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UC ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA FORMAÇÃO

TEMA 1 – MODELOS E PRINCIPIOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Professora Doutora Maria Goulão

Neste trabalho pretendo realizar uma reflexão, tendo em conta os objetivos que foram
propostos: Compreender os modelos de formação profissional de professores, Identificar as
competências que constituem o perfil profissional docente; Comparar os quadros orientadores da
formação de professores, Enquadrar a formação de docentes na formação de adultos, de acordo
com os recursos e os textos disponíveis e alguma experiência ao longo da minha carreira.

Segundo Wallace (1991), existem três grandes modelos de formação profissional: o


modelo de “mestria”, onde o formando aprende imitando as técnicas empregues pelo professor
mais velho, mais experiente e perito na sua profissão, seguindo as suas instruções e conselhos,
também conhecido por modelo tradicional. O modelo da ciência aplicada, é proposto a resolução
dos problemas de ensino através da aplicação direta da investigação. Segundo Schon (1987), que
o denomina de racionalidade técnica, afirma que ele está na atual base da crise das profissões.
Segundo este autor o ensino universitário contemporâneo enferma de um grande desfasamento
entre o que procura ensinar e as situações que se deparam aos formandos na prática. O modelo
reflexivo tem por objetivo principal ajudar o professor em formação a melhorar o seu ensino,
através do seu desenvolvimento pessoal e profissional.

“Um primeiro principio que defendemos é o de conceber a Formação de Professores como


continuo” (Marcelo, 1989). Como profissional sempre adotei este principio, realizar todos os anos
formação especifica, para além das horas consideradas normais. Aliás como afirma Fullan, “o
desenvolvimento profissional é um projeto ao longo da carreira desde a formação inicial, à
iniciação, ao desenvolvimento profissional continuo através da própria carreira”. (Fullan,
1987:215).
Desde a minha formação inicial na Universidade Aberta – Licenciatura em História, tive
de realizar a profissionalização em serviço em Português e História e Geografia de Portugal, duas
disciplinas exigentes, que ao longo dos anos têm-me desafiado à descoberta de formas para estar
sempre atualizado, por isso realizo cerca de 50 horas de formação por ano e adoto o modelo
reflexivo, no qual tenho a pretensão de melhorar cada vez mais o meu desempenho profissional.
Este modelo permite a reflexão crítica sobre a prática de ensino e a utilização de experiências para
aprimorar a minha habilidade, competência e exigência no desempenho das minha funções,
educativas.
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Segundo (Escudero, 1992:57), “Hoje é pouco defensável uma perspetiva sobre a mudança
para a melhoria da educação que não seja, em si mesma, capacitadora, geradora de sonho e
compromisso, estimuladora de novas aprendizagens e, em suma, formativa para os agentes que
têm de desenvolver na prática reformas”. Tendo em conta as novas tecnologias e as novas
aplicações informáticas é fundamental para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem que o
docente esteja preparado para estas novas dinâmicas.
A formação dos professores deve ser potenciadora do desenvolvimento organizacional da
escola ou instituição, defendo portando mais promoção e investimento nesta área para cumprir os
novos desafios e implementar ativamente os conhecimentos em prol de um ensino, mais inclusivo.
De acordo com Perrenond, P. (2002:12), “Também podemos imaginar que encontraremos salas
de aula um pouco mais bem-equipadas que as de hoje, porém as práticas continuarão baseando-
se fundamentalmente na palavra e nas trocas entre um professor e um grupo de alunos, mesmo no
caso de uma classe virtual, em que os alunos encontrem-se fisicamente dispersos por todos os
cantos do planeta, cada um deles falando sua própria língua e compreendendo todos as outras
graças a um chip de tradução simultânea”… Esta simbiose entre professor e aluno, deve ser
alimentada todos os dias, dentro e fora da sala de aula, os sentimentos devem ser aprofundados,
não será as novas tecnologias que impedirão que esta harmonia cresça e fortifique este ambiente
escolar e académico.

Edgar Morin (2002:13), propõe sete saberes fundamentais que a escola teria a missão de
ensinar: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão. Os princípios de um conhecimento
pertinente. A condição humana. A identidade terrestre. O confronto com as incertezas. A
compreensão. A ética do gênero humano. Todos estes saberes são muito importantes, mas eu
destacaria “a condição humana”, para além de ser incomparável, ainda existe muito por descobrir
e evoluir e as propriedades humanas são na minha opinião incomensuráveis.

No entanto a missão e a visão dos agentes da educação poderão ser diferentes. “A


conceção da escola e do papel dos professores não é unânime. As diferentes posições sobre a
formação dos professores podem mascarar divergências mais fundamentais. Infelizmente, não
podemos defender a hipótese de que todos os Estados desejam formar professores reflexivos e
críticos, intelectuais e artesãos, profissionais e humanistas”. Perrenond P. (2002:15).

Na minha opinião, a formação de docentes pode ser enquadrada dentro da formação de


adultos, uma vez que os professores são, em sua maioria, adultos que passaram por processos
formativos para se tornarem aptos a lecionar.

Faço uma proposta, para que se inclua uma hora semanal, no horário do docente, na
componente não letiva destinada à formação!

Referências Bibliográficas:

Perremond, P. (2002), A formação dos professores do século XXI.

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Garcia C. (2009), Princípios da formação de professores.

Alarcao, I. (2009), Modelos de formação de professores.

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