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Já existiu um humano, um jovem garoto, cuja ganância e desejo eram tão incomensuravelmente
absurdos que, ao ser possuído pelo próprio Pecado da Ganância, fez o Archdevil se curvar perante ele
e jurar servidão eterna e lealdade absoluta por vontade própria. Um garoto cujo ambição era tão
grande que ele não almejava apenas possuir a imortalidade, ele desejava algo além, ele desejava uma
existência fora da curva da vida e da morte. Então, o garoto roubou da morte. As almas de dez mil
pecadores foram apagadas da existência neste dia, rendidas ao esquecimento. O garoto barganhou,
chantageou, extorquiu e usurpou da morte. Ele a fez aceitar um acordo em seus próprios termos.
Mas a ganância do garoto não acabou por aí, seu desejo era infinito. Ele cobiçava tudo, e tudo não
existia simplesmente no plano material. Tudo significava toda forma de existência, linha temporal, e
conhecimentos perdidos que derivam pelo universo. Então… o garoto roubou do tempo e do espaço.
Ele deixou sua marca através da linha temporal, através de cada realidade alternativa, tornando-se,
fundamentalmente, o possuidor de tudo e todos. O garoto deixou de ser apenas um jovem ladrão. Ele
se tornou Eldlich, The Golden Lord. Mas… já chega de falar de mim mesmo. Escrever sobre a minha
pessoa é embaraçoso. Não para mim, é claro, mas para vocês, leitores, que terão, ao ler sobre o
grandioso EU, uma compreensão divina de sua própria insignificância. Então, escrevamos sobre todas
as coisas irrelevantes que habitam em meu mundo.
Pg. 1
Candians, “Os Aprisionados”
À medida que as luzes se apagam em Candoria, algo antigo e terrível surge dos cantos mais escuros das terras da
Primal Beast of Sweets. Desprovido de pensamento ou propósito, ele caça tudo que se mova como se estivesse
possuído, cortando qualquer coisa que cruze seu caminho.
Pg.666
Quazi-Ulu, “O chorão”
“Uma mulher caminha por uma rua deserta. De repente, ela percebe que
o silêncio é mais profundo, como se um barulho alto acabasse de cessar.
Há um leve barulho quando uma grade de esgoto desliza sobre uma
pedra áspera. Naquela escuridão, um rosto lânguido e cinza, com nada
além de olhos, observa de soslaio com uma fome indisfarçável. Ele
avança com quarenta e dois longos dedos que deslizam para fora da
escuridão como uma bainha… uma mão, três mãos, sete mãos!… cada
uma com seis longos dedos… Ele agarra a mulher e fixa suas garras na
carne dela, e então, a arrasta pelo espaço estreito, torcendo e
distorcendo o corpo da mulher para que ela consiga passar pelo
minúsculo bueiro… E quando os sons de ossos sendo triturados cessam,
o choro recomeça.”
Pg.734