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século XIX.
Aula 1 - 20/03
APRESENTAÇÃO
Objetivos:
- (analisar) relações entre a experiência histórica, historiografia e memória social dos
conflitos políticos do século XX.
- (analisar) Casos paradigmáticos e matrizes teóricas do debate sobre violência,
memória e trauma.
- Formação: Lidar com conflitos de memório e do negacionismo histórico.
Roteiro bibliográfico...
Filme:
* "Uma História da Loucura" - sobre o genocídio armênio (filme francês).
* genocídio indígena - é aplicável? Palavra disseminada.
Trabalho (ideias):
- Ensaio
- Proposta circunstanciada de estudo do meio
- Protótipo de aplicativos (roteiros de memória, espaços de memória) - turismo de
consciência
- Roteiros...
- "Guia dos lugares difíceis de São Paulo" - Carandiru que vira Parque da Juventude
(apagamento).
O surgimento da vítima:
! Documentário: Decolonizacion
Livro: Arno Myer - A força da tradição - (crise da nação desde fins do XIX, com
Freud, p.ex).
Revisões de memória:
- processos mais atuais:
- Memória do desterro:
- Vazios de memória em sociedades construídas por imigrantes: EUA - memória
prótese (construída artificialmente)
- Em Halsbach - ideia de que há uma organicidade na construção da memória
coletiva. Na Europa, certa pretensão de homogeneidade racial. Nas Américas,
muito mais difícil, sociedades cindidas. Memória construída artificialmente.
Régine Robin...
Memória-prótese: caso específico de memória para países que são uma colcha
étnica, não há passado longíncuo. EUA, sobretudo. Identidade racial - o branco. Elite
anglo-saxã, imigrantes brancos, escravizados, e imigrantes latinos mais
recentemente. O apelo nos EUA: o patriotismo - que é diferente do nacionalismo
étnico (o francês, com mil anos de história). A coisa se constroi pelo patriotismo -
não passa por corte étnico, mas por terra comum garantida por leis comuns. Ritual
de se tornar americano: jurar a bandeira. A nação tem fundamento étnico (a minha
etnia é melhor que o seu).
Corpo político original - fundadores nos States - o WASP. narrativa de trazer os
imigrantes.
Debate com Halb - memória ancorada na experiência europeia - não dá para pensar
em coesão orgânica. Meios de comunicação constroem a memória: cinema e
impresso. Cinema americano é um caso sistêmico de plantação de memória
mundial. Memória implantada que prescinde de memória comum - adesão por meio
daquela repetição: liberdade e blabla. Sedução desse meio de comunicação: se
adaptam à realidade multiétnica. Tipos múltiplos de identificação. "Adão Negro" -
herói anticolonialista - paradoxo. Por que isso é possível? Tradição de uma memória
implantada. Holiwood é um sistema.
Comodificação cultural - é possível consumir memória. Parques históricos temáticos
- encenação de memória da guerra civil; dos pioneiros.
Turismo de fazenda cafeeira: apagamento, sublimação. Mesmo quando é memória
da dor.
Aula 2 – no caderno
Aula 3 - 10-04
Aceita-se que seja qualquer matança que envolva poder estatal contra população
civil. Debate. Não aplicação stricto sensu.
Como lembrarmos? Horror sistemático, em escala industrial. Feito por uma potência
ocidental que se julgava caudatária da cultura ocidental.
Primeiro ímpeto: esquecer.
Os primeiros anos - expostos aos feitos, fatos.
Começo da guerra fria (47, 48): desnazificação, esquecimento, silenciamento - das
testemunhas. (contexto geopolítico - luta contra os soviéticos).
Alguém quer ouvir???
Como falar e como preparar uma escuta? (se não, perde efeito pedagógico).
Dever de memória e o efeito disruptivo sobre o conhecimento histórico
contemporâneo: testemunho como acesso ao conhecimento.
Correntes radicais acham que não deve provocar empatia emocional, mas sim
choque - defende o completo estranhamento da experiência. Há controvérsia - é
preciso empatia, há quem ache. Legitimidade do emocional em causa. Emocional
associado à catarse.
Debate sobre o próprio testemunho: tratar como fonte? Tratada com o devido
distanciamento. Ou vale em si. SACRALIDADE DO DEPOIMENTO.
Guinada subjetiva? Sarlo?
Perpetrador: definições.
Primo Levi - problematizar se a vítima diz a verdade. Zona cinzenta - lança essa
noção. Em Afogados e ... - texto de 1980. Quem sobreviveu não foram os melhores
ou que tiveram acesso à verdade do campo. Aqueles que mergulharam na verdade
do campo - esses morreram. Discussão trazida pela Sarlo em Tempo Passado. A
conta não fecha.
Chave: parte da luta (a tortura). Não tem a chave do trauma. É preciso falar do
trauma como parte do
1) Reitlinger (1953)
2) Poliakov (1954)
3) Hilberg (1961) - estudo sistemático; modelo de construção da perseguição
4) Arendt (1963) - Eischmann em Jerusalém (1963).
(extrapola a si mesmo - o evento, por isso metahistórico; muda a chave de
entendimento da história...). Antissemitismo define a escolha da vítima, mas não a
natureza do crime.
Tema que dá pano para manga: a passividade dos judeus - negociação dos líderes
comunitários. Levante do Gueto de Varsóvia - contestação do mito da passividade
dos judeus. milícias, redes de resistência. Primo Levi - sistema produz a passividade
(humilhação, desnutrição e segue - construção...).
Debate: É ÚNICO???
Olhar esse evento: front oriental - na URSS - guerra de caráter colonial. Na França
não. Extermínio. Chave possível para pensar o avanço contra (os eslavos?).
Lossudo - Guerra e Revolução.
Sistematização do debate - Marina CATARUZZA. A Historiografia da Shoah.
Sendo historiador alemão, como historicizar o nazismo? Debate grande. 1986 como
marco... Querela dos historiadores. Questão da culpa.
Judeus cunharam essa cultura alemã. Piadinha nem tão piadinha assim. Escritores,
músicos, pensadores.
Hitler não contava com a aliança entre a URSS e o liberalismo ocidental. Churchil -
ferrabrás do colonialismo, teórico do liberalismo. Anticomunista total. Deixam para
depois a treta com o comunismo, naquele momento a Alemanha dá mais trabalho.
COMPREENSÃO HISTÓRICA:
Aula 4 – 17/04
Negacionismo e revisionismo:
Revisionismo ideológico.
Negacionismo:
Intenção de apagar um grande evento relacionado a um crime. (negacionismo).
Estratégia corrente: prova não-ontológica (não vi, não existe). Tem uma
prova/documento e o cara nega que existe a documentação.
- Apagamento – visa apagar a matriz factual.
Não existiu nada daquilo, não foi intencional, não houve tantas mortes.
Objetividade é dada pelo método, mas não pelos valores a priori. É pelo método que
você segue. Objetividade não anula engajamento e nem pressupõe neutralidade.
Neutralidade pressupõe uma visão equidistante sobre o objeto. Não, porque o
historiador é um cidadão, atravessado por coisas...
O vocabulário político: que termos positiva, que termos tem conotação negativa.
Esse mundo está sendo questionado hoje, com essa ascensão de extrema direita.
Modelo de comissão da verdade que surge em Uganda – outro modelo para lidar
com política de memória, diferente dos tribunais do pós-guerra.
Camboja tem algo mais semelhante à política de memória ocidental.
O Método:
- Chomsky – alega que é opinião isso. Faz o prefácio do Faurisson (um tio de
extrema direita).
- Naquet responde: direito de falar mentira, mas não reivindique a verdade histórica.
Outros...
- A teoria dos dois demônios: equivaler ações violentas cometidas por grupos
armados de oposiição
- o caráter benigno da escravidão.
- o brasil que se funda corrupto desde a colônia, o problema é do Estado
(liberalzona).
- valorizar a Monarquia como um regime amplamente democrático que combateu o
sistema escravista.
- o caráter benigno e civilizatório da colonização europeia sobre povos africanos e
asiáticos, em que pese a violência sofrida por estes.)
(fergunson? – um tatcheriano, liberal conservador – Império). Não confundir má
qualidade do texto com negacionismo e nem vice e versa.