01 Introducao

Economia do Setor Público
Introdução
Leandro Rocco
Leandro Rocco CAEN-MESP

Índice
1 Introdução
2 Histórico
3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

Indivisibilidade do Produto
Externalidades
Mercados Imperfeitos
Riscos e Incertezas na Oferta de Bens
4 As Funções do Estado
Ajustamento na alocação dos recursos
Ajustamento na distribuição da renda e da riqueza
Estabilização econômica

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Introdução
Matemática Microeconomia Macroeconomia
Estatı́stica Econometria
Economia do
Setor Público
Orçamento
Economia da Polı́tica
e Finanças
Regulação Tributária
Públicas
Avaliação
Tópicos
de Polı́ticas
Especiais
Públicas

Introdução
Economia do Setor Público

Existência do Setor Público.
Participação/intervenção do Setor Público na Economia.
Histórico.
Objetivos da participação/intervenção.
Funções exercidas e serviços prestados.
Tributação.
Dı́vida Pública.
Gastos Públicos.
Polı́ticas Públicas.

Introdução
Participação/intervenção do setor público na Economia.

Necessidade de se mitigar problemas relativos a falhas ou
imperfeições no funcionamento dos mercados imperfeitos como
monopólio, externalidades, bens públicos, incerteza e riscos na
oferta de bens e serviços.
Ex.: educação, saúde, seguro social, defesa nacional e
segurança, habitação, energia, comunicação, saneamento,
transporte, etc., como funções socioeconômicas do governo.
Estudar formas do govemo intervir, descrevendo gastos
públicos e seus respectivos financiamentos.
Evolução da participação ao longo do tempo.
Atividades incorporadas gradativamente ao setor público.
Parte da produção é comprada ou produzida pelo setor público.
Percentual de participação no PIB: varia entre 20% a 50%.
Ações do setor público repercutem na alocação de recursos no
setor privado e na distribuição de bem-estar e riqueza.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Histórico
Adam Smith (1723-1790)
Intervenção do Estado deveria ser a menor possı́vel, um pouco
a mais do que o laissez-faire (deixar fazer sem interferências)
permitiria.
Mercado agindo de forma livre, ajustado pelos agentes.
Mão invisı́vel: a ação de cada indivı́duo, na busca de seus
próprios iteresses, resulta num funcionamento perfeito do
mercado.
Estado agiria quando indivı́duos violassem as leis e a justiça
na busca de seus interesses a qualquer custo.
Admitia proteção da indústria interna ao gerar incentivos e
taxar produtos externos, evitando concorrência desleal.
Funções do Estado: defesa nacional, justiça, serviços públicos
e manutenção da soberania.
Em sua época a estrutura do Estado era mais reduzida.
Histórico
David Ricardo (1772-1823)
Mercado livre: liberdade de ações individuais gera o máximo
de bem-estar social.
Processo de auto-regulação da economia, sem intervenção do
Estado.
Acreditava que as despesas do governo não teriam nenhum
resultado no desenvolvimento econômico e que poderiam ser
um entrave ao processo de acumulação de capital.
Tributos reduzem investimentos privados afetando
negativamente o crescimento da economia.
Tributo: transferência de recursos para o Estado, sendo um
gasto improdutivo.
Readequar impacto dos tributos: impostos deveriam recair
mais sobre rendimentos individuais do que no processo
produtivo.
Histórico
Leon Walras (1834-1910)
Inicialmente contra intervenção. Adepto ao pensamento da
livre concorrência como reguladora da economia.
Passou a defender atuação do Estado nos mercados em que
não haviam livre concorrência.
Alfred Marshall (1842-1924)
Melhoria na eficiência da produção resultaria em concentração
das atividades, criando mercados diferentes da livre
concorrência.
Estado: regulador de monopólios e oligopólios.
John Stuart Mill (1806-1873)
Estado deveria assumir a responsabilidade por atividades de
interesse geral (quando o mercado não teria interesse de
fazer).
Estradas, escolas, hospitais, asilos, demias atividades para
melhorar qualidade de vida.
Histórico
John Maynard Keynes (1883-1946)
Época de crise do capitalismo.
Descrença no mercado auto-regulador.
Ações do governo estabilizaria economia, em conjunto com a
livre iniciativa.
Decisões sobre controle de moeda, do crédito e do nı́vel de
investimentos com objetivo de reduzir desigualdade de renda,
desemprego, e de aumentar a eficiência e produção.
Escola da Escolha Pública
Ramo da teoria econômica em que conceitos da economia de
mercado são aplicados à polı́tica e aos serviços públicos.
Ação do Estado no lugar de corrigir falhas de mercado pode
acabar aumentando-as.
Estado mı́nimo.
Buchanan e Tullock: mostram que além das falhas de
mercado existem as falhas de governo.
Histórico - Brasil
Fatos Históricos no Brasil
Intervenção: forma gradativa até meados do século XX.
Antes do Governo Vargas: limitado à concessão de favores e
empréstimos para algum setor industrial, principalmente na
construção de ferrovias por empresas estrangeiras.
Estrutura econômica simples, voltada para o exterior
(exportação de café).
Até 1949: cerca de 30 unidades controladas pelo Governo
Federal.
Estrutura tributária simples: impostos de importação e
exportação e benefı́cios para indústrias nascentes.
Setor financeiro: Banco do Brasil e Caixas Econômicas. Ajuda
ao setor agrı́cola (atividade econômica básica).
Crise do setor cafeeiro: Convênio de Taubaté - polı́ticas de
controle de produção e de preços mı́nimos.
Expansão dos meios de transporte para favorecer a

exportação.
Nacionalização/estatização das ferrovias, consideradas não
lucrativas pelo setor privado.
Crise do café e depressão econômica dos anos 20/30: processo
de substituição de importações
Estado aumenta intervenção: criação de autarquias, regras de
controles de preço, financiamento para armazéns, etc.
Maior interesse pelo crescimento econômico por parte do
governo.
Conselho Federal do Comércio Exterior: medidas de polı́tica
econômica visando aprimorar comércio exterior e
desenvolvimento industrial.
Companhia Siderúrgica Nacional.

Após Segunda Guerra Mundial: defesa/segurança nacional.

Fábrica Nacional de Motores: garantir a produção e
manutenção de máquinas e motores.
Cia Vale do Rio Doce: produção e comercialização do minério
de ferro.
Maior intervenção do governo nos anos 50 e 60 com surto de
industrialização.
BNDE: necessidade de criar mecanismo de financiamento para
empreendimentos industriais. Fornecer recursos ao setor
privado que não dispunha de capital para satisfazer
investimentos em infra-estrutura.
Criação de siderúrgicas.
1953: Petrobrás - abastecimento interno de petróleo e
monopólio da exploração.

Década de 50: Expansão de bancos públicos, criação do BNB,

ampliação de serviços de utilidade pública (energia,
transporte, comunicações, etc).
1968: Conselho Interministerial de Preços: controle e combate
à inflação.
Gastos do governo em relação ao PIB: 10% no inı́cio do
século XX, 30% na década de 70/80.
1984: 317 empresas estatais - 62% voltadas para o setor
produtivo.
Privatizações: Inı́cio da década de 90.
1991-1999: Geração de R$ 72 bilhões.
Participação do investidor estrangeiro: 53% entre 1995-2002 e
5% entre 1990-1994.
Redução do Estado para atividades básicas de infra-estrutura.

2003-2010: Inicialmente, continuidade das polı́ticas fiscal e
monetária do governo anterior para controle da inflação.
Redução da Dı́vida Lı́quida do Setor Público (% do PIB) caiu
de 60% em 2002 para 40% em 2010.
Programas de transferência de renda direta e indireta.
Maior crescimento da renda dos mais pobres.
Ampliação do crédito.
2011-2015: Aumento do endividamento do setor público, após
continuação de estı́mulo ao consumo: redução na taxa de
juros, elevação de gastos, concessões de subsı́dios, intervenção
em preços da energia elétrica e combustı́vel, etc.
2017: Teto dos Gastos Públicos com duração de 20 anos.
Reforma trabalhista: saques do FGTS, mudança em
arrecadação sindical, flexibilização das relações trabalhistas.
2019-presente: discurso de liberalismo econômico, focado em
privatizações.
BR Distribuidora e Eletrobrás.
Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Falhas de Mercado
A livre iniciativa não é capaz de atender aos interesses sociais,

em certas situações, gerando falhas de mercado.
Estado age na economia para corrigir efeitos negativos.
Quatro caracterı́sticas das falhas de mercado que
impossibilitam a obtenção da produção ótima:
1 Indivisibilidade do produto.
2 Externalidades.
3 Mercados imperfeitos.
4 Riscos e incertezas na oferta de bens.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Falhas de Mercado - Indivisibilidade do Produto
Bem indivisı́vel: bem cujos benefı́cios não pode ser

individualizados.
Bem público puro: não-exclusivo e não-rival.
Não-rival: uma pessoa usar ou consumir o bem não afeta a
oprtunidade de outra pessoa consumir o bem.
Não-excludente: não há possibilidade de uma pessoa negar a
uma outra pessoa a oportunidade de consumir o bem.
Todos os indivı́duos são igualmente beneficiados com sua
oferta, independentemente de renda e capacidade de compra.
Bens oferecidos pelo setor público que pode obter recursos
compulsoriamente para financiá-los.
Ex.: Defesa Nacional.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Falhas de Mercado - Externalidades
Externalidade: ações de algum agente que pioram ou

melhoram a situação de outro agente, sem que a primeira
parte assuma os custos ou receba os benefı́cios de suas ações.
Ações geram efeitos internos e externos: maior repercussão
quando ocorrem efeitos externos.
Perda da eficiência em termos de alocação e distribuição do
consumo.
Efeito da produção sobre o consumo
Ex.: Poluição e uso recreativo do rio.
Efeito da produção sobre a produção
Ex.: Poluição do rio e produção de peixes.
Efeito do consumo
Ex.: Poluição causada por automóveis, poluição sonora,
excesso de carros em vias públicas, etc.

Falhas de Mercado - Externalidades
Intervenção do Governo sobre externalidades negativas.

Legislação.
Tarifas e multas.
Ações de orientação e conscientização.
Intervenção do Governo sobre externalidades positivas.
Incentivos para atividades que geram melhorias na qualidade
de vida.
Investimentos em educação para melhorar qualidade dos
profissionais.
Em geral, externalidades não são mensuráveis.
Governo age para regular mercado.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Falhas de Mercado - Mercados Imperfeitos
Grandes economias de escala de produção são produzidas

através de inovação tecnológica e especialização.
Decréscimo do custo de produção.
Concentração de mercado: dominação regional ou nacional.
Mercados imperfeitos: ausência de concorrência perfeita,
presença de poucas firmas (monopólio, oligopólio, competição
monopolı́stica).
Falhas no equilı́brio geral.
Firma atua em nı́vel de produção no qual o preço é superior
ao custo médio.
Alocação ótima da firma é diferente da alocação ótima da
sociedade.
Governo pode intervir através da alocação direta de recursos
ou antravés de incentivos/subsı́dios.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

Falhas de Mercado - Riscos e Incertezas na Oferta de Bens
Bens e serviços não ofertados no mercado devido às incertezas

e falta de conhecimento perfeito, informação assimétrica, falta
de perfeita mobilidade de recursos, escassez de recursos
produtivos, alto investimento não disponı́vel no setor privado,
longo perı́odo de maturação do projeto, etc.
Governo pode intervir (alocando recursos próprios ou
fornecendo incentivos ao setor privado) para gerar atividades
indispensáveis e proporcionar o bem-estar da sociedade.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

As Funções do Estado
Musgrave: três funções básicas.

Ajustamento na alocação dos recursos.
Ajustamento na distribuição da renda e da riqueza.
Estabilização econômica.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

As Funções do Estado - Ajustamento na alocação dos
recursos
Objetivo: ofertar bens e serviços necessários e que não são

providos pelo setor privado (bens públicos, bens sociais e/ou
bens econômicos).
Alocação direta de recursos na produção. Ex.: defesa nacional
e segurança.
Adquirir produtos de empresas privadas e ofertá-los à
sociedade. Ex.: remédios, merenda escolar, etc.
Subsı́dios e incentivos para induzir produção no setor privado.
Investir recursos na instalação de empresas públicas para gerar
bens econômicos (vendidos no mercado).
Bens públicos e sociais: financiados por tributação.
Bens econômicos: financiados por venda direta de bens e
serviços.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

As Funções do Estado - Ajustamento na distribuição da
renda e da riqueza
Fatores que podem contribuir para desigualdades na

distribuição de renda e riqueza:
Oportunidade educacional.
Mobilidade social.
Habilidade individual.
Propriedades dos fatores de produção.
Concentração de renda não faz parte do mecanismo de
alocação do setor privado.

As Funções do Estado - Ajustamento na distribuição da
renda e da riqueza
Instrumentos de polı́ticas fiscais são mais eficazes.

Tributação diferenciada por nı́vel de renda.
Mecanismos de transferência de renda direta e indireta.
Proteção salarial e tarifária.
Gasto em bens e serviços para os mais carentes.

Índice
1 Introdução
2 Histórico

Externalidades

As Funções do Estado - Estabilização econômica
Uso de instrumentos de polı́tica econômica para estabilizar

valor da moeda, nı́vel de emprego, estabilidade de preços.
Polı́tica Fiscal.
Polı́tica Monetária.
Polı́tica de Comércio Exterior.
Polı́tica de Renda.
Polı́tica Setorial.

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Leandro Rocco CAEN-MESP

3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Matemática Microeconomia Macroeconomia

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Participação/intervenção do setor público na Economia.

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Expansão dos meios de transporte para favorecer a

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Após Segunda Guerra Mundial: defesa/segurança nacional.

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Década de 50: Expansão de bancos públicos, criação do BNB,

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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A livre iniciativa não é capaz de atender aos interesses sociais,

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Bem indivisı́vel: bem cujos benefı́cios não pode ser

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Externalidade: ações de algum agente que pioram ou

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Intervenção do Governo sobre externalidades negativas.

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Grandes economias de escala de produção são produzidas

Leandro Rocco CAEN-MESP

3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Bens e serviços não ofertados no mercado devido às incertezas

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

Leandro Rocco CAEN-MESP

Musgrave: três funções básicas.

Leandro Rocco CAEN-MESP

3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

Leandro Rocco CAEN-MESP

Objetivo: ofertar bens e serviços necessários e que não são

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3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

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Fatores que podem contribuir para desigualdades na

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Instrumentos de polı́ticas fiscais são mais eficazes.

Leandro Rocco CAEN-MESP

3 Falhas de Mercado e Justificativas para a Existência do Estado

Leandro Rocco CAEN-MESP

Uso de instrumentos de polı́tica econômica para estabilizar

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