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A poética cinematográfica é o ramo da poética que se dedica a estudar a arte

da criação de filmes e o uso da linguagem visual e sonora para transmitir


significados. A poética cinematográfica se concentra nas técnicas usadas pelos
cineastas para contar histórias, criar atmosferas, provocar emoções e fazer
comentários sociais e políticos.

Algumas das técnicas usadas na poética cinematográfica incluem a edição, a


iluminação, a trilha sonora, o enquadramento da câmera, a escolha de atores e a
manipulação do tempo. Essas técnicas são usadas para criar uma narrativa
coerente e envolvente, para estabelecer a atmosfera e a tonalidade do filme, e
para transmitir as ideias do diretor sobre a condição humana e a sociedade.

A poética cinematográfica tem suas raízes na teoria literária e no teatro, mas


evoluiu para uma disciplina distinta à medida que o cinema se tornou uma
forma de arte mais complexa e sofisticada. Desde o início do século XX, muitos
teóricos do cinema têm contribuído para a poética cinematográfica, incluindo
Sergei Eisenstein, Andre Bazin e Stanley Cavell, entre outros. Hoje, a poética
cinematográfica é uma disciplina essencial para estudar a história do cinema e
para entender como os filmes moldam e refletem nossa cultura e sociedade.

Existem muitos autores e teóricos que têm pontos de vista diferentes sobre a
poética cinematográfica. Aqui estão alguns exemplos de seus pontos de vista:

1. Sergei Eisenstein - Eisenstein foi um cineasta e teórico do cinema soviético que


acreditava que a montagem era a essência da poética cinematográfica. Ele
acreditava que o filme deveria ser construído a partir de uma série de imagens
independentes que, quando combinadas, criam um significado maior do que
cada imagem sozinha.
2. Andre Bazin - Bazin foi um crítico de cinema e teórico francês que acreditava
que a poética cinematográfica deveria ser fiel à realidade. Ele acreditava que o
cinema deveria ser uma forma de capturar o mundo como ele é, em vez de
manipular a realidade por meio de técnicas de edição ou efeitos especiais.
3. Stanley Cavell - Cavell foi um filósofo americano que acreditava que a poética
cinematográfica era uma forma de filosofia. Ele argumentou que os filmes são
capazes de expressar ideias complexas sobre a condição humana e que o
cinema pode ser usado para explorar questões filosóficas fundamentais.
4. Laura Mulvey - Mulvey é uma teórica do cinema feminista que argumenta que a
poética cinematográfica é dominada pelo ponto de vista masculino. Ela
argumenta que a forma como os filmes são produzidos e consumidos reflete as
atitudes patriarcais em relação às mulheres e que a poética cinematográfica
deve ser reformulada para incluir mais perspectivas femininas.
5. Neste artigo vamos nos ater aos efeitos gerados pela
direção da luz que banha um personagem e as sensações
provocadas pela sombra.
6. Tão importante quanto posicionar uma fonte de luz é entender como
ela irá se comportar ao modelar o rosto de um personagem, que
formas ela cria, sua relação de volume no espaço.
7. Conforme movimentamos a luz em relação ao eixo da câmera, a
sombra gerada carrega uma carga de dramaticidade na cena. Quanto
mais perto do eixo da câmera estiver a fonte de luz, menos a
sensação de volume será evidente. Porém ao diminuir a área de
sombra, também perdemos em volume e dramaticidade.
8.
9. Conforme ilustrado na imagem acima, a direção da luz normalmente
é marcada em ângulos. Em relação ao eixo da câmera, uma fonte de
luz a 0º está de frente para o personagem; se estiver a 90º significa
que ela está posicionada totalmente lateral ao personagem; enquanto
que se estiver a 180º em relação à camera, a fonte luminosa estará
iluminando as costas do personagem, formando o que chamamos de
contraluz.
10. LUZ A 0º
11. Também conhecida como iluminação butterfly, a luz no mesmo eixo
da câmera e a 45º acima do personagem gera uma sombra em
formato de borboleta abaixo do nariz. Mantém uma boa relação de
contraste e volume no rosto, porém perde dramaticidade. É bastante
utilizada em publicidade.

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13. Luz a 15º
14. Ainda bem próxima do eixo da câmera, a luz a 15º começa a criar
maior sensação de volume por estar mais lateral ao rosto do
personagem. Quanto mais lateral ao rosto de um personagem, maior
a sensação de volume, e consequentemente maior é a área de
sombra.

15.
16. Luz a 45º
17. Se o que você busca é uma iluminação tradicional, a luz posicionada
a 45º do eixo da câmera e também a 45º acima do personagem não
tem erro.
18. Conhecida como Luz Rembrandt em alusão ao famoso pintor
holandês do século XVII por formar um triângulo na face exposta à
sombra (uma das características que imortalizou o artista
homenageado), tornou-se um clássico na representação de volume,
forma e sombra.

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20. Luz a 90º
21. Totalmente lateral, marca completamente o meio do rosto, mantendo
volume, banhando um lado do rosto com luz e outro lado com sombra
profunda.
22.
23. Luz a 130º
24. Passado dos 90º, começa-se a iluminar na região de contraluz. A
fonte luminosa posicionada a 130º em relação ao eixo da câmera
ilumina quase que somente a silhueta.

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26. Luz a 180º
27. O mais radical de todos os contraluz, também chamado de luz de
cabelo, destaca a silhueta do personagem, mas também pode ser
utilizado como luz principal em uma cena com ar de suspense, por
exemplo.
28.
29. Vejamos agora as características da luz com relação à sua altura perante o
personagem, e que efeitos sua sombra é capaz de provocar na narrativa de
uma cena.
30. Além da luz posicionada a um ângulo de 45º de altura em relação ao
rosto do personagem, como visto anteriormente, também há outras
formas de trabalhar verticalmente a fonte a luz.
31. Top Light Também conhecida como a luz do Dom Corleone.

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33. Quando posicionada no topo, a 90º do personagem, esse tipo de
iluminação radicaliza a dramaticidade da cena por não permitir que os
olhos do ator sejam vistos.
34.
35. Iluminação lateral

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37. Aqui vemos a luz a 0º em relação ao rosto do personagem e a 45º em
relação ao eixo da câmera. Mesmo com uma relação de volume
bonita, por estarmos acostumados com a fonte de luz vindo do alto na
natureza, a luz na altura do rosto é pouco natural, causando mistério
e certa estranheza no espectador.
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39. Desconforto

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41. Posicionada a -45º em relação ao rosto do personagem, a luz vindo
de baixo pra cima é antinatural.
42.
43. Normalmente utilizada em situações noturnas, como a luz de um
abajur por exemplo, esse tipo de iluminação é comumente associado
a filmes de terror.

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