da Aula
 Potenciais de membrana são causados por diferenças de  A membrana em repouso é 100 vezes mais permeável ao
concentração de íons através de uma membrana potássio do que ao sódio.
seletivamente permeável - Com isso, começa a sair potássio por meio da força de difusão e
pelo fato de existirem canais de potássio abertos.
 Quando ocorre uma corrente elétrica entre os meios intra e
extracelular, pode haver passagem de cátions do polo positivo - Entretanto, assim que o potássio começa a sair, o sódio que está
para o negativo, ocasionando a redução da DDP entre os fora da célula começa a exercer uma força elétrica de repulsão;
meios, a qual chamamos de despolarização. além disso, as proteínas intracelulares também exercem uma força
elétrica de atração pelo potássio.
- Quando os canais se abrem sob condições específicas, ocorre
passagem de um determinado íon através da membrana. Essa - Quando essas forças elétricas se equilibram com a força de
corrente iônica promove a alteração da DDP entre os meios intra e difusão, o potássio para de sair, e não volta para o meio
extracelular. intracelular. Dizemos, então, que a membrana está em repouso

- Nas células, os elétrons podem sair do meio menos concentrado  Bombas de Sódio e Potássio
(polo positivo) e se deslocar para o meio mais concentrado em
elétrons (polo negativo), ou, então, cargas positivas podem deixar - As bombas de sódio-potássio são proteínas da membrana celular
o meio negativo e passar para o meio positivo. que, na presença da energia liberada pela quebra de ATP em
ADP+P, literalmente bombeiam três íons sódio para fora da
 Despolarização da célula é a situação em que a DDP entre os célula e dois íons potássio para dentro contra os gradientes de
polos da célula diminui. Isso acontece porque há uma concentração.
corrente elétrica que transfere cargas elétricas entre os meios
da célula. - As bombas de sódio e potássio funcionam em duas situações:
 Para restauração das concentrações originais quando ocorrem
 Quando não ocorre alteração da DDP da célula, seja porque entrada de sódio e saída de potássio por processos fisiológicos
forças estão em equilíbrio para determinados íons, seja da célula
porque não há condições para estabelecimento de correntes
 Para restauração das concentrações originais quando ocorrem
iônicas (canais fechados), dizemos que essa célula está em vazamentos de sódio para dentro da célula e de potássio para
um estado de repouso elétrico, e neste estado vigora o fora.
potencial de repouso da membrana celular.

 Potencial de Repouso da Célula


 Todas as células do corpo mantêm uma DDP em repouso.

 O motivo da existência dessa DDP nas células é que ela


possibilita o fluxo de corrente elétrica entre as células. Sem
essa DDP, os músculos esqueléticos não poderiam se
contrair, o coração não poderia bombear sangue nem os
nervos poderiam transmitir impulsos.

- A bomba de Na+/K+ fornece uma contribuição adicional para o


potencial de repouso.

- O bombeamento de mais íons sódio para fora do que íons potássio


sendo bombeados para dentro causa uma perda contínua de cargas
 O interior da célula não está em equilíbrio iônico com o meio positivas de dentro da membrana, criando um grau adicional de
extracelular. Existem íons que são predominantemente negatividade no interior, além daquele que pode ser explicado
extracelulares, enquanto outros são predominantemente apenas pela difusão.
intracelulares
 Canais de Sódio e de Potássio Voltagem-Dependentes
 As proteínas são as responsáveis por essas diferenças de
concentração iônica. São elas que, ativamente, contra o - O fator necessário para causar despolarização e repolarização da
gradiente de concentração, expelem íons do interior das membrana nervosa durante o potencial de ação é o canal de sódio
células e atraem íons para seu interior. dependente de voltagem.
- Como esse processo envolve gasto energético (para vencer os - Um canal de potássio dependente de voltagem também
gradientes de concentração), essas proteínas são conhecidas como desempenha um papel importante no aumento da rapidez da
bombas ATPase. repolarização da membrana.
- O combustível para essas bombas é o ATP, e as bombas contêm a
enzima ATPase, que é capaz de quebrar o ATP, liberando a - Esses dois canais dependentes de voltagem são adicionais à bomba
energia química que ele contém. de Na+/K+ e aos canais de vazamento de K+.

- Por isso, podemos afirmar que o ATP é o principal combustível da - Ativação e Inativação do Canal de Sódio
vida.
 Esse canal tem duas comportas – uma próxima ao lado externo
 O potencial de repouso é determinado pela diferença de do canal, chamada de comporta de ativação, e outra próxima
concentrações de cargas elétricas entre os meios externo e ao interior, chamada de comporta de inativação
interno da célula.  Na membrana normal em repouso, a comporta de ativação está
fechada, o que impede qualquer entrada de íons sódio para o
 Como o potencial da célula é levemente negativo em relação interior da fibra por meio desses canais de sódio.
ao meio exterior, isso denota que há excesso de cargas
 Quando o potencial de membrana se torna menos negativo do
negativas na superfície interna da membrana em relação à sua que durante o estado de repouso, ele finalmente atinge uma
superfície externa. tensão que causa uma mudança conformacional repentina na
comporta de ativação, virando-a completamente para a posição
aberta.
 Quando a célula sai do repouso elétrico?
 Durante esse estado ativado, os íons sódio podem vazar para
dentro através do canal, aumentando a permeabilidade da - Algumas situações fisiológicas determinam alterações no
membrana ao sódio em até 500 a 5.000 vezes. potencial elétrico da membrana em repouso.
 O mesmo aumento na tensão que abre a comporta de ativação Essas alterações no potencial elétrico, geralmente a
também fecha a comporta de inativação. A comporta de despolarização, são determinadas pela passagem de íons
inativação, entretanto, fecha alguns décimos de milésimos de através da membrana, mobilizados pelas forças de difusão e
segundo após a abertura da comporta de ativação pela força elétrica.

 A mudança conformacional que vira a comporta de inativação


para o estado fechado é um processo mais lento do que a
mudança conformacional que abre a comporta de ativação
 Portanto, após o canal de sódio ter permanecido aberto por - A passagem de íons está condicionada à abertura de canais de
alguns décimos de milésimos de segundo, a comporta de membrana que, no repouso, estão fechados.
inativação se fecha e os íons sódio não podem mais vazar para o A abertura desses canais se dá quando ocorre uma alteração na
interior da membrana. sua configuração espacial.
 Nesse ponto, o potencial de membrana começa a retornar ao
estado de repouso da membrana, que é o processo de Como esses canais são proteínas, sua configuração espacial
repolarização. pode se alterar em virtude de diversas condições físicas e
químicas do meio, tais como: alteração de campo elétrico
(relativo à própria DDP da membrana), alteração de pH,
tensão mecânica sobre a membrana, ação de substâncias
químicas diversas (neurotransmissores, hormônios e
medicamentos) etc.
Se, por algum desses motivos, um canal para sódio ou cálcio
se abrir, obviamente o sódio ou cálcio irá entrar na célula por
causa da força de difusão.

 Potencial de Ação em um Neurônio


 O potencial de ação surge quando, por meio de um estímulo,
- Ativação do Canal de Potássio ocorre um súbito aumento da permeabilidade da membrana
ao sódio.
 Durante o estado de repouso, a comporta do canal de potássio
está fechada e os íons potássio são impedidos de passar por esse  Uma célula nervosa ou simplesmente neurônio é
canal para o exterior. especializada em receber impulsos elétricos do próprio
 Quando o potencial da membrana sobe, essa mudança de tensão organismo ou do ambiente externo.
causa uma abertura conformacional da comporta e permite
maior difusão de potássio para fora através do canal.  Para o neurônio desempenhar suas funções, seu corpo celular,
o axônio, os dendritos e as sinapses devem possuir
 Devido ao ligeiro atraso na abertura dos canais de potássio, eles determinadas características quanto ao modo de gerar,
se abrem, em sua maior parte, mais ou menos ao mesmo tempo conservar e transmitir impulsos elétricos, também
que os canais de sódio começam a se fechar em razão da
inativação.
conhecidos como potencial de ação.

 Assim, a diminuição da entrada de sódio na célula e o aumento  Os dendritos têm como função receber impulsos nervosos de
simultâneo na saída de potássio da célula se combinam para outros neurônios e conduzi-los ao corpo celular, onde são
acelerar o processo de repolarização, levando à recuperação total gerados novos impulsos, que o axônio repassa a outro
do potencial de membrana em repouso em mais alguns décimos neurônio com o qual mantém contato por meio de um de seus
de milésimos de segundo. dendritos.

 O ponto de contato entre a terminação axonal de um neurônio


e o dendrito de outro é chamado sinapse

 Início do Potencial de Ação


- O ciclo de feedback positivo abre os canais de sódio
 Enquanto a membrana da fibra nervosa permanecer intacta,
nenhum potencial de ação ocorrerá no nervo normal.
 Se qualquer evento causar aumento inicial suficiente no
potencial de membrana, a tensão crescente fará com que muitos
canais de sódio dependentes de voltagem comecem a abrir.
 Essa ocorrência permite o influxo rápido de íons sódio, o que
causa um aumento adicional no potencial de membrana, abrindo
ainda mais canais de sódio dependentes de voltagem e
permitindo mais fluxo de íons sódio para o interior da fibra.
 Esse processo é um ciclo de feedback positivo que, sendo forte o
suficiente, continua até que todos os canais de sódio
dependentes de voltagem sejam ativados (abertos).
 Dentro de outra fração de milissegundo, o potencial de
membrana crescente causa o fechamento dos canais de sódio e a
abertura dos canais de potássio, e o potencial de ação logo
termina.

- O início do potencial de ação ocorre somente depois que o


potencial limiar é alcançado
 Um potencial de ação não ocorrerá até que o aumento inicial
no potencial de membrana seja grande o suficiente para criar o
feedback positivo

 Fases do Potencial de Ação


- Fase de Repouso
- Fase de Despolarização
- Fase de Polarização Invertida
- Fase de Repolarização

 Fase de Repouso
- O estágio de repouso é o potencial de membrana em repouso antes
do início do potencial de ação.
- A membrana é considerada “polarizada” durante esse estágio por
causa do seu potencial de membrana negativo
A Figura 5.11 A mostra uma fibra nervosa normal em repouso, e a Figura
 Fase de Despolarização 5.11 B mostra uma fibra nervosa que foi excitada em sua porção
intermediária, que repentinamente desenvolveu uma permeabilidade
- Nesse momento, a membrana torna-se repentinamente permeável aumentada ao sódio. As setas mostram um circuito local de fluxo de corrente
aos íons sódio, permitindo a difusão rápida de íons sódio das áreas despolarizadas da membrana para as áreas adjacentes da membrana
carregados positivamente para o interior do axônio. em repouso. Ou seja, cargas elétricas positivas são transportadas pelos íons
sódio que se difundem para dentro, através da membrana despolarizada e, em
- Em algumas fibras delgadas, bem como em muitos neurônios do seguida, por vários milímetros em ambas as direções ao longo da parte
sistema nervoso central, o potencial apenas se aproxima do nível central do axônio. Essas cargas positivas aumentam a tensão por uma
zero e não ultrapassa para o estado positivo. distância de 1 a 3 milímetros no interior da fibra mielínica calibrosa para
acima do valor de tensão limiar que inicia um potencial de ação. Portanto, os
 Fase de Polarização Invertida canais de sódio nessas novas áreas se abrem imediatamente, como mostrado
- Em fibras nervosas de maior calibre, o grande excesso de íons na Figura 5.11 C e na Figura 5.11 D, e o potencial de ação explosivo se
sódio positivos movendo-se para o interior faz com que o espalha. Essas áreas recém-despolarizadas produzem ainda mais circuitos
locais de fluxo de corrente ao longo da membrana, causando
potencial de membrana ultrapasse o nível zero e se torne positivo progressivamente mais e mais despolarização. Assim, o processo de
despolarização percorre todo o comprimento da fibra. Essa transmissão do
 Fase de Repolarização processo de despolarização ao longo de um nervo ou de uma fibra muscular
é chamada de impulso nervoso ou muscular.
- Em alguns décimos de milésimos de segundo após a membrana se
tornar altamente permeável aos íons sódio, os canais de sódio - Uma membrana excitável não tem uma direção única de
começam a se fechar e os canais de potássio se abrem em um grau propagação, mas o potencial de ação viaja em todas as direções,
maior do que o normal. afastando-se do estímulo – mesmo ao longo de todos os ramos de
- Em seguida, a difusão rápida de íons potássio para o exterior uma fibra nervosa – até que toda a membrana se torne
restabelece o potencial de membrana em repouso negativo normal despolarizada

- Princípio do “Tudo ou Nada”


 Uma vez que um potencial de ação tenha sido provocado em
qualquer ponto da membrana de uma fibra normal, o processo
de despolarização ocorre por toda a membrana se as condições
forem adequadas, mas não se propaga se as condições não forem
adequadas.
 Esse princípio é denominado princípio do tudo ou nada e se
aplica a todos os tecidos excitáveis normais.
 Ocasionalmente, o potencial de ação atinge um ponto na
membrana no qual não gera tensão suficiente para estimular a
próxima área da membrana.
 Quando essa situação ocorre, a propagação da despolarização
para. Portanto,
 Propagação do Potencial de Ação  Para que a propagação contínua de um impulso ocorra, a razão
- Um potencial de ação provocado em qualquer ponto de uma entre o potencial de ação e o limiar para excitação deve ser
membrana excitável geralmente excita porções adjacentes da sempre maior que 1.
membrana, resultando na propagação do potencial de ação ao
longo da membrana

 Fibras Nervosas Mielínicas e Amielínicas


- A parte central da fibra é o axônio, e a membrana do axônio é a
membrana que realmente conduz o potencial de ação.
- Ao redor do axônio está uma bainha de mielina que geralmente é
muito mais espessa que o próprio axônio.
- A cada 1 a 3 milímetros ao longo do comprimento da bainha de - (2) alterado de um impulso simples para impulsos repetitivos
mielina está um nódulo de Ranvier.
- (3) reintegrado com impulsos de outros neurônios para causar
- A bainha de mielina é depositada ao redor do axônio pelas padrões altamente intricados de impulsos em neurônios sucessivos
células de Schwann da seguinte maneira:
 As sinapses funcionam como válvulas, sendo capazes de
A membrana de uma célula de Schwann envolve primeiro o axônio.
controlar o fluxo de sinais entre os neurônios.
A célula de Schwann então gira em torno do axônio muitas vezes,
estabelecendo várias camadas da membrana da célula de Schwann,  Sinapse Química
contendo a substância lipídica esfingomielina.
- Na sinapse química, os sinais, ao atingir o terminal do axônio,
Essa substância é um excelente isolante elétrico que diminui o fluxo abrem canais de cálcio, o que desencadeia a liberação de
de íons através da membrana
neurotransmissores para a fenda sináptica.
Na junção entre cada duas células de Schwann sucessivas ao longo do
axônio, uma pequena área não isolada permanece onde os íons ainda
- Na célula pós-sináptica, os receptores, ao detectar a chegada dos
podem fluir com facilidade através da membrana do axônio, entre o neurotransmissores, induzem fluxos iônicos que alteram a
líquido extracelular e o líquido intracelular dentro do axônio. Essa polarização da membrana.
área é chamada de nódulo de Ranvier.
- A maioria das sinapses utilizadas para transmissão de sinal no
sistema nervoso central dos seres humanos são sinapses químicas
- As sinapses químicas podem ser Excitatórias ou Inibitórias.
- Excitatórias
 Abertura de canais de sódio para permitir que um grande
número de cargas elétricas positivas flua para o interior da
célula pós-sináptica. Essa ação eleva o potencial de membrana
intracelular na direção da positividade, atingindo o nível do
limiar de excitação. Trata-se do meio mais utilizado para causar
excitação.
 Depressão da condução por canais de cloro ou potássio, ou
ambos. Essa ação diminui a difusão de íons cloro com carga
negativa para dentro do neurônio pós-sináptico ou diminui a
- Condução Saltatória de Nódulo a Nódulo nas Fibras Mielínicas difusão de íons potássio com carga positiva para fora. Em
qualquer um dos casos, o efeito é tornar o potencial interno da
 Embora quase nenhum íon possa fluir pelas espessas bainhas membrana mais positivo que o normal, ou seja, excitatório.
de mielina dos nervos mielínicos, eles podem fluir com  Diversas alterações no metabolismo interno do neurônio
facilidade pelos nódulos de Ranvier. pós-sináptico para excitar a atividade celular ou, em alguns
casos, aumentar o número de receptores excitatórios da
 Os potenciais de ação ocorrem apenas nos nódulos.
membrana ou reduzir seu número de receptores inibitórios
 Os potenciais de ação são conduzidos de nódulo a nódulo por
condução saltatória. Ou seja, a corrente elétrica flui através do - Inibitórias
líquido extracelular circundante fora da bainha de mielina, Abertura de canais iônicos de cloro pela membrana
bem como através do axoplasma dentro do axônio, de nódulo neuronal pós-sináptica. Essa ação permite rápida difusão de
a nódulo, excitando nódulos sucessivos um após o outro. íons cloro com carga negativa de fora para dentro do neurônio
pós-sináptico, carreando cargas negativas até seu interior e
 Assim, o impulso nervoso salta ao longo da fibra, o que
agravando sua negatividade, o que causa inibição.
explica o termo saltatório.
Aumento da condutância de potássio para fora do
- Nervos Amielinados : condução mais lenta e maior gasto de
neurônio. Essa ação permite que íons positivos se difundam
energia
para fora, o que causa aumento da negatividade dentro do
neurônio, ou seja, inibição.

Ativação de enzimas receptoras. Isso causa inibição de


funções metabólicas celulares e aumenta o número de
receptores sinápticos inibitórios ou reduz o número dos
receptores excitatórios.

 Sinapses
 Junções entre células por onde se propagam potenciais de
ação.
 Fendas de transmissão de um impulso nervoso entre dois
neurônios, ou entre um neurônio e um efetor
 A informação é transmitida no sistema nervoso central –
principalmente na forma de potenciais de ação, denominados
impulsos nervosos – por uma sucessão de neurônios, um após
o outro.
 Todavia, cada impulso pode :
- (1) pode ser bloqueado durante sua transmissão de um neurônio a
outro
- A membrana invaginada é chamada de goteira sináptica, e o
espaço entre o terminal e a membrana da fibra é chamado de
espaço sináptico ou fenda sináptica.
- Em cada lado de cada barra densa estão partículas proteicas que
penetram na membrana neural; são os canais de cálcio
dependentes de voltagem. Quando um potencial de ação se
propaga pelo terminal, esses canais se abrem e permitem que os
íons cálcio se difundam da fenda sináptica para o interior do
terminal nervoso.
- A acetilcolina abre canais iônicos nas membranas pós-sinápticas.
Os canais iônicos dependentes de acetilcolina estão localizados
quase inteiramente próximos à embocadura das fendas subneurais
- A acetilcolina, uma vez liberada na fenda sináptica, continua a
ativar os receptores de acetilcolina. Uma pequena quantidade de
 Sinapse Elétrica acetilcolina se difunde para fora da fenda sináptica e não está mais
disponível para agir na membrana da fibra muscular.
- As células pré-sinápticas e as pós-sinápticas estão fisicamente
ligadas; os citoplasmas dessas células estão em contato através de - O curto tempo que a acetilcolina permanece na fenda sináptica
canais de pequena resistência. normalmente é suficiente para excitar a fibra muscular.
- Nas sinapses elétricas, os citoplasmas de células adjacentes são
diretamente conectados por grupos de canais iônicos,
denominados junções comunicantes, que permitem movimento
livre de íons do interior de uma célula ao interior da outra. São por
meio delas e outras junções similares que potenciais de ação são
transmitidos entre fibras musculares lisas e cardíacas.

 Neurônio Motor e Neurônio Sensor


- O sistema nervoso é constituído por neurônios interligados entre si.
- Esse sistema controla constantemente qualquer alteração que possa
acontecer no interior ou exterior do corpo.
- A informação associada à alteração é transportada pela célula
nervosa, denominada neurônio sensor, ao sistema nervoso central
(interneurônios). Aqui, a informação é processada e, em seguida,
transportada pela célula nervosa denominada neurônio motor.
 Sinapse Neuromuscular
- As fibras musculares esqueléticas são inervadas por fibras - O neurônio sensor conduz os impulsos nervosos — colhidos pelos
nervosas mielínicas calibrosas que se originam de grandes receptores sensoriais — ao sistema nervoso central no cérebro e na
motoneurônios nos cornos anteriores da medula espinhal. medula espinhal.
- O neurônio motor conduz impulsos nervosos a partir do sistema
- Cada fibra nervosa, após entrar no ventre muscular, normalmente nervoso central aos diversos órgãos do corpo, que responde com
se ramifica e estimula de três a centenas de fibras musculares
algum tipo de ação.
esqueléticas.
- Cada terminação nervosa faz uma junção, chamada junção
neuromuscular, com a fibra muscular próxima de seu ponto
médio.
- O potencial de ação iniciado na fibra muscular pelo sinal nervoso
viaja em ambas as direções até as extremidades da fibra muscular.
- A fibra nervosa forma um complexo de terminais nervosos
ramificados que se invaginam na superfície da fibra muscular, mas
ficam fora da membrana plasmática da fibra muscular. Toda a
estrutura é chamada de placa motora. Ela é coberta por uma ou
mais células de Schwann que a isolam dos líquidos circundantes.

- Na superfície interna da membrana neural estão as barras densas


lineares
 As bandas escuras contêm filamentos de miosina, bem como
as extremidades dos filamentos de actina, onde se sobrepõem
à miosina, e são chamadas de bandas A
 As extremidades dos filamentos de actina estão ligadas a
uma linha Z.
- A partir dessa linha, esses filamentos se estendem em ambas as
direções para se interdigitarem com os filamentos de miosina.
- A linha Z, que é composta de proteínas filamentosas diferentes dos
filamentos de actina e de miosina, passa transversalmente pela
miofibrila e também transversalmente de miofibrila a miofibrila,
ligando as miofibrilas umas às outras por toda a fibra muscular.
- Toda a fibra muscular possui bandas claras e escuras, assim como
as miofibrilas individuais.
- Essas bandas dão aos músculos esquelético e cardíaco a sua
aparência estriada.
 Anotações da Aula  A porção da miofibrila (ou de toda a fibra muscular) que
 A função dos neurônios é de se comunicar com outras células fica entre duas linhas Z sucessivas é chamada de
sarcômero.
 Neurônio é excitado pelo potencial de ação
- Quando a fibra muscular está contraída, o comprimento do
 Bainha de Mielina sarcômero é de cerca de 2 micrômetros.
- São células achatadas que protegem o neurônio
- Nesse comprimento, os filamentos de actina se sobrepõem
- Periférico = Célula de Schwann
completamente aos filamentos de miosina, e as pontas dos
- Central = Oligodendrócitos
filamentos de actina estão apenas começando a se sobrepor.
 Sinapse Neural = entre neurônios (pré-sináptico e pós-sináptico)
 Sinapse Neuromuscular = neurônio motor + célula muscular
 Sinapse Química = Neurotransmissor
 Cada Sinapse trabalhará com um neurotransmissor específico
 Nocioceptores = sinapse elétrica
 Nervo é uma fibra longa de neurônio
 Impulso nervoso é entre neurônios

Biofísica (aula 2)
 Biofísica da Contração Muscular
 Músculos Lisos
- Componente das Vísceras
- Contração Lenta
- Não Sofre Fadiga
- Contração Involuntária
 Músculos Estriados (Esquelético e Cardíaco)
- Associado ao Esqueleto
- Contração Rápida
- Sofre Fadiga
- Contração Voluntária

 Contração Muscular dos Músculos Esqueléticos


 Na maioria dos músculos esqueléticos, cada fibra se estende
por todo o comprimento do músculo.
 Cada fibra geralmente é inervada por apenas uma terminação
nervosa, localizada próximo ao meio da fibra.
 Cada fibra muscular contém várias centenas a vários
milhares de miofibrilas.
- Cada miofibrila é composta por cerca de 1.500 filamentos de
 Muitas miofibrilas estão suspensas lado a lado em cada
miosina adjacentes e 3.000 filamentos de actina que são grandes fibra muscular.
moléculas de proteínas polimerizadas responsáveis pela contração
muscular. - Os espaços entre as miofibrilas são preenchidos com líquido
intracelular chamado sarcoplasma, contendo grandes quantidades
 Os filamentos de miosina e de actina se interdigitam de potássio, magnésio e fosfato, além de várias enzimas proteicas.
parcialmente e, assim, fazem com que as miofibrilas tenham
- Também está presente um grande número de mitocôndrias
bandas claras e escuras alternadas paralelas às miofibrilas. Essas mitocôndrias fornecem às
 As bandas claras contêm apenas filamentos de actina e são miofibrilas em contração grandes quantidades de energia, na
chamadas de bandas I
forma de trifosfato de adenosina (ATP), formado pelas - Parte do corpo de cada molécula de miosina pende para o lado
mitocôndrias. junto com a cabeça, proporcionando, assim, um braço que estende
a cabeça para fora do corpo
 No sarcoplasma que circunda as miofibrilas de cada fibra - As projeções dos braços e das cabeças juntas são chamadas de
muscular, existe um retículo, denominado retículo pontes cruzadas.
sarcoplasmático. - Cada ponte cruzada é flexível em dois pontos chamados
- Esse retículo tem uma organização especial que é extremamente dobradiças – um onde o braço deixa o corpo do filamento de
importante na regulação do armazenamento, liberação, receptação miosina e o outro onde a cabeça se fixa ao braço.
de cálcio e, portanto, da contração muscular.
- Os tipos de fibras musculares de contração rápida têm retículos
sarcoplasmáticos especialmente extensos.
 O início e a execução da contração muscular ocorrem nas
seguintes etapas sequenciais:
- 1° Um potencial de ação viaja ao longo de um nervo motor até
suas terminações nas fibras musculares.
- 2° Em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade
do neurotransmissor acetilcolina.
- 3° A acetilcolina atua em uma área local da membrana da fibra
muscular para abrir os canais de cátions, regulados pela
acetilcolina, através das moléculas proteicas que flutuam na
membrana.  Outra característica da cabeça da miosina essencial para a
- 4° A abertura dos canais regulados pela acetilcolina permite que contração muscular é a sua função como enzima adenosina
grandes quantidades de íons sódio se difundam para o interior da trifosfatase (ATPase). Essa propriedade permite que a cabeça
membrana da fibra muscular. Essa ação causa uma despolarização clive o ATP e use a energia derivada da ligação fosfato de
local que, por sua vez, leva à abertura de canais de sódio alta energia do ATP para energizar o processo de contração.
dependentes de voltagem, que inicia um potencial de ação na
membrana.
- 5° O potencial de ação viaja ao longo da membrana da fibra
muscular da mesma forma que os potenciais de ação percorrem as
membranas das fibras nervosas.
- 6° O potencial de ação despolariza a membrana muscular, e grande
parte da eletricidade do potencial de ação flui através do centro da
fibra muscular. Aqui, ele faz com que o retículo sarcoplasmático
libere grandes quantidades de íons cálcio que foram armazenados
dentro desse retículo.  Eventos químicos envolvidos no movimento das cabeças
de miosina.
- 7° Os íons cálcio iniciam as forças de atração entre os filamentos de
actina e de miosina, fazendo com que eles deslizem lado a lado, o - 1° Antes do início da contração, as cabeças das pontes cruzadas se
que caracteriza o processo contrátil. ligam ao ATP. A atividade ATPase da cabeça da miosina
imediatamente cliva o ATP, mas deixa os produtos de clivagem, o
- 8° Após uma fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de ADP mais o íon fosfato, ligados à cabeça. Nesse estado, a
volta para o retículo sarcoplasmático por uma bomba de Ca2+ da conformação da cabeça é tal que ela se estende
membrana e permanecem armazenados no retículo até que surja perpendicularmente em direção ao filamento de actina, mas ainda
um novo potencial de ação muscular; essa remoção de íons cálcio não está ligada à actina.
das miofibrilas faz com que a contração muscular cesse.
- 2° Quando o complexo troponina-tropomiosina se liga aos íons
 Mecanismos Moleculares da Contração Muscular cálcio, os sítios ativos no filamento de actina são descobertos e as
cabeças da miosina então se ligam a esses locais
 A contração muscular ocorre por um mecanismo de
filamentos deslizantes. - 3° A ligação entre a cabeça da ponte cruzada e o sítio ativo do
filamento de actina causa uma mudança conformacional na
- No estado relaxado, as extremidades dos filamentos de actina que cabeça, levando a cabeça a inclinar-se em direção ao braço da
se estendem de duas linhas Z sucessivas quase não se sobrepõem. ponte cruzada e fornecendo a força necessária para puxar o
- No estado contraído, esses filamentos de actina foram puxados filamento de actina. A energia que ativa a força de deslocamento é
para dentro entre os filamentos de miosina, de modo que suas a energia já armazenada, como uma mola armada, pela mudança
extremidades se sobrepõem ao máximo. conformacional que ocorreu na cabeça quando a molécula de ATP
foi clivada anteriormente.
- Além disso, as linhas Z foram puxadas pelos filamentos de actina
até as extremidades dos filamentos de miosina. Assim, a contração - 4° Uma vez que a cabeça da ponte cruzada se inclina, a liberação
muscular ocorre por um mecanismo de filamentos deslizantes. do ADP e do íon fosfato que estavam previamente ligados à
cabeça é permitida. No local de liberação do ADP, uma nova
molécula de ATP se liga. Essa ligação do novo ATP causa o
desprendimento entre a cabeça e a actina.
- 5° Depois que a cabeça se separa da actina, a nova molécula de
ATP é clivada para iniciar o próximo ciclo, levando a um novo
movimento de força. Ou seja, a energia volta a inclinar a cabeça
novamente à sua condição perpendicular, pronta para iniciar o
novo ciclo de força de deslocamento.
- 6° Quando a cabeça inclinada (com sua energia armazenada
 O filamento de miosina é composto de 200 ou mais derivada da clivagem do ATP) se liga a um novo sítio ativo no
filamento de actina, ela se destrava e mais uma vez fornece uma
moléculas individuais de miosina.
nova força de deslocamento.
- As caudas das moléculas de miosina ficam agrupadas para formar
o corpo do filamento, enquanto muitas cabeças das moléculas
ficam penduradas nas laterais do corpo
 Fadiga Muscular
- A contração forte prolongada de um músculo leva ao conhecido
estado de fadiga muscular.
- A fadiga resulta principalmente da incapacidade dos processos
contráteis e metabólicos das fibras musculares de continuarem a
fornecer a mesma produção de trabalho.

- Experimentos também mostraram que a transmissão do sinal


nervoso através da junção neuromuscular, pode diminuir pelo
menos um pouco após intensa atividade muscular prolongada,
reduzindo ainda mais a contração muscular.

 Eletroterapia
- TENS – Neuroestimulação Elétrica Transcutânea
- Controle da dor aguda e crônica;
 A contração muscular é considerada isométrica quando o - Redução de edema;
músculo não encurta durante a contração e isotônica quando - Minimização de atrofia por desuso;
ele encurta, mas a tensão (carga) no músculo permanece - Facilitação da reeducação muscular;
constante durante toda a contração - Fortalecimento muscular.

 Anotações da Aula
 Todas as nossas vísceras são revestidas por músculos liso,
exceto o coração que tem musculatura estriada esquelética

 Fadiga
- A musculatura do coração é a única que não sofre fadiga

 Sarcômero é a unidade contrátil da fibra muscular

 Cada célula muscular é inervada por um neurônio motor

 Retículo Sarcoplasmático
- armazena íons de cálcio
- quando o músculo está em repouso, o retículo está cheio de cálcio
 Em uma unidade motora todas as fibras musculares são
 Cálcio promove a contração muscular
inervadas por uma única fibra nervosa.
- Cada neurônio motor que sai da medula espinhal inerva várias
fibras musculares, com o número de fibras inervadas dependendo
do tipo de músculo.
- Todas as fibras musculares inervadas por uma única fibra nervosa
são chamadas de unidade motora
- Em geral, pequenos músculos que reagem rapidamente e cujo
controle deve ser exato têm mais fibras nervosas para menos fibras
musculares

Biofísica (
 Biofísica da Contração Cardíaca

 O coração, na verdade é composto por duas bombas


separadas:
- O coração direito, que bombeia sangue através dos pulmões
- O coração esquerdo, que bombeia sangue através da circulação
sistêmica, fornecendo fluxo sanguíneo para outros órgãos e
tecidos do corpo.

 Cada um deles é uma bomba pulsátil de duas câmaras,


composta por um átrio e um ventrículo.

 Cada átrio é uma bomba fraca que serve de câmara de entrada


para o ventrículo, ajudando a mover o sangue para ele.

 Os ventrículos fornecem, então, a principal força de


bombeamento que impulsiona o sangue (1) através da
circulação pulmonar pelo ventrículo direito ou (2) através da
circulação sistêmica pelo ventrículo esquerdo.

 O coração é cercado por um envoltório fechado, formado por


duas camadas e chamado de pericárdio, que protege o
coração e o mantém no lugar.  Sistema Excitatório e Condutor Especializado do
Coração
 Nó sinusal (sinoatrial)
- As fibras desse nó quase não têm filamentos musculares contráteis
- No entanto, as fibras do nó sinusal conectam-se diretamente com
as fibras do músculo atrial, de modo que qualquer potencial de
ação que comece no nó sinusal se espalhe imediatamente para a
parede muscular do átrio.

 Ritmicidade Elétrica Automática das Fibras Sinusais


- Algumas fibras cardíacas têm a capacidade de autoexcitação, um
processo que pode provocar descarga e contração rítmica
automática.

- Essa capacidade é especialmente verdadeira para o sistema de


condução especializado do coração, incluindo as fibras do nó
 Mecanismos especiais no coração provocam uma sucessão sinusal.
contínua de contrações chamada ritmo cardíaco, - Por esse motivo, o nó sinusal normalmente controla a frequência
transmitindo potenciais de ação por todo o músculo cardíaco cardíaca de todo o coração
para produzir o batimento rítmico do coração.
- O músculo cardíaco tem três tipos principais de canais iônicos de
 O coração humano tem um sistema especial para membrana, que desempenham papéis importantes nas mudanças
autoexcitação rítmica e contração repetitiva de de voltagem do potencial de ação. São eles (1) canais rápidos de
sódio, (2) canais de cálcio (particularmente os canais de cálcio do
aproximadamente 100.000 vezes/dia ou 3 bilhões de vezes,
tipo L ou “lentos”) e (3) canais de potássio
em média, ao longo da vida.

 Esse feito impressionante é realizado por um sistema que:


- gera impulsos elétricos para iniciar a contração rítmica do músculo
cardíaco;
- conduz esses impulsos rapidamente pelo coração.
 A permeabilidade das fibras nodais sinusais para sódio e
cálcio provoca autoexcitação.
- Em virtude da alta concentração de íons sódio no líquido
extracelular fora da fibra nodal, bem como do número moderado
de canais de sódio já abertos, os íons sódio positivos de fora das
fibras normalmente tendem a escoar para o interior

 O impulso se espalha em velocidade moderada através dos


 Quando esse sistema funciona normalmente, os átrios se átrios, mas é atrasado mais de 0,1 segundo na região nodal
contraem cerca de um sexto de segundo antes da contração AV antes de aparecer no feixe AV septal ventricular. Depois
ventricular, o que permite o enchimento dos ventrículos antes de entrar nesse feixe, ele se espalha muito rapidamente
de bombear o sangue para os pulmões e a circulação através das fibras de Purkinje para toda a superfície
periférica. endocárdica dos ventrículos. Então, o impulso mais uma vez
se espalha um pouco menos rapidamente através do músculo
 Outra característica especialmente importante do sistema é ventricular para as superfícies epicárdicas.
que ele permite que todas as porções dos ventrículos se
contraiam quase simultaneamente, o que é essencial para a  Contração da Musculatura Cardíaca
geração de pressão mais efetiva nas câmaras ventriculares.
- Despolarização espontânea do nó sinoatrial (Sinusal)
- Os músculos do átrio são separados dos músculos dos ventrículos
por tecidos conectivos não-condutores de eletricidade.
- A despolarização só pode se propagar para os ventrículos através - Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração de cada ciclo
do nó atrioventricular. cardíaco diminui, incluindo as fases de contração e relaxamento

 O eletrocardiograma mostra as ondas P, Q, R, S e T. Elas


representam as tensões elétricas geradas pelo coração e
 As extremidades das fibras nodais sinusais conectam-se registradas pelo eletrocardiograma a partir da superfície
diretamente com as fibras musculares atriais circundantes. corporal.
Portanto, os potenciais de ação originados no nó sinusal
viajam para fora dessas fibras musculares atriais. Dessa - A onda P é causada pela propagação da despolarização através
dos átrios e é seguida pela contração atrial, que causa um leve
forma, o potencial de ação se espalha por toda a massa
aumento na curva de pressão atrial imediatamente após a onda P
muscular atrial e, eventualmente, até o nó AV. eletrocardiográfica.
 O nó atrioventricular retarda a condução do impulso dos - Cerca de 0,16 segundo após o início da onda P, as ondas QRS
átrios para os ventrículos (complexo QRS) aparecem como resultado da despolarização
elétrica dos ventrículos, que inicia a contração dos ventrículos e
- O sistema condutor atrial é organizado de forma que o impulso faz com que a pressão ventricular comece a aumentar.
cardíaco não viaje dos átrios para os ventrículos muito - Portanto, o complexo QRS começa um pouco antes do início da
rapidamente; sístole ventricular.
- Esse retardo permite que os átrios esvaziem o sangue nos - Finalmente, a onda T ventricular representa o estágio de
ventrículos antes que a contração ventricular se inicie. repolarização dos ventrículos quando as fibras musculares
ventriculares começam a relaxar. Portanto, a onda T ocorre um
- É principalmente o nó AV e suas fibras condutoras adjacentes que
pouco antes do final da contração ventricular.
atrasam essa transmissão para os ventrículos.

 Os ventrículos enchem-se de sangue durante a diástole.


 Ciclo Cardíaco - Durante a sístole ventricular, grandes quantidades de sangue se
acumulam nos átrios direito e esquerdo por causa das valvas AV
 Os eventos cardíacos que ocorrem desde o início de um fechadas.
batimento cardíaco até o início do próximo são chamados - Assim que a sístole termina e as pressões ventriculares caem
ciclo cardíaco. novamente para seus valores diastólicos baixos, as pressões
moderadamente aumentadas que se desenvolveram nos átrios
 Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de um
durante a sístole ventricular imediatamente forçam a abertura das
potencial de ação no nó sinusal valvas AV e permitem que o sangue flua rapidamente para os
ventrículos
 Esse nó está localizado na parede lateral superior do átrio
direito próximo à abertura da veia cava superior, e o potencial
 As valvas cardíacas impedem fluxo de sangue durante a
de ação viaja dali, rapidamente, através de ambos os átrios e,
sístole
em seguida, através do feixe AV para os ventrículos.
 Em razão desse arranjo especial do sistema de condução dos
átrios para os ventrículos, há um atraso de mais de 0,1
 Eletrocardiograma
segundo durante a passagem do impulso cardíaco dos átrios  A onda P é causada por potenciais elétricos gerados quando
para os ventrículos. os átrios despolarizam antes do início da contração atrial.
 l
  O complexo QRS é causado por potenciais gerados quando
 Esse atraso permite que os átrios se contraiam antes da os ventrículos se despolarizam antes da contração, isto é,
contração ventricular, bombeando sangue para os ventrículos quando a onda de despolarização se propaga pelos
antes que a forte contração ventricular comece. Assim, os ventrículos.
átrios atuam como bombas preparatórias para os ventrículos,
e os ventrículos, por sua vez, fornecem a principal fonte de  Tanto a onda P quanto os componentes do complexo QRS
energia para mover o sangue através do sistema vascular do são ondas de despolarização.
corpo.  A onda T é causada por potenciais gerados à medida que os
 l ventrículos se recuperam da despolarização. Ela é conhecida
 Diástole e Sístole como onda de repolarização
- A duração total do ciclo cardíaco, incluindo sístole e diástole, é a
recíproca da frequência cardíaca.
 Fluxo de correntes elétricas no tórax ao redor do coração
- Quando uma parte dos ventrículos se despolariza e, portanto,
torna-se eletronegativa em relação ao restante, a corrente elétrica
flui da área despolarizada para a área polarizada em grandes rotas
circulares
- O fluxo de corrente médio ocorre com negatividade em direção à
base do coração e com positividade em direção ao ápice.

- Assim, em ventrículos cardíacos normais, a corrente flui de


negativo para positivo principalmente da base do coração em

Biofísica (
direção ao ápice durante quase todo o ciclo de despolarização,
exceto no final.

 Biofísica da circulação sanguínea

 l
 l
 l
 l
 l
 l
 l
 l
 l

l
l
l
l
 Anotações da Aula
l
 A célula do nó sinusal se despolariza a cada l
 l l
 Átrio e ventrículo não se contraem simultaneamente. l
Primeiro átrio, depois o ventrículo.
l
 l
 Existe uma barreira entre átrios e ventrículos l
 ç l
 Coração se contrai a cada 0,8s. l

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