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SUMÁRIO
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 .................................................................. 10
CONSTITUCIONALISMO ........................................................................................................................... 10
O DIREITO CONSTITUCIONAL - A CONSTITUIÇÃO........................................................................................ 11
PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................... 12
ESTADO .................................................................................................................................................... 12
POVO ....................................................................................................................................................... 12
TERRITÓRIO ............................................................................................................................................. 13
SOBERANIA .............................................................................................................................................. 13
PREÂMBULO .................................................................................................................................................... 13
TÍTULO I ........................................................................................................................................................... 13
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................................... 13
PRINCÍPIO FEDERATIVO ........................................................................................................................... 15
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES .............................................................................................. 17
SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (CHECKS AND BALANCES)............................................................ 18
PRESIDENCIALISMO ................................................................................................................................. 19
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ........................................................ 20
PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO BRASIL .................................................... 20
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ......................................................................................................... 20
ORIGEM ................................................................................................................................................... 20
FORMA ..................................................................................................................................................... 21
MODO DE ELABORAÇÃO ......................................................................................................................... 22
CONTEÚDO .............................................................................................................................................. 22
EXTENSÃO ................................................................................................................................................ 23
ALTERABILIDADE / ESTABILIDADE ........................................................................................................... 23
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 28
TÍTULO II .......................................................................................................................................................... 30
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 30
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................... 30
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS................................................................................. 31
TITULARIDADE E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.................................. 32
PODER CONSTITUINTE ..................................................................................................................................... 33
TITULARIDADE E EXERCÍCIO..................................................................................................................... 33
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ................................................................................. 34
DIREITO À VIDA ............................................................................................................................................ 37
DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA ........................................................................................................ 37
DIREITO À LIBERDADE.................................................................................................................................. 39
DIREITO À PROPRIEDADE............................................................................................................................. 42
DIREITO À SEGURANÇA ............................................................................................................................... 47
TRIBUNAL DO JÚRI ................................................................................................................................... 56
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS..................................................................................................................... 64
HABEAS CORPUS ...................................................................................................................................... 64
HABEAS DATA .......................................................................................................................................... 65
MANDADO DE SEGURANÇA .................................................................................................................... 66
MANDADO DE INJUNÇÃO........................................................................................................................ 68
AÇÃO POPULAR ....................................................................................................................................... 69
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ................................................................................ 70
FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS ................................. 73
DIMENSÃO DE DIREITOS.............................................................................................................................. 75
CAPÍTULO II .................................................................................................................................................. 77
DOS DIREITOS SOCIAIS............................................................................................................................. 77
DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS................................................................................................................ 79
GARANTIAS DO TRABALHADOR............................................................................................................... 82
SALÁRIO MÍNIMO .................................................................................................................................... 82
DIREITO DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS ........................................................................................ 85
DIREITOS COLETIVOS TRABALHISTAS ...................................................................................................... 86
PRINCÍPIO DA UNIDADE SINDICAL ........................................................................................................... 86
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO.................................................................................................................... 87
ESTABILIDADE SINDICAL .......................................................................................................................... 87
DIREITO DE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL ................................................................................................ 87
DIREITO DE GREVE ................................................................................................................................... 87
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO...................................................................................................................... 88
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA ................................................................................................ 88
CAPÍTULO III ................................................................................................................................................. 88
DA NACIONALIDADE ................................................................................................................................ 88
CAPÍTULO IV................................................................................................................................................. 94
DOS DIREITOS POLÍTICOS ........................................................................................................................ 94
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS ................................................................................................................. 94
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS ............................................................................................................... 96
CAPÍTULO V.................................................................................................................................................. 99
DOS PARTIDOS POLÍTICOS ....................................................................................................................... 99
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 103
TÍTULO III ....................................................................................................................................................... 105
1
Alguns doutrinadores mais modernos acrescentam ainda como elemento do Estado a finalidade, ou seja, a
organização do Estado deve ser orientada para atingir um conjunto definido de finalidades.
Podemos dizer ainda que o Direito Constitucional é a base, a origem de toda a ordem
jurídica, ou seja, é do Direito Constitucional que se derivam os demais ramos do Direito.
Nas lições de José Afonso da Silva, apesar de a Constituição ser um conjunto uno, que
trata de vários assuntos, a doutrina classifica a Constituição em 5 elementos:
2
Curso de Direito Constitucional Positivo, Pg. 38.
Na concepção jurídica, defendida por Hans Kelsen, é uma norma hipotética fundamental,
que deve ser utilizada como fundamento de validade de todas as demais normas. Estabelece
um distanciamento entre a norma jurídica e os valores sociais.
A Constituição estabelece um mundo do DEVER-SER e não efetivamente do ser, sendo o
resultado de uma vontade racional do ser humano, e não das leis naturais.
SS OCILÓGICO = LA SS ALE
POLÍ TT ICO = SCHMI TT
JURÍDI K O = K ELSEN
ESTADO
ESTADO: Sociedade política dotada de características próprias, elementos essenciais,
que a diferenciam das demais sociedades, quais sejam:
POVO
ELEMENTO HUMANO do Estado; determina as pessoas que mantêm vínculo jurídico-
político com o Estado, e se tornam parte dele – conceito jurídico-político.
TERRITÓRIO
• ELEMENTO MATERIAL do Estado – espaço sobre o qual o Estado exerce de
modo efetivo e exclusivo o poder de império, sua supremacia sobre pessoas e
bens. Ex.: embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço
do governo brasileiro. Trata-se de um conceito JURÍDICO.
SOBERANIA
• ELEMENTO FORMAL do Estado: Poder de autodeterminação plena, não
condicionado a nenhum outro poder, externo ou interno. Supremacia na ordem
interna e independência na ordem externa.
PREÂMBULO
O legislador constituinte originário formulou um conjunto de enunciados que veicula os
objetivos, a origem, a justificativa, os valores e os ideais de maneira preliminar ao texto. Sendo
assim, serve como vetor imperativo. Porém não tem força de lei, ou seja, não constitui norma
central de acordo com o que foi pacificado.
(ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, julgamento em 15-8-2002,
Plenário, DJ de 8-8-2003.)
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Define a nossa FORMA DE ESTADO.
CONCEITO DE ESTADO
Estado é uma sociedade política dotada de características próprias, elementos
essenciais, que o diferenciam das demais sociedades, quais sejam:
POVO: ELEMENTO HUMANO do Estado determina as pessoas que mantêm vínculo
jurídico-político com o Estado, tornando-se parte dele – conceito jurídico-político, são aqueles
que detêm a nacionalidade.
FORMAS DE ESTADO:
Simples ou Unitário: O poder central é exercido sobre todo o território sem as limitações
impostas por outra fonte do poder. Uma unidade de poder político interno, exercício
centralizado.
Composto ou Federação: Formado por mais de um poder político (pluralidade de
poderes políticos internos), nesse modelo há uma repartição de poderes autônomos.
CONCEITO DE FEDERALISMO:
Federalismo é uma aliança (União) entre Estados-Membros para a formação de um
Estado Federal, em que as unidades federadas (os Estados) preservam autonomia política,
enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal.
Contudo, esse dispositivo deve ser analisado conjuntamente com o Art. 18 da CF, que
define a organização político-administrativa do Estado brasileiro:
PRINCÍPIO FEDERATIVO
FEDERALISMO: é uma Aliança de Estados para a formação de um Estado único, em que as unidades
federadas preservam autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal.
PACTO FEDERATIVO – indissolubilidade do vínculo federativo.
I - a soberania;
II - a cidadania
V - o pluralismo político.
SO CI DI VA PLU
Nos concursos, cobra-se o seguinte: Quais pessoas têm poder político no Brasil?
São pessoas jurídicas de Direito Público interno... ainda podem ser chamadas de
“entes federativos” ou “pessoas políticas”.
I. Uma forma é o AUTOGOVERNO - no autogoverno cada ente tem sua própria estrutura
de poderes, ou seja: Legislativo, Executivo, e Judiciário – quando estivermos falando da
tripartição dos poderes (voltaremos a tocar neste assunto).
De acordo com o que foi apresentado, conclui-se que a diferença entre os Entes
Federativos é aquilo que cada um pode fazer, ou seja, competência.
FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
É cláusula pétrea
SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (CHECKS AND BALANCES)
A separação dos Poderes ainda estabelece um mecanismo de fiscalização e
responsabilização recíproca dos Poderes estatais, é o chamado “sistema de freios e
contrapesos”.
Condicionam a competência de um Poder à apreciação de outro Poder de forma a
garantir o equilíbrio entre os Poderes.
Dessa forma, além do exercício de funções típicas, cada órgão exerce também outras
duas funções atípicas dos demais órgãos.
Contudo, isso não significa que essa separação de funções do Estado é rígida, isso porque
pelo sistema de freios e contrapesos é possível o exercício de forma atípica de um Poder por
outro Poder.
PRINCÍPIO REPUBLICANO
Determina a nossa FORMA DE GOVERNO, ou seja, o modo como se organiza a Chefia de
Estado em um País.
O objetivo fundamental que consagra a ideia de se criar uma sociedade livre, justa e
solidária também é chamado de princípio da solidariedade.
A redução das desigualdades sociais e regionais visa assegurar o princípio da igualdade
material.
Art. 79 (ADCT).
•Vitaliciedade
MONARQUIA •Hereditariedade
•Irresponsabilidade
•Temporário
REPÚBLICA •Eleito
•Responsável
•Igualdade perante a lei.
PRESIDENCIALISMO
Define o nosso SISTEMA DE GOVERNO e representa a forma como os Poderes se
relacionam (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Presidencialismo Parlamentarismo
DIRETA
NÃO
DEMOCRÁTICOS INDIRETA DEMOCRÁTICOS
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO
Para sermos técnicos nesta resposta e iniciar o assunto, precisamos realmente dominar
esses conceitos.
OUTORGADA
É uma Constituição imposta, de maneira unilateral, pelo agente revolucionário, que pode
ser um grupo ou um governante, que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele
atuar. No Brasil, as Constituições outorgadas foram, por exemplo: as de 1824 (Império), de
1937 (Getúlio Vargas – inspirada no modelo fascista), e de 1967 (ditadura militar).
PROMULGADA
Também chamada de popular, democrática ou votada, é aquela decorrente da atuação
direta do povo ou por meio da atuação de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita
diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar. Ex.: 1891 (Primeira República), 1934
(inserindo a democracia social, inspirada na Constituição de Weimar), 1946 e a de 1988.
CESARISTA OU BONAPARTISTA
Também chamada de bonapartista, não é nem outorgada e nem promulgada. Elabora-se
unilateralmente pelo detentor do poder, contudo depende de manifestação popular. Essa
participação popular não torna a sua origem democrática, porque o povo apenas pode
referendar aquilo que já foi produzido pelo detentor do poder, sem liberdade de discussão.
Essa participação pode se dar por meio de plebiscito ou referendo.
PACTUADA OU DUALISTA
Trata-se de um tipo de Constituição que surgiu com o fim do absolutismo e a ascensão
da burguesia. Era um acordo entre duas forças rivais; nesse caso tínhamos de um lado a
monarquia absolutista fragilizada, e de outro a nobreza e a burguesia em ascensão. É,
portanto, originada de um compromisso instável de duas forças políticas rivais (o poder
monárquico e o poder democrático, caracterizado pela burguesia), de maneira que o
equilíbrio fornecido por essa modalidade de Constituição é precário. Caracteriza as chamadas
Monarquias Constitucionais.
FORMA
ESCRITA (INSTRUMENTAL)
É a Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizada por um
órgão constituinte, por meio de procedimento formal e solene, estabelecendo as normas
fundamentais de um Estado. Em regra, essa Constituição se apresenta em um único
documento. Entretanto, a doutrina mais moderna tem defendido que seria possível, mesmo
em uma Constituição escrita, a existência de outros textos escritos com natureza
constitucional, de modo que poderíamos observar duas formas de Constituição escrita:
➢ Codificada: sistematizada em um único documento. Ex.: CF/88.
➢ Legal: formada por documentos diversos, fisicamente distintos, muitas vezes
produzidos em momentos distintos, mas sempre por um poder constituinte
diferenciado. Ex.: Terceira República Francesa de 1875.
MODO DE ELABORAÇÃO
DOGMÁTICA
É sempre escrita, consubstancia os dogmas estruturais e fundamentais do Estado, parte
de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de
dogmas políticos. É elaborada de uma vez só, reflexivamente, racionalmente, em dado
momento histórico por uma Assembleia Constituinte. Tende a ser menos estável, uma vez que
representa os ideais do momento. Pode ser:
➢ Ortodoxa ou simples: baseada em uma ideologia.
➢ Eclética ou compromissória: formada pela reunião de diversas ideologias. Ex.:
CF/88.
HISTÓRICA OU COSTUMEIRA
É não escrita e constitui-se por meio de um lento e contínuo processo de formação, ao
longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo e por isso tende a ser mais
estável. Ex.: Constituição Inglesa.
CONTEÚDO
MATERIAL OU SUBSTANCIAL
Na concepção material, consideram-se constitucionais aquelas normas que tratem de
matéria essencialmente constitucional, ou seja, da organização e do funcionamento do Estado
e de direitos fundamentais, estejam essas normas presentes ou não em uma Constituição
escrita. Ou seja, para determinar se uma norma é constitucional, leva-se em conta o seu
conteúdo.
FORMAL
Na concepção formal, considera-se como norma constitucional aquela que está escrita
no texto constitucional, ou seja, leva-se em consideração o processo de elaboração, e não o
conteúdo de suas normas.
Ex.: Art. 242, § 2º da CF – apesar de estar na CF e ser, portanto, norma formalmente
constitucional, o seu conteúdo não o é. Logo não é uma norma materialmente constitucional. §
2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
EXTENSÃO
maior
menor estabilidade
estabilidade Sintética
Analítica maior
menor
flexibilidade
flexibilidade
ALTERABILIDADE / ESTABILIDADE
Imutável (permanente, granítica ou intocável)
É aquela que não se altera, que não admite modificação no seu texto. Não se admitem
mais no Constitucionalismo moderno Constituições assim.
Rígida:
Exige, para a sua alteração, um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais
dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais. Esse modelo
garante o princípio da supremacia formal da Constituição, ou seja, permite o controle de
constitucionalidade das leis.
Não é correto afirmar que quanto mais rígida a Constituição, maior a sua estabilidade e
permanência, isso porque a rigidez deve assegurar certo grau de estabilidade, mas deve
possibilitar a sua atualização, acompanhando a evolução social do Estado.
Ademais, a existência de cláusulas pétreas não torna uma Constituição rígida; o que
determina a rigidez é o seu processo de alteração.
Lembramos que, à exceção da Constituição de 1824 (considerada semirrígida), todas as
Constituições brasileiras foram, inclusive a de 1988, rígidas!
Flexível:
É aquela Constituição que não possui processo legislativo de alteração mais dificultoso
do que o processo legislativo de alteração das normas infraconstitucionais. Vale dizer, a
dificuldade em alterar a Constituição é a mesma encontrada para alterar uma lei que não é
constitucional. Nesse tipo de Constituição, não existe hierarquia entre a norma constitucional
e norma infraconstitucional.
Semirrígida ou Semiflexível:
É aquela Constituição que é tanto rígida como flexível, ou seja, algumas matérias exigem
o processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para a alteração das leis
infraconstitucionais, enquanto, outras não requerem tal formalidade. O exemplo sempre
lembrado é o da Constituição Imperial de 1824, que, em seu Art. 178, dizia: É só Constitucional
o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos
Políticos, e individuais dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, pode ser alterado, sem as
formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.
➢ Semânticas:
São aquelas que não têm a finalidade de se adequar à realidade social. Não visam regular
a vida política do Estado; visam apenas à formalização de uma situação existente, em
benefício de quem detém o poder político.
limitam o poder
Normativas
adequadas à
realidade social
não limitam o
poder, mas têm
essa intenção
Nominativas
não há uma
adequação social
FINALIDADE
➢ GARANTIA
Tem como finalidade estabelecer limites ao poder do Estado (garantias), garantindo a
liberdade. Por isso, é chamada de negativa e possui texto reduzido (sintética); é típica de
Estados liberais.
➢ BALANÇO
A finalidade dessa Constituição é regulamentar a realidade do Estado em dado momento
histórico, reproduzindo as forças sociais que estruturam o poder.
➢ DIRIGENTE (PROGRAMÁTICA)
Tem como finalidade estabelecer fins, programas e diretrizes para atuação do Estado. É
caracterizada por ser analítica e possuir normas programáticas. Típica no atual Estado Social
(Welfare State).
• Heterônomas ou heteroconstituições:
São Constituições elaboradas fora do Estado no qual elas produzirão seus efeitos.
ORIGEM: promulgada
FORMA: escrita
ELABORAÇÃO: dogmática
ALTERABILIDADE: rígida
EXTENSÃO: analítica
CONTEÚDO: formal
LOCAL DE DECRETAÇÃO: autônoma
ONTOLOGIA: normativa (pretende ser)
FINALIDADE: dirigente e garantia
ELABABORAÇ
ORIGEM FORMA EXTENSÃO CONTEÚDO
ÃO
• OUTORGADA • ESCRITA • SINTÉTICA • MATERIAL • DOGMÁTICA
• PROMULGADA • COSTUMEIRA • ANALÍTICA • FORMAL • HISTÓRICA
• CESARISTA
• PACTUADA
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Fundamentos Objetivos Fundamentais Relações
(CF, Art. 1º) (CF, Art. 3º) Internacionais (CF, Art.4º)
SO CI DI VA PLU CON GA ERR PRO CONDE PRESO NÃO REINA COOPERA
IGUAL
I - a soberania; I - construir uma sociedade livre, I - independência nacional;
II - a cidadania; justa e solidária; II - prevalência dos direitos humanos;
III - a dignidade da pessoa II - garantir o desenvolvimento III - autodeterminação dos povos;
humana; nacional; IV - não intervenção;
IV - os valores sociais do III - erradicar a pobreza e a V - igualdade entre os Estados;
trabalho e da livre iniciativa; marginalização e reduzir as VI - defesa da paz;
V - o pluralismo político. desigualdades sociais e VII - solução pacífica dos conflitos;
Parágrafo único. Todo o poder regionais; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
emana do povo, que o exerce IV – promover o bem de todos, IX - cooperação entre os povos para o
por meio de representantes sem preconceitos de origem, progresso da humanidade;
eleitos ou diretamente, nos raça, sexo, cor, idade e X - concessão de asilo político. Parágrafo
termos desta Constituição. quaisquer outras formas de único. A República Federativa do Brasil
discriminação. (grifo nosso) buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
EXERCÍCIOS
1. Ano:2020 Banca: SELECON - Maria analisa a Constituição e verifica que um dos
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil consiste em construir uma
sociedade livre, justa e solidária. Ao decidir uma situação concreta e lançar mão dessa
norma constitucional para interpretar o caso, está sendo utilizada a denominada
interpretação:
a) Histórica
b) Filológica
c) Teleológica
d) Semântica
1. Gabarito: C
Notadamente esse assunto tem bastante recorrência nos concursos por ser
um tanto quanto complexo, porém uma vez atendo as principais questões capciosas
o candidato não terá mais dificuldades ou surpresas, uma vez que esse tema não
tem grandes alterações.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
CONCEITO
Os direitos e garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no
decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que
formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana.
PODER CONSTITUINTE
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Poder Constituinte é o poder de elaborar e modificar normas constitucionais.
Esse poder encontra-se presente em Constituições escritas e rígidas, nas quais se
assegura a Supremacia Constitucional.
Nos Estados onde se adotam Constituições rígidas, existem dois tipos de legisladores: o
legislador constituinte e o legislador ordinário.
Não se deve confundir Poder Constituinte com Poderes Constituídos, estes são o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
TITULARIDADE E EXERCÍCIO
Dizer que o povo é titular do Poder Constituinte não significa dizer que o seu EXERCÍCIO
será democrático. Isso porque em alguns países o poder é exercido por ditadores ou grupos
que alcançam o poder de forma não democrática. Assim, quanto ao exercício do Poder
Constituinte, podemos dizer que será:
DEMOCRÁTICO (poder constituinte legítimo): quando exercido pelo Povo, por meio
de uma Assembleia Nacional Constituinte ou Convenção composta por representantes do
povo democraticamente eleitos. Por esse modelo, o povo, legítimo titular do poder
constituinte, dá poderes para seus representantes elaborarem e promulgarem a Constituição.
É o tipo de Constituição promulgada. É possível, inclusive, a participação direta do povo na
elaboração da Constituição, por meio de plebiscito ou referendo, ou ainda, o povo elaborando
proposta de dispositivos constitucionais, em uma espécie de “iniciativa popular
constitucional.”
No Brasil nenhuma das nossas Constituições teve participação direta do povo. São
consideradas promulgadas as Constituições de 1891, 1934, 1946 e a de 1988.
INTRODUÇÃO
TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:
Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, tanto é que a
CF no caput do Art. 5º estabelece como titulares e destinatários dos direitos fundamentais os
brasileiros e estrangeiros residentes no país.
Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem ser
estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil.
Da mesma maneira, lembramos que existe a previsão para as penas, ao citar a proibição
de tratamento desumano ou degradante ratificada pela própria Constituição Federal no Art.
5º (porém, nos incisos III, XLV, XLVIII, L e LIII ):
JUIZ NATURAL
A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são
garantidas pelo princípio do juiz natural ou juiz legal, previsto em dois incisos do Art. 5º da
CF, vejamos:
Significa dizer que em um processo, seja ele judicial ou administrativo, só será válida a
decisão proferida por quem detenha competência para tanto. Por exemplo: sendo um
processo de natureza penal, quem deverá proferir sentença será o juiz da vara criminal, não
podendo ser o juiz da Justiça do Trabalho, pois esse não tem competência para tal atribuição.
A vedação da criação de juízo ou tribunal de exceção (ad hoc) significa que não se pode
de forma arbitrária criar tribunais para julgamento de um caso específico ou ainda criar um
tribunal após o caso que se pretenda julgar.
Direitos raízes
SEGURANÇA
VIDA IGUALDADE LIBERDADE PROPRIEDADE
JURÍDICA
3
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.
DIREITO À VIDA
No inciso X do Art. 5º existe a previsão de vida privada...
O direito à vida, previsto de forma genérica no Art. 5º assegura tanto o direito de não ser
morto, de continuar vivo, quanto o direito a ter uma vida digna.
Apesar de ser um direito essencial ao exercício dos demais direitos, não se pode afirmar
que o direito à vida seja hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais.
Assim como os demais direitos, o direito à vida não é absoluto. São várias as
justificativas existentes para considerá-lo um direito passível de flexibilização:
• Pena de morte – eis uma pergunta que já caiu em prova: existe pena de morte
no Brasil?
A sua resposta tem que ser “SIM”. A alínea “a” do inciso (XLVII do Art. 5º) aponta esta
previsão expressamente:
Igualdade perante a lei vincula o aplicador da lei, seja a Administração Pública, seja o
Judiciário, ou mesmo os particulares, que devem agir respeitando a legislação vigente.
˃ Igualdade formal:
A igualdade formal se traduz na expressão todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza. É o previsto no caput do Art. 5º. Trata-se de uma igualdade jurídica, que
não se preocupa com a realidade, mas apenas evita que alguém seja tratado de forma
discriminatória.
˃ Igualdade material:
É também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É a igualdade que se preocupa
com a realidade. Traduz-se na seguinte expressão: tratar os iguais de forma igual, os
desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades.
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça para aqueles que não a
possuem.
A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento
isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não
consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade
em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico.
Ex.: tratamento diferenciado entre homens e mulheres, cotas raciais, Lei Maria da Penha.
DIREITO À LIBERDADE
O direito à liberdade pertence à primeira geração de direitos fundamentais, pelo fato de
expressar os direitos mais ansiados pelos indivíduos como forma de defesa diante do Estado.
O direito de locomoção também é compreendido como LIBERDADE, desta forma pode
ser mais bem compreendido o previsto no inciso XV:
O que veremos agora consiste em algumas das acepções deste direito que podem ser
cobradas em sua prova.
LIBERDADE DE AÇÃO
O (inciso II do Art. 5º) apresenta aquilo que a doutrina chama de liberdade de ação:
Isso é a liberdade por excelência. Segundo o texto constitucional, a liberdade só pode ser
restringida por lei. Por isso, dizemos que esse inciso também apresenta o Princípio da
Legalidade.
Outra decisão do STF que vale a pena ser mencionada, é a que analisou a
constitucionalidade da “Marcha da Maconha”. De acordo com o Supremo, no julgamento da
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, o movimento foi legítimo e
encontra fundamento na liberdade de manifestação do pensamento. De acordo com o STF, a
mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde com o ato
de incitação à prática do crime.
Esse inciso marca a liberdade religiosa existente no Brasil. Por esse motivo, dizemos que
o Brasil é um ESTADO LAICO, LEIGO OU NÃO CONFESSIONAL. Isso significa, basicamente,
que no Brasil existe uma relação de separação entre Estado e Igreja. Tal relação entre o Estado
e a Igreja encontra, inclusive, vedação expressa no texto constitucional (Art. 19, I, CF)
Por causa da liberdade religiosa, é possível exercer qualquer tipo de crença no país. É
possível ser católico, protestante, mulçumano, ateu ou satanista. Isso é liberdade de crença ou
consciência. Liberdade de crer ou não crer. Convém notar que o inciso VI, além de proteger as
crenças e cultos, também protege as suas liturgias. Apesar do amparo constitucional, não se
pode utilizar esse direito para praticar atos contrários às demais normas do Direito brasileiro,
como, por exemplo, sacrificar seres humanos como forma de prestar culto a determinada
divindade. Isso a liberdade religiosa não ampara.
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
Estamos diante do instituto da ESCUSA DE CONSCIÊNCIA. Esse direito permite que
qualquer pessoa, em razão de sua crença ou consciência, deixe de cumprir uma obrigação
imposta, sem que com isso sofra alguma consequência em seus direitos. Tal permissivo
constitucional encontra uma limitação prevista expressamente no texto em análise. No caso
de uma obrigação imposta a todos, se o indivíduo recusar-se ao seu cumprimento, ser-lhe-á
oferecida uma prestação alternativa. Se ele não a cumprir também, a Constituição permite que
direitos sejam restringidos, ocorrendo a PERDA dos direitos políticos. O Art. 15 prescreve que
os direitos restringidos serão os direitos políticos:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do Art. 5º, VIII.
DIREITO À PROPRIEDADE
CONCEITO
➢ LIMITAÇÕES
Dentre as limitações existentes na Constituição, observaremos algumas:
Função Social – a Constituição exige em seu Art. 5º que a propriedade atenda a sua
função social:
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.
DESAPROPRIAÇÃO
Desapropriação é a perda da propriedade. Esse é o limitador por excelência do direito,
restringindo o caráter perpétuo da propriedade. Existem três modalidades de desapropriação
que merecem nossa atenção:
Convém destacar que esta modalidade de desapropriação gera direito à indenização que
deve ser paga em dinheiro, previamente e com valor justo.
Desapropriação-sanção – nesta modalidade, o proprietário, por algum motivo, não
observou a função social da propriedade. Por essa razão, é chamada de desapropriação-
sanção, haja vista ser uma verdadeira punição. Segundo a CF, essa desapropriação gera direito
à indenização, que deverá ser paga em títulos da dívida pública ou agrária.
O Art. 184 da Constituição Federal também tem uma regulamentação neste assunto:
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Nesse caso, não haverá indenização, mas o proprietário poderá ser processado pela
prática de ilícito penal.
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
BEM DE FAMÍLIA
A Constituição consagra uma forma de proteção à pequena propriedade rural, chamada
de bem de família, e a legislação infraconstitucional conceituará o que vem a ser o termo
“pequena”.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.
O mais importante para sua prova é atentar para os requisitos estabelecidos no inciso,
quais sejam:
• Pequena propriedade rural – não se trata de qualquer propriedade.
• Definida em lei – não em outra espécie normativa.
• Trabalhada pela família – não por qualquer pessoa.
• Débitos decorrentes da atividade produtiva – não qualquer débito.
PROPRIEDADE IMATERIAL
Além das propriedades sobre bens materiais, a Constituição também consagra normas
de proteção sobre a propriedade de bens imateriais. São duas as propriedades consagradas:
autoral e industrial.
PROPRIEDADE AUTORAL
A propriedade autoral encontra-se protegida nos incisos XXVII e XXVIII do Art. 5º:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
A propriedade industrial, por sua vez, encontra-se protegida no inciso XXIX do Art. 5º:
DIREITO À HERANÇA
De nada adiantaria tanta proteção à propriedade, se este bem jurídico não pudesse ser
transmitido por meio da sucessão de bens aos herdeiros após a morte. O direito à herança,
consagrado expressamente na Constituição, traduz-se no coroamento do direito de
propriedade. Esta é a grande força motriz deste direito: só faz sentido ter direito à
propriedade se este direito pode ser transferido aos herdeiros.
Destaque especial deve ser dado ao inciso XXXI que prevê a possibilidade de aplicação
de lei estrangeira no país em casos de sucessão de bens de pessoa estrangeira, desde que
esses bens estejam situados no Brasil. A Constituição Federal permite que seja aplicada a
legislação mais favorável aos herdeiros, quer seja a lei brasileira, quer seja a lei estrangeira.
DIREITO À SEGURANÇA
CONCEITO
Ao se referir à segurança como direito individual, o Art. 5º, quis dizer “segurança
jurídica”. Trata-se de normas de pacificação social e que produzem uma maior segurança nas
relações sociais. Este é o ponto alto dos direitos individuais. Sem dúvida, nessa temática se
concentra a maior quantidade de questões cobradas em provas.
INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
Esta garantia protege o indivíduo em seu recinto mais íntimo: a casa.
A Constituição diz:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial.
Como regra, só se pode entrar na casa de uma pessoa com o seu consentimento.
Excepcionalmente, a Constituição Federal admite a entrada sem consentimento do morador
nos casos de:
➢ flagrante delito;
➢ desastre;
➢ prestar socorro;
➢ determinação judicial – apenas durante o dia.
Importante é não esquecer que, no caso de determinação judicial, a entrada se dará
apenas durante o dia. Nos demais casos, a entrada será permitida a qualquer hora.
Alguns conceitos importantes: O que é casa? O que pode ser entendido como caso para
efeito de inviolabilidade? A jurisprudência tem interpretado o conceito de casa de forma
ampla, considerando como casa qualquer compartimento habitado ou em aposento ocupado
de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer
profissão ou atividade.
Assim, o STF já considerou como casa, para efeitos de inviolabilidade, oficina mecânica,
quarto de hotel ou escritório profissional.
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Esse dispositivo prevê quatro formas de comunicação que possuem proteção
constitucional: sigilo da correspondência; comunicação telegráfica; comunicação de
dados; comunicações telefônicas.
Se uma prova foi produzida de forma ilícita, as demais provas dela decorrentes também
serão ilícitas (ilicitude por derivação). Contudo, deve-se ressaltar que essa teoria é aplicada de
forma restrita no Direito brasileiro, ou seja, encontrada uma prova ilícita em um processo, não
significa que todo o processo será anulado, mas apenas os atos e demais provas que
decorreram direta ou indiretamente daquela produzida de forma ilícita.
Caso existam provas autônomas produzidas em conformidade com a lei, o processo deve
prosseguir, ainda que tenham sido encontradas e retiradas as provas ilícitas.
Logo, é possível afirmar que a existência de uma prova ilícita no processo não anula de
pronto todo o processo.
Para sabermos o que é uma prova ilícita, temos que fazer a diferença entre prova ilegal,
prova ilegítima e prova ilícita.
Provas ilegais são gênero, que têm como espécies as provas ilícitas e as provas
ilegítimas.
A prova ilícita é aquela obtida por meio da violação da CF ou de normas de direito
material. Por exemplo: a CF assegura a inviolabilidade das comunicações telefônicas,
entendendo que essas comunicações são sigilosas, contudo é possível ocorrer a quebra desse
sigilo por meio de uma decisão judicial. Caso alguém viole as comunicações telefônicas
(grampeie o telefone) de alguém sem autorização judicial, as gravações obtidas ali não
poderão ser usadas em nenhum processo, pois foram obtidas de forma ilícita.
A prova ilícita contamina todas as demais provas decorrentes dela, esse é o efeito da
chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (fruits of the poisonous tree). Segundo
essa teoria, se a árvore está envenenada, os frutos também o serão, significa dizer que se uma
prova foi produzida de forma ilícita, as demais provas dela decorrentes também serão ilícitas
(ilicitude por derivação).
Outro aspecto relevante é o de que a simples presença da prova ilícita não torna nulo ou
invalida todo o processo, mas apenas aquelas provas decorrentes da prova ilícita, que não
poderão ser usadas no processo.
As questões envolvendo o conhecimento dessa norma constitucional geralmente
encontram-se relacionadas com as provas decorrentes das violações dos direitos à
privacidade: sigilo das comunicações e inviolabilidade domiciliar.
A prova ilegítima é aquela decorrente da violação de um direito processual. Por
exemplo: produzir no processo uma prova fora do prazo, essa prova será ilegítima, e não
ilícita.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
Lei nº 6.015/73 - Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil
de nascimento e pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão
respectiva.
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de
emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.
Percebe-se que essa lei amplia o benefício garantido na Constituição para todas as
pessoas, no que tange ao registro e à aquisição da primeira certidão de nascimento e de óbito.
Este princípio tem como objetivo garantir a estabilidade das relações jurídicas. Vejamos
o que diz a Constituição:
Ato Jurídico Perfeito – ato jurídico que já atingiu seu fim, já produziu seus efeitos. Ato
jurídico acabado, aperfeiçoado, consumado.
Coisa Julgada - sentença judicial transitada em julgado. Aquela sentença da qual não
cabe mais recurso.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória.
• inquérito policial;
• inquérito civil;
• sindicância investigativa.
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE
Eis uma garantia fundamental que não está expressa no texto constitucional, apesar de
ser um dos institutos mais utilizados pelo Supremo em suas decisões atuais.
manual em todos os clientes e funcionários do mercado e aplica uma multa de dois bilhões de
reais. Diante disso, perguntamo-nos: será que a medida adotada pelo fiscal foi necessária? Foi
adequada? Certamente que não. Logo, a medida não observou os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
Este princípio, também conhecido como Princípio do Livre Acesso ao Poder Judiciário ou
Direito de Ação, garante, nos casos de necessidade, o acesso direto ao Poder Judiciário.
Também, decorre desse princípio a ideia de que não é necessário o esgotamento das vias
administrativas para ingressar com uma demanda no Poder Judiciário. Assim prevê a
Constituição Federal:
Percebe-se que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça à lesão. Significa dizer
que a garantia pode ser utilizada tanto de forma preventiva como de forma repressiva; tanto
para prevenir a ofensa a direito como para reprimir a ofensa já cometida.
→ Quanto ao acesso ao Judiciário, independentemente do esgotamento das vias
administrativas, temos algumas peculiaridades previstas na legislação brasileira:
˃ Habeas data – o Art. 8º da Lei 9.507/97 exige, para impetração do habeas data, a
comprovação da recusa ao acesso à informação. Parte da doutrina não considera isso como
exigência de prévio esgotamento da via administrativa, mas condição da ação. Vejamos a
súmula nº 2 do STJ:
Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa.
CELERIDADE PROCESSUAL
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO
Após a inclusão desse dispositivo entre os direitos fundamentais, várias medidas para
acelerar a prestação jurisdicional foram adotadas, dentre as quais destacamos:
➢ juizados especiais;
➢ súmula vinculante;
➢ realização de inventários e partilhas por vias administrativas;
➢ informatização do processo.
É importante observar com atenção as finalidades desses direitos. Ambos servem para a
defesa de direitos. Entretanto, a petição também é usada contra ilegalidade ou abuso de
poder, enquanto as certidões têm como segunda aplicação possível o esclarecimento de
situações de interesse pessoal.
O direito de certidão serve também para a defesa de direitos, contudo sua finalidade é
para esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.
TRIBUNAL DO JÚRI
O Tribunal do Júri é uma instituição pertencente ao Poder Judiciário que possui
competência específica para julgar determinados tipos de crime. A ideia do Tribunal do Júri é
que o acusado seja julgado pelos seus pares.
→ A Constituição Federal apresenta alguns princípios que regem esse Tribunal:
➢ Soberania dos veredictos - o que for decidido pelos jurados será considerado
soberano. Nem o Juiz presidente poderá modificar o julgamento. A decisão cabe
aos jurados.
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal.
Atenção:
Os crimes inafiançáveis englobam todos os crimes previstos nos incisos XLII,
XLIII e XLIV.
Os crimes que são insuscetíveis de graça e anistia não são imprescritíveis e
vice-versa. Dessa forma, nunca poderá existir em sua prova uma questão que
trabalhe com as duas classificações ao mesmo tempo.
Nunca, em sua prova, poderá haver uma questão que apresente as três
classificações ao mesmo tempo.
PENAS
Como se verifica, na evolução da sociedade, por muito tempo se admitiu a utilização de
penas de tortura, cruéis e de morte. Porém uma Constituição, que foi “carinhosamente”
apelidada de CIDADÃ, tem as seguintes regras:
Vejamos a seguir o próximo inciso com o rol de penas proibidas, tudo do Art. 5º:
XLVII - não haverá penas:
A - ) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
Art. 84, XIX;
B - ) de caráter perpétuo;
C - ) de trabalhos forçados;
D - ) de banimento;
E - ) cruéis.
Essas são as penas que não podem ser aplicadas no Brasil.
Suponhamos que em uma prova apareça o seguinte questionamento:
É importante ter muito cuidado com essa informação, pois apesar de a Constituição
afirmar que a pena de morte é proibida, existe uma exceção no caso de guerra declarada.
Essa exceção é uma verdadeira possibilidade, de forma que é possível afirmar que existe
pena de morte no Brasil. Apesar de a regra ser a proibição, existe a possibilidade de sua
aplicação.
A próxima pena proibida é a de caráter perpétuo: em que se cumpre a pena até morrer.
Não existe esse tipo de pena no Brasil, pois as penas aqui são temporárias.
Dessa forma, o candidato precisa ter muito cuidado com esse tipo questão em prova: se a assertiva fizer a
proposição conforme a Constituição Federal, deve-se responder segundo a Constituição Federal. Mas se a
solicitação na questão for elaborada à luz da Jurisprudência, deve-se responder conforme o entendimento
do STF.
EXTRADIÇÃO
Fruto de acordo internacional de cooperação, a extradição permite que determinada
pessoa seja entregue a outro país para que seja responsabilizada pelo cometimento de algum
crime. Existem duas formas de extradição:
˃Extradição Ativa – quando o Brasil solicita a outro país a extradição de alguém.
˃Extradição Passiva – quando algum país solicita ao Brasil a extradição de alguém.
→ A Constituição Federal preocupou-se em regular a extradição passiva por meios dos
incisos LI e LII do Art. 5º, conforme se depreende a leitura abaixo:
Não se deve confundir extradição com a expulsão, com a deportação, nem com a entrega
(surrender).
EXPULSÃO: a expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de
migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por
prazo determinado.
DIREITO À INFORMAÇÃO
O direito à informação é assegurado em dois momentos na Constituição, vejamos o
primeiro:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
Desse modo, todos os cidadãos têm o direito de receber dos órgãos públicos
informações de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. (grifo nosso)
Esse dispositivo apresenta o direito à informação, que deve ser conjugado com o
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE, que obriga a todos os órgãos e entidades da Administração
Pública, direta e indireta (incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista), a dar
conhecimento aos administrados de informações de interesse particular, coletivo ou geral.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS
Sem dúvida, esse remédio constitucional é o mais importante quando se trata de
questões de concurso, haja vista a sua utilização para proteger um dos direitos mais
ameaçados do indivíduo: a liberdade de locomoção. Vejamos o que diz o texto constitucional.
É essencial para sua prova conhecer os elementos necessários para a utilização dessa ferramenta.
Primeiramente, deve-se compreender que o habeas corpus é utilizado para proteger a liberdade
de locomoção. É preciso tomar cuidado com essa informação em prova, pois esse remédio não tutela
qualquer liberdade, mas apenas a liberdade de locomoção.
Outro ponto fundamental é que ele poderá ser utilizado tanto de forma preventiva quanto de
forma repressiva:
➢ habeas corpus preventivo (salvo-conduto) é aquele utilizado para prevenir a violência ou
coação à liberdade de locomoção.
➢ habeas corpus repressivo é utilizado para reprimir a violência ou coação a liberdade
de locomoção, ou seja, é utilizado quando a restrição da liberdade de locomoção já
ocorreu.
Pode-se perceber que não se trata de qualquer tipo de restrição à liberdade de locomoção que
fará jus a esse remédio, mas apenas aquelas cometidas com ilegalidade ou abuso de poder.
→ Nas relações processuais que envolvem a utilização do habeas corpus, é possível identificar a
participação de três figurantes:
˃ Impetrante – o impetrante é a pessoa que impetra a ação; quem entra com a ação. A titularidade
dessa ferramenta é universal, pois qualquer pessoa pode impetrar o HC. Não precisa sequer de
advogado. Sua possibilidade é tão ampla que não precisa possuir capacidade civil ou mesmo qualquer
formalidade. Esse remédio é desprovido de condições que impeçam sua utilização da forma mais ampla
possível. Poderá impetrar essa ação tanto uma pessoa física quanto jurídica.
˃ Paciente – é quem está “doente”, e a “doença”, nesse caso, é a restrição da liberdade de
locomoção. O paciente é quem teve a liberdade de locomoção restringida. Ele será o beneficiário do
habeas corpus. Pessoa jurídica não pode ser paciente de habeas corpus, pois a liberdade de locomoção
é um direito incompatível com sua natureza jurídica.
Contudo, o STF tem admitido o remédio quando impetrado por razões de ilegalidade da
prisão militar. Quanto ao mérito da prisão, deve-se aceitar a vedação Constitucional; mas em
relação à legalidade da prisão, prevalece o entendimento de que o remédio seria possível.
Também não cabe habeas corpus em relação às penas pecuniárias, multas, advertências,
ou ainda nos processos administrativos disciplinares e no processo de Impeachment. Nestes
casos o não cabimento deve-se ao fato de que as medidas não visam restringir a liberdade de
locomoção.
Por outro lado, a jurisprudência tem admitido o cabimento para impugnar inserção de
provas ilícitas no processo ou quando houver excesso de prazo na instrução processual penal.
Por último, cabe ressaltar que o magistrado poderá concedê-lo de ofício. Conforme
entendeu o STF a jurisprudência desta corte tem admitido que se conceda habeas corpus de
ofício, ainda quando o pedido originário não possa ser conhecido (RT 650/331)
HABEAS DATA
O habeas data, cuja previsão está no (inciso LXXII do Art. 5º), tem como objetivo
proteger a liberdade de informação:
LXXII - conceder-se-á habeas data:
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
MANDADO DE SEGURANÇA
Como se pode ver, o mandado de segurança será cabível para proteger direito líquido e
certo, desde que não amparado por habeas corpus ou habeas data. Isso significa dizer que será
cabível desde que não seja para proteger a liberdade de locomoção e a liberdade de
informação. Esse é o chamado caráter subsidiário do mandado de segurança.
O mandado de segurança possui prazo decadencial para ser utilizado: 120 dias.
→ Existe também o mandado de segurança coletivo:
Organização sindical.
˃ Entidade de classe.
˃ Associação - desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano.
Em nosso ordenamento jurídico teve suas normas consolidadas com mais ênfase nos
anos 80 com a previsão expressa no texto constitucional. Dentre vários momentos em que
aparece, destacamos os previstos no Art. 5º:
MANDADO DE INJUNÇÃO
Todas as vezes que um direito deixar de ser exercido pela ausência de norma
regulamentadora, será cabível tal remédio.
→ No que tange à efetividade da decisão, deve-se esclarecer a possibilidade de adoção
por parte do STF de duas correntes doutrinárias:
AÇÃO POPULAR
A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício
direto dos direitos políticos. É por isso que só poderá ser utilizada por cidadãos. Vejamos o
que diz o inciso LXXIII do Art. 5º:
Falar em aplicabilidade das normas constitucionais é falar da eficácia delas. Para que
uma norma constitucional seja aplicada, é indispensável que ela possua eficácia. Mas o que é
eficácia? É a capacidade que uma norma jurídica tem de produzir efeitos.
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas nem todas têm eficácia
social. Logo, é possível afirmar que todas as normas constitucionais possuem eficácia. O
problema surge quando uma delas não pode ser aplicada na prática, ou seja, não possui
eficácia social.
Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias classificações acerca do grau
de eficácia de uma norma constitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais
cobrada em provas é a defendida pelo professor José Afonso da Silva. Para esse estudioso, a
eficácia social se classifica em:
• eficácia plena;
• eficácia contida;
• eficácia limitada.
As normas de eficácia plena são aquelas autoaplicáveis. São leis que possuem
aplicabilidade direta, imediata e integral; seus efeitos práticos são plenos. É uma norma
que não depende de complementação legislativa para produzir efeitos. Exemplos: Art. 1º; Art.
5º, caput e incisos XXXV e XXXVI; Art. 19; Art. 21; Art. 53; Art. 60, § 1º e 4º; Art. 69; Art. 128, §
5º, I e II; Art. 145, § 2º; entre outros.
Já as normas de eficácia limitada são desprovidas de eficácia social. Diz-se que essas
leis não são autoaplicáveis, possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida ou
diferida. São normas que dependem de outra para produzirem efeitos. O que as difere das
normas de eficácia contida é a dependência de outra regra para que produza resultados
sociais. Enquanto as de eficácia contida produzem efeitos imediatos, os quais poderão ser
restringidos posteriormente, as de eficácia limitada dependem de outra norma para
produzirem efeitos.
O estudante precisa tomar cuidado para não subentender que essas espécies
normativas não possuem eficácia. Como afirmamos anteriormente, elas
compreendem eficácia jurídica, mas não têm eficácia social. Por essa razão, a
doutrina afirma que elas contêm eficácia negativa, paralisante ou impeditiva.
Significa dizer que, mesmo não possuindo aplicabilidade social imediata, as normas
de eficácia limitada possuem aplicabilidade jurídica imediata, direta e vinculante por
estabelecerem limites para atuação estatal.
O Supremo Tribunal Federal possui algumas decisões que conferiram o grau de eficácia
limitada aos seguintes dispositivos: Art. 5º, LI; Art. 37, I; Art. 37, VII; Art. 40, § 4º; Art. 18, §4º.
Podemos esquematizar as normas da seguinte maneira:
Ex.: 5º, XI- a casa é asilo inviolável Ex.: 5º, XIII- é livre o exercício de Podem ser:
do indivíduo, ninguém nela qualquer trabalho, ofício ou a) programáticas;
podendo penetrar sem profissão, atendidas as b) princípios institutivo. 88,
consentimento do morador, salvo qualificações profissionais que a 109, VI, CF
em caso de flagrante delito ou lei estabelecer. MANDADO DE INJUNÇÃO OU
desastre, ou para prestar socorro, ADI por omissão.
ou, durante o dia, por
determinação judicial.
Uma regra muito importante para provas de concursos é a que está prevista no
parágrafo 3º do Art. 5º:
Ainda temos os tratados internacionais que não falam de direitos humanos. São tratados
que falam de outros temas, como, por exemplo, comércio. Esses tratados possuem força
normativa de Lei Ordinária.
Dessa forma, frisa-se que os tratados internacionais de direitos humanos podem ter dois
status: ou de norma constitucional (emenda) ou de norma supralegal.
EMENDA À
TRATADOS CONSTITUIÇÃO
INTERNACIONAIS DE
DIREITOS HUMANOS
NORMA SUPRALEGAL
Apenas para complementar: aqueles tratados que não falem de direitos humanos, se
aprovados pelo Poder Legislativo, terão força normativa de Lei Ordinária.
Mas é preciso esclarecer: o TPI não julga qualquer tipo de crime. São julgados apenas os
crimes que tenham repercussão para toda a humanidade. Geralmente, são crimes de guerra,
agressão estrangeira, genocídio, dentre outros.
Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o TPI não faz parte do Poder
Judiciário brasileiro. Sua competência é complementar à jurisdição nacional, não ofendendo,
portanto, a soberania do Estado brasileiro. Isto significa que o TPI só age quando a Justiça
Brasileira se omite ou é ineficaz.
Dessa forma, a submissão brasileira ao TPI não ofende a soberania do Estado brasileiro,
pois só atuará na ineficácia ou omissão do Judiciário brasileiro.
DIMENSÃO DE DIREITOS
➢ DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO– Foram os primeiros direitos conquistados pela
humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Nasceram das
revoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a burguesia, que exigia a limitação
do Poder do Estado, à época absolutista, e o respeito às liberdades individuais. Possuem um
caráter negativo diante do Estado, tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira
limitação ao poder estatal, ou seja, o Estado, diante dos direitos de primeira dimensão, fica
impedido de agir ou interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter
individual. Estão entre estes direitos as liberdades públicas, civis e políticas. São os ligados ao
valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTICOS. NÃO FAZER DO ESTADO.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
✓ Magna Carta de 1215 – João Sem-Terra;
✓ Paz de Westfália (1648);
✓ Habeas corpus Act (1679);
✓ Bill of Rights (1688);
✓ Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana);
✓ Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa).
✓ Direito de comunicação;
✓ Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade;
✓ Autodeterminação dos povos;
✓ Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores é direito de 5ª Geração –
divergência!).
Deve-se ressaltar que esses direitos, na medida em que foram sendo conquistados,
complementavam os direitos anteriores, de forma que não se pode falar em substituição ou
superação de uma geração sobre a outra, mas em cumulação. Dessa maneira, hoje podemos
usufruir de todos os direitos pertencentes a todas as dimensões.
Para não se esquecer das três primeiras dimensões, basta lembrar-se do lema
da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
NOÇÕES GERAIS
Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do Art. 6º até o Art. 11 da
Constituição Federal. São normas que se concretizam por meio de prestações positivas por
parte do Estado, haja vista objetivarem reduzir as desigualdades sociais.
núcleo
Direitos substancial do
ordem social
fundamentais regime
democrático
Primeiramente, devemos analisar quais são os direitos sociais previstos na CF, vejamos:
Para as provas, é muito importante que você memorize esses direitos. Como dica de
memorização, veja a seguinte mnemônica.
A respeito desses direitos elencados no caput do Art. 6º, algumas considerações são
pertinentes.
O direito ao Transporte foi o último direito social a ser inserido na CF por meio da EC
90/2015. Os direitos Sociais são normas de ordem pública com as seguintes características.
Sabe-se que a implementação dos direitos sociais, enquanto dever do Estado, depende
necessariamente de recursos financeiros, o Estado não tem como assegurar educação, saúde,
trabalho e os demais direitos sem dinheiro.
Dessa forma, no que tange à implementação dos direitos sociais, o Estado é obrigado a
assegurá-los na medida daquilo que for economicamente e financeiramente possível. Dessa
forma, o Estado não fica responsável pela total implementação dos direitos sociais, mas
apenas daquilo que tenha dinheiro para executar.
A teoria que diz que o Estado só deve assegurar os direitos sociais na medida daquilo
que lhe seja economicamente viável ficou conhecida como teoria da reserva do possível ou
cláusula da reserva do possível.
A resposta é que o Estado é obrigado a assegurar, no que diz respeito aos direitos
sociais, o mínimo ao respeito da dignidade das pessoas, ou seja, o Estado é obrigado a pelo
menos assegurar o acesso aos direitos sociais. Dessa forma, o Estado não pode alegar
insuficiência de recursos para assegurar o mínimo; essa teoria ficou conhecida como teoria
do mínimo existencial.
Dessa forma, podemos dizer que a teoria do mínimo existencial impõe um limite à teoria
da reserva do possível, na medida em que o Estado não pode alegar que não tem dinheiro para
assegurar o mínimo de acesso aos direitos sociais, que representam o mínimo de dignidade
que o Estado deve proporcionar.
Conclui-se então que a teoria do mínimo existencial determina que o Estado tem o dever
de assegurar ao cidadão condições mínimas para uma vida digna, independentemente da
existência de recursos públicos para custeio.
No capítulo destinado aos direitos sociais, a CF, nos incisos seguintes, tratou apenas de
um dos direitos elencados no Art.6º, que é o direito ao trabalho.
Estudaremos agora, os artigos que se seguem (7º ao 11º ) dispõem apenas de direitos
sociais de caráter trabalhista. Os demais direitos sociais são abordados pela CF, especialmente
no título da Ordem Social.
Direito de associação
profissional ou
sindical
Direito dos
trabalhadores
Direito de
Direito coletivo substituição
processual
Direito de
participação
Direito de
participação classista
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
Pela leitura do caput, podemos observar que o rol de direitos trabalhistas configura um rol
EXEMPLIFICATIVO, isso porque outros direitos poderão ser assegurados em outros documentos. Além
disso, os direitos elencados são aplicáveis aos trabalhadores URBANOS, RURAIS, e por expressa
disposição da CF são estendidos integralmente aos trabalhadores AVULSOS, observe:
Parte desses direitos, não todos, também é extensível aos servidores públicos e aos
trabalhadores domésticos, graças a EC 72/2013, que ficou conhecida como PEC dos
domésticos.
As bancas costumam cobrar quais dos direitos desse artigo também são aplicáveis aos
domésticos ou aos servidores públicos, por isso é muito importante que você memorize quais
direitos sociais são extensíveis a esses trabalhadores.
Para ajudá-lo, ao final desse capítulo, temos uma tabela comparativa entre os direitos de
cada uma dessas classes: trabalhadores urbanos e rurais; domésticos e servidores públicos.
Tem que ler!
As bancas costumam cobrar quais dos direitos desse artigo também são
aplicáveis aos domésticos ou aos servidores públicos, por isso é muito importante
que você memorize quais direitos sociais são extensíveis a esses trabalhadores.
Os incisos do artigo 7º costumam cair nas provas de forma bastante literal, é uma cópia
literal da CF, sendo assim, a leitura integral dos incisos do artigo 7º é imprescindível. Dessa
forma, vamos analisar aqueles que são mais cobrados ou que exijam um conhecimento a mais.
O problema é que essa lei complementar nunca foi criada, dessa forma, até que a lei seja
criada, a indenização deverá ser realizada por meio do pagamento de multa de 40% sobre o
valor do FGTS, conforme determinação do Art. 10, I do ADCT. Ressalta-se que essa regra
constitucional é uma norma de eficácia contida.
GARANTIAS DO TRABALHADOR
A CF, pensando em amparar aquele trabalhador desempregado, prevê um seguro, que é
uma ajuda dada ao trabalhador, caso ele esteja desempregado de forma involuntária, ou seja,
caso ele tenha sido demitido. Isso significa que, se o trabalhador pedir demissão, ele não fará
jus ao seguro desemprego.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
A CF assegura também o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, que nada mais
é do que uma espécie de poupança que o empregador faz, depositando mensalmente um valor
em uma conta vinculada e exclusiva do empregado. Assim, em situações emergenciais ou
mesmo em caso de desemprego, o trabalhador poderá levantar os valores que foram
depositados.
Atenção: de acordo com a nova orientação do STF, o prazo para cobrança judicial dos
valores do FGTS é de 5 anos, observado o limite de 2 anos após a extinção do contrato de
trabalho, e não mais de 30 anos (RE 134.328).
SALÁRIO MÍNIMO
A garantia do salário mínimo encontra-se prevista no inciso IV do Art. 7º, vejamos a sua
redação:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim.
➢ Deve ser fixado em Lei: é apenas o Poder Legislativo que deve fixar o valor do
salário mínimo. Contudo, de acordo com o STF a lei que regulamenta o salário
mínimo poderá autorizar que a mera declaração do valor do salário seja feita por
decreto do Presidente da República.
Tal interpretação entende não ofender a CF a vinculação do salário mínimo como base
para cálculo de pensão alimentícia.
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial (Súmula Vinculante 4).
O período de 2 anos refere-se ao prazo que o trabalhador possui para ingressar com
uma ação trabalhista reivindicando seus direitos. Esse prazo inicia sua contagem a partir do
dia em que houve a rescisão do contrato de trabalho.
PROIBIÇÕES
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos.
Convém observar que existem duas contribuições neste inciso: uma chamada de
Contribuição Confederativa e outra, de Contribuição Sindical. Mas surge uma pergunta: qual
das duas é paga diretamente para o sindicato? Apesar de o nome induzir ao erro, a
contribuição paga diretamente ao sindicato é a Confederativa!
Confederativa Sindical
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais.
ESTABILIDADE SINDICAL
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
A estabilidade sindical constitui norma de proteção aos dirigentes sindicais. Ela possui
grande utilidade ao evitar o cometimento de arbitrariedades por parte das empresas, em
retaliação aos representantes dos empregados.
O importante, nesse caso, é entender o período de proteção que a Constituição garantiu
aos dirigentes sindicais. A estabilidade se inicia com o registro da candidatura e permanece
como candidato eleito, até um ano após o término do seu mandato. É preciso ter cuidado com
essa regra! Ela não é absoluta, pois a proteção contra despedida arbitrária não prospera
diante do cometimento de falta grave.
DIREITO DE GREVE
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio dele defender.
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Conceito: Vínculo Jurídico político que liga um indivíduo a certo e determinado Estado,
fazendo este indivíduo componente do povo e por isso tem direitos e obrigações.
➢ ESPÉCIES DE NACIONALIDADE:
• Nacionalidade Primária ou Originária: geralmente imposta na data do
nascimento pelo Estado. É unilateral e involuntária.
Critérios utilizados:
Ius sanguinis – sangue, filiação, ascendência, não importa onde nasceu. (Países de
emigração – manter o vínculo).
Ius solis – critério é a territorialidade = local do nascimento. (Países de imigração, caso
contrário não teriam nacionais)
ORIGINÁRIA
Ius Sanguinis + Ius Sanguinis + Ius Sanguinis +
Ius Solis
Critério Funcional Registro Opção
Naturalização ordinária:
Estrangeiros de outras nacionalidades “na forma da lei” –> Art. 112 da Lei 6815/80 –
Estatuto do Estrangeiro. Ex.: ler e escrever português + 4 anos de residência etc.
Estrangeiros de países de língua portuguesa – residência por mais de 1 ano no país +
idoneidade moral.
Naturalização extraordinária
Estrangeiros de países de língua não portuguesa –> residência + de 15 anos
ininterruptos (ausência temporária não desqualifica) + sem condenação penal + requisição do
interessado.
QUASE NACIONALIDADE – PORTUGUÊS EQUIPARADO
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
Art. 12, §1º Cláusula de reciprocidade – portugueses com residência permanente no país
mesmo direito dos brasileiros, salvo aquelas constitucionalmente vedadas. – Tratado de
Amizade, Cooperação e Consulta.
Mesmos direitos de brasileiros NATURALIZADOS!
PERDA DA NACIONALIDADE
PERDA MUDANÇA: atinge brasileiros natos e naturalizados. (Art. 12, §4º, II) Requisitos:
• Aquisição de nacionalidade secundária estrangeira.
• Ato voluntário.
Cancelamento por meio de processo administrativo no Ministério da Justiça, por decreto
do Presidente.
A reaquisição da nacionalidade também deve ser feita por processo administrativo.
Principais distinções:
• Cargos Privativos – Art.12, §3º:
Carreiras diplomáticas: o Diplomata representa o Brasil em outras nações, negocia acordos
em nome do País, dá apoio aos brasileiros em viagem ou que vivem no exterior e obtém
informações importantes para a política externa.
Uma vez aprovado em Concurso, o aluno recebe imediatamente o título de Terceiro-Secretário
e ingressa no Curso de Formação. Depois de concluir a formação, o Diplomata pode fazer
outros cursos e evoluir na carreira, assumindo os seguintes cargos:
• Segundo-Secretário;
• Primeiro-Secretário;
• Conselheiro;
• Ministro de Segunda-Classe;
• Ministro de Primeira-Classe, mais conhecido como EMBAIXADOR.
As FORÇAS ARMADAS de uma nação constituem o conjunto das suas organizações e forças de
combate e de defesa. No Brasil, as Forças Armadas são compostas pela Marinha do Brasil,
pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira.
As Forças Armadas atuam sob a direção superior do Ministério da Defesa (MD), que tem a
incumbência de orientar, supervisionar e coordenar as atividades desenvolvidas por essas
instituições.
Para as provas, o conhecimento da hierarquia militar é necessário:
Assim, em regra, os Oficiais das Forças Armadas são estes: Tenente, Capitão, Major,
Tenente-Coronel, Coronel, General.
MP3.COM
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
De acordo com Marcelo Novelino: direitos políticos são direitos públicos subjetivos
fundamentais conferidos a determinados indivíduos para a participação nos negócios políticos do
Estado. Diversamente dos direitos individuais (direitos de defesa) e dos direitos sociais (direitos a
prestações), os direitos políticos são direitos de participação (status activae civitatis)
decorrentes do princípio democrático
Essa capacidade é adquirida com o alistamento na Justiça Eleitoral, não sendo, portanto, um
ato de ofício.
O Art. 14, § 1º da CF.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Requisitos:
*nacionalidade brasileira; (natural ou naturalizado), em alguns casos apenas os
brasileiros natos;
*pleno exercício dos direitos políticos;
*alistamento eleitoral;
*domicílio eleitoral – na circunscrição onde pretende se eleger – vínculo com a
população;
*filiação partidária – não se admitem candidaturas avulsas;
*idade mínima.
35 -
Presidente/Vice/Senador
30 - Governador/Vice
18 - Vereador
➢ INELEGIBILIDADES
São circunstâncias que impedem o cidadão do exercício TOTAL OU PARCIAL da
capacidade eleitoral PASSIVA. (não pode ser eleito).
INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS - Art. 14, §4º Não podem ser eleitos para qualquer
cargo.
RESUMINDO:
O cônjuge, os parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de PREFEITO não
poderão se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Município (Vereador, Prefeito e Vice-
Prefeito).
O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de GOVERNADOR não
poderão se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Estado. Isso inclui os cargos de
Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito (de qualquer dos Municípios daquele estado), bem como os
cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador, por aquele estado.
O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de PRESIDENTE não
poderão se candidatar a nenhum cargo eletivo no País.
Ao lermos o Art. 14, §7º, percebemos, em sua parte final, que há uma exceção à regra da
inelegibilidade reflexa: salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Mas o que
isso significa?
Significa que a inelegibilidade reflexa não se aplica caso o cônjuge, parente ou afim já
possua mandato eletivo; nessa situação, será possível que estes se candidatem à reeleição,
mesmo se ocuparem cargos dentro da circunscrição do Chefe do Executivo.
§8º, MILITARES
- 10 anos = Afastamento.
+ 10 anos: Agregado. Se eleito: inatividade com a diplomação.
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
➢ Natureza Jurídica dos Partidos Políticos.
Além disso, os partidos devem observar os seguintes preceitos que funcionam como
verdadeiras limitações aos Partidos Políticos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
As regras constitucionais de autonomia dos partidos políticos recebeu nova redação pela
EC 97/2017.
A CF assegura aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições majoritárias, além de estabelecer normas de disciplina
e fidelidade partidária.
VERTICALIZAÇÃO
No sistema atual, não é mais exigida a regra da verticalização. Isto é, não é preciso haver
vinculação das candidaturas nos diversos níveis federativos (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios).
A regra da vedação das coligações nas eleições proporcionais só terá aplicação nas
eleições de 2020.
Esse dispositivo ainda determina que não é mais exigida a regra da verticalização. Isto
é, não é preciso haver vinculação das candidaturas nos diversos níveis federativos (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios).
Conceito
Os partidos políticos, segundo previsão expressa da Constituição, possuem natureza
jurídica de Direito Privado. Vejamos o disposto no Art. 17, § 2º:
Essa regra, que cria uma nova cláusula de barreira (ou desempenho), no entanto, só vai
passar a valer nas eleições de 2030, até lá funcionará da seguinte forma – REGRA DE
TRANSIÇÃO:
Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:
I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5%
(um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos
em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação;
II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2%
(dois por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos
em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação;
III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5%
(dois e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos
válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação.
Sabe-se que aquele candidato eleito no sistema proporcional que se desfiliar, sem justa
causa, perde o mandato, ressalvadas as hipóteses legais de justa causa (Art. 22-A LPP).
A EC 97/2017 trouxe uma hipótese de justa causa para a desfiliação partidária, pelo § 5º
do Art. 17 o candidato que for eleito por um partido que não preencher os requisitos para
obter recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e TV, poderá mudar de partido, sem
perder o mandato por infidelidade partidária:
DIREITOS
Os partidos possuem vários direitos previstos expressamente na Constituição, dentre os
quais podemos destacar:
• recursos do fundo partidário;
• acesso gratuito ao rádio e à televisão (Lei 9.096/95).
EXERCÍCIOS
3. Ano: 2020 Banca: Quadrix - As constituições podem ser classificadas sob diversos
critérios, entre os quais, o da estabilidade, que se dá com base na complexidade do
processo para sua alteração, em comparação com o processo legislativo ordinário.
Considerando a classificação das constituições quanto à estabilidade, julgue o item.
( ) Certo ( ) Errado
3. Gabarito: CERTO
É aquela Constituição que possui uma parte rígida com características imutáveis, que
não pode ser simplesmente modificada por Emenda Constitucional simplesmente (cláusulas
pétreas). E com outras partes que podem ser alteradas sem tantos trâmites, por meio de
Emendas Constitucionais, de acordo com as regras do Art. 60 CF/88.
Um exemplo que é sempre citado é a Constituição do Brasil Império, de 1824 que dizia
o seguinte:
Art. 178, dizia: É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições
respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos, e individuais dos
Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado, sem as formalidades
referidas, pelas Legislaturas ordinárias.
4. Ano: 2020 Banca Cespe: - Acerca da teoria do poder constituinte, julgue os seguintes itens.
II. Uma vez aprovada proposta de emenda constitucional pelo Congresso Nacional em exercício
do seu poder constituinte derivado reformador, não haverá sanção ou veto pelo presidente da
República.
III. Norma anterior não será recepcionada se sua forma não for mais admitida pela Constituição
superveniente, ainda que seu conteúdo seja compatível com esta.
II – Afirmativa correta, uma vez que aprovada a EC, ela será encaminhada
diretamente para promulgação. É o que está previsto no Art. 60, §3º:
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
III – Se houver compatibilidade do plano material da Lei que começou a vigorar antes
da atual Constituição, SERÁ PLENAMENTE RECEPCIONADA pela nova Carta Magna. Ex.: Lei
nº. 5.172 de 25 de outubro de 1966. (Código Tributário Nacional) que tinha um status de lei
ordinária e foi recepcionado como lei complementar.
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS
➢ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Já os assuntos de interesse local são atribuídos aos Municípios (Art. 30, I), restando aos
Estados as competências que sobram para tratar de assuntos de interesse regional.
E o Distrito Federal? O DF, em virtude de sua natureza híbrida, deve tratar, no que
tange às competências legislativas, de assuntos de interesse local e regional, ou seja, ele
cumula as competências dos Estados e dos Municípios (Art. 32, § 1º).
É importante ressaltar que não existe hierarquia entre as leis, sejam elas federais,
estaduais ou municipais, de modo que eventual conflito entre elas deverá ser resolvido por
meio da repartição constitucional de competência.
➢
➢
➢
➢
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
PRINCÍPIO FEDERATIVO
Estabelece como o Estado brasileiro se organiza em relação à divisão e distribuição de
autonomia política entre os seus entes federativos.
Quanto à sua forma de Estado, a República Federativa do Brasil adotou a forma
FEDERATIVA, que significa que há pluralidade de poderes políticos internos, os quais podem
se organizar de forma descentralizada.
Federalismo: É uma Aliança de Estados para a formação de um Estado único, em que as
unidades federadas preservam autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o
Estado Federal.
Relembra-se que o princípio federativo é CLÁUSULA PÉTREA.
➢ 4 REQUISITOS:
• Lei Estadual;
• Plebiscito da população diretamente interessada - deve ser entendida como a
população tanto da área desmembrada do Estado-Membro como a da área
remanescente, de acordo com a interpretação do STF4;
• Lei Complementar;
• Estudo de Viabilidade.
Oitiva das Assembleias Legislativas, sem caráter vinculativo.
4
ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011
PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ VOL-00220-01 PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 465-508
CONFEDERAÇÃO
FEDERAÇÃO
Estados confederados soberanos.
Estados federais autônomos.
Pacto federativo formalizado em 2. Pacto confederativo em um tratado
internacional.
Constituição.
3. Existe o direito de secessão.
Não existe direito de secessão.
TIPOS DE FEDERALISMO
➢ AGREGAÇÃO x DESAGREGAÇÃO.
O federalismo por agregação: é caracterizado pela reunião de vários Estados para a
formação de um novo Estado, um Estado Federal - Movimento Centrípeto.
O federalismo por desagregação, ao contrário, ocorre quando um Estado unitário se
descentraliza - Movimento Centrífugo.
➢ DUAL x COOPERATIVO
O federalismo dual é caracterizado por uma rígida separação de competências entre o
ente central (união) e os entes regionais (Estados-Membros).
No federalismo cooperativo não há uma separação rígida de competências entre os entes
federados, justamente para promover aproximação, cooperação entre a união e os Estados-
Membros.
➢ SIMÉTRICO x ASSIMÉTRICO
➢ Outras Classificações:
• O federalismo de equilíbrio: busca estabelecer repartição equilibrada de
competências entre os entes que compõem a Federação. A ideia é a manutenção
da harmonia entre os entes, reforçando suas instituições.
• No federalismo de integração há uma predominância do Governo Central sobre
os demais entes, com a imposição aos Estados-Membros do modelo adotado
para o ente central. Nele, há uma tendência de estabelecer um Estado unitário
descentralizado e não um verdadeiro Estado federal. Seria um federalismo
apenas formal.
• O federalismo orgânico: o Estado é visto como organismo, com a presença
marcante do Estado Federal sobre os entes.
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS
A CF em seu Art. 19 estabelece proibições destinadas aos Entes da Federação, vejamos:
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
➢ CAPITAL FEDERAL
A Capital Federal é BRASÍLIA, que também é a sede do Governo do Distrito Federal.
Art. 18, § 1º - Brasília é a Capital Federal.
CUIDADO! Brasília é uma região administrativa, NÃO é um Município, e fica dentro do
ente federativo Distrito Federal.
➢ BENS DA UNIÃO
Os bens da União estão previstos no Art. 20 da CF, em rol exemplificativo, sendo que
para as provas é necessária a memorização desse conteúdo.
No plano interno atua como entidade Federativa dotada de autonomia – pessoa jurídica
de Direito Público interno, podendo agir em nome da Federação (ex.: Intervenção) ou
podendo agir em nome próprio (ex.: Organiza a Justiça Federal).
No plano externo ou internacional, a União é órgão de representação da República
Federativa do Brasil – pessoa jurídica de Direito Público externo, exercendo competências de
natureza internacional, em nome de toda a Federação. Por exemplo: Art. 21, I e II CF.
P= processual
M= marítimo
Apesar da atribuição das competências legislativas terem sido dadas a diversos entes, a CF
determinou que essas não fossem cumulativas, estabelecendo algumas regras para o exercício dessa
competência, que podemos encontrar nos parágrafos do Art. 24, vejamos:
Como regra geral, a União deverá criar normas gerais5, enquanto que os Estados e DF devem
legislar criando as suas normas específicas, por meio da chamada competência suplementar (§ 1º e §
2º).
A inexistência de lei Federal (ou nacional) sobre norma geral em matéria de competência
concorrente, autoriza os Estados e o DF a legislarem sobre o tema de forma PLENA para atender suas
peculiaridades. § 3º. Alguns doutrinadores chamam essa competência de competência supletiva.
A superveniência de Legislação Federal contendo normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA da Lei
Estadual naquilo que lhe for contrária, ou seja, não ocorre a revogação da lei estadual ou distrital, isso
porque não poderia uma lei federal revogar uma lei estadual. Dessa forma, a lei estadual permanece
existente e válida, apenas não produzindo seus efeitos.
5
Por normas gerais, defende a doutrina serem: princípios, diretrizes, regras jurídicas gerais.
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
➢ AUTO-ORGANIZAÇÃO
Quanto à auto-organização os Estados regem-se por suas Constituições Estaduais, nos
termos do Art. 25 da CF:
Mas e o DF?
Apesar de o DF se auto-organizar por meio de lei orgânica, entende a doutrina que a sua
auto-organização é exercício de poder constituinte derivado decorrente, pois não há
Constituição estadual que o DF deve respeitar, mas tão somente a CF. Logo a sua elaboração
decorre direta e exclusivamente do poder constituinte originário, funcionando como uma
“Constituição local”, conforme já decidiu o STF6.
6
RE 577025, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/2008, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-043 DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-08 PP-01507 RTJ VOL-00209-01
PP-00430
➢ REGIÕES METROPOLITANAS
Os Estados poderão criar regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões
visando melhorar as questões envolvendo a política urbana, por meio de lei complementar.
MATERIAL
FORMAL
CARACTERÍSTICAS:
ORIGINÁRIO POLÍTICO
INICIAL
INCONDICIONADO
PERMANENTE
ILIMITADO OU
AUTÔNOMO
DE EMENDA (
ART.60)
REFORMADOR
PODER DE REVISÃO
CONSTITUINTE (ADCT, ART. 3º)
DECORRENTE (ADCT,
ART. 11)
DERIVADO
CARACTERÍSTICAS:
JURÍDICO
DIFUSO DERIVADO
LIMITADO OU
SUBORDINADO
SUPRANACIONAL CONDICIONADO
TERRAS DEVOLUTAS
São terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento
integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. O
termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado.
Será da União apenas se essas terras forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e defesas militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
as demais pertencem, em regra, aos ESTADOS.
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Poder Legislativo Estadual, é exercido pela Assembleia Legislativa que é composta por
Deputados Estaduais, eleitos segundo o sistema proporcional, de forma idêntica aos
deputados federais.
AUTOGOVERNO
O autogoverno está relacionado com a capacidade dos entes possuírem estruturas
próprias de poderes.
Poder Executivo Estadual é exercido pelo Governador do Estado auxiliado pelos
Secretários de Estado.
O processo eleitoral do Governador é idêntico ao do Presidente em virtude do princípio
da simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo sistema majoritário absoluto (segundo turno).
Especialmente para concursos estaduais a leitura dos artigos seguintes é fundamental
CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS
A figura dos Municípios como entes federativos dotados de autonomia é uma criação brasileira
não existindo em outros Estados.
➢ AUTO-ORGANIZAÇÃO
Os Municípios se auto-organizam não por meio de Constituições, mas sim de Lei Orgânica, nos
termos do Art. 29 da CF e deve observar tanto os princípios estabelecidos na Constituição Federal
quanto na Constituição dos Estados.
➢ AUTOGOVERNO
Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretários Municipais,
atendidas as regras do Art. 29 CF.
O sistema eleitoral é majoritário simples (único turno) como regra podendo ser majoritário
absoluto (segundo turno) nos Municípios que tenham mais de duzentos mil eleitores.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I
➢ DO DISTRITO FEDERAL
O Distrito federal é ente federativo dotado de autonomia, não é nem Município e nem
um estado-membro, (sui generis), foi criado para ser um espaço neutro onde pudesse abrigar
a sede do Governo Federal que é Brasília (Art. 18, § 1º).
➢ AUTONOMIA LEGISLATIVA
As competências legislativas do DF serão as mesmas dos Estados e dos Municípios.
Poder Legislativo Distrital, é exercido por uma Câmara Legislativa e elege Deputados
Distritais, eleitos segundo o sistema proporcional, de forma idêntica aos deputados estaduais.
➢ AUTOADMINISTRAÇÃO
O DF possui autonomia assim como os demais entes federativos contudo algumas
instituições são organizadas e mantidas pela União, como se observa no Art. 21, XIII da CF, são
elas:
• Poder Judiciário;
• Ministério Público;
• Polícia Civil;
• Polícia Militar;
• Corpo de Bombeiros.
➢ Seção II
➢ DOS TERRITÓRIOS
Apesar dos Territórios NÃO serem entes federativos e, portanto, não comporem a
organização político-administrativa do Estado Brasileiro, alguns pontos merecem ser
destacados em virtude de sua incidência nas provas.
Os Territórios são descentralizações administrativas da União, possuem natureza
jurídica de autarquias territoriais e, portanto, não possuem autonomia política, como se vê no
Art. 18, § 2º da CF:
➢ ORGANIZAÇÃO
➢ DIVISÃO EM MUNICÍPIOS
Curiosamente a CF autorizou a criação de Municípios nos Territórios Federais, aqueles,
os Municípios, com autonomia política.
➢ LEGISLATIVO
Os Território por possuírem povo podem eleger Deputados Federais, em um número
fixo de 4 DEPUTADOS FEDERAIS, mas atenção eles não elegem senadores justamente porque
os Territórios não possuem autonomia política.
CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO
➢ CRIAÇÃO
Atualmente não existem Territórios criados no Brasil mas a sua criação esta
autorizada pela CF, que deve ser realizado por LEI COMPLEMENTAR nos termos do
Art. 18, § 2º e 3º.
INTERVENÇÃO
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
É fundamento do modelo de Estado Federativo a existência de autonomia dos entes que
compõem a federação. Essa autonomia pressupõe que não existe hierarquia entre os entes
federados e que um ente não se intromete nos assuntos de competência de outro ente. Desse
modo, cada um manterá sua autonomia, podendo se auto-organizar, autogovernar,
autoadministrar, auto legislar, bem como ter receitas próprias.
Existem dois tipos de Intervenção: Federal e a Estadual, sempre de um ente mais amplo
sobre outro imediatamente menos amplo.
Federal: União nos Estados, DF e Municípios localizados nos Territórios Federais.
Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus territórios.
CONCEITO
É a interferência de uma entidade federativa em outra, a invasão da esfera de
competências constitucionais aos Estados-Membros e aos Municípios.7
É um dos requisitos da Manutenção da Federação.
7
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.
REGRA GERAL
Como já destacado, a regra é a autonomia, ou seja, em regra não deve ocorrer a
intervenção, de modo que as exceções são hipóteses de intervenção.
• Medida Excepcional: por intervir na autonomia.
• Taxativa: ART. 34 e 35 – numerus clausus (número fechado). Apenas previstas
na CF.
• Limitações negativas – interpretação restritiva.
Espontânea Solicitação
Intervenção
Provocada Requisição
Provimento de
Representação
A Intervenção provocada pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento
de representação.
TIPOS DE INTERVENÇÃO
Existem dois tipos de intervenção: Federal e a Estadual, sempre de um ente mais amplo
sobre outro imediatamente menos amplo.
• Federal: União nos Estados, DF e Municípios localizados nos Territórios
Federais.
• Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus
territórios.
• Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em Municípios
localizados nos Estados-Membros.
POR SOLICITAÇÃO: (Art. 34, IV c/c Art. 36, I – 1a parte): quando for para garantir o livre
exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.
Nesse caso será solicitada quando for para garantir o livre exercício dos Poderes
Executivo e Legislativo, apenas. Isso porque quando for contra o Poder Judiciário será
hipótese de Requisição.
Nesse caso, o Poder Executivo ou Legislativo que se sentir impedido ou coagido no
exercício das suas funções, poderá solicitar Intervenção Federal.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades
da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
Entende-se como dívida fundada aquele montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de Lei, contratos,
convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo
superior a doze meses.
COMPETÊNCIA PARA DETERMINAR A INTERVENÇÃO
A Competência para decretar a intervenção é exclusiva do Chefe do Executivo:
Federal - Presidente da República (Art. 84, X).
Intervenção Estadual – Governador.
INTERVENÇÃO ESTADUAL
Aplicam-se à intervenção estadual as mesmas regras da intervenção federal, como
amplitude do decreto, prazos e controle político.
Dessa decisão do Tribunal de Justiça também não caberá recurso conforme súmula 637
do STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere
pedido de intervenção estadual em Município.
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO
A intervenção pode-se dar de forma espontânea (discricionária) ou de forma provocada,
que pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de representação.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
Legitimidade ativa
Essa modalidade de Intervenção depende de representação, no âmbito federal do PGR e
no âmbito estadual do PGJ.
POR REQUISIÇÃO:
Nessa modalidade de Intervenção, temos dois casos distintos: a) requisição do STF; b)
requisição do STF, STJ ou TSE, c) provimento de representação.
É hipótese de Intervenção provocada por requisição do STF a que está descrita no Art.
34, IV, ou seja, quando for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
unidades da Federação, quando o impedimento ou a coação for contra o Poder Judiciário.
Se o STF entender que é caso de Intervenção irá requisitar ao Presidente que deverá
obrigatoriamente decretar a Intervenção.
Da decisão do STF que julga a representação do PGR não cabe recurso, sendo, portanto,
irrecorrível.
O DECRETO INTERVENTIVO
Como visto, o decreto é ato exclusivo do Chefe do Poder Executivo. Tal decreto deverá
especificar:
- a amplitude;
- o prazo – deve ser sempre temporária a intervenção, de modo que cessados os motivos
da intervenção, as autoridades afastadas retornarão aos seus cargos, salvo impedimento legal
(por ex.: terminou o mandato, cassação, perda/suspensão de direitos políticos);
- condições de execução da intervenção;
- nomeação de interventor – se for o caso. Por ex.: se necessária a destituição temporária
do Governador.
Controle político
Conforme disposição do Art. 36, § 3º, essa modalidade de Intervenção não precisa de
controle político, ou seja, aquele realizado pelo Congresso Nacional ou Assembleia Legislativa,
quando a suspensão do ato impugnado já for suficiente para restabelecer a normalidade.
Espontânea Solicitação
Intervenção
Provocada Requisição
Provimento de
Representação
➢ ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA:
A intervenção será espontânea, também chamada de ofício ou discricionária quando o
Chefe do Executivo puder decretar a intervenção independentemente de solicitação ou
requisição de outro órgão, dentro do seu juízo de conveniência e oportunidade. São as
hipóteses elencadas nos incisos I, II, III e V, do Art. 34:
• Manter a integridade nacional.
• Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra.
• Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública.
• Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
- suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
- deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei.
➢ PROVOCADA
A intervenção provocada pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de
representação.
Nesse caso, será solicitação quando for para garantir o livre exercício dos Poderes
Executivo e Legislativo, apenas. Isso porque, quando for contra o Poder Judiciário, será
hipótese de requisição.
Nesse caso, o Poder Executivo ou legislativo que se sentir impedido ou coagido no
exercício das suas funções poderá solicitar intervenção federal.
➢ POR REQUISIÇÃO:
Nessa modalidade de intervenção, temos dois casos distintos: a) requisição do STF; b)
requisição do STF, STJ ou TSE.
É hipótese de intervenção provocada por requisição do STF o Art. 34, IV, ou seja, quando
for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação,
quando o impedimento ou a coação for contra o Poder Judiciário.
Caso o Poder Judiciário local – Tribunal de Justiça - esteja sendo coagido ou impedido no
exercício de suas atribuições, ele poderá solicitar ao STF que requisite a intervenção Federal.
Se o STF entender que é caso de intervenção, irá requisitar ao Presidente que deverá
obrigatoriamente decretar a intervenção.
Trata-se nesse caso de ato vinculado e não discricionário. O Decreto do Presidente será
mera formalização da decisão judicial soberana.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
➢ Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
➢ Conceito
Primeiramente, faz-se necessário conceituar a Administração Pública, remetendo ao Art.
37, CF
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
LIMPE
A partir disso, segundo o STF, os servidores públicos de todo o país poderão se utilizar
do seu direito de greve, nos termos da Lei 7783/89, a qual regulamenta o direito de greve
dos trabalhadores da iniciativa privada.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública somente pode fazer o que está
expressamente previsto em normas jurídicas. Assim, a Administração só pode agir segundo a lei
(“secundum legem”), jamais contra a lei (“contra legem”) ou além da lei (“praeter legem”).
É claro que, às vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o administrador público;
dizemos que, nesse caso, há discricionariedade da Administração. Por exemplo, a concessão de
licença a um servidor, para tratar de interesse particular, é discricionariedade da Administração
(que poderá decidir por conceder ou não a licença).
Para os particulares, o princípio da legalidade tem uma conotação diferente: a eles, é lícito fazer
tudo aquilo que a lei não proíbe. Enquanto a Administração Pública deve agir da maneira que a lei
determina, os particulares têm maior liberdade de atuação e só não podem fazer o que a lei lhes
proíbe.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
O agir da Administração Pública não se confunde com a pessoa física de seu agente, até
porque este age com base na lei, tendo esta a característica de ser genérica. Significa que o
agir da Administração Pública não pode prejudicar ou beneficiar o cidadão individualmente
considerado.
Esse princípio impõe ao Administrador Público que só pratique o ato para o seu fim
legal; e o fim legal é unicamente aquele que atinge o bem da coletividade, o interesse público.
interesse
sentido amplo
público
impessoalidade
finalidade
sentido estrito
específica da lei
Esses entes são pessoas jurídicas de Direito Público, que exercem as atividades
administrativas por meio dos órgãos e agentes pertencentes aos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário. Os órgãos não são dotados de personalidade jurídica própria, pois agem em nome da
pessoa jurídica à qual estão vinculados. Também são chamados de entes federados ou de entes
políticos.
O Art. 37, § 4º, CF/88, por sua vez, prevê a responsabilização por atos de improbidade
administrativa. Os atos de improbidade administrativa poderão ensejar a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao
erário. Tudo isso sem prejuízo da ação penal cabível, que também poderá ser proposta.
APOSENTADORIA
A CF veda a acumulação de valores de aposentadoria com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, salvo: cargos acumuláveis na atividade, cargo em comissão e
mandato eletivo.
Ex.: Se está aposentado no cargo de técnico poderia acumular a remuneração com outro
cargo de técnico? A resposta é não, porque dois cargos técnicos não são acumuláveis, agora se
está aposentado no cargo de técnico pode acumular com o cargo de professor? Daí, sim!
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
A moralidade administrativa é princípio que impõe aos agentes públicos a atuação ética e
honesta na gestão da coisa pública. Não basta que o administrador público atue segundo a Lei;
além disso, ele deve agir segundo os princípios da razoabilidade, justiça e boa-fé. Assim, é
perfeitamente possível que um ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie
o princípio da moralidade, podendo, então, ser anulado.
A moralidade administrativa difere da moral comum, por ser jurídica. Embora seja conceito
jurídico indeterminado, é objetiva, podendo ser extraída do ordenamento jurídico, a partir das
normas que tratam da conduta dos agentes públicos. Não é como a moralidade comum, que é
subjetiva, estando ligada às convicções pessoais de quem aprecia o fato.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade deve ser analisado em duas acepções diferentes:
- Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de EFICÁCIA dos atos
administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público.
- Exigência de TRANSPARÊNCIA da Administração em sua atuação, de forma a
possibilitar o controle pelos administrados.
Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos é que se
torna viável o exercício do controle da Administração, seja este controle realizado pelos
próprios cidadãos (controle social) ou pelos chamados órgãos de controle (Ex.: TCU).
Em suma:
Prefeito: afasta-se do cargo, mas pode optar pela remuneração – não pode cumular a
remuneração com os subsídios, é uma ou outra.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência passou a estar expresso na Constituição a partir da EC nº
19/98, que o introduziu com o objetivo de promover uma quebra de paradigma na
Administração Pública, substituindo a antiga administração burocrática pelo novo modelo: a
administração gerencial. A administração gerencial tem ênfase na obtenção de resultados e na
participação do cidadão, que é visto como cliente dos serviços públicos. Assim, o objetivo
desse princípio é prestar um bom serviço público, sem gastos desnecessários.
O Art. 37, CF/88 impõe verdadeiro dever de eficiência à Administração Pública. Não basta que
os agentes públicos atuem em conformidade com os ditames da legalidade. É necessário que
desempenhem suas atribuições da melhor forma possível, a fim de obter os melhores
resultados.
Como forma de garantir uma nova postura na prestação dos seus serviços, este princípio
exige que as ações sejam praticadas com celeridade, perfeição, visando atingir ótimos
resultados, sempre tendo como destinatário o bem-estar do administrado. A celeridade dos
processos encontra-se prevista no Art. 5º, LXXVIII da CF:
➢ Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VI - mecanismos de equacionamento
do deficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
Esse princípio não goza de caráter absoluto, pois o Estado também age como se fosse
particular em suas relações jurídicas, geralmente econômicas. Por exemplo, o Estado não
pode abusar da autoridade estatal sobre os direitos e princípios fundamentais dos
administrados, já que estes são os limites da supremacia do interesse público.
Decorre deste princípio o poder de império exercido pela Administração Pública, a qual
poderá impor sua vontade ao particular de forma coercitiva, podendo, inclusive, restringir
seus direitos e impor obrigações, como ocorre no caso da desapropriação e requisição
administrativa. Logicamente que este princípio não goza de caráter absoluto, não tendo
aplicabilidade nos atos praticados de mera gestão administrativa ou quando o poder público
atua como particular nas relações econômicas.
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
Estes princípios são, por vezes, vistos em separado pela doutrina, eles servem para a
limitação da atuação administrativa discricionária, e devem ser vistos em conjunto, como unidade.
A Razoabilidade e a Proporcionalidade decorrem do princípio do devido processo legal e são
princípios utilizados, principalmente, como limitadores da discricionariedade administrativa,
ainda mais quando o ato limitado restringe os direitos do administrado. Trata-se, portanto, de uma
ferramenta para controle de legalidade, que pode gerar a nulidade do ato administrativo. Ao
pensar em Razoabilidade e Proporcionalidade, devemos pensar em dois elementos que os
identificam: adequação e necessidade.
A melhor forma de verificar a sua utilização prática é no caso concreto. Imaginemos uma
fiscalização sanitária, realizada pelo poder público, em que o administrado é flagrado cometendo
um ilícito sanitário, ou seja, encontra-se um produto com o prazo de validade vencido. Dependendo
da infração cometida, será aplicada uma penalidade administrativa maior ou não. Com a aplicação
dos princípios em tela, a penalidade deve ser necessária, adequada e equivalente à infração
cometida. Os princípios garantem que a sanção aplicada não seja maior que a necessária para
atingir o fim proposto pelo poder público. O que se busca é uma adequação entre os meios e os fins
necessários, de maneira a proibir o excesso na aplicação das medidas.
Em suma, tais princípios constituem a adequação dos meios com a finalidade proposta pela
Administração Pública, com o fim de evitar os excessos cometidos pelo agente público. Em razão
disso, inclusive, há o princípio conhecido como proibição do excesso. Em virtude do exposto, é
importante trabalhar a razoabilidade e a proporcionalidade como unidade.
O poder de vinculação deste princípio é tão grande, que o particular, ao prestar o serviço
público por delegação, não poderá interrompê-lo, ainda que a Administração Pública não
cumpra sua parte no contrato. Significa dizer que o particular prejudicado no contrato
administrativo não poderá opor a exceção do contrato não cumprido, ficando
desobrigado apenas por decisão judicial transitada em julgado, ou seja, o particular não
pode deixar de cumprir sua obrigação pelo não cumprimento por parte da Administração,
mas o particular pode deixar de prestar o serviço público, quando determinado por decisão
judicial.
O responsável pela prestação do serviço público só ficaria desobrigado da sua prestação
em caso de emergência e desde que haja aviso prévio em situações de segurança, de ordem
técnica ou mesmo por inadimplência do usuário.
AUTOTUTELA
Este princípio permite que a Administração avalie e reveja os próprios atos, tanto em relação
à legalidade do ato, quanto ao aspecto do mérito. Essa possibilidade não impede o ato de ser
apreciado pelo Poder Judiciário, limitando a verificação da legalidade, nunca o mérito. Quando o
ato for revisto em razão de vício de legalidade, ocorre a sua anulação. Se a questão é de mérito
(conveniência e oportunidade), a Administração revoga seus atos.
Este princípio foi consagrado pelo Supremo por meio da súmula 473:
A Administração pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
➢ Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
Seção IV
DAS REGIÕES
EXERCÍCIOS
5. Ano: 2020 Banca: Cespe - Determinado estado da Federação pretende instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por agrupamentos
de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum.
Nessa situação, o ente federativo poderá efetivar tal medida mediante
5. Gabarito: E
6. Ano: 2020 Banca: Cespe - A autonomia do Estado para gerir negócios próprios, pela
ação administrativa do governador, denomina-se
a) Autogestão
b) Autolegislação
c) Autoadministração
d) Autogoverno
e) Soberania
6. Gabarito: C
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
CAPÍTULO I
➢ SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL
Não há predominância de uma Casa sobre a outra. A Câmara dá primazia quanto à iniciativa
de Lei.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Podem ser classificadas em 5 grupos:
SISTEMA PROPORCIONAL
Assim, são eleitos os candidatos do partido ou da coligação que tiverem o maior número
de votos. É proporcional porque estabelece o número de votos do partido e o número de
cadeiras.
QUÓRUM
É o número mínimo exigido para reunião e votação em órgão colegiado.
➢ Seção II
DECRETOS LEGISLATIVOS
Decretos Legislativos são atos do Congresso Nacional, destinados à regulamentação de
matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional.
As atribuições que devem ser regulamentadas por Decreto Legislativo estão previstas no
Art. 49 e no Art. 62, §3º, que dispõe sobre os efeitos da medida provisória. Vejamos:
Seção IV
DO SENADO FEDERAL
SISTEMA MAJORITÁRIO
Considera-se eleito o candidato com maior número de votos.
COMPETÊNCIA
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
Apesar de não ter previsão Constitucional, a doutrina entende que essa imunidade se
estende às esferas política e administrativa.
8
Precedentes: Inq. 1.024 – Min Celso de Mello – garantia inerente à função parlamentar.
HC 89.417 – Min. Carmen Lúcia – manteve as prisões. Inq. 2.332 – Ag.R – Min. Celso de Mello –
Encerrado o Mandato, continua o processo no STF? NÃO! Deve ser encaminhado ao Juiz
natural.
9
AP 396/RO
QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL. RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO DE DIREITO:
RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA CONTINUIDADE DO JULGAMENTO
DA PRESENTE AÇÃO PENAL. DENÚNCIA. CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. ALEGAÇÕES DE NULIDADE DA
AÇÃO PENAL, DE INVESTIGAÇÃO PROMOVIDA POR ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU, DE
OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL, DE CRIME POLÍTICO, DE INÉPCIA DA DENÚNCIA, DE CONEXÃO E
DE CONTINÊNCIA: VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. PRELIMINARES REJEITADAS. PRECEDENTES. CONFIGURAÇÃO DOS
CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. AÇÃO PENAL JULGADA PROCEDENTE. 1. Renúncia de mandato: ato legítimo.
Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências constitucionalmente
PROCEDIMENTO: envio dos autos (24h) para a Casa a que pertence o parlamentar para
que, por maioria ABSOLUTA, resolva sobre a prisão. Ele continua preso se a Casa concordar
com a prisão, senão deve ser solto. Voto aberto.
Apesar de não ter previsão Constitucional, o STF entende pela possibilidade de prisão
dos parlamentares por decisão judicial transitada em julgado.
STF – pode ser preso em decorrência de decisão judicial transitada em
julgado, mesmo se a Casa não determinar a perda do mandato, Art. 55, §2º e 3º.
Precedente: Inq. 510/DF – Min. Celso de Mello.
ATENÇÃO!
Delitos cometidos ANTES da DIPLOMAÇÃO: não há imunidade, mas com a diplomação haverá
prerrogativa de foro. Encerrado o mandato, voltam os autos para o juiz natural.
DEMAIS PRERROGATIVAS
definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para
impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. 2. No caso, a
renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27 de outubro de 2010, véspera do julgamento da
presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: pretensões nitidamente incompatíveis com os princípios e as
regras constitucionais porque exclui a aplicação da regra de competência deste Supremo Tribunal. 9. Questão de
ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência da competência deste Supremo Tribunal Federal para
continuidade do julgamento. 10. Preliminares rejeitadas. 11. Ação penal julgada procedente.
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de Direito
Público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas
entidades referidas no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades
a que se refere o inciso I, a;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
PERDA DO MANDATO
As hipóteses de perda do mandato parlamentar estão elencadas no artigo 55 da CF e
podem ocorrer de duas formas:
CASSAÇÃO DO MANDATO (perda endógena) – nas hipóteses dos incisos I, II e VI. c/c §2º
- Art. 55.
Nessas hipóteses, a perda do mandato depende da decisão da maioria absoluta dos
membros e por meio de voto secreto.
EXTINÇÃO DO MANDATO – perda exógena – nas hipóteses dos incisos III, IV e V c/c §3º
- Art. 55.
A mesa terá a função apenas de declarar a perda do mandato.
ATENÇÃO: ao parlamentar afastado não se estende a imunidade material, uma vez que o
parlamentar não está no exercício das suas funções.
Seção VI
PODER LEGISLATIVO
DAS REUNIÕES
SESSÃO CONJUNTA
Em regra, a deliberação das Casas se dá separadamente, contudo para deliberar a
respeito de alguns temas, poderá ocorrer sessão conjunta. É o que dispõe o Art. 57, §3º.
SESSÃO PREPARATÓRIA
➢ Seção VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
MESAS
As Mesas Diretoras de cada Casa são órgãos diretivos formadas por parlamentares
eleitos para dirigir os trabalhos legislativos pelo prazo de 2 anos, vedada a recondução;
quanto a sua composição deverá ser assegurado a representação proporcional aos partidos
políticos ou blocos parlamentares. As funções são de natureza executiva, ou seja: direção,
supervisão, polícia, administração e execução.
COMISSÕES PARLAMENTARES
Outras comissões em virtude das suas peculiaridades também devem ser analisadas:
• COMISSÃO REPRESENTATIVA:
Constituída durante o recesso parlamentar para Representação do Congresso e eleita na
última sessão ordinária do período legislativo. Competências definidas pelo R.I.
Criação: pode ser criada tanto no âmbito da Câmara quanto no âmbito do Senado, de
forma exclusiva ou pode ser mista.
Requerimento: de 1/3 dos membros. (Ex.: 171 Deputados ou 27 Senadores).
Apuração: fato determinado.
Prazo: certo – é temporária.
A CPI PODE:
• Ouvir testemunhas, sob pena de Condução Coercitiva (compromisso de dizer a
verdade sob pena de falso testemunho). Particulares ou autoridades públicas.
• Ouvir investigado – direito à não autoincriminação (permanecer em silêncio,
não produzir prova contra si).
• Quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico (registros de chamadas).
CONCLUSÕES: uma vez que a CPI não é órgão de acusação ou julgamento, ela não pode
julgar ninguém. Conclusões devem ser encaminhadas para o MP, que deverá promover a
responsabilização civil ou criminal.
Devem ser MOTIVADAS sob pena de nulidade, à semelhança das decisões judiciais.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do
Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a
proporcionalidade da representação partidária.
➢ Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
• Subseção I
Disposição Geral
INTRODUÇÃO
O Poder Legislativo exerce de forma típica a função legislativa ou também chamada de
legiferante, que é a de produzir os chamados atos normativos primários (leis ordinárias, leis
complementares, emendas constitucionais), os quais inovam a ordem jurídica e encontram
fundamento de validade na própria Constituição, ou seja, não regulamentam atos
infraconstitucionais.
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à forma de organização política, o nosso processo legislativo é classificado como
indireto ou representativo, uma vez que as espécies normativas são elaboradas por
representantes eleitos diretamente pelo povo.
O processo legislativo ordinário é aquele que se destina à elaboração das leis ordinárias.
O processo legislativo sumário apresenta somente uma diferenciação em relação ao ordinário,
a existência de prazo para que o Congresso Nacional delibere sobre determinado assunto. Os
processos legislativos especiais são destinados à elaboração das emendas à Constituição, leis
complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções.
Essa fase é a de iniciativa da lei, que pode deflagrar, iniciar o processo legislativo.
A iniciativa legislativa é a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para
apresentar projetos de lei junto ao Poder Legislativo.
Podemos classificar a iniciativa em três tipos:
c) popular.
Subseção II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Quando surge uma nova Constituição, todas as leis anteriores são revogadas?
➢ REVISÃO CONSTITUCIONAL
Prevista no Art. 3º do ADCT estabelece um procedimento simplificado de alteração da
CF, que foi realizada 5 anos após a promulgação da CF, em razão das discussões durante o
trabalho da Assembleia Nacional Constituinte em 1988:
EMENDA 2 – 7 de junho de 1994: alterou o caput do art. 50 e seu § 2º, apenas para
acrescentar a expressão ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República. Vejamos o texto:
I - natos:
II - naturalizados:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. (redação originária)
Assim, após a sua realização, esgotou-se essa forma de modificação da CF, não podendo
sequer ser estabelecida nova hipótese de procedimento simplificado. Qualquer alteração na
CF deverá ser feita pelo procedimento das emendas constitucionais.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
As emendas constitucionais, por sua vez, permitem a alteração do texto constitucional
por meio de um procedimento rígido. Essa dificuldade assegura a supremacia da CF sobre as
demais normas. Assim, com o exaurimento da revisão constitucional, as emendas
constitucionais são o único meio legítimo de se alterar a redação do texto Constitucional.
II - do Presidente da República;
FASE CONSTITUTIVA:
Deverá ocorrer discussão e votação por duas vezes em cada uma das Casas em dois
turnos, considerando-se aprovada se tiver aprovação em cada turno de votação de 3/5 dos
votos dos respectivos membros de cada Casa – maioria qualificada.
Materiais: algumas matérias não podem ser abolidas do texto constitucional, são as
chamadas cláusulas pétreas. Observe que o que não pode é extinguir, abolir, sendo possível a
sua relativização. Essas limitações podem ser expressas ou implícitas.
Materiais: algumas matérias não podem ser abolidas do texto constitucional, são as
chamadas cláusulas pétreas. Deve-se observar que o que não pode é extinguir, abolir, sendo
possível a sua relativização. Essas limitações podem ser expressas ou implícitas.
As cláusulas pétreas são núcleos temáticos formados por institutos jurídicos de grande
importância, os quais não podem ser retirados da Constituição. Cumpre frisar que o texto
proíbe a abolição destes direitos e garantias, ou seja, a sua descaracterização, a violação de
seu núcleo essencial, contudo não impede que eles sejam modificados, relativizados, para
melhor.
É importante notar que o texto constitucional prevê, no inciso IV, como sendo cláusulas
pétreas apenas os direitos e as garantias individuais. Dessa forma, pela literalidade da
Constituição, não são todos os direitos fundamentais que são protegidos por este instituto,
mas apenas os de caráter individual.
Contudo, para o STF e para as principais bancas, especialmente a CESPE,
todos os direitos fundamentais são considerados CLÁUSULAS PÉTREAS.
Subseção III
DAS LEIS
Iniciativa GERAL
A regra geral para a iniciativa está prevista no Art. 61 da CF, o qual autoriza diversas
pessoas ou órgãos a deflagrar o processo legislativo, sobre qualquer matéria, ressalvadas
aquelas de iniciativa reservada:
Iniciativa RESERVADA
É aquela que existe quando apenas determinados órgãos ou agentes políticos podem
propor leis sobre uma matéria específica. Se outro órgão ou agente propuser uma lei de
iniciativa reservada, essa lei será inconstitucional por vício formal de iniciativa.
II - disponham sobre:
C) DO TRIBUNAL DE CONTAS
Apesar de o Tribunal de Contas da União (TCU) não estar previsto no Art. 61, CF,
entende-se que este detém a iniciativa da lei (ou leis), apenas reguladora de seus cargos,
serviços e funções, com fundamento no Art. 73 c/c Art. 96, II, da CF. O Tribunal de Contas tem,
também, com base no mesmo fundamento, a iniciativa de lei de organização do Ministério
Público que atua junto à Corte de Contas (Art. 130, CF).
D) MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público pode ter iniciativa de processo legislativo referente à criação e extinção
de cargos de seus membros e de seus servidores auxiliares
MEDIDAS PROVISÓRIAS
A CF aboliu a espécie normativa Decreto-Lei, tendo sido substituída pela figura da
Medida Provisória, que inobstante não ser uma lei, tem força de Lei.
Dizer que uma norma tem força de lei significa dizer que a norma exerce alguns dos
efeitos da lei, a MP, portanto, opera:
• - Eficácia formal: posto que determina a suspensão da vigência de atos
contraditórios e não revogação como acontece com a lei.
• - Eficácia material: vinculatividade – produz efeitos jurídicos.
Legitimidade
Trata-se de Ato Executivo do Presidente da República – monocrático e unipessoal.
Competência EXCLUSIVA.
Pressupostos
Relevância: objeto da medida fundamental para o interesse público.
Urgência: a satisfação daquele interesse público não pode aguardar mais do que 100
dias – pedido de urgência.
➢ Limitações Constitucionais
A MP não poderá disciplinar qualquer matéria, conforme Art. 62, § 1º da CF:
A resposta é NÃO!
Devido ao Princípio da Separação de Poderes, o Poder Legislativo não pode fixar prazo
para que o detentor da iniciativa reservada apresente projeto de lei sobre determinada
matéria, ressalvados os casos em que o prazo for definido pela própria Constituição. Com base
no mesmo fundamento, também não cabe ao Judiciário obrigar órgão ou autoridade de outro
Poder a exercer tal iniciativa.
Iniciativa POPULAR
A CF autoriza a iniciativa popular, tanto de projetos de lei ordinária quanto de projetos
de lei complementar; contudo, não prevê essa possibilidade para propostas de emendas
constitucionais.
A iniciativa popular de leis editadas pela União exige a subscrição de, no mínimo, 1%
(um por cento) do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, 5 (cinco) Estados
brasileiros, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles.
Se um projeto de lei for proposto por uma pessoa que não tenha legitimidade para tanto,
ainda que o Presidente sancione o projeto de lei, ainda assim ela será inconstitucional, mesmo
que a iniciativa seja reservada ao próprio Presidente. Isso porque, de acordo com o STF, a
sanção de projeto de lei não convalida o vício de iniciativa.
Prazo
O prazo de duração é de 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período.
Essa prorrogação se dá de forma automática caso a apreciação da MP não tenha sido
concluída pelas Casas Legislativas.
Procedimento
Como a CF não estabeleceu o procedimento para elaboração do Decreto Legislativo, esse
tema é objeto de Regimento Interno das Casas, destacando-se apenas a necessidade de
aprovação em ambas as Casas do Congresso Nacional, sendo que não haverá sanção ou veto
do Presidente da República.
Processo
• Da adoção da MP pelo Presidente da República, submete-a, de imediato, ao
Congresso Nacional.
Caso a MP não seja apreciada em até 45 dias, ela entrará em regime de urgência,
trancando a pauta de votação.
CUIDADO:
O prazo de apreciação da MP é 60 dias.
O prazo de trancamento da pauta é de 45 dias.
Princípio da Irrepetibilidade
Ademais, não é possível editar MP para disciplinar matéria que tenha sido, na mesma
sessão legislativa, objeto de projeto de lei rejeitado.
CONVERSÃO INTEGRAL: não há que se falar em envio para sanção ou veto do PR, uma
vez que está sendo convertido em lei exatamente o texto por ele adotado. O Presidente do
Congresso promulgará a lei sem sanção.
PROCESSO LEGISLATIVO
Outro projeto que pode se submeter ao rito sumário é o previsto no Art. 223, § 1º da CF,
que submete à apreciação dos membros do Congresso Nacional os atos de outorga ou
renovação de concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de
sons e imagens.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela
outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou
promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o
rejeitar.
Procedimento
O projeto deve ser votado em 45 dias em cada Casa. Caso o Senado emende o projeto, a
Câmara terá mais 10 dias para analisar a emenda.
Cumpre observar que se a Lei não puder aguardar esse prazo mínimo é que se cogita a
utilização de Medida Provisória.
LEIS DELEGADAS
As leis delegadas são leis elaboradas pelo Presidente da República, com autorização, via
delegação do Congresso Nacional. Trata-se, portanto, de uma exceção ao princípio da
indelegabilidade de atribuições.
Limitações
Algumas matérias não podem ser objeto de lei delegada, curiosamente praticamente as
mesmas da Medida Provisória:
Procedimento
Como a CF não estabeleceu o procedimento para elaboração do Decreto Legislativo, esse
tema é objeto de Regimento Interno das Casas, destacando-se apenas a necessidade de
aprovação em ambas as Casas do Congresso Nacional, sendo que não haverá sanção ou veto
do Presidente da República.
O Presidente pede ao Congresso Nacional para que lhe delegue competência para
legislar sobre matéria que não é de sua competência.
Fases
LEI COMPLEMENTAR
Desse modo, não existe hierarquia entre lei ordinária e lei complementar e sim
reserva constitucional de competência para uma ou outra espécie normativa.
Dessa forma, seria inconstitucional uma lei ordinária que dispusesse de matéria de
competência reservada à lei complementar. CONTUDO, entende a doutrina que se uma lei
complementar dispuser sobre matéria de lei ordinária, essa lei não ser inconstitucional, mas
poderá ser alterada por simples lei ordinária.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria
absoluta.
O exercício desse poder não é simples, isso porque a nossa Constituição é classificada
como uma Constituição Rígida, ou seja, aquela em que o processo de alteração do seu texto é
mais dificultoso, mais elaborado do que o processo de criação das leis infraconstitucionais.
Dessa forma, a modificação da CF deve ser realizada por processo legislativo especial.
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Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas
por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
➢ Seção IX
PODER LEGISLATIVO
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
O Poder Legislativo, além da função legislativa, possui enquanto função típica a função
de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Executivo e
das entidades da Administração Direta e Indireta.
Na esfera Federal, essa Fiscalização é exercida pelo Congresso Nacional que atua como
CONTROLE EXTERNO, com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
É o que prevê o Art. 70 da CF:
Outros afirmam que o TCU não pertence a nenhum dos Poderes e entendem que ele é
um órgão independente e autônomo, assim como o Ministério Público e que, ao auxiliar o
Poder Legislativo, a ele não se subordina.
COMPETÊNCIA CONSULTIVA
É a competência para elaborar parecer prévio para auxiliar o Congresso Nacional no
julgamento das contas do Presidente. (Art. 49, IX)
COMPETÊNCIA FISCALIZADORA
É a competência do Tribunal para realizar auditorias e inspeções em órgãos e entidades
da Administração Direta e Indireta. Em caso de irregularidades, o Tribunal deve comunicar ao
poder competente as irregularidades observadas. São exemplos dessas competências – Art.
71, III a VI e XI.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;
COMPETÊNCIA INFORMATIVA
Competência para prestar informações ao Congresso Nacional sobre auditorias e
inspeções realizadas.
COMPETÊNCIA CORRETIVA
Competência para corrigir alguns atos; observa-se em duas situações:
Quando a decisão do Tribunal implicar em débito ou multa, essa decisão tem eficácia de
TÍTULO EXECUTIVO.
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a
forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
necessários.
REQUISITOS:
A Escolha dos Ministros do TCU é feita tanto pelo Presidente da República quanto pelo
Congresso Nacional, dentre:
• brasileiros – natos ou naturalizados;
• mais de 35 e menos de 65 anos de idade;
• idoneidade moral e reputação ilibada;
• notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
Administração Pública;
• mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que
exija notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou
de Administração Pública.
➢ ESCOLHA:
Dos nove Ministros:
➢ 3 (1/3) são escolhidos pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, com aprovação pelo
Senado Federal, por maioria simples, dentre:
• 1 de forma livre;
• 1 entre auditores (indicados em lista tríplice pelo TCU);
➢ 1 membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, indicados em
lista tríplice pelo TCU.
A lista deve ser elaborada pelo TCU segundo critérios de merecimento e antiguidade.
➢ COMPOSIÇÃO:
O Tribunal de Contas é composto por 9 Ministros, aos quais são asseguradas as mesmas
garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.
MINISTROS MINISTROS
DO TCU DO STJ
JUÍZES DO
AUDITORES
TRF
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
➢ Seção I
FUNÇÕES TÍPICAS
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
É pertinente lembrar que o nosso sistema de separação dos Poderes adota o modelo de
freios e contrapesos, estabelecendo autonomia e limites aos Poderes, de modo que as
funções estatais não são exercidas de forma absoluta. Nesse sentido, o Poder Executivo exerce
de forma atípica função legislativa, quando, por exemplo, cria uma medida provisória, e exerce
função de julgamento, quando, por exemplo, julga um servidor em um processo
administrativo disciplinar.
Vale frisar que o Poder Executivo não exerce função jurisdicional, pois as decisões
administrativas estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, de modo que não decidem as
questões com definitividade, não fazendo coisa julgada.
Territórios
Apesar de os Territórios não possuírem autonomia política, caso venham a ser criados,
terão uma estrutura de Administração, que será realizada por um Governador nomeado pelo
Presidente com aprovação do Senado.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Para exercer o cargo de Presidente da República e de Vice-Presidente, é necessário o
preenchimento de alguns requisitos. São condições de elegibilidade do Presidente e do Vice-
Presidente.
• a nacionalidade brasileira, na condição de brasileiro nato, Art. 12, §3º I;
• o pleno exercício dos direitos políticos;
• o alistamento eleitoral;
• o domicílio eleitoral na circunscrição;
• a filiação partidária;
• a idade mínima de 35 anos - Art. 14, §3º.
PROCESSO ELEITORAL
As eleições para Presidente e Vice-Presidente, assim como para os demais cargos
políticos, são realizadas pelo Poder Judiciário, por meio da Justiça Eleitoral.
Essas são as regras para o processo eleitoral estabelecidas pelo Art. 77 da CF:
11
Votos válidos = votos apurados, excluídos os brancos e os nulos.
Contudo, o §3º do Art. 77 dispõe que o segundo turno deverá ser realizado 20 dias após
a proclamação do resultado. Observa-se que esse prazo de 20 dias não necessariamente
coincide com o último domingo do mês de outubro. Nesse caso deverá prevalecer a regra do
caput, ou seja, o segundo turno deverá ser realizado no último domingo de outubro.
POSSE
Os eleitos tomarão posse em SESSÃO CONJUNTA do Congresso Nacional no dia 1º de
janeiro do ano seguinte ao da eleição, prestando compromisso de manter, defender e cumprir
a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
integridade e a independência do Brasil.
Se ambos, Presidente e Vice, não assumirem o cargo em 10 dias da data da posse, salvo
motivo de força maior, o cargo será declarado VAGO.
VACÂNCIA E IMPEDIMENTO
A vacância se dá quanto o cargo de Presidente e Vice-Presidente ficam vagos, ou seja,
quando ocorre o afastamento definitivo do Presidente ou Vice, por exemplo: morte, renúncia,
não tomarem posse nos 10 dias.
O impedimento é o afastamento temporário, por exemplo, por uma doença, uma viagem
etc.
➢ VICE-PRESIDENTE
O Vice-Presidente possui duas atribuições constitucionais, a de substituir o Presidente,
no caso de impedimento e a de suceder o Presidente na hipótese de vacância.
A CF ainda determina que o Vice-Presidente deverá auxiliar o Presidente sempre que for
por ele convocado para missões especiais.
O Vice-Presidente ainda participará dos órgãos auxiliares de consulta do Presidente,
Conselho da República (Art. 89, I) e Conselho de Defesa Nacional (Art. 91, I).
Destaca-se, ainda, que o Vice-Presidente poderá ter outras atribuições determinadas em
Lei complementar. Contudo, até o momento, essa lei complementar não foi editada,
permanecendo o Vice-Presidente apenas com as atribuições constitucionalmente
estabelecidas.
Impedimento
SUBSTITUI
Temporário
VICE
Vacância
SUCEDE
Definitivo
Presidente da Câmara
Presidente do Senado
Presidente do STF
Contudo, caso a dupla vacância ocorra nos dois últimos anos do mandato presidencial,
serão realizadas eleições INDIRETAS, realizadas pelo CONGRESSO NACIONAL, no prazo de 30 dias.
Tanto nas eleições diretas quanto indiretas os eleitos, Presidente e Vice-Presidente deverão
cumprir os seus mandatos apenas pelo tempo que falta para completar o prazo de quatro anos.
É por isso que essa hipótese é chamada de mandato tampão, porque os novos eleitos
deverão apenas completar o período dos antecessores, contando-se esse prazo para fins de
reeleição. Assim, a eleição não autoriza o início de um novo mandato de quatro anos.
•Eleições diretas
2 primeiros anos •90 dias
•Justiça Eleitoral
•Eleições indiretas
2 últimos anos •30 dias
•Congresso Nacional
MANDATO E REELEIÇÃO
AUSÊNCIA DO PAÍS
A CF determina que o Presidente e o Vice-Presidente não poderão ausentar-se do país
por período superior a quinze dias sem autorização do Congresso Nacional. Caso isso
aconteça, eles perderão o cargo, ocorrendo hipótese de Vacância dos respectivos cargos.
PERDA DO MANDATO
Apenas para fins didáticos, a doutrina classifica as formas de perda do mandato pelo
Presidente e pelo Vice-Presidente da República. Vejamos:
Extinção: é uma forma de perda do mandato, podendo ser voluntária ou não, podendo
ocorrer nas hipóteses de morte, renúncia ou mesmo de perda da nacionalidade, ocasião em
que o Presidente ou Vice-Presidente perdem uma das condições de elegibilidade.
•Morte, renúncia
Extinção
•Perda da nacionalide
•Posse 10 dias
Vacância
PODER EXECUTIVO
FUNÇÕES
O Poder Executivo, assim como os demais Poderes do Estado, possui funções típicas e
funções atípicas.
A função típica do Poder Executivo é a função executiva, que abrange o exercício das
atividades de Chefia de Estado, Chefia de Governo e Chefia da Administração Pública.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
Convém observar que o Presidente não possui competência para sancionar ou vetar
emendas constitucionais, mas tão somente as leis.
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
As MPs não são leis, mas possuem força de lei, na medida em que durante a sua vigência
possuem força vinculante e caráter coercitivo. Constituem exemplo de funções atípicas
legislativas do Presidente.
COMPETÊNCIAS DELEGÁVEIS
De todas essas competências que analisamos até agora, apenas três delas podem ser
delegadas, quais sejam:
Seção III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
➢ CRIMES COMUNS
Denúncia: INÍCIO NO STF - Ação Penal - Procurador-Geral da República (APP) ou do
ofendido no caso de Queixa.
12
MS 24.128.
Condenação de natureza penal – perda do mandato via reflexa (Art. 15, III CF – efeito
automático da condenação é a suspensão dos Direitos Políticos).
Assim, o Presidente da República poderá ser responsabilizado por dois tipos de crimes:
I - a existência da União;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
O rito dos processos de crime comum e impeachment estão previstos nos artigos 86, 51 e
52 da CF:
➢ IMUNIDADE FORMAL
• O Presidente só poderá ser preso após sentença penal condenatória; nem em
flagrante, nem prisão preventiva, cautelar. ATENÇÃO: a decisão não precisa
estar transitada em julgado.
➢ Seção IV
ATRIBUIÇÕES
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras
atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da administração federal na área de sua competência e
referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da
República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua
gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
I - o Vice-Presidente da República;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos
de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional
I - o Vice-Presidente da República;
IV - o Ministro da Justiça;
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
➢ Seção I
O Poder Judiciário, assim como os demais Poderes, exerce tanto funções típicas quanto
funções atípicas.
O Poder Judiciário é uno e indivisível, uma vez que tem o mesmo conteúdo e a mesma
finalidade. Assim, o Poder Judiciário não é nem federal, nem estadual, e sim NACIONAL.
Os órgãos que compõem o Poder Judiciário é que podem ser federais ou estaduais, de
acordo com as competências que lhe são atribuídas.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
O STF e o STJ são chamados de ÓRGÃOS DE SUPERPOSIÇÃO, pois podem julgar tanto
processo da Justiça Federal quanto da Justiça Estadual.
E, ainda, o STF e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) têm jurisdição em todo o
território nacional e sede na Capital Federal. São, por isso, chamados órgãos de
convergência.
STF
CNJ
JUSTIÇA FEDERAL
➢ COMUM:
• Juízes Federais;
• Tribunais Regionais Federais.
➢ ESPECIALIZADA:
• Justiça do Trabalho;
• Justiça Eleitoral;
• Justiça Militar.
JUSTIÇA ESTADUAL
➢ COMUM
• Juízes de Direito;
• Tribunais de Justiça.
➢ ESPECIALIZADA
• Juiz de Direito;
• Conselho de Justiça;
• Tribunal de Justiça Militar.
SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
- STF
Conselho Nacional
de Justiça - CNJ
TJ – TRT – Tribunal
TRF – Tribunal TRE Tribunal
TJ ou TJM Tribunal De Justiça Regional Trabalho
Regional Federal Regional Eleitoral
CARREIRA DA MAGISTRATURA
O Art. 93 da Constituição Federal estabelece que lei complementar, de iniciativa do
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, devendo observar
uma série de princípios. Esses princípios buscam dar uma maior produtividade e
transparência na prestação jurisdicional, bem como dar mais efetividade à justiça. Trata-se de
uma lei orgânica que dispõe a respeito dos órgãos e da estrutura do Poder Judiciário – a lei em
vigor é a LC 35/1979 (LOMAN).
PROMOÇÃO
Os juízes podem ser promovidos de entrância a entrância por critérios de merecimento
e antiguidade.
13
Resolução 75/2009 CNJ – Art. 59 define o que se entende por atividade jurídica.
DEMAIS DISPOSIÇÕES
QUINTO CONSTITUCIONAL
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será
composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos
de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das
respectivas classes.
FUNCIONAIS
14
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;
Essas vedações visam assegurar a imparcialidade dos juízes, juntamente com as suas
garantias.
Incompatibilidade do cargo de juiz com a função na Justiça Desportiva. Resol. CNJ 10/2005;
De acordo com a jurisprudência do STF, na ADI 3.126 o juiz pode exercer mais de uma
atividade de magistério, desde que seja compatível com suas atividades (horários).
Observe que a eleição dos órgãos diretivos dos Tribunais, assim como a disposição sobre
a competência e o funcionamento dos órgãos jurisdicionais e administrativos é uma
atribuição privativa dos próprios Tribunais e não uma competência do CNJ.
O inciso II autoriza que os Tribunais elaborem projeto de lei para dispor a respeito de
sua organização. Convém destacar que, nesses casos, eles não o fazem diretamente, mas tão
somente requerem ao Legislativo:
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo,
observado o disposto no art. 169:
Cumpre observar que essa vedação não se estende aos juízes de paz, pois eles devem ter
filiação partidária e se candidatarem ao cargo de juiz de paz.
15
(...) os juízes de paz integram o Poder Judiciário e a eles se impõe a vedação prevista no art. 95, parágrafo único, II,
da Constituição, a qual proíbe a percepção, a qualquer título ou pretexto, de custas ou participação em processo pelos
membros do Judiciário.[ADI 954, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2011, P, DJE de 26-5-2011.]
Presidentes do
Supremo
Tribunal Federal
União
Presidente dos
Tribunais
Proposta
orçamentária Superiores
Presidente dos
Estadual/DF
TJ
Não há necessidade de pedido das partes para que haja o deslocamento do incidente de inconstitucionalidade para
o Pleno do tribunal. Isso porque é dever de ofício do órgão fracionário esse envio, uma vez que não pode declarar
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, nem afastar sua incidência, no todo
ou em parte. [Rcl 12.275 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-5-2014, P, DJE de 18-6-2014.]
JUIZADOS ESPECIAIS
A criação de Juizados Especiais encontra-se prevista no Art. 98, I:
JUSTIÇA DE PAZ
A Justiça de Paz encontra-se prevista no Art. 98, II:
Eletiva: é composta por cidadão eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos.
Isso significa que a eleição do juiz de paz foi incluída no “sistema eleitoral global”,
previsto no Art. 14, § 3.º da CF/88, devendo ser realizada juntamente com as eleições
municipais, aplicando-se assim ao juiz de paz todos os requisitos de elegibilidade ali previstos,
inclusive no que tange à filiação partidária.
Temporária: não são vitalícios, já que eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de 4 anos.
17
ADI 954 - Art. 98, II, c/c os Arts. 92, VII e 125, § 1.º, todos da CF/88 e Art. 112, c/c o Art. 17, § 5.º, da LC n. 35/79 –
LOMAN).
COMPETÊNCIA:
• JULGAMENTO E EXECUÇÃO DE CAUSAS CÍVEIS DE MENOR COMPLEXIDADE;
• TRANSAÇÃO;
Autonomia
administrativa
INSTITUCIONAIS
Autonomia
financeira
GARANTIAS Vitaliciedade
Independência Inamovibilidade
FUNCIONAIS
Imparcialidade
Irredutibilidade
(vedações)
PRECATÓRIOS
A CF dedicou um artigo inteiro para tratar sobre os chamados precatórios, que nada
mais são do que requisições de pagamento expedidas pelo Poder Judiciário destinadas a
cobrar os entes federativos – União, Estados, Municípios e Distrito Federal - em virtude de
condenações judiciais definitivas.
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por
cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do §
5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório
serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em
parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de
juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos,
perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou
defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
➢ Seção II
SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
- STF
Conselho Nacional
de Justiça - CNJ
TJ – TRT – Tribunal
TRF – Tribunal TRE Tribunal
TJ ou TJM Tribunal De Justiça Regional Trabalho
Regional Federal Regional Eleitoral
➢ COMPETÊNCIAS
CONTROLE CONCENTRADO
Como vimos, o Brasil adota o modelo de controle judicial misto de constitucionalidade,
que pode ser de duas formas: difuso e concentrado.
Veremos agora mais detalhes a respeito do controle concentrado de constitucionalidade.
CONCEITO E ORIGEM
Esse modelo foi inserido no nosso ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional
16/1965, ou seja, foi inserido na vigência da Constituição de 1946.
Nesse modelo, o controle é feito de forma abstrata, em tese, sem que exista um caso
concreto a ser analisado. A inconstitucionalidade é verificada então por meio de uma ação que
visa especificamente ao controle de constitucionalidade da norma.
Como essas ações não visam assegurar um direito subjetivo em um caso específico, a
doutrina chama esses processos de processos objetivos.
Esse modelo de controle é chamado de concentrado, abstrato, direto, por via de ação,
via principal, em tese.
➢ Competência
A competência para o controle concentrado é originária:
• do STF: quando visa analisar a constitucionalidade de leis em face da
Constituição Federal;
• do Tribunal de Justiça: quando visar analisar a constitucionalidade de leis
locais em face da Constituição Estadual.
O rol de competências do STF, por ter fundamento Constitucional, não pode ser
estendido por leis infraconstitucionais. Trata-se de rol TAXATIVO.
Competências ORIGINÁRIAS:
COMPETÊNCIA
A competência para processar e julgar essa modalidade de ação é exclusiva do STF,
conforme Art. 102, I, “a” da CF/88:
I - processar e julgar, originariamente:
LITÍGIOS
JUIZ
STF
FEDERAL
RECURSO
ORDINÁRIO
STJ
A alínea “f” se refere aos conflitos envolvendo litígios entre União, Estado, Distrito
Federal e territórios, inclusive entidades de sua Administração Indireta.
Entretanto, não se trata de qualquer conflito, deve ser um conflito que possa trazer risco
ao pacto federativo. É esta a interpretação do STF:
STJ x TRIBUNAIS
STJ, TST, TSE, STM X Tribunais
18
Para fim da competência originária do STF, é de interesse geral da magistratura a questão de saber se, em face da
Loman, os juízes têm direito à licença-prêmio.
[Súmula 731.]
19
Envolvendo o conflito de competência o TST e tribunal de justiça, incumbe ao Supremo apreciá-lo.
[CC 7.950, rel. min. Marco Aurélio, j. 14-9-2016, P, DJE de 1º-8-2017.]
Sobre a competência do STF para julgar os Conselhos, ressalta-se que essa competência
se limita às ações tipicamente constitucionais: mandados de segurança, mandados de
injunção, habeas corpus e habeas data:
Presidente e Vice
Membros do CN
COMUM
M. STF
PGR
M. ESTADO
STF - originária
COMANDANTES
FORÇAS ARMADAS
COMUM E DE M. TRIBUNAIS
RESPONSABILIDADE SUPERIORES
JULGAR AÇÕES
CONTRA O CNJ E TCU
CNMP
MISSÃO
DIPLOMÁTICA
PERMANENTE
COMPETÊNCIA RECURSAL
Competências RECURSAIS: essas competências podem ser materializadas mediante
Recurso Ordinário ou Extraordinário.
RECURSO ORDINÁRIO:
II - julgar, em recurso ordinário:
b) o crime político.
Habeas corpus contra ato de turma Recursal (Juizados Especiais): compete ao Tribunal
de Justiça ou ao Tribunal Regional Federal, conforme o caso, julgar habeas corpus impetrado
contra ato praticado por integrantes de Turmas Recursais de Juizado Especial20.
Crimes políticos, para os fins do Art. 102, II, b, da CF, são aqueles dirigidos,
subjetiva e objetivamente, de modo imediato, contra o Estado como unidade
orgânica das instituições políticas e sociais e, por conseguinte, definidos na Lei de
Segurança Nacional, presentes as disposições gerais estabelecidas nos Arts. 1º e
2º do mesmo diploma legal.
Cumpre observar que a competência do STF neste caso é recursal, pois a competência
originária para julgar os crimes políticos é da Justiça Federal (Art. 109, IV da CF/88)22
RECURSO EXTRAORDINÁRIO:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida:
20
[ARE 676275 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T, j. 12-6-2012, DJE de 1º-8-2012.] – Fica assim superada a Súmula
690 do STF: Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de
Turma Recursal de Juizados Especiais Criminais.
21
COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO DE TURMA RECURSAL. O julgamento do mandado de segurança
contra ato de turma recursal cabe à própria turma, não havendo campo para atuação quer de tribunal de justiça, quer
do Superior Tribunal de Justiça. (AI 666523 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/
Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 26/10/2010, DJe-234 DIVULG 02-12-2010 PUBLIC 03-12-
2010 EMENT VOL-02444-02 PP-00415)
22
Art. 109. Aos Juízes Federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral;
Aplicam-se aqui as mesmas regras já estudadas sobre a ADI e ADC, inclusive quanto à
pertinência temática e representação via advogado.
COMPETÊNCIA
OBJETO
O objeto da ADPF encontra-se elencado no Art. 1º da Lei 9.882/99, vejamos:
1a – ARGUIÇÃO AUTÔNOMA
Essa hipótese visa afastar qualquer ação ou omissão do Poder Público que ameacem ou
lesem efetivamente um preceito fundamental.
Observa-se nessa hipótese tanto um caráter preventivo (evitar lesão) quanto repressivo
(reparar lesão) dessa ação.
23
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo, p. 833. LENZA, Pedro. p. 401.
2ª – ARGUIÇÃO INCIDENTAL
Art. 6º
§ 1º Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos
que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito ou
comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data
para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade
na matéria.
24
Art. 5º XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
25
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo, p. 833
Art. 4º
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
PRECEITO FUNDAMENTAL
PETIÇÃO INICIAL
Como já vimos a Lei nº 9.882/99 regulamenta a ADPF e, nos artigos 3º e 4º, ela
estabelece como a petição inicial deve ser elaborada.
Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma liminar pelo relator, cabendo agravo da decisão.
PEDIDO DE INFORMAÇÕES
Após o recebimento da petição inicial, o relator deve apreciar pedido liminar, se houver.
Na sequência, deverá solicitar informações às autoridades responsáveis pela prática do ato
questionado, no prazo de 10 dias.
Como se sabe, o PGR deve ser sempre ouvido nas ações de controle concentrado, no
prazo de 5 dias.
Apesar de a Lei não se manifestar sobre a participação do AGU, o STF tem entendido
pela sua necessidade.
Após as informações serem prestadas, e o AGU e o PGR serem ouvidos, o relator deverá
elaborar um relatório encaminhando cópia para os Ministros e pedindo data para
julgamento.
Pode ainda o relator, visando à melhor instrução do processo, ouvir as partes nos
processos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito para
emissão de parecer, marcar audiência pública, ouvir depoimento de pessoas que possam
auxiliar na melhor interpretação da matéria.
DECISÃO DE MÉRITO
DELIBERAÇÃO
O quórum de instauração da sessão de julgamento de uma ADPF é de pelo menos 2/3 dos
membros, ou seja, 8 Ministros. Sem esse número mínimo de Ministros, a sessão não será
iniciada.
EFEITOS DA DECISÃO
➢ A ADPF produz os seguintes efeitos:
• erga omnes;
CUIDADO com a redação do Art. 10, § 3º; apesar de falar que a decisão terá efeito
vinculante sobre os demais órgãos do Poder Público, não está incluído o Poder Legislativo.
Como a ADPF pode ter vários fundamentos, a decisão depende do pedido. Vejamos:
• Se for pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade, a decisão pode adotar
as mesmas técnicas da ADI e ADC (intepretação conforme a CF/ declaração
parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto etc.).
• Se for um ato concreto, a ADPF impedirá a sua aplicação.
• Se for direito pré-constitucional, a ADPF deverá declarar a sua recepção ou
revogação.
MODULAÇÃO DE EFEITOS
Como vimos, a decisão da ADPF produz efeitos erga omnes, vinculantes, ex tunc.
PRODUÇÃO DE EFEITOS
A decisão produz efeitos imediatos, não dependendo da publicação da ata da sessão de
julgamento no Diário Oficial, é o que determina o Art. 10, § 1º:
Art. 10.
§ 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da
decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. (grifo nosso)
IRRECORRIBILIDADE
A decisão da ADPF é irrecorrível, e apesar de a lei não dispor nada a respeito, a doutrina
entende ser cabível a oposição de embargos de declaração, que servem tão somente para
suprir eventual omissão, obscuridade ou contradição da decisão por analogia à ADI e ADC.
Essa regra também vale para o âmbito estadual, conforme súmula 637 do STF: Não cabe
recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção
estadual em Município.
DECRETO INTERVENTIVO
NATUREZA AMBIVALENTE
Diz-se que a ADPF é também dotada de natureza dúplice ou ambivalente, isso porque, a
depender do pedido formulado, ela pode gerar o reconhecimento da constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do ato normativo questionado.
IMPRESCRITIBILIDADE
Conforme entendimento do STF, a ADPF não se sujeita a prazos de prescrição ou
decadência.
DESISTÊNCIA
Apesar de não existir previsão na Lei nº 9.882/99, não se admite a desistência da ADPF,
ou seja, uma vez proposta por um dos legitimados, ele não poderá oferecer pedido de
desistência da ação (princípio da indisponibilidade).
SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO
Assim como ocorre da ADI e na ADC, na ADPF, por se tratar de processo objetivo, não
cabe alegação de suspeição de Ministro, mas poderá ser alegado o seu impedimento quando o
Ministro já tiver atuado anteriormente na condição de PGR ou AGU, requerente ou requerido
na ação.
26
É a atuação de pessoas estranhas a determinado processo judicial quando esta não se dá por litisconsórcio. Ex.:
assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo.
Súmula 640
É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro
grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de Juizado Especial Cível e
Criminal.
Ato de Governo
Recurso
X Constituição EXTRAORDINÁRIO STF
Federal
Provimento:
• No âmbito federal: STF.
• No âmbito estadual: TJ.
Decreto:
• No âmbito federal: Presidente;
• No âmbito estadual: Governador.
27
CPC/2015. Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário
quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de
vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo
Tribunal Federal.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;
II – (Revogado)
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição
Federal.
Decreto Intervenção -
Representação PGR/PGJ PROVIMENTO STF/TJ
Presidente/Governador
Como vimos, nas competências originárias do STF, compete a esse órgão o julgamento
da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (aqui se
incluem as leis do DF, quando editadas no exercício de competência estadual28) e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, apenas.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade é uma ação existente no modelo de controle
concentrado e abstrato que tem por objetivo afastar normas que violem a Constituição
Federal, exercendo o controle em tese, ou seja, sem que haja análise de um caso concreto. O
pedido é o reconhecimento da inconstitucionalidade da norma.
PETIÇÃO INICIAL
Como já vimos, a Lei 9.868/99 regulamenta a ADI e, nos artigos 3º e 4º ela estabelece
como a petição inicial deve ser elaborada. Resumidamente, a petição inicial deverá indicar
qual o ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos da sua inconstitucionalidade.
Lembrando que o STF fica vinculado ao pedido (princípio do pedido), e não à causa de pedir
(causa de pedir aberta).
28
Como se sabe o Distrito Federal cumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios (Art. 32. § 1º da
CF/88), dessa forma só poderá ser objeto de ADI aquela lei produzida pelo DF quando editada no exercício de
competência estadual.
Art. 32. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
[Súmula 642.STF]
Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa
municipal.
Deverá ainda ser apresentada em duas vias, com cópia da norma impugnada dos
documentos necessários à comprovação da inconstitucionalidade. Deve também ser
acompanhada de procuração, mas apenas para aqueles legitimados que dependam de
representação por intermédio de advogado, que são: os partidos políticos com representação
no Congresso Nacional e as confederações sindicais e entidades de classe no âmbito nacional.
Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma limitar pelo relator, cabendo agravo da decisão.
Art. 3º A petição indicará:
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações;
II - o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos
necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
NATUREZA AMBIVALENTE
Diz-se que a ADI é dotada de natureza dúplice ou ambivalente. É dizer: se a ADI for
julgada improcedente, significa afirmar que a norma impugnada é compatível com a
Constituição, ou seja, implica o reconhecimento da sua constitucionalidade. De outro sentido,
se a ADI for julgada procedente, significa que a norma impugnada é inconstitucional. Desse
modo, tanto na procedência quanto na improcedência da ação, a decisão de mérito produzirá
efeitos.
Imprescritibilidade
Conforme entendimento do STF, a ADI não se sujeita a prazos de prescrição ou
decadência.
DESISTÊNCIA
Conforme Art. 5º da Lei 9.868/99 não se admite a desistência da ADI, ou seja, uma vez
proposta por um dos legitimados, ele não poderá oferecer pedido de desistência da ação.
Princípio da Indisponibilidade.
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO
Sabe-se que os juízes devem julgar sempre de forma imparcial, com a finalidade de
manter a imparcialidade do Poder Judiciário. A legislação processual civil criou dois institutos:
o impedimento e a suspeição.
Na ADI, por se tratar de processo objetivo, não cabe alegação de suspeição de Ministro,
mas poderá ser alegado o seu impedimento quando o Ministro já tiver atuado anteriormente
na condição de PGR ou AGU, requerente ou requerido na ação.
Amicus Curiae é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o tribunal,
provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre questões essenciais ao
processo.
O Art. 7º, § 2º, da Lei 9.868 autoriza a manifestação de outros órgãos ou entidades na
ADI, ou seja, admite a figura do Amicus Curiae. Vejamos:
LEGITIMIDADE ATIVA
Têm legitimidade para propor a ADI aquelas pessoas elencadas no Art. 103 da CF/88.
Trata-se de rol taxativo. Vejamos:
I - o Presidente da República;
29
É a atuação de pessoas estranhas a determinado processo judicial quando esta não se dá por litisconsórcio. Ex.:
assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo.
VI - o Procurador-Geral da República;
Para caracterizar uma entidade de classe com caráter nacional, deve-se comprovar,
além da previsão estatutária de defesa dos interesses da categoria em todo território nacional,
que a entidade tenha associados ou membros em pelo menos nove Estados da Federação.
É pertinente observar que apenas as Confederações Sindicais podem propor ADI, não
sendo legitimados os sindicatos, as federações e as centrais sindicais.
Entendeu o STF que Associações formadas apenas por pessoas jurídicas (associações de
associações) também têm legitimidade para interpor ADI, mesmo não mencionadas no Art.
103.
Dessa forma, a Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão, que integra o sistema
de controle concentrado e abstrato, tem por objetivo a declaração, pelo STF, da omissão,
buscando tornar efetiva a norma constitucional.
➢ Essa ação foi inserida em nosso ordenamento pela CF/88 (Art. 10330 , § 2º).
• Essa ação é regulamentada também pela Lei 9.868/1999.
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da
Seção I do Capítulo II desta Lei.
OBJETO
A ADO tem como objeto a omissão inconstitucional, que pode ser tanto legislativa
quanto administrativa, bem como pode ser total ou parcial.
COMPETÊNCIA
Como sabemos, a competência para o controle concentrado no âmbito federal é do STF.
LEGITIMIDADE
Nos termos do Art. 12-A da Lei 9.868/1999 são legitimados ativos os mesmos para
propor a ADI, como dispõe o Art. 103 da CF/88. Vejamos:
30
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada
ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo,
para fazê-lo em trinta dias.
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Essa ação, por ser também uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, possui as mesmas
características e o procedimento da ADI genérica, já estudados, apenas com algumas
peculiaridades, como dispõe o Art. 12- E da Lei 9.869/99:
➢ Uma observação importante a ser traçada, neste momento, quanto à ADO, é que
não pode propor ADO a autoridade que também for a competente para elaborar
a norma omissa.
DESISTÊNCIA
Também não se admite a desistência da ADO (princípio da indisponibilidade), por se
tratar de processo de natureza objetiva, conforme Art. 12-D da Lei nº 9.868/99:
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não
se admitirá desistência.
PETIÇÃO INICIAL
O Art. 12-B da Lei 9.868/99 dispõe sobre os requisitos da petição inicial na ADO. Vejamos
Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma liminar pelo relator, cabendo agravo da decisão.
PEDIDO DE INFORMAÇÕES
Neste tópico, segue-se a mesma regra da ADI, ou seja, devem ser solicitadas informações
aos órgãos ou autoridades a respeito da omissão inconstitucional.
AGU E PGR
Após o decurso do prazo para informações, o PGR será intimado para manifestar-se,
lembrando que a atuação do PGR na ADO é obrigatória, assim como em todas as ações de
controle concentrado. Entretanto, na ADO só se manifestará se não for o autor da ação e no
prazo de 15 dias.
Art. 12-E, §3,º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for
autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para
informações.
DECISÃO DE MÉRITO
O quórum para a declaração de inconstitucionalidade por omissão é o mesmo da ADI, ou
seja, maioria absoluta (6 Ministros), em sessão iniciada com pelo menos 8 Ministros (2/3).
MEDIDA CAUTELAR
➢ É também possível a concessão de medida cautelar em ADO, desde que se
constate:
• excepcional urgência;
• relevância da matéria.
Quórum: maioria absoluta.
No caso de omissão parcial, a medida cautelar pode implicar a suspensão da aplicação
da lei ou do ato normativo questionado. Pode ser concedida ainda para determinar a
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos em curso, ou ainda
impor outras providências que o Tribunal considerar pertinente.
Não pode, por exemplo, o Presidente da República interpor ADI e, no curso do processo,
o Governador de Estado apresentar recurso. Nesse caso, apenas o Presidente tem legitimidade
para interpor o Recurso.
Para caracterizar uma entidade de classe com caráter nacional deve-se comprovar,
além da previsão estatutária de defesa dos interesses da categoria em todo território nacional,
que a entidade tenha associados ou membros em pelo menos nove Estados da Federação.
Cumpre observar que apenas as confederações sindicais podem propor ADI, não sendo
legitimados os sindicatos, as federações e as centrais sindicais.
Entendeu o STF que associações formadas apenas por pessoas jurídicas (associações de
associações) também têm legitimidade para interpor ADI, mesmo que não mencionadas no
Art. 103.
Presidente
3 pessoas: Governador
PGR
Legitimidade ADI
Mesa das Assembleias
legislativas ou da Câmara do
Distrito Federal
Mesa do Senado
Confederação Sindical ou
Precisam de advogado
Entidade de Classe Nacional
PERTINÊNCIA TEMÁTICA
UNIVERSAIS ESPECIAIS
PGR E AGU
O PGR, chefe do Ministério Público da União, tem o dever de atuar como fiscal da
Constituição, devendo opinar de forma autônoma pela constitucionalidade ou
inconstitucionalidade da norma impugnada, inclusive quando ele mesmo promove a ADI.
Obviamente, o parecer do PGR não tem caráter vinculativo, mas meramente opinativo. O PGR
atua em todas as ações de controle abstrato, conforme determina o § 1º do Art. 103 da CF/88:
O AGU é o chefe da Advocacia Pública, entretanto na ADI não deverá atuar dentro das
suas funções institucionais (Art. 131 da CF/88). Isso porque a CF dá ao AGU a incumbência de
promover a defesa da constitucionalidade da norma impugnada, conforme dispõe o Art.
103, § 3º da CF/88. Vejamos:
Entretanto, o AGU tem plena autonomia para decidir como pretende se manifestar, se
pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma, de acordo com a orientação do
STF. ATENÇÃO! O AGU não tem legitimidade para provocar o controle abstrato e não deve se
manifestar na ADC.
OBJETO
A ADI serve para analisar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, editado APÓS
a CF/88:
• Federal;
• Estadual;
Leis orgânicas, leis e atos normativos municipais só serão analisados pelo STF em sede
de controle difuso (recurso extraordinário) ou por meio de ADPF, como veremos adiante.
Vale lembrar que essas leis e atos normativos, para ser objeto de ADI, devem atender aos
seguintes requisitos:
• Devem ter sido editados na vigência da CF. Isso porque, como já se sabe, o
direito pré-constitucional não é objeto de controle de constitucionalidade, e sim
de recepção ou revogação. (lembrando que o direito pré-constitucional pode ser
alegado no controle difuso e na ADPF).
• O ato deve ter abstrato, genérico e possuir normatividade. Não cabe ADI de
atos de efeitos concretos. É ato de efeito concreto, por exemplo, um decreto de
nomeação de servidor. Dessa forma, esse ato não pode ser objeto de ADI por ter
efeitos concretos.
Essa restrição não se aplica se o ato de efeito concreto tiver a forma de lei formal
(aprovada pelo Legislativo), por exemplo, a LOA (Lei Orçamentária Anual); LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias).
• Devem ser atos autônomos. Por isso só se submetem à ADI os atos normativos
primários; atos meramente regulamentares não são objetos de ADI.
• A norma impugnada deve estar vigente. Não são objetos de ADI atos
normativos revogados ou com eficácia exaurida.
➢ Para fins de prova, podemos elencar alguns atos normativos objeto de ADI:
• Emenda Constitucional;
• Constituição Estadual;
• Tratados e convenções internacionais;
• Leis complementares, ordinárias ou delegadas;
31
Como se sabe, o Distrito Federal cumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios (Art. 32, § 1º, da
CF/88). Dessa forma, só poderá ser objeto de ADI aquela lei produzida pelo DF quando editada no exercício de
competência estadual.
Art. 32. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
NÃO CABE ADI sobre norma já declarada constitucional pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, mesmo que em recurso extraordinário, ou seja, no controle difuso, exceto
quando venham a ocorrer modificações significativas de ordem jurídica, social ou econômica,
ou se apresentem argumentos supervenientes, nitidamente mais relevantes do que aqueles
que antes prevaleciam.
Nesse caso, a petição inicial será considerada inepta e indeferida pelo relator.
PARÂMETRO DE CONTROLE
O parâmetro do controle na ADI é:
• ADCT;
PRINCÍPIO DO PEDIDO
No controle concentrado de constitucionalidade, o Poder Judiciário só poderá exercer
esse controle se for provocado, e não de ofício. Ademais, a atuação do Judiciário fica limitada à
análise dos dispositivos que foram questionados; é o que se chama de princípio do pedido, de
adstrição ao pedido, ou princípio da congruência.
Erga omnes
Ex tunc
Regra
EFEITOS ADI
Vinculante
Repristinatório
Razões de
Modulação
segurança jurídica
Excepcional
interesse social
IRRECORRIBILIDADE
A decisão na ADI e na ADC é irrecorrível, sendo cabíveis apenas Embargos de
Declaração, que servem tão somente para suprir eventual omissão, obscuridade ou
contradição da decisão.
Não cabe AÇÃO RESCISÓRIA.
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou
em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de
embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de
ação rescisória.
Imaginemos, por exemplo, uma sentença transitada em julgado em 2016 que aplicou a
lei X, sendo que em 2017 a lei X foi declarada inconstitucional. Essa decisão não vai retroagir e
afastar automaticamente os efeitos da sentença anterior, para isso a parte deverá impetrar
Ação Rescisória.
Ex.: imaginemos que o STF declarou a inconstitucionalidade da Lei Y, do Estado "X", que
estabelecia reserva de vagas para as mulheres nas universidades estaduais, por entender
configurada a ofensa ao princípio constitucional da isonomia.
Considere que outro Estado da Federação editou a Lei W, de idêntico teor.
SÚMULAS VINCULANTES
Apenas o Supremo Tribunal Federal tem competência para editar súmulas com efeito
vinculante, outros tribunais podem editar súmulas, mas sem efeito vinculante.
A Lei nº. 11.417/2006 regulamenta as Súmulas vinculantes.
➢ Criação: Apenas pelo STF;
➢ Iniciativa: De ofício ou provocação dos mesmos legitimados para propor ADI
(Art. 103 CF). Destaca-se que a Lei 11.417/2006 ampliou esse rol de legitimados,
incluindo além dos legitimados da ADI, também:
• O Defensor Público-Geral da União;
• Os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito
Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais
do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
Aprovação: quórum de 2/3 dos membros, ou seja, pelo menos 8 Ministros.
Objeto da súmula: a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas.
Requisitos:
• Matéria constitucional;
• Reiteradas decisões do STF sobre essa matéria, ou seja, a posição do STF já deve
estar consolidada;
• Controvérsia atual, nem futura e nem superada, entre os órgãos do Poder
Judiciário ou entre eles e a Administração Pública;
• Grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica.
Vigência: a partir da publicação no diário oficial.
Efeitos: vinculantes para a Administração Pública – direta e indireta – nas três esferas e
para os demais órgãos do Poder Judiciário, ou seja, não vincula o próprio STF, nem o Poder
Legislativo.
Reclamação: Em caso de descumprimento da súmula poderá ser feita reclamação ao
STF que, em caso de procedência, determinará:
• Se for ato administrativo: a anulação do ato.
• Contra omissão ou ato da Administração Pública, o uso da reclamação só será
admitido após esgotamento das vias administrativas.
• Se for decisão judicial: a cassação da decisão judicial contrária, determinando
que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.
➢ 1/6 advogados
32
ADI – 4.078
Um dos temas mais cobrados em prova trata da composição do CNJ, que está prevista no
Art. 103-B da CF:
COMPOSIÇÃO
15 membros;
mandato de 2 anos;
admitida 1 recondução.
Vejamos quais são os membros
Presidente do Presidente do
STF CNJ 1 Ministro
Corregedor
do STJ
Desembargador
STF STJ Juiz do TRF
do TJ
Ministro do TST
Ministério Público
União - MPU
TST Juiz do TRT Procurador-Geral
da República - PGR
Ministério Público
Estadual - MPE
Juiz do Trabalho
PRESIDÊNCIA
O CNJ tem como Presidente o Presidente do Supremo Tribunal Federal e, na sua
ausência e impedimento, será substituído pelo Vice-Presidente do STF.
COMPETÊNCIAS
As competências do Conselho Nacional de Justiça, constam no Art. 103-B, § 4º da
Constituição Federal e constam de um rol EXEMPLIFICATIVO.
administrativa
CONTROLE financeira
do cumprimento
dos deveres
funcionais dos
juízes
ATENÇÃO: de acordo com a jurisprudência do STF (MS 27.621/DF), o CNJ não dispõe de
atribuições institucionais para exercer a fiscalização da atividade jurisdicional dos
magistrados e tribunais.
O CNJ pode analisar a legalidade dos atos administrativos, mas não a sua
Constitucionalidade.
Destaca-se que outros órgãos de fiscalização também poderão analisar a legalidade dos
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, como, por
exemplo, o TCU.
A competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para processar e julgar ações que
questionam atos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP) limita-se às ações tipicamente constitucionais: mandados de segurança,
mandados de injunção, habeas corpus e habeas data (AO 1814).
PRERROGATIVA DE FORO
De acordo com o Art. 52, II os Ministros do CNJ são julgados pelos crimes de
responsabilidade no Senado Federal.
Ex.: se o crime comum foi feito pelo Juiz de direito, a competência será do TJ respectivo,
se Ministro do STJ, perante o STF.
CORREGEDOR
OUTRAS REGRAS
Para se lembrar do número de membros do STJ, a dica é a frase “Somos Todos Jesus”,
lembrando que Jesus morreu aos 33 anos.
A escolha dos Ministros do STJ não é livre como na composição do STF, sendo:
• 1/3 de juízes dos TRFs;
• 1/3 de desembargadores dos TJ estaduais;
• 1/3 dividido assim:
• 1/6 advogados;
• 1/6 membros do Ministério Público Federal, dos Ministérios Públicos Estaduais
e do Distrito Federal.
Atenção: a escolha de membros do MP e Advogados não é o Quinto Constitucional, na
medida em que a composição é de um terço, mas as indicações seguem o procedimento do
Quinto Constitucional, previsto no Art. 94.
➢ Requisitos
• idade entre 35 e 65 anos;
• brasileiro nato ou naturalizado;
• notável saber jurídico e reputação ilibada;
• não precisa ser brasileiro nato.
➢ Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
➢ Requisitos
• Idade entre 35 e 65 anos;
• Brasileiro nato ou naturalizado;
• Notável saber jurídico e reputação ilibada.
COMPETÊNCIAS DO STJ
O STJ possui competências de natureza originária e competências de natureza recursal,
vejamos:
COMUM STF
PGR
MPU
MPE COMUM/RESPONSABILIDADE TJ
COMPETÊNCIA RECURSAL
RECURSO ESPECIAL
Convém lembrar que quando a decisão recorrida julgar válida LEI LOCAL x LEI
FEDERAL – a competência será do STF – por meio de Recurso Extraordinário.
JUIZADOS ESPECIAIS
Observe que, pelo texto constitucional, os remédios constitucionais (HC e MS), bem
como o Recurso Especial são cabíveis apenas contra atos de TRFs e TJs, ou seja, não são
cabíveis contra atos de Turma Recursal de Juizado Especial.
Nesse sentido vejamos a súmula 203 do STJ:
STJ - SÚMULA Nº 203 - Não cabe recurso especial contra decisão proferida,
nos limites de sua competência, por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.
Entretanto, cabe RECLAMAÇÃO para o STJ das decisões dos juizados que violarem a
interpretação da jurisprudência dada pelo STJ, com fundamento no Art. 105, I, f.:
ÓRGÃOS VINCULADOS AOS STJS
II - os Juízes Federais.
A EC 73/2013 criou os Tribunais Regionais Federais das 6a, 7a, 8a e 9a regiões inserindo
o parágrafo 11 do Art. 27 do ADCT34, entretanto, foi ajuizada a ADIN 5017 que suspendeu os
efeitos da referida Emenda Constitucional.
34
§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região, com sede em Curitiba, Estado do
Paraná, e jurisdição nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sede em Belo
Os novos tribunais, cuja instalação ainda está suspensa pelo Supremo Tribunal Federal
são:
TRF da 6ª Região - sede em Curitiba: compreenderia as seções judiciárias de Santa
Catarina e do Paraná, anteriormente vinculadas ao TRF da 4ª Região, e do Mato Grosso do Sul,
anteriormente vinculada ao TRF da 3ª Região.
TRF da 7ª Região - sede em Belo Horizonte: compreenderia a Seção Judiciária de Minas
Gerais, anteriormente vinculada ao TRF da 1ª Região.
Horizonte, Estado de Minas Gerais, e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da 8ª Região, com sede em Salvador,
Estado da Bahia, e jurisdição nos Estados da Bahia e Sergipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus, Estado do
Amazonas, e jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 73, de 2013)
COMPETÊNCIAS
Os TRFs possuem competências originárias e recursais, vejamos:
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIAS
Quanto a essa última competência, ressalta-se que compete aos Juízes Federais a
execução dessas sentenças e das cartas rogatórias (Art. 109, X):
35
Delitos de greve e crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 a 207 do CP) que causem prejuízo à ordem
pública, econômica ou social e ao trabalho coletivo: competência da Justiça Federal.
[RE 599.943 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 2-12-2010, 2ª T, DJE de 1º-2-2011.]
= RE 511.849 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 4-2-2014, 1ª T, DJE de 20-2-2014
36
Competência criminal. Conflito. Crime praticado por silvícolas, contra outro índio, no interior de reserva indígena.
Disputa sobre direitos indígenas como motivação do delito. Inexistência. Feito da competência da Justiça comum.
Recurso improvido. Votos vencidos. Precedentes. Exame. Inteligência do art. 109, IV e XI, da CF. A competência penal
da Justiça Federal, objeto do alcance do disposto no art. 109, XI, da CF, só se desata quando a acusação seja de
genocídio, ou quando, na ocasião ou motivação de outro delito de que seja índio o agente ou a vítima, tenha havido
disputa sobre direitos indígenas, não bastando seja aquele imputado a silvícola, nem que este lhe seja vítima e,
tampouco, que haja sido praticado dentro de reserva indígena.
[RE 419.528, rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, j. 3-8-2006, P, DJ de 9-3-2007.]
= AI 794.447 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 24-9-2013, 1ª T, DJE de 21-11-2013
JURISPRUDÊNCIAS PERTINENTES
É competência da Justiça Estadual processar e julgar crime que o indígena seja autor ou
vítima:
Súmula 140/STJ - 18/12/2017. Competência. Índio. Silvícola. Autor ou vítima. Julgamento pela
Justiça Estadual Comum. CF/88, Arts. 109, XI e 129, V.
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o
indígena figure como autor ou vítima.
Só será de competência da Justiça Federal quando envolver disputa sobre direitos dos
indígenas.
Competência da Justiça Federal para ações que figurem como parte o Conselho Federal
da OAB.
FORO
Por exemplo: um processo criminal que esteja tramitando na esfera da Justiça comum
poderá ser deslocado no caso de grave violação de Direitos Humanos. Podemos destacar o
caso da morte do advogado Manoel Mattos e do ex-promotor de justiça Thiago Farias Soares.
Procurador- Incidente de
Geral da deslocamento de STJ
República competência
Além disso, cada Estado e o DF devem constituir uma seção judiciária que deve ter sede
na capital do Estado e varas localizadas de acordo com a lei.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas
localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
atribuições cometidas aos Juízes Federais caberão aos juízes da
justiça local, na forma da lei.
➢ Não esqueça:
• Mínimo 7 juízes (+30/-65 anos).
• Nomeados pelo P.R.
• 1/5 Advogados/MPT (+10 anos).
• Demais: Juízes Federais com mais de 5 anos de exercício (antiguidade e
merecimento).
A lei deve dispor sobre a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais
Federais e determinará sua jurisdição e sede.
Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais
do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
JUSTIÇA DO TRABALHO
ESTRUTURA
A Justiça do Trabalho é ramo da chamada justiça especializada, possui natureza federal e
é formada pelos seguintes órgãos:
• Tribunal Superior do Trabalho;
• Tribunais Regionais do Trabalho;
• Juízes do Trabalho.
COMPETÊNCIA DO TST
O Art. 111-A, § 1º, da CF/88 determina que a lei disporá sobre as competências do TST,
entretanto, a CF expressamente atribui ao TST competência para processar e julgar,
originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões (Art. 111-A, § 3º).
37
(mnemônica TRINTA SEM TRÊS – 30 – 3 = 27)
Não esqueça!
27 Ministros (+35/-65 anos).
Brasileiros natos ou naturalizados.
Nomeados pelo P.R.
Aprovação pela M.A. do S.F.
1/5 Advogados/MPT (+10 anos).
Demais: Juízes dos TRTs, oriundos da carreira (indicados pelo TST).
Notável saber jurídico e reputação ilibada.
Conforme rege o Art. 113, da CF, a lei disporá sobre a constituição, investidura,
jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
Justiça do Trabalho não é competente para analisar causas entre servidores públicos
estatutários e o Poder Público.
Esse entendimento se estende inclusive ao exercício do direito de greve desses
servidores.
Agora, se for pessoa jurídica de Direito Privado integrante da Administração Indireta,
com relação regida pela CLT, haverá competência da Justiça do Trabalho:
Justiça comum
Servidor
(estadual ou
estatutário
federal)
Justiça comum
Servidor
(estadual ou
Temporário
federal)
Justiça do
Servidor Celetista
Trabalho
A Justiça do Trabalho não tem competência criminal, nesse caso a competência para
julgamento de habeas corpus limitar-se-ia às hipóteses de prisão civil por decisão de juiz
trabalhista.
Administração
Justiça comum
Pública Direta
Servidores
Fundação Justiça comum
celetistas
Empresa Justiça do
Pública Trabalho
Sociedade de Justiça do
economia mista Trabalho
DISSÍDIO COLETIVO
MINISTÉRIO
TJ/TRF/TST/TRT + DE 10 ANOS
PÚBLICO
1/5 + 10 anos
Notório saber
ADVOGADOS
jurídico
Reputação
ilibada
Não esqueça:
Mínimo 7 Juízes (se possível na respectiva região).
+30/-65 anos.
Nomeados pelo P.R.
1/5 Advogados/MPT (+10 anos).
Demais: Juízes do Trabalho – Promoção por Antiguidade e Merecimento
(alternadamente).
JUÍZES DO TRABALHO
Os juízes do trabalho devem exercer suas atividades de forma singular nas Varas do
Trabalho, criadas por lei.
O Art. 112 vai determinar que a Lei deve criar varas da Justiça do Trabalho, podendo ser
atribuído ao juiz estadual competência para matéria trabalhista, com recurso para o TRT:
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas
não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para
o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A Justiça Eleitoral foi criada pelo Decreto nº. 21.076 de 1932, que foi o primeiro Código
Eleitoral no Brasil, sob o governo de Getúlio Vargas e em 1934 passou a constar no texto
Constitucional – (CF/34).
IV - as Juntas Eleitorais.
Excepcionalmente o STF poderá analisar matéria eleitoral (Art. 121, § 3º, da CF/88), mas
não compõe formalmente essa estrutura.
TRIBUNAL
SUPERIOR 3ª instância
ELEITORAL - TSE
2ª instância
TRIBUNAL 1ª instância
REGIONAL
ELEITORAL - TRE 1ª instância
JUNTAS
JUÍZES ELEITORAIS
ELEITORAIS
É importante frisar que são órgãos da Justiça Eleitoral apenas os quatro apresentados.
Desse modo, NÃO são órgãos da Justiça Eleitoral:
• ZONAS ELEITORAIS;
• MESAS RECEPTORAS;
• MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL – MPE.
A CF não estabelece de forma expressa a idade mínima para esses membros. A dica de
memorização é “SET”.
O TSE é o órgão máximo da estrutura da Justiça Eleitoral, entretanto não será o órgão
máximo para analisar matérias eleitorais, isso porque é possível submeter uma matéria
eleitoral à apreciação do Supremo Tribunal Federal em casos específicos como veremos no
tópico a respeito das competências.
O TSE tem sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional, conforme
Art. 92, § 1º, e 2º da CF.
Os Ministros do STF e do STJ são escolhidos mediante eleição, pelo voto secreto, em cada
um dos Tribunais.
ADVOGADOS: os membros do TSE oriundos da classe dos advogados serão assim
escolhidos da seguinte maneira: o STF elabora uma lista de 6 advogados de:
• notável saber jurídico; e
• idoneidade moral.
Pela leitura da CF podemos observar que o TSE é composto por 7 membros, no mínimo.
Isso significa que esse número poderá ser aumentado, mas jamais diminuído.
Vimos também que a sua composição é emprestada, sendo formado por Ministros do
STF, do STJ e advogados.
eleição
3 Ministros STF -
voto secreto
eleição
2 Ministros STJ -
TSE
voto secreto
PRESIDÊNCIA E CORREGEDORIA
A Constituição diz que o Presidente e o Vice-Presidente serão escolhidos dentre os três
Ministros do STF, que integram o TSE.
Presidente Min. do
STF
Vice- Min. do
Presidente STF
Corregedor Min. do
Eleitoral STJ
É o órgão de segunda instância da Justiça Eleitoral, sendo que existe um TRE por Estado
da Federação, sediado na capital de cada Estado, e um no Distrito Federal.
COMPOSIÇÃO
A CF, no Art. 120, § 1º, dispõe a respeito da composição do TRE, vejamos:
Pela leitura da CF, podemos observar que o TRE é composto por 7 membros, sendo que
a CF não traz em seu texto a possibilidade de se aumentar o número de juízes, entretanto, o
Código Eleitoral permite o aumento para até 9 juízes, mediante lei de iniciativa do Tribunal
Superior Eleitoral, conforme Art. 13 do CE:
Art. 13. O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas
poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma
por ele sugerida.
Extrai-se também do Art. 120 que a sua composição é emprestada, sendo formado por
dois desembargadores do Tribunal de Justiça, dois juízes de direito, um juiz do TRF ou juiz
federal e dois advogados.
Vejamos agora como é a escolha e nomeação desses Ministros.
Por exemplo: o TRF4ª REGIÃO engloba os Estados RS, SC, PR, sendo que a sede fica em
Porto Alegre/RS. Nesse caso, os TREs de Santa Catarina e do Paraná terão em sua composição
JUIZ FEDERAL de primeira instância, e não JUIZ FEDERAL de segunda instância do TRF. Já o
TRE do RS terá em sua composição JUIZ FEDERAL de segunda instância do TRF.
Destaca-se que os indicados na classe dos advogados não podem ser ex-magistrados ou
ex-membros do Ministério Público.
Outro fato relevante é que essa composição não decorre do quinto constitucional, não há
na composição membros do Ministério Público e nem haverá participação da OAB na
elaboração da lista sêxtupla.
38
Quando a CF usa a expressão juiz de direito ela está se referindo aos juízes estaduais.
TRE
2
1 Juiz do TRF ou 1
Desembargadores 2 Juízes estaduais 2 Advogados
Juiz Federal
do TJ
PRESIDÊNCIA E CORREGEDORIA
A CF, no § 2º, do Art. 120, determina que a eleição do Presidente e do Vice-Presidente
será feita dentre os desembargadores, ou seja, dentre os membros oriundos do Tribunal de
Justiça.
O Art. 26, caput, do CE39 fala que o Corregedor Regional será o terceiro desembargador
do TJ, contudo tal previsão do CE não foi recepcionada pela Constituição. Isso porque, como
sabemos, são apenas dois membros oriundos da classe dos desembargadores.
Nesse caso, a definição do Corregedor regional fica a cargo dos regimentos internos dos
Tribunais.
Presidente Desembargador
TJ
Vice- Desembargador
Presidente TJ
Corregedor Regimento
Regional Interno
39
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão eleitos por este dentre os três desembargadores
do Tribunal de Justiça; o terceiro desembargador será o Corregedor Regional da Justiça Eleitoral.
QUADRO COMPARATIVO
TRE
TSE
COMPOSIÇÃO:
COMPOSIÇÃO:
CF 7 membros – CE pode aumentar
7 MEMBROS, no mínimo.
até 9.
INTEGRANTES:
INTEGRANTES:
2 DES TJ
3 MIN STF
2 JUÍZES TJ
2 MIN STJ
1 JUIZ TRF ou JUIZ FEDERAL
2 ADVOGADOS
2 ADVOGADOS
JUÍZES ELEITORAIS
Os juízes eleitorais são órgãos de primeira instância da Justiça Eleitoral.
Cada zona deve ter um juiz eleitoral, as zonas são definidas pelas regras de organização
judiciária do Estado. Por exemplo: Cascavel, no Estado do Paraná, tem 4 zonas eleitorais.
Assim, teremos em Cascavel 4 juízes eleitorais.
Os juízes eleitorais são juízes da Justiça Estadual que cumulam as suas funções de juiz
estadual com a de juiz eleitoral.
JUNTAS ELEITORAIS
A Junta Eleitoral é um órgão, na esfera municipal, colegiado de 1ª instância e transitório
constituído 60 (sessenta) dias antes das eleições e devendo ser extinto após a diplomação dos
eleitos.
A sua principal atribuição é a de apuração dos votos e expedição dos diplomas aos
eleitos em âmbito municipal.
Em regra, para cada Zona Eleitoral corresponderá uma Junta Eleitoral, presidida pelo
respectivo Juiz Eleitoral, mas podendo ser outro juiz estadual.
Assim, pode-se afirmar que: podem ser organizadas tantas juntas quantas
permitir o número de juízes de direito atuantes na área territorial correspondente à
zona eleitoral.
COMPOSIÇÃO
Um juiz de direito: que será necessariamente o presidente da junta eleitoral; vimos que
NÃO precisa ser necessariamente o juiz da zona eleitoral respectiva.
JUNTAS
ELEITORAIS
2 OU 4 CIDADÃOS
1 JUIZ DE
- Notória
DIREITO
idoneidade.
O Art. 121 da CF estabelece que a Lei complementar deverá dispor sobre a organização e
competência dos órgãos da Justiça Eleitoral, entretanto, apesar de a previsão ser
infraconstitucional, algumas competências dos órgãos eleitorais estão estabelecidas na CF.
Vejamos quais são elas:
Justiça Federal: a Justiça Eleitoral é federal, seus servidores são federais, sendo
mantida pela União, ainda que preenchida por juízes oriundos da Justiça Comum Estadual.
➢
➢
VITALICIEDADE NÃO
IRREDUTIBILIDADE SIM
40Princípio da “periodicidade da investidura das funções eleitorais”, ou seja, o exercício do mister jurisdicional eleitoral é
temporário e então regulado pela Resolução – TSE nº 20.958, de 18.12.2001.
FUNÇÕES
JURISDICIONAL
A função jurisdicional consiste na solução de conflitos de interesse de forma definitiva
em matéria de Direito Eleitoral, ou seja, é exercida quando a Justiça Eleitoral julga conflitos.
Por exemplo: quando a JE julga inelegível determinado candidato; quando julga ação de
impugnação ao mandato eletivo (AIME), dentre outras.
ADMINISTRATIVA
A função administrativa refere-se à organização e preparação das eleições. No exercício
dessa função, não há conflitos a serem solucionados, não há lide. Por exemplo: expedição de
título de eleitor, transferência de domicílio, nomeação dos membros da junta eleitoral etc.
No exercício dessa função, podemos destacar o exercício do poder de polícia e a
atuação de ofício do Juiz Eleitoral.
FUNÇÃO NORMATIVA
A função normativa é a prerrogativa que a Justiça Eleitoral tem de expedir instruções
para regulamentar a legislação eleitoral infraconstitucional, ou seja, de expedir atos
normativos secundários. Essas instruções se materializam por meio de resoluções, que não
são leis, mas possuem força de lei, portanto são de observância obrigatória.
Essa função é exercida pelo Tribunal Superior Eleitoral, e as resoluções devem ser
expedidas até o dia 5 de março do ano da eleição.
FUNÇÃO CONSULTIVA
Por fim, a função consultiva consiste na função atribuída ao TSE e aos TREs para
responder a consultas, em tese – de forma abstrata, ou seja, sem ser em um caso concreto,
formuladas pelas partes interessadas no processo eleitoral.
Cabe RECURSO ESPECIAL, quando a decisão proferida pelo TRE for ilegal ou
inconstitucional, ou seja, contra disposição expressa da Constituição ou de lei ou quando
ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais, é o que se
chama de dissídio jurisprudencial.
41
Contra acórdão de TRE somente cabe recurso para o TSE, mesmo que nele se discuta matéria constitucional. É o que
se extrai do disposto no Art. 121, caput, e seu § 4º, I, da CF de 1988, e nos Arts. 22, II, e 276, I e II, do Código Eleitoral
(Lei 4.737, de 15-7-1965). No âmbito da Justiça Eleitoral, somente os acórdãos do TSE é que podem ser impugnados,
perante o STF, em recurso extraordinário (Arts. 121, § 3º, e 102, III, a, b e c, da CF).
[AI 164.491 AgR, rel. min. Sydney Sanches, j. 18-12-1995, 1ª T, DJ de 22-3-1996.]
42
CF/88, Art. 102, II, a, e III: cabimento de recurso ordinário e extraordinário; e Art. 121, § 3º: irrecorribilidade das
decisões do TSE. Lei nº 6.055/1974, Art. 12: prazo de três dias para interposição de recurso extraordinário. Súm.-STF
nº 728/2003: É de três dias o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra decisão do Tribunal Superior
Eleitoral, contado, quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento, nos termos
do art. 12 da Lei nº 6.055/1974, que não foi revogado pela Lei nº 8.950/1994.
Ac.-STF, de 23.11.2004, no Ag nº 504.598: recurso ordinário cabível apenas de decisão denegatória de habeas corpus
ou mandado de segurança.
Em regra, as decisões dos TREs são irrecorríveis, excepcionalmente, será cabível recurso
nas seguintes hipóteses (Art. 121, § 4º, CF):
DECISÕES QUE
RECURSO CONTRARIEM A
EXTRAORDINÁRIO CONSTITUIÇÃO
FEDERAL
MANDADO DE
SEGURANÇA
JUSTIÇA MILITAR
ESTRUTURA
A Justiça Militar (Justiça Castrense) é ramo da chamada justiça especializada e é formada
pelos seguintes órgãos:
• Superior Tribunal Militar;
• Tribunais Militares;
• Juízes Militares.
STM STJ/STF
JUÍZES de Direto
Conselhos de
/ Conselhos de
Justiça
Justiça
Órgão superior da Justiça Militar da União, tem sede na capital federal e jurisdição em
todo o território nacional, por se tratar de justiça da União não analisa matérias oriundas da
Justiça Estadual ou Distrital.
• cinco dentre civis. Esses serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
• três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional;
• dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do Ministério
Público da Justiça Militar.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do
Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente
da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos,
sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do
Ministério Público da Justiça Militar.
Cumpre lembrar que por serem oficiais das Forças Armadas, os Ministros do STM
generais são brasileiros natos.
TRÊS OFICIAIS-
GENERAIS DA
MARINHA
QUATRO OFICIAIS-
GENERAIS DO
SUPERIOR EXÉRCITO notório saber
TRIBUNAL MILITAR jurídico e conduta
- 15 ministros TRÊS OFICIAIS- ilibada
GENERAIS DA 3 advogados
AERONÁUTICA
10 anos de
atividade
CINCO CIVIS
juízes auditores
membros do MPM
Destaca-se que a Justiça Militar da União pode processar e julgar civis, pois
compete à Justiça Militar processar e julgar crimes militares definidos em lei. De
acordo com o CPM, há crimes militares que podem ser praticados por civis, ainda
que de forma excepcional. 43
O CPM estabelece que os crimes dolosos contra a vida, praticados por militar contra
militar, serão de competência da Justiça Militar, mas se praticados contra civil, a competência
será do Tribunal do Júri (Art. 9º, § 1º do CPM).
43
Art. 9º, III do CPM:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares,
considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra
funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no
desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Resumindo:
Crime doloso contra a vida praticado por militar contra militar – Justiça
Militar.
Crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil – Tribunal do Júri
– SALVO as hipóteses legalmente previstas.
JUSTIÇA MILITAR
MILITAR x
- Conselho de
MILITAR
Crimes dolosos Justiça
contra a vida
JUSTIÇA SALVO
MILITAR X CIVIL
COMUM - JÚRI EXCEÇÕES
44
Essa lei ampliou bastante a competência da Justiça Militar estabelecendo sua competência para julgar crimes
militares e outros da legislação penal, em situações específicas.
Da decisão do TJ ou TJM cabe recurso para o STJ ou para o STF a depender da matéria, e
não para o STM.
Dessa forma, pode existir decisão monocrática – singular em primeiro grau na Justiça
Estadual Militar.
45
Exemplo: São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.
COMPETÊNCIA
A competência é do Tribunal de Justiça do Estado.
LEGITIMIDADE
A CF NÃO estabelece um rol de legitimados para propor o controle abstrato nos Estados,
logo compete aos Estados definirem nas suas constituições quem são os legitimados,
entretanto, a CF veda que a atribuição seja feita a um único órgão (Art. 125, § 2º).
TJ ou TJM
Juízes de Conselhos
direito de Justiça
COMPETÊNCIAS
As competências da Justiça Estadual Militar são:
Como visto na parte final do Art. 125, § 4º, da CF/88, a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças depende de decisão do tribunal competente.
46
Art. 142.
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de
tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;
JUSTIÇA MILITAR
MILITAR x
- Conselho de
MILITAR
Justiça
Crimes dolosos
contra a vida
JUSTIÇA COMUM
MILITAR X CIVIL
- JÚRI
JUIZ DE DIREITO – julgar aquele crime militar praticado por militar contra
civil, bem como as ações judiciais contra atos disciplinares militares;
CONSELHO DE JUSTIÇA, sob a presidência do Juiz de Direito – julgar aquele
crime militar praticado por militar contra militar.
RESUMINDO
JUSTIÇA MILITAR
contra militares - Conselho de
Justiça
crimes militares
SALVO se doloso
JUSTIÇA MILITAR
contra civis contra a vida -
- Juiz de Direito
JÚRI
A doutrina defende que a regra da pertinência temática deve ser respeitada também no
âmbito estadual.
Vale relembrar:
UNIVERSAIS ESPECIAIS
Sabemos que as Constituições dos Estados são formadas por normas autônomas e
normas de reprodução obrigatória (ex.: regras do sistema eleitoral, imunidades etc.).
Servem como parâmetro tanto as normas autônomas quanto aquelas de reprodução
obrigatória.
Assim, temos que:
Leis federais só poderão ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade perante
o STF, lembrando que no controle difuso o Tribunal de Justiça poderá analisar a
constitucionalidade de leis federais.
Leis estaduais podem sofrer duplo controle de constitucionalidade, tanto por ADI
perante o STF em face da CF, quanto por intermédio de ADI perante o TJ, utilizando como
parâmetro a Constituição do Estado, inclusive as ações podem ser ajuizadas simultaneamente.
Leis municipais podem ser objeto de ADI perante o TJ sempre em face da CE, mas como
já visto, não podem ser objeto de ADI perante o STF. Controle de constitucionalidade de
Direito Municipal no STF apenas por meio de ADPF.
O STF é o único órgão que pode fazer controle abstrato de leis ou atos
normativos federais!
EFEITOS DA DECISÃO
As decisões proferidas em sede de controle concentrado nos Estados produzem efeitos
erga omnes, ex tunc e vinculantes.
SIMULTANEIDADE DE ADIS
Como vimos, uma lei estadual pode sofrer duplo controle de constitucionalidade tanto
por ADI no STF em face da CF, quanto por meio de ADI perante o TJ, utilizando como
parâmetro a Constituição do Estado.
Nesse caso, se houver ADI estadual e após for instaurado ADI federal a ADI estadual
deverá ficar suspensa até final decisão do STF. Isso porque, como é norma de reprodução
obrigatória, a decisão de mérito do STF vinculará a decisão do TJ, que deverá apenas
reproduzir a decisão do Supremo.
Sabemos que o controle concentrado é aquele realizado por um único Tribunal, no caso
dos Estados esse Tribunal é o TJ, de modo que, em regra, a decisão do TJ no controle
concentrado (abstrato) é irrecorrível.
Entretanto, de acordo com a jurisprudência do STF, seria possível em uma situação a
interposição de recurso extraordinário em face de decisão de ADI proferida por um Tribunal
de Justiça, qual seja: Quando a lei impugnada viola dispositivo da Constituição Estadual
que é de reprodução obrigatória pelos Estados-Membros.
Ex.: lei municipal X que viole o Art. 20 da CE, que é norma de reprodução obrigatória da
CF. Nesse caso, o TJ vai analisar a constitucionalidade, tendo como parâmetro a Constituição
Estadual. Entretanto, como é norma de reprodução obrigatória da CF, cabe Recurso
Extraordinário para o STF.
A doutrina tem chamado isso de controle abstrato no modelo difuso.
Convém frisar que se for norma estadual, essa regra só se aplica se não houver ADI já
ajuizada no STF.
DISTRITO FEDERAL
A Lei Orgânica do Distrito Federal é tratada como uma verdadeira Constituição Estadual,
de modo que pode haver controle de constitucionalidade de leis e atos normativos distritais
em face da Lei Orgânica do DF, mediante ações diretas perante o Tribunal de Justiça do DF,
nos mesmos moldes que já analisamos.
Entretanto, vale a pena destacar que a competência para instituir o sistema de controle
concentrado no DF não é uma atribuição do próprio DF, e sim da União, com fundamento no
Art. 22, XVII da CF:
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Como se sabe, o Brasil adota uma Constituição do tipo rígida, ou seja, as normas
Constitucionais, produzidas pelo poder constituinte originário, para serem alteradas,
submetem-se a um processo legislativo muito mais rigoroso do que o processo de elaboração
das normas infraconstitucionais. Como consequência disso, as normas constitucionais são
hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais, vigorando assim o princípio da
supremacia da Constituição.
Dessa forma, todas as normas produzidas devem estar de acordo com o disposto na
Constituição Federal, para que ela possa manter assim a sua supremacia.
De acordo com o STF, as normas anteriores à Constituição não passam por um juízo de
inconstitucionalidade, mas sim de recepção ou não recepção. Dessa forma, se a norma
anterior for compatível com a CF, ela é recepcionada e mantém-se no ordenamento jurídico;
se não for recepcionada, a norma deve ser considerada como revogada pela nova
Constituição, e não declarada inconstitucional. Assim, o STF entende que não existe
inconstitucionalidade superveniente.
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
Analisaremos a seguir algumas espécies de inconstitucionalidade:
INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO E POR OMISSÃO
Inconstitucionalidade por ação ocorre quando uma norma é criada em desacordo com a
CF, ou seja, decorrente de um ato positivo do Estado.
Inconstitucionalidade por omissão ocorre quando o legislador, por expressa
determinação constitucional, deveria criar a norma e não o faz. Esse tipo de
inconstitucionalidade ocorre diante de normas de eficácia limitada. A inconstitucionalidade
por omissão pode ser total ou parcial. É total quando o legislador obrigado a legislar não
legisla (ex.: direito de greve dos servidores públicos); e é parcial, quando o legislador faz a
norma, mas ela é insuficiente para atender ao comando da Constituição.
Ação
Inconstitucionalidades total
Omissão (eficácia
limitada)
parcial
Material - namoestática
ORGÂNICA - regras de
Inconstitucionalidades competências
constitucionais
formal - namodinâmica Requisitos subjetivos
PROPRIAMENTE DITA -
violação das regras do
processo legislativo
Requisitos objetivos
Declaração parcial de nulidade sem redução de texto ocorre quando o STF vê que parte
da norma é inconstitucional, mas a exclusão seria tecnicamente impossível pela redação da
norma ou porque a retirada da parte indesejada acabaria acarretando um resultado ruim,
indesejado. Nesse caso, o STF determina que apenas a aplicação da lei a determinadas
pessoas, ou em determinados períodos, é inconstitucional, ou seja, nenhuma palavra da lei é
suprimida, apenas a sua aplicação é considerada como inconstitucional.
total
Declaração parcial de
Inconstitucionalidades nulidade sem redução
de texto
parcial
Interpretação conforme
a Constituição
47
Cuidado! O veto do presidente por inconstitucionalidade não pode recair em fração de artigo ou em palavras
isoladas, mas tão somente em texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, conforme Art. 66,§ 2º, da CF/88.
Art. 66 § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
MOMENTO DE CONTROLE
CONTROLE PREVENTIVO
O controle preventivo pode ser realizado pelos três Poderes (Legislativo, Executivo e
Judiciário) e é realizado durante o processo de elaboração do ato normativo. Nesse caso, não
se declara a inconstitucionalidade, apenas se impede que uma norma inconstitucional entre
no ordenamento jurídico.
O Legislativo realiza esse controle por meio das Comissões de Constituição e Justiça,
competentes para analisar a existência de alguma inconstitucionalidade no projeto.
O Executivo realiza controle de constitucionalidade por meio do veto do Chefe do
Executivo. Sabe-se que o Chefe do Executivo pode sancionar ou vetar projetos de lei. O veto só
pode ter dois fundamentos: a inconstitucionalidade ou a contrariedade ao interesse público. O
veto pela inconstitucionalidade é chamado de veto jurídico, e pela contrariedade ao interesse
público é chamado de veto político. Quando o Presidente veta pela inconstitucionalidade,
realiza controle prévio de constitucionalidade.
O Judiciário realiza controle de constitucionalidade preventivo, quando provocado por
meio de mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa sustar a tramitação de
projeto que entenda inconstitucional.
CONTROLE REPRESSIVO
Essa decisão do Congresso opera efeitos ex nunc, porque está apenas suspendendo a
eficácia do ato normativo.
preventivo CCJ
repressivo Apreciação de MP
LEGISLATIVO
PREVENTIVO EXECUTIVO
MOMENTOS DE
JUDICIÁRIO
CONTROLE
JURISDICIONAL EXCEÇÃO:
REPRESSIVO
MISTO LEGISLATIVO
SISTEMAS DE CONTROLE
A respeito do controle repressivo de constitucionalidade, que é aquele que ocorre após a
elaboração da norma, a depender da Constituição de um Estado, podemos ter diversos
sistemas de controle de constitucionalidade: jurisdicional; político ou misto.
➢ O sistema é jurisdicional quando realizado pelo Poder Judiciário. Ex.: EUA, Brasil.
➢ O sistema é político quando realizado por órgão que não integra o Poder
Judiciário.
➢ O sistema é misto quando o controle é realizado em parte pelo Judiciário e em
parte por outros órgãos alheios ao Poder Judiciário.
Somente um
CONCENTRADO
órgão
MODELOS DE
CONTROLE
Vários órgãos
DIFUSO
do Judiciário
VIAS DE AÇÃO
INCIDENTAL Controvérsia
sobre um caso
(concreta) concreto
VIAS DE
CONTROLE
STF
PRINCIPAL
Controle em tese
(abstrata)
Tribunais de
Justiça
➢ Tribunal de Contas
De acordo com o STF, os Tribunais de Contas podem afastar a aplicação de leis e atos
normativos que entenderem inconstitucionais. É o que determina a Súmula 347 do STF:
Súmula 347
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
CONTROLE DIFUSO
Como vimos, o Brasil adota o modelo de controle judicial de constitucionalidade, que
pode ser de duas formas: difuso e concentrado. Veremos agora mais detalhes a respeito do
controle difuso de constitucionalidade.
CONCEITO E ORIGEM
O controle de constitucionalidade difuso tem origem nos Estados Unidos, por isso é
chamado também de controle americano. Esse modelo o controle pode ser realizado por todos
os juízes e tribunais do Poder Judiciário, nas mais variadas ações, declarando a
inconstitucionalidade de determinada norma em um caso concreto.
A pessoa que ingressa com a Ação não tem como objetivo final a declaração de
inconstitucionalidade, mas a análise da questão constitucional é indispensável para a solução
do caso, por isso esse modelo de controle é chamado de incidental, incidenter tantum, por
via de exceção, por via de defesa, concreto ou indireto.
➢ Legitimidade ativa
• Quem pode iniciar o processo de controle difuso? Vejamos:
o as partes do processo;
o terceiros (intervenientes no processo);
o Ministério Público;
o Juiz ou Tribunal de ofício, isso porque os
juízes não precisam de provocação para
afastar a aplicação de norma que
entendem ser inconstitucional.
Destaca-se o entendimento do STF de que a Ação Civil Pública também pode ser
utilizada como instrumento de controle difuso, desde que a finalidade da Ação não seja a
inconstitucionalidade, ou seja, tem que ser em um caso concreto.
COMPETÊNCIAS
Como visto, qualquer órgão do Poder Judiciário, juiz ou tribunal, pode declarar a
inconstitucionalidade controle difuso.
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Previsão de criação de órgão especial. Art. 93, XI CF/88: XI. nos tribunais com número superior a vinte e cinco
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
SENADO FEDERAL
Apesar de a decisão no controle difuso produzir efeitos apenas entre as partes (inter
partes), existe a possibilidade de ampliação desses efeitos, conferindo eficácia geral (erga
omnes) à decisão, mediante a atuação do Senado Federal, quando a decisão tiver sido dada
pelo STF. É o que dispõe o Art. 52, X da CF/88:
A suspensão pelo Senado Federal poderá dar-se em relação a leis federais, estaduais,
distritais ou mesmo municipais que forem declaradas inconstitucionais pelo STF, de modo
incidental, no controle difuso de constitucionalidade.
irretratável
efeitos ex nunc
SÚMULA VINCULANTE
Como vimos, as decisões do STF no controle difuso (concreto) operam efeitos apenas
inter partes, não vinculando os demais órgãos do Poder Judiciário, muito menos a
Administração Pública, de modo que o indivíduo que pretenda ser beneficiado pela declaração
de inconstitucionalidade de determinado ato normativo deverá propor ação judicial. Essa
sistemática acaba provocando uma “enxurrada” de ações judiciais com matéria idêntica,
congestionando o Poder Judiciário.
Diante dessa situação, a EC 45/2004 criou a chamada Súmula Vinculante, que visa
atribuir efeitos vinculantes a determinadas posições do STF. Vejamos o que dispõe o Art. 103-
A da CF/88:
Além do próprio STF – de ofício - o § 2º do Art. 103-A da CF/88 permite que a Súmula
Vinculante seja proposta pelos legitimados para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Regulamentando o referido dispositivo, a Lei nº 11.417/2006 ampliou esse rol de
legitimados.
São legitimados para propor a edição de Súmula Vinculante (Art. 3º, Lei nº
11.417/2006):
• o próprio STF – de ofício;
• o Presidente da República; (ADI)
• a Mesa do Senado Federal; (ADI)
• a Mesa da Câmara dos Deputados; (ADI)
• a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
(ADI)
• o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (ADI)
• o Procurador-Geral da República; (ADI)
• o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (ADI)
• partido político com representação no Congresso Nacional; (ADI)
• confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; (ADI)
• o Defensor Público-Geral da União;
• os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça dos Estados ou do Distrito
Federal e dos Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais
Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais
Militares.
Ademais, é possível, desde que autorizada pelo relator, por decisão irrecorrível, a
manifestação de terceiros no processo de edição, revisão ou cancelamento de Súmula
vinculante. É a chamada figura do amicus curiae.
de ofício STF
os Tribunais Superiores,
os TJs, os TRFs, os TREs e
os Tribunais Militares
incidentalmente Município
REQUISITOS
A finalidade da SÚMULA VINCULANTE é a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
• matéria constitucional;
• reiteradas decisões do STF sobre essa matéria, ou seja, a posição do STF já deve
estar consolidada;
• controvérsia atual, nem futura e nem superada, entre os órgãos do Poder
Judiciário e da Administração Pública;
• grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica.
DELIBERAÇÃO
A aprovação, assim como a revisão ou o cancelamento de SÚMULA VINCULANTE,
depende de decisão pelo quórum de 2/3 dos membros do STF.
EFICÁCIA
A Súmula Vinculante passa a produzir os seus efeitos a partir da publicação na
imprensa oficial, produzindo efeitos vinculantes de forma imediata, para todos os órgãos da
Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, municipal e distrital e
ainda vincula os demais órgãos do Poder Judiciário, ou seja, não vincula a atuação do próprio
STF. Cumpre observar que a Súmula Vinculante não vincula o Poder Legislativo.
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
Caso seja realizado um ato ou decisão judicial:
• contrária;
• que negue vigência;
• que aplicar indevidamente a Súmula Vinculante.
A parte que se sentir prejudicada poderá formular perante o STF reclamação, sem
prejuízo dos recursos ou outros meios de impugnação cabíveis.
MEDIDA CAUTELAR
A Lei 9.868/99 prevê a possibilidade de se apresentar pedido de medida cautelar em
sede de ADI, também de competência do STF para o seu julgamento, nos termos do Art. 102, I,
p, da CF/88:
A medida cautelar visa antecipar os efeitos da decisão final, suspendendo a eficácia e a
vigência da lei impugnada. Para a concessão da medida cautelar, é necessário que se verifique
a presença de dois requisitos:
• Fumus boni juris: fumaça do bom direito, ou seja, os pedidos devem ser
plausíveis, razoáveis.
• Periculum in mora: perigo da demora, nesse caso, a demora na prestação judicial
poderá gerar danos irreparáveis ou de difícil reparação.
Como regra o pedido de medida liminar deverá ser analisado após a oitiva dos órgãos ou
autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, no prazo de 5 dias, podendo
o relator ouvir o AGU e o PGR no prazo de 3 dias. Entretanto, em situações excepcionais de
urgência, poderá ser concedida a medida liminar antes de ouvir os órgãos ou autoridades, Inaudita
altera pars (sem ouvir a outra parte).
Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será
concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o
disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou
a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco
dias.
§ 1º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o
Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.
§ 2º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação
oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos
responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do
Tribunal.
§ 3º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida
cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou
o ato normativo impugnado.
A medida cautelar passa a produzir efeitos a partir da sua publicação no Diário Oficial e,
se for julgada procedente, terá eficácia:
• ex nunc (o STF pode excepcionalmente atribuir efeitos ex tunc);
• erga omnes;
• vinculante (vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração Pública
direta e indireta nas três esferas). O caráter vinculante ainda determina que os
processos que estiverem em trâmite e que envolvam a aplicação da lei
impugnada deverão ficar suspensos, cabendo reclamação na hipótese de
descumprimento da suspensão;
• repristinatório: a suspensão dos efeitos da norma impugnada na medida
cautelar implica a repristinação provisória da norma anterior, caso existente,
salvo se o STF determinar de forma diferente.
Requisitos
periculum in mora
erga omnes
suspende a eficácia e a vigência
Efeitos
da norma impugnada
vinculante
suspende os julgamentos que
envolvam a norma
repristinação provisória da
norma anterior (salvo
manifestação contrária do STF)
autoridades ou órgãos
responsáveis pela norma - 5 dias
Prazo
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
➢ SEÇÃO I
O Poder Judiciário para exercer adequadamente a função jurisdicional precisa de
algumas entidades para movimentar essa estrutura, uma vez que é regido pelo Princípio da
Inércia, são eles:
• Ministério Público – Art. 127-130, CF;
Defensoria Pública
Advocacia -
Pública e Privada
Ministério Público
Poder Judiciário
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O MP é uma instituição constitucional autônoma e independente, na medida em que
não integra nenhum dos Poderes e também não é um poder autônomo, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
O MP foi instituído como função essencial à justiça apenas com a CF/88, isso porque
anteriormente integrava a estrutura do Poder Executivo.
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
São Princípios institucionais do MP:
Unidade
Princípios
institucionais
Independência
Indivisibilidade
Funcional
➢ GARANTIAS
Os membros do MP possuem as mesmas garantias dos membros do Poder Judiciário, a
saber:
• vitaliciedade;
• inamovibilidade, salvo motivo de interesse público;
• irredutibilidade.
ESTRUTURA ORGÂNICA
Ministério
Público
CNMP
MPU MPEstados
PGR PGJ
MP DE CONTAS
MP do Tribunal de Contas como vimos não integra a estrutura geral do Ministério
Público, devendo ser considerada como instituição autônoma, ligada ao Tribunal de Contas.
Organizada por lei orgânica própria de iniciativa do Tribunal de Contas.
A CF estabelece que:
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas
aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de
investidura.
INGRESSO NA CARREIRA
➢ NOMENCLATURA:
MP UNIÃO: Procuradores da República;
MP ESTADUAL: Promotores de Justiça.
I - as seguintes garantias:
II - as seguintes vedações:
b) exercer a advocacia;
VEDAÇÕES
MEMBROS DO MP
EXERCER QUALQUER OUTRA FUNÇÃO EXERCER OUTRO CARGO OU FUNÇÃO JUÍZES
PÚBLICA (ainda que em disponibilidade), SALVO PÚBLICA (ainda que em disponibilidade), SALVO
UMA DE MAGISTÉRIO; UMA DE MAGISTÉRIO;
✓ ✓
EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA; DEDICAR-SE À ATIVIDADE POLÍTICO-
PARTIDÁRIA;
✓ ✓
✓ ✓
FUNÇÕES INSTITUCIONAIS
Rol exemplificativo
PARTICIPAR DE SOCIEDADE COMERCIAL.
O Ministério Público deve promover de forma privativa a ação penal pública. Contudo,
existe também a ação penal privada subsidiária da pública, que poderá ser ajuizada quando a
ação penal pública não tiver sido intentada dentro do prazo legal, nos termos do Art. 5º, LIX
da CF49.
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
49
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
Inquérito Civil, exclusividade do MP. Ação Civil Pública pode ser promovida pelo MP e por
terceiros
➢ Nesse sentido destaca-se:
• O MP não pode presidir o Inquérito Policial – função da autoridade policial;
• Função investigatório do MP é atividade excepcional e não ordinária, devendo o
Judiciário controlar a legalidade dessa atividade. (INF. 785 STF – RE
593727/MG)
➢ NOMENCLATURA:
• MP UNIÃO: Procuradores da República;
• MP ESTADUAL: Promotores de Justiça.
50
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Procurador-
Geral da PRESIDE
República
Conselho
2 advogados Federal da
OAB
1 Câmara dos
Deputados
2 cidadãos
1 Senado
Federal
CORREGEDOR
COMPETÊNCIAS
Tem como principais atribuições:
➢ Controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público.
➢ Cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ESTRUTURA
A lei, entretanto, criou órgãos vinculados à AGU, formados pelos Procuradores Federais
e os Procuradores do Banco Central. Seus membros ocupam cargos efetivos providos
mediante concurso público de provas e títulos. Assim, estrutura-se da seguinte forma:
• Órgãos componentes:
Procuradoria-Geral da União: formada por Advogados da União, responsável pela
representação e fiscalização jurídicas da União em geral;
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional: formada por procuradores da Fazenda
Nacional, responsável pela representação e fiscalização jurídicas da União em questões
relativas à dívida pública externa, interna e à Dívida Ativa da União (DAU).
• Órgãos vinculados:
Procuradoria-Geral Federal: formada por Procuradores Federais, responsável pela
representação e fiscalização jurídicas das autarquias e fundações públicas federais;
PROCURADORIA- ADVOGADOS DA
GERAL DA UNIÃO UNIÃO
ADVOCACIA-GERAL
DA UNIÃO
PROCURADORIA- PROCURADORES
GERAL DA FAZENDA DA FAZENDA
NACIONAL NACIONAL
PROCURADORES
FEDERAIS
PROCURADORIA-
GERAL FEDERAL
AUTARQUIAS E
FUNDAÇÕES
ÓRGÃOS PÚBLICAS FEDERAIS
VINCULADOS
PROCURADORIA- PROCURADORES
GERAL DO BANCO DO BANCO
CENTRAL CENTRAL
➢ GARANTIAS
ESTABILIDADE após 3 anos de estágio probatório.
Inamovibilidade: NÃO.
Irredutibilidade: SIM.
Cidadão;
Maior de 35 anos;
INGRESSO NA CARREIRA
➢ SEÇÃO III
• DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça,
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.
• É importante destacar que não há hierarquia ou subordinação entre os
advogados, membros do MP e Magistrados.
• Habeas corpus;
• Justiça do Trabalho;
• Justiça de Paz;
DEFENSORIA PÚBLICA
A Defensoria Pública é instituição criada com vista a dar efetividade ao Art. 5º, LXXIV, da
Constituição, que dispõe que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos.
Dessa forma, a Assistência jurídica integral engloba, além da assistência judiciária para
a defesa dos direitos individuais e coletivos em todos os graus, a orientação jurídica e o auxílio
extrajudicial.
orientação jurídica
INTEGRAL E GRATUITA
defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos
direitos INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
AOS NECESSITADOS
➢ GARANTIAS
• estabilidade após 3 anos de estágio probatório;
• inamovibilidade: SIM – ADI 291;
• irredutibilidade.
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também,
no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta
Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80,
de 2014)
➢ GARANTIAS
• Independência funcional.
• Estabilidade após 3 anos de estágio probatório.
• Inamovibilidade: SIM – ADI 291.
• Irredutibilidade: SIM.
➢ REMUNERAÇÃO
• Será feita na forma de subsídio.
EXERCÍCIOS
a) Não havendo lei municipal que defina obrigação de pequeno valor para efeito de não
submissão ao regime de pagamento por precatório, os Tribunais de Justiça poderão
regulamentar o tema por meio de resolução.
b) É compatível com o Estatuto Constitucional da Magistratura lei estadual que assegura
a membro do Poder Judicante a participação em Conselho de Defesa de Direitos da
Criança e do Adolescente.
c) A competência disciplinar do Conselho Nacional de Justiça é subsidiária, e seu
exercício fica condicionado à inércia na apuração de infrações disciplinares pelos
órgãos correicionais dos Tribunais.
d) A competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e administrativos é matéria
reservada à lei, de iniciativa do Tribunal de Justiça.
e) Os juízes integrantes de vara especializada criada por lei estadual devem ser
designados com observância dos parâmetros constitucionais de antiguidade e
merecimento previstos no Art. 93, II e VIII-A, da Constituição da República, sendo
inconstitucional, em vista da necessidade de preservação da independência do
julgador, previsão normativa segundo a qual a indicação e nomeação dos magistrados
que ocuparão a referida vara será feita pelo presidente do tribunal de justiça, com a
aprovação do tribunal.
7. Gabarito: E
A temática está relacionada ao Poder Judiciário, vamos analisar cada uma das
assertivas:
A) INCORRETA – uma vez que o Art. 100, §4º e §3º da CF diz:
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de
precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de
pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de Direito Público, segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de
previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).
E também com fundamento existe previsão nas ADCT: Art. 97, § 12, ADCT-
Se a lei a que se refere o § 4º do Art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento
e oitenta) dias, contados da data de publicação desta Emenda Constitucional.
8. Ano: 2019 Banca: FGV - Determinado Prefeito Municipal, insatisfeito com a atuação do
Juiz de Direito da Comarca, que já contava com dez anos de efetivo exercício na
magistratura, solicitou ao Presidente do Tribunal de Justiça que o “demitisse” por
decisão administrativa. À luz da sistemática constitucional, o referido pedido
é incompatível com a garantia constitucional da:
a) inamovibilidade.
b) vitaliciedade.
c) irredutibilidade.
d) indisponibilidade.
e) inelegibilidade.
8. Gabarito “B”
Esta questão abordou o assunto sobre as garantias previstas no Art. 95, I, da
CF: Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - Vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal
a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada
em julgado;
A forma da perda do cargo vai depender da VITALICIEDADE do juiz, ou seja,
no primeiro grau, o magistrado deve contar com 2 (dois) anos de exercício para
não perder o cargo. Outro caso é por deliberação do tribunal a que ele pertence. E
se o juiz já tiver os dois anos de exercício a perda do cargo se dá por sentença
transitada em julgado.
No caso dessa questão o juiz conta com 10 (dez) anos de exercício, sendo
assim correta a resposta da alternativa “B”.
TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
➢ Seção I
• DO ESTADO DE DEFESA
Um Estado democrático de Direito pressupõe a submissão dos Poderes públicos à CF, bem
como a observância dos direitos ali estabelecidos, a fim de que se mantenha a ordem institucional.
Assim, no intuito de manter a ordem ou restabelecer essa ordem é que a CF prevê o título V
da CF que trata da “Defesa do Estado e das Instituições Democráticas”. Dentro deste título podemos
observar dois grupos importantes:
Defesa do País, por meio das Forças Armadas e da Segurança Pública – Art. 142 ao 144 CF.
• Instrumentos para manter ou restabelecer a ordem em momentos de
anormalidade constitucional, instituindo o chamado Sistema Constitucional de
Crises, o qual dispõe a respeito do estado de defesa e do estado de sítio – Art.
136 ao 141 CF.
• Defesa do País/pátria ou sociedade, por meio das Forças Armadas e da
Segurança Pública – Art. 142 ao 144 CF.
ESTADO DE DEFESA
HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO
A CF estabelece de forma TAXATIVA as hipóteses de decretação de estado de defesa no
Art. 136:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
Grave e iminente
instabilidade
PRESERVAR OU institucional
RESTABELECER ORDEM
PÚBLICA OU PAZ
SOCIAL Calamidades de
grandes proporções na
natureza
b) sigilo de correspondência;
TITULARIDADE
O Presidente da República tem competência exclusiva para decretar o Estado de defesa.
O DECRETO
a) O Decreto que instituir o estado de defesa deverá determinar:
- o tempo de sua duração;
- as áreas a serem abrangidas;
- as medidas coercitivas a vigorarem durante a vigência da medida.
TEMPO DE DURAÇÃO
Máximo de 30 dias podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem
as razões que justificaram a sua decretação.
MEDIDAS COERCITIVAS:
Poderão ser estabelecidas RESTRIÇÕES, e não suspensões, aos direitos de:
• reunião, ainda que exercida no seio das associações;
• sigilo de correspondência e comunicação telegráfica e telefônica;
• na hipótese de calamidade pública: ocupação e uso temporário de bens e
serviços públicos, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
MEDIDAS
RESTRITIVAS
LIBERDADE DE LIBERDADE DE
PRIVACIDADE PROPRIEDADE
LOCOMOÇÃO REUNIÃO
ocupação e uso
prisão crime contra
restrição correspondência temporário de bens
o Estado
e serviços públicos
comunicações
telefônicas
• A prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a DEZ DIAS,
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.
51
Art. 5º LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
executor da
Legitimidade
medida
imediata
Comunicação ao
juiz
declaração do
estado físico e
mental do detido
PRISÃO CRIME
CONTRA O ESTADO
até 10 dias
Prazo
Salvo - decisão
judicial
Vedada
incomunicabilidade
do preso
exame corpo de
preso
delito
Grave e Calamidades
iminente de grandes
instabilidade proporções
institucional na natureza
ORDEM
PÚBLICA
OU PAZ
SOCIAL
CONTROLE
Em decorrência do Sistema de Freios e Contrapesos e evitando abusos por parte do
Presidente da República, o Decreto de estado de defesa deve ser submetido a controle político
feito pelo Congresso Nacional e pode sofrer controle jurisdicional.
CONTROLE POLÍTICO
POSTERIOR: o Art. 141, parágrafo único, determina que após o término do estado de
defesa ou do estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência deverão ser relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.
52
Art. 57º, § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de
pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente- Presidente da República.
CONTROLE JURISDICIONAL
O controle jurisdicional ocorre quando da prisão por crime contra o Estado decretada
pelo Executor da medida.
Além disso, o Judiciário, posteriormente, poderá determinar a responsabilização dos
agentes e executores das medidas por atos ilícitos. (CF, Art. 141)
➢ Seção II
• DO ESTADO DE SÍTIO
HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO
comoção grave de
repercussão nacional
declaração de estado
ou ocorrência de fatos
de guerra ou resposta
que comprovem a
à agressão armada
ineficácia de medida
estrangeira
tomada durante o
estado de defesa
ESTADO
DE
SÍTIO
TITULARIDADE
O DECRETO
Se autorizado pelo CN, o Decreto que instituir o estado de sítio deverá determinar:
• o tempo de sua duração;
• as medidas coercitivas a vigorarem durante a vigência da medida. (Normas
necessárias à execução e garantias que serão suspensas.)
• após publicado o decreto do estado de sítio, o Presidente da República
designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
TEMPO DE DURAÇÃO
O tempo de duração depende do motivo que ensejou a decretação da medida, vejamos:
- Se for por comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa, o prazo será de
no máximo 30 dias, podendo ser prorrogado sucessivamente enquanto a situação de
anormalidade perdurar, as prorrogações não podem ser por prazo superior a 30 dias.
- Se for declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira,
o prazo é enquanto durar a guerra ou a agressão armada.
53
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas;
MEDIDAS COERCITIVAS
Na vigência do estado de sítio, decretada por comoção grave de repercussão nacional
ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado
de defesa, poderão ser estabelecidas as medidas previstas no Art. 139, I ao VII:
• obrigação de permanência em localidade determinada;
• detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
• restrições (não supressões) relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei.
(Não se inclui nessa restrição a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa).
• suspensão da liberdade de reunião – liberdade de expressão e manifestação do
pensamento.
• busca e apreensão em domicílio – direito de propriedade;
• intervenção nas empresas de serviços públicos;
• requisição de bens.
CONTROLE
Em decorrência do Sistema de Freios e Contrapesos e evitando abusos por parte do
Presidente da República, o Decreto de estado de sítio deve ser submetido a controle político
feito pelo Congresso Nacional e pode sofrer controle jurisdicional.
CONTROLE POLÍTICO
PRÉVIO: é o CN que deverá de forma prévia verificar as circunstâncias autorizadoras do
estado de sítio.
POSTERIOR: o Art. 141, parágrafo único, determina que após o término do estado de
sítio, as medidas aplicadas em sua vigência deverão ser relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das
providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições
aplicadas.
MEDIDAS COERCITIVAS
MEDIDAS
RESTRITIVAS
LIBERDADE DE
LIBERDADE LOCOMOÇÃO LIBERDADE DE REUNIÃO PRIVACIDADE PROPRIEDADE
INFORMAÇÃO
obrigação de permanência
Impresa - radiodifusão e Busca e apreensão em
em localidade Suspensão Correspondência
televisão domicílio
determinada;
requisição de bens
CONTROLE POLÍTICO
Em decorrência do Sistema de freios e Contrapesos e evitando abusos por parte do
Presidente da República o Decreto de Estado de Sítio deve ser submetido a controle político
feito pelo Congresso Nacional.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
POSTERIOR: O Art. 141, parágrafo único, determina que após o término do estado de
defesa ou do estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência deverão ser relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.
CONTROLE JURISDICIONAL
CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS
Noções introdutórias
Elas têm como objetivo: a) defesa da Pátria; b) garantia dos Poderes Constitucionais; c)
defesa da Lei e da Ordem.
As Forças Armadas têm como base a hierarquia e a disciplina, e os membros das Forças
Armadas são chamados de Militares.
Pelo texto constitucional extraímos que as Forças Armadas têm como finalidade:
A) Defesa da Pátria;
REGULAMENTAÇÃO
A CF estabelece que LEI COMPLEMENTAR deverá dispor sobre as normas de
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas – Lei Orgânica. Essa lei é a LC
97/1999.
E ainda que a lei, nesse caso ordinária, vai dispor sobre o ingresso nas Forças Armadas,
os direitos, deveres, remuneração, dentre outros.
Por esse dispositivo, extrai-se que é possível o estabelecimento de limite de idade para
concursos das carreiras militares, desde que previsto em lei.
Presidente da
República
Ministério da
Defesa
PATENTES
A patente é o título que cada oficial carrega dentro das Forças Armadas.
II. o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, será
transferido para a reserva, nos termos da lei;
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da
administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI 54,
alínea c, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o
tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
reserva, nos termos da lei;
54
Art. 37 XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
PRINCÍPIOS
Os princípios gerais da Administração Pública (Art. 37 caput) também se aplicam às
Forças Armadas.
A CF reforça ainda que LEI COMPLEMENTAR deverá dispor sobre as normas de
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
PUNIÇÕES DISCIPLINARES
Nos termos do Art. 142, § 2º da CF, não cabe HC em relação as punições militares,
contudo essa vedação deve ser analisada de forma relativa. Isso porque o STF55 entende que é
possível impetrar HC para discutir a legalidade da punição disciplinar, como, por exemplo, a
incompetência da autoridade, ausência de previsão legal da punição, ou seja, questões de
natureza mais formal. O que não cabe é HC para analisar o mérito da punição.
Nos termos do Art. 142, § 2º da CF, não cabe HC em relação as punições militares,
contudo essa vedação deve ser analisada de forma relativa. Isso porque o STF56 entende que é
possível impetrar HC para discutir a legalidade da punição disciplinar, como por exemplo a
incompetência da autoridade, ausência de previsão legal da punição, ou seja, questões de
natureza mais formal. O que não cabe é HC para analisar o mérito da punição.
REGIME JURÍDICO
O Art. 142, § 3º da CF estabelece o regime jurídico aplicável aos militares.
55
STF RE 338.840 – Não há que se falar em violação ao Art. 142§ 2º, da CF, se a concessão de Habeas corpus,
impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a
apreciação o de questões referentes ao mérito.
56
STF RE 338.840 – Não há que se falar em violação ao art. 142§ 2º, da CF, se a concessão de Habeas corpus,
impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a
apreciação de questões referentes ao mérito.
PERMANENTE RESERVA
MILITAR EM
CARGO OU
EMPREGO
PÚBLICO APÓS 2 ANOS -
TEMPORÁRIO AGREGADO
RESERVA
Ressalta-se ainda que a CF veda aos militares a filiação partidária, enquanto estiverem na
ativa:
MILITARES E DIREITOS
Aplicam-se aos militares algumas normas aplicáveis aos trabalhadores urbanos e rurais
e algumas disposições destinadas aos servidores públicos, conforme determina o Art. 142,
§3º, VIII da CF
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII,
XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art.
37, inciso XVI, alínea c; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 77, de 2014)
OUTRAS VEDAÇÕES
SINDICALIZAÇÃO (PODE
ASSOCIAÇÃO)
GREVE
AO MILITAR É VEDADO
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
(NA ATIVIDADE)
HABEAS CORPUS -
PUNIÇÕES
DISCIPLINARES
MILITARES
O oficial só perderá o seu posto e a sua patente se for julgado indigno do oficialato, por
meio de procedimento especial e autônomo, no âmbito do Poder Judiciário, de competência de
um tribunal militar, em tempo de paz, ou de um tribunal especial, em tempo de guerra.
Caso um oficial tenha sido condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a dois anos, por sentença definitiva, ele será submetido ao processo de
julgamento como indigno do oficialato, podendo em decorrência dessa condenação perder o
seu posto.
Ressalta-se que o praça poderá perder a sua graduação por meio de processo
administrativo, sendo o procedimento especial exigido apenas para os oficiais, conforme
entendimento do STF:
Poderá ser invocada a chamada escusa de consciência, ocasião em que será atribuída a
prestação alternativa, conforme Lei 8.239/91. Entende-se por Serviço Alternativo o exercício
de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em
substituição às atividades de caráter essencialmente militar.
CAPÍTULO III
Assim, aplicam-se aos militares dos Estados as seguintes regras aplicáveis aos militares
da união:
• Cargo eletivo – Art. 14, § 8º;
• Proibição de habeas corpus em decorrência de punições disciplinares;
• Todas as regras do §3º do Art. 142, ou seja, o regime jurídico, devendo a lei
estadual dispor sobre o ingresso na carreira, idade, remuneração, etc.;
• As patentes são conferidas pelo Governador, e não pelo Presidente.
DA SEGURANÇA PÚBLICA
57
Isenção de perigo.
ÓRGÃOS
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I - polícia federal;
IV - Polícias Civis;
ÓRGÃOS
Os órgãos responsáveis pela segurança pública constam em um rol TAXATIVO (numerus
clausus), previsto nos incisos do Art. 144 da CF:
Dessa forma, não podem os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criar outros órgãos de
segurança pública58, devendo os demais entes federados seguir o modelo federal respeitando as
diretrizes traçadas pela Constituição Federal.
A CF permite aos Municípios a instituição das GUARDAS MUNICIPAIS, bem como permite
aos Estados, Municípios e DF a estruturação da SEGURANÇA VIÁRIA, para preservação da ordem
pública, da incolumidade das pessoas, e do patrimônio das vias públicas. Contudo, esses órgãos não
são enquadrados pela CF como órgãos da segurança pública.
Também a polícia legislativa, criada no âmbito da Câmara e do Senado, não pode ser
considerada como órgão de segurança pública.
Convém observar que as GUARDAS MUNICIPAIS não são enquadradas pela CF como
órgãos da Segurança Pública.
58
ESTRUTURA
Polícia Rodoviária
Federal
Polícia Penal
EC 104, de 04 Dez. 19
Polícia Ferroviária
Ostensiva Federal
(preventiva)
Corpo de
Bombeiros
Estadual
Polícia de
segurança Polícia Militar
POLÍCIA FEDERAL
A Polícia Federal é órgão PERMANENTE, mantido e organizado pela União, é o único
órgão de segurança que cumula as duas atividades. É EXCLUSIVA DA UNIÃO, e tem as
seguintes atribuições:
É polícia ostensiva e judiciária EXCLUSIVA DA UNIÃO, e tem as seguintes atribuições:
A PF não tem competência para apurar infrações penais militares, que são
atribuídas aos órgãos de polícia judiciária militar (Decreto-Lei 1.002/1969).
CARREIRA DA PF
A carreira da Polícia Federal é formada pelos seguintes cargos:
• Delegado de Polícia Federal;
• Perito Criminal Federal;
• Escrivão de Polícia Federal;
• Papiloscopista Policial Federal;
• Agente de Polícia Federal.
Destaca-se que o cargo de Delegado da PF é cargo de natureza jurídica. Por isso, o
ingresso no cargo se dá a partir dos seguintes requisitos:
• concurso de provas e títulos;
• participação da OAB;
• bacharel em Direito;
• 3 anos de atividade jurídica ou policial;
• tais requisitos devem ser comprovados na data da posse;
• o cargo de Diretor-Geral, nomeado pelo Presidente da República, é privativo de
Delegado de Polícia Federal integrante da classe especial.
No âmbito estadual e distrital, o patrulhamento das rodovias é feito pela Polícia Militar.
Atualmente, a Polícia Ferroviária Federal não existe de fato, não há o órgão fisicamente
formado e não existe plano de carreira.
Inclusive, compete à União legislar sobre os vencimentos dos membros das polícias do
DF, conforme súmula vinculante 39:
Em que pese a organização e a manutenção das polícias estaduais serem feitas pelos
Estados, é competência privativa da União estabelecer normas gerais de organização,
efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das Polícias Militares e dos
Corpos de Bombeiros Militares (Art. 22, XXI).
59
Art. 21. XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo
próprio;
POLÍCIA CIVIL
De acordo com a mais recente posição do STF, o superintendente da Polícia Civil deve
ser escolhido, pelo Governador de Estado, dentre delegados e delegadas integrantes da
carreira policial, independentemente do estágio de sua progressão funcional, ou seja, não
precisaria ser da classe final da carreira.
A polícia de investigação só pode ser exercida pela Polícia Civil, e não pela Polícia Militar.
Dessa forma, configura desvio de função o atendimento nas delegacias de polícia por
sargentos ou subtenentes da PM.
Polícia Militar: Polícia Ostensiva; a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, por serem
militares, são forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro e geralmente as primeiras
forças de segurança pública a serem chamadas para fazer frente a crimes, contravenções
penais, acidentes, socorro, salvamento, buscas, incêndios ou ações de Defesa Civil, que
comprometam a ordem pública.
De acordo com o STF, a Polícia Militar pode realizar flagrantes ou participar de busca e
apreensão determinada por ordem judicial.
LEI ORGÂNICA
A CF dispõe que deverá ser criada uma lei orgânica para organizar o funcionamento dos
órgãos de segurança pública; essa lei até o momento não foi editada:
Dessa forma, a Força Nacional poderá apoiar a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de
Bombeiros ou os órgãos oficiais de Perícia Forense.
Assim, podemos dizer que Força Nacional de Segurança Pública está subordinada à
Secretaria Nacional de Segurança Pública, que hoje integra o Ministério Extraordinário de
Segurança Pública.
60
Art. 2º A cooperação federativa de que trata o art. 1º, para os fins desta Lei, compreende
operações conjuntas, transferências de recursos e desenvolvimento de atividades de capacitação e
qualificação de profissionais, no âmbito da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).(Redação dada pela Lei
nº 13.500, de 2017)
Parágrafo único. As atividades de cooperação federativa têm caráter consensual e serão desenvolvidas sob a
coordenação conjunta da União e do Ente convenente.
GUARDAS MUNICIPAIS
A lei em comento é a Lei 13.022/2014, que dispôs sobre o Estatuto Geral das Guardas
Municipais, e deve ser entendida como uma norma geral que estabelece apenas diretrizes e
disposições gerais, uma vez que é o Município quem deverá instituir a Guarda Municipal, por
meio de lei municipal.
Destaca-se que o Art. 5º, VI, da Lei atribui competência específica para a Guarda exercer
as competências de trânsito.
SEGURANÇA VIÁRIA
Inicialmente, a emenda visava dar uma nova redação ao § 8º do Art. 144, que trata das
guardas municipais, apenas ampliando suas atribuições como agentes de fiscalização e
controle de trânsito, especialmente pelo fato de que o CTB colocou os Municípios como
principais gestores do trânsito.
apenas dos Municípios, mas também dos Estados e do DF, ampliando o conceito de segurança
viária.
Dessa forma, segurança viária implica, além das atividades de fiscalização e controle,
também educação e engenharia de trânsito, visando assegurar ao cidadão o direito de
mobilidade urbana.
REMUNERAÇÃO
A remuneração dos servidores das carreiras de segurança pública será em forma de
subsídio, ou seja, por parcela única, sem acréscimos.
DIREITO DE GREVE
O Art. 142, § 3º, IV, da CF veda aos militares a sindicalização e a greve. Dessa forma, para
os membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, o exercício do direito
de greve é proibido.
De outro lado, e considerando que os membros das polícias são servidores públicos
civis, não haveria óbice ao exercício do direito de greve. Contudo, de acordo com o STF, os
servidores que atuam diretamente na área de segurança pública não podem entrar em greve.
Isso porque desempenham atividade essencial à manutenção da ordem pública.
POLÍCIAS DA UNIÃO
A segurança pública no âmbito da União é realizada pela Polícia Federal, Polícia
Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal.
A gestão da segurança pública no âmbito federal é atribuição do Presidente da
República.
Assim, a carreira de agentes de trânsito deve ser estruturada em lei em âmbito estadual,
distrital e municipal, mediante concurso público, vedando-se assim contratações temporárias,
não se confundindo com a carreira de guardas municipais.
Educação
Preservação da ordem
pública e incolumidade das
Engenharia
pessoas e do patrimônio
das vias públicas
Segurança Viária
Mobilidade urbana
Fiscalização
eficiente
ATIVIDADE PENITENCIÁRIA
A atividade penitenciária, relacionada com a guarda e vigilância dos estabelecimentos
prisionais, não foi atribuída de forma específica à Polícia Civil, sendo admitida a criação da
Carreira de Atividades Penitenciárias, que também não pode ser considerado como órgão de
segurança pública. Conforme jurisprudência do STF:
EXERCÍCIOS
9. Ano: 2019 Banca: Cespe - À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se
segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das
instituições democráticas.
A competência da PRF, instituição permanente, organizada e mantida pela União, inclui o
patrulhamento ostensivo das rodovias e das ferrovias federais.
Certo ( ) Errado( )
9. Gabarito: Errado
10. Ano: 2019 Banca: FCC - Segundo o que dispõe a Constituição Federal acerca da
segurança pública,
Informativo 793, STF. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei
municipal, têm competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de
trânsito e impor multas. O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às
guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a
E) CORRETO: essa assertiva está prevista no Art. 144, §1º, inc. III - exercer
as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
➢ Seção I
• DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
➢ Seção II
• DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
IV - produtos industrializados;
IX - incidirá também:
X - não incidirá:
➢ Seção VI
• DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
➢ Seção I
• NORMAS GERAIS
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
II - as diretrizes orçamentárias;
b) serviço da dívida;
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos
em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
EXERCÍCIOS
11. Ano: 2019 Banca: Cespe - A Constituição Federal de 1988 veda expressamente
a) transferência voluntária de recursos financeiros pelo governo estadual para fins de
pagamento de despesas com pessoal ativo dos Municípios.
b) o acúmulo, de forma remunerada, de dois cargos técnicos, exceto se houver
compatibilidade de horários entre eles.
c) a edição de medida provisória para dispor sobre a criação e extinção de órgãos da
Administração Pública direta e indireta.
d) a vinculação da receita de impostos a despesas relacionadas às ações de
manutenção e desenvolvimento do ensino.
e) o remanejamento de recursos de uma categoria de programação para outra com o
objetivo de viabilizar resultados de projetos vinculados à ciência, tecnologia e
inovação.
11. Gabarito: A
12. Ano: 2019 Banca: VUNESP - É correto afirmar, nos termos do estabelecido pela
Constituição Federal, que o Sistema Financeiro Nacional
a) será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a
participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
b) não abrange as cooperativas de crédito e delega a gerência dos títulos de
capitalização.
c) é estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país, a servir
aos interesses da União e dos entes federados que a compõem.
d) proporciona tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do país onde estiver sua
sede e administração.
e) assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, mediante
autorização prévia dos órgãos públicos competentes.
12. Gabarito: A
TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Por tratar-se de norma de eficácia limitada, o exercício desse direito foi assegurado com
a edição do Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90, que assegura diversos
instrumentos de proteção ao consumidor, especialmente em virtude de sua hipossuficiência.
Esse direito é tão importante que também foi elencado como princípio da ordem
econômica (Art. 170, V da CF):
II - propriedade privada;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
OBRIGATORIEDADE DE LICITAR
A Lei Nacional que regulamenta o tema e traz as exceções à regra é a 8.666/93. Nela
estão dispostos os procedimentos licitatórios e os contratos públicos. Seu estudo aprofundado
é feito no Direito Administrativo. O texto constitucional traz ainda a regra mais rígida quanto
à obrigação de licitar. Trata-se do Art. 175 que determina ser obrigatória (sem exceções) a
licitação quando se tratar de concessões e permissões de serviços públicos. Vejamos:
Cumpre salientar que, apesar da regra de licitar ser aplicável a toda Administração
Pública, quando se trata de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, exploradoras
de atividade econômica, ou seja, que atuam no mercado privado, a venda de seus produtos e
serviços não é condicionada ao procedimento licitatório, haja vista tal atividade estar
relacionada diretamente com sua atividade-fim, e a licitação acabaria por inviabilizar sua
atuação. Contudo, para compras e atividades-meio, permanece a regra da licitação para tais
entidades.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a
promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos
interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis
complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do
capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)
EXERCÍCIOS
13. Ano: 2019 Banca: Vunesp - A Lei de Diretrizes Orçamentárias atenderá o disposto na
Constituição Federal, da seguinte forma:
a) compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público.
b) compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
c) determinará que as diretrizes orçamentárias, o orçamento anual e os créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
d) disporá sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que
serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de
restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a
realização do disposto em lei específica.
e) compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
13. Gabarito: E
14. Ano: 2019 Banca FCC - A Constituição Federal vigente estabelece, em relação ao
Orçamento Público, que
a) a Lei Orçamentária Anual define, a cada cinco anos, as prioridades e metas que
devem ser observadas no momento de elaboração e execução dos Orçamentos.
b) o Plano Plurianual permite que investimentos cuja execução se estenda além de um
exercício financeiro possam ser iniciados sem estar incluídos previamente no plano
Plurianual.
c) o Plano Plurianual dispõe, para cada exercício financeiro, sobre a dívida pública
federal, a estrutura e organização dos orçamentos e a fiscalização pelo Poder
Legislativo sobre as obras e os serviços com indícios de irregularidades graves.
d) o Plano Plurianual é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo
Federal, que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as
metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
e) a Lei Orçamentária Anual estabelece as metas fiscais e a fixação de critérios para
limitação de empenho e movimentação financeira.
14. Gabarito: D
TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Esses direitos sociais foram mais bem abordados pela CF no chamado Título da Ordem
Social, isso porque na sequência do Art. 6º, a CF apenas se ocupou dos temas referentes aos
direitos sociais de caráter trabalhista.
Dessa forma, o título VIII da Ordem Social estabelecido na CF visa à concretização dos
direitos sociais elencados no Art. 6º de forma genérica. São direitos, portanto, de segunda
geração, os quais estabelecem prestações positivas do Estado.
Contudo, o título da ordem social, estabeleceu novos direitos não estabelecidos no artigo
6º, incluindo direitos de terceira geração.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Pode-se afirmar que juntamente com os direitos fundamentais, a Ordem Social
estabelece o núcleo substancial do regime democrático adotado na nossa CF.
É dizer: o trabalho é o fator primordial para o desenvolvimento social e econômico do
Estado Brasileiro, pois é por meio dele que se pode assegurar o suprimento das necessidades
e o bem-estar das pessoas, garantindo a justiça social.
Primado do
BASE
trabalho
ORDEM
SOCIAL bem-estar
social
OBJETIVO
justiça
social
Esse princípio nos conduz à diversidade da base de financiamento, feita por toda a
sociedade, a qual conta com a participação de vários agentes responsáveis pela manutenção
financeira da seguridade social, especialmente os trabalhadores, as empresas e os entes
estatais.
Além dessas fontes de contribuição, uma lei complementar poderá estabelecer outras
hipóteses de financiamento da seguridade social. Destaca-se que essa lei complementar é de
competência da União – trata-se da chamada competência residual da União.
Agora, vamos analisar os três direitos assegurados pela chamada seguridade social e
suas principais características: saúde, previdência social e assistência social.
➢ Seção II
DA SAÚDE
É um dever do Estado, que deve garantir, por meio de políticas públicas. Trata-se de
norma de caráter programático, contudo não pode ser apenas uma promessa constitucional.
O direito à saúde também pode ser garantido pela iniciativa privada, ou seja, temos a
possiblidade de a iniciativa privada assumir a responsabilidade da prestação de serviços
referentes à saúde. Por isso, existem no Brasil hospitais e planos de saúde privados que
proporcionam a garantia desse benefício. Contudo, será o poder público que estabelecerá a
regulamentação, a fiscalização e o controle do direito à saúde.
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais: princípio da integralidade, a cobertura deve ser a mais ampla possível.
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Esses agentes podem perder seus cargos, além das hipóteses previstas para o servidor
estável, em caso de descumprimento de requisitos específicos:
Assim, podemos dizer que a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos
serviços na área da saúde competem ao Estado – Poder Público, enquanto que a execução
dessas ações e serviços cabe ao Estado, poder público, mas também à iniciativa privada.
Outra norma muito interessante e que pode aparecer em sua prova é a proteção
constitucional à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas. A Constituição Federal,
em seu Art. 199, §4º, traz expressamente a vedação para a comercialização de órgãos, apesar
de não regulamentar as formas de remoção, pesquisa, coleta e processamento de sangue.
➢ Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
O que nos interessa é o RGPS, que é o aplicável aos trabalhadores, sob o regime da CLT,
previsto no Art. 201 da CF. A previdência social, diferentemente do direito à saúde e da assistência
social, tem caráter contributivo. Ter caráter contributivo significa dizer que só poderá ser
beneficiado pela Previdência Social quem contribuir previamente com o sistema de previdência
público.
Pela leitura do referido artigo, extraímos dos incisos que a proteção contra diversos
riscos é assegurada por meio de benefícios:
BENEFÍCIO
RISCO
Auxílio-doença ou auxílio-acidente
Doença
Aposentadoria por invalidez
Invalidez
Pensão por morte
Morte
Aposentadoria por idade/ por tempo de
Idade avançada
contribuição
Salário-maternidade
Proteção à maternidade
Seguro-desemprego
Desemprego involuntário
Salário-família
Baixa renda
Auxílio-reclusão
Prisão
PREVIDÊNCIA PRIVADA
A CF autoriza a criação de regime de previdência privada, nos termos do Art. 202 da CF:
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
O Art. 203 prevê o benefício de seguridade social chamado de Assistência Social. São
vários benefícios oferecidos a quem precisa de assistência, geralmente aos hipossuficientes. A
assistência social não depende de contribuição à Previdência Social:
➢ Seção IV
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:
Podemos observar que a assistência social não tem caráter contributivo, geralmente
utilizada a quem dela necessita, principalmente aos hipossuficientes, como: crianças, idosos,
pessoas portadoras de deficiência. São pessoas beneficiadas pela assistência social hoje no
Brasil pelas diversas medidas que o Estado acaba adotando.
AÇÕES GOVERNAMENTAIS
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
➢ Seção I
DA EDUCAÇÃO
A CF, nos artigos 205 – 214, dispõe a respeito do direito à educação, que é entendido
como um direito de TODOS, mas um dever do Estado e da família.
A educação, dada a sua relevância, é considerada como um serviço público essencial.
AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
A CF assegura autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e
patrimonial às Universidades, sendo que estas devem obedecer ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
➢ Deveres do Estado
INICIATIVA PRIVADA
O ensino é livre à iniciativa privada, dessa forma estabelecimentos privados poderão
prestar esse serviço. Contudo, a sua realização deve obedecer a algumas condições:
FIXAÇÃO DE CONTEÚDOS
A respeito do Art. 210 destacamos o ensino religioso, que é de matrícula FACULTATIVA,
e deverá ser disciplina regular no Ensino Fundamental.
SISTEMA
FEDERAL DE
ENSINO
UNIÃO
ASSISTÊNCIA
TÉCNICA E
FINANCEIRA
ENSINO
FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO ESTADOS/DF
ENSINO MÉDIO
ENSINO
FUNDAMENTAL
MUNICÍPIOS
EDUCAÇÃO
INFANTIL
APLICAÇÃO DE RECURSOS
A União deverá aplicar, anualmente, nunca menos de 18% de seus recursos na área da
educação.
UNIÃO 18%
RECEITAS
ESTADOS/DF/MUNICÍPIOS 25%
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
I - erradicação do analfabetismo;
DA CULTURA
Um dos direitos de ordem social com maior impacto sobre a sociedade é o direito
cultural. Historicamente, o acesso à cultura sempre se mostrou uma grande ferramenta de
satisfação social, e a garantia do seu acesso a todos os grupos sociais é um dos grandes
desafios do Estado:
MANIFESTAÇÃO CULTURAL
Um dos princípios constitucionais que protegem este direito social é o PLURALISMO
POLÍTICO. Pluralismo político é pluralidade de ideias, multiplicidade de percepções. Esse
princípio garante à sociedade o acesso a diversas manifestações culturais de todos os grupos
participantes da formação cultural nacional:
Dessa forma, uma banda formada por músicos amadores não remunerados estará
dispensada do pagamento de direitos autorais em razão da execução de obra musical alheia.
DATAS COMEMORATIVAS
Dispõe o Art. 215, § 2º da CF:
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.
PATRIMÔNIO CULTURAL
I - as formas de expressão;
➢ Seção III
DO DESPORTO
O Art. 217 da CF vai dizer que é DEVER do Estado fomentar práticas desportivas formais
e não formais como direito de cada um. Práticas desportivas formais referem-se aos esportes,
devidamente regulamentados pela lei, de acordo com cada modalidade, sendo que a principal
lei sobre o tema é a Lei 9.615/98 (Lei Pelé), já as atividades desportivas não formais
decorrem da liberdade lúdica, das brincadeiras, ideia de recreação, lazer, divertimento, etc.
Ademais, o lazer é classificado como direito social (Art. 6º).
Assim, podemos dizer que o direito ao desporto não é apenas o direito ao esporte, mas
também o direito ao lazer, ao divertimento, à recreação.
JUSTIÇA DESPORTIVA
A CF aborda a chamada “Justiça Desportiva”, afirmando que o PJ só admitirá ações
relativas às competições desportivas após o esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva.
• Apesar do nome, a Justiça Desportiva não é órgão do Poder Judiciário, mas sim
órgão de natureza administrativa, de modo que os processos que tramitam
em seu âmbito são processos administrativos, sujeitos ao controle jurisdicional.
• De acordo com o STF, os membros do Poder Judiciário não podem exercer suas
funções na Justiça Desportiva. Além disso, segundo o Tribunal Superior do
Trabalho, a Justiça Desportiva não tem competência para processar e julgar
questões trabalhistas envolvendo os atletas e suas entidades profissionais
desportivas.
CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
A cobrança desse tópico em provas costuma ser bastante literal. A relevância, contudo,
dá-se pelo fato de esse tema ter sofrido significativa alteração pela EC 85/2015, que inseriu o
tema “inovação”. Dessa forma, apresenta-se o artigo com a redação anterior e a nova, para sua
leitura.
A Constituição Federal estabelece em seu Art. 218 o dever do Estado de promover e
incentivar:
• o desenvolvimento científico;
• a pesquisa;
• a capacitação científica e tecnológica;
• a inovação.
O dever referente à capacitação científica e à inovação foram inseridos pela EC
85/2015.
Por promover entende-se a atuação das universidades, instituições de educação
profissional e institutos de pesquisa. Incentivar, refere-se ao estímulo desses direitos por
meio de incentivos, inclusive para os setores privados.
A cobrança desse tópico em provas costuma ser bastante literal. A relevância, contudo,
dá-se pelo fato de esse tema ter sofrido significativa alteração pela EC 85/2015, que inseriu o
tema “inovação”.
MERCADO INTERNO
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
A CF estabeleceu um conjunto de normas para proteger a liberdade de expressão e
manifestação do pensamento, especialmente no âmbito do jornalismo e da imprensa, o que
apenas reforça as liberdades fundamentais consagradas no Art. 5º da CF.
O Art. 220 assegura ampla liberdade e ainda proíbe todo e qualquer tipo de censura.
Contudo, logicamente, esse direito encontra limite nos próprios direitos fundamentais, como
o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem.
Vale ressaltar que, com fundamento Constitucional, o STF declarou a não recepção da Lei
de Imprensa (Lei nº. 5.250/1967).
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
A CF, em seu Art. 225, assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, direito este classificado como de 3a geração. É, portanto, um direito difuso e
bem de uso comum do povo, que deverá ser assegurado pelo Estado – poder público e pela
coletividade, que têm o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações:
Bem de uso comum do povo: significa que os bens que integram o meio ambiente
devem satisfazer as necessidades comuns de todos os habitantes da Terra. NÃO significa
GRATUIDADE.
Meio ambiente natural ou físico: constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora.
➢ Processos ecológicos essenciais são aqueles vitais, que tornam possível a vida.
Ex.: cadeias alimentares; ciclo das águas; produção humana de alimentos.
• Preservar: significa manter o ecossistema, o processo ecológico como ele se
encontra.
• Restaurar: presume a existência de área degradada que depende da ingerência
humana para sua restauração.
Dessa forma, é dever do Estado a proteção dessas informações genéticas dos seres vivos,
mantendo a sua diversidade e integridade
O Art. 225, parágrafo primeiro, inciso III, dispõe a respeito da criação de espaços
territoriais e seus componentes, que deverão ter uma proteção especial. Esses espaços, em
virtude de suas características peculiares, merecem especial proteção.
A instituição (criação) dessas áreas pode-se dar tanto por meio de lei quanto mediante
ato executivo (decreto executivo). Entretanto, a sua redução (alteração) ou a sua supressão
somente podem ser permitidas por meio de lei específica.
LEI
CRIAÇÃO
ATO
ETEPs EXECUTIVO
Esse inciso dispõe a respeito da criação de espaços territoriais e seus componentes que
deverão ter uma proteção especial – ETEPs.
Essas áreas poderão ser instituídas tanto por Lei quanto por Decreto Executivo. Contudo,
uma vez instituídas, a sua redução ou supressão somente será permitida por meio de lei
formal.
O EIA é um documento técnico responsável por fazer uma descrição da região e do local
de implantação do empreendimento, avaliando todos seus possíveis impactos negativos e
positivos sobre o meio ambiente, é uma espécie de avaliação de impacto no meio ambiente e é
documento indispensável para embasar o pedido de licenciamento ambiental naquelas
atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.
Cumpre salientar que o estudo não é exigível para toda e qualquer atividade, e sim
apenas para aquelas potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.
O licenciamento, assim como o EIA, deve ser realizado também em áreas indígenas.
Por fim, ao Estudo e ao seu relatório deve ser dada publicidade, assegurando nesse caso
o princípio da informação.
CONTROLE DE RISCOS
O Art. 225, parágrafo primeiro, inciso V, estabelece o princípio ambiental do limite e
determina que cabe ao Poder Público, no exercício de poder de polícia, fiscalizar e orientar os
particulares quanto aos limites do uso do meio ambiente.
B) RODEIOS E VAQUEJADAS:
Rodeios são atividades com animais de montaria ou de cronometragem e as provas de
laço, que avaliam o desempenho do atleta no domínio do animal e o desempenho do próprio
animal. (Art. 1º Lei n.º 10.519/2002)
61
O projeto foi encaminhado para sanção do Presidente, até a data do encerramento do material não havia sido
sancionado.
Para o relator da ação, Ministro Marco Aurélio, a prática teria “crueldade intrínseca”, e o
dever de proteção ao meio ambiente previsto na Constituição Federal se sobrepõe aos valores
culturais da atividade desportiva.
Contrariando a referida decisão do STF, foi editada a Lei nº 13.364/2016, que elevou o
Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição de
manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial, bem como passaram a
ser consideradas manifestações da cultura nacional, nos termos dos Arts. 215 e 216 da CF.
Dessa forma, a referida Emenda acabou com os entraves jurídicos para a realização da
Vaquejada e dos rodeios no Brasil.
Convém observar que a solução técnica será dada pelo órgão público e não pelo agente
poluidor.
Convém observar que a solução técnica será dada pelo órgão público, e não pelo agente
poluidor.
➢ Responsabilidade ambiental
O Art. 225, § 3º, estabelece a chamada tríplice responsabilidade, tanto de pessoas físicas
quanto jurídicas em matéria ambiental, ou seja, um mesmo ato pode provocar
responsabilidades na esfera penal, civil e administrativa.
Como visto, a CF determina que tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica podem ser
responsabilizadas na esfera penal, civil e administrativa por atividades lesivas ao meio
ambiente.
No âmbito civil e administrativo não há dúvidas de que a pessoa jurídica pode ser
condenada independentemente da responsabilização dos seus agentes. Entretanto, no âmbito
penal há divergência se a responsabilização da pessoa jurídica depende ou não da
responsabilização dos seus agentes. Dessa forma, entendeu o STF62 que a CF não condiciona a
responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução
penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa, ou seja, a norma
constitucional não impõe a necessária dupla imputação.
62
Decisão do STF: Recurso Extraordinário 548181, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em
06/08/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014
TERRAS DEVOLUTAS
Em outras palavras, são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em
nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam
irregularmente sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida
ou a ser devolvida ao Estado.
Como regra, as terras devolutas pertencem aos Estados (Art. 26, IV CF), sendo que serão
da União apenas se essas terras forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações
e defesas militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental (Art. 20, II
CF).
USINAS NUCLEARES
Sabe-se que a União detém o monopólio da exploração da atividade nuclear, conforme
Art. 177, V, e Art. 20, IX.
Nesse sentido, o que a CF exige é que as usinas nucleares devem ter sua localização
definida em lei federal (Art. 22, XXVI).
63
Ações discriminatórias: o processo discriminatório é aquele destinado a assegurar a discriminação e delimitação das
terras devolutas da União e dos Estados-Membros, além de separá-las das terras particulares e de outras terras
públicas.
CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
A CF, nos artigos 226 – 230, estabelece importante proteção ao núcleo familiar,
afirmando que a família é a base da sociedade e tem proteção especial dada pelo Estado.
ENTIDADE FAMILIAR
A CF estabeleceu proteção a três tipos de entidades familiares:
• Família matrimonial, decorrente do vínculo do casamento, tanto civil quanto
religioso (§ 2º).
• Família informal, constituída pela União estável, aqui incluída a União
homoafetiva, de acordo com a orientação do STF (§ 3º).
• Família monoparental, constituída pelo pai ou mãe e seus descendentes (§ 4º).
O casamento religioso terá o mesmo efeito do casamento civil, independentemente sob qual
religião tenha ocorrido.
Em relação à família informal, reconheceu o STF como entidade familiar a união estável
homoafetiva (ADPF 132). Como desdobramento dessa decisão e considerando a jurisprudência
do STJ que decidiu que não há impedimentos legais para a celebração de casamento entre pessoas
do mesmo sexo (REsp 1. 183.378/RS), o CNJ editou a Resolução 175/2013 que dispõe sobre a
habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento,
entre pessoas de mesmo sexo.
Apesar de ser visto como patologia (CID-10 F64.0), o STF tem reconhecido que se trata
de condição social, motivo pelo qual entendeu pela possibilidade de alteração do nome social
no registro civil, sem a necessidade de cirurgia de mudança de sexo (transgenitalização) (ADI
4275 – 1/03/2018).:
DIVÓRCIO
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 66, de
2010)
PLANEJAMENTO FAMILIAR
O planejamento familiar é decisão livre do casal, baseado nos princípios da dignidade da
pessoa humana e da paternidade responsável.
No que tange ao planejamento, destaca-se que o Estado deve proporcionar os recursos
adequados à concretização desse planejamento.
A Lei nº. 9.263/96 regulamenta esse dispositivo e podemos destacar como ações do
Estado a distribuição gratuita de preservativos e a distribuição de pílula do dia seguinte.
ADOÇÃO
O processo de adoção deve ser acompanhado pelo Estado, na forma da Lei. (Lei nº.
12.010/2009).
IMPUTABLIDADE PENAL
PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE
O Art. 229 da CF consagra o princípio da solidariedade entre ascendentes e
descendentes, determinando que os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos quando maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade. Trata-se de evidente dever recíproco de cuidado.
IDOSOS
Em virtude da especial vulnerabilidade dos idosos, a CF, assegurou a eles tratamento
diferenciado e prioritário.
A CF destaca ainda que os programas de amparo aos idosos deverão ser executados de
forma preferencial nos lares dos idosos, o que não significa obrigatoriamente.
64
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.
CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS
Inobstante a palavra silvícola ser destinada àquelas pessoas que moram na selva, a
proteção constitucional dada aos índios se destina àqueles que moram na selva ou que já
sofreram processo de aculturação.
65
Art. 20. São bens da União: XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Podemos destacar que, de acordo com o STF, NÃO se considerada como terra indígena:
• As terras de aldeamentos indígenas extintos, ainda que ocupadas em passado
remoto (Súmula 650 STF66);
• Aquelas ocupadas após a promulgação da CF/88 – 05/10/88. – definição de
marco temporal.
Assim, podemos dizer que o STF adotou a chamada Teoria do fato indígena, segundo a
qual na configuração das terras como indígenas, é essencial aferir se a ocupação das terras
pelos índios possui as características de persistência e constância, na data da promulgação do
permissivo constitucional.
• caráter permanente;
• atividade produtiva dos índios;
• imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais para o seu bem-
estar;
• necessárias à reprodução física e cultural.
66
Os incisos I e XI do Art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que
ocupadas por indígenas em passado remoto.
67
Art. 20. São bens da União: XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
REMOÇÃO DE INDÍGENAS
Nas duas hipóteses fica garantido o retorno dos grupos indígenas após cessar o risco.
É considerado sem nenhum efeito jurídico os atos que tenham por objeto a ocupação, o
domínio e a posse das terras indígenas.
Vejamos:
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em
cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção
econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na
autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais
garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o
Art. 21, XXV, na forma da lei.
DEFESA JUDICIAL
68
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
CUIDADO!
De acordo com o STF, só será de competência da Justiça Federal quando a
disputa envolver diretamente:
Direitos referentes à cultura indígena;
Direitos sobre as terras tradicionalmente ocupadas;
Interesses da União, como, por exemplo, infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas.
QUILOMBOLAS
Quilombolas são escravos refugiados em quilombos, ou descendentes
de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram
dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam
diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.
Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam
ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado
emitir-lhes os títulos respectivos.
EXERCÍCIOS
15. Ano: 2019 Banca: IF-PA - Com base na previsão expressa da Constituição Federal 1988,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) O lazer, a educação e a assistência aos desemparados estão no rol nos direitos
sociais.
b) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União.
c) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou
incentivos fiscais e creditícios.
d) É obrigatório aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica.
e) Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação
Infantil.
15. Gabarito: D
A primeira coisa que deve ser lembrada para resolver essa questão é que está
sendo solicitado que se encontre a alternativa errada. Sendo assim, é uma
excelente questão para estudar, pois além de fixar o conteúdo de maneira correta,
auxilia o candidato ao “inverter” a linha de raciocínio para a hora da prova. Vamos
conferir as assertivas.
A) CORRETA – todos os direitos estão previstos no Art. 6º da CF, portanto não
é nossa resposta.
B) CORRETA – todos definidos como competência de controle externo, quase
que na literalidade do texto constitucional previsto no Art. 71. Também não é o
gabarito.
C) CORRETA – também não é nossa resposta, pois está transcrição literal do
Art. 195, § 3º da CF/88.
D) INCORRETO - de acordo com a previsão do Art. 218, §5º da CF/88 define
que:
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica
Questão capciosa – troca de palavras, no caso, “É OBRIGATÓRIA” da questão
por “É FACULTADO” da assertiva.
E) CORRETA – Art. 211, §2º da CF/88.
16. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP - De acordo com o disposto no texto constitucional,
assinale a alternativa INCORRETA acerca da Educação.
a) Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação
Infantil.
b) Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e
médio.
c) O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
d) É vedado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
e) As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio de indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão.
16. Gabarito: D
TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
Art. 233. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
PODER CONSTITUINTE
REVISÃO CONSTITUCIONAL
Prevista no Art. 3º do ADCT estabelece um procedimento simplificado de alteração da
CF, que foi realizada 5 anos após a promulgação da CF, em razão das discussões durante o
trabalho da Assembleia Nacional Constituinte em 1988:
MAS E O DF?
Apesar de o DF se auto-organizar por meio de lei orgânica, entende a doutrina que a sua
auto-organização é exercício de Poder Constituinte Derivado Decorrente, pois não há
Constituição Estadual que o DF deve respeitar, mas tão somente a CF, logo a sua elaboração
decorre diretamente e exclusivamente do Poder constituinte originário, funcionando como
uma “Constituição local”, conforme já decidiu o STF69.
69
RE 577025, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/2008, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-043 DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-08 PP-01507 RTJ VOL-00209-01
PP-00430
I - ação normativa;
II - alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.
Art. 32. O disposto no art. 236 não se aplica aos serviços notariais
e de registro que já tenham sido oficializados pelo Poder Público,
respeitando-se o direito de seus servidores.
Art. 52. Até que sejam fixadas as condições a que se refere o art.
192, III, são vedados:
Art. 56. Até que a lei disponha sobre o art. 195, I, a arrecadação
decorrente de, no mínimo, cinco dos seis décimos percentuais
correspondentes à alíquota da contribuição de que trata o Decreto-
Lei n.º 1.940, de 25 de maio de 1982, alterada pelo Decreto-Lei n.º
2.049, de 1º de agosto de 1983, pelo Decreto n.º 91.236, de 8 de
maio de 1985, e pela Lei n.º 7.611, de 8 de julho de 1987, passa a
integrar a receita da seguridade social, ressalvados, exclusivamente
no exercício de 1988, os compromissos assumidos com programas e
projetos em andamento.