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FÍSICA PARA SECUNDARISTAS

l g AULA: MOVIMENTO RETILÍNEO

Movimento Retilíneo Uniforme

Demonstração: M o v i m e n t o d e d o i s c a r r i n h o s s o b r e d o i s t r i l h o s d e a r .

S l i d e s G-1, G-3, G^l, G-5. G-ó. G-7 e G-8.

Atividades:

1. Registro de movimento e m fitas de papel usando campainhas.

Q u a n d o você p u x a a f i t a , a c a m p a i n h a r e g i s t r a s o b r e e l a u m m o v i m e n t o
retilíneo r e p r e s e n t a d o p o r u m a sequência d e p o n t o s . O i n t e r v a l o d e t e m p o
entre dois pontos consecutivos é 1 t i a
Localize s o b r e a fita u m s e g m e n t o 5 e m q u e o m o v i m e n t o t e n h a se d a d o c o m
v e l o c i d a d e constante. Q u a l foi a v e l o c i d a d e nesse t r e c h o ( e m cm/tic)?

C o m p a r e a v e l o c i d a d e c o m q u e você p u x o u a f i t a c o m a s v e l o c i d a d e s
registradas por outros grupos.

Q u a n t o s i n t e r v a l o s d e t e m p o (fies) você c o n t a n o s e g m e n t o e s c o l h i d o inici-


almente?

C a l c u l e o c o m p r i m e n t o d o s e g m e n t o S u s a n d o x<*vt. Confira o resultado


m e d i n d o S d i r e t a m e n t e n a f i t a u s a n d o u m a régua.

2 . Velocidade constante de uma esfera de plástico que c a i dentro d e uma


proveta cheia de óleo.

O b s e r v e e d e s c r e v a o m o v i m e n t o d a e s f e r a d e n t r o d o óleo.

Meça a distância y d e q u e d a d a e s f e r a n o óleo e o t e m p o t d i s p e n d i d o p a r a


percorrê-la. C a l c u l e a v e l o c i d a d e e m c m / s .

R e p r e s e n t e e s s a v e l o c i d a d e e m u m gráfico v(cm) c o n t r a t(s). s u p o n d o que


e l a é c o n s t a n t e d e s d e o começo d o m o v i m e n t o .

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3. Movimento retilíneo uniforme de um volante sobre um trilho de alumínio.

ponto d e largada
rampa
de \ 30 cm 60 cm 90 cm 120 cm 150 cm
lançamento

í calço trilho 1

Figura 1: Montagem do trilho e da rampa para MRU.

Nota: p a r a e f e t u a r m e d i d a s c o e r e n t e s , é necessário q u e o v o l a n t e i n g r e s s e
n o t r i l h o s e m p r e c o m a m e s m a v e l o c i d a d e . A r a m p a d e lançamento é u t i -
l i z a d a p a r a e s s a f i n a l i d a d e . O calço ( i m p r o v i s a d o ) s e r v e p a r a c o m p e n s a r o
atrito e m a n t e r v e l o c i d a d e constante. Teremos v e l o c i d a d e constante q u a n d o
o v o l a n t e p e r c o r r e r o p r i m e i r o e o último s e g m e n t o d e 3 0 c m e m t e m p o s i g u a i s .

Figura 2: Corte transversal do trilho e do volante.

( A t i v i d a d e d e m o n s t r a t i v a c o n d u z i d o p e l o p r o f e s s o r . O s d a d o s são c o l e t a d o s
c o m auxilio d e a l u n o s e a n o t a d o s n o q u a d r o n e g r o . )

Dados:

x(cm) íi *2 Í3
0 0
30
60
90
120
150

Tabela 1

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C o n s t r u a u m gráfico x(cm) c o n t r a t(s) s o b r e u m a f o l h a d e p a p e l m i l i m e t r a d o .

C a l c u l e a v e l o c i d a d e d o v o l a n t e a p a r t i r d o gráfico.

C o m p a r e o m o v i m e n t o d e s c r i t o p e l o v o l a n t e c o m o d a e s f e r a n o óleo d a
a t i v l d a d e anterior.

Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado 1

160 cm

Figura 3: Montagem dos trilhos para MRUA.

A f i g u r a 3 r e p r e s e n t a a situação e m q u e o v o l a n t e q u e s e t r a n s l a d a s o b r e u m
trilho i n c l i n a d o . O b s e r v e e d e s c r e v a o m o v i m e n t o d o v o l a n t e .

1. Inicialmente a inclinação do trilho é acertada d e modo que o volante per-


corra 160 c m e m 20 s (deixe de lado, por ora, o trilho menor).

V e j a , a seguir, q u a n t o t e m p o o v o l a n t e leva p a r a percorrer 90 c m , 40 c m e


1 0 c m . Faça três m e d i d a s d e t e m p o p a r a c a d a p e r c u r s o .

C o m p l e t e a t a b e l a 2 c o m exceção d a última c o l u n a ( a r r e d o n d a n d o o v a l o r
médio d o s t e m p o s m e d i d o s p a r a o i n t e i r o m a i s próximo).

x(.cm) h t(s) v(m/s) tw.(m/s)


0 0 0 0
10
40
90
160 20

Tabela 2
'Retirado do manual: Axt, R. e BrCickmann, M. E. Um Laboratório de Física p a r a Ensino Médio.
Textos de Apoio ao Professor de Física. Porto Alegre, IF-UFRGS, n. 4,1993.

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A organização d o s d a d o s n a t a b e l a 2 pressupõe, e n t r e u m a d a d a distância
p e r c o r r i d a e o t e m p o c o r r e s p o n d e n t e p a r a percorrê-la. u m a relação d o t i p o
x « fct o n d e k é u m a c o n s t a n t e d e p r o p o r c i o n a l i d a d e . O s v a l o r e s e n c o n t r a d o s
2

p a r a t c o n f i r m a m , a p r o x i m a d a m e n t e , e s s a hipótese?

V o l t a n d o à a t i v i d a d e d a e s f e r a q u e c a i d e n t r o d a p r o v e t a c h e i a d e óleo,
c o m p a r e o m o v i m e n t o d o v o l a n t e s o b r e o trilho i n c l i n a d o c o m o m o v i m e n t o
q u e a e s f e r a t e r i a s e e l a caísse d e n t r o d e u m a p r o v e t a v a z i a ( n o a r ) .

Q u a n d o a v e l o c i d a d e v a r i a , o u s e j a . q u a n d o e l a não s e mantém c o n s t a n t e
c o m o passar d o t e m p o , p o d e m o s analisar o q u a n t o ela varia e m u m intervalo
d e t e m p o ; i s t o é. p o d e m o s d e t e r m i n a r a variação d a v e l o c i d a d e . E s s a t a x a d e
variação d a v e l o c i d a d e e m u m a u n i d a d e d e t e m p o c h a m a - s e aceleração:

Av
a * —
At

C a l c u l e a aceleração d o v o l a n t e a p a r t i r d o s d a d o s d a t a b e l a . E s s a aceleração
foi c o n s t a n t e ?

E x p l i q u e , a g o r a , c o m s u a s p a l a v r a s , a denominação q u e d e m o s a o s d o i s
movimentos que estamos estudando.

2. Agora você vai determinar a velocidade Instantânea do volante n o f i m de


c a d a um desses trechos, isto é, no fim d e 10 c m , 40 c m , 90 c m e 160 c m
percorridos pelo volante e m movimentos sucessivos e a partir do repouso.

C o m o se faz isto?

P r i m e i r o você s o l t a o v o l a n t e d a posição 1 0 c m s o b r e o t r i l h o i n c l i n a d o . A o
s a i r d e s t e t r i l h o e l e p a s s a a d e s l o c a r - s e s o b r e o u t r o - m a i s c u r t o - e m posição
horizontal.

S o b r e este trilho horizontal o v o l a n t e se d e s l o c a c o m v e l o c i d a d e c o n s t a n t e .


M a s e s t a v e l o c i d a d e é a v e l o c i d a d e instantânea f i n a l d o t r e c h o p e r c o r r i d o
s o b r e otrilho i n c l i n a d o . L o g o . o b t e r a v e l o c i d a d e c o n s t a n t e n o t r e c h o horizontal
e q u i v a l e a d e t e r m i n a r a v e l o c i d a d e f i n a l (instantânea) d o p e r c u r s o d e 1 0 c m
s o b r e o trilho i n c l i n a d o .

O m e s m o raciocínio s e a p l i c a às d e m a i s posições d e l a r g a d a .

C o m o s e c a l c u l a a v e l o c i d a d e instantânea ( t w . ) ?

D e f o r m a indireta. pois, n a v e r d a d e , determina-se a v e l o c i d a d e constante

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s o b r e o t r e c h o h o r i z o n t a l . E s t a , c o m o já f o i v i s t o , é i g u a l à v ,
in u p r o c u r a d a . Então
b a s t a m e d i r u m A x n e s s e t r e c h o ( a d o t a r A * - 1 0 c m p a r a a s posições d e l a r g a d a
1 0 c m e 4 0 c m e A s - 2 0 c m p a r a a s posições d e l a r g a d a 9 0 c m e 160 c m ) . É
p r e c i s o m e d i r , também, o t e m p o A í p a r a p e r c o r r e r e s s e t r e c h o n a h o r i z o n t a l .

Az - trecho horizontal
At - t e m p o p a r a percorrê-lo
Ax

C o m p l e t e a última c o l u n a d a t a b e l a 2 c o m o s d a d o s a s s i m o b t i d o s .

Faça a i n d a u m gráfico v e l o c i d a d e c o n t r a t e m p o e d e t e r m i n e a aceleração


d o v o l a n t e l e m b r a n d o q u e a - f*.

Descreva a g o r a , c o m suas palavras, o m o v i m e n t o d o v o l a n t e sobre c a d a


u m d o s trilhos.

Um pouco de história sobre o movimento retilíneo


uniformemente acelerado 2

O procedimento que adotamos na parte do movimento uniformemente a-


c e l e r a d o p o d e s e r c o m p a r a d o c o m o p r o c e d i m e n t o atribuído a G a l i l e u n o l i v r o
* P r o j e t o Física - C o n c e i t o s d e M o v i m e n t o ; t e x t o e m a n u a l d e experiências e
a t i v i d a d e s * ( H a r v a r d Project Physics).

N o s s e u s e s t u d o s s o b r e o m o v i m e n t o . G a l i l e u G a l i l e i (1564-1642) c o n c l u i u q u e
a q u e d a d o s c o r p o s é u m m o v i m e n t o a c e l e r a d o . Por a c h a r q u e a n a t u r e z a
s e m p r e s e m a n i f e s t a n a f o r m a m a i s s i m p l e s , e l e supôs q u e e s s a aceleração ( n o
c a s o , a aceleração d a g r a v i d a d e ) e r a c o n s t a n t e , o u seja,«• gt. E n t r e t a n t o , e l e
não t i n h a c o m o c o m p r o v a r e s s a suposição d i r e t a m e n t e através d a experiência,
p o i s i s s o e x i g i r i a m e d i d a s d e v e l o c i d a d e s instantâneas q u e não e r a m possíveis
n a s u a época.

Além d i s s o , a q u e d a l i v r e s e dá d e u m a f o r m a m u i t o rápida, o q u e d i f i c u l t a
m e d i d a s m a i s p r e c i s a s d e t e m p o . G a l i l e u v a l e u - s e , então, d o p l a n o i n c l i n a d o

*Texto produzido a partir da apostila "Força e Movimento: de Thales a Galileu' de Luiz O. Q.


Peduzzl em 1992, no IF-UFSC. e do texto do aluno José Henrique R. dos Santos elaborado para a
disciplina FIS 134 em 1991. no IF-UFRGS.

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p a r a r e d u z i r a r a p i d e z d e s t a d e s c i d a . A hipótese q u e e l e f e z f o i a d e q u e mesmo
q u e a aceleração f o s s e m e n o r , e l a a i n d a s e r i a c o n s t a n t e .

S u p o n d o v a t . s e n d o a u m a aceleração c o n s t a n t e , e l e c o n c l u i u q u e a
distância p e r c o r r i d a p o r u m móvel q u e p a r t e d o r e p o u s o d e v e r i a s e r p r o p o r c i -
o n a l a o q u a d r a d o d o t e m p o necessário p a r a percorrê-la (<f a í ) . O c o r r e u - l h e .
2

então, t r a n s f e r i r o p r o b l e m a d e m e d i r v e l o c i d a d e s instantâneas p a r a o d e m e d i r
distâncias e t e m p o s , m a i s fáceis d e r e a l i z a r .

P o r t a n t o , r e s t a v a a G a l i l e u m o s t r a r , através d a experiência, a v a l i d a d e d a
relação d <x t p a r a o m o v i m e n t o d e u m c o r p o s o b r e u m p l a n o i n c l i n a d o p a r a , a
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p a r t i r d e s t e r e s u l t a d o , i n f e r i r c o m o c o r r e r a a s u a hipótese i n i c i a l d e q u e a q u e d a
dos corpos é u m m o v i m e n t o uniformemente acelerado.

Comparação e n t r e o p r o c e d i m e n t o d e G a l i l e u e o n o s s o

G a l i l e u , e m v e z d e u m t r i l h o d e alumínio e d e u m v o l a n t e c o m o u t i l i z a m o s ,
t o m o u " u m a tábua de madeira, com cerca de 12 cúbitos de comprimento,
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meio cúblto de largura e três dedos de espessura; na sua face cortou-se um


canal com pouco mais de um dedo de altura; feito o entalhe tão rectilíneo
quanto é possível, liso e polido, e tendo-se revestido o mesmo com pergaminho,
também tão suave e polido quanto possível, fez-se rolar ao longo dele uma
esfera pesada de bronze, perfeitamente redonda e de superíície suave".

P a r a a medição d o t e m p o , e m v e z d e u m c r o n o m e t r o o u d e u m relógio d e
p u l s o , u t i l i z o u " u m grande reservatório de água, colocado numa posição eleva-
da; no fundo deste reservatório estava soldado um tubo de pequeno diâmetro
que fornecia um fino Jato de água, que recolhemos numa pequena taça du-
rante o tempo de cada descida, fosse para todo o comprimento do canal,
fosse paru qualquer fraçâo dele; a água assim recolhida era pesada numa
balança multo precisa; as diferenças e os quocientes destes pesos davam-nos
às diferenças e os quocientes dos intervalos de tempo, e isto com uma precisão
tal que, embora a operação fosse repetida muitas e muitas vezes, não houve
qualquer discrepância apreciável nos resultados".

O p r o c e d i m e n t o d a experiência também f o i s i m i l a r : 'Colocado o conjunto


numa posiçào inclinada, elevando-se uma das extremidades cerca de um ou
dois cúbitos em relação à outra, fizemos rolar a bola, como dizia, ao longo do
canal, anotando, da maneira como vamos descrever, o tempo necessário para
a descida. A experiência foi repetida várias e várias vezes, de modo a medir o
tempo com uma precisão tal que a diferença entre os valores correspondentes
a duas experiências nunca excedesse um décimo do batimento do pulso. Tendo
realizado esta operação e tendo-nos assegurado da sua fiabilidade, fizemos

3 Esses 12 cúbitos correspondem aproximadamente ao comprimento de uma tábua de 5,40 m.

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rolar a esfera apenas um quarto do comprimento do canal; e tendo medido o
tempo de descida, verificamos que era exactamente metade do primeiro. A
experiência foi entoo repetida para outras distâncias, comparando o tempo de
descida total com o de metade da descida, ou com o de dois terços, ou com
o de três terços ou, na verdade, com o de qualquer outra fracção'.

P o r f i m , e n q u a n t o a hipótese q u e v e r i f i c a m o s e x p e r i m e n t a l m e n t e f o i a d e
q u e a distância p e r c o r r i d a é p r o p o r c i o n a l a o q u a d r a d o d o t e m p o g a s t o p a r a
percorrê-la:

i a t.
2

conclusão à q u a l G a l i l e u c h e g o u f o i q u e " e m tais experiências, repetidas uma


centena de vezes, verificamos sempre que os espaços percorridos estavam em
relação uns com os outros tal como os quadrados dos tempos, e isto foi verdade
para todas as inclinações do ... canal ao longo do qual fizemos rolar a esfera

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