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Aula 6 – 09/05 (memória, subjetividades deslocadas, mutações nos

movimentos sociais e esfera pública)

Aula sobre memória e subjetividade.

Memória como fundamento da subjetividade. Agência humana – assimilação


de sua experiência na base, situar-se como agente humano na história.
Agência atrelada à ideia de escolha (contingenciada, mas escolha).
Deslocamento com relação à constituição da subjetividade moderna.
Saturação da informação. Memória – definição comum: esquecimento
programado. Seletividade da memória. Capacidade de esquecer.
Menção à “Fulnes, el memorioso” – de Borges. (pensar pede que possamos
generalizar). Hoje – processo de saturação com necessidade permanente de
atualização das informações. Autores analisam que isso abate a nossa
profundidade sincrônica do eu/ego (relacionada à capacidade de lembrança).
Também a nossa capacidade diacrônica da memória. Pendor ao cancelamento
do passado atrelado à isso. Passado visto como algo relativamente ordenado
(o passado de cada qual).
Capacidade de memória e a subjetividade  históricas. Criadas em dada
conjuntura. O eu individual da criação burguesa. Delfoe como marco. Criação
do individualismo burguês – reificação da mercadoria, transformação alienante
das mercadorias. Consumo como reificação do eu e da subjetividade (expor as
coisas de grife e tal, como exemplo – dimensão da moda e do consumo,
p.ex.).
Querela dos antigos e modernos: escrita de prosa e poesia [?]

Com a morte do narrador, a morte da capacidade de intercambiar experiências.

Conquista extraordinária da modernidade burguesa: qual? (sei lá o que do


romance ... ). Mundo não é mais romântico, sequer burguês stricto sensu.
Mudanças grandes: suportes materiais, narrativas biográficas.

Malarme – tudo existe para terminar em livro, ou ser contada em livro. Hoje,
atualização disso: só acontece e se torna mais ou realmente real se projetado
na tela. Quem analisa bem isso é Sibilia – em função do que se atualiza e se
forja as subjetividades. Privacidade e intimidade como condição histórica.

Sumarizando as características básicas da memória:


- Sua seletividade. (esquecer para poder pensar).
- Neurociência cognitiva? (conexões entre neurônios – medida da capacidade
entre memórias). Conexões saturadas. Perder memória para dar lugar a outras.
- Com a sociedade o mesmo, a memória social. A memória coletiva pode
erguer e descartar monumentos. Campo de lutas. Reciclada, revista etc.
manipulável coletivamente (mais a coletiva que a individual, ainda que ambas).
A memória coletiva é renovável, satura-se menos, a partir das narrativas que
fabrica a partir das fontes.
- Caráter reverberador da memória – rememorar o passado, altera-o. O que
lembro do passado é alterado. Presente altera e incide sobre a memória do
passado.
- Mitos a esse respeito (?). Mito de que povos orais tem memória melhor
desenvolvida. Diferente forma de expressar, outras regras que operam.
Labilidade da memória??? Expressão transitiva. (usa-se isso para estudar
música popular). Distanciamento não opera (fala a vida, não sobre a vida com
distanciamento).
- Caráter intrinsicamente pessoal. Associada a nosso sentido de identidade.
Extingue-se após a morte. (gregos – passado esquecido análogo à morte. Leto
– leito do esquecimento).
- Dimensão conflitiva da memória: a pessoal, mas também e sobretudo a
coletiva. Não se deixa o passado à mercê da própria sorte (as sociedades não
deixam).
- “As cruzadas vistas pelos Árabes” – [REF!] – livro. Epifanias?
- Imperfeição da memória ...

Nietsche, Halbwachs, Nora: discussão sobre a memória.


- N: contrapõe história e memória. Para ele, a primeira maléfica a vida, a
segunda boa. A função da história tem por função recordar, enquanto memória
esquecer. Contrário à ideia de recordar. Alegria condicionada ao esquecimento.
Livro “História da Alegria” – autor?. N fala mal da história do século XIX. A
intensidade e a identidade individual – ?; ele colocava a importância da
memória para constituição do eu. Separação de memória e história. A história
como conhecimento que não insufla a vida, que afasta dela.
- H: visão funcionalista entre memória e história. Como a memória coloca as
pessoas em grupo? Função da memória para agregar as pessoas? Caráter
aglutinador e urdidor de coletivo da memória. (relação com a guerra?). Não
abre espaço para lembranças erráticas. Memória coletiva – assegura a
singularidade de um grupo. Memórias coletivas obscurecem ostensivamente as
... Memória histórica, já está, não tem relação com asseguração identitária.
Moldura integradora para muitas narrativas, mas permanece no singular.
Direcionada às mudanças; com relação a memória coletiva – as permanências.
Revê-se isso. A memória histórica – criação da memória social (papel nisso).
Chave na educação. Forja memória social coletiva.
Menção à B. Andersen – imaginação nacional (elementos que forjam uma
nacionalidade, não reconhecidos de forma imediata, mas que forma as
comunidades imaginadas).
Função da História em criar ideia de grupo – sentimento e imaginação nacional.
Se forma com o capitalismo impresso – imprensa, romance etc. Memória
coletiva é sempre conflituosa – isso em todas as épocas.
Damnatio memoriae – condenação da memória – praticada pelos romanos 
condenação de alguém post mortem ao silêncio e esquecimento. Trotsky no
stalinismo.
Monumentos – na preservação da memória. Professor dá exemplo do caso da
dominação alemã na Namíbia, sudoeste africano. Um monumento celebrativo
das conquistas coloniais alemãs. Caso de um bacteriologista e a coisa da
doença do sono (estudos).
Movimento de reparação  reinauguração. Sobre ares do multiculturalismo,
reinauguração. Mudança de rumos. (?).
Processo de monumentalização.
Paradoxo: ansiedade com relação à memória do passado. Isso presente em
museus e exposições. Espetacularização da memória.
Nora: o cara dos lugares de memória. Não há espírito coletivo algum, seus
suportes de símbolos e signos para produzir as memórias (dimensão
imaginada). Separa os signos da história dos signos da escrita da história
(conflito). Atualmente não se mantém tão demarcada essa cisão de memória e
história. Distinção entre memória funcional e a memória cumulativa. A segunda,
memória de segunda ordem, espécie de reserva técnica,
- Ressentimento da memória – quando a história não ocorre como não se
pensava. Nietzsche é que fala sobre.
- Genealogias antigas?

- “A soma de tudo” – literatura – escritor norte-americano (David ...).


Metamorfose.
- Trabalhos ficcionais sobre.

Mecanismos (?): legitimação, deslegitimação de memória. Recordação oficial,


contra-recordação. Os vencedores: escrita da história, esquecida pelos
vencedores. Historiografia revendo esses esquecimentos.
- Francis Yates – “As artes da memória”. David Eagleman.
- David Lowenthal - “O passado como país estranho”. Capítulo conceitual.

- Memória cumulativa e memória funcional. A funcional, mais consciente. A


cumulativa – não é natural, precisa de ser apoiada por registros (instituições de
registro – de guarda). Estas instituições oferecem resistência às supressões
voluntárias do passado, e também ... Instituições: vista como espaço de
liberdade (?). Licença especial – arte, ciência, arquivo, museu, universidade.
Licença do que???? De funções utilitárias imediatas – pois são elas que
mantém as memórias cumulativas das sociedades. [penso em Rancière e essa
ideia sobre a escola]
- Sibilia: capítulo sobre a memória (4) – ela utiliza uma metáfora freudiana –
definição de memória cumulativa e funcional. Roma: metáfora da acumulação,
porém fragmentada. Filme de Fellini – “Roma”. Tudo entulhado no porão da
memória, repleta de sentido – qualquer fragmento reatualiza. Manutenção do
porão. Inconsciente – a memória cumulativa. (a incivilidade de aparecer a
memória quando não queremos – referência à alguém).
Pompéia – instantâneo de memória. O contraste. A totalidade preservada do
momento singular. Ou Roma, parcelares, inúmeras camadas. Ou uma ou outra.
Duas metáforas distintas e contrárias. Temporalidades distintas.
Nova episteme que se coloca no mundo digital – eficiência e eficácia como
chave. Novas formas de valorizar a relação entre passado, presente ...
Eixo da subjetividade humana - ?
A coisa da extimidade de que fala Sibilia: a interioridade psicológica e a
extimidade. Questão da memória do mundo digital.

Byung-Chul Han – como trabalha a questão da memória?

Maurizio Ferrari  livro sobre o celular. A questão da memória? Tercerização...

Ruído total – D. Forster Wallace – o excesso de informação.


Significado da palavra dados: buscas, o que lemos, o que apagamos –
transformam-se em entendimentos e depreende-se daí padrões.
Para Ferraris, novo processo de militarização.

Terceirização da nossa memória cumulativa 

Norbert Elias  sobre morte...


Bil-Chu Han – “Morte e Alteridade” (livro recente)

O Casaco de Marx: roupa, memória e dor – livro [REF!]

Brilho eterno de uma mente sem lembrança – poema do século XVI.

Criação da esfera pública, que espaço é esse?


Di Empoli  a coisa da esfera pública. Segmentação da informação.
Penetração do mundo digital no mundo da esfera pública.
O da Rendueles: acirramento da ideologia liberal (neoliberal) – monetização de
todos os aspectos da vida humana. A tentativa de reação social.

 Filme: Morangos Silvestres.


 Matéria antropologia: Memória e suas artes.

Carr, Nicolas. A geração superficial


Ricoeur – capítulo final de Memória, História, Esquecimento.

 Gilles Lipoveks –
 Amor nos tempos de K.

- Manuence Belmiro - ? livro português.

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