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As finalidades Estaduais e a sua progressão histórica..................................................................3
Caraterísticas das funções do estado.......................................................................................3
Os vários critérios atinentes aos tipos de funções Estaduais.......................................................4
A Teoria de Kelsen........................................................................................................................4
Teoria que efetua a distinção com base num critério formal.......................................................4
Teoria que efetua a distinção com base num critério material....................................................4
Caraterização das funções do Estado de acordo com o critério material.....................................4
As funções do Estado face á atual CRP.........................................................................................5
A lei em sentido formal e em sentido material............................................................................5
O princípio da tipicidade dos atos legislativos..............................................................................6
Competência legislativa da Assembleia da República..................................................................6
CATEGORIAS DE LEIS APROVADA PELA Assembleia da República................................................7
Fases do processo legislativo.......................................................................................................9
A competência legislativa do Governo.......................................................................................10
Competência legislativa que as Regiões Autónomas..................................................................10
O veto do Presidente da República e do Ministro da República.................................................11
O primado da competência legislativa da Assembleia da República..........................................11
Sistemas de Governo e Partidos Políticos..................................................................................11
Sistema de Governo democrático..............................................................................................12
O regime político........................................................................................................................14
O princípio democrático e a sua caraterização...........................................................................15
O princípio democrático e a sua concretização constitucional...................................................15
O princípio democrático e o direito sufragista...........................................................................15
A democracia semidirecta e o seu princípio inerente................................................................15
O sistema eleitoral na/e a CRP...................................................................................................16
O princípio democrático e o sistema de partidos.......................................................................16
Liberdade externa dos partidos políticos...................................................................................16
Sistemas e Regimes Económicos e Políticos: a sua conceção constitucional.............................17
Os modos de fiscalização da Constitucionalidade......................................................................17
O Tribunal Constitucional assume ainda o papel.......................................................................19
Fontes Escritas...........................................................................................................................20
O direito originário.............................................................................................................20
Direito derivado.................................................................................................................20
Fontes Obrigatórias............................................................................................................20
Fontes não obrigatórias......................................................................................................21
O direito complementar dos tratados....................................................................................21
Fontes Externas......................................................................................................................22
Acordos concluídos pela União com países terceiros.........................................................22
Acordos concluídos pelos Estados Membros com países terceiros ou organizações
internacionais.....................................................................................................................22
Tratados concluídos pelos Estados Membros entre si........................................................22
Fontes não escritas.............................................................................................................22
LIBERDADES DE CIRCULAÇÃO.....................................................................................................22
Liberdade de circulação de mercadorias................................................................................22
Liberdade de circulação de pessoas.......................................................................................23
Liberdade de prestação de serviços.......................................................................................23
O Direito de Estabelecimento e a livre prestação de serviços................................................24
Liberdade de circulação de capitais........................................................................................24
Restrições às liberdades de circulação...................................................................................25
Restrições ao exercício de determinadas atividades..............................................................25
A liberdade de circulação de trabalhadores, o direito de estabelecimento e a livre prestação
de serviços..............................................................................................................................25
AS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO EUROPEIA..............................................................................26
Competências da União Europeia para concluir acordos internacionais............................26
Relações entre as competências dos Estados Membros e as competências da UE................26
Deste modo, a segurança traduz duas realidades distintas, ou seja, pode ser entendida
no sentido de segurança individual e/ou no sentido de segurança coletiva. Assim, a segurança
individual, encontra-se prevista nos artigos 9º b) e c) e 27º ambos da Constituição da República
Portuguesa, à frente denominada por CRP, ora, a segurança individual pressupõem que cada
cidadão deve saber com o que pode contar dentro das fronteiras do Estado. Posteriormente, a
segurança coletiva, encontra-se prevista no artigo 9º a) da CRP, e, esta pressupõem a defesa
da coletividade face ao exterior.
A justiça é outra finalidade estadual. Ora, a justiça traduz-se na ideia de que o Estado
tem a obrigação de proteger a comunidade do arbítrio e da violência individual e deve e deve
satisfazer a ideologia de justiça. Assim, a justiça assume duas perspetivas diferentes, a justiça
comutativa e a justiça distributiva. A justiça comutativa, pressupõem que o Estado assuma o
dever de garantir aos indivíduos que, nas suas relações recíprocas, cada um receba o
equivalente ao que prestou a outrem, ou seja, o Estado tem a obrigação de garantir entre os
cidadãos a equivalência dos valores permutados. Exemplos da atuação do Estado, no sentido
de atingir a justiça comutativa, encontram-se plasmados no Código Civil nomeadamente nos
artigos 282º, 443º, 994º e 1889º. Por outro lado, a justiça distributiva, expressa que cada
cidadão deve receber da comunidade os proventos equivalentes à atividade produtiva que
exerce a título permanente ou o equivalente à situação social de carência em que se encontra.
Neste sentido o Estado atua, por exemplo, através da atribuição de abono de família,
reformas, subsídios, entre outros.
Por fim, o bem-estar económico e social é a última finalidade assumida pelo Estado, encontra-
se prevista no artigo 9º d) que nos remete, entre muitos, para o artigo 66º, ambos CRP. Assim,
nesta finalidade o Estado deve fomentar as condições de vida dos cidadãos, através da
garantia de acesso a bens e serviços havidos como fundamentais pela sociedade, como bens
económicos, que possibilitam a elevação do nível de vida de extratos sociais cada vez mais
amplos e serviços essenciais, como a educação, a saúde, entre outros. Ou seja, refere-se à
prestação de serviços públicos.
O critério material parte da análise do conteúdo dos variados tipos de atos ou dos
resultados em que se projeta a atuação Estadual para alcançar o conceito de função, ou seja,
incide sobre o conteúdo das normas propriamente ditas. O critério formal atende às
circunstâncias exteriores caraterísticas das atividades Estaduais distinguindo as funções de
acordo com a forma externa revestida pelo desempenho de cada uma daquelas, ou seja, incide
sobre a forma da norma jurídica (lei, decreto de lei, entre outros). Por fim, o critério orgânico
relaciona as funções com os órgãos que as exercem e as caraterísticas desses órgãos ou da sua
posição na estrutura do poder político compreende a especialidade das suas tarefas, ou seja,
incide sobre quem emana os atos (Assembleia da República, Assembleias Legislativas
regionais, e assim por diante).
A Teoria de Kelsen
Constituição/ Direito Internacional/ Leis e Decretos de Leis/ Decretos Regulamentares/
Decretos Regulamentares Regionais/ Princípios Específicos do Direito/ Princípios Gerais do
Direito. (livro página 141)
Dado o exposto, todos os Estados desenvolvem, sobre tudo, as quatro funções atrás
referidas, assim, podemos referir que as funções do Estado, segundo um critério material, são
as atividades desenvolvidas por parte dos órgãos que pertencem ao poder político com a
finalidade de atingir os objetivos previstos na Constituição. Por fim, a função política ou
governamental, só chegou a Portugal através da caracterização de Afonso Queiró.
As funções do Estado face á atual CRP
As funções do Estado na CRP estão atribuídas a diferentes órgãos, mas num sentido de
interdependência, de acordo com o artigo 11º da CRP com o epígrafo “Separação e
Independência”. Assim, as várias funções devem ser atribuídas no essencial a um determinado
órgão, mas podendo ser também exercidas por outros, havendo assim um balanço ou controlo
das funções com o fim de impedir um superpoder, que consequentemente, incorre em abusos
e desvios de poder. Ora, a CRP alude à função política no seu artigo 197º “Competência
política”, função esta que cabe ao Presidente da República, á Assembleia da República, ao
Governo e a órgãos das Regiões Autónomas. Posteriormente, a função administrativa, está
consagrada nos artigos 199º “Competência administrativa” e 227º “Poderes das regiões
autónomas”, ambos da CRP, função esta que compete ao Governo, (órgão superior da
Administração Pública), aos Órgãos das Regiões Autónomas e às Autarquias Locais. Por outro
lado, a função legislativa, consiste na criação do Direito, e, encontra-se plasmada nos artigos
161º “Competência política e legislativa”, 164º “Reserva absoluta de competência legislativa”,
165º “Reserva relativa de competência legislativa”, 198º “Competência legislativa” e 227º
“Poderes das regiões autónomas”, todos da CRP. Assim, a função legislativa cabe à Assembleia
da República, que tem o primado da competência legislativa consagrado no artigo 161ºc) da
CRP, ao Governo, e às Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas. Por fim, a função
jurisdicional, está consagrada no artigo 202º da CRP, com o epigrafo “Função jurisdicional”,
esta função é independente de todas as outras, e, esta que cabe exclusivamente aos Tribunais.
Dentro das Leis ordinárias podemos diferenciar as Leis ordinárias comuns e as Leis ordinárias
reforçadas são também leis ordinárias, que se encontram hierarquicamente abaixo da
Constituição e têm de a respeitar sob pena de inconstitucionalidade, mas por diversas razões
estas são superiores às demais leis ordinárias inserindo-se entre estas últimas e a CRP.
As leis ordinárias reforçadas de alcance limitados são as leis da Assembleia da República que
tem carater supralegislativo, mas apenas em relação a certos atos legislativos e que são as leis
de bases, as leis de autorização legislativa, as leis quadro e as leis que aprovam as grandes
opções do plano. Assim, as leis de bases são as leis da Assembleia da República que fixam
apenas os princípios gerais do regime jurídico de determinada matéria, artigos 112º, nº2 e
198º, nº1 alínea c) da CRP. Estas leis são hierarquicamente superiores aos decretos de leis de
desenvolvimento artigo 198º, nº1 alínea c) da CRP e aos decretos de lei regionais de
desenvolvimento artigo 227º, nº1 alínea c) da CRP que as desenvolvem. Assim, esta
superioridade hierárquica, encontra-se consagrada no artigo 112º nº2 da CRP, em relação aos
primeiros. Posteriormente, as leis de autorização legislativa subdividem-se em leis de
autorização legislativa ao governo e leis de autorização legislativa às Assembleias Legislativas
Regionais. As leis de autorização legislativa ao Governo, surgem quando a Assembleia da
República, mediante Lei, outorga ao Governo autorização para legislar sobre matérias da sua
competência legislativa exclusiva de reserva relativa – artigos 161.º, c), e 165.º ambos da CRP.
A natureza reforçada das leis de autorização legislativa relativamente aos Decretos de Lei
publicados mediante essa autorização encontra-se consagrado no n.º 2, do artigo 112.º da
CRP. Ora, por sua vez o artigo 165º nº2 estabelece o seu regime, ou seja, devem prever o
objeto, o sentido, a extensão e a duração da autorização. Sendo que, é necessário a aprovação
em Conselho de Ministros, artigo 200º nº1 d) e o envio para promulgação ocorre dentro do
prazo previsto. Ainda é atribuído ao Governo, o benefício de poder utilizar a mesma
autorização mais do que uma vez, o que não impede a sua utilização parcelar, nº3 do artigo
165º da CRP. Assim, apenas e só o Governo, pode legislar mediante as autorizações legislativas
na medida em que há o dever de respeitar o princípio da tipicidade das autorizações
legislativas plasmado no n.º 2, do artigo 112.º da CRP. Posteriormente, as leis de autorização
Legislativa das Regiões Autónomas, que realizam uma autorização da Assembleia da República
a uma Assembleia Legislativa de um Região Autónoma para que esta possa legislar em
matérias previstas nos artigos 165º (161º e)) todos da CRP. Ora, no artigo 227º nº1 b) da CRP
podemos conferir a natureza constitucional do carater reforçado relativamente aos decretos
de legislativos regionais proferidos através dessas autorizações. Assim, por força do artigo
227º nº2 e 3 da CRP a estas autorizações aplica-se o disposto no artigo 165º nº 2 e 3 da CRP.
Em jeito de conclusão, é inconstitucional conferir autorização a favor de outros órgãos como
decorre do princípio da tipicidade das autorizações legislativas, artigo 111º nº2 da CRP.
As leis que aprova as grandes opções do plano é a lei através da qual cabe à Assembleia da
República aprovar as grandes opções que equivale a cada plano, artigo 90º da CRP. O
fundamento Constitucional que confere um valor reforçado relativamente à lei do Orçamento
esta plasmado nos artigos 91º nº1 e 105º nº2 da CRP.
Na fase de iniciativa a iniciativa, artigo 167º nº1 da CRP, pode ser interna e é genérica, artigos
156º b) e 180 nº1 e 2 g) da CRP, esta provém dos deputados e dos grupos parlamentares,
adotando a forma de projetos de lei sobre todas as matérias, sendo que apresentam
determinadas exceções plasmadas, artigo 226º, artigo 227º nº1 e), 167 nº1 in fine, e 227º nº2;
ou externa quando provém do Governo também é genérica, artigo 197º d) da CRP, ora podem
ser apresentadas propostas de lei sobre todas as matérias, mas tem algumas exceções
previstas nos artigos 285º nº1, a167º nº2 da CRP. Quando a iniciativa externa provém das
Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas é limitada e é lhes exclusiva. Só podem
apresentar propostas de lei incidindo sobre matérias respeitantes às Regiões Autónomas, ou
seja, que lhes destinem exclusivamente, artigo 167º nº1 e ss, 227º, nº1, alínea f) da CRP.
Fase constitutiva é aquela fase em que se produz o ato principal, que não é cronologicamente
a última, mas aquela que se determina o conteúdo do ato. Esta fase inclui vários
subprocedimentos e que são discussão ou debate, a votação e redação. Ora, depois da
proposta de lei ou projeto de lei ter sido entregue na mesa da Assembleia da República e ter
sido aceite, haverá uma apresentação perante o Plenário, podendo ser apresentadas pelos
deputados propostas de alteração. Assim, a discussão e a votação estão previstas no artigo
168.º da CRP. A aprovação dos atos legislativos, via de regra, é por maioria simples ou relativa,
ou seja, à pluralidade de votos, 116.º, n.º 3, da CRP, mas, no entanto, certas leis carecem de
aprovação por maioria qualificada em qualquer das votações, artigo 168º nº6. As leis orgânicas
carecem de aprovação final por maioria absoluta de deputados, 168º nº5. Um caso particular é
a lei de revisão constitucional, em que cada alteração tem de ser votada por 2/3 de acordo
com o artigo 286.º, nº 1 da CRP, sendo que não existe votação final global, artigo 286º nº2.
Fase de integração de eficácia é a fase que abarca os atos que se destinam a tornar eficaz o ato
legislativo designadamente mediante a sua publicação, ora as leis devem sem publicadas em
Diário de República, artigo 119.º n.º 1 c) da CRP. É de referir a relevância da vacatio legis, ou
seja, o período que medeia a publicação e a data da entrada em vigor de determinado diploma
legal, artigo 5.º n.º 2 do CC português. Esta formalidade do processo legislativo não afeta a
validade do ato legislativo, determina apenas, na sua falta, determina a ineficácia jurídica, ou
seja, o ato não produz efeitos, artigo 119º nº 2 da CRP. Se o diploma nada disser sobre a data
da sua entrada em vigor, estabelece que a lei entra em vigor cinco dias apos a sua publicação,
Lei n.º 74/98, de 11 de novembro. Quando o texto publicado não corresponder ao texto oficial
deve fazer-se uma nova publicação, ou seja, uma retificação. Por fim, é de referir que o texto
ou parte do texto publicado não estiver conforme com o original considera-se que não tem
eficácia.
Para além do processo legislativo parlamentar analisado até aqui, há alguns processos
legislativos especiais em que, pela natureza das coisas ou imposição constitucional expressa, se
verificam especificidades em algumas fases referidas: Os estatutos das Regiões Autónomas,
artigo 226.º da CRP; A autorização e confirmação da declaração de estado de sítio e estado de
emergência – artigos 134.º, d), 138.º e 161.º, m), todos da CRP; As leis orgânicas previstas nos
artigos 166.º, n.º 2, 168.º, n. º4 e nº5 todos da CRP; As situações previstas no artigo 54º nº5 d),
56º nº2 a), 168º nº 4 e nº6, 227º nº1 v) e 229º nº2 todos da CRP.
Autocrático
Direto
De separação de poderes
mitigado ou de gabinete
Racionalizado Semipresidencialista
No sistema parlamentar clássico o legislador constituinte limita-se a estabelecer as
regras gerais típicas do sistema parlamentar: Chefe de Estado sem poderes efetivos. O
Governo responsável politicamente perante o Parlamento. O Governo é formado a partir das
eleições parlamentares. O parlamento tem poder de destituição do Governo e o Governo tem
a possibilidade de fazer dissolver o Parlamento.
O Presidente pode formar livremente o seu Governo, não respondendo nenhum deles
perante o Parlamento.
Não existe dualidade PR/PM.
O PR não dispõe de poder de dissolução do Parlamento.
Componente Parlamentar:
Competência Presidencial:
Na atual CRP quanto ao regime económico inicialmente foi um regime económico de transição
do capitalismo para o socialismo, isto até à ocorrência da revisão constitucional de 1989. Com
a revisão constitucional de 1989, o texto constitucional foi alterado para passar a contemplar
elementos, atinentes a um regime económico capitalista, desaparecendo o intuito de transitar
para o regime económico socialista.
O regime político
O regime político trata-se do conceito que procura identificar cada uma das diferentes
formas de exercício do poder político, tendo em conta a relação entre governantes e
governados e o grau de participação dos cidadãos no exercício do poder. É constituído pelo
conjunto coordenado das instituições políticas constituindo um subsistema político de um
sistema social. Para muitos é sinonimo de sistema político, ora, é de referir as várias
classificações existentes nomeadamente, o denominado princípio da soberania popular,
artigos 1º, 2º e 3º da CRP. Respeito e garantia dos direitos fundamentais do cidadão, artigos 2º
e 24º e ss da CRP. Admite o pluralismo de expressão e organização política democrática, artigo
2º da CRP. Princípio do sufrágio direito e universal com forma de designação dos governantes,
artigos 10º nº1 e 113º da CRP. Separação e interdependência dos órgãos de soberania e a sua
direta subordinação à constituição, artigos 111º nº1 e 108º da CRP. Independência dos
tribunais, artigo 203º da CRP. Obediência dos Tribunais e da Administração Publica à lei, artigo
203º e 206º nº2 da CRP. Independência das Igrejas e do Estado, artigo 41º, nº4 da CRP. Forma
Republicana do governo, artigo 1º da CRP.
As Constituições sãs traduzem formas de exercício do poder de acordo com o interesse geral.
O referendo consulta popular realizada depois de o Congresso elaborar um projeto de lei sobre
a matéria, cabendo à população ratificar/sancionar ou rejeitar a medida.
Quanto ao referendo nacional
Quanto ao âmbito de cariz material: artigo 115.º da CRP + Lei Orgânica do referendo: Lei n.º
15-A/98, de 03 de abril.
Quanto à iniciativa: artigos 115.º e 170.º da CRP + Lei n.º 15-A/98, de 03 de abril.
Quanto à eficácia jurídica: artigos 115.º e 256.º da CRP.
Quanto ao universo eleitoral: artigos 115.º, 124.º e 225.º da CRP.
Quanto ao referendo Regional artigo 115º e 232º da CRP
Quanto ao referendo local: art. 240.º da CRP + Regime Jurídico do Referendo Local: Lei
Orgânica n.º 4/2000, de 24 de agosto.
Ainda importa enaltecer a relevância assumida pelo princípio da participação: artigos 109º e 9º
da CRP.
O veto significa a rejeição, pelo povo, de uma medida governamental. Permite ao eleitorado,
através de previa petição formulada por determinado número de cidadãos, opor-se a uma lei
que entendam ser contraditória aos seus interesses, a eficácia, na prática, guarda muita
semelhança com o referendo, não se tratando, contudo, de mecanismos idênticos.
O plebiscito consulta popular realizada antes de o Congresso elaborar um projeto de lei sobre
a matéria, cabendo aos cidadãos o debate e a decisão sobre determinado assunto.
Estes dois princípios caminham lado a lado, mas, a maioria não dispõe da faculdade de dispor
de toda a «legalidade», isto é, não lhe está possibilitado, pelo simples facto de ser maioria,
tornar disponível o que é indisponível, como sucede a título de exemplo, com os DLG`s e, em
geral, com toda a disciplina constitucionalmente estabelecida, até porque o princípio da
constitucionalidade sobrepõe-se ao princípio maioritário.
O princípio maioritário não tem um preceito próprio a si aplicável que o reconheça como
princípio constitucional geral, mas vários preceitos constitucionais apontam, nesse sentido.
artigo 116º nº3, artigo 163º i), artigo 168º nº 5 e 6, artigo 136º nº 2 e 3, artigo 278º nº4, artigo
281º g), artigo 284.º e artigo 286.º todos da CRP.
O controlo abstrato preventivo ou controlo abstrato prévio está consagrado no artigo 278.º da
CRP. Assim, podem ser objeto de fiscalização preventiva da constitucionalidade quaisquer
normas previstas nos tratados internacionais que tenha sido enviadas ao Presidente da
Republica para ratificação ou algum decreto que lhe tenha sido enviado para o Presidente da
Republica promulgar como lei ou decreto-lei, também os acordos internacionais cujo decreto
de aprovação lhe tenha sido remetido para assinatura, bem como quaisquer normas presentes
no decreto legislativo regional que tenha sido enviado aos Representantes da República nas
Regiões Autónomas para assinatura. Dado o exposto, tem legitimidade para requerer a
fiscalização prévia o Presidente da República, os representas da republica nos Açores e na
Madeira, o Primeiro Ministro e 1/5 dos deputados em efetividade de funções. O Presidente da
republica pode requerer a inconstitucionalidade preventiva da normas relativamente aos
tratados internacionais que lhe sejam enviados para ratificação, aos decretos que lhe sejam
remetidos para promulgação ou acordos internacionais cujo decreto seja enviado ao
Presidente da Republica para assinatura, os representantes da República nos Açores e na
Madeira, tem legitimidade no que diz respeito aos decretos legislativos regionais, o Primeiro-
Ministro e 1/5 dos deputados em efetividade de funções tem legitimidade no que se refere a
decretos que tenham sido enviados ao Presidente da Republica para serem promulgados como
lei orgânica , nº 1, 2, e 4, do artigo 278.º da CRP. No âmbito da tempestividade o prazo para
requerer a fiscalização preventiva ou prévia é de 8 dias, a contar da data da receção do
diploma pelo Presidente da República ou pelo Representante da República ou da data da
comunicação pelo Presidente da Assembleia da República ao Primeiro-Ministro e aos grupos
parlamentares do envio ao Presidente da República do decreto para promulgação como lei
orgânica – ver os nºs 3, 5, e 6, do artigo 278º da CRP. No que se refere à tramitação, a entidade
requerente tem de indicar as normas que pretende que o TC aprecie, e, especificar as normas
ou princípios constitucionais que considere violados, apenas tendo a faculdade o TC de se
pronunciar acerca das normas constantes do objeto do pedido, embora o TC tenha a faculdade
de fundamentar a pronúncia de inconstitucionalidade na violação de normas ou princípios
constitucionais distintos daqueles cuja violação foi invocada – artigo 51 nº s 1 e 5, da Lei do
Tribunal Constitucional, que é a Lei Orgânica n.º 28/82, de 15 de novembro, quanto à
competência, esta cabe ao Plenário do Tribunal Constitucional, artigo 224º n.º 2 da CRP. Na
situação em que o TC não se pronuncie pela inconstitucionalidade do diploma, o Presidente da
República tem de promulgar ou o Representante da República assinar os decretos em causa, se
não exercerem o direito de veto político, mas, caso o TC se pronuncie pela
inconstitucionalidade de norma constante de qualquer decreto ou acordo internacional, o
diploma tem de ser a título obrigatório vetado pelo PR ou pelo Representante da República,
não podendo o decreto vetado por inconstitucionalidade ser promulgado ou assinado sem que
o órgão que o tiver aprovado expurgue a norma tida por inconstitucional ou, quando for caso
disso, o confirme por maioria de 2/3 dos Deputados presentes, desde que superior à maioria
absoluta dos deputados em efetividade de funções, de acordo com o artigo 279º nºs 1 e 2 da
CRP, e ainda releva os artigos 51.º a 61.º da Lei do Tribunal Constitucional
O controlo abstrato sucessivo direito ou por via principal ou por via de ação está consagrado
no artigo 281.º da CRP. Assim, este modo de fiscalização incide sobre: “quaisquer normas
jurídicas” já em vigor, al. a), do n.º 1, da arte. 281.º da CRP, de acordo com o referido nas las.
a) a g), do n.º 2 e nº3, do artigo 281.º da CRP, tem legitimidade para requerer aquela
fiscalização, ou seja, o PR, o Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro, o
Provedor de Justiça, o Procurador-Geral da República, 1/10 dos Deputados à AR, os
Representantes da República, as Assembleias Legislativas das regiões autónomas, os
presidentes destas assembleias, os presidentes dos Governos Regionais ou 1/10 dos
deputados à respetiva Assembleia Legislativa, e os representantes do MP junto do TC ou
qualquer dos juízes do Tribunal, nos processos em que o TC apreciar e declarar, com força
obrigatória geral, a inconstitucionalidade de qualquer norma, desde que tenha sido por ele
julgada inconstitucional em 3 casos concretos, em processos de fiscalização concreta. No que
se refere à tempestividade o pedido de fiscalização abstrata sucessiva direta, pode ser feito a
todo o tempo, sendo que a competência, cabe ao Plenário do TC, artigo 224º nº2 da CRP.
Sobre a declaração de inconstitucionalidade, esta tem força obrigatória geral artigo 282º nº1
da CRP, apagando do ordenamento jurídico a norma declarada inconstitucional, em regra,
desde a data da sua entrada em vigor, e estabelecendo a repristinação das normas que ela,
eventualmente, haja revogado. Quanto às decisões que não declarem a inconstitucionalidade
com força obrigatória geral, estas não fazem caso julgado, podendo a mesma questão ser
recolocada no futuro à consideração do TC. É de relevar os artigos 51º a 56º, 62º a 66º e 82º
da Lei do Tribunal Constitucional.
O controlo abstrato por omissão, esta consagrada no artigo 283.º todos da CRP. Ora, é de
referir que a competência para conhecer da inconstitucionalidade por omissão é do Plenário
do TC, artigo 224º nº2. No âmbito da tempestividade, não existe prazo para apresentação do
pedido. Assim, o TC pode proferir decisões positivas, isto é, de verificação da
inconstitucionalidade por omissão, ou decisões negativas, ou seja, de não verificação da
inconstitucionalidade por omissão, artigos 67º e 68.º da Lei do Tribunal Constitucional
O controlo concreto ou incidental
O direito originário abrange normas que constam dos Tratados Institutivos, do Tratado de Paris
(CECA) e do Tratado de Roma (CE e a EURATOM). As normas são criadas com intenção de
alterar os Tratados, e estes podem ser revistos em qualquer altura pelos processos específicos
nos Tratados. A revisão pode ser através da revisão por simples Tratado Internacional, ou seja,
alteração por celebração de Tratado Internacional; pelo processo de revisão ordinário previsto
no artigo 48º nº1, 2 e 3 do TUE, que engloba a fase comunitária, diplomática e a ratificação; e
pelo processo de revisão simplificada, consagrada no artigo 48º nº6 e 7 da TUE, esta é feita
com a intervenção dos órgãos da União Europeia e sem a intervenção dos Estados Membros. É
de referir que já se foram feitas alterações aos tratados através do Ato Único Europeu, Tratado
de Maastricht de Nice e de Amesterdão. Também podem ser aqui referidos os tratados de
adesão e de saída pois são alterações/revisões aos tratados, pois reem o seu funcionamento e
competência, previsto no artigo 48º do TUE. Por exemplo, Portugal entrou na União Europeia
através do Tratado de Lisboa e o Reino Unido saiu da União Europeia através do Brexit. É um
direito convencional porque resulta de convenções concluídas pela União Europeia ou pelos
Estados Membros e estas convenções resultam da vontade soberana dos Estados. Devem ser
celebrados de acordo com as Constituições dos Estados celebrantes. Ora, dado isto, podemos
dizer que o direito originário trata-se da “Constituição da União Europeia”.
Direito derivado é fonte de origem unilateral e resulta dos atos emanados pelos órgãos da
União Europeia, para realizar os objetivos dos Tratados. Atos que se encontram previstos no
artigo 288º 1º parágrafo do TFUE. Podemos distinguir fontes obrigatórias (Regulamentos,
Diretivas e Decisões) de fontes não obrigatórias (Recomendações e Pareceres). Assim, devido á
hierarquia entre o Direito originário e o Direito derivado, sendo que este último deve-se
sujeitar ao Direito originário.
Fontes Obrigatórias
(Regulamentos, Diretivas e Decisões)
O regulamento está consagrado no artigo 288º segundo parágrafo, tem carácter geral e
abstrato e são obrigatórios em todos os seus elementos e diretamente aplicáveis em todos os
Estados Membros produzem efeitos sem qualquer medida de receção por parte dos Estados
Membros, e podem depender de tomada de medidas para a sua aplicação. Assim, os
regulamentos subdividem-se em regulamentos de bases e regulamentos de execução. Os
regulamentos de bases são adotados para aplicar as disposições do Direito Originário. São em
regra adotados pelo Conselho. Este regulamento contém princípios gerais das matérias em
causa sendo pormenorizados e aplicados através dos regulamentos de Execução.
Posteriormente os regulamentos de execução, aplicam e pormenorizam os regulamentos de
base e substituem automaticamente toda a legislação nacional que os contrarie. Ora, podemos
concluir que existe uma hierarquia entre os regulamentos de bases e os regulamentos de
execução, prevalecendo acima de ambos os Tratados sucedidos pelos regulamentos de bases e
por fim, os regulamentos de execução. Para finalizar, é importante referir que os regulamentos
são a lei da União por excelência e podem ser adotados pelo Conselho, pela Comissão através
de poder delegado e pelo Parlamento Europeu em conjunto com o Conselho. Sendo certo que
o regulamento tem de respeitar certas formalidades: a fundamentação, artigo 296º TFUE, a
assinatura, a publicação e a entrada em vigor, todas elas previstas no artigo 297º do TFUE.
A Diretiva encontra-se consagrada no artigo 288.º, 3.º paragrafo TFUE. São atos praticados
pelos Órgãos da União Europeia que vinculam apenas os Estados Membros a que se destinam.
No que se refere aos objetivos a alcançar, os meios e a forma como o fazem ficam a cargo dos
Estados a quem estas se destinam. Assim, o destinatário pode ser um Estado Membro, vários
Estados Membros ou todos os Estados Membros. Em regra, são adotadas pelo Conselho, mas
podem ser adotados pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho ou pela Comissão, através de
poder delegado. As diretivas têm de ser transportadas para o direito interno dos Estados
Membros, ou seja, estes são obrigados a dar execução às diretivas no prazo nelas fixados.
Execução essa que visa alterar a legislação vigente ou criar lei nova de acordo com a
Constituição. É de referir que no caso português a transposição deve ser feita através de lei,
decreto de lei, ou decreto de lei Legislativo Regional de acordo com o artigo 112º nº 8 CRP.
Deste modo, as diretivas não são diretamente aplicáveis aos cidadãos, pois os Estados
Membros têm que lhe dar execução. Sendo certo que o objetivo primordial é a harmonização
das legislações. Sendo certo que a diretiva tem de respeitar certas formalidades: a
fundamentação, artigo 296º TFUE, a assinatura, a publicação e a entrada em vigor, todas elas
previstas no artigo 297º do TFUE.
A Decisão encontra-se plasmada no artigo 288.º, 4.º parágrafo do TFUE. Estas são obrigatórias
em todos os seus elementos para os destinatários que designar, sendo que os destinatários
podem ser: particulares (pessoas individuais ou pessoas coletivas), um Estado, vários Estados
ou todos os Estados Membros. A decisão é utilizada para regulamentar casos concretos e o seu
não cumprimento pode resultar em ações judiciais. As decisões podem ser adotadas: pelo
Conselho, pelo Parlamento Europeu com o Conselho ou pela Comissão e resultam da função
executiva (administrativa) dos órgãos comunitários. Ora, dado o exposto podemos dizer que as
diretivas são semelhantes aos atos administrativos portugueses. Sendo certo que a decisão
tem de respeitar certas formalidades: a fundamentação, artigo 296º TFUE, a assinatura, a
publicação e a entrada em vigor, todas elas previstas no artigo 297º do TFUE.
Fontes não obrigatórias estão plasmadas no artigo 288.º 5.º parágrafo do TFUE, não
são vinculativas, ou seja, são um convite para que os seus destinatários acerca de certa regra
de conduta.
Fontes Externas
Acordos concluídos pela União com países terceiros (acordos tarifários, acordos comerciais,
acordos de ajuda alimentar, acordos de adesão, entre outros…), estes acordos são vinculativos,
artigo 216.º nº 2 TFUE, são hierarquicamente superiores ao Direito Derivado e são
hierarquicamente inferiores ao Direito Originário. Têm que ser compatíveis com os tratados.
Acordos concluídos pelos Estados Membros com países terceiros ou organizações
internacionais, são tratados concluídos antes da entrada em vigor do Tratado de Roma ou do
Tratado de Adesão respetivo, se criam direitos para os Estados Membros, estes devem
renunciar a eles, se criam obrigações os Estados Membros devem procurar eliminar possíveis
incompatibilidades, sendo celebrados após a entrada em vigor do Tratado de Roma devem
estar de acordo com o mesmo.
Tratados concluídos pelos Estados Membros entre si, devem ser sempre compatíveis com o
Tratado de Roma.
LIBERDADES DE CIRCULAÇÃO
A União Europeia constitui uma União económica e monetária sendo que esta pressupõe a
livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços, capitais. Ora, é de referir que a liberdade de
circulação é um dos princípios em que assenta a União Europeia. Assim: as liberdades de
circulação pressupõem três âmbitos distintos, material, subjetivo e territorial. Assim o âmbito
material é aquele que apenas beneficiam destas liberdades as atividades económicas as
situações previstas no artigo 26.º n.º 2 TFUE. Posteriormente, o âmbito subjetivo aplica-se aos
nacionais dos Estados Membros e aos seus familiares e dependentes, a pessoas coletivas,
públicas ou privadas. Por fim, o âmbito territorial abrange o território dos atuais Estados
Membros (27).
A prestação de serviços pode ocorrer de várias formas entre elas: a deslocação do prestador
em direção ao beneficiário do serviço, como por exemplo: consultores, peritagens,
espetáculos, empreitadas, entre outros; a deslocação do beneficiário ao país do prestador
como por exemplo para cuidados médicos; a deslocação do próprio serviço, como por
exemplo, mensagens televisivas, análises bancárias, económicas ou de seguros, publicidade,
trabalhos escritos)
O direito de Estabelecimento
O direito de estabelecimento está previsto no artigo 49º e ss TFUE e consiste na faculdade que
as pessoas singulares e coletivas da Comunidade têm acederem às atividades não assalariadas
e ao seu exercício, a constituírem e gerir empresas, àqueles direitos nas mesmas condições
estabelecidos num país para os seus nacionais. Deste modo, a constituição de empresas pode
ser a título principal ou secundário e pode ser um estabelecimento dependente de outro já
exercido na comunidade. E, é de referir que as pessoas singulares têm que ser nacionais de
algum Estado Membro, quando são pessoas coletivas têm que ter fim lucrativo, como previsto
no artigo 54 segundo parágrafo do TFUE, e a sede ou estabelecimento principal tem de estar
num Estado Comunitário.
Para que os Estados Membros invoquem a ordem pública não podem basear-se em
discriminações arbitrárias, ou seja, tem que haver uma ameaça efetiva aos interesses
fundamentais, uma atividade tolerada aos nacionais do Estado também deve ser aceite aos
nacionais de outros Estados Membros. A ordem publica deve basear-se no comportamento
individual, avaliado caso a caso, são proibidas medidas que abranjam grupos de pessoas, e,
uma conduta passada só releva se a ameaça se mantiver e a presença do individuo represente
perigo para o Estado. Ora, muito resumidamente tem que haver uma ameaça efetiva e grave
para o interesse do Estados Membros.
A Diretiva 64/221 contém um lista de doenças, e estas doença devem ser detetadas aquando
da entrada no território, devem ser levadas ao conhecimento do interessado e se essa decisão
levar à recusa de autorização de residência ou expulsão do território o interessado é notificado
para abandonar o território, no prazo não inferior a 15 dias, se não tivesse ainda autorização
de residência ou abandonar o território, no prazo de 30 dias, nos outros casos a notificação
deve indicar os fundamentos da decisão. Por fim, é importante referir que esta decisão é
passível de impugnação.
Deste modo, sempre que as instituições da União Europeia precisem de adotar um ato
para atingir os seus fins previstos no Tratado, e, se essa ação ou ato não pertencer ás
competências atribuídas às instituições, o ato pode ser adotado recorrendo a uma de duas
hipóteses possíveis, ou á teoria das competências implícitas ou ao disposto no artigo 352º do
TFUE. Assim, a teoria das competências implícitas é uma forma de interpretação extensiva dos
Tratados. Ora, a competência decorre dos Tratados, mas não de forma expressa, então a lei vai
aplicar-se a situações não abrangidas pela sua letra, mas pelo seu espírito e finalidade, como
por exemplo, o Tratado expressa como atribuição a área dos transportes, ela abrange a área
dos transportes públicos, embora o Tratado não se refira especificamente à competência, ela
existe de um modo subentendido. Por outro lado, quando se recorre ao conteúdo plasmado
no artigo 352º TFUE, existem requisitos para se aplicar o artigo referido e se proceder à adoção
de atos, que não estejam na esfera das competências das União Europeia. Assim, esses
requisitos têm dupla natureza as condições materiais e as condições formais. Ora, as condições
materiais tratam-se da necessidade de ação por parte da União Europeia, da ação necessária
para realizar os objetivos das União Europeia, da ausência de poderes de ação por parte das
instituições (dentro desta, existe a ausência explicita e a ausência implícita). Além disso, no
que se refere às condições formais não há intervenção dos Estados Membros enquanto tal, o
Conselho delibera por unanimidade, sob a proposta da Comissão e após a aprovação do
Parlamento Europeu, sendo os atos adotados pelo Conselho.