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TATICAS BÉLICAS DO EGITO ANTIGO:

Faraó e seu exército seguia a máxima da época: quem quer evitar a


guerra, deve estar preparado para ela. E o Egito esteve sempre
preparado, sem dúvida. 

A guerra não era uma aptidão ou um objetivo, não era o quotidiano, mas
apenas um meio para consolidar esse desígnio dos deuses, um recurso
quase ritual, dir-se-ia.

Podemos classificá-la como uma civilização pacifista ou pouco belicosa.


Todavia, as infraestruturas burocráticas e militares ligadas à defesa e
segurança, logo à capacidade de guerra, existiram sempre no Antigo Egito,
ou por questões de ambição imperial, de expansão territorial.

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Até mais ou menos ao começo do II milénio a. C., por alturas
do Império Médio (c. 2040-c. 1780 a. C.), as fontes acerca da guerra
são pobres ou escassas, incompletas mesmo.

As Cartas de Amarna,  XIV dinastia (Segundo Período Intermédio, c. 1780-


1560 a. C.) de onde se podem aferir ideias acerca das guerras entre
Egípcios e povos vizinhos, são exemplo dessas fontes. 

 A partir de então, começaram a aparecer referências à vida castrense


egípcia em textos e expressões artísticas várias, com cenas de recrutas
em preparação militar, aspetos da frente núbia ou até do aspeto físico
dos soldados. As fortificações egípcias na Núbia, como forma de criar uma
zona de segurança abaixo da primeira catarata do Nilo (junto a Assuão)
durante o império médio

Revelam as preocupações guerreiras do Egito faraónico, bem como as


suas incursões na Palestina, Sinai, Síria. 

 Estas incursões tinham como objetivo manter em respeito os povos em


circulação na região ou os vizinhos mais poderosos,
como Hititas, por exemplo. Esses esforços revelam ainda uma certa
ideia expansionista e imperial do Egito, a partir da crença de que o faraó
deveria ser – e consideravam que era – senhor de toda a criação.

Tutmés III encetou mesmo dezassete campanhas militares, uma das quais


a célebre batalha de Meggido (em 1456 a. C., na Palestina). O auge da
ideia de máximo esforço e prestígio militar egípcios decorreu no reinado
de Ramsés II (1289-1224 a. C.), na XIX dinastia do Império Novo, o grande
conquistador egípcio e defensor do Reino, temido dentro e fora do país.

possuía várias guarnições militares, ao longo do Nilo como no Delta, nos


desertos, no Sinai, na Núbia, nos oásis e mesmo na Palestina. 

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Mas os soldados estavam bem organizados e treinados, atuavam em
operações planeadas, de surpresa, punitivas, com estudo e avaliação do
inimigo, quase cirúrgicas, dir-se-ia. O apoio dos carros puxados por cavalo
(que nos surgem amiúde em relevos de templos ou outros edifícios),
infantaria bem armada e arqueiros, além de inúmeros mercenários
estrangeiros, era também importante. O exército faraónico era assim muito
móvel, rápido, com poder de choque mas não em operações envolvendo
numerosos efetivos

Ramsés II na batalha de Kadesh – Templo de Abu Simbel

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