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Unidade 7 – Capítulo 1 – Segredos de todos

Relato pessoal
Você costuma contar os fatos de seu dia a dia para alguém? Talvez um amigo, um familiar ou um
professor? Toda vez que você relata a alguém um fato corriqueiro ou muito importante, você está fa-
zendo um relato pessoal. Relato pessoal é um gênero textual que pode se manifestar na modalidade
oral ou escrita e faz parte do cotidiano de todos nós, mesmo quando não nos damos conta disso.
Esse gênero textual tem como característica a presença de um narrador em primeira pessoa, nar-
rando acontecimentos vividos por ele de maneira pessoal, ou seja, deixando evidente sua emoção e suas
impressões. Os acontecimentos narrados em um relato pessoal variam muito, desde um simples encontro
casual na escola até a conquista de um grande objetivo. Relatos pessoais geralmente utilizam o tempo
passado ou presente na narrativa e, quando assumem a forma escrita, costumam apresentar maior grau
de formalidade que um relato oral, além disso, o público-alvo a que se destina o texto indicará o grau
de formalidade utilizado. Além da narração, a descrição é um tipo de texto que pode ser utilizado para
compor a produção de um relato, pois por meio dela o autor pode apresentar detalhes sobre lugares ou
pessoas que fizeram parte do episódio vivido por ele.
Relatos pessoais podem ser uma importante fonte de registro histórico. Há vários diários que fi-
caram mundialmente conhecidos por narrarem importantes momentos da história, como é o caso do
Diário de Anne Frank, a garota judia que foi perseguida e morta durante o regime nazista, na Segunda
Guerra Mundial.
Atualmente, os relatos pessoais podem ser publicados por qualquer pessoa em redes sociais e
blogs, o que dá uma dimensão maior a eles. Além do ambiente virtual, eles podem ser encontrados
em livros e revistas.
Leia agora um trecho do início do livro de Isadora Faber, que em 2012 ficou conhecida em todo o
país por criar uma página no Facebook em que relatava os problemas que enfrentava na escola pública
que estudava. O relato foi publicado exatamente como a garota, então com 13 anos, escreveu, portanto,
é possível que haja algum desvio da modalidade formal da língua.

Minha casa
Minha casa fica na praia do Santinho, no norte da ilha, ao lado da praia dos Ingleses. É a
praia mais preservada da região norte de Florianópolis e tem uma faixa de areia bem grande,
dunas, trilhas, inscrições rupestres e outras coisas. É um lugar bem simples mas muito bonito.
Até pouco tempo, era basicamente uma praia de pescadores artesanais. Na safra da tainha, aqui
tem peixe por todos os lados, e é normal ver pessoas carregando os peixes pelas calçadas. O
pessoal nativo come peixe de todas as maneiras, inclusive com pão. Tenho que confessar que
não gosto muito, sou mais chegada em um bom churrasco, que minha família tem o hábito de
fazer nos finais de semana.
Quando meus pais mudaram para a ilha, foram morar em Canasvieiras, e em 2004 viemos
morar no Santinho, mas em outra casa. Em 2008, nossa família conseguiu construir a casa pró-
pria em que moramos hoje. Meu pai já estava querendo isso fazia muitos anos. O terreno era
bem-localizado e a casa era no mesmo bairro em que já estávamos, e eu e minha irmã podería-
mos continuar na mesma escola. Era em uma rua cheia de crianças da escola, minha mãe já não
precisava se preocupar muito, pois era pouco movimentada e eles já conheciam os vizinhos.
E foi sempre muito bom morar aqui. Quando eu era pequena, todos os dias depois da escola
as crianças da vizinhança iam brincar na rua de esconde-esconde, pega-pega, stop com bola e
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várias outras coisas, e duas vezes por semana fazíamos capoeira juntos.
[...]

FABER, Isadora. Diário de Classe – A verdade. São Paulo: Gutenberg, 2014, p. 26-27.

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ATIVIDADES

1. O que a garota relata no texto?

2. Que tipo de narrador conta os fatos?

3. Qual o tempo verbal predominante no primeiro parágrafo? Por que ele foi usado?

4. Em relação ao primeiro parágrafo, há predominância da narração ou da descrição?

5. E no segundo parágrafo, que tipo de texto predomina?

6. Como era a vizinhança da garota, segundo as pistas do texto?

T
C Proposta de produção
Muitos relatos se baseiam em lembranças de dias divertidos, de uma viagem inesquecível, do
encontro com uma pessoa querida etc. Momentos especiais normalmente ficam guardados em nossa
memória e podem também ficar registrados por meio de fotografias ou outros objetos que remetem a
eles. Sua tarefa nesta produção de texto é escrever um relato pessoal sobre algum acontecimento de
sua vida, porém você deverá possuir algo que remeta a esse momento, como uma fotografia ou objeto,
que deverá ser apresentado para a turma.
Para escrever o relato, siga o seguinte roteiro:
• selecione o momento que você deseja relatar, resgate lembranças de acontecimentos marcantes
e selecione o objeto que o representa;
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• faça o relato descrevendo ambientes e pessoas, narre os fatos (onde, quando e como ocorreram)
e explique o motivo de ele ser especial, isto é, revele os sentimentos vividos naquele momento;

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• utilize a primeira pessoa do discurso;
• crie um título interessante para o relato;
• faça a revisão do texto com a ajuda do professor e de seus colegas;
• apresente o texto para a turma, utilizando o objeto selecionado como elemento que resgata
tal lembrança.
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – 6º ANO – Relato pessoal
As divisões da grade de correção correspondem aos parâmetros básicos, mas são possíveis valores
intermediários até o valor máximo do item. A condução do processo de correção e reescrita fica a cri-
tério do professor. É possível fazer uma primeira correção entre os próprios alunos, por meio da troca
de texto entre eles, solicitando, se necessário, que elaborem uma segunda versão. Da mesma forma, o
professor poderá solicitar aos alunos que lhe entreguem os textos para correção e posterior reescrita.

ADEQUAÇÃO À PROPOSTA (4,0) 1,0 0,5 zero


1. O texto apresenta um relato de uma experiência vivida pelo aluno?
2. O aluno revelou onde, como e quando os fatos ocorreram? Expôs os
sentimentos vividos na época? Descreveu lugares e pessoas?
3. A narrativa é em primeira pessoa?
4. O título é adequado?
TOTAL

CONTEÚDO (4,0) 3,0 2,0 1,0 0,5 zero

5. Há progressão e coerência?
6. Há riqueza e relevância de informações (relato de uma experiên-
cia marcante, uso dos verbos em primeira pessoa, descrição de am-
bientes e pessoas, expressões que revelam sentimentos, apresen-
tação de um objeto que remeta ao momento e título)?

TOTAL

COESÃO (1,0) 0,25 0,15 zero

7. Há continuidade de ideias?
8. Apresenta pontuação correta?
9. O vocabulário empregado é adequado, rico e variado?
10. Apresenta construção de frases?

TOTAL

NORMA-PADRÃO (1,0) 0,5 0,3 0,2 zero

11. Segue as regras de ortografia e acentuação?


12. O aluno respeita os demais aspectos gramaticais pertinentes
ao ano?
TOTAL
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Unidade 7 – Capítulo 2 – Expressão para todos
Resenha
O que você faz quando assiste a um filme legal ou quando lê um livro que te prende da primeira
à última página? Você costuma compartilhar suas opiniões a respeito de produções culturais com as
pessoas? Caso você faça isso, de maneira informal, pode estar produzindo pequenas resenhas.
Resenha é um gênero textual que tem por objetivo apresentar informações e opiniões sobre uma
determinada produção cultural: um filme, um livro, uma peça de teatro, um show musical, uma série de
TV etc. Nela o resenhista busca incentivar ou não o consumo do produto apresentado, selecionando
argumentos consistentes que embasem sua opinião. A resenha é um texto de natureza opinativa, sendo
assim o julgamento de valor é um elemento essencial desse tipo de texto. Contudo, o resenhista deve
fazer esse julgamento de maneira consciente, isto é, selecionando dados ou exemplos que justifiquem
o motivo de ele indicar ou não a obra, dessa forma é necessário que, antes de se escrever a resenha,
o autor analise o produto com cuidado. Como já foi dito, além da opinião do autor sobre o produto, a
resenha deve apresentar uma descrição, portanto pode-se utilizar o recurso da adjetivação para des-
crever. Adjetivar nada mais é do que apresentar adjetivos que descrevam determinado objeto.
No que diz respeito aos veículos de publicação, as resenhas podem ser divulgadas em revistas,
sites especializados, blogs e redes sociais. Elas atingem um público variado e auxiliam o consumidor a
decidir se o conteúdo cultural o interessa ou não.
A estrutura de uma resenha é bastante variada, mas é aconselhado que os seguintes elementos
sejam utilizados como base:
Introdução: identificação da obra, do autor e de dados gerais sobre o produto; breve explicação
da estrutura da obra.
Desenvolvimento: pequeno resumo da obra, descrição do conteúdo acompanhada da análise e
da opinião do resenhista.
Conclusão: retomada da opinião, revelando os motivos que fazem ou não valer a pena o consumo
do conteúdo.
Agora, leia um trecho de duas resenhas sobre o filme Vingadores: Ultimato. Analise-as com atenção
e, depois, responda às questões propostas.

Texto 1
[...]
Como seguir em frente quando tudo que você conhecia e amava se foi? Esse é o principal
dilema que os Vingadores – e os habitantes da Terra num geral – precisam enfrentar. Após o
estalar de dedo de Thanos, que dizimou metade dos seres vivos do planeta, o luto e a tristeza
fazem parte da vida das pessoas, que tentam como podem seguir em frente. Porém, algumas
pessoas não conseguem verdadeiramente seguir em frente; quando Steve Rogers e Natasha re-
cebem o contato inesperado do (até então) desaparecido Scott Lang, que alega ter uma teoria
de como consertar tudo, dois dos grandes líderes dos Vingadores decidem agir.
Vingadores: Ultimato é o filme que veio para encerrar essa primeira grande fase do Universo
Cinematográfico da Marvel e, com ele, temos diversas homenagens aos inúmeros longas e heróis
que fizeram parte desses 11 anos de histórias. O filme é emocionante do início ao fim, princi-
palmente porque vemos os personagens que amamos sofrendo com a falta daqueles que não
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puderam ser salvos e vivendo com a culpa de não terem sido capazes de evitar a tragédia. Todos
os atores, sem exceção, entregam performances sensíveis, que deixam claros os sentimentos

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de dor e os fantasmas que os atormentam. Os reencontros entre eles e o apoio mútuo também
são comoventes, porque deixam claro que não importam as diferenças que possam existir, a
confiança e o carinho são imutáveis.
[...]

Disponível em: https://infinitasvidas.wordpress.com/2019/04/28/review-vingadores-ultimato/. Acesso em: 9 jul. 2019. Fragmento.

Texto 2
[...]
Ao longo destes 11 anos, a Marvel nos entregou erros e acertos — muito mais acertos,
devo dizer –, mas soube costurar como nenhuma outra a história na qual trabalhou tanto tem-
po para contar. De origem de heróis a arcos pegos no meio, de vilões com propósito a vilões
sem credibilidade, de batalhas épicas a filmes que deixaram a desejar na ação; bom ou ruim,
todos os lados e esferas apresentados foram necessários para chegar ao ultimato. E ele chegou
avassalador, sem piedade.
O encerramento da história dos Vingadores originais tem um impacto muito mais emocional
do que visual. Sim, as lutas são incríveis, os efeitos estão impecáveis, mas é a trama que prende
seus olhos na tela e reafirma o motivo pelo qual você acompanhou este universo por tantos
anos — e se não acompanhou, pelo menos compensa a sua ida ao cinema para presenciar o
desconhecido.
[...]

Disponível em: http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2019/04/25/resenha-


sem-spoilers-vingadores-ultimato/. Acesso em: 9 jul. 2019. Fragmento.

ATIVIDADES

Referente ao texto 1, responda:


1. Quais informações constam no primeiro parágrafo do trecho lido?

2. Em qual dos parágrafos do trecho ocorre a exposição da opinião do autor sobre o filme
resenhado?

3. O que o autor da resenha pensa sobre o desempenho dos atores no filme?


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Agora, responda às perguntas sobre o texto 2.
4. No texto 2, qual o posicionamento do autor em relação ao filme?

5. No primeiro parágrafo, o resenhista tece comentários sobre toda a sequência de filmes que
Vingadores: Ultimato encerra. Qual a opinião dele sobre a série de filmes como um todo?

T
C Proposta de produção
Agora que você já sabe um pouco mais sobre o gênero resenha, é a sua vez de produzir. Para isso,
escolha um conteúdo cultural que você já tenha consumido e que gostou muito, pode ser filme, livro,
seriado, revista em quadrinhos, show, entre outros. Em seguida, elabore uma resenha para apresentar
aos seus colegas com a intenção de incentivá-los a consumir tal produto. Lembre-se de que a maneira
como você apresentará o conteúdo é essencial para despertar o interesse do público, portanto, procure
ressaltar os pontos fortes da produção cultural e usar argumentos que revelem o quanto o produto
é bom. Utilize a modalidade formal da língua, revise o texto com bastante atenção e peça ajuda ao
professor para identificar possíveis erros. Depois de prontas, todas as resenhas deverão ser lidas para
a turma e as escolhas poderão ser discutidas, caso haja colegas que também conheçam o produto.
Em sua resenha não poderá faltar:
• informações gerais sobre o produto;
• breve sinopse, em caso de filme, livro, peça de teatro e seriado;
• sua opinião sobre a obra;
• um título interessante.
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – 6º ANO – Resenha
As divisões da grade de correção correspondem aos parâmetros básicos, mas são possíveis valores
intermediários até o valor máximo do item. A condução do processo de correção e reescrita fica a cri-
tério do professor. É possível fazer uma primeira correção entre os próprios alunos, por meio da troca
de texto entre eles, solicitando, se necessário, que elaborem uma segunda versão. Da mesma forma, o
professor poderá solicitar aos alunos que lhe entreguem os textos para correção e posterior reescrita.

ADEQUAÇÃO À PROPOSTA (4,0) 1,0 0,5 zero


1. O aluno escreveu uma resenha sobre um conteúdo cultural?
2. O texto apresenta as informações gerais referente ao conteúdo cultural?
3. O texto apresenta posicionamento do aluno em relação ao conteúdo
cultural?
4. O título é adequado?
TOTAL

CONTEÚDO (4,0) 3,0 2,0 1,0 0,5 zero

5. Há progressão e coerência?
6. Há riqueza e relevância de informações (resenha sobre um pro-
duto cultural, apresentação de informações gerais, argumentação
em favor do conteúdo, título)?

TOTAL

COESÃO (1,0) 0,25 0,15 zero

7. Há continuidade de ideias?
8. Apresenta pontuação correta?
9. O vocabulário empregado é adequado, rico e variado?
10. Apresenta construção de frases?

TOTAL

NORMA-PADRÃO (1,0) 0,5 0,3 0,2 zero

11. Segue as regras de ortografia e acentuação?


12. O aluno respeita os demais aspectos gramaticais pertinentes
ao ano?
TOTAL

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Unidade 8 – Capítulo 1 – Moral da história
Fábula
Alguns gêneros narrativos são tão antigos que remontam à Grécia Antiga. Esse é o caso da fábula,
gênero que surgiu no Oriente, mas que encontrou em Esopo, um grego escravizado, um de seus maiores
autores. A fábula é um gênero textual que se caracteriza por uma pequena história protagonizada por
animais que vivem e agem como seres humanos e são dotados de sabedoria, esperteza, ciúmes, inveja,
honestidade, entre outras características tipicamente humanas. Por meio de uma narrativa dinâmica, a
fábula propõe um ensinamento sobre regras de bom convívio em sociedade, sobre o valor do trabalho
e da honestidade, os perigos da ignorância e outros aspectos da vida humana.
Como qualquer outro gênero narrativo, a fábula apresenta as partes essenciais do enredo: situação
inicial, problema, clímax e desfecho. Os conflitos são variados e, na maioria das vezes, as virtudes são
exaltadas e os defeitos criticados, já que, geralmente, o desfecho contém uma lição para o personagem
que apresentou um comportamento inadequado, ao passo que o virtuoso acaba sendo recompensa-
do. Normalmente, o narrador da fábula é observador, ou seja, não participa da história, e os fatos são
contados por meio de verbos no pretérito. Frequentemente há uma moral ao final da fábula, isto é,
uma frase que resume o ensinamento ou a crítica que a fábula propõe. Essa moral pode vir expressa
por meio de um provérbio popular, frase pronta de conhecimento popular e de origem desconhecida.
As fábulas podem ser lidas por qualquer público, mas por seu caráter pedagógico é muito comum
que sejam usadas para ensinar às crianças sobre os valores e comportamentos esperados na sociedade
em que vivem.
Leia com atenção a fábula que segue.

A assembleia dos ratos


Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os
sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da
questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado,
fazendo sonetos à Lua.
— Acho — disse um deles — que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos
um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a
tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou
contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
— Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos,
porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Dizer é fácil; fazer é que são elas!

LOBATO, Monteiro. Fábulas. 2. ed. São Paulo: Globinho, 2017, p. 48.

ATIVIDADES

1. Qual problema originou a assembleia dos ratos?


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2. Qual solução foi apresentada por um dos ratos e ovacionada pelos demais?

3. Havia um problema para colocar a tal solução em prática. Que problema era esse e quem o
apontou?

4. Em qual momento da história fica evidente que os ratos ficaram cientes do perigo do plano
proposto? Reescreva a parte do texto que apresenta a resposta.

5. Por que esse texto pode ser considerado uma fábula?

6. Qual ensinamento a fábula transmite?

T
C Proposta de produção
Sua tarefa agora é escrever uma fábula que ensine sobre a importância do planejamento e da as-
túcia para a resolução de problemas. Imagine que entre esses ratinhos havia um esperto e sagaz que,
ao ouvir a discussão na assembleia, criou um plano para colocar o tal guizo no pescoço do gato. Como
ele faria isso? Sua produção de texto deverá responder a essa questão de forma que, ao final do texto,
o gato termine com o objeto preso ao pescoço e o ratinho reconhecido por sua inteligência. Analise a
situação, leia outras fábulas e elabore seu texto com bastante criatividade. Ao final, escreva uma moral
que faça sentido para a história e crie um título.
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – 6º ANO – Fábula
As divisões da grade de correção correspondem aos parâmetros básicos, mas são possíveis valores
intermediários até o valor máximo do item. A condução do processo de correção e reescrita fica a cri-
tério do professor. É possível fazer uma primeira correção entre os próprios alunos, por meio da troca
de texto entre eles, solicitando, se necessário, que elaborem uma segunda versão. Da mesma forma, o
professor poderá solicitar aos alunos que lhe entreguem os textos para correção e posterior reescrita.

ADEQUAÇÃO À PROPOSTA (4,0) 1,0 0,5 zero


1. O aluno escreveu uma fábula em que o ratinho colocou o plano em
prática?
2. O texto revela como o ratinho resolveu o problema?
3. A moral da história é condizente com o enredo?
4. A fábula possui título?
TOTAL

CONTEÚDO (4,0) 3,0 2,0 1,0 0,5 zero

5. Há progressão e coerência?
6. Há riqueza e relevância de informações (revelação do plano do
ratinho para resolver o problema, moral da história adequada ao
enredo e título)?

TOTAL

COESÃO (1,0) 0,25 0,15 zero

7. Há continuidade de ideias?
8. Apresenta pontuação correta?
9. O vocabulário empregado é adequado, rico e variado?
10. Apresenta construção de frases?

TOTAL

NORMA-PADRÃO (1,0) 0,5 0,3 0,2 zero

11. Segue as regras de ortografia e acentuação?


12. O aluno respeita os demais aspectos gramaticais pertinentes
ao ano?
TOTAL

TOTAL GERAL
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Unidade 8 – Capítulo 2 – Histórias das origens
Lenda
Imagine como seria viver em uma época em que as pessoas não sabiam como certos fenômenos
ocorriam, por exemplo, a passagem das estações, a passagem do dia para a noite ou o surgimento de
uma nova planta. Hoje, a ciência consegue nos dar respostas para quase tudo, mas nem sempre foi
assim. Quando os povos não tinham ideia de como fenômenos naturais ocorriam, histórias fantásticas
foram criadas para explicar os acontecimentos do mundo. Essas histórias são chamadas de lendas e são
narrativas que surgiram na oralidade, ou seja, foram contadas e recontadas de geração em geração. As
lendas fazem parte da cultura dos povos e são um importante meio de transmissão cultural.
Por serem textos narrativos, as lendas possuem elementos como narrador, personagens e enredo.
O narrador, geralmente, é observador em terceira pessoa e os personagens são poucos, visto que o
enredo é breve. As lendas mais conhecidas no Brasil são aquelas contadas em ambientes interioranos,
principalmente. Grande parte das lendas que compõem o repertório brasileiro são histórias prove-
nientes dos povos indígenas e elas são mais um exemplo de como os costumes dessa população estão
presentes na cultura nacional.
Hoje, as lendas podem ser encontradas em sites da internet e em livros, mas também podem ser
ouvidas oralmente. Nesse último caso, a linguagem assume as características próprias da região onde
é contada.
Leia agora uma lenda da região sul do Brasil e depois responda às questões propostas.

A lenda da gralha azul


De acordo com a lenda, há muito tempo, a gralha azul era apenas uma gralha parda, se-
melhante às outras de sua espécie. Mas um dia a gralha azul resolveu pedir para Deus lhe dar
uma missão que lhe faria muito útil e importante. Deus lhe deu um pinhão, que a gralha pegou
com seu bico com toda força e cuidado. Abriu o fruto e comeu a parte mais fina. A outra parte
mais gordinha resolveu guardar para depois, enterrando-a no solo. Porém, alguns dias depois
ela havia esquecido o local onde havia enterrado o restante do pinhão.
A gralha procurou muito, mas não encontrou aquela outra parte do fruto. Porém, ela perce-
beu que havia nascido na área onde havia enterrado uma pequena araucária. Então, toda feliz,
a gralha azul cuidou daquela árvore com todo amor e carinho. Quando o pinheiro cresceu e
começou a dar frutos, ela começou a comer uma parte dos pinhões e enterrar a parte mais gor-
dinha (semente), dando origem a novas araucárias. Em pouco tempo, conseguiu cobrir grande
parte do Estado do Paraná com milhares de pinheiros, dando origem à floresta de Araucária. 
Quando Deus viu o trabalho da gralha azul, resolveu dar um prêmio a ela: pintou suas
penas da cor do céu, para que as pessoas pudessem reconhecer aquele pássaro, seu esforço e
dedicação. Assim, a gralha que era parda, tornou-se azul.

Disponível em: https://sobreospassaros.com.br/a-lenda-da-gralha-azul/. Acesso em: 9 jul. 2019.

ATIVIDADES

1. A lenda explica a origem de quê?


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2. O que a gralha pediu a Deus?

3. O que a gralha fez de útil e importante?

4. O que a gralha recebeu como recompensa por seu trabalho tão importante?

5. Como era a gralha antes de receber e recompensa de Deus?

T
C Proposta de produção
As lendas fazem parte da cultura de um povo e o Brasil possui inúmeras delas. Sua tarefa agora é
pesquisar uma lenda brasileira, de qualquer região do Brasil, e recontá-la com suas palavras. Para isso,
fique atento aos seguintes itens:
• pesquise uma lenda brasileira em livros, revistas e sites;
• leia a história mais de uma vez e procure entender todas as suas partes;
• reescreva a lenda com suas palavras, mas mantendo o enredo original;
• verifique o vocabulário, se a lenda possui alguma palavra que não é muito conhecida em sua
região você deve procurar o significado dela;
• verifique se o texto que você escreveu apresenta todas as partes do enredo;
• revele a qual região do Brasil a lenda pertence;
• faça a correção gramatical com a ajuda do professor;
• leia a lenda para a sua turma no dia marcado pelo professor, prestando atenção ao tom de voz
e entonação. Sua turma conhecerá, assim, uma coletânea de lendas brasileiras;
• exponha a lenda em um lugar visível na escola para que os demais alunos tenham acesso a ela.
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – 6º ANO – Lenda
As divisões da grade de correção correspondem aos parâmetros básicos, mas são possíveis valores
intermediários até o valor máximo do item. A condução do processo de correção e reescrita fica a cri-
tério do professor. É possível fazer uma primeira correção entre os próprios alunos, por meio da troca
de texto entre eles, solicitando, se necessário, que elaborem uma segunda versão. Da mesma forma, o
professor poderá solicitar aos alunos que lhe entreguem os textos para correção e posterior reescrita.

ADEQUAÇÃO À PROPOSTA (4,0) 1,0 0,5 zero


1. O aluno fez uma releitura de uma lenda brasileira?
2. O texto é fiel ao enredo original?
3. O aluno revelou a região brasileira a qual o texto pertence?
4. A leitura para a turma foi adequada, respeitando pausas, entonação e
ritmo?
TOTAL

CONTEÚDO (4,0) 3,0 2,0 1,0 0,5 zero

5. Há progressão e coerência?
6. Há riqueza e relevância de informações (enredo fiel ao original,
com as adaptações necessárias para a releitura e leitura adequada
para a turma)?

TOTAL

COESÃO (1,0) 0,25 0,15 zero

7. Há continuidade de ideias?
8. Apresenta pontuação correta?
9. O vocabulário empregado é adequado, rico e variado?
10. Apresenta construção de frases?

TOTAL

NORMA-PADRÃO (1,0) 0,5 0,3 0,2 zero

11. Segue as regras de ortografia e acentuação?


12. O aluno respeita os demais aspectos gramaticais pertinentes
ao ano?
TOTAL

TOTAL GERAL
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Unidade 9 – Capítulo 1 – O que
está ou não fora de moda?
Artigo de opinião
Em algum momento da sua vida, com certeza, você já se viu diante de uma situação que precisou
defender um ponto de vista sobre algo, seja na hora de escolher um filme para ver com a família ou onde
ir passear ao fim de semana. Quando opinamos, geralmente, buscamos justificativas para as escolhas
que fazemos e isso é essencial para que o interlocutor compreenda nosso ponto de vista.
Os gêneros textuais cujo objetivo é apresentar um posicionamento são chamados de textos opi-
nativos, fazem parte desse conjunto as resenhas, os editoriais, as cartas argumentativas, os artigos de
opinião, entre outros.
O artigo de opinião é um texto em que assuntos polêmicos são discutidos e que, normalmente,
envolvem a sociedade em geral: política, comportamento, cultura, educação etc. Nesse gênero, o arti-
culista, após apresentar sua tese, apresenta argumentos para justificá-la. Quanto à estrutura, o artigo
de opinião não possui uma norma específica, mas, de maneira geral, o primeiro parágrafo apresenta
uma contextualização do assunto e a conclusão reforça a tese defendida pelo autor. O que se observa
no desenvolvimento do texto é que o articulista constrói uma sequência argumentativa, mas o modo
como essa sequência ocorre varia de autor para autor, embora o grande objetivo seja apresentar argu-
mentos sólidos e consistentes para sustentar a tese.
Agora, leia o texto abaixo atentando-se para a forma como a articulista expressa seu ponto de
vista. Depois, responda às questões que seguem.

Um olhar para a primeira infância


Melhorar a vida das crianças nesta fase, de 0 a 6 anos, é melhorar toda a Nação
PRISCILA CRUZ, O Estado de S. Paulo
15 de agosto de 2018

Uma política social que está na boca de todos os candidatos à Presidência da República
neste ano é a primeira infância. Ainda que essa ênfase seja positiva, uma vez que investir com
qualidade nas crianças de 0 a 6 anos é determinante para sua vida e para o futuro do País, será
que os candidatos entendem o que é política para a primeira infância? Um erro muito comum,
por exemplo, tem sido confundi-la com dar acesso a creche e à pré-escola, o que é uma visão
restrita do que se pode fazer, de forma equivocada.
[...]
Um bom começo é meio caminho andado para que as crianças aprendam tudo o que é
seu direito aprender ao longo da educação básica. E não é só uma expressão, é o que dizem
enfaticamente pesquisas e estudos de larga escala.
Mas no Brasil o que temos é… um mau começo para milhões de crianças, um descaso irres-
ponsável com as políticas voltadas às crianças entre 0 e 6 anos, nos três âmbitos da Federação.
Uma política para a primeira infância que honre essa denominação deve envolver ações
integradas de várias áreas. Temos defendido no Todos Pela Educação que seja de, ao menos,
cinco áreas: educação, saúde, assistência social, cultura e esporte. Este é um patamar mínimo,
pois é desejável articular também emprego e geração de renda das famílias, combate à violência,
meio ambiente, entre outras políticas.
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[...]
Para termos uma política forte, abrangente, equitativa e eficaz voltada a esta fase da vida
é preciso uma gestão que decida colocar a área como prioridade de governo – não de um mi-
nistério. É necessário haver articulação interna e força para colocar diversos ministérios juntos e
alcançar sinergia entre União, Estados e, principalmente, municípios, em ações que proporcio-
nem um atendimento integrado e integral, entrelaçando áreas diversas. Para isso, Presidência
da República, Casa Civil, Planejamento e Fazenda precisam andar de mãos dadas com a área
social. O mesmo vale para os Três Poderes: é imperativo que Executivo, Legislativo e sistema de
Justiça formem uma aliança em prol da primeira infância.
[...]

Disponível em: https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,um-olhar-para-


a-primeira-infancia,70002451610. Acesso em: 9 jul. 2019.

ATIVIDADES

1. Qual o assunto abordado no texto?

2. No primeiro parágrafo do texto, a autora afirma que há um erro comum quando se fala em
políticas para a primeira infância. Que equívoco é esse?

3. No período “Um bom começo é meio caminho andado para que as crianças aprendam tudo o
que é seu direito aprender ao longo da educação básica.”, a expressão em destaque refere-se
a quê?

4. Para a autora, uma política para a primeira infância que realmente honre esse nome deve
abranger quais áreas?

5. Por que esse texto pode ser considerado um texto de opinião?


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T
C Proposta de produção
Agora que você já conhece um pouco sobre textos de opinião, é sua vez de assumir um posicio-
namento em relação a um assunto e expor sua opinião. Para isso, imagine que você leu o artigo publi-
cado no jornal O Estado de São Paulo na versão on-line e resolveu fazer um comentário discordando
ou concordando com o posicionamento da autora do texto.
Para isso, siga o seguinte roteiro:
• leia mais textos sobre o assunto em jornais, revistas e sites da internet;
• exponha seu posicionamento e justifique sua opinião;
• utilize linguagem de acordo com a modalidade formal da língua;
• identifique o texto publicado no jornal em seu comentário.
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO – 6º ANO – Artigo de opinião
As divisões da grade de correção correspondem aos parâmetros básicos, mas são possíveis valores
intermediários até o valor máximo do item. A condução do processo de correção e reescrita fica a cri-
tério do professor. É possível fazer uma primeira correção entre os próprios alunos, por meio da troca
de texto entre eles, solicitando, se necessário, que elaborem uma segunda versão. Da mesma forma, o
professor poderá solicitar aos alunos que lhe entreguem os textos para correção e posterior reescrita.

ADEQUAÇÃO À PROPOSTA (4,0) 1,0 0,5 zero


1. O aluno escreveu um comentário sobre o texto publicado no jornal?
2. O texto apresenta a opinião do aluno referente a questão das políticas
para a primeira infância?
3. O aluno justificou a opinião?
4. A linguagem está de acordo com o padrão?
TOTAL

CONTEÚDO (4,0) 3,0 2,0 1,0 0,5 zero

5. Há progressão e coerência?
6. Há riqueza e relevância de informações (apresentação de posi-
cionamento e justificativa da opinião, linguagem clara e objetiva e
de acordo com a norma-padrão)?

TOTAL

COESÃO (1,0) 0,25 0,15 zero

7. Há continuidade de ideias?
8. Apresenta pontuação correta?
9. O vocabulário empregado é adequado, rico e variado?
10. Apresenta construção de frases?

TOTAL

NORMA-PADRÃO (1,0) 0,5 0,3 0,2 zero

11. Segue as regras de ortografia e acentuação?


12. O aluno respeita os demais aspectos gramaticais pertinentes
ao ano?
TOTAL

TOTAL GERAL
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