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ÉTICA e LEGISLAÇÃO
PROFISSIONAL
UNIP
2017 – 2º SEMESTRE
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PLANO DE ENSINO
OBJETIVOS GERAIS
• Proporcionar noções sobre a ética profissional e social, preceitos fundamentais de
ordem moral e de convívio, noções essas indispensáveis para o exercício profissional
daqueles que estejam envolvidos com as áreas afins do Instituto de Ciências Exatas e
Tecnologia.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Conscientização da importância do conhecimento e análises prévias das eventuais
implicações que possam gravitar em torno de um caso concreto da atividade
profissional, e da importância do predomínio do respeito ao semelhante sobre os
valores do mundo capitalista.
• Conscientização da importância da moral e do Direito, sobretudo em sua vida
profissional, procurando mudanças no mundo profissional contemporâneo, afastando
as práticas abusivas e ilegais, praticadas por muitos, que às vezes causam a falsa
impressão de que tais atos estariam dentro dos parâmetros da ética.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• Ética:
• História da ética;
• Ética antiga e contemporânea;
• Ética – Sócrates, Aristóteles e Platão;
• Ética – Moral, usos e costumes;
• Ideais éticos;
• Consciência Moral;
• Vícios e virtudes;
• Excelência moral e deficiência moral;
• Verdade, mentira ou omissão?
• Evolução do conceito – Momentos de cada sociedade.
• A ética na área de Exatas – Casos práticos.
• A ética profissional e a responsabilidade social do profissional da área de Exatas –
Relações com o universo jurídico.
• Lei 5.194/1966 (Regulamentação Profissional – Engenharia).
• Resolução 1002/2002 (Código de Ética do Engenheiro / vigente).
ESTRATÉGIA DE TRABALHO
Aulas expositivas e seminários com incentivo à participação dos alunos nos
questionamentos e discussões.
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AVALIAÇÃO
A avaliação será realizada por intermédio de provas regimentais, trabalhos cadêmicos,
participação em aulas e seminários.
BIBLIOGRAFIA
Básica
• CHALITA, Gabriel. Os dez mandamentos da ética. Nova Fronteira, 2003.
• VALLS, A. O que é ética. Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 1986.
• SANCHEZ VAZQUEZ, A. Ética. 30ª ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 2008.
Complementar
• ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. In: Os Pensadores. Nova Cultural, 1987.
• NOVAES, A. Ética. Editora Companhia das Letras, 1996.
• RIOS, T A. Ética e competência. Editora Cortez, 1993.
• MACEDO, E F; PUSCH, J B. Código de ética profissional comentado: engenharia,
arquitetura, agronomia, geologia, geografia, meteorologia. CONFEA CREA.
• SAO PAULO (Estado) Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.
Engenheiros, agrônomos: regulamentação, código de ética, tabelas de
honorários, Lei 5.194, de 24/12/66. CREA.
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ÉTICA
• Como único ser vivo dotado da capacidade racional, o ser humano age conforme o
que aprende durante a vida, estando muitas vezes fadado ao erro principalmente por
não possuir noções básicas sobre a ciência ÉTICA.
• A Ética está presente em todas as sociedades. Ela é um conjunto de regras,
princípios ou maneira de pensar e expressar.
• Ética é tudo que envolve integridade, é ser honesto em qualquer situação, é ter
coragem para assumir seus erros e decisões, ser tolerante e flexível, é ser humilde.
Vídeo recomendado
Programa do Jô Soares - Entrevistado: Mário Sérgio Cortella (Filósofo brasileiro -
Mestre e Doutor em Educação, Professor-titular do Departamento de Teologia e
Ciências da Religião e da pós-graduação em Educação da PUC-SP)
ÉTICA - CONCEITOS
• Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada
sociedade, seja de modo absoluto.
• Disciplina filosófica que tem por objeto de estudo os julgamentos de valor na medida
em que estes se relacionam com a distinção entre o bem e o mal.
• A ética é a teoria ou ciência que estuda o comportamento moral dos homens em
sociedade e tem como finalidade o bem.
Conceito de Bem
• Conceito de Bem: Qualidade atribuída a ações e a obras humanas que lhes confere
um caráter moral. Tudo o que é bom, justo, agradável e conforme a moral. Aquilo que
é “bem feito”.
• Esta qualidade se anuncia através de fatores subjetivos (o sentimento de aprovação,
o sentimento de dever) que levam à busca e à definição de um fundamento que os
possa explicar.
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HISTÓRICA DA ÉTICA
Sócrates
• Sócrates formula o problema; não oferece nenhuma resposta, apenas a esperança
que ao fim haverá respostas definitivas, mas que estas não podem ser compreendidas
sem provocar uma mudança do próprio homem.
• Sócrates tem a crença de que basta saber o que é a bondade para ser bom.
• Frase famosa: “Só sei que nada sei.”
Platão
• Platão tenta criar uma Ética Ideal que molde os homens a viver na virtude, ainda que
tenham que sacrificar a si próprios em detrimento do bem comum.
• O reencontro da ética e da realidade se dá através de uma grande reforma social,
política e econômica que torne a cidade mais simples, mais desligada dos valores
materiais, mais igualitária.
• Frase famosa: “Tente mover o mundo o primeiro passo será mover a si mesmo.”
Aristóteles
• Aristóteles busca uma Ética do Possível, que não desrespeite as paixões humanas,
mas antes as oriente pelo caminho da ponderação até a maturidade do equilíbrio.
• A essência da virtude é a moderação entre os extremos de cada paixão, a Regra
Dourada do caminho do meio entre a misericórdia absoluta e a privação absoluta.
• Frase famosa: A virtude é o meio justo entre dois defeitos.
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PRINCÍPIOS ÉTICOS:
• Nem sempre o que a nossa consciência nos diz sobre como devemos agir está
correto.
Por isso, em todas as sociedades existem quatro princípios que servem como
diretrizes, para a manutenção da ordem da vida em grupo, traçando as regras
comportamentais que devemos obedecer no intuito de obtermos a respeitabilidade
perante a sociedade em que vivemos.
4 Princípios éticos: Usos, costumes, moral e leis.
• Ter conhecimento sobre estas regras de comportamento ajuda o ser humano nas
suas decisões do dia a dia, corroborando para sua melhor aceitação social.
Usos
• Os usos são padrões não obrigatórios de comportamento social. Na maioria das
vezes, constituem modos coletivos de conduta, considerada como normal e aceitável
pela maioria da sociedade.
• Regem a maior parte da nossa vida, sem serem impostos por quem quer que seja,
nos indicando o que é adequado no dia a dia.
• A pessoa que infringe os usos não sofre punição, mas poderá ser chamada de
excêntrica, esquisita, extravagante. As sanções geralmente são despercebidas, como
o riso, o ridículo, o deboche.
• Exemplos de regras usuais: convenções, regras de etiqueta, rituais, rotinas de
trabalho e lazer, maneiras de se vestir, etc.
Costumes
• Normas de conduta criadas espontaneamente pela consciência do povo, que a
observa de modo constante e uniforme, sob a convicção de ser necessária e
obrigatória.
• Regulam o comportamento social, restringindo, moldando e reprimindo certas
tendências.
• O desrespeito aos costumes ou a não-conformidade provoca desaprovação moral.
Aquele que os desrespeita sofre uma reação violenta por parte do grupo.
• Exemplos: Incesto; Curandeirismo.
• Moral
• Conjunto de normas e regras, baseado nos costume e nas tradições de cada
sociedade, em um determinado tempo, segundo os preceitos socialmente
estabelecidos pela sociedade ou por determinado grupo social .
• Baseiam-se em convicções próprias. Regras que se encontram gravadas em nossas
consciências.
• Independe de fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que
utilizam referencial moral comum.
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Leis
• Leis são regras de comportamento formuladas deliberadamente e impostas por uma
autoridade especial.
• São decretadas com a finalidade de:
• suprir os costumes que começam a desintegrar-se,
• controlar as condutas dos indivíduos.
•Natureza impositiva – compulsória.
•Validade restrita ao Estado que edita a lei.
• O desrespeito gera punições legais. Ex: multa, prisão.
EXERCÍCIOS:
3 - Ser livre é:
a) Fazer o que entendemos ser o certo, independentemente das normas de conduta
estabelecidas pelo nosso grupo social.
b) Viver como se tudo fosse uma fatalidade, pois Deus é que traça nosso destino.
c) Ter o direito de ir e vir, de poder pensar e chegar a conclusões, vivendo conforme
nossas próprias convicções.
d) Agir sempre tendo em vista o que julgamos ser melhor para nós.
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CONSCIÊNCIA MORAL
• Consciência:
• Sentimento ou percepção do que se passa em nós, voz secreta da alma que
aprova ou reprova nossas ações.
• Ato de julgar (ato do entendimento, da razão) que julga a bondade ou malícia
das nossas ações, ou seja, é um ato concreto de avaliação que o
entendimento formula como conclusão de um raciocínio acerca de um
problema moral prático, o que significa que não é um sensor que capta
automaticamente a luz do certo e do errado. É um raciocínio que pode acertar
ou errar e para isso, o entendimento precisa conhecer o bem para poder
julgar. (um ignorante em eletrônica não pode dizer com certeza porque o
computador não funciona, se arriscar, pode estragar o aparelho). Só
conhecendo os princípios e as normas morais é que poderemos julgar bem
sobre a qualidade moral das nossas ações.
A consciência moral (juízo da razão) presente no íntimo da pessoa, impõe ao homem
fazer o bem e evitar o mal. Ou seja, dentro do íntimo da pessoa há uma lei que leva a
fazer o bem, e quando não se busca ou faz o bem, a consciência acusa e faz ter um
mal estar: famoso peso da consciência. É algo da natureza humana a busca do bem.
VÍCIOS E VIRTUDES
• Em um dos livros indicados na bibliografia complementar, Os dez mandamentos da
ética, (o qual recomendamos a leitura) o autor Gabriel Chalita, trata, no quarto
mandamento, sobre o tema virtude.
• Virtude é a disposição firme e constante para a prática do bem (Aurélio). Não existe
um numero determinado de virtudes. As ações virtuosas sempre estão ligadas ao meio
termo, ou seja, a moderação. Ao mesmo tempo, encontram-se entre dois extremos,
normalmente considerados pela ética como ações excessivas.
• Seguem abaixo alguns exemplos de virtudes e seus extremos.
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VERDADE, MENTIRA OU OMISSÃO?
• Muitas vezes percebemos a dúvida quanto a falar a verdade, a mentira ou omitir.
Alguns acreditam que nem sempre deve ser dito a verdade, outros acham que a
mentira em certas ocasiões é bem vinda, e a omissão dá certa neutralidade na
situação.
• Estamos diante de vícios e virtudes. Deficiências morais e excelências morais das
condutas.
• Portanto a verdade sempre deve imperar em qualquer tipo de situação. Muitas vezes
perguntam: e se a pessoa está com uma doença grave?? Devo falar a verdade?
• Claro que sim! A mentira nunca é bem vinda. Basta se colocar na situação do outro.
Quem gosta de mentiras?
•E a omissão? É bem vinda?
• Muitos tenta-se esquivar das situações dizendo que cabe omitir fatos como se fosse
uma situação de neutralidade. É claro que aquele que omitir estará prejudicando a
alguém ou a si próprio, e neste caso acaba indo de encontro com a ética.
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TEXTO: EXISTÊNCIA ÉTICA: SENSO MORAL E CONSCIÊNCIA MORAL
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mas teme dar-lhe uma vida de miséria e ser injusta com quem não pediu para nascer.
Pode fazer um aborto? Deve fazê-lo?
Um pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a esposa doente,
recebe uma oferta de emprego, mas que exige que seja desonesto e cometa
irregularidades que beneficiem seu patrão. Sabe que o trabalho lhe permitirá sustentar
os filhos e pagar o tratamento da esposa. Pode aceitar o emprego, mesmo sabendo o
que será exigido dele? Ou deve recusá-lo e ver os filhos com fome e a mulher
morrendo?
Um rapaz namora, há tempos, uma moça de quem gosta muito e é por ela
correspondido. Conhece uma outra. Apaixona-se perdidamente e é correspondido.
Ama duas mulheres e ambas o amam. Pode ter dois amores simultâneos, ou estará
traindo a ambos e a si mesmo? Deve magoar uma delas e a si mesmo, rompendo com
uma para ficar com a outra? O amor exige uma única pessoa amada ou pode ser
múltiplo? Que sentirão as duas mulheres, se ele lhes contar o que se passa? Ou
deverá mentir para ambas? Que fazer? Se, enquanto está atormentado pela decisão,
um conhecido o vê ora com uma das mulheres, ora com a outra e, conhecendo uma
delas, deve contar a ela o que viu? Em nome da amizade, deve falar ou calar?
Uma mulher vê um roubo. Vê uma criança maltrapilha e esfomeada roubar frutas e
pães numa mercearia. Sabe que o dono da mercearia está passando por muitas
dificuldades e que o roubo fará diferença para ele. Mas também vê a miséria e a fome
da criança. Deve denunciá-la, julgando que com isso a criança não se tornará um
adulto ladrão e o proprietário da mercearia não terá prejuízo? Ou deverá silenciar, pois
a criança corre o risco de receber punição excessiva, ser levada para a polícia, ser
jogada novamente às ruas e, agora, revoltada, passar do furto ao homicídio? Que
fazer?
Situações como essas – mais dramáticas ou menos dramáticas – surgem sempre em
nossas vidas. Nossas dúvidas quanto à decisão a tomar não manifestam apenas
nosso senso moral, mas também põem à prova nossa consciência moral, pois
exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os
outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as conseqüências
delas, porque somos responsáveis por nossas opções.
Todos os exemplos mencionados indicam que o senso moral e a consciência moral
referem-se a valores (justiça, honradez, espírito de sacrifício, integridade,
generosidade), a sentimentos provocados pelos valores (admiração, vergonha, culpa,
remorso, contentamento, cólera, amor, dúvida, medo) e a decisões que conduzem a
ações com conseqüências para nós e para os outros. Embora os conteúdos dos
valores variem, podemos notar que estão referidos a um valor mais profundo, mesmo
que apenas subentendido: o bom ou o bem. Os sentimentos e as ações, nascidos de
uma opção entre o bom e o mau ou entre o bem e o mal, também estão referidos a
algo mais profundo e subentendido: nosso desejo de afastar a dor e o sofrimento e de
alcançar a felicidade, seja por ficarmos contentes conosco mesmos, seja por
recebermos a aprovação dos outros.
O senso e a consciência moral dizem respeito a valores, sentimentos, intenções,
decisões e ações referidos ao bem e ao mal e ao desejo de felicidade. Dizem respeito
às relações que mantemos com os outros e, portanto, nascem e existem como parte
de nossa vida intersubjetiva.
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para as plantas” ou “A chuva é bela”, estaremos interpretando e avaliando o
acontecimento. Nesse caso, proferimos um juízo de valor.
Juízos de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são.
Em nossa vida cotidiana, mas também na metafísica e nas ciências, os juízos de fato
estão presentes. Diferentemente deles, os juízos de valor - avaliações sobre coisas,
pessoas e situações - são proferidos na moral, nas artes, na política, na religião.
Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos,
sentimentos, estados de espírito, intenções e decisões como bons ou maus,
desejáveis ou indesejáveis.
Os juízos éticos de valor são também normativos, isto é, enunciam normas que
determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos, nossos
comportamentos. São juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e ações
segundo o critério do correto e do incorreto.
Os juízos éticos de valor nos dizem o que são o bem, o mal, a felicidade. Os juízos
éticos normativos nos dizem que sentimentos, intenções, atos e comportamentos
devemos ter ou fazer para alcançarmos o bem e a felicidade. Enunciam também que
atos, sentimentos, intenções e comportamentos são condenáveis ou incorretos do
ponto de vista moral.
Como se pode observar, senso moral e consciência moral são inseparáveis da vida
cultural, uma vez que esta define para seus membros os valores positivos e negativos
que devem respeitar ou detestar.
Qual a origem da diferença entre os dois tipos de juízos? A diferença entre a Natureza
e a Cultura. A primeira, como vimos, é constituída por estruturas e processos
necessários, que existem em si e por si mesmos, independentemente de nós: a chuva
é um fenômeno meteorológico cujas causas e cujos efeitos necessários podemos
constatar e explicar.
Por sua vez, a Cultura nasce da maneira como os seres humanos interpretam a si
mesmos e suas relações com a Natureza, acrescentando-lhe sentidos novos,
intervindo nela, alterando-a através do trabalho e da técnica, dando-lhe valores. Dizer
que a chuva é boa para as plantas pressupõe a relação cultural dos humanos com a
Natureza, através da agricultura. Considerar a chuva bela pressupõe uma relação
valorativa dos humanos com a Natureza, percebida como objeto de contemplação.
Freqüentemente, não notamos a origem cultural dos valores éticos, do senso moral e
da consciência moral, porque somos educados (cultivados) para eles e neles, como se
fossem naturais ou fáticos, existentes em si e por si mesmos. Para garantir a
manutenção dos padrões morais através do tempo e sua continuidade de geração a
geração, as sociedades tendem a naturalizá-los. A naturalização da existência moral
esconde, portanto, o mais importante da ética: o fato de ela ser criação histórico-
cultural.
Ética e violência
Quando acompanhamos a história das idéias éticas, desde a Antiguidade clássica
(greco-romana) até nossos dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o
problema da violência e dos meios para evitá-la, diminuí-la, controlá-la. Diferentes
formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de
conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação
do grupo social.
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Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram e nem definem a
violência da mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes,
segundo os tempos e os lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos
da violência são percebidos da mesma maneira, nas várias culturas e sociedades,
formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Fundamentalmente, a violência é percebida como exercício da força física e da coação
psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a si, contrária aos seus
interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência, causando-lhe danos
profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a agressão aos
outros.
Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por mal, crime e vício,
circunscrevem aquilo que julgam violência contra um indivíduo ou contra o grupo.
Simultaneamente, erguem os valores positivos – o bem e a virtude – como barreiras
éticas contra a violência.
Em nossa cultura, a violência é entendida como o uso da força física e do
constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza
e ao seu ser. A violência é a violação da integridade física e psíquica, da dignidade
humana de alguém. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustiça, a mentira, o
estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime.
Considerando que a humanidade dos humanos reside no fato de serem racionais,
dotados de vontade livre, de capacidade para a comunicação e para a vida em
sociedade, de capacidade para interagir com a Natureza e com o tempo, nossa cultura
e sociedade nos definem como sujeitos do conhecimento e da ação, localizando a
violência em tudo aquilo que reduz um sujeito à condição de objeto. Do ponto de vista
ético, somos pessoas e não podemos ser tratados como coisas. Os valores éticos se
oferecem, portanto, como expressão e garantia de nossa condição de sujeitos,
proibindo moralmente o que nos transforme em coisa usada e manipulada por outros.
A ética é normativa exatamente por isso, suas normas visando impor limites e
controles ao risco permanente da violência.
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O campo ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o
conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. Estas são realizadas pelo sujeito
moral, principal constituinte da existência ética.
O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes
condições:
● ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a
existência dos outros como sujeitos éticos iguais a ele;
● ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos,
impulsos, tendências, sentimentos (para que estejam em conformidade com a
consciência) e de capacidade para deliberar e decidir entre várias alternativas
possíveis;
● ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e
conseqüências dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas
conseqüências, respondendo por elas;
● ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos,
atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o
constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto o poder
para escolher entre vários possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si
mesmo as regras de conduta.
O campo ético é, portanto, constituído por dois pólos internamente relacionados: o
agente ou sujeito moral e os valores morais ou virtudes éticas.
Do ponto de vista do agente ou sujeito moral, a ética faz uma exigência essencial, qual
seja, a diferença entre passividade e atividade. Passivo é aquele que se deixa
governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e paixões, pelas circunstâncias,
pela boa ou má sorte, pela opinião alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de um
outro, não exercendo sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade.
Ao contrário, é ativo ou virtuoso aquele que controla interiormente seus impulsos, suas
inclinações e suas paixões, discute consigo mesmo e com os outros o sentido dos
valores e dos fins estabelecidos, indaga se devem e como devem ser respeitados ou
transgredidos por outros valores e fins superiores aos existentes, avalia sua
capacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, consulta sua razão e sua
vontade antes de agir, tem consideração pelos outros sem subordinar-se nem
submeter-se cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e
recusa a violência contra si e contra os outros. Numa palavra, é autônomo.
Do ponto de vista dos valores, a ética exprime a maneira como a cultura e a sociedade
definem para si mesmas o que julgam ser a violência e o crime, o mal e o vício e,
como contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude. Por realizar-se como
relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições
históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral.
Conseqüentemente, embora toda ética seja universal do ponto de vista da sociedade
que a institui (universal porque seus valores são obrigatórios para todos os seus
membros), está em relação com o tempo e a História, transformando-se para
responder a exigências novas da sociedade e da Cultura, pois somos seres históricos
e culturais e nossa ação se desenrola no tempo.
Além do sujeito ou pessoa moral e dos valores ou fins morais, o campo ético é ainda
constituído por um outro elemento: os meios para que o sujeito realize os fins.
Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de modo que, para alcançar um fim
legítimo, todos os meios disponíveis são válidos. No caso da ética, porém, essa
afirmação deixa de ser óbvia.
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Suponhamos uma sociedade que considere um valor e um fim moral a lealdade entre
seus membros, baseada na confiança recíproca. Isso significa que a mentira, a inveja,
a adulação, a má-fé, a crueldade e o medo deverão estar excluídos da vida moral e
ações que os empreguem como meios para alcançar o fim serão imorais.
No entanto, poderia acontecer que para forçar alguém à lealdade seria preciso fazê-lo
sentir medo da punição pela deslealdade, ou seria preciso mentir-lhe para que não
perdesse a confiança em certas pessoas e continuasse leal a elas. Nesses casos, o
fim – a lealdade – não justificaria os meios – medo e mentira? A resposta ética é: não.
Por quê? Porque esses meios desrespeitam a consciência e a liberdade da pessoa
moral, que agiria por coação externa e não por reconhecimento interior e verdadeiro
do fim ético.
No caso da ética, portanto, nem todos os meios são justificáveis, mas apenas aqueles
que estão de acordo com os fins da própria ação. Em outras palavras, fins éticos
exigem meios éticos.
A relação entre meios e fins pressupõe que a pessoa moral não existe como um fato
dado, mas é instaurada pela vida intersubjetiva e social, precisando ser educada para
os valores morais e para as virtudes.
Poderíamos indagar se a educação ética não seria uma violência. Em primeiro lugar,
porque se tal educação visa a transformar-nos de passivos em ativos, poderíamos
perguntar se nossa natureza não seria essencialmente passional e, portanto: forçar-
nos à racionalidade ativa não seria um ato de violência contra a nossa natureza
espontânea? Em segundo lugar, porque se a tal educação visa a colocar-nos em
harmonia e em acordo com os valores de nossa sociedade, poderíamos indagar se
isso não nos faria submetidos a um poder externo à nossa consciência, o poder da
moral social. Para responder a essas questões precisamos examinar o
desenvolvimento das idéias éticas na Filosofia.
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LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
fonte: http://www.creasp.org.br
CREA-SP
• Sigla que identifica o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de
São Paulo.
• Conselho de Fiscalização do Exercício Profissional
• Fiscaliza, controla , orienta e aprimora o exercício e as atividades profissionais nas
áreas da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, além das
atividades dos Tecnólogos e das várias modalidades de Técnicos Industriais de nível
médio.
• Obs: Recentemente foi criado conselho profissional próprio para os Arquitetos e
Urbanistas – o CAU -, deixando esses profissionais de integrar o CREA.
Fiscalização do CREA-SP
• Os Agentes Fiscais do Crea-SP realizam pesquisas internas e externas e diligências
de rotina a obras, empresas privadas ou órgãos públicos, para verificação da
responsabilidade técnica pelos serviços executados nas áreas de Engenharia,
Agronomia e afins.
• Segundo a legislação, a responsabilidade técnica sobre obras e serviços nas áreas
citadas só pode ser atribuída a profissionais habilitados com registro no Crea-SP.
• Quando a obra não conta com responsável técnico, ou quando o "responsável
técnico" identificado é um leigo, o Crea-SP parte para uma ação mais objetiva: o
Agente Fiscal, constatando realmente a irregularidade, procede à lavratura da
Notificação e, quando necessário, do Auto de Infração, o qual gera um processo
administrativo, conforme a tipificação pertinente à atividade e/ou irregularidade
encontrada.
RESPONSABILIDADES
• Os profissionais respondem de diversas formas em razão das atividades exercidas:
• Responsabilidade Técnica
• Responsabilidade Civil
• Responsabilidade Penal
• Responsabilidade Trabalhista
Responsabilidade Técnica
• Os profissionais que executam atividades específicas dentro das várias modalidades
das categorias da área tecnológica devem assumir a responsabilidade técnica por todo
trabalho que realizam. Exemplos:
• O engenheiro civil que executa a construção desta mesma casa será o
responsável técnico pela construção;
• O engenheiro agrônomo que projeta determinado cultivo especial de feijão
será o responsável técnico pelo projeto desse cultivo.
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Responsabilidade Civil
• Decorre da obrigação de reparar e/ou indenizar por danos causados.
a) Responsabilidade contratual: decorrente do contrato firmado para a
execução de um determinado trabalho, no qual são fixados os direitos e
obrigações.
b) Responsabilidade pela solidez e segurança da construção: o profissional
responde pelo prazo de 05 anos. Se, através de perícias, ficar constatado erro
do profissional, este será responsabilizado, independente do prazo
transcorrido, conforme jurisprudência.
c) Responsabilidade pelos materiais: a escolha dos materiais é da
competência exclusiva do profissional. Quando o material não estiver de
acordo com a especificação ou dentro dos critérios de segurança, o profissional
deve rejeitá-lo, sob pena de responder por qualquer dano futuro.
d) Responsabilidade por danos a terceiros: constatação de danos a
vizinhos. Cabe ao profissional tomar todas as providências necessárias para
que seja preservada a segurança, a saúde e o sossego de terceiros. Os
prejuízos causados são de responsabilidade do profissional e do proprietário,
solidariamente, podendo o lesado acionar tanto um como o outro.
Responsabilidade Penal
• Cabe ao profissional prever todas as situações que caracterize perigo à vida ou à
propriedade, para que fique isento de qualquer ação penal.
• Decorre de fatos considerados crimes.
• Exemplos:
a) desabamento - queda de construção em virtude de fator humano;
b) desmoronamento - resulta da natureza;
c) incêndio - quando provocado por sobrecarga elétrica;
d) intoxicação ou morte por agrotóxico - pelo uso indiscriminado de herbicidas e
inseticidas na lavoura sem a devida orientação e equipamento;
e) intoxicação ou morte por produtos industrializados - quando mal
manipulados na produção ou quando não conste indicação da periculosidade;
f) contaminação - quando provocada por vazamentos de elementos radioativos
e outros.
Responsabilidade Trabalhista
• A matéria é regulada pelas Leis Trabalhistas em vigor.
• Resulta das relações com os empregados e trabalhadores que compreendem: direito
ao trabalho, remuneração, férias, descanso semanal e indenizações, inclusive,
aquelas resultantes de acidentes que prejudicam a integridade física do trabalhador.
• O profissional só assume esse tipo de responsabilidade quando contratar
empregados, pessoalmente ou através de seu representante ou representante de sua
empresa. Nas obras de serviços contratados por administração o profissional estará
isento desta responsabilidade, desde que o proprietário assuma o encargo da
contratação dos operários.
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CASOS PRÁTICOS
EXERCÍCIOS
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a) Nas obras de serviços contratados por administração o profissional estará isento
desta responsabilidade, desde que o proprietário assuma o encargo da contratação
dos operários, o que é raro na prática.
b) Um engenheiro que possui empregados deve respeitar não apenas as regras
previstas na legislação trabalhistas, como também àquelas previstas no código de
ética da engenharia, no que diz respeito ao tratamento de seus subordinados;
c) O profissional só assume esse tipo de responsabilidade quando contratar
empregados, pessoalmente ou através de seu representante ou representante de sua
empresa.
d) O engenheiro que possui empregados deve respeitar apenas as normas previstas
na legislação trabalhistas;
e) O engenheiro empregador deve respeitar as normas trabalhistas, com relação a
remuneração, férias, descanso semanal e indenizações, inclusive, aquelas resultantes
de acidentes que prejudicam a integridade física do trabalhador.
19
LEI Nº 5.194, de 24 DEZ 1966
20
Do exercício ilegal da Profissão
•Exerce ilegalmente a profissão:
a) aquele que realizar atos reservados aos profissionais e que não possua
registro nos Conselhos Regionais:
b) o profissional que se incumbir de atividades estranhas às atribuições
discriminadas em seu registro;
c) o profissional que emprestar seu nome a pessoas, firmas, organizações ou
empresas executoras de obras e serviços sem sua real participação nos
trabalhos delas;
d) o profissional que, suspenso de seu exercício, continue em atividade
Da Responsabilidade e Autoria
• Os direitos de autoria de um plano ou projeto de Engenharia ou Agronomia,
respeitadas as relações contratuais expressas entre o autor e outros interessados, são
do profissional que os elaborar.
• As alterações do projeto ou plano original só poderão ser feitas pelo profissional que
o tenha elaborado.
• Estando impedido ou recusando-se o autor do projeto ou plano original a prestar sua
colaboração profissional, comprovada a solicitação, as alterações ou modificações
21
deles poderão ser feitas por outro profissional habilitado, a quem caberá a
responsabilidade pelo projeto ou plano modificado.
• Quando a concepção geral que caracteriza um plano ou um projeto for elaborada em
conjunto por profissionais legalmente habilitados, todos serão considerados co-autores
do projeto, com os direitos e deveres correspondentes.
• A responsabilidade técnica pela ampliação, procedimento ou conclusão de qualquer
empreendimento de engenharia ou agronomia caberá ao profissional ou entidade
registrada que aceitar esse encargo, sendo-lhe, também, atribuída a responsabilidade
das obras, devendo o Conselho Federal adotar resolução quanto às responsabilidades
das partes já executadas ou concluídas por outros profissionais.
22
Das anuidades, emolumentos e taxas - Art. 63 a 70
• Os profissionais e pessoas jurídicas registrados são obrigados ao pagamento de uma
anuidade ao Conselho Regional.
• A anuidade será devida a partir de 1º de janeiro de cada ano.
• O pagamento da anuidade após 31 de março terá o acréscimo de vinte por cento, a
título de mora, quando efetuado no mesmo exercício.
Anuidades – valores:
Profissional de nível superior - R$529,95
Profissional técnico de nível médio – R$264,39
Pessoas Jurídicas inscritas - em função do capital social:
FAIXA CAPITAL SOCIAL (R$) R$
1 Até R$ 50.000,00 501,23
2 De 50.000,01 até 200.000,00 1.002,47
3 R$ 200.000,01 até R$ 500.000,00 1.503,71
4 R$ 500.000,01 até R$ 1.000.000,00 2.004,93
5 R$ 1.000.000,01 até R$ 2.000.000,00 2.506,18
6 R$ 2.000.000,01 até R$ 10.000.000,00 3.007,40
7 Acima de 10.000.000,00 4.009,86
DESCONTOS:
De 90% para
o recém-formado que fizer seu registro até 180 dias da colação de grau;
profissional do sexo masculino com ou mais de 65 anos de idade ou 35
anos de registro profissional
profissional do sexo feminino com ou mais de 60 anos de idade ou 30
anos de registro profissional
De 50% para o profissional cuja empresa individual esteja quite com as
anuidades.
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• Só poderão ser admitidos nas concorrências públicas para obras ou serviços
técnicos e para concursos de projetos, profissionais e pessoas jurídicas que
apresentarem prova de quitação de débito ou visto do Conselho Regional da jurisdição
onde a obra, o serviço técnico ou projeto deva ser executado.
• Cabe ao Conselho Federal estabelecer e revisar o Regimento de Custas.
24
recurso que terá efeito suspensivo, para o Conselho Regional e, no mesmo prazo,
deste para o Conselho Federal.
• Não se efetuando o pagamento das multas, amigavelmente, estas serão cobradas
por via executiva.
• Os autos de infração, depois de julgados definitivamente contra o infrator, constituem
títulos de dívida líquida e certa.
• O profissional punido por falta de registro não poderá obter a carteira profissional,
sem antes efetuar o pagamento das multas em que houver incorrido.
EXERCÍCIOS
1- Analise as afirmações:
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d) qualquer profissional habilitado pode fazer, desde que tenha comunicado e
realizado comprovada solicitação ao autor do projeto;
e) qualquer profissional habilitado.
Resposta: D
4- Das atividades abaixo, qual delas não é uma atividade do engenheiro ou agrônomo:
a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais,
autárquicas e de economia mista e privada;
b) fiscalização de obras e serviços técnicos;
c) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas,
transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção
industrial e agropecuária;
d) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação
técnica;
e) aprovar legislação referente a edificações urbanas e rurais.
Resposta: E
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CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL – CONFEA
Resolução 1002/2002
1 - Preâmbulo
Art. 1º - O Código de Ética Profissional enuncia os fundamentos éticos e as condutas
necessárias à boa e honesta prática das profissões da Engenharia, da Agronomia, da
Geologia, da Geografia e da Meteorologia e relaciona direitos e deveres correlatos de
seus profissionais.
Art. 2º - Os preceitos deste Código de Ética Profissional têm alcance sobre os
profissionais em geral, quaisquer que sejam seus níveis de formação, modalidades ou
especializações.
Art. 3º - As modalidades e especializações profissionais poderão estabelecer, em
consonância com este Código de Ética Profissional, preceitos próprios de conduta
atinentes às suas peculiaridades e especificidades.
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beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os
profissionais e com lealdade na competição;
Da intervenção profissional sobre o meio
VI - A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na
intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade das pessoas,
de seus bens e de seus valores;
Da liberdade e segurança profissionais
VII - A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua
prática de interesse coletivo.
4 - Dos deveres
Art. 9º - No exercício da profissão são deveres do profissional:
I - ante ao ser humano e a seus valores:
a. oferecer seu saber para o bem da humanidade;
b. harmonizar os interesses pessoais aos coletivos;
c. contribuir para a preservação da incolumidade pública;
d. divulgar os conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos inerentes à
profissão;
II - Ante à profissão:
a. identificar-se e dedicar-se com zelo à profissão;
b. conservar e desenvolver a cultura da profissão;
c. preservar o bom conceito e o apreço social da profissão;
d. desempenhar sua profissão ou função nos limites de suas atribuições e de sua
capacidade pessoal de realização;
e. empenhar-se junto aos organismos profissionais no sentido da consolidação da
cidadania e da solidariedade profissional e da coibição das transgressões éticas;
III - Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores:
a. dispensar tratamento justo a terceiros, observando o princípio da eqüidade;
b. resguardar o sigilo profissional quando do interesse de seu cliente ou empregador,
salvo em havendo a obrigação legal da divulgação ou da informação;
c. fornecer informação certa, precisa e objetiva em publicidade e propaganda pessoal;
d. atuar com imparcialidade e impessoalidade em atos arbitrais e periciais;
e. considerar o direito de escolha do destinatário dos serviços, ofertando-lhe, sempre
que possível, alternativas viáveis e adequadas às demandas em suas propostas;
f. alertar sobre os riscos e responsabilidades relativos às prescrições técnicas e às
conseqüências presumíveis de sua inobservância;
g. adequar sua forma de expressão técnica às necessidades do cliente e às normas
vigentes aplicáveis;
IV - Nas relações com os demais profissionais:
a. atuar com lealdade no mercado de trabalho, observando o princípio da igualdade de
condições;
b. manter-se informado sobre as normas que regulamentam o exercício da profissão;
c. preservar e defender os direitos profissionais;
V - Ante ao meio:
a. orientar o exercício das atividades profissionais pelos preceitos do desenvolvimento
sustentável;
b. atender, quando da elaboração de projetos, execução de obras ou criação de novos
produtos, aos princípios e recomendações de conservação de energia e de
minimização dos impactos ambientais;
c. considerar em todos os planos, projetos e serviços as diretrizes e disposições
concernentes à preservação e ao desenvolvimento dos patrimônios sócio-cultural e
ambiental.
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5 - Das condutas vedadas
Art. 10 - No exercício da profissão são condutas vedadas ao profissional:I - ante ao
ser humano e a seus valores:
I - Ante o ser humano e seus valores:
a. descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício;
b. usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva,
para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais;
c. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato
profissional que possa resultar em dano às pessoas ou a seus bens patrimoniais;
II - Ante à profissão:
a. aceitar trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa para os quais não tenha
efetiva qualificação;
b. utilizar indevida ou abusivamente do privilégio de exclusividade de direito
profissional;
c. omitir ou ocultar fato de seu conhecimento que transgrida à ética profissional;
III - Nas relações com os clientes, empregadores e colaboradores:
a. formular proposta de salários inferiores ao mínimo profissional legal;
b. apresentar proposta de honorários com valores vis ou extorsivos ou desrespeitando
tabelas de honorários mínimos aplicáveis;
c. usar de artifícios ou expedientes enganosos para a obtenção de vantagens
indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos;
d. usar de artifícios ou expedientes enganosos que impeçam o legítimo acesso dos
colaboradores às devidas promoções ou ao desenvolvimento profissional;
e. descuidar com as medidas de segurança e saúde do trabalho sob sua coordenação;
f. suspender serviços contratados, de forma injustificada e sem prévia comunicação;
g. impor ritmo de trabalho excessivo ou exercer pressão psicológica ou assédio moral
sobre os colaboradores;
IV - Nas relações com os demais profissionais:
a. intervir em trabalho de outro profissional sem a devida autorização de seu titular,
salvo no exercício do dever legal;
b. referir-se preconceituosamente a outro profissional ou profissão;
c. agir discriminatoriamente em detrimento de outro profissional ou profissão;
d. atentar contra a liberdade do exercício da profissão ou contra os direitos de outro
profissional;
V - Ante ao meio:
a. prestar de má-fé orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato
profissional que possa resultar em dano ao ambiente natural, à saúde humana ou ao
patrimônio cultural.
6 - Dos direitos
Art.º 11 - São reconhecidos os direitos coletivos universais inerentes às profissões,
suas modalidades e especializações, destacadamente:
a. à livre associação e organização em corporações profissionais;
b. ao gozo da exclusividade do exercício profissional;
c. ao reconhecimento legal;
d. à representação institucional.
Art.º 12 - São reconhecidos os direitos individuais universais inerentes aos
profissionais, facultados para o pleno exercício de sua profissão, destacadamente:
a. à liberdade de escolha de especialização;
b. à liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas de expressão;
c. ao uso do título profissional;
d. à exclusividade do ato de ofício a que se dedicar;
e. à justa remuneração proporcional à sua capacidade e dedicação e aos graus de
complexidade, risco, experiência e especialização requeridos por sua tarefa;
f. ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e seguros;
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g. à recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando
julgar incompatível com sua titulação, capacidade ou dignidade pessoais;
h. à proteção do seu título, de seus contratos e de seu trabalho;
i. à proteção da propriedade intelectual sobre sua criação;
j. à competição honesta no mercado de trabalho;
k. à liberdade de associar-se a corporações profissionais;
l. à propriedade de seu acervo técnico profissional.
7 - Da infração ética
Art. 13 - Constitui-se infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente
contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas
expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem.
Art.14 - A tipificação da infração ética para efeito de processo disciplinar será
estabelecida, a partir das disposições deste Código de Ética Profissional, na forma que
a lei determinar.
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