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SUMÁRIO
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 .................................................................. 10
CONSTITUCIONALISMO ........................................................................................................................... 10
O DIREITO CONSTITUCIONAL - A CONSTITUIÇÃO........................................................................................ 11
PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................... 12
ESTADO .................................................................................................................................................... 12
POVO ....................................................................................................................................................... 12
TERRITÓRIO ............................................................................................................................................. 13
SOBERANIA .............................................................................................................................................. 13
PREÂMBULO .................................................................................................................................................... 13
TÍTULO I ........................................................................................................................................................... 13
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................................... 13
PRINCÍPIO FEDERATIVO ........................................................................................................................... 15
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES .............................................................................................. 17
SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (CHECKS AND BALANCES)............................................................ 18
PRESIDENCIALISMO ................................................................................................................................. 19
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ........................................................ 20
PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO BRASIL .................................................... 20
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ......................................................................................................... 20
ORIGEM ................................................................................................................................................... 20
FORMA ..................................................................................................................................................... 21
MODO DE ELABORAÇÃO ......................................................................................................................... 22
CONTEÚDO .............................................................................................................................................. 22
EXTENSÃO ................................................................................................................................................ 23
ALTERABILIDADE / ESTABILIDADE ........................................................................................................... 23
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 28
TÍTULO II .......................................................................................................................................................... 30
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 30
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................... 30
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS................................................................................. 31
TITULARIDADE E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS.................................. 32
PODER CONSTITUINTE ..................................................................................................................................... 33
TITULARIDADE E EXERCÍCIO..................................................................................................................... 33
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ................................................................................. 34
DIREITO À VIDA ............................................................................................................................................ 37
DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA ........................................................................................................ 37

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DIREITO À LIBERDADE.................................................................................................................................. 39
DIREITO À PROPRIEDADE............................................................................................................................. 42
DIREITO À SEGURANÇA ............................................................................................................................... 47
TRIBUNAL DO JÚRI ................................................................................................................................... 56
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS..................................................................................................................... 64
HABEAS CORPUS ...................................................................................................................................... 64
HABEAS DATA .......................................................................................................................................... 65
MANDADO DE SEGURANÇA .................................................................................................................... 66
MANDADO DE INJUNÇÃO........................................................................................................................ 68
AÇÃO POPULAR ....................................................................................................................................... 69
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ................................................................................ 70
FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS ................................. 73
DIMENSÃO DE DIREITOS.............................................................................................................................. 75
CAPÍTULO II .................................................................................................................................................. 77
DOS DIREITOS SOCIAIS............................................................................................................................. 77
DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS................................................................................................................ 79
GARANTIAS DO TRABALHADOR............................................................................................................... 82
SALÁRIO MÍNIMO .................................................................................................................................... 82
DIREITO DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS ........................................................................................ 85
DIREITOS COLETIVOS TRABALHISTAS ...................................................................................................... 86
PRINCÍPIO DA UNIDADE SINDICAL ........................................................................................................... 86
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO.................................................................................................................... 87
ESTABILIDADE SINDICAL .......................................................................................................................... 87
DIREITO DE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL ................................................................................................ 87
DIREITO DE GREVE ................................................................................................................................... 87
DIREITO DE PARTICIPAÇÃO...................................................................................................................... 88
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA ................................................................................................ 88
CAPÍTULO III ................................................................................................................................................. 88
DA NACIONALIDADE ................................................................................................................................ 88
CAPÍTULO IV................................................................................................................................................. 94
DOS DIREITOS POLÍTICOS ........................................................................................................................ 94
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS ................................................................................................................. 94
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS ............................................................................................................... 96
CAPÍTULO V.................................................................................................................................................. 99
DOS PARTIDOS POLÍTICOS ....................................................................................................................... 99
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 103
TÍTULO III ....................................................................................................................................................... 105

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DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ................................................................................................................. 105


CAPÍTULO I ............................................................................................................................................. 105
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS ...................................................................................................... 105
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS ....................................................................... 106
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA ................................................................................... 107
TIPOS DE FEDERALISMO ........................................................................................................................ 109
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS............................................................................................................... 110
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO ......................................................................... 111
CAPÍTULO II ................................................................................................................................................ 111
DA UNIÃO .............................................................................................................................................. 111
CAPÍTULO III ............................................................................................................................................... 118
DOS ESTADOS FEDERADOS .................................................................................................................... 118
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE .................................................................................. 118
PODER CONSTITUINTE DIFUSO.............................................................................................................. 119
PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL .............................................................................................. 119
CAPÍTULO IV............................................................................................................................................... 123
DOS MUNICÍPIOS ................................................................................................................................... 123
CAPÍTULO V................................................................................................................................................ 129
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS .......................................................................................... 129
CAPÍTULO VI............................................................................................................................................... 131
DA INTERVENÇÃO .................................................................................................................................. 131
INTERVENÇÃO............................................................................................................................................ 132
REGRA GERAL ........................................................................................................................................ 133
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA ................................................................... 135
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO................................................................................................................... 135
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA ................................................................... 137
HIPÓTESES DE CABIMENTO ................................................................................................................... 137
CONTROLE POLÍTICO DO CONGRESSO NACIONAL ................................................................................ 138
CAPÍTULO VII.............................................................................................................................................. 142
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................................... 142
PRINCÍPIOS EXPRESSOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................ 142
DIREITO DE GREVE ................................................................................................................................. 143
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ...................................................................................................................... 144
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE .............................................................................................................. 145
PRINCÍPIO DA MORALIDADE .................................................................................................................... 152
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE .................................................................................................................... 152
SERVIDORES EM EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO ............................................................................ 153

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PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA ........................................................................................................................ 154


DIREITOS SOCIAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS ........................................................................................ 155
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................ 162
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO .................................................................................................. 163
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO ........................................................................................ 163
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE ............................................................................................. 163
CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ............................................................................................ 164
AUTOTUTELA ......................................................................................................................................... 164
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 166
TÍTULO IV ....................................................................................................................................................... 168
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................................................................. 168
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................. 168
PODER LEGISLATIVO – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO ............................................................................ 168
SISTEMA PROPORCIONAL ...................................................................................................................... 169
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL..................................................................................... 171
CONTROLE LEGISLATIVO – “VETO LEGISLATIVO” .................................................................................. 171
DECRETOS LEGISLATIVOS .......................................................................................................................... 172
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS .............................................................................................................. 173
RESPONSABILIDADES DOS MINISTROS .................................................................................................. 174
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES .................................................................................................... 175
PERDA DO MANDATO............................................................................................................................ 179
NÃO PERDE O MANDATO ...................................................................................................................... 180
PODER LEGISLATIVO .................................................................................................................................... 181
DAS REUNIÕES ....................................................................................................................................... 181
SESSÃO CONJUNTA ................................................................................................................................ 181
SESSÃO PREPARATÓRIA ......................................................................................................................... 182
SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA ............................................................................................... 182
DAS COMISSÕES .................................................................................................................................... 183
MESAS .................................................................................................................................................... 183
DO PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................................................... 186
INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 186
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO ...................................................................................................................... 188
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO ...................................................................................................... 188
PODER CONSTITUINTE DERIVADO ......................................................................................................... 189
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR ................................................................................ 189
INICIATIVA DE LEI TRIBUTÁRIA .............................................................................................................. 199
MEDIDAS PROVISÓRIAS ......................................................................................................................... 200

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PROCESSO LEGISLATIVO ............................................................................................................................ 205


PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO ....................................................................................................... 205
LEI COMPLEMENTAR ............................................................................................................................. 209
EMENDAS CONSTITUCIONAIS.................................................................................................................... 210
PODER LEGISLATIVO .................................................................................................................................. 211
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA ............................................................. 211
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ......................................................................................................... 211
COMPETÊNCIA CONSULTIVA ................................................................................................................. 212
COMPETÊNCIA FISCALIZADORA............................................................................................................. 212
COMPETÊNCIA INFORMATIVA............................................................................................................... 213
COMPETÊNCIA CORRETIVA.................................................................................................................... 213
COMPETÊNCIAS – ATRIBUIÇÕES DO TCU .............................................................................................. 216
TRIBUNAIS DE CONTAS DOS ESTADOS, DO DF E DOS MUNICÍPIOS ...................................................... 217
CAPÍTULO II ................................................................................................................................................ 217
DO PODER EXECUTIVO .......................................................................................................................... 217
FUNÇÕES TÍPICAS .................................................................................................................................. 217
SISTEMA DE GOVERNO - PRESIDENCIALISMO ....................................................................................... 218
PRESIDENTE DA REPÚBLICA................................................................................................................... 219
POSSE ..................................................................................................................................................... 220
VACÂNCIA E IMPEDIMENTO .................................................................................................................. 221
SUBSTITUTOS EVENTUAIS OU LEGAIS ................................................................................................... 222
VACÂNCIA – MANDATO TAMPÃO ......................................................................................................... 222
MANDATO E REELEIÇÃO ........................................................................................................................ 223
AUSÊNCIA DO PAÍS ................................................................................................................................ 223
PERDA DO MANDATO............................................................................................................................ 223
PODER EXECUTIVO .................................................................................................................................... 224
FUNÇÕES ................................................................................................................................................ 224
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA .......................................................................................... 225
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.......................................................................... 230
DOS MINISTROS DE ESTADO ................................................................................................................. 232
ATRIBUIÇÕES ......................................................................................................................................... 232
CAPÍTULO III ............................................................................................................................................... 235
DO PODER JUDICIÁRIO .......................................................................................................................... 235
ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO ...................................................................................................... 235
CARREIRA DA MAGISTRATURA .................................................................................................................. 238
QUINTO CONSTITUCIONAL .................................................................................................................... 241
JUIZADOS ESPECIAIS E JUSTIÇA DE PAZ ................................................................................................. 246

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GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO ...................................................................................................... 247


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL .................................................................................................................. 253
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO .............................................................................................................. 253
COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS .............................................................................................................. 253
CONTROLE CONCENTRADO ....................................................................................................................... 254
CONCEITO E ORIGEM............................................................................................................................. 254
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI ............................................................................... 256
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL – ADPF .......................................... 262
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - CONCENTRADO ....................................................................... 275
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ........................................................................................ 275
LEGITIMIDADE ATIVA............................................................................................................................. 278
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO .................................................................... 279
OBJETO .................................................................................................................................................. 288
PARÂMETRO DE CONTROLE .................................................................................................................. 289
PRINCÍPIO DO PEDIDO ........................................................................................................................... 290
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ........................................................................................................... 294
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ............................................................................................................. 302
JUSTIÇA DO TRABALHO ............................................................................................................................. 312
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO ..................................................................................................... 313
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS ........................................................................................................ 320
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ........................................................................................................... 321
JUSTIÇA MILITAR........................................................................................................................................ 334
ESTRUTURA............................................................................................................................................ 334
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR ................................................................................................................. 335
CONSELHOS DE JUSTIÇA MILITAR.......................................................................................................... 338
CONTROLE CONCENTRADO NOS ESTADOS ........................................................................................... 341
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................................................ 349
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ......................................................................................................................... 349
OBJETO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE............................................................................. 349
PARÂMETRO DE CONSTITUCIONALIDADE – BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE ................................ 350
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE ............................................................................................... 351
MOMENTO DE CONTROLE......................................................................................................................... 353
CONTROLE PREVENTIVO........................................................................................................................ 353
CONTROLE REPRESSIVO......................................................................................................................... 353
SISTEMAS DE CONTROLE ....................................................................................................................... 355
SISTEMAS OU MODELOS DE CONTROLE JUDICIAL DE CONSTITUCIONALIDADE ................................... 356
VIAS DE AÇÃO ........................................................................................................................................ 356

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CONTROLE DIFUSO .................................................................................................................................... 357


CONCEITO E ORIGEM............................................................................................................................. 357
ESPÉCIES DE AÇÕES JUDICIAIS ............................................................................................................... 358
OBJETO DO CONTROLE DIFUSO............................................................................................................. 358
COMPETÊNCIAS ..................................................................................................................................... 358
SENADO FEDERAL .................................................................................................................................. 360
SÚMULA VINCULANTE ........................................................................................................................... 361
REQUISITOS ........................................................................................................................................... 363
DELIBERAÇÃO ........................................................................................................................................ 363
EFICÁCIA ................................................................................................................................................ 363
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL .......................................................................................................... 364
CAPÍTULO IV............................................................................................................................................... 367
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA........................................................................................................ 367
DO MINISTÉRIO PÚBLICO ...................................................................................................................... 368
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL ................................................................................................... 370
CONSELHO NACIONAL NO MINISTÉRIO PÚBLICO – CNMP ................................................................... 377
DA ADVOCACIA PÚBLICA ....................................................................................................................... 382
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 388
TÍTULO V ........................................................................................................................................................ 391
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ................................................................ 391
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................. 391
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO .................................................................................... 391
ESTADO DE DEFESA ................................................................................................................................... 392
HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO ................................................................................................................. 392
CONTROLE ............................................................................................................................................. 396
CONTROLE JURISDICIONAL .................................................................................................................... 397
CONTROLE POLÍTICO ................................................................................................................................. 401
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 402
CAPÍTULO II ................................................................................................................................................ 404
DAS FORÇAS ARMADAS ......................................................................................................................... 404
SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO........................................................................................................... 413
CAPÍTULO III ............................................................................................................................................... 413
MILITARES DOS ESTADOS .......................................................................................................................... 413
DA SEGURANÇA PÚBLICA ...................................................................................................................... 414
ÓRGÃOS...................................................................................................................................................... 415
SEGURANÇA VIÁRIA ............................................................................................................................... 425
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 427

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TÍTULO VI ....................................................................................................................................................... 430


DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO ......................................................................................................... 430
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................. 430
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL .................................................................................................... 430
CAPÍTULO II ................................................................................................................................................ 445
DAS FINANÇAS PÚBLICAS ...................................................................................................................... 445
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 456
TÍTULO VII ...................................................................................................................................................... 458
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ................................................................................................... 458
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................. 458
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA .......................................................................... 458
OBRIGATORIEDADE DE LICITAR ............................................................................................................. 460
CAPÍTULO II ................................................................................................................................................ 464
DA POLÍTICA URBANA............................................................................................................................ 464
CAPÍTULO III ............................................................................................................................................... 465
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA ......................................................... 465
CAPÍTULO IV............................................................................................................................................... 467
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................................................................................... 467
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 468
TÍTULO VIII ..................................................................................................................................................... 470
DA ORDEM SOCIAL .................................................................................................................................... 470
CAPÍTULO I ................................................................................................................................................. 470
DISPOSIÇÃO GERAL................................................................................................................................ 470
CAPÍTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL ................................................................................................. 471
DA SAÚDE .............................................................................................................................................. 476
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ....................................................................................................................... 480
CAPÍTULO III ............................................................................................................................................... 487
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO..................................................................................... 487
CAPÍTULO IV............................................................................................................................................... 501
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO ................................................................................................... 501
CAPÍTULO V................................................................................................................................................ 504
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL ................................................................................................................... 504
CAPÍTULO VI............................................................................................................................................... 506
DO MEIO AMBIENTE .............................................................................................................................. 506
CAPÍTULO VII.............................................................................................................................................. 515
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO ............................................... 515
CAPÍTULO VIII............................................................................................................................................. 522

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DOS ÍNDIOS ............................................................................................................................................ 522


EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 527
TÍTULO IX ....................................................................................................................................................... 529
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS .......................................................................................... 529
CONSTITUIÇÃO - ADCT DE 1988 .................................................................................................................... 534
ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS ........................................................................... 534
PODER CONSTITUINTE ............................................................................................................................... 534

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA


DO BRASIL DE 1988
Olá!
ALFARTANOS! Sejam bem-vindos ao estudo da Constituição da República Federativa do
Brasil (CRFB) de 05 de outubro de 1988. Este material foi pensado para atender estudantes
que desejam alcançar sua aprovação em concurso público, nas principais bancas do País.
O intuito é ser completo e com uma linguagem de fácil compreensão, sem deixar de lado
a qualidade e a complexidade necessárias para acertar todas as questões de sua prova que
contenham essa matéria.
Vamos lá?
NOÇÕES GERAIS
O QUE É UMA CONSTITUIÇÃO?
Trata-se de um complexo de regras que dispõem sobre a organização do Estado, origem
e organização dos Poderes, organização das Liberdades Públicas (direitos fundamentais) e
competências estatais.
A Constituição Federal é a norma mais importante de todo o ordenamento jurídico
brasileiro!
Ela é um pacto social e político, dotado de força jurídico-normativa.
Antes, porém, de mergulhar no estudo dos artigos propriamente ditos, é necessário,
como em toda aula de legislação, estudarmos alguns conceitos e definições que acompanharão
você por todo estudo, por isso aconselhamos que se dedique ao máximo. Essa matéria de
inicialização é importantíssima para compreendermos bem todo o contexto da nossa Carta
Magna.
É UM PACTO SOCIAL E POLÍTICO, DOTADO DE FORÇA JURÍDICO-NORMATIVA.
CONSTITUCIONALISMO
Sabemos que a sociedade se organiza por meio do Estado, que contém os seguintes
elementos: povo, território e soberania1.
Todo Estado tem uma Constituição, que é como se define a organização do Estado.
Apesar de todos os Estados terem uma Constituição, foi apenas com o surgimento das
Constituições escritas que se passou a estudar efetivamente o surgimento das Constituições.
O movimento (jurídico, político e ideológico) de criação de uma Constituição escrita,
criada como documento fundamental e supremo na organização e estruturação do Estado, e
que tem como traço principal a limitação do poder político é que se chama de
Constitucionalismo.
Doutrinariamente tem-se o início do Constitucionalismo com a Constituição Americana
(1787) e com a Constituição Francesa (1791). São Constituições marcadas pelas ideias
iluministas do século XVIII e pelo Liberalismo, valorizando as liberdades e garantias
individuais.
Com a evolução do Estado, o Constitucionalismo avança para aspectos democráticos e
sociais.
NÃO ESQUEÇA: CONSTITUCIONALISMO = limitação, pelo Direito, da
ingerência do Estado nas relações privadas.

1
Alguns doutrinadores mais modernos acrescentam ainda como elemento do Estado a finalidade, ou seja, a
organização do Estado deve ser orientada para atingir um conjunto definido de finalidades.

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O DIREITO CONSTITUCIONAL - A CONSTITUIÇÃO


➢ Conceito
O Direito Constitucional surge com o Constitucionalismo, é considerado como um ramo
do Direito Público, que tem por objeto o estudo da Constituição. De acordo com José Afonso
da Silva2:
É um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a
forma do Estado, a forma do seu governo, o modo de aquisição e o exercício do
poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos
fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a Constituição é o
conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado.

Podemos dizer ainda que o Direito Constitucional é a base, a origem de toda a ordem
jurídica, ou seja, é do Direito Constitucional que se derivam os demais ramos do Direito.

Nas lições de José Afonso da Silva, apesar de a Constituição ser um conjunto uno, que
trata de vários assuntos, a doutrina classifica a Constituição em 5 elementos:

Elementos Orgânicos: são as normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.


Ex.: Títulos da Organização do Estado e dos Poderes.
Elementos limitativos: são as normas que estabelecem limites ao Estado, como, por
exemplo, os direitos individuais, nacionalidade, políticos.
Elementos socioideológicos: são normas que asseguram direitos com viés sociológico,
intervencionais. Por exemplo, os direitos sociais, o título da Ordem Social, e mesmo o título da
Ordem Econômica.
Elementos de estabilidade constitucional: são normas que visam assegurar uma
solução para situações de conflito e instabilidade, por exemplo, o título da Defesa do Estado e
das Instituições democráticas, o Art. 34 a 36 que tratam da intervenção.
Elementos formais de aplicabilidade: normas que estabelecem regras de aplicação da
Constituição. Por exemplo: preâmbulo; Art. 5º parágrafo 1º; ADCT.

SENTIDO SOCIOLÓGICO - FERDINAND LASSALE

Na concepção sociológica, a Constituição deve representar a soma dos fatores reais do


poder que formam e regem um determinado Estado, ou seja, das forças sociais que
constituem o poder. Para Ferdinand Lassale, representante dessa doutrina, a Constituição só
teria validade se correspondesse à realidade social, caso contrário não passaria de uma mera
“folha de papel”.

2
Curso de Direito Constitucional Positivo, Pg. 38.

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SENTIDO POLÍTICO - CARL SCHMITH

Na concepção política, encabeçada por Carl Schmitt, a Constituição é uma decisão


política realizada pelo titular do Poder Constituinte, resultado de uma vontade política, que
podem apresentar normas materialmente e formalmente constitucionais. Assim, podemos
estabelecer uma diferença entre:
Constituição em sentido material: são normas com conteúdo propriamente
constitucional (organização do poder, direitos fundamentais, organização do Estado, etc.)
Constituição em sentido formal: na acepção formal, consideram-se como norma
constitucional aquelas previstas na Constituição, independentemente do seu conteúdo.
SENTIDO JURÍDICO - HANS KELSEN

Na concepção jurídica, defendida por Hans Kelsen, é uma norma hipotética fundamental,
que deve ser utilizada como fundamento de validade de todas as demais normas. Estabelece
um distanciamento entre a norma jurídica e os valores sociais.
A Constituição estabelece um mundo do DEVER-SER e não efetivamente do ser, sendo o
resultado de uma vontade racional do ser humano, e não das leis naturais.

SS OCILÓGICO = LA SS ALE
POLÍ TT ICO = SCHMI TT
JURÍDI K O = K ELSEN

PRINCIPAIS FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL


• Constituição Federal;
• Doutrina Constitucional;
• A Jurisprudência, em especial a do STF – que é o guardião da Constituição.

ESTADO
ESTADO: Sociedade política dotada de características próprias, elementos essenciais,
que a diferenciam das demais sociedades, quais sejam:
POVO
ELEMENTO HUMANO do Estado; determina as pessoas que mantêm vínculo jurídico-
político com o Estado, e se tornam parte dele – conceito jurídico-político.

• População – conjunto de pessoas que se encontram em determinado território


de um Estado – nacionais ou estrangeiros – conceito numérico.
• Nação – conjunto de pessoas ligadas que formam uma comunidade unida por
laços históricos e culturais – conceito sociológico.

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TERRITÓRIO
• ELEMENTO MATERIAL do Estado – espaço sobre o qual o Estado exerce de
modo efetivo e exclusivo o poder de império, sua supremacia sobre pessoas e
bens. Ex.: embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço
do governo brasileiro. Trata-se de um conceito JURÍDICO.

SOBERANIA
• ELEMENTO FORMAL do Estado: Poder de autodeterminação plena, não
condicionado a nenhum outro poder, externo ou interno. Supremacia na ordem
interna e independência na ordem externa.

PREÂMBULO
O legislador constituinte originário formulou um conjunto de enunciados que veicula os
objetivos, a origem, a justificativa, os valores e os ideais de maneira preliminar ao texto. Sendo
assim, serve como vetor imperativo. Porém não tem força de lei, ou seja, não constitui norma
central de acordo com o que foi pacificado.
(ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso, julgamento em 15-8-2002,
Plenário, DJ de 8-8-2003.)

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Define a nossa FORMA DE ESTADO.
CONCEITO DE ESTADO
Estado é uma sociedade política dotada de características próprias, elementos
essenciais, que o diferenciam das demais sociedades, quais sejam:
POVO: ELEMENTO HUMANO do Estado determina as pessoas que mantêm vínculo
jurídico-político com o Estado, tornando-se parte dele – conceito jurídico-político, são aqueles
que detêm a nacionalidade.

MUDE SUA VIDA!


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População – Conjunto de pessoas que se encontram em determinado território de um


Estado – nacionais ou estrangeiros – conceito numérico.
Nação – conjunto de pessoas ligadas que formam uma comunidade unida por laços
históricos e culturais – conceito sociológico.
TERRITÓRIO: ELEMENTO MATERIAL do Estado – Espaço sobre o qual o Estado exerce
de modo efetivo e exclusivo o poder de império, sua supremacia sobre pessoas e bens. É um
conceito JURÍDICO.
SOBERANIA ou Governo Soberano. ELEMENTO FORMAL do Estado: Poder de
autodeterminação plena, não condicionado a nenhum outro poder, externo ou interno.
Supremacia na ordem interna e independência na ordem externa.

FORMAS DE ESTADO:
Simples ou Unitário: O poder central é exercido sobre todo o território sem as limitações
impostas por outra fonte do poder. Uma unidade de poder político interno, exercício
centralizado.
Composto ou Federação: Formado por mais de um poder político (pluralidade de
poderes políticos internos), nesse modelo há uma repartição de poderes autônomos.

O BRASIL adota a forma de Estado Federativa!

CONCEITO DE FEDERALISMO:
Federalismo é uma aliança (União) entre Estados-Membros para a formação de um
Estado Federal, em que as unidades federadas (os Estados) preservam autonomia política,
enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal.

O Federalismo nasceu com a Constituição norte-americana de 1787. No Brasil a forma


federal de Estado foi adotada em 1889, junto com a Proclamação da República, mas foi
consolidada com a Constituição Republicana de 1891.

O modelo federativo de Estado encontra-se previsto no Art. 1º da CF/88:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos: (grifo nosso)

Contudo, esse dispositivo deve ser analisado conjuntamente com o Art. 18 da CF, que
define a organização político-administrativa do Estado brasileiro:

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Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do


Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.

República Federativa do Brasil é o Estado Federal dotado de Soberania - pessoa jurídica


de Direito Público internacional.
União, Estados, Municípios e DF: entes federados dotados de autonomia - pessoas
jurídicas de Direito Público interno.
Dizer que os entes que compõem uma federação são dotados de autonomia significa
afirmar que eles possuem capacidade de: auto-organização, autoadministração, autogoverno,
autolegislação e autonomia financeira.

As características decorrentes da autonomia política serão mais bem estudadas no


tópico “Organização do Estado”.
Não há hierarquia entre os entes!

A CF/88, em seus artigos Arts. 1º ao 4º, apresenta os chamados princípios fundamentais,


são eles:

PRINCÍPIO FEDERATIVO
FEDERALISMO: é uma Aliança de Estados para a formação de um Estado único, em que as unidades
federadas preservam autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal.
PACTO FEDERATIVO – indissolubilidade do vínculo federativo.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;


IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide
Lei nº 13.874, de 2019)

V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por


meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

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Forma de Estado Sistema de


Forma de Governo Regimes Políticos
Governo
• Unitário • Monarquia • Presidencialismo • Democráticos
• Composto • República • Parlamentarismo • Não democráticos
(Federação)

SO CI DI VA PLU

➢ O FEDERALISMO no Brasil é classificado como sendo um federalismo:


• POR DESAGREGAÇÃO (segregador);
• TRIPARTIDA ou de 3º GRAU (CESPE) – autonomia dos Municípios;
• MOVIMENTO CENTRÍFUGO.

➢ Princípio Federativo: está presente no nome do nosso país, e representa a forma


de Estado adotada no Brasil, revelando como o poder político está distribuído no
país.
Esta distribuição pode ser de duas formas, UNITÁRIA e COMPOSTA.

• Na forma de Estado SIMPLES ou UNITÁRIA - o poder político está centralizado


nas mãos de uma pessoa.

• Na forma de Estado COMPOSTA ou COMPLEXA – o poder político está


descentralizado nas mãos de várias pessoas.

Logo: a Forma de estado FEDERATIVA é uma espécie de Estado COMPOSTA, tendo


como característica a descentralização política.

Nos concursos, cobra-se o seguinte: Quais pessoas têm poder político no Brasil?

São pessoas jurídicas de Direito Público interno... ainda podem ser chamadas de
“entes federativos” ou “pessoas políticas”.

Resposta: União / Estado / Distrito Federal e Municípios...

Observação importante: não existe hierarquia entre os entes políticos.

As pessoas políticas independentes entre si não possuem soberania, porém a


SOBERANIA é da FEDERAÇÃO.

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A palavra certa é AUTONOMIA: ou seja:


• A União tem sua própria autonomia;
• Os Estados, cada um tem sua própria autonomia;
• O Distrito Federal tem sua própria autonomia;
• Os Municípios têm sua própria autonomia.

Essa autonomia dos ENTES FEDERATIVOS é verificada sob algumas formas:

I. Uma forma é o AUTOGOVERNO - no autogoverno cada ente tem sua própria estrutura
de poderes, ou seja: Legislativo, Executivo, e Judiciário – quando estivermos falando da
tripartição dos poderes (voltaremos a tocar neste assunto).

II. Outra forma de manifestação de autonomia do “princípio federativo” é a AUTO-


ORGANIZAÇÃO: ou seja,
• A União tem sua Constituição Federal;
• Os Estados têm cada um a sua Constituição Estadual;
• Os Municípios e o Distrito Federal têm suas Leis Orgânicas.
III. A outra forma que apresentamos é a AUTOLEGISLAÇÃO, que consiste em cada ente ter
sua própria legislação. Isso faz parte de uma autonomia do Poder Legislativo.

IV. Alguns doutrinadores citam também a AUTOADMINISTRAÇÃO.

De acordo com o que foi apresentado, conclui-se que a diferença entre os Entes
Federativos é aquilo que cada um pode fazer, ou seja, competência.
FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO

1. Estados federais autônomos 1. Estados confederados soberanos

2. Pacto federativo formalizado em 2. Pacto confederativo em um tratado


Constituição internacional

3. Não existe direito de secessão 3. Existe o direito de secessão

PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES

TRIPARTIÇÃO DOS PODERES


O PODER É UNO E INDIVISÍVEL; o que se divide são as funções estatais básicas.
OBJETIVO: preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de poder, isto
é, a tendência absolutista de exercício de poder político pela mesma pessoa ou grupo de
pessoas.

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Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

É cláusula pétrea
SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (CHECKS AND BALANCES)
A separação dos Poderes ainda estabelece um mecanismo de fiscalização e
responsabilização recíproca dos Poderes estatais, é o chamado “sistema de freios e
contrapesos”.
Condicionam a competência de um Poder à apreciação de outro Poder de forma a
garantir o equilíbrio entre os Poderes.
Dessa forma, além do exercício de funções típicas, cada órgão exerce também outras
duas funções atípicas dos demais órgãos.

Contudo, isso não significa que essa separação de funções do Estado é rígida, isso porque
pelo sistema de freios e contrapesos é possível o exercício de forma atípica de um Poder por
outro Poder.

A separação dos Poderes, nesse modelo, estabelece um mecanismo de fiscalização e


responsabilização recíproca dos Poderes estatais.

Condicionam a competência de um Poder à apreciação de outro Poder de forma a garantir o


equilíbrio entre os Poderes.

PRINCÍPIO REPUBLICANO
Determina a nossa FORMA DE GOVERNO, ou seja, o modo como se organiza a Chefia de
Estado em um País.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa


do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

CON GA ERR PRO

O objetivo fundamental que consagra a ideia de se criar uma sociedade livre, justa e
solidária também é chamado de princípio da solidariedade.
A redução das desigualdades sociais e regionais visa assegurar o princípio da igualdade
material.
Art. 79 (ADCT).

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Art. 235, Código Penal Militar.

•Vitaliciedade

MONARQUIA •Hereditariedade
•Irresponsabilidade

•Temporário

REPÚBLICA •Eleito
•Responsável
•Igualdade perante a lei.

PRINCÍPIO REPUBLICANO! - Não é cláusula Pétrea.

PRESIDENCIALISMO
Define o nosso SISTEMA DE GOVERNO e representa a forma como os Poderes se
relacionam (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Presidencialismo Parlamentarismo

• Unipessoalidade da Chefia • Separação entre Chefe de


de Estado e Governo Estado e Chefe de Governo
• Legitimidade popular • Legitimidade popular
DIRETA do Presidente da indireta do Poder Executivo
República • Interdependência do
• Independência entre Executivo e Legislativo
Executivo e Legislativo

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DIRETA

NÃO
DEMOCRÁTICOS INDIRETA DEMOCRÁTICOS

PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO – ART. 1º, PARÁGRAFO ÚNICO, CF.

O PARÁGRAFO ÚNICO do Art. 1º da CF define o Estado Brasileiro como um Estado


Democrático de Direito.

PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL
PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DO BRASIL

Para sermos técnicos nesta resposta e iniciar o assunto, precisamos realmente dominar
esses conceitos.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES


ORIGEM

OUTORGADA
É uma Constituição imposta, de maneira unilateral, pelo agente revolucionário, que pode
ser um grupo ou um governante, que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele
atuar. No Brasil, as Constituições outorgadas foram, por exemplo: as de 1824 (Império), de
1937 (Getúlio Vargas – inspirada no modelo fascista), e de 1967 (ditadura militar).

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PROMULGADA
Também chamada de popular, democrática ou votada, é aquela decorrente da atuação
direta do povo ou por meio da atuação de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita
diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar. Ex.: 1891 (Primeira República), 1934
(inserindo a democracia social, inspirada na Constituição de Weimar), 1946 e a de 1988.

CESARISTA OU BONAPARTISTA
Também chamada de bonapartista, não é nem outorgada e nem promulgada. Elabora-se
unilateralmente pelo detentor do poder, contudo depende de manifestação popular. Essa
participação popular não torna a sua origem democrática, porque o povo apenas pode
referendar aquilo que já foi produzido pelo detentor do poder, sem liberdade de discussão.
Essa participação pode se dar por meio de plebiscito ou referendo.

PACTUADA OU DUALISTA
Trata-se de um tipo de Constituição que surgiu com o fim do absolutismo e a ascensão
da burguesia. Era um acordo entre duas forças rivais; nesse caso tínhamos de um lado a
monarquia absolutista fragilizada, e de outro a nobreza e a burguesia em ascensão. É,
portanto, originada de um compromisso instável de duas forças políticas rivais (o poder
monárquico e o poder democrático, caracterizado pela burguesia), de maneira que o
equilíbrio fornecido por essa modalidade de Constituição é precário. Caracteriza as chamadas
Monarquias Constitucionais.

FORMA

ESCRITA (INSTRUMENTAL)
É a Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizada por um
órgão constituinte, por meio de procedimento formal e solene, estabelecendo as normas
fundamentais de um Estado. Em regra, essa Constituição se apresenta em um único
documento. Entretanto, a doutrina mais moderna tem defendido que seria possível, mesmo
em uma Constituição escrita, a existência de outros textos escritos com natureza
constitucional, de modo que poderíamos observar duas formas de Constituição escrita:
➢ Codificada: sistematizada em um único documento. Ex.: CF/88.
➢ Legal: formada por documentos diversos, fisicamente distintos, muitas vezes
produzidos em momentos distintos, mas sempre por um poder constituinte
diferenciado. Ex.: Terceira República Francesa de 1875.

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COSTUMEIRA (NÃO ESCRITA OU CONSUETUDINÁRIA)


Decorre de usos, costumes, jurisprudência, convenções de uma sociedade, não é
produzida por um órgão constituinte, ou por meio de procedimento formal e solene. É
formada por “textos” esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais. Ex.:
Constituição da Inglaterra.

MODO DE ELABORAÇÃO

DOGMÁTICA
É sempre escrita, consubstancia os dogmas estruturais e fundamentais do Estado, parte
de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de
dogmas políticos. É elaborada de uma vez só, reflexivamente, racionalmente, em dado
momento histórico por uma Assembleia Constituinte. Tende a ser menos estável, uma vez que
representa os ideais do momento. Pode ser:
➢ Ortodoxa ou simples: baseada em uma ideologia.
➢ Eclética ou compromissória: formada pela reunião de diversas ideologias. Ex.:
CF/88.

HISTÓRICA OU COSTUMEIRA
É não escrita e constitui-se por meio de um lento e contínuo processo de formação, ao
longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo e por isso tende a ser mais
estável. Ex.: Constituição Inglesa.
CONTEÚDO

MATERIAL OU SUBSTANCIAL
Na concepção material, consideram-se constitucionais aquelas normas que tratem de
matéria essencialmente constitucional, ou seja, da organização e do funcionamento do Estado
e de direitos fundamentais, estejam essas normas presentes ou não em uma Constituição
escrita. Ou seja, para determinar se uma norma é constitucional, leva-se em conta o seu
conteúdo.

FORMAL
Na concepção formal, considera-se como norma constitucional aquela que está escrita
no texto constitucional, ou seja, leva-se em consideração o processo de elaboração, e não o
conteúdo de suas normas.
Ex.: Art. 242, § 2º da CF – apesar de estar na CF e ser, portanto, norma formalmente
constitucional, o seu conteúdo não o é. Logo não é uma norma materialmente constitucional. §
2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

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Nem todas as normas da nossa CF têm conteúdo materialmente


constitucional. Dessa forma, apesar de todas as normas serem formalmente
constitucionais, nem todas são materialmente constitucionais.

EXTENSÃO

SINTÉTICA (CONCISA, BREVE, SUMÁRIA, SUCINTA,


BÁSICA)
É “enxuta”, estabelece os princípios fundamentais e estruturais do Estado. Não desce a
minúcias, motivo pelo qual é mais duradoura, na medida em que os seus princípios
estruturais são interpretados e adequados aos novos anseios pela atividade da Suprema
Corte. Ou seja, possui maior estabilidade e maior flexibilidade de interpretação. Ex.:
Constituição Americana, que tem 7 artigos originalmente e 27 emendas.

Analítica (Longa, Larga, Prolixa, Ampla, Extensa)


Aborda todos os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais.
Normalmente, desce a minúcias, estabelecendo regras que deveriam estar em leis
infraconstitucionais, por exemplo, o Colégio Pedro II no Rio de Janeiro. É menos estável
possuindo menor flexibilidade.
Ex.: Constituição brasileira 1988.

maior
menor estabilidade
estabilidade Sintética
Analítica maior
menor
flexibilidade
flexibilidade

ALTERABILIDADE / ESTABILIDADE
Imutável (permanente, granítica ou intocável)
É aquela que não se altera, que não admite modificação no seu texto. Não se admitem
mais no Constitucionalismo moderno Constituições assim.

Rígida:
Exige, para a sua alteração, um processo legislativo mais árduo, mais solene, mais
dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais. Esse modelo
garante o princípio da supremacia formal da Constituição, ou seja, permite o controle de
constitucionalidade das leis.

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Não é correto afirmar que quanto mais rígida a Constituição, maior a sua estabilidade e
permanência, isso porque a rigidez deve assegurar certo grau de estabilidade, mas deve
possibilitar a sua atualização, acompanhando a evolução social do Estado.
Ademais, a existência de cláusulas pétreas não torna uma Constituição rígida; o que
determina a rigidez é o seu processo de alteração.
Lembramos que, à exceção da Constituição de 1824 (considerada semirrígida), todas as
Constituições brasileiras foram, inclusive a de 1988, rígidas!

SUPER-RÍGIDA: segundo Alexandre de Morais, a Constituição brasileira de 1988 seria


exemplo de Constituição super-rígida, já que, além de possuir um processo legislativo
diferenciado para a alteração de suas normas (rígida), excepcionalmente, algumas matérias
apresentam um núcleo imutável (cláusulas pétreas, Art. 60, § 4º).
Esta classificação, contudo, não parece ser a adotada pelo STF, que tem admitido a
alteração de matérias contidas no Art. 60, § 4º, desde que a reforma não tenda a abolir os
preceitos ali resguardados e dentro de uma ideia de razoabilidade e ponderação.

Flexível:
É aquela Constituição que não possui processo legislativo de alteração mais dificultoso
do que o processo legislativo de alteração das normas infraconstitucionais. Vale dizer, a
dificuldade em alterar a Constituição é a mesma encontrada para alterar uma lei que não é
constitucional. Nesse tipo de Constituição, não existe hierarquia entre a norma constitucional
e norma infraconstitucional.

Semirrígida ou Semiflexível:
É aquela Constituição que é tanto rígida como flexível, ou seja, algumas matérias exigem
o processo de alteração mais dificultoso do que o exigido para a alteração das leis
infraconstitucionais, enquanto, outras não requerem tal formalidade. O exemplo sempre
lembrado é o da Constituição Imperial de 1824, que, em seu Art. 178, dizia: É só Constitucional
o que diz respeito aos limites, e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos
Políticos, e individuais dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, pode ser alterado, sem as
formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.

CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (ONTOLOGIA)


A doutrina ainda classifica as Constituições quanto à sua correspondência com a
realidade, ou seja, entre o que está escrito no texto constitucional e a realidade política do
Estado. Por esse critério podemos classificá-las em: normativas; nominativas e semânticas.
➢ Normativas:
São aquelas em que há uma adequação entre o texto constitucional e a realidade política,
e por isso conseguem efetivamente controlar a atuação política. Esse tipo de Constituição
consegue estabelecer limites efetivos ao Poder do Estado.
➢ Nominativas:
Não há uma verdadeira adequação entre o texto constitucional e a realidade política. São
prospectivas, ou seja, um dia devem cumprir o seu papel.

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➢ Semânticas:
São aquelas que não têm a finalidade de se adequar à realidade social. Não visam regular
a vida política do Estado; visam apenas à formalização de uma situação existente, em
benefício de quem detém o poder político.

limitam o poder

Normativas
adequadas à
realidade social

não limitam o
poder, mas têm
essa intenção
Nominativas
não há uma
adequação social

não limitam nem


pretendem limitar
o poder
Semânticas
Constituição de
fachada

FINALIDADE
➢ GARANTIA
Tem como finalidade estabelecer limites ao poder do Estado (garantias), garantindo a
liberdade. Por isso, é chamada de negativa e possui texto reduzido (sintética); é típica de
Estados liberais.

➢ BALANÇO
A finalidade dessa Constituição é regulamentar a realidade do Estado em dado momento
histórico, reproduzindo as forças sociais que estruturam o poder.

➢ DIRIGENTE (PROGRAMÁTICA)
Tem como finalidade estabelecer fins, programas e diretrizes para atuação do Estado. É
caracterizada por ser analítica e possuir normas programáticas. Típica no atual Estado Social
(Welfare State).

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➢ QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO


Quanto ao local da decretação, as Constituições podem ser classificadas em:

• Heterônomas ou heteroconstituições:
São Constituições elaboradas fora do Estado no qual elas produzirão seus efeitos.

• Autônomas ou autoconstituições ou homoconstituições:


São Constituições elaboradas no interior do próprio Estado que por elas será regido.

E a Constituição Federal brasileira (1988)? É PEDRA FAND.

ORIGEM: promulgada
FORMA: escrita
ELABORAÇÃO: dogmática
ALTERABILIDADE: rígida
EXTENSÃO: analítica
CONTEÚDO: formal
LOCAL DE DECRETAÇÃO: autônoma
ONTOLOGIA: normativa (pretende ser)
FINALIDADE: dirigente e garantia

ELABABORAÇ
ORIGEM FORMA EXTENSÃO CONTEÚDO
ÃO
• OUTORGADA • ESCRITA • SINTÉTICA • MATERIAL • DOGMÁTICA
• PROMULGADA • COSTUMEIRA • ANALÍTICA • FORMAL • HISTÓRICA
• CESARISTA
• PACTUADA

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ALTERABILIDADE FINALIDADE CORRESPONDÊNCIA LOCAL

• RÍGIDAS • GARANTIA • NORMATIVA • HETERÔNOMAS


• FLEXÍVEIS • BALANÇO • NOMINATIVA • AUTÔNOMAS
• SEMIRRÍGIDAS ou • DIRIGENTE • SEMÂNTICA
SEMIFLEXÍVEL

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações


internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

CONDE PRESO NÃO REINA COOPERA IGUAL

CONCESSÃO DE ASILO POLÍTICO: consiste no acolhimento por parte de um Estado que


não o seu, em virtude de uma perseguição por ele sofrida. De acordo com o Art. XIV da
Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), esse direito não pode ser invocado em
caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

A concessão anterior de asilo político não é fator impeditivo de posterior análise, e


consequentemente concessão, de pedido de extradição, desde que o fato ensejador do pedido
não apresente característica de crime político ou de opinião.
DEFESA DA PAZ: implica o dever de não provocar conflitos e ainda no dever de manter
ou restabelecer a paz.
PREVALÊNCIA DOS DIREITOS HUMANOS: aplica-se tanto em um plano interno quanto
externo. Internamente, no dever de internalizar as normas e os tratados de Direitos Humanos,
e externamente, no engajamento e na postura de proteção a esses direitos. Esse princípio
pode, inclusive, sobrepor-se à soberania dos Estados.
SOLUÇÃO PACÍFICA DOS CONFLITOS: deve optar pela solução diplomática de conflitos.
NÃO INTERVENÇÃO: é um dever do Estado brasileiro de não intervir nos assuntos
internos e externos de outros países. Contudo esse princípio não é absoluto, isso porque em
alguns casos é possível a intervenção humanitária.
REPÚDIO AO TERRORISMO E AO RACISMO: mediante a adoção de medidas punitivas,
criminalizando esses comportamentos.
INDEPENDÊNCIA NACIONAL: relacionado com o exercício da soberania externa,
também se traduz na ideia de respeito à independência dos outros Estados soberanos.

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AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS: é o respeito a que outros Estados estabeleçam o seu


próprio sistema político e de desenvolvimento.
COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS PARA O PROGRESSO DA HUMANIDADE
IGUALDADE ENTRE OS ESTADOS: impõe ao país o dever de adotar medidas igualitárias
entre os Estados. Trata-se, segundo Novelino (2016), de uma igualdade jurídica, que pode
manifestar-se em três níveis:
igualdade formal: tratamento igualitário perante os órgãos judiciais;.
igualdade legislativa: os Estados só poderiam ser obrigados naquilo que consentirem;
igualdade política: refere-se a igualdade existencial, a sua independência política.
INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA: buscar uma integração supranacional de natureza
econômica, política, social e cultural.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Fundamentos Objetivos Fundamentais Relações
(CF, Art. 1º) (CF, Art. 3º) Internacionais (CF, Art.4º)
SO CI DI VA PLU CON GA ERR PRO CONDE PRESO NÃO REINA COOPERA
IGUAL
I - a soberania; I - construir uma sociedade livre, I - independência nacional;
II - a cidadania; justa e solidária; II - prevalência dos direitos humanos;
III - a dignidade da pessoa II - garantir o desenvolvimento III - autodeterminação dos povos;
humana; nacional; IV - não intervenção;
IV - os valores sociais do III - erradicar a pobreza e a V - igualdade entre os Estados;
trabalho e da livre iniciativa; marginalização e reduzir as VI - defesa da paz;
V - o pluralismo político. desigualdades sociais e VII - solução pacífica dos conflitos;
Parágrafo único. Todo o poder regionais; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
emana do povo, que o exerce IV – promover o bem de todos, IX - cooperação entre os povos para o
por meio de representantes sem preconceitos de origem, progresso da humanidade;
eleitos ou diretamente, nos raça, sexo, cor, idade e X - concessão de asilo político. Parágrafo
termos desta Constituição. quaisquer outras formas de único. A República Federativa do Brasil
discriminação. (grifo nosso) buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

EXERCÍCIOS
1. Ano:2020 Banca: SELECON - Maria analisa a Constituição e verifica que um dos
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil consiste em construir uma
sociedade livre, justa e solidária. Ao decidir uma situação concreta e lançar mão dessa
norma constitucional para interpretar o caso, está sendo utilizada a denominada
interpretação:
a) Histórica
b) Filológica
c) Teleológica
d) Semântica
1. Gabarito: C

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Nessa questão a banca cobrou a teoria da Constituição, e os métodos de


interpretação Constitucional, sendo assim é fundamental saber essa conceituação,
para o estudo eficiente na resolução desse tipo de assunto, sobretudo no Direito
Constitucional, em que a HERMENÊUTICA é uma grande ferramenta.
Partindo do pressuposto que o termo “lançar mão” está sendo empregado
como “valer-se de algo” e que a interpretação TELEOLÓGICA busca a finalidade da
norma, conclui-se que Maria teve o objetivo de (construir uma sociedade livre e
solidária), logo a resposta é fundamentada pela alternativa “C”.

Teleológico ou sociológico: busca a finalidade da norma.


Histórico: analisa o projeto de lei, a sua justificativa, exposição de motivos,
pareceres, discussões, as condições culturais e psicológicas que resultaram na
elaboração da norma.
Gramatical ou filológico: também chamado de literal ou semântico, pelo qual a
análise deve ser realizada de modo textual e literal.
(LENZA, PEDRO LIVRO DE DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIADO-2015)

2. Ano: 2020 Banca: FUNDEP - A emenda à Constituição Federal, enquanto proposta, é


considerada um ato infraconstitucional sem qualquer normatividade, só ingressando no
ordenamento jurídico após sua aprovação, passando então a ser preceito constitucional
de mesma hierarquia das normais constitucionais originárias.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

Considerando a necessidade de respeito aos preceitos constitucionais para validade do


processo legislativo necessário à aprovação e entrada em vigor das emendas
constitucionais, assinale a alternativa correta.

a) A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do


Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
b) Na fase constitutiva do processo legislativo de uma emenda constitucional, o
presidente da República, após aprovação pelo Poder Legislativo federal, sancionará
ou vetará o texto submetido à apreciação, para posterior promulgação e publicação.
c) A promulgação de Emenda Constitucional será realizada pelo presidente do Senado
Federal, cabendo a publicação do texto às Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, conjuntamente, no prazo de 30 dias a contar da sanção.
d) As limitações circunstanciais ao Poder Reformador, também conhecidas como
limitações temporais, consistem na vedação, por determinado lapso temporal, de
alterabilidade das normas constitucionais.
2. Gabarito: A

MUDE SUA VIDA!


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Art. 60 A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso


Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.

Notadamente esse assunto tem bastante recorrência nos concursos por ser
um tanto quanto complexo, porém uma vez atendo as principais questões capciosas
o candidato não terá mais dificuldades ou surpresas, uma vez que esse tema não
tem grandes alterações.

As limitações circunstanciais estão referentes a momentos de instabilidade


política do Estado, ou seja, a legislação não pode ser mudada por uma mera
instabilidade momentânea.
Sendo assim, o texto constitucional estabelece parâmetros para que essas
possíveis alterações sejam feitas por meio de Emendas Constitucionais que estão
previstas no Art. 60 da CF/88.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
CONCEITO
Os direitos e garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no
decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que
formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana.

Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado.


Todavia, essa proteção não se dá apenas em referência ao Estado. Os direitos e garantias
fundamentais também constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros
indivíduos da sociedade.

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O Título II da Constituição Federal, que estabelece os Direitos e as Garantias


Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5º ao 17º CF/88):
• Capítulo I - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;
• Capítulo II - Direitos Sociais;
• Capítulo III - Direitos de Nacionalidade;
• Capítulo IV - Direitos Políticos – Cidadania;
• Capítulo V - Partidos Políticos.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

• Historicidade – essa característica revela que os Direitos Fundamentais são


fruto da evolução histórica da humanidade. Significa que eles evoluem com o
passar do tempo, e se desenvolvem conforme o momento histórico.

• Universalidade – os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas,


independente da sua condição. A existência de um núcleo mínimo de proteção à
dignidade deve estar presente em qualquer sociedade.


• Limitabilidade – não existe direito fundamental absoluto. São direitos relativos.


Não existe direito fundamental absoluto. Os direitos fundamentais são relativos.
Estes direitos podem ser limitados:
(I) pela própria Constituição Federal;
(II) por meio de Emenda Constitucional;
(III) por meio das leis (reserva legal simples e reserva legal qualificada);
(IV) Juiz, por meio de um juízo de ponderação aplicando a regra da máxima Observância
dos direitos fundamentais conjugando com a mínima restrição.
Importa destacar que a limitação dos direitos fundamentais não pode implicar a
abolição desses direitos, uma vez que são cláusulas pétreas e, portanto, a
limitação/relativização de um direito fundamental não pode descaracterizar o seu núcleo
essencial ao ponto de abolir o direito. Isso porque no nosso Estado nós adotamos a teoria
RELATIVA dos direitos fundamentais, e não a teoria absoluta.
TEORIA RELATIVA: pela teoria relativa, a relativização de um direito fundamental seria
possível, sendo que o seu núcleo essencial só poderia ser determinado em um caso concreto,
pois só em um caso específico se poderá verificar se eventual restrição ao direito seria capaz
de violar a essência do direito fundamental restringido o seu núcleo.
TEORIA ABSOLUTA: de acordo com essa teoria, o núcleo essencial do direito
fundamental é determinado pelo próprio direito, sendo insuscetível de qualquer restrição,
independentemente das peculiaridades que o caso concreto possa fornecer.

• Inalienabilidade – os direitos fundamentais não podem alienados, não podem
ser negociados, não podem ser transigidos. 


• Irrenunciabilidade – os direitos fundamentais não podem ser renunciados. 


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• Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se sujeitam a prazos


prescricionais. Não se perde um direito fundamental pelo decorrer do tempo.
Essa é a regra. É possível encontrar uma exceção a tal regra quando se fala do
direito à propriedade. Esse direito, se não houver cuidado, está sujeito a ser
perdido por meio da chamada Ação de Usucapião.

• Proibição do retrocesso – essa característica proíbe que os direitos já
conquistados sejam 
perdidos.

• Máxima efetividade – essa característica é mais uma imposição ao Estado, que
está coagido a garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais. Tais
direitos não podem ser ofertados de qualquer maneira. É necessário que eles
sejam garantidos da melhor forma possível. 


• Concorrência – os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto


com outros direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir outro direito.

• Complementariedade – um direito fundamental não pode ser interpretado


sozinho. Cada direito deve ser analisado juntamente com outros direitos
fundamentais, bem como com outros institutos jurídicos.

• Não taxatividade – essa característica diz que o rol de direitos fundamentais é


apenas exemplificativo, tendo em vista a possibilidade de inserção de novos
direitos. É o que se extrai do Art. 5º, § 2º da CF/88.

TITULARIDADE E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS


FUNDAMENTAIS

Quem são os destinatários dos direitos fundamentais?


A própria Constituição Federal responde a esta pergunta quando diz, no caput do Art. 5º,
que são destinatários os brasileiros e estrangeiros residentes no país. Mas será que é necessário
residir no país para que o estrangeiro tenha direitos fundamentais?
Imaginemos um avião cheio de alemães que está fazendo uma escala no aeroporto
internacional de Cascavel-PR. Nenhum dos alemães reside no país. Seria possível entrar no
avião e matar todas aquelas pessoas, haja vista não serem titulares de direitos fundamentais
por não residirem no país? É claro que não.
Para melhor se compreender o termo “residente”, o STF o tem interpretado de forma
mais ampla no sentido de abarcar todos aqueles que estão no país. Ou seja, todos os que estão
no território brasileiro, independentemente de residirem no país, são titulares de direitos
fundamentais.
Mas será que para ser titular de direitos fundamentais é necessário ter a condição
humana? Ao contrário do que parece, não é necessário. São reconhecidas como titulares de
direitos fundamentais as pessoas jurídicas.
Ressalta-se que isso não se refere apenas às pessoas jurídicas de Direito Privado, mas
também às pessoas jurídicas de Direito Público.

MUDE SUA VIDA!


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➢ BRASILEIROS NATOS OU NATURALIZADOS (Art. 5º caput)


➢ ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAÍS (Art. 5º caput)
➢ ESTRANGEIROS EM TRÂNSITO NO PAÍS (STF) – não todos.
➢ PESSOAS JURÍDICAS, quando o direito for compatível com a sua personalidade.

PODER CONSTITUINTE

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Poder Constituinte é o poder de elaborar e modificar normas constitucionais.
Esse poder encontra-se presente em Constituições escritas e rígidas, nas quais se
assegura a Supremacia Constitucional.
Nos Estados onde se adotam Constituições rígidas, existem dois tipos de legisladores: o
legislador constituinte e o legislador ordinário.
Não se deve confundir Poder Constituinte com Poderes Constituídos, estes são o
Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

TITULARIDADE E EXERCÍCIO

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por


meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.

Para Emmanuel Sieyès, criador da teoria do Poder Constituinte, a titularidade


seria da Nação, e não do povo, entretanto, para o Constitucionalismo moderno o
titular é o povo.

Dizer que o povo é titular do Poder Constituinte não significa dizer que o seu EXERCÍCIO
será democrático. Isso porque em alguns países o poder é exercido por ditadores ou grupos
que alcançam o poder de forma não democrática. Assim, quanto ao exercício do Poder
Constituinte, podemos dizer que será:

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DEMOCRÁTICO (poder constituinte legítimo): quando exercido pelo Povo, por meio
de uma Assembleia Nacional Constituinte ou Convenção composta por representantes do
povo democraticamente eleitos. Por esse modelo, o povo, legítimo titular do poder
constituinte, dá poderes para seus representantes elaborarem e promulgarem a Constituição.
É o tipo de Constituição promulgada. É possível, inclusive, a participação direta do povo na
elaboração da Constituição, por meio de plebiscito ou referendo, ou ainda, o povo elaborando
proposta de dispositivos constitucionais, em uma espécie de “iniciativa popular
constitucional.”

No Brasil nenhuma das nossas Constituições teve participação direta do povo. São
consideradas promulgadas as Constituições de 1891, 1934, 1946 e a de 1988.

AUTOCRÁTICO (poder constituinte usurpado): quando exercido por um usurpador


do poder.

O exercício autocrático se dá por meio da chamada outorga, que é quando se tem a


criação de uma Constituição de forma unilateral, decorrente da vontade daquele que está no
poder, sem representação popular. É o que se chama de Poder Constituinte usurpado; é o
tipo de Constituição outorgada. No Brasil esse tipo de exercício do poder constituinte se deu
nas Constituições de 1824, 1937 (Constituição Polaca), 1967 e 1969.

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

INTRODUÇÃO
TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:
Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, tanto é que a
CF no caput do Art. 5º estabelece como titulares e destinatários dos direitos fundamentais os
brasileiros e estrangeiros residentes no país.

A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individuais, apresenta-os basicamente


no Art. 5º. Logo no caput deste artigo, já aparece uma classificação didática dos direitos ali
previstos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem ser
estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil.

As Constituições mais modernas, como a brasileira, também consagram direitos


fundamentais às pessoas jurídicas, tanto de Direito Privado quanto de Direito Público, ou seja,
o Estado – entes estatais, também são titulares e destinatários de direitos fundamentais.
Evidentemente que só poderão exercer aqueles direitos que são compatíveis com a
personalidade jurídica desses entes.

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Assim, podemos dizer que os titulares e destinatários dos direitos fundamentais


são:
• brasileiros natos ou naturalizados (Art. 5º, caput);
• estrangeiros residentes no país (Art. 5º, caput);
• estrangeiros em trânsito no país (STF);
• pessoas jurídicas, privadas ou públicas, quando o direito for compatível com a
sua personalidade;
• apátridas.

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos


termos desta Constituição.

Da mesma maneira, lembramos que existe a previsão para as penas, ao citar a proibição
de tratamento desumano ou degradante ratificada pela própria Constituição Federal no Art.
5º (porém, nos incisos III, XLV, XLVIII, L e LIII ):

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano


ou degradante;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a


obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de


acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e


moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam


permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.

JUIZ NATURAL
A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são
garantidas pelo princípio do juiz natural ou juiz legal, previsto em dois incisos do Art. 5º da
CF, vejamos:

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela


autoridade competente.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção.

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Significa dizer que em um processo, seja ele judicial ou administrativo, só será válida a
decisão proferida por quem detenha competência para tanto. Por exemplo: sendo um
processo de natureza penal, quem deverá proferir sentença será o juiz da vara criminal, não
podendo ser o juiz da Justiça do Trabalho, pois esse não tem competência para tal atribuição.
A vedação da criação de juízo ou tribunal de exceção (ad hoc) significa que não se pode
de forma arbitrária criar tribunais para julgamento de um caso específico ou ainda criar um
tribunal após o caso que se pretenda julgar.

Cumpre observar que o texto Constitucional condiciona o benefício da gratuidade do


registro de nascimento e da certidão de óbito apenas para os reconhecidamente pobres.
Entretanto, a Lei nº 6.015/73 (registros públicos), alterada pela Lei 9.534/1997, estendeu
esse direito a todos, independentemente de sua situação econômica:

Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e


pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva.
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de
emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.

O STF entendeu pela constitucionalidade desse dispositivo, pois a certidão de


nascimento e a de óbito são documentos necessários ao exercício da cidadania, e a CF
assegura a gratuidade desses documentos3.

LXXVII-são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (grifo nosso)

Para estudarmos os direitos individuais, utilizaremos os cinco grupos de direitos


previstos no caput do Art. 5º:
• Direito à vida

• Direito à igualdade
• Direito à liberdade
• Direito à propriedade
• Direito à segurança
Percebe-se que os 78 incisos do Art. 5º, de certa forma, surgem de um desses direitos
que podem ser chamados de “direitos raízes”. Ao utilizar essa divisão pedagógica,
abordaremos todos os incisos. Os comentários são dos artigos mais recorrentes em concursos,
de forma a preparar o concursando para a prova da melhor maneira.

Direitos raízes

SEGURANÇA
VIDA IGUALDADE LIBERDADE PROPRIEDADE
JURÍDICA

3
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.

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DIREITO À VIDA
No inciso X do Art. 5º existe a previsão de vida privada...

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação.

O direito à vida, previsto de forma genérica no Art. 5º assegura tanto o direito de não ser
morto, de continuar vivo, quanto o direito a ter uma vida digna.

Apesar de ser um direito essencial ao exercício dos demais direitos, não se pode afirmar
que o direito à vida seja hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais.

Assim como os demais direitos, o direito à vida não é absoluto. São várias as
justificativas existentes para considerá-lo um direito passível de flexibilização:
• Pena de morte – eis uma pergunta que já caiu em prova: existe pena de morte
no Brasil?
A sua resposta tem que ser “SIM”. A alínea “a” do inciso (XLVII do Art. 5º) aponta esta
previsão expressamente:

XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.
84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
• Aborto – necessário, sentimental, feto anencéfalo (128 CP) – FETO
ANENCÉFALO.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

• Células-tronco embrionárias ADI 3.510

DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA


Direito pertencente à segunda geração de direitos fundamentais, a igualdade visa
reduzir as desigualdades sociais. Possui como sinônimo o termo “isonomia”.
• IGUALDADE NA LEI E IGUALDADE PERANTE A LEI
Igualdade na lei vincula o legislador a tratar todos de maneira igualitária na elaboração
das leis, condição inerente à democracia e à república em que vivemos.

Igualdade perante a lei vincula o aplicador da lei, seja a Administração Pública, seja o
Judiciário, ou mesmo os particulares, que devem agir respeitando a legislação vigente.

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• IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL


→ A doutrina classifica esse direito em:

˃ Igualdade formal:
A igualdade formal se traduz na expressão todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza. É o previsto no caput do Art. 5º. Trata-se de uma igualdade jurídica, que
não se preocupa com a realidade, mas apenas evita que alguém seja tratado de forma
discriminatória.

˃ Igualdade material:
É também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É a igualdade que se preocupa
com a realidade. Traduz-se na seguinte expressão: tratar os iguais de forma igual, os
desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades.

Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça para aqueles que não a
possuem.
A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento
isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não
consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade
em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico.

Ex.: tratamento diferenciado entre homens e mulheres, cotas raciais, Lei Maria da Penha.

• IGUALDADE NOS CONCURSOS PÚBLICOS 



Um tema muito pertinente é aquele que diz respeito à igualdade nos concursos públicos.
Seria possível restringir o acesso a um cargo público em razão do sexo de uma pessoa? Ou por
causa de sua altura? Ou, ainda, pela idade que possui? Essas questões encontram a mesma
resposta: sim! É possível, desde que os critérios discriminatórios preencham alguns
requisitos: 

Deve ser fixado em lei – não basta que os critérios estejam previstos no edital, eles
precisam estar previstos em Lei, no seu sentido formal. 

Deve ser necessário ao exercício do cargo – o critério discriminatório deve ser
necessário ao exercício do cargo. A título de exemplo: seria razoável exigir, para um cargo de
policial militar, altura mínima ou mesmo idade máxima, características que representam vigor
físico, tendo em vista a natureza do cargo que exige tal condição. As mesmas condições não
poderiam ser exigidas para um cargo de técnico judiciário, por não serem necessárias ao
exercício do cargo. 


• AÇÕES AFIRMATIVAS ou DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS 



Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas políticas
públicas de compensação dirigidas às minorias sociais, chamadas de Ações Afirmativas ou
Discriminações Positivas. São verdadeiras ações de cunho social que visam compensar
possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vidas.

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DIREITO À LIBERDADE
O direito à liberdade pertence à primeira geração de direitos fundamentais, pelo fato de
expressar os direitos mais ansiados pelos indivíduos como forma de defesa diante do Estado.
O direito de locomoção também é compreendido como LIBERDADE, desta forma pode
ser mais bem compreendido o previsto no inciso XV:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,


podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens.

O que veremos agora consiste em algumas das acepções deste direito que podem ser
cobradas em sua prova.

LIBERDADE DE AÇÃO
O (inciso II do Art. 5º) apresenta aquilo que a doutrina chama de liberdade de ação:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa


senão em virtude de lei.

Isso é a liberdade por excelência. Segundo o texto constitucional, a liberdade só pode ser
restringida por lei. Por isso, dizemos que esse inciso também apresenta o Princípio da
Legalidade.

A liberdade pode ser entendida de duas formas, a depender do destinatário da


mensagem:
Para o particular – liberdade significa “fazer tudo que não for proibido”.
Para o agente público – liberdade significa “poder fazer tudo o que for determinado ou
permitido pela lei”.

Pode fazer tudo o


particular que a lei não
proíba
legalidade
Só pode fazer o
público que a lei manda
ou autoriza

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LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO


Esse direito está diretamente ligado a um dos fundamentos da RFB, qual seja: o
Pluralismo Político.
Essa liberdade serve de amparo para uma série de possibilidades no que tange ao
pensamento. Assim como os demais direitos fundamentais, a manifestação do pensamento
não possui caráter absoluto, sendo restringido pela própria Constituição Federal que proíbe
seu exercício de forma anônima, (Art. 5º, IV e IX).
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e


de comunicação, independentemente de censura ou licença.

A vedação ao anonimato, além de ser uma garantia ao exercício da manifestação do


pensamento, possibilita o exercício do direito de resposta caso alguém seja ofendido, como
prevê (o inciso V do Art. 5º da CF).

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além


da indenização por dano material, moral ou à imagem;

• Vale destacar, ainda, que esses danos são cumulativos.

Uma temática pertinente diz respeito à utilização da chamada DENÚNCIA ANÔNIMA.


Diante da vedação constitucional ao anonimato, poder-se-ia imaginar que essa ferramenta de
combate ao crime fosse considerada inconstitucional. Contudo, não tem sido esse o
entendimento do STF. A denúncia anônima pode até ser utilizada como ferramenta de
comunicação do crime, mas não pode servir como amparo para a instauração do Inquérito
Policial, muito menos como fundamento para condenação de quem quer que seja. Esse
posicionamento se aplica à instauração de qualquer tipo de procedimento investigatório, seja
administrativo, cível ou penal.

Em respeito a esse dispositivo, o STF declarou inconstitucional a exigência de


diploma de jornalismo para ser jornalista, haja vista tal profissão ser um canal essencial
para divulgação do pensamento e da informação.

Outra decisão do STF que vale a pena ser mencionada, é a que analisou a
constitucionalidade da “Marcha da Maconha”. De acordo com o Supremo, no julgamento da
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, o movimento foi legítimo e
encontra fundamento na liberdade de manifestação do pensamento. De acordo com o STF, a
mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde com o ato
de incitação à prática do crime.

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LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA RELIGIOSA


Uma primeira pergunta deve ser feita acerca da liberdade religiosa em nosso país: qual a
religião oficial do Brasil? A única resposta possível é: nenhuma. A liberdade religiosa do
Estado brasileiro é incompatível com a existência de uma religião oficial. É o que apresenta o
(inciso VI do Art. 5º)

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo


assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

Esse inciso marca a liberdade religiosa existente no Brasil. Por esse motivo, dizemos que
o Brasil é um ESTADO LAICO, LEIGO OU NÃO CONFESSIONAL. Isso significa, basicamente,
que no Brasil existe uma relação de separação entre Estado e Igreja. Tal relação entre o Estado
e a Igreja encontra, inclusive, vedação expressa no texto constitucional (Art. 19, I, CF)

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público.

Por causa da liberdade religiosa, é possível exercer qualquer tipo de crença no país. É
possível ser católico, protestante, mulçumano, ateu ou satanista. Isso é liberdade de crença ou
consciência. Liberdade de crer ou não crer. Convém notar que o inciso VI, além de proteger as
crenças e cultos, também protege as suas liturgias. Apesar do amparo constitucional, não se
pode utilizar esse direito para praticar atos contrários às demais normas do Direito brasileiro,
como, por exemplo, sacrificar seres humanos como forma de prestar culto a determinada
divindade. Isso a liberdade religiosa não ampara.

Outro dispositivo interessante é o previsto no (inciso VII do Art. 5º)


VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

Nesse caso, a Constituição Federal garantiu a assistência religiosa nas entidades de


internação coletivas, sejam elas civis ou militares. Entidades de internação coletivas são
quartéis, hospitais ou manicômios. Em razão dessa garantia constitucional, é comum
encontrarmos nesses estabelecimentos capelas para que o direito seja exercido.

Apesar da importância dos dispositivos analisados anteriormente, nenhum é mais


cobrado em prova que o inciso (VIII do Art. 5º) 


VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença


religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

MUDE SUA VIDA!


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ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
Estamos diante do instituto da ESCUSA DE CONSCIÊNCIA. Esse direito permite que
qualquer pessoa, em razão de sua crença ou consciência, deixe de cumprir uma obrigação
imposta, sem que com isso sofra alguma consequência em seus direitos. Tal permissivo
constitucional encontra uma limitação prevista expressamente no texto em análise. No caso
de uma obrigação imposta a todos, se o indivíduo recusar-se ao seu cumprimento, ser-lhe-á
oferecida uma prestação alternativa. Se ele não a cumprir também, a Constituição permite que
direitos sejam restringidos, ocorrendo a PERDA dos direitos políticos. O Art. 15 prescreve que
os direitos restringidos serão os direitos políticos: 


Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do Art. 5º, VIII.

Nesse tema também se enquadra o posicionamento da jurisprudência quanto


à presença de crucifixos em repartições públicas. O entendimento atual do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera que a presença de tais símbolos
decorre da cultura nacional e não ofende a laicidade do Estado; seria um símbolo
cultural. O mesmo pode ser entendido para os feriados ligados a santidades.

DIREITO À PROPRIEDADE
CONCEITO

XXII - é garantido o direito de propriedade.

➢ LIMITAÇÕES
Dentre as limitações existentes na Constituição, observaremos algumas:

Função Social – a Constituição exige em seu Art. 5º que a propriedade atenda a sua
função social:
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.

Isso significa que a propriedade não é tão individual quando pensamos.

MUDE SUA VIDA!


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A necessidade de observância da função social demonstra que a propriedade é muito


mais que uma titularidade privada. Esse direito possui reflexos em toda a sociedade.
É só imaginar uma propriedade imóvel, um terreno urbano, que, apesar de possuir um
proprietário, fica abandonado cresce o mato, as pessoas começam a jogar lixo naquele lugar,
alguns criminosos começam a utilizar aquele ambiente para a prática de atividades ilícitas.
É possível perceber quantas coisas podem acontecer em uma propriedade e que
importarão em consequências gravosas para o meio social mais próximo. É por isso que a
propriedade tem que atender a sua função social.

DESAPROPRIAÇÃO
Desapropriação é a perda da propriedade. Esse é o limitador por excelência do direito,
restringindo o caráter perpétuo da propriedade. Existem três modalidades de desapropriação
que merecem nossa atenção:

Desapropriação por interesse público ou interesse social – essa modalidade é


utilizada pelo Estado quando o interesse social ou a utilidade pública prevalecem sobre o
direito individual. Nesse tipo de desapropriação, destaca-se que o proprietário nada fez para
merecê-la, contudo, o interesse público exige que determinada área seja desapropriada. É o
caso de construção de uma rodovia que exige a desapropriação de várias propriedades para o
asfaltamento da via. Vejamos o que diz o texto da Constituição:

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição.

Convém destacar que esta modalidade de desapropriação gera direito à indenização que
deve ser paga em dinheiro, previamente e com valor justo.
Desapropriação-sanção – nesta modalidade, o proprietário, por algum motivo, não
observou a função social da propriedade. Por essa razão, é chamada de desapropriação-
sanção, haja vista ser uma verdadeira punição. Segundo a CF, essa desapropriação gera direito
à indenização, que deverá ser paga em títulos da dívida pública ou agrária.

Vejamos o Art. 182, § 4º, III, Constituição Federal:

Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei


específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até
dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
indenização e os juros legais

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O Art. 184 da Constituição Federal também tem uma regulamentação neste assunto:

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

Desapropriação confiscatória – por último, temos esta modalidade prevista no Art.


243 da Constituição:
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde
forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de
trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária
e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o
disposto no art. 5º.

Nesse caso, não haverá indenização, mas o proprietário poderá ser processado pela
prática de ilícito penal.

REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA

Vejamos o inciso XXV do Art. 5º:


XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente


poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano.

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Trata-se da chamada Requisição Administrativa. Esse instituto permite que a


propriedade seja limitada pela necessidade de se solucionar situação de perigo público. Não
se trata de uma forma de desapropriação, pois o dono da propriedade requisitada não a
perde, apenas a empresta para uso público sendo garantido posteriormente, havendo dano,
direito à indenização. Esse instituto limita o caráter absoluto da propriedade.

BEM DE FAMÍLIA
A Constituição consagra uma forma de proteção à pequena propriedade rural, chamada
de bem de família, e a legislação infraconstitucional conceituará o que vem a ser o termo
“pequena”.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.
O mais importante para sua prova é atentar para os requisitos estabelecidos no inciso,
quais sejam:
• Pequena propriedade rural – não se trata de qualquer propriedade.

• Definida em lei – não em outra espécie normativa.

• Trabalhada pela família – não por qualquer pessoa.
• Débitos decorrentes da atividade produtiva – não qualquer débito.

PROPRIEDADE IMATERIAL
Além das propriedades sobre bens materiais, a Constituição também consagra normas
de proteção sobre a propriedade de bens imateriais. São duas as propriedades consagradas:
autoral e industrial.

PROPRIEDADE AUTORAL
A propriedade autoral encontra-se protegida nos incisos XXVII e XXVIII do Art. 5º:

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, 
transmissível aos
herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas; 

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas.

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PROPRIEDADE INDUSTRIAL
A propriedade industrial, por sua vez, encontra-se protegida no inciso XXIX do Art. 5º: 


XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio


temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Uma relação muito interessante entre a propriedade autoral e a industrial está no


tempo de proteção previsto na Constituição.
Cumpre observar que, na propriedade autoral, o direito do autor é vitalício, tendo em
vista a previsão de possibilidade de transmissão desses direitos aos herdeiros. Contudo,
quando nas mãos dos sucessores, a proteção será pelo tempo que a lei fixar, ou seja,
temporária.

Já na propriedade industrial, a proteção do próprio autor já possui caráter temporário.

DIREITO À HERANÇA
De nada adiantaria tanta proteção à propriedade, se este bem jurídico não pudesse ser
transmitido por meio da sucessão de bens aos herdeiros após a morte. O direito à herança,
consagrado expressamente na Constituição, traduz-se no coroamento do direito de
propriedade. Esta é a grande força motriz deste direito: só faz sentido ter direito à
propriedade se este direito pode ser transferido aos herdeiros. 


XXX - é garantido o direito de herança; 



XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
de cujus. 


Destaque especial deve ser dado ao inciso XXXI que prevê a possibilidade de aplicação
de lei estrangeira no país em casos de sucessão de bens de pessoa estrangeira, desde que
esses bens estejam situados no Brasil. A Constituição Federal permite que seja aplicada a
legislação mais favorável aos herdeiros, quer seja a lei brasileira, quer seja a lei estrangeira.

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DIREITO À SEGURANÇA
CONCEITO
Ao se referir à segurança como direito individual, o Art. 5º, quis dizer “segurança
jurídica”. Trata-se de normas de pacificação social e que produzem uma maior segurança nas
relações sociais. Este é o ponto alto dos direitos individuais. Sem dúvida, nessa temática se
concentra a maior quantidade de questões cobradas em provas.

INVIOLABILIDADE DOMICILIAR
Esta garantia protege o indivíduo em seu recinto mais íntimo: a casa.
A Constituição diz:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial.

Como regra, só se pode entrar na casa de uma pessoa com o seu consentimento.
Excepcionalmente, a Constituição Federal admite a entrada sem consentimento do morador
nos casos de:
➢ flagrante delito;
➢ desastre;
➢ prestar socorro;
➢ determinação judicial – apenas durante o dia.
Importante é não esquecer que, no caso de determinação judicial, a entrada se dará
apenas durante o dia. Nos demais casos, a entrada será permitida a qualquer hora.

Alguns conceitos importantes: O que é casa? O que pode ser entendido como caso para
efeito de inviolabilidade? A jurisprudência tem interpretado o conceito de casa de forma
ampla, considerando como casa qualquer compartimento habitado ou em aposento ocupado
de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer
profissão ou atividade.

Assim, o STF já considerou como casa, para efeitos de inviolabilidade, oficina mecânica,
quarto de hotel ou escritório profissional.

Outra questão relevante é saber o que é dia?


Segundo a jurisprudência, isso deve ser resolvido no caso concreto, tendo em vista
variação de fusos horários existente em nosso país bem como a ocorrência do “Horário de
Verão”. Na prática, é possível entrar em uma casa, independentemente do horário, desde que
seja durante o dia.

SIGILO DAS COMUNICAÇÕES


Uma das normas mais importantes da Constituição Federal que versa sobre segurança
jurídica é esta:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último

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caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Esse dispositivo prevê quatro formas de comunicação que possuem proteção
constitucional: sigilo da correspondência; comunicação telegráfica; comunicação de
dados; comunicações telefônicas.

Dessas quatro formas de comunicação, apenas uma obteve autorização de violação do


sigilo pelo texto constitucional: AS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS. O concursando precisa ter
muito cuidado com esse tema em prova. Segundo o texto expresso, só as comunicações
telefônicas poderão ter o seu sigilo violado. E mais, só o juiz poderá fazê-lo com fins definidos
também pela Constituição, os quais se destinam à investigação criminal ou à instrução
processual penal.
Entretanto, considerando a inexistência de direito fundamental absoluto, a
jurisprudência tem considerado a possibilidade de quebra dos demais sigilos, desde que seja
determinada por ordem judicial.
No que tange ao SIGILO DOS DADOS bancários, fiscais, informáticos e telefônicos, a
jurisprudência tem permitido sua quebra por determinação judicial, determinação de
Comissão Parlamentar de Inquérito.
• A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada
interceptação telefônica.

INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS ILÍCITAS


Uma das garantias mais importantes do Direito brasileiro é a inadmissibilidade das
provas ilícitas.
Há expressa previsão no inciso LVI do Art. 5º:

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios


ilícitos.
Em razão dessa garantia, é proibida a produção de provas ilícitas num processo sob
pena de nulidade processual. Em regra, a prova ilícita produz nulidade de tudo o que a ela
estiver relacionado. Esse efeito decorre da chamada:

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Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada.

Segundo a teoria, se a árvore está envenenada, os frutos também o serão.

Se uma prova foi produzida de forma ilícita, as demais provas dela decorrentes também
serão ilícitas (ilicitude por derivação). Contudo, deve-se ressaltar que essa teoria é aplicada de
forma restrita no Direito brasileiro, ou seja, encontrada uma prova ilícita em um processo, não
significa que todo o processo será anulado, mas apenas os atos e demais provas que
decorreram direta ou indiretamente daquela produzida de forma ilícita.

Caso existam provas autônomas produzidas em conformidade com a lei, o processo deve
prosseguir, ainda que tenham sido encontradas e retiradas as provas ilícitas.

Logo, é possível afirmar que a existência de uma prova ilícita no processo não anula de
pronto todo o processo.

Para sabermos o que é uma prova ilícita, temos que fazer a diferença entre prova ilegal,
prova ilegítima e prova ilícita.
Provas ilegais são gênero, que têm como espécies as provas ilícitas e as provas
ilegítimas.
A prova ilícita é aquela obtida por meio da violação da CF ou de normas de direito
material. Por exemplo: a CF assegura a inviolabilidade das comunicações telefônicas,
entendendo que essas comunicações são sigilosas, contudo é possível ocorrer a quebra desse
sigilo por meio de uma decisão judicial. Caso alguém viole as comunicações telefônicas
(grampeie o telefone) de alguém sem autorização judicial, as gravações obtidas ali não
poderão ser usadas em nenhum processo, pois foram obtidas de forma ilícita.
A prova ilícita contamina todas as demais provas decorrentes dela, esse é o efeito da
chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (fruits of the poisonous tree). Segundo
essa teoria, se a árvore está envenenada, os frutos também o serão, significa dizer que se uma
prova foi produzida de forma ilícita, as demais provas dela decorrentes também serão ilícitas
(ilicitude por derivação).
Outro aspecto relevante é o de que a simples presença da prova ilícita não torna nulo ou
invalida todo o processo, mas apenas aquelas provas decorrentes da prova ilícita, que não
poderão ser usadas no processo.
As questões envolvendo o conhecimento dessa norma constitucional geralmente
encontram-se relacionadas com as provas decorrentes das violações dos direitos à
privacidade: sigilo das comunicações e inviolabilidade domiciliar.
A prova ilegítima é aquela decorrente da violação de um direito processual. Por
exemplo: produzir no processo uma prova fora do prazo, essa prova será ilegítima, e não
ilícita.

A prova ilícita é inadmissível tanto no processo judicial quanto no processo


administrativo.

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Ainda com relação a PROCESSOS JUDICIAIS, a CF/88 prevê o seguinte:

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e


liberdades fundamentais.

GRATUIDADE DAS CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO


A Constituição aponta expressamente que:

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma


da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito.

Observamos que o texto Constitucional condiciona o benefício da gratuidade do registro


de nascimento e da certidão de óbito apenas para os reconhecidamente pobres. Entretanto, a
Lei 6.015/73 prevê que:

Lei nº 6.015/73 - Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil
de nascimento e pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão
respectiva.
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de
emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.

Percebe-se que essa lei amplia o benefício garantido na Constituição para todas as
pessoas, no que tange ao registro e à aquisição da primeira certidão de nascimento e de óbito.

PRINCÍPIO DA SEGURANÇA NAS RELAÇÕES JURÍDICAS

Este princípio tem como objetivo garantir a estabilidade das relações jurídicas. Vejamos
o que diz a Constituição:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico


perfeito e a coisa julgada.

Em linhas gerais, podemos assim conceituar os três institutos mencionados:


Direito Adquirido – direito já incorporado ao patrimônio do titular.

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Ato Jurídico Perfeito – ato jurídico que já atingiu seu fim, já produziu seus efeitos. Ato
jurídico acabado, aperfeiçoado, consumado.
Coisa Julgada - sentença judicial transitada em julgado. Aquela sentença da qual não
cabe mais recurso.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória.

DEVIDO PROCESSO LEGAL


O devido processo legal possui como objetivo principal limitar o poder do Estado. Esse
princípio condiciona a restrição da liberdade ou dos bens de um indivíduo à existência de um
procedimento estatal que respeite todos os direitos e garantias processuais previstos na lei. É
o que diz o inciso LIV do Art. 5º:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal.

A exigência constitucional de existência de processo aplica-se tanto aos processos


judiciais quanto aos procedimentos administrativos. Esse princípio ainda orienta a atuação do
juiz na condução do processo.

Para que a pessoa seja identificada, existe previsão legal também.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação


criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

Desse princípio surge a garantia constitucional à proporcionalidade e à razoabilidade.


Da mesma forma, é durante o devido processo legal que poderão ser exercidos os direitos ao
contraditório e à ampla defesa que serão analisados a seguir.

CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA


Estas garantias constitucionais, conforme já salientado, decorrem do devido processo
legal. São utilizadas como ferramenta de defesa diante das acusações impostas pelo Estado ou
por um particular nos processos judiciais e administrativos:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes.

Contraditório é o direito de contradizer, contrariar, contraditar. Se alguém diz que


somos ou fizemos alguma coisa, o contraditório nos permite dizer que não somos e que não
fizemos o que nos foi imputado.

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Já a ampla defesa é a possibilidade de utilização de todos os meios admitidos em direito


para se defender de uma acusação.

→ Em regra, o contraditório e a ampla defesa são garantidos em todos os processos


judiciais ou administrativos. Contudo, a legislação brasileira previu alguns procedimentos
administrativos incompatíveis com o exercício desse direito:

• inquérito policial;
• inquérito civil;
• sindicância investigativa.

Em suma, nos procedimentos investigatórios que não possuem o condão de punir o


investigado, não serão garantidos o contraditório e a ampla defesa.
→ Atentemos para as Súmulas Vinculantes do Supremo Tribunal Federal que versam
sobre esse tema:

SÚMULA VINCULANTE nº 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas


da União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado,
excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão.
SÚMULA VINCULANTE nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
SÚMULA VINCULANTE nº 14 - É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
SÚMULA VINCULANTE nº 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE
Eis uma garantia fundamental que não está expressa no texto constitucional, apesar de
ser um dos institutos mais utilizados pelo Supremo em suas decisões atuais.

Trata-se de um princípio implícito, cuja fonte é o Princípio do Devido Processo Legal.


Esses dois institutos jurídicos são utilizados como parâmetro de ponderação quando adotadas
medidas pelo Estado, principalmente no que tange à restrição de bens e direitos dos
indivíduos. Duas palavras esclarecem o sentido dessas garantias: NECESSIDADE e
ADEQUAÇÃO.

Para saber se um ato administrativo observou os critérios de proporcionalidade e


razoabilidade, deve-se questionar se o ato foi necessário e se foi adequado à situação.

Para exemplificar, imaginemos que um determinado fiscal sanitário, ao inspecionar um


supermercado, se depara com uma embalagem de iogurte com a data de validade vencida há
um dia. Imediatamente, ele prende o dono do mercado, dá dois tiros para cima, realiza revista

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manual em todos os clientes e funcionários do mercado e aplica uma multa de dois bilhões de
reais. Diante disso, perguntamo-nos: será que a medida adotada pelo fiscal foi necessária? Foi
adequada? Certamente que não. Logo, a medida não observou os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
Este princípio, também conhecido como Princípio do Livre Acesso ao Poder Judiciário ou
Direito de Ação, garante, nos casos de necessidade, o acesso direto ao Poder Judiciário.
Também, decorre desse princípio a ideia de que não é necessário o esgotamento das vias
administrativas para ingressar com uma demanda no Poder Judiciário. Assim prevê a
Constituição Federal:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito.

Percebe-se que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça à lesão. Significa dizer
que a garantia pode ser utilizada tanto de forma preventiva como de forma repressiva; tanto
para prevenir a ofensa a direito como para reprimir a ofensa já cometida.
→ Quanto ao acesso ao Judiciário, independentemente do esgotamento das vias
administrativas, temos algumas peculiaridades previstas na legislação brasileira:

˃ Justiça Desportiva – A Constituição Federal prevê no Art. 217:


Art. 217, § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não
formais, como direito de cada um, observados:

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às


competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.

Ou seja, o acesso ao Poder Judiciário está condicionado ao esgotamento das vias


administrativas.

˃ Compromisso arbitral – a Lei 9.307/96 prevê que as partes, quando em discussão


patrimonial, poderão optar pela arbitragem como forma de resolução de conflito. Não se trata
de uma instância administrativa de curso forçado, mas de uma opção facultada às partes.

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.


Dispõe sobre a arbitragem.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir
litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
§ 1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para
dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

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˃ Habeas data – o Art. 8º da Lei 9.507/97 exige, para impetração do habeas data, a
comprovação da recusa ao acesso à informação. Parte da doutrina não considera isso como
exigência de prévio esgotamento da via administrativa, mas condição da ação. Vejamos a
súmula nº 2 do STJ:

LEI Nº 9.507, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1997.

Regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual


do habeas data.

Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a


informações e retificação de dados e para anotação de justificação, bem como a
ação de habeas data.

Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa.

CELERIDADE PROCESSUAL
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO

Segundo o texto constitucional (Art. 5º):



LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.

Trata-se de uma garantia da celeridade processual. Decorre do princípio da eficiência


que obriga o Estado a prestar assistência em tempo razoável. Celeridade quer dizer rapidez,
mas uma rapidez com qualidade. Esse princípio, aplicável nos processos judiciais e
administrativos, visa dar maior efetividade à prestação estatal. Deve-se garantir o direito
antes que o seu beneficiário deixe de precisá-lo.

Após a inclusão desse dispositivo entre os direitos fundamentais, várias medidas para
acelerar a prestação jurisdicional foram adotadas, dentre as quais destacamos:
➢ juizados especiais;
➢ súmula vinculante;

➢ realização de inventários e partilhas por vias administrativas;
➢ informatização do processo.

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DIREITO DE PETIÇÃO E CERTIDÕES

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento


de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

Nesse caso, dois direitos são observados: o direito de petição e o de obtenção de


certidões.
Petição significa PEDIDO, um requerimento feito em nome de interesse próprio, de
coletividade ou de terceiros.
Já a CERTIDÃO é um atestado que prova determinado fato. Ex.: Certidão de Nascimento.

É importante observar com atenção as finalidades desses direitos. Ambos servem para a
defesa de direitos. Entretanto, a petição também é usada contra ilegalidade ou abuso de
poder, enquanto as certidões têm como segunda aplicação possível o esclarecimento de
situações de interesse pessoal.

DIREITO À SEGURANÇA JURÍDICA


A CF assegura independentemente do pagamento de taxas dois direitos, que são
verdadeiros remédios administrativos: (I) direito de petição e o (II) de obtenção de certidões.
O direito de petição é uma garantia dada aos indivíduos para que eles possam, em
interesse próprio ou coletivo ou geral, realizar duas coisas:
- levar ao conhecimento dos Poderes Públicos uma situação de ilegalidade ou abuso de
poder;
- para defesa de direitos contra o próprio Estado.
Trata-se de um direito universal, na medida em que qualquer pessoa pode utilizá-lo
(nacional, estrangeira, física ou jurídica), sem a necessidade de advogado.
É exemplo de direito de petição o direito de obter vista ou cópia de processos.
ATENÇÃO: não confundir com direito de ação.

O direito de certidão serve também para a defesa de direitos, contudo sua finalidade é
para esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.

É preciso demonstrar a finalidade da certidão? DIVERGÊNCIA!


Posição dominante – não precisa demonstrar a finalidade.

Caso o direito de petição ou o de certidão sejam violados, por ilegalidade ou abuso de


poder, o remédio constitucional cabível é o Mandado de Segurança.

MUDE SUA VIDA!


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TRIBUNAL DO JÚRI
O Tribunal do Júri é uma instituição pertencente ao Poder Judiciário que possui
competência específica para julgar determinados tipos de crime. A ideia do Tribunal do Júri é
que o acusado seja julgado pelos seus pares.
→ A Constituição Federal apresenta alguns princípios que regem esse Tribunal:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que


lhe der a lei, assegurados:
A -) a plenitude de defesa;
B -) sigilo das votações;
C -) a soberania dos veredictos;
D -) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida.

Segundo esse texto, o Tribunal do Júri é regido pelos seguintes princípios:


➢ Plenitude de defesa - este princípio permite que no júri sejam utilizadas todas
as provas permitidas em direito. Nesse caso, o momento probatório é bastante
explorado, haja vista a necessidade de convencer os jurados, que são pessoas
comuns da sociedade e que às vezes não conhecem nada de direito.

➢ Sigilo das votações – o voto é sigiloso. Durante o julgamento, não é permitido


que um jurado converse com o outro sobre o julgamento, sob pena de nulidade.

➢ Soberania dos veredictos - o que for decidido pelos jurados será considerado
soberano. Nem o Juiz presidente poderá modificar o julgamento. A decisão cabe
aos jurados.

➢ Competência para julgar os crimes dolosos contra a vida – é preciso ter


muito cuidado com essa informação no momento da prova. O júri não julga
qualquer tipo de crime, mas apenas os dolosos contra a vida. Crimes dolosos, em
singelas palavras, são aqueles praticados com intenção, com vontade. É diferente
dos crimes culposos, os quais são praticados sem intenção.

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal.

MUDE SUA VIDA!


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MEMORIZE ESSA ILUSTRAÇÃO:

CRIMES IMPRESCRITÍVEIS, INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA E ANISTIA


Os dispositivos abaixo estão entre os mais cobrados em prova. O ideal é que sejam
memorizados na ordem proposta no quadro a seguir:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático.

MUDE SUA VIDA!


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Atenção:
Os crimes inafiançáveis englobam todos os crimes previstos nos incisos XLII,
XLIII e XLIV.
Os crimes que são insuscetíveis de graça e anistia não são imprescritíveis e
vice-versa. Dessa forma, nunca poderá existir em sua prova uma questão que
trabalhe com as duas classificações ao mesmo tempo.
Nunca, em sua prova, poderá haver uma questão que apresente as três
classificações ao mesmo tempo.

PENAS
Como se verifica, na evolução da sociedade, por muito tempo se admitiu a utilização de
penas de tortura, cruéis e de morte. Porém uma Constituição, que foi “carinhosamente”
apelidada de CIDADÃ, tem as seguintes regras:

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem


escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.

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PENAS PROIBIDAS E PERMITIDAS


Veremos agora dois incisos que sempre aparecem em prova juntos: incisos XLVI e XLVII.
Temos no inciso XLVI as penas permitidas, e no XLVII, as penas proibidas. Mas como isso é
abordado em provas? O examinador menciona uma pena permitida e afirma que é proibida,
ou cita uma proibida e diz que é permitida. Vejamos, então, os incisos, sempre do Art. 5º:

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre


outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.

Nesse momento, apresenta-se o rol de penas permitidas. É importante memorizar essa


lista para que, na ocasião da prova, o candidato consiga lembrar quais são as penas
permitidas. Convém atentar para uma pena que é pouco comum e que geralmente em prova é
colocada como proibida, que é a pena de perda de bens.

Vejamos a seguir o próximo inciso com o rol de penas proibidas, tudo do Art. 5º:
XLVII - não haverá penas:
A - ) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
Art. 84, XIX;
B - ) de caráter perpétuo;
C - ) de trabalhos forçados;
D - ) de banimento;
E - ) cruéis.
Essas são as penas que não podem ser aplicadas no Brasil.
Suponhamos que em uma prova apareça o seguinte questionamento:

Existe pena de morte no Brasil?

É importante ter muito cuidado com essa informação, pois apesar de a Constituição
afirmar que a pena de morte é proibida, existe uma exceção no caso de guerra declarada.

Essa exceção é uma verdadeira possibilidade, de forma que é possível afirmar que existe
pena de morte no Brasil. Apesar de a regra ser a proibição, existe a possibilidade de sua
aplicação.

A próxima pena proibida é a de caráter perpétuo: em que se cumpre a pena até morrer.
Não existe esse tipo de pena no Brasil, pois as penas aqui são temporárias.

Deve-se mencionar ainda a pena de trabalhos forçados. Trata-se da situação em que o


apenado é obrigado a trabalhar de forma a denegrir a sua condição como ser humano. Tal
pena é muito comum em filmes americanos, em que o preso quebra pedras ou gira as
engrenagens de um moinho no lugar de um animal. Esses são exemplos de trabalhos forçados.
Essa modalidade de pena não é permitida mais no Brasil.

Quanto à pena de banimento, trata-se da expulsão do brasileiro, tanto nato como


naturalizado. Além disso, mencionam-se as penas cruéis.

MUDE SUA VIDA!


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PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA


Como destaque para o êxito em provas, é importante enfatizar o disposto no inciso
LXVII, do artigo 5º, o qual prevê duas formas de prisão civil por dívida:

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável


pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel.

Apesar de a Constituição Federal apresentar essas duas possibilidades de prisão civil


por dívida, o STF tem entendido que só existe uma: a prisão do devedor de pensão alimentícia.
Isso significa que o depositário infiel não poderá sem preso. Essa é a inteligência da Súmula
Vinculante nº 25:
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.

Dessa forma, o candidato precisa ter muito cuidado com esse tipo questão em prova: se a assertiva fizer a
proposição conforme a Constituição Federal, deve-se responder segundo a Constituição Federal. Mas se a
solicitação na questão for elaborada à luz da Jurisprudência, deve-se responder conforme o entendimento
do STF.

EXTRADIÇÃO
Fruto de acordo internacional de cooperação, a extradição permite que determinada
pessoa seja entregue a outro país para que seja responsabilizada pelo cometimento de algum
crime. Existem duas formas de extradição:
˃Extradição Ativa – quando o Brasil solicita a outro país a extradição de alguém.
˃Extradição Passiva – quando algum país solicita ao Brasil a extradição de alguém.
→ A Constituição Federal preocupou-se em regular a extradição passiva por meios dos
incisos LI e LII do Art. 5º, conforme se depreende a leitura abaixo:

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LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em


caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião.
De acordo com a inteligência desses dispositivos, três regras podem ser adotadas em
relação à extradição passiva:
˃ Brasileiro Nato – nunca será extraditado.
˃ Brasileiro Naturalizado – será extraditado em duas hipóteses:
» crime comum cometido antes da naturalização;
» comprovado envolvimento com o tráfico ilícito de drogas, antes ou depois da
naturalização.

˃ Estrangeiro – poderá ser extraditado, salvo em dois casos:


» crime político;
» crime de opinião.

Procedimento: regulamentada pela Lei de Migração 13.445/2017 (Art. 89).


O pedido de extradição se inicia com o requerimento do Estado estrangeiro, que deverá
ser recebido pelo órgão competente do Poder Executivo e, após exame da presença dos
pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, encaminhado à
autoridade judiciária competente, ou seja, especificamente ao Supremo Tribunal Federal (102,
I, g), que deverá se pronunciar pela legalidade e procedência do pedido.
Se o pedido for julgado procedente, a entrega do extraditando dependerá de ato
discricionário do Presidente da República (Art. 84, VII).

A extradição, contudo, depende de o Estado requerente assumir o compromisso de


comutar as penas, substituindo, se for o caso, quando a pena aplicável ao extraditando for
uma das penas proibidas no Brasil. Por exemplo, se houver a possibilidade de o extraditando
ser condenado à pena de morte no país requerente e não for a hipótese autorizada pela nossa
Constituição (guerra declarada), o país solicitante deverá substituir a pena de morte por
privativa de liberdade. Ou se a pena for de prisão perpétua, deverá reduzir para o limite
máximo de prisão no Brasil, que é de 30 anos.

Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com


brasileira ou ter filho brasileiro.
[Súmula 421.]

Não se deve confundir extradição com a expulsão, com a deportação, nem com a entrega
(surrender).
EXPULSÃO: a expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de
migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por
prazo determinado.

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➢ Não se realiza a expulsão se o expulsando:


• tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou
socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
• tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma,
reconhecido judicial ou legalmente;
• tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então
no País;
• for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez)
anos, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão.

➢ DEPORTAÇÃO: a deportação é medida decorrente de procedimento


administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre
em situação migratória irregular em território nacional.
➢ ENTREGA (surrender): é a entrega de cidadão brasileiro para ser julgado pelo
Tribunal Penal Internacional.

Demais detalhes a respeito da extradição serão analisados na matéria de legislação


especial.

DIREITO À INFORMAÇÃO
O direito à informação é assegurado em dois momentos na Constituição, vejamos o
primeiro:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à


informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e
resguarda os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem que tenham de
revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso alguém seja
lesado pela informação, o jornalista responderá por isso.

MUDE SUA VIDA!


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O acesso à informação é o direito de informar, de se informar e de ser informado.


Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à informação (desde
que esta não fira outros direitos fundamentais, como, por exemplo, a intimidade) e resguarda
os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem terem que revelar sua
fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso alguém seja lesado pela
informação, o jornalista responderá por isso.

Desse modo, todos os cidadãos têm o direito de receber dos órgãos públicos
informações de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral.

Em um segundo momento, a CF prevê no inciso XXXIII o direito à informação, impondo


neste caso um dever aos órgãos públicos de prestar essas informações:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. (grifo nosso)

Esse dispositivo apresenta o direito à informação, que deve ser conjugado com o
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE, que obriga a todos os órgãos e entidades da Administração
Pública, direta e indireta (incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista), a dar
conhecimento aos administrados de informações de interesse particular, coletivo ou geral.

O princípio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação de


transparência. Todavia, os órgãos públicos não precisam fornecer toda e qualquer
informação de que disponham. As informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado não devem ser fornecidas.

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais


quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

Nos casos em que a intimidade ou o interesse social exigirem, a publicidade poderá


ser restringida apenas aos interessados. Imaginemos uma audiência em que estejam
envolvidas crianças. Nesse caso, como forma de preservação da intimidade, o juiz poderá
restringir a participação na audiência apenas aos membros da família e demais interessados.

E, ainda, é possível a manutenção de informações sigilosas no caso de defesa da


privacidade.
As hipóteses do exercício do direito à informação e as suas restrições encontram-se
regulamentadas na Lei nº 12.527/2011.

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Iniciamos agora o estudo dos chamados “Remédios Constitucionais”, matéria muito


cobrada em provas de concurso. Os remédios constitucionais são espécies de garantias
constitucionais que visam proteger determinados direitos e até outras garantias
fundamentais. São poderosas ações constitucionais que estão disciplinadas no texto da
Constituição, as quais passaremos a analisar agora.

HABEAS CORPUS
Sem dúvida, esse remédio constitucional é o mais importante quando se trata de
questões de concurso, haja vista a sua utilização para proteger um dos direitos mais
ameaçados do indivíduo: a liberdade de locomoção. Vejamos o que diz o texto constitucional.

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou


se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

É essencial para sua prova conhecer os elementos necessários para a utilização dessa ferramenta.
Primeiramente, deve-se compreender que o habeas corpus é utilizado para proteger a liberdade
de locomoção. É preciso tomar cuidado com essa informação em prova, pois esse remédio não tutela
qualquer liberdade, mas apenas a liberdade de locomoção.

Outro ponto fundamental é que ele poderá ser utilizado tanto de forma preventiva quanto de
forma repressiva:
➢ habeas corpus preventivo (salvo-conduto) é aquele utilizado para prevenir a violência ou
coação à liberdade de locomoção.
➢ habeas corpus repressivo é utilizado para reprimir a violência ou coação a liberdade
de locomoção, ou seja, é utilizado quando a restrição da liberdade de locomoção já
ocorreu.

Pode-se perceber que não se trata de qualquer tipo de restrição à liberdade de locomoção que
fará jus a esse remédio, mas apenas aquelas cometidas com ilegalidade ou abuso de poder.

→ Nas relações processuais que envolvem a utilização do habeas corpus, é possível identificar a
participação de três figurantes:

˃ Impetrante – o impetrante é a pessoa que impetra a ação; quem entra com a ação. A titularidade
dessa ferramenta é universal, pois qualquer pessoa pode impetrar o HC. Não precisa sequer de
advogado. Sua possibilidade é tão ampla que não precisa possuir capacidade civil ou mesmo qualquer
formalidade. Esse remédio é desprovido de condições que impeçam sua utilização da forma mais ampla
possível. Poderá impetrar essa ação tanto uma pessoa física quanto jurídica.
˃ Paciente – é quem está “doente”, e a “doença”, nesse caso, é a restrição da liberdade de
locomoção. O paciente é quem teve a liberdade de locomoção restringida. Ele será o beneficiário do
habeas corpus. Pessoa jurídica não pode ser paciente de habeas corpus, pois a liberdade de locomoção
é um direito incompatível com sua natureza jurídica.

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˃ Autoridade Coatora – é quem restringiu a liberdade de locomoção com ilegalidade ou abuso de


poder. Poderá ser tanto uma autoridade privada quanto uma autoridade pública.

→ Outra questão pertinente que está prevista na Constituição é a gratuidade desta


ação:

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na


forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

A Constituição proíbe a utilização deste remédio constitucional em relação às punições


disciplinares militares. É o que prevê o (Art. 142, § 2º):

§ 2º - Não caberá habeas corpus em relação a punições


disciplinares militares.

Contudo, o STF tem admitido o remédio quando impetrado por razões de ilegalidade da
prisão militar. Quanto ao mérito da prisão, deve-se aceitar a vedação Constitucional; mas em
relação à legalidade da prisão, prevalece o entendimento de que o remédio seria possível.

Também não cabe habeas corpus em relação às penas pecuniárias, multas, advertências,
ou ainda nos processos administrativos disciplinares e no processo de Impeachment. Nestes
casos o não cabimento deve-se ao fato de que as medidas não visam restringir a liberdade de
locomoção.

Por outro lado, a jurisprudência tem admitido o cabimento para impugnar inserção de
provas ilícitas no processo ou quando houver excesso de prazo na instrução processual penal.

Por último, cabe ressaltar que o magistrado poderá concedê-lo de ofício. Conforme
entendeu o STF a jurisprudência desta corte tem admitido que se conceda habeas corpus de
ofício, ainda quando o pedido originário não possa ser conhecido (RT 650/331)

HABEAS DATA

O habeas data, cuja previsão está no (inciso LXXII do Art. 5º), tem como objetivo
proteger a liberdade de informação:
LXXII - conceder-se-á habeas data:
para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Duas são as formas previstas na Constituição para utilização desse remédio:


• para conhecer a informação;
• para retificar a informação.

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É importante ressaltar que só caberá o remédio em relação às informações do próprio


impetrante.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações


de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº
12.527, de 2011)

As informações precisam estar em um banco de dados governamental ou de caráter


público, o que significa que seria possível entrar com um habeas data contra um banco de
dados privado, desde que tenha caráter público.
→ Da mesma forma que o habeas corpus, o habeas data também é gratuito:

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e,


na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

MANDADO DE SEGURANÇA

O mandado de segurança é um remédio muito cobrado em prova em razão dos seus


requisitos:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.

Como se pode ver, o mandado de segurança será cabível para proteger direito líquido e
certo, desde que não amparado por habeas corpus ou habeas data. Isso significa dizer que será
cabível desde que não seja para proteger a liberdade de locomoção e a liberdade de
informação. Esse é o chamado caráter subsidiário do mandado de segurança.

O texto constitucional exigiu também para a utilização dessa ferramenta, a ilegalidade e


o abuso de poder praticados por autoridade pública ou privada, desde que esteja no exercício
de atribuições do Poder Público.

O mandado de segurança possui prazo decadencial para ser utilizado: 120 dias.
→ Existe também o mandado de segurança coletivo:

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


partido político com representação no Congresso Nacional;
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados.

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Observadas as regras do mandado de segurança individual, o mandado de segurança


coletivo possui alguns requisitos que lhe são peculiares: os legitimados para propositura.

→ São legitimados para propor o mandado de segurança coletivo:


˃ Partidos políticos com representação no Congresso Nacional – para se ter
representação no Congresso Nacional, basta um membro em qualquer uma das Casas.

Organização sindical.
˃ Entidade de classe.
˃ Associação - desde que legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano.

Deve-se observar que o requisito de um ano de funcionamento só se aplica às


associações.

Este conceito de LIBERDADE DE ASSOCIAÇÕES está consolidado internacionalmente


desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ( DUDH) em meados da década de 40.

Em nosso ordenamento jurídico teve suas normas consolidadas com mais ênfase nos
anos 80 com a previsão expressa no texto constitucional. Dentre vários momentos em que
aparece, destacamos os previstos no Art. 5º:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais


abertos ao público, independentemente de autorização, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;

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XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de


caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal
em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou


ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associado;

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas,


têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente.

MANDADO DE INJUNÇÃO

O mandado de injunção é uma ferramenta mais complexa para se entender. Vejamos o


que diz a Constituição:

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de


norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

O objetivo desse remédio é suprir a omissão legislativa que impede o exercício de


direitos fundamentais. Algumas normas constitucionais, para que produzam efeitos,
dependem da edição de outras normas infraconstitucionais. Essas normas são conhecidas por
sua eficácia, como normas de eficácia limitada.
Nesse sentido, pode-se afirmar que o mandado de injunção visa corrigir a ineficácia das
normas com eficácia limitada.

Todas as vezes que um direito deixar de ser exercido pela ausência de norma
regulamentadora, será cabível tal remédio.
→ No que tange à efetividade da decisão, deve-se esclarecer a possibilidade de adoção
por parte do STF de duas correntes doutrinárias:

Teoria concretista geral – o Poder Judiciário concretiza o direito no caso concreto,


aplicando seu dispositivo com efeito erga omnes, para todos os casos iguais.
Teoria concretista individual – o Poder Judiciário concretiza o direito no caso
concreto, aplicando seu dispositivo com efeito inter partes, ou seja, apenas com efeito entre as
partes.
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público;

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b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma
da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e,
na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania. (Regulamento)

AÇÃO POPULAR
A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada como espécie de exercício
direto dos direitos políticos. É por isso que só poderá ser utilizada por cidadãos. Vejamos o
que diz o inciso LXXIII do Art. 5º:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação


popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.

Além da previsão constitucional, essa ação encontra-se regulamentada pela Lei


4.717/65. Percebe-se que seu objetivo consiste em proteger o patrimônio público, a
moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural.
O autor não precisa pagar custas judiciais ou ônus da sucumbência, salvo se agir de má-
fé.

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APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

O parágrafo 1º do Art. 5º da Constituição Federal prevê que:

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais


têm aplicação imediata.

Assim, é correto afirmar que os direitos e as garantias fundamentais possuem


APLICAÇÃO IMEDIATA. Contudo, quanto à sua APLICABILIDADE, algumas questões devem ser
consideradas.

Falar em aplicabilidade das normas constitucionais é falar da eficácia delas. Para que
uma norma constitucional seja aplicada, é indispensável que ela possua eficácia. Mas o que é
eficácia? É a capacidade que uma norma jurídica tem de produzir efeitos.

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Se os efeitos produzidos se restringem ao âmbito normativo, temos a chamada eficácia


jurídica; enquanto que, se são concretos, reais, temos a dita eficácia social. A primeira,
portanto, é a capacidade que uma norma constitucional tem de revogar todas as outras leis
que com ela apresentem divergência. Já a segunda, também conhecida como efetividade, é a
aplicabilidade prática, concreta, da lei.

Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas nem todas têm eficácia
social. Logo, é possível afirmar que todas as normas constitucionais possuem eficácia. O
problema surge quando uma delas não pode ser aplicada na prática, ou seja, não possui
eficácia social.

Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias classificações acerca do grau
de eficácia de uma norma constitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais
cobrada em provas é a defendida pelo professor José Afonso da Silva. Para esse estudioso, a
eficácia social se classifica em:
• eficácia plena;
• eficácia contida;
• eficácia limitada.
As normas de eficácia plena são aquelas autoaplicáveis. São leis que possuem
aplicabilidade direta, imediata e integral; seus efeitos práticos são plenos. É uma norma
que não depende de complementação legislativa para produzir efeitos. Exemplos: Art. 1º; Art.
5º, caput e incisos XXXV e XXXVI; Art. 19; Art. 21; Art. 53; Art. 60, § 1º e 4º; Art. 69; Art. 128, §
5º, I e II; Art. 145, § 2º; entre outros.

As normas de eficácia contida também são autoaplicáveis. Assim como as da plena,


elas têm aplicabilidade direta e imediata, contudo, sua aplicação não é integral. É nesse
ponto que a eficácia contida se diferencia da eficácia plena; a norma daquela nasce plena, mas
pode ser restringida por outra lei. Daí a doutrina chamá-la de norma contível, restringível ou
redutível. Essas espécies permitem que outra norma reduza a sua aplicabilidade. São regras
que produzem resultados imediatos, mas esses efeitos podem ser restringidos. Exemplos: Art.
5º, XII, XIII, XV, XXVII, XXXIII; Art. 9º; Art. 37, I; Art. 170, parágrafo único; entre outros.

Já as normas de eficácia limitada são desprovidas de eficácia social. Diz-se que essas
leis não são autoaplicáveis, possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida ou
diferida. São normas que dependem de outra para produzirem efeitos. O que as difere das
normas de eficácia contida é a dependência de outra regra para que produza resultados
sociais. Enquanto as de eficácia contida produzem efeitos imediatos, os quais poderão ser
restringidos posteriormente, as de eficácia limitada dependem de outra norma para
produzirem efeitos.

O estudante precisa tomar cuidado para não subentender que essas espécies
normativas não possuem eficácia. Como afirmamos anteriormente, elas
compreendem eficácia jurídica, mas não têm eficácia social. Por essa razão, a
doutrina afirma que elas contêm eficácia negativa, paralisante ou impeditiva.
Significa dizer que, mesmo não possuindo aplicabilidade social imediata, as normas
de eficácia limitada possuem aplicabilidade jurídica imediata, direta e vinculante por
estabelecerem limites para atuação estatal.

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As normas de eficácia limitada são classificadas ainda em:



˃ a) Normas de eficácia limitada de princípio institutivo (organizativo ou organizatório).
˃ b) Normas de eficácia limitada de princípio programático.

As normas de eficácia limitada de princípio institutivo são aquelas que dependem de


outra lei para organizar ou instituir estruturas, entidades ou órgãos. Exemplos: Art. 18, § 2º;
Art. 22, parágrafo único; Art. 25, § 3º; Art. 33; Art. 88; Art. 90, §2º; Art. 102, §1º; Art. 107, §1º;
Art. 113; Art. 121; Art. 125, §3º; 128, §5º; Art. 131; dentre outros.

As normas de eficácia limitada de princípio programático são aquelas que apresentam


verdadeiros objetivos a serem perseguidos pelo Estado, programas a serem implementados.
Em regra, possuem fins sociais. Exemplos: Art. 7º, XI, XX, XXVII; Art. 173, §4º; Art. 196; Art.
205; Art. 215; Art. 218; Art. 227; dentre outros.

O Supremo Tribunal Federal possui algumas decisões que conferiram o grau de eficácia
limitada aos seguintes dispositivos: Art. 5º, LI; Art. 37, I; Art. 37, VII; Art. 40, § 4º; Art. 18, §4º.
Podemos esquematizar as normas da seguinte maneira:

EFICÁCIA PLENA EFICÁCIA CONTIDA EFICÁCIA LIMITADA

AUTOAPLICÁVEIS AUTOAPLICÁVEIS NÃO SÃO AUTOAPLICÁVEIS

DIRETA, IMEDIATA E INTEGRAL DIRETA E IMEDIATA INDIRETA, MEDIATA ou


DIFERIDA

Sozinhas, produzem todos os Sozinhas, produzem todos os Sozinhas, só produzem efeitos


seus efeitos (positivos e seus efeitos (positivos e negativos (capacidade da norma
negativos). negativos). de servir de parâmetro para
invalidar atos contrários ao seu
conteúdo).

Autorizam o legislador à Precisam de uma norma (lei ou


restrição, diminuição e contenção políticas públicas) que as
dos seus efeitos. regulamente e complete o seu
comando normativo para
produzirem efeitos positivos.

Ex.: 5º, XI- a casa é asilo inviolável Ex.: 5º, XIII- é livre o exercício de Podem ser:
do indivíduo, ninguém nela qualquer trabalho, ofício ou a) programáticas;
podendo penetrar sem profissão, atendidas as b) princípios institutivo. 88,
consentimento do morador, salvo qualificações profissionais que a 109, VI, CF
em caso de flagrante delito ou lei estabelecer. MANDADO DE INJUNÇÃO OU
desastre, ou para prestar socorro, ADI por omissão.
ou, durante o dia, por
determinação judicial.

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EFICÁCIA VERTICAL E HORIZONTAL


Quanto à eficácia, ainda podemos falar em EFICÁCIA VERTICAL E HORIZONTAL dos
direitos fundamentais:
Eficácia ou amplitude vertical é o efeito protetor que as normas definidoras de direitos e
garantias fundamentais produzem para um indivíduo diante do Estado.
Já a eficácia ou amplitude horizontal é o efeito protetor que as normas definidoras de
direitos e garantias fundamentais produzem para um indivíduo diante dos outros indivíduos.
Sob a perspectiva SUBJETIVA, os direitos fundamentais outorgam aos indivíduos
posições jurídicas exigíveis do Estado. Trata-se do direito dos indivíduos de exigirem o
cumprimento dos direitos fundamentais em face do Estado. (PARA OS INDIVÍDUOS)
Na perspectiva OBJETIVA, os direitos fundamentais representam uma matriz diretiva de
todo o ordenamento jurídico, bem como vinculam a atuação do Poder Público em todas as
esferas. (PARA O ESTADO)

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não


excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS


HUMANOS

Uma regra muito importante para provas de concursos é a que está prevista no
parágrafo 3º do Art. 5º:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos


humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº
186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de
2018)

Esse dispositivo constitucional apresenta a chamada Força Normativa dos Tratados


Internacionais de Direitos Humanos.
Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado internacional de direitos
humanos possua força normativa de emenda constitucional, desde que preencha os seguintes
requisitos:

• É preciso que fale de direitos humanos;


• É preciso que seja aprovado nas duas Casas Legislativas do Congresso Nacional,
ou seja, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal;
• É preciso que seja aprovado em dois turnos em cada Casa;
• É preciso que seja aprovado por 3/5 dos membros em cada turno de votação,
em cada Casa.

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Preenchidos estes requisitos, o Tratado Internacional terá força normativa de Emenda à


Constituição.
Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Internacional for de direitos humanos e
não preencher os requisitos constitucionais previstos no § 3º do Art. 5º da Constituição? Qual
será sua força normativa? Segundo o STF, caso o Tratado Internacional fale de direitos
humanos, mas não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá força normativa de
Norma Supralegal. É dizer, é uma norma acima da lei (supra), mas que ainda está abaixo da
Constituição Federal.

Ainda temos os tratados internacionais que não falam de direitos humanos. São tratados
que falam de outros temas, como, por exemplo, comércio. Esses tratados possuem força
normativa de Lei Ordinária.

Dessa forma, frisa-se que os tratados internacionais de direitos humanos podem ter dois
status: ou de norma constitucional (emenda) ou de norma supralegal.

EMENDA À
TRATADOS CONSTITUIÇÃO
INTERNACIONAIS DE
DIREITOS HUMANOS
NORMA SUPRALEGAL

Apenas para complementar: aqueles tratados que não falem de direitos humanos, se
aprovados pelo Poder Legislativo, terão força normativa de Lei Ordinária.

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – TPI


Temos outra regra muito importante prevista no § 4º do Art. 5º da Constituição:


§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal


Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Trata-se do chamado “Tribunal Penal Internacional”.

Mas o que é o Tribunal Penal Internacional?

É uma corte permanente, localizada em Haia, na Holanda, com competência de


julgamento dos crimes contra a humanidade. É um Tribunal, pois tem função jurisdicional; é
Penal, porque só julga crimes; é Internacional, haja vista sua competência não estar restrita à
fronteira de um só Estado.

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Mas é preciso esclarecer: o TPI não julga qualquer tipo de crime. São julgados apenas os
crimes que tenham repercussão para toda a humanidade. Geralmente, são crimes de guerra,
agressão estrangeira, genocídio, dentre outros.

Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o TPI não faz parte do Poder
Judiciário brasileiro. Sua competência é complementar à jurisdição nacional, não ofendendo,
portanto, a soberania do Estado brasileiro. Isto significa que o TPI só age quando a Justiça
Brasileira se omite ou é ineficaz.

Dessa forma, a submissão brasileira ao TPI não ofende a soberania do Estado brasileiro,
pois só atuará na ineficácia ou omissão do Judiciário brasileiro.

DIMENSÃO DE DIREITOS
➢ DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO– Foram os primeiros direitos conquistados pela
humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Nasceram das
revoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a burguesia, que exigia a limitação
do Poder do Estado, à época absolutista, e o respeito às liberdades individuais. Possuem um
caráter negativo diante do Estado, tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira
limitação ao poder estatal, ou seja, o Estado, diante dos direitos de primeira dimensão, fica
impedido de agir ou interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter
individual. Estão entre estes direitos as liberdades públicas, civis e políticas. São os ligados ao
valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTICOS. NÃO FAZER DO ESTADO.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
✓ Magna Carta de 1215 – João Sem-Terra;
✓ Paz de Westfália (1648);
✓ Habeas corpus Act (1679);
✓ Bill of Rights (1688);
✓ Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana);
✓ Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa).

➢ DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO– Diante das péssimas condições de trabalho decorrentes


da Revolução Industrial (século XIX), aliadas à Primeira Grande Guerra Mundial, tivemos o
surgimento dos direitos de segunda geração. Por isso, são conhecidos como direitos de
igualdade. Agora, para reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na sociedade. E
esta interferência reflete a conduta positiva adotada por meio de prestações sociais. São
direitos de segunda dimensão os DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS.
Estão ligados ao valor IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em favor dos
menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos:
✓ Constituição Mexicana - 1917;
✓ Constituição de Weimar – 1919;
✓ Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT);
✓ Constituição Brasileira – 1934.

➢ DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO – Ligados ao valor FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE.


Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São direitos difusos: indivisibilidade,
ausência de individualização.
Alguns direitos de 3a geração:
✓ Direito ao meio ambiente;
✓ Direito à defesa do consumidor.
✓ Direito ao desenvolvimento ao progresso;

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✓ Direito de comunicação;
✓ Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade;
✓ Autodeterminação dos povos;
✓ Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores é direito de 5ª Geração –
divergência!).

➢ DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO – De acordo com Paulo Bonavides, são direitos de 4a


geração:
✓ Patrimônio genético; biotecnologia (engenharia genética);
✓ Decorrentes da globalização dos direitos fundamentais: inerentes à democracia, à
informação, ao pluralismo político (globalização política).

➢ DIREITOS DE 5ª DIMENSÃO – Direito à paz, de acordo com Paulo Bonavides. Alguns


doutrinadores colocam ainda a evolução cibernética e de tecnologias, no mundo virtual e da
internet.

Deve-se ressaltar que esses direitos, na medida em que foram sendo conquistados,
complementavam os direitos anteriores, de forma que não se pode falar em substituição ou
superação de uma geração sobre a outra, mas em cumulação. Dessa maneira, hoje podemos
usufruir de todos os direitos pertencentes a todas as dimensões.
Para não se esquecer das três primeiras dimensões, basta lembrar-se do lema
da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

NOÇÕES GERAIS
Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do Art. 6º até o Art. 11 da
Constituição Federal. São normas que se concretizam por meio de prestações positivas por
parte do Estado, haja vista objetivarem reduzir as desigualdades sociais.

Pode-se afirmar que juntamente com os direitos fundamentais, a Ordem Social


estabelece o núcleo substancial do regime democrático adotado na nossa CF.

São direitos de 2ª dimensão ou geração e visam assegurar a isonomia ou a igualdade.


Pela sua relevante importância na consagração dos direitos humanos, os direitos sociais se
encontram previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em seu Art. XXII:

núcleo
Direitos substancial do
ordem social
fundamentais regime
democrático

Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança


social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo
com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, SOCIAIS e
culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua
personalidade.

Primeiramente, devemos analisar quais são os direitos sociais previstos na CF, vejamos:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 90, de 2015)

Para as provas, é muito importante que você memorize esses direitos. Como dica de
memorização, veja a seguinte mnemônica.

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ASSIS PRO SEG


EDU MORA LÁ SAÚ TRABALHA ALI
TRANSPORTANDO PRESO

Respectivamente: educação, moradia, lazer, saúde, trabalho, alimentação, assistência aos


desamparados, proteção à maternidade e à infância, segurança, transporte e previdência
social.

A respeito desses direitos elencados no caput do Art. 6º, algumas considerações são
pertinentes.

O direito à moradia (inserido pela EC 26/2000) não se confunde com o direito à


propriedade, isso porque o direito à moradia é, como visto, um direito de segunda dimensão
que determina que o Estado deve assegurar a todos um teto, um abrigo. Já o direito de
propriedade se caracteriza por ser um direito de primeira dimensão, ou seja, é o direito do
indivíduo de usar, fruir e gozar da coisa imóvel que lhe pertença, sem a interferência do
Estado.

O direito à segurança elencado no artigo 6º refere-se à ideia de segurança pública, nos


termos do Art. 144 da CF.

O direito à alimentação (inserido pela EC 64/2010) refere-se ao direito humano a uma


alimentação adequada.

O direito ao Transporte foi o último direito social a ser inserido na CF por meio da EC
90/2015. Os direitos Sociais são normas de ordem pública com as seguintes características.

a) Imperatividade: é uma imposição ao Estado que deve necessariamente assegurar os


direitos sociais, não depende da vontade dos indivíduos, pois a norma não é conselho, mas
ordem a ser seguida. Obrigatórias.
b) Inviolabilidade: os direitos sociais não podem ser violados, aliás todos os direitos
fundamentais são invioláveis. Sendo violados, devem ser garantidos judicialmente.
c) Aplicação imediata: sabe-se que todos os direitos sociais têm aplicação imediata
(uma vez que são espécies de direitos fundamentais – Art. 5º1, § 1º da CF/88), contudo,
quanto à eficácia dos direitos sociais, de uma forma geral, pode-se afirmar que são normas de
eficácia limitada, ou seja, que dependem de regulamentação, desse modo, caso haja omissão
legislativa no sentido de implementar um determinado direito social, será possível a
impetração de Mandado de injunção.

Sabe-se que a implementação dos direitos sociais, enquanto dever do Estado, depende
necessariamente de recursos financeiros, o Estado não tem como assegurar educação, saúde,
trabalho e os demais direitos sem dinheiro.

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Dessa forma, no que tange à implementação dos direitos sociais, o Estado é obrigado a
assegurá-los na medida daquilo que for economicamente e financeiramente possível. Dessa
forma, o Estado não fica responsável pela total implementação dos direitos sociais, mas
apenas daquilo que tenha dinheiro para executar.

A teoria que diz que o Estado só deve assegurar os direitos sociais na medida daquilo
que lhe seja economicamente viável ficou conhecida como teoria da reserva do possível ou
cláusula da reserva do possível.

A cláusula da reserva do possível traz a ideia de que é impossível garantir de forma


ampla todos os direitos sociais previstos pela CF, tendo em vista a inexistência de recursos
públicos suficientes.
Mas então você deve estar se questionando:
O Estado não é obrigado a assegurar direitos sociais?
É só ele alegar que não tem dinheiro e pronto, ficamos sem direitos sociais?

A resposta é que o Estado é obrigado a assegurar, no que diz respeito aos direitos
sociais, o mínimo ao respeito da dignidade das pessoas, ou seja, o Estado é obrigado a pelo
menos assegurar o acesso aos direitos sociais. Dessa forma, o Estado não pode alegar
insuficiência de recursos para assegurar o mínimo; essa teoria ficou conhecida como teoria
do mínimo existencial.

Dessa forma, podemos dizer que a teoria do mínimo existencial impõe um limite à teoria
da reserva do possível, na medida em que o Estado não pode alegar que não tem dinheiro para
assegurar o mínimo de acesso aos direitos sociais, que representam o mínimo de dignidade
que o Estado deve proporcionar.

Conclui-se então que a teoria do mínimo existencial determina que o Estado tem o dever
de assegurar ao cidadão condições mínimas para uma vida digna, independentemente da
existência de recursos públicos para custeio.

Ademais, caso o Estado não assegure o mínimo existencial, de forma excepcional, é


possível a atuação do Poder Judiciário, que inclusive pode determinar medidas coercitivas,
como bloqueio de contas, para que o Estado assegure os direitos sociais. A esse fenômeno de
atuação do Poder Judiciário na gestão da coisa pública no sentido de assegurar os direitos
sociais ficou conhecido como Judicialização de Políticas Públicas. Evidentemente, essa
atuação do Poder Judiciário é excepcional, sob pena de violação da separação dos Poderes.

DIREITOS SOCIAIS TRABALHISTAS

No capítulo destinado aos direitos sociais, a CF, nos incisos seguintes, tratou apenas de
um dos direitos elencados no Art.6º, que é o direito ao trabalho.

Estudaremos agora, os artigos que se seguem (7º ao 11º ) dispõem apenas de direitos
sociais de caráter trabalhista. Os demais direitos sociais são abordados pela CF, especialmente
no título da Ordem Social.

Esses direitos podem ser assim classificados em direitos aplicáveis às relações


individuais de trabalho e direitos coletivos dos trabalhadores:

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Direito de associação
profissional ou
sindical

Direito Individual Direito de greve

Direito dos
trabalhadores
Direito de
Direito coletivo substituição
processual

Direito de
participação

Direito de
participação classista

DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS DOS TRABALHADORES

Vamos analisar então o caput do Art.7º da CF:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

Pela leitura do caput, podemos observar que o rol de direitos trabalhistas configura um rol
EXEMPLIFICATIVO, isso porque outros direitos poderão ser assegurados em outros documentos. Além
disso, os direitos elencados são aplicáveis aos trabalhadores URBANOS, RURAIS, e por expressa
disposição da CF são estendidos integralmente aos trabalhadores AVULSOS, observe:

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício


permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)

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Parte desses direitos, não todos, também é extensível aos servidores públicos e aos
trabalhadores domésticos, graças a EC 72/2013, que ficou conhecida como PEC dos
domésticos.

As bancas costumam cobrar quais dos direitos desse artigo também são aplicáveis aos
domésticos ou aos servidores públicos, por isso é muito importante que você memorize quais
direitos sociais são extensíveis a esses trabalhadores.

Para ajudá-lo, ao final desse capítulo, temos uma tabela comparativa entre os direitos de
cada uma dessas classes: trabalhadores urbanos e rurais; domésticos e servidores públicos.
Tem que ler!

• Segundo a Lei nº 12.023/2009, trabalhado avulso é: aquele que presta serviços


nas áreas urbanas ou rurais de caráter intermitente sem vínculo empregatício,
mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria por meio de
acordos e convenções coletivas de trabalho para execução das tarefas.

As bancas costumam cobrar quais dos direitos desse artigo também são
aplicáveis aos domésticos ou aos servidores públicos, por isso é muito importante
que você memorize quais direitos sociais são extensíveis a esses trabalhadores.

Os incisos do artigo 7º costumam cair nas provas de forma bastante literal, é uma cópia
literal da CF, sendo assim, a leitura integral dos incisos do artigo 7º é imprescindível. Dessa
forma, vamos analisar aqueles que são mais cobrados ou que exijam um conhecimento a mais.

PROTEÇÃO CONTRA DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM


JUSTA CAUSA

A CF, buscando proteger as relações de trabalho, estabelece que lei complementar


deverá prever uma indenização compensatória, caso o trabalhador seja despedido
arbitrariamente ou sem justa causa

O problema é que essa lei complementar nunca foi criada, dessa forma, até que a lei seja
criada, a indenização deverá ser realizada por meio do pagamento de multa de 40% sobre o
valor do FGTS, conforme determinação do Art. 10, I do ADCT. Ressalta-se que essa regra
constitucional é uma norma de eficácia contida.

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou


sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos.

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GARANTIAS DO TRABALHADOR
A CF, pensando em amparar aquele trabalhador desempregado, prevê um seguro, que é
uma ajuda dada ao trabalhador, caso ele esteja desempregado de forma involuntária, ou seja,
caso ele tenha sido demitido. Isso significa que, se o trabalhador pedir demissão, ele não fará
jus ao seguro desemprego.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.

A CF assegura também o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, que nada mais
é do que uma espécie de poupança que o empregador faz, depositando mensalmente um valor
em uma conta vinculada e exclusiva do empregado. Assim, em situações emergenciais ou
mesmo em caso de desemprego, o trabalhador poderá levantar os valores que foram
depositados.

III - fundo de garantia do tempo de serviço.

Atenção: de acordo com a nova orientação do STF, o prazo para cobrança judicial dos
valores do FGTS é de 5 anos, observado o limite de 2 anos após a extinção do contrato de
trabalho, e não mais de 30 anos (RE 134.328).

SALÁRIO MÍNIMO

A garantia do salário mínimo encontra-se prevista no inciso IV do Art. 7º, vejamos a sua
redação:
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim.

Quanto ao salário mínimo, podemos destacar as seguintes características:

➢ Deve ser fixado em Lei: é apenas o Poder Legislativo que deve fixar o valor do
salário mínimo. Contudo, de acordo com o STF a lei que regulamenta o salário
mínimo poderá autorizar que a mera declaração do valor do salário seja feita por
decreto do Presidente da República.

➢ Nacionalmente Unificado: o salário mínimo é estipulado de forma nacional,


unificado em todo o país, sem levar em consideração as peculiaridades de cada
região do país.

➢ Reajustes periódicos: como o salário mínimo deve atender a todas as


necessidades vitais do indivíduo e de sua família, o valor do salário deve ser
reajustado com a finalidade de manter sua capacidade aquisitiva.

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➢ Proibição de Vinculação: a CF não admite a vinculação do salário para qualquer


finalidade, ou seja, o salário mínimo não deve servir como índice de correção
monetária.
Destaca-se, contudo, a interpretação do STF:

ARE 842.157, mi. Dias Toffoli, 19.06.2015.

Tal interpretação entende não ofender a CF a vinculação do salário mínimo como base
para cálculo de pensão alimentícia.

A garantia do salário mínimo é assegurada também ao servidor público, entretanto, tal


garantia não se refere ao valor do vencimento básico, mas diz respeito à totalidade da
remuneração. A remuneração do servidor é composta de: vencimento básico mais adicionais,
sendo assim, de acordo com a Súmula Vinculante16, se o valor do vencimento básico foi
inferior ao mínimo, não haverá ofensa a CF, o que não se permite é que a remuneração seja
inferior ao mínimo.

Súmula Vinculante 16:


Os artigos 7º, IV, e 39, §3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-
se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo


para as praças prestadoras de serviço militar inicial (Súmula Vinculante 6).

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial (Súmula Vinculante 4).

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do


trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou
acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou
no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da
empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador
de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias
e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

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XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos


domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art.
59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço
a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com
a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa;

Este inciso prevê as chamadas regras de PRESCRIÇÃO TRABALHISTA. Como se pode


depreender do inciso, existem dois tipos de prescrição: uma de 2 anos e outra de 5 anos.
Importa distinguir a aplicação desses prazos.

O período de 2 anos refere-se ao prazo que o trabalhador possui para ingressar com
uma ação trabalhista reivindicando seus direitos. Esse prazo inicia sua contagem a partir do
dia em que houve a rescisão do contrato de trabalho.

O período de 5 anos diz respeito aos anos de verbas trabalhistas


vencidas a que o empregado terá direito quando entrar com a ação,
a contar do momento em que se entra com a ação
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato de trabalho.

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A prescrição de 2 anos conta-se para frente, e a de 5 anos conta-se para trás.

PROIBIÇÕES
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos.

A Constituição articula que é proibido o trabalho para os menores de 16 e, em seguida,


excepciona essa regra dizendo que é possível, a partir dos 14, na condição de aprendiz. Ela
objetivou dizer que o trabalho no Brasil se inicia aos 14 anos. Esse entendimento se fortalece
à luz do Art. 227, § 3º, I da CF.
Art. 227, § 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
aspectos:
I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
observado o disposto no Art. 7º, XXXIII.

Assim, para os menores de 18 anos ficam proibidos os trabalhos perigosos,


insalubres e noturnos.

DIREITO DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS


Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas
em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à
previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

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DIREITOS COLETIVOS TRABALHISTAS


Os direitos sociais coletivos são aqueles exercidos pelos trabalhadores, coletivamente ou
no interesse de uma coletividade, e podem ser classificados em:
a) direito de associação profissional ou sindical;
b) direito de greve;
c) direito de substituição processual;
d) direito de participação;
e) direito de representação classista.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o


seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao
Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município.

PRINCÍPIO DA UNIDADE SINDICAL

IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de


categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do
sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei.

Convém observar que existem duas contribuições neste inciso: uma chamada de
Contribuição Confederativa e outra, de Contribuição Sindical. Mas surge uma pergunta: qual
das duas é paga diretamente para o sindicato? Apesar de o nome induzir ao erro, a
contribuição paga diretamente ao sindicato é a Confederativa!

A Contribuição Confederativa é a prevista neste inciso, fixada pela assembleia geral,


descontada em folha para custear o sistema confederativo. Esta é aquela paga às organizações
sindicais e é facultativa (só é obrigada aos filiados aos sindicatos).

A Contribuição Sindical, que é a contribuição prevista em lei, mais precisamente na


Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) deve ser paga por todos os trabalhadores, ainda que
profissionais liberais. Sua natureza é obrigatória e possui caráter tributário.

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Confederativa Sindical

apenas para obrigada a


fixada pela natureza não natureza
filiados a fixada pela CLT todos os
assembleia tributária tributária
sindicatos trabalhadores

LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais.

ESTABILIDADE SINDICAL
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
registro da candidatura a cargo de direção ou representação
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à


organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
atendidas as condições que a lei estabelecer.

A estabilidade sindical constitui norma de proteção aos dirigentes sindicais. Ela possui
grande utilidade ao evitar o cometimento de arbitrariedades por parte das empresas, em
retaliação aos representantes dos empregados.
O importante, nesse caso, é entender o período de proteção que a Constituição garantiu
aos dirigentes sindicais. A estabilidade se inicia com o registro da candidatura e permanece
como candidato eleito, até um ano após o término do seu mandato. É preciso ter cuidado com
essa regra! Ela não é absoluta, pois a proteção contra despedida arbitrária não prospera
diante do cometimento de falta grave.

DIREITO DE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL


Art. 8º, inc. III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais
ou administrativas.

DIREITO DE GREVE
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio dele defender.

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§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá


sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Observa-se que o direito de greve é um direito fundamental de todo trabalhador.


Entretanto, no Brasil, há uma lei específica regulamentando-o, somente aos trabalhadores da
iniciativa privada, a Lei nº 7.783/89. Assim, é importante lembrar, no momento da prova que,
por não haver uma lei garantindo os serviços essenciais que devam ser prestados
enquanto durar a greve dos servidores públicos, entende o STF que esses servidores
deverão fazer greve nos termos da lei da iniciativa privada.

DIREITO DE PARTICIPAÇÃO

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e


empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
e deliberação.

DIREITO DE REPRESENTAÇÃO CLASSISTA

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é


assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade
exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Conceito: Vínculo Jurídico político que liga um indivíduo a certo e determinado Estado,
fazendo este indivíduo componente do povo e por isso tem direitos e obrigações.
➢ ESPÉCIES DE NACIONALIDADE:
• Nacionalidade Primária ou Originária: geralmente imposta na data do
nascimento pelo Estado. É unilateral e involuntária.
Critérios utilizados:
Ius sanguinis – sangue, filiação, ascendência, não importa onde nasceu. (Países de
emigração – manter o vínculo).
Ius solis – critério é a territorialidade = local do nascimento. (Países de imigração, caso
contrário não teriam nacionais)

NÃO existe no Brasil o critério do jus matrimoniale, ou seja, materializado


pelo vínculo do casamento.

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,


desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 54, de 2007)

• Nacionalidade secundária: adquirida por vontade própria, pelo processo de


naturalização.
Considerado um Direito Humano fundamental – Art. XV da DUDH.
Conflito Positivo de Nacionalidade ->Polipátrida = multinacionalidades. Ex.: filhos de
italianos, nascidos no Brasil.
Conflito Negativo de Nacionalidade ->Apátrida: não possui uma pátria.

Atenção: como, porém, a realização da opção exige plena capacidade de


manifestação de vontade, se a fixação de residência em território nacional ocorrer
antes de o nascido no estrangeiro adquirir a maioridade, passará a ser considerado
brasileiro nato. Contudo, de acordo com o STF, essa nacionalidade fica sujeita à
confirmação, depois de atingida a maioridade.
Dessa forma, podemos concluir que o filho de pai e/ou mãe brasileiros
nascido no estrangeiro, neste caso, adquire a nacionalidade originária no momento
da fixação de sua residência no Brasil, devendo confirmar sua vontade de conservar
a nacionalidade brasileira a partir da maioridade.

ORIGINÁRIA
Ius Sanguinis + Ius Sanguinis + Ius Sanguinis +
Ius Solis
Critério Funcional Registro Opção

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NACIONALIDADE SECUNDÁRIA OU DERIVADA


Brasileiro naturalizado - Art. 12, II, “a”, “b”:
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) (grifo nosso)

Depende de requerimento ao Ministro da Justiça que poderá conceder a naturalização


por intermédio de Portaria que deverá ser publicada no Diário Oficial. Será emitido certificado
e entregue em sessão solene pelo Juiz Federal da cidade de domicílio do interessado. (Lei
6.815/80 - Estatuto do Estrangeiro) – Art. 109, X – competência do juiz federal.

Naturalização ordinária:
Estrangeiros de outras nacionalidades “na forma da lei” –> Art. 112 da Lei 6815/80 –
Estatuto do Estrangeiro. Ex.: ler e escrever português + 4 anos de residência etc.
Estrangeiros de países de língua portuguesa – residência por mais de 1 ano no país +
idoneidade moral.

Naturalização extraordinária
Estrangeiros de países de língua não portuguesa –> residência + de 15 anos
ininterruptos (ausência temporária não desqualifica) + sem condenação penal + requisição do
interessado.
QUASE NACIONALIDADE – PORTUGUÊS EQUIPARADO
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)

Art. 12, §1º Cláusula de reciprocidade – portugueses com residência permanente no país
mesmo direito dos brasileiros, salvo aquelas constitucionalmente vedadas. – Tratado de
Amizade, Cooperação e Consulta.
Mesmos direitos de brasileiros NATURALIZADOS!

PERDA DA NACIONALIDADE

PERDA MUDANÇA: atinge brasileiros natos e naturalizados. (Art. 12, §4º, II) Requisitos:
• Aquisição de nacionalidade secundária estrangeira.
• Ato voluntário.
Cancelamento por meio de processo administrativo no Ministério da Justiça, por decreto
do Presidente.
A reaquisição da nacionalidade também deve ser feita por processo administrativo.

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Exceções – NÃO PERDE A NACIONALIDADE

1) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;


Ex.: italiana, quando nasce, o Dto Italiano já o reconhece como Italiano (primária), por isso
não há perda da nacionalidade. – Situação de POLIPATRÍDIA.
2) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis.
Ex.: jogador de futebol.

PERDA PUNIÇÃO: apenas brasileiros naturalizados (Art. 12, §4º, I).


Atividade nociva ao interesse nacional + cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado (competência da Justiça Federal).
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional.
Uma vez perdida a nacionalidade, ela só poderá ser readquirida por meio de Ação Rescisória e
nunca por outro procedimento de naturalização.

Distinção Entre Brasileiros Natos e Naturalizados:


A LEI não pode estabelecer distinções entre brasileiros, mas a CF PODE!

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)

Principais distinções:
• Cargos Privativos – Art.12, §3º:
Carreiras diplomáticas: o Diplomata representa o Brasil em outras nações, negocia acordos
em nome do País, dá apoio aos brasileiros em viagem ou que vivem no exterior e obtém
informações importantes para a política externa.
Uma vez aprovado em Concurso, o aluno recebe imediatamente o título de Terceiro-Secretário
e ingressa no Curso de Formação. Depois de concluir a formação, o Diplomata pode fazer
outros cursos e evoluir na carreira, assumindo os seguintes cargos:
• Segundo-Secretário;
• Primeiro-Secretário;
• Conselheiro;
• Ministro de Segunda-Classe;
• Ministro de Primeira-Classe, mais conhecido como EMBAIXADOR.

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As FORÇAS ARMADAS de uma nação constituem o conjunto das suas organizações e forças de
combate e de defesa. No Brasil, as Forças Armadas são compostas pela Marinha do Brasil,
pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira.
As Forças Armadas atuam sob a direção superior do Ministério da Defesa (MD), que tem a
incumbência de orientar, supervisionar e coordenar as atividades desenvolvidas por essas
instituições.
Para as provas, o conhecimento da hierarquia militar é necessário:

Assim, em regra, os Oficiais das Forças Armadas são estes: Tenente, Capitão, Major,
Tenente-Coronel, Coronel, General.

MP3.COM

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➢ EXTRADIÇÃO: Art. 5º LI:


• Brasileiro nato: NUNCA;
• Brasileiro Naturalizado – PODE:
• Crime comum + antes da naturalização.

• Tráfico de entorpecentes pode ser antes ou depois da naturalização.

Art. 89, VII CF– Integrantes do Conselho da República - seis cidadãos


brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados
pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Art. 222 – A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e
de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez
anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede
no País. (Grifo nosso)

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República
Federativa do Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o


hino, as armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter


símbolos próprios.

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CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

De acordo com Marcelo Novelino: direitos políticos são direitos públicos subjetivos
fundamentais conferidos a determinados indivíduos para a participação nos negócios políticos do
Estado. Diversamente dos direitos individuais (direitos de defesa) e dos direitos sociais (direitos a
prestações), os direitos políticos são direitos de participação (status activae civitatis)
decorrentes do princípio democrático

De acordo com o objetivo, os direitos políticos são classificados em direitos políticos


positivos e negativos.
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
Decorrem da Soberania Popular e são aqueles que asseguram a participação do
indivíduo no processo político, ou seja, na tomada de decisões políticas do Estado.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e


pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos
da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.

Direitos de Sufrágio: é o direito de eleger, ser eleito e participar da vida política do


Estado. É o que caracteriza os direitos políticos.

Voto: Ato por meio do qual se exercita o sufrágio.

Escrutínio: a maneira como se realiza o voto, se público ou secreto.

De acordo com a doutrina, o SUFRÁGIO pode ser de dois tipos:

a) Universal: quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais,


independentemente de condições econômicas, culturais, sociais ou outras condições especiais.
Os critérios para se determinar a capacidade de votar e de ser votado são não
discriminatórios. A Constituição Federal de 1988 consagra o sufrágio universal, assegurando o
direito de votar e de ser votado a todos os nacionais que cumpram requisitos de alistabilidade
e de elegibilidade.

b) Restrito (qualificativo): quando o direito de votar depende do preenchimento de


algumas condições especiais, sendo atribuído a apenas uma parcela dos nacionais. O sufrágio
restrito pode ser censitário, quando depender do preenchimento de condições econômicas
(renda, bens, etc.) ou capacitário, quando exigir que o indivíduo apresente alguma
característica especial (ser alfabetizado, por exemplo).

MUDE SUA VIDA!


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O VOTO, como já se disse, é o instrumento para o exercício do sufrágio. A CF/88


estabelece que este deverá ser direto, secreto, universal, periódico (Art. 60, § 4º, CF),
obrigatório (Art. 14, § 1º, I, CF) e com valor igual para todos (Art. 14, caput). Dentre todas
essas características, a única que não é cláusula pétrea é a obrigatoriedade de voto, ou seja, é a
única que pode ser abolida mediante emenda constitucional.

➢ CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (ALISTABILIDADE) – DIREITO DE VOTAR.


A capacidade eleitoral ativa permite a participação do cidadão na democracia representativa.

Essa capacidade é adquirida com o alistamento na Justiça Eleitoral, não sendo, portanto, um
ato de ofício.
O Art. 14, § 1º da CF.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Estrangeiros – não possuem nacionalidade – pressuposto da cidadania;


Destaque-se que os portugueses equiparados, por receberem tratamento equivalente
ao de brasileiro naturalizado, poderão se alistar como eleitores.

Conscritos – convocados para o serviço militar – impedidos de se alistar. Além disso, o


TSE considera conscritos os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam
serviço militar obrigatório.

CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA (ELEGIBILIDADE) – DIREITO DE SER VOTADO.

Poder concorrer a mandato eletivo.

Requisitos:
*nacionalidade brasileira; (natural ou naturalizado), em alguns casos apenas os
brasileiros natos;
*pleno exercício dos direitos políticos;
*alistamento eleitoral;
*domicílio eleitoral – na circunscrição onde pretende se eleger – vínculo com a
população;
*filiação partidária – não se admitem candidaturas avulsas;
*idade mínima.

MUDE SUA VIDA!


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35 -
Presidente/Vice/Senador

30 - Governador/Vice

21 - Deputados, Prefeito, juiz de paz

18 - Vereador

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante


o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS


Normas que impedem a participação do cidadão no processo político:
Inelegibilidades.
Perda e suspensão dos direitos políticos

➢ INELEGIBILIDADES
São circunstâncias que impedem o cidadão do exercício TOTAL OU PARCIAL da
capacidade eleitoral PASSIVA. (não pode ser eleito).

INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS - Art. 14, §4º Não podem ser eleitos para qualquer
cargo.

São inelegíveis: os inavistáveis e os analfabetos.

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INELEGIBILIDADES RELATIVAS - Não podem ser eleitos para alguns cargos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do


Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

➢ ATENÇÃO PARA O VICE:

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,


os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
pleito.
Isso é válido apenas para OUTROS cargos. Essa regra se aplica apenas aos titulares do
cargo eletivo, e não aos vices.

§7º, parentesco – é uma proibição para o parente.


Gera inelegibilidade tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, sendo assim:

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e


os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Súmula vinculante 18 STF: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal,


no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da
Constituição Federal.

RESUMINDO:
O cônjuge, os parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de PREFEITO não
poderão se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Município (Vereador, Prefeito e Vice-
Prefeito).
O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de GOVERNADOR não
poderão se candidatar a nenhum cargo dentro daquele Estado. Isso inclui os cargos de
Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito (de qualquer dos Municípios daquele estado), bem como os
cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual e Senador, por aquele estado.
O cônjuge, parentes e afins, até o segundo grau, ou por adoção de PRESIDENTE não
poderão se candidatar a nenhum cargo eletivo no País.

Ao lermos o Art. 14, §7º, percebemos, em sua parte final, que há uma exceção à regra da
inelegibilidade reflexa: salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Mas o que
isso significa?
Significa que a inelegibilidade reflexa não se aplica caso o cônjuge, parente ou afim já
possua mandato eletivo; nessa situação, será possível que estes se candidatem à reeleição,
mesmo se ocuparem cargos dentro da circunscrição do Chefe do Executivo.

MUDE SUA VIDA!


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DESTAQUE: O falecimento afasta a inelegibilidade.


ELEGIBILIDADE - CÔNJUGE VAROA – PREFEITO FALECIDO. Elegível, podendo concorrer
à reeleição, é o cônjuge de Prefeito falecido, mormente quando este foi sucedido pelo Vice-
Prefeito.
(TSE. Consulta n.º 54-40. Relator Min. Marco Aurélio. Julgado em 24.04.2012. Publicado
em 31.05.2012).

§8º, MILITARES
- 10 anos = Afastamento.
+ 10 anos: Agregado. Se eleito: inatividade com a diplomação.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade.

§ 9º, OUTRAS HIPÓTESES


A CF estabelece a possibilidade de se criar, por meio de Lei Complementar novas hipóteses
de inelegibilidades relativas.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade


e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
IMPUGNAÇÃO MANDATO ELETIVO – 15 dias.
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de
justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS: Art. 15, CF – ROL TAXATIVO

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• I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;


• IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
PERDA alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

• II - incapacidade civil absoluta;


• III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
SUSPENSÃO efeitos;
• V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

ANTERIORIDADE OU ANUALIDADE ELEITORAL


Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até
um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
➢ Natureza Jurídica dos Partidos Políticos.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos


políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: (...).

➢ Contudo, essa liberdade não é absoluta devendo os partidos resguardarem:


• soberania nacional;
• regime democrático;
• pluripartidarismo;
• direitos fundamentais da pessoa humana.

MUDE SUA VIDA!


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Além disso, os partidos devem observar os seguintes preceitos que funcionam como
verdadeiras limitações aos Partidos Políticos:

I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

AUTONOMIA E NÃO VERTICALIZAÇÃO

As regras constitucionais de autonomia dos partidos políticos recebeu nova redação pela
EC 97/2017.
A CF assegura aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições majoritárias, além de estabelecer normas de disciplina
e fidelidade partidária.

A EC 97/2017 proibiu a celebração de coligações para as eleições proporcionais.

VERTICALIZAÇÃO

No sistema atual, não é mais exigida a regra da verticalização. Isto é, não é preciso haver
vinculação das candidaturas nos diversos níveis federativos (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios).

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua


estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e
duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

A regra da vedação das coligações nas eleições proporcionais só terá aplicação nas
eleições de 2020.

Esse dispositivo ainda determina que não é mais exigida a regra da verticalização. Isto
é, não é preciso haver vinculação das candidaturas nos diversos níveis federativos (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios).

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RESGUARDAR PRECEITOS - LIMITES

• soberania nacional; • Caráter nacional;


• regime democrático; • proibição de recebimento de recursos
• pluripartidarismo; estrangeiros;
• direitos fundamentais da pessoa • prestação de contas - Justiça Eleitoral;
humana. • funcionamento parlamentar;
• vedação de utilização de organizações
paramilitares.

Natureza Jurídica dos Partidos Políticos


Os partidos políticos, segundo previsão expressa da Constituição, possuem natureza
jurídica de Direito Privado. Vejamos o disposto no Art. 17, § 2º:

Conceito
Os partidos políticos, segundo previsão expressa da Constituição, possuem natureza
jurídica de Direito Privado. Vejamos o disposto no Art. 17, § 2º:

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica,


na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral.

Quando a Constituição determina que os partidos devem adquirir sua personalidade


jurídica na forma da lei civil, praticamente afirma que devem ser considerados como pessoa
jurídica de Direito Privado, apesar de ser exigido seu registro no TSE.

Direito de Antena e recursos do fundo partidário


A EC 97/2017 estabeleceu novas regras para que os partidos tenham acesso gratuito ao
rádio e à televisão (direito de antena), de acordo com a nova redação do § 3º, só terá direito
de antena e acesso a recursos do fundo o PP que alternadamente:

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso


gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos
que alternativamente: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2%
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas;
ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

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II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais


distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)

Essa regra, que cria uma nova cláusula de barreira (ou desempenho), no entanto, só vai
passar a valer nas eleições de 2030, até lá funcionará da seguinte forma – REGRA DE
TRANSIÇÃO:
Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à
propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que:
I - na legislatura seguinte às eleições de 2018:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5%
(um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos
em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação;
II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2%
(dois por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos
em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação;
III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5%
(dois e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos
válidos em cada uma delas; ou
b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação.

Quando a Constituição determina que os partidos devem adquirir sua personalidade


jurídica na forma da lei civil, praticamente afirma que devem ser considerados como pessoa
jurídica de Direito Privado, apesar de ser exigido seu registro no TSE.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização


paramilitar.

Seriam exemplos de organizações paramilitares as milícias do Rio de Janeiro ou uma


facção criminosa.

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DESFILIAÇÃO COM JUSTA CAUSA

Sabe-se que aquele candidato eleito no sistema proporcional que se desfiliar, sem justa
causa, perde o mandato, ressalvadas as hipóteses legais de justa causa (Art. 22-A LPP).
A EC 97/2017 trouxe uma hipótese de justa causa para a desfiliação partidária, pelo § 5º
do Art. 17 o candidato que for eleito por um partido que não preencher os requisitos para
obter recursos do fundo partidário e do tempo de rádio e TV, poderá mudar de partido, sem
perder o mandato por infidelidade partidária:

DIREITOS
Os partidos possuem vários direitos previstos expressamente na Constituição, dentre os
quais podemos destacar:
• recursos do fundo partidário;
• acesso gratuito ao rádio e à televisão (Lei 9.096/95).

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos


no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação,
sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio
e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97,
de 2017)

EXERCÍCIOS

3. Ano: 2020 Banca: Quadrix - As constituições podem ser classificadas sob diversos
critérios, entre os quais, o da estabilidade, que se dá com base na complexidade do
processo para sua alteração, em comparação com o processo legislativo ordinário.
Considerando a classificação das constituições quanto à estabilidade, julgue o item.

Constituições semirrígidas são aquelas que, em parte, exigem procedimento especial


para sua modificação, contendo uma parte rígida e outra flexível.

( ) Certo ( ) Errado

3. Gabarito: CERTO

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É aquela Constituição que possui uma parte rígida com características imutáveis, que
não pode ser simplesmente modificada por Emenda Constitucional simplesmente (cláusulas
pétreas). E com outras partes que podem ser alteradas sem tantos trâmites, por meio de
Emendas Constitucionais, de acordo com as regras do Art. 60 CF/88.
Um exemplo que é sempre citado é a Constituição do Brasil Império, de 1824 que dizia
o seguinte:

Art. 178, dizia: É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e atribuições
respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos, e individuais dos
Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado, sem as formalidades
referidas, pelas Legislaturas ordinárias.

4. Ano: 2020 Banca Cespe: - Acerca da teoria do poder constituinte, julgue os seguintes itens.

I. Constituição superveniente torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes.

II. Uma vez aprovada proposta de emenda constitucional pelo Congresso Nacional em exercício
do seu poder constituinte derivado reformador, não haverá sanção ou veto pelo presidente da
República.

III. Norma anterior não será recepcionada se sua forma não for mais admitida pela Constituição
superveniente, ainda que seu conteúdo seja compatível com esta.

Assinale a opção correta.


a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
4. Gabarito: “B”
I – De acordo com os ensinamentos do prof. Pedro Lenza, não se trata de
inconstitucionalidade superveniente, e sim de NÃO RECEPÇÃO DA CONSTITUIÇÃO.
Afirmativa incorreta, portanto.

II – Afirmativa correta, uma vez que aprovada a EC, ela será encaminhada
diretamente para promulgação. É o que está previsto no Art. 60, §3º:
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

III – Se houver compatibilidade do plano material da Lei que começou a vigorar antes
da atual Constituição, SERÁ PLENAMENTE RECEPCIONADA pela nova Carta Magna. Ex.: Lei
nº. 5.172 de 25 de outubro de 1966. (Código Tributário Nacional) que tinha um status de lei
ordinária e foi recepcionado como lei complementar.

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TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I

COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS

➢ NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

É característica indispensável para caracterização de um Estado Federativo a repartição


constitucional de competências. É o ponto central da noção de Estado Federal.
Competência é uma faculdade juridicamente atribuída a uma entidade.
Essa distribuição de atribuições é norteada pelo princípio da predominância do
interesse.
Desse modo, assuntos de interesse nacional ou predominantemente geral são atribuídos
à União (ex.: atividades nucleares de qualquer natureza, Art. 22, XXVI; emigração e imigração,
entrada, extradição e expulsão de estrangeiros, Art. 22, XV).

Já os assuntos de interesse local são atribuídos aos Municípios (Art. 30, I), restando aos
Estados as competências que sobram para tratar de assuntos de interesse regional.

E o Distrito Federal? O DF, em virtude de sua natureza híbrida, deve tratar, no que
tange às competências legislativas, de assuntos de interesse local e regional, ou seja, ele
cumula as competências dos Estados e dos Municípios (Art. 32, § 1º).

É importante ressaltar que não existe hierarquia entre as leis, sejam elas federais,
estaduais ou municipais, de modo que eventual conflito entre elas deverá ser resolvido por
meio da repartição constitucional de competência.

As competências são repartidas adotando-se dois critérios:


REPARTIÇÃO HORIZONTAL: atribuídas competências exclusivas ou privativas – reserva
de campos específicos.
REPARTIÇÃO VERTICAL: atribuídas competências para diversas entidades,
estabelecendo regras para o seu exercício simultâneo. Ex.: comum, concorrentes e
suplementares.

É objeto certo de prova a repartição das competências constitucionais, especialmente as


previstas nos artigos: 21-24; 25 e 30 da CF. Para auxiliar na sua memorização vamos estudar a
classificação dessas competências e como elas aparecem no texto constitucional.

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CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS


➢ QUANTO À NATUREZA:
Podemos classificar as competências quanto à sua natureza, em:
Competência material ou administrativa: são atribuições para elaboração de políticas
públicas, atos administrativos, atos de gestão, atividade predominante do Poder Executivo. No
texto constitucional aparecem como verbos.
Competência legislativa: são atribuições para legislar sobre o tema, atividade
predominante do Poder Legislativo. No texto constitucional aparecem como substantivos.
➢ QUANTO À FORMA:
Podemos classificar as competências quanto à forma, ou seja, como aparecem na CF.
Enumerada ou expressa – CF atribui expressamente as competências para cada
entidade.
Reservada ou remanescente: é aquela que não está expressa, não está prevista no texto
constitucional. No BRASIL essa competência é exercida pelos ESTADOS.
Para as bancas e alguns doutrinadores, a competência reservada ou remanescente
também é chamada de residual.
➢ QUANTO À EXTENSÃO:
Podemos classificar as competências quanto à sua extensão, ou seja, quanto ao alcance
das atribuições, a quais entes federativos destinam-se.
Exclusiva: atribuída com exclusividade a apenas um Ente da Federação – não admite
delegação, nem competência suplementar (que outro ente legisle sobre aquelas matérias - Ex.:
Art. 21 CF).
Privativa: atribuída a uma entidade, mas não de forma exclusiva, pois admite a
delegação, ou seja, a transferência da competência para outro ente federativo para tratar de
questões específicas (Art. 22, parágrafo único).



• EXCLUSIVA = NÃO DELEGAÇÃO


• PRIVATIVA = DELEGAÇÃO

Comum, cumulativa ou paralela: É competência de natureza MATERIAL, e é atribuída


a todas as entidades – União, Estados, Municípios e DF, em pé de igualdade, é dizer, o exercício
dessa competência por um ente federativo não exclui o exercício dessa mesma competência
por outro ente.

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DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
PRINCÍPIO FEDERATIVO
Estabelece como o Estado brasileiro se organiza em relação à divisão e distribuição de
autonomia política entre os seus entes federativos.
Quanto à sua forma de Estado, a República Federativa do Brasil adotou a forma
FEDERATIVA, que significa que há pluralidade de poderes políticos internos, os quais podem
se organizar de forma descentralizada.
Federalismo: É uma Aliança de Estados para a formação de um Estado único, em que as
unidades federadas preservam autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o
Estado Federal.
Relembra-se que o princípio federativo é CLÁUSULA PÉTREA.

Art. 18. A organização político-administrativa da República


Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,


transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
serão reguladas em lei complementar.

➢ FUSÃO – INCORPORAÇÃO – SUBDIVISÃO – DESMEMBRAMENTO – CRIAÇÃO DE


NOVOS ESTADOS.
A CF estabelece dois requisitos para incorporação, fusão, subdivisão, desmembramento
e criação de novos Estados.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou


desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.

➢ 4 REQUISITOS:
• Lei Estadual;
• Plebiscito da população diretamente interessada - deve ser entendida como a
população tanto da área desmembrada do Estado-Membro como a da área
remanescente, de acordo com a interpretação do STF4;
• Lei Complementar;
• Estudo de Viabilidade.
Oitiva das Assembleias Legislativas, sem caráter vinculativo.

4
ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011
PUBLIC 17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ VOL-00220-01 PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 465-508

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§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de


Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

Dessa forma, temos 4 poderes políticos internos ou ENTES FEDERATIVOS:


• União;
• Estados;
• Distrito Federal;
• Municípios.

Assim, podemos afirmar que a República Federativa do Brasil é o Estado Federal


brasileiro, classificando-se como Pessoa Jurídica de Direito Público Externo ou internacional e
detém SOBERANIA, enquanto que a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal
possuem AUTONOMIA POLÍTICA, classificando-se como pessoas jurídicas de Direito Público
interno.

• Não há hierarquia entre os Entes da Federação!

Como frisado, essa organização é baseada na Autonomia Política desses entes


federativos, que permite que esses possam ter:
Auto-organização, que é a capacidade dos entes criarem suas próprias Constituições, à
exceção do Município e do DF que se auto-organizam por meio de lei orgânica;
Autogoverno, que é a capacidade dos entes de terem estruturas de poder próprias,
criando seus Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, à exceção do Município que não tem
Poder Judiciário;
Autoadministração, que é a capacidade dos entes de terem competências administrativas
próprias, servidores próprios;
Autonomia legislativa, que é a capacidade dos entes de terem competências legislativas
próprias, criarem suas próprias leis conforme repartição de atribuições dadas pela própria
CF;
Autonomia financeira, que é a capacidade dos entes de terem competências tributárias
próprias, recursos próprios para manterem a sua estrutura.

CARACTERÍSTICAS DO FEDERALISMO BRASILEIRO:


1) Caráter indissolúvel do vínculo federativo: uma vez formalizado o Estado federal,
não mais é permitido a qualquer dos entes que fazem parte da Federação separar-se dela,
tendo em vista seu caráter permanente (não há direito de secessão).
2) Formalização por meio de uma Constituição: o Estado federal é criado por uma
Constituição, a denominada Constituição Federal, que estabelece e formaliza o pacto
federativo.
3) Repartição de competências entre o poder central e os entes parciais: a
Constituição Federal estabelece as bases em que a mesma deve funcionar, inclusive fixando as
competências materiais e legislativas de cada um dos entes que fazem parte do Estado
Federal.

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4) Soberania do Estado federal: o poder que confere ao Estado federal a


independência na ordem externa, que lhe permite não se sujeitar, jurídica ou politicamente, a
quaisquer imposições de Estados estrangeiros ou organismos internacionais.
5) Autonomia dos entes federativos: poder conferido, aos diversos entes federativos
da Federação, que lhes permite graus variáveis de auto-organização, autogoverno,
autoadministração e também de arrecadação de receitas próprias, nos termos e limites
fixados pela Constituição federal.
6) Direito de participação das vontades parciais na vontade central: para que um
Estado possa ser considerado efetivamente uma Federação, os entes parciais também devem
ter o direito de participar da formação da vontade central, por meio de representantes no
Parlamento.
7) Possibilidade de intervenção federal: o texto constitucional da Constituição
Federal deve prever a possibilidade de a União agir, em nome dos demais entes federativos,
não só para a garantia da indissolubilidade do vínculo federativo, como também para o
respeito à repartição de competências.
8) Controle Jurisdicional de Constitucionalidade, por meio do Guardião da CF = STF
(Tribunal Constitucional).

Principais diferenças entre a Federação e a Confederação.

CONFEDERAÇÃO
FEDERAÇÃO
Estados confederados soberanos.
Estados federais autônomos.
Pacto federativo formalizado em 2. Pacto confederativo em um tratado
internacional.
Constituição.
3. Existe o direito de secessão.
Não existe direito de secessão.

TIPOS DE FEDERALISMO
➢ AGREGAÇÃO x DESAGREGAÇÃO.
O federalismo por agregação: é caracterizado pela reunião de vários Estados para a
formação de um novo Estado, um Estado Federal - Movimento Centrípeto.
O federalismo por desagregação, ao contrário, ocorre quando um Estado unitário se
descentraliza - Movimento Centrífugo.

➢ DUAL x COOPERATIVO
O federalismo dual é caracterizado por uma rígida separação de competências entre o
ente central (união) e os entes regionais (Estados-Membros).
No federalismo cooperativo não há uma separação rígida de competências entre os entes
federados, justamente para promover aproximação, cooperação entre a união e os Estados-
Membros.

➢ SIMÉTRICO x ASSIMÉTRICO

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O federalismo simétrico: é caracterizado pela igualdade formal, eis que os Estados-


Membros são rigorosamente iguais em termos de representação no legislativo do Estado
federal - Homogêneo.

No federalismo assimétrico, por seu turno, há um certo balanceamento das diferenças


naturalmente existentes, a partir de fatores socioeconômicos ou mesmo territoriais -
Heterogêneo.
A banca CESPE classifica o Brasil como assimétrico.

➢ Federalismo de segundo e terceiro grau:


De acordo com a doutrina, no Brasil existe uma TRÍPLICE estrutura do Estado Brasileiro
(União, Estados e Municípios), contudo quanto à auto-organização, os Municípios devem
obedecer a duas ordens constitucionais: a CF e as CE, por isso a doutrina de Manoel Gonçalves
Ferreira Filho classifica como federalismo de segundo grau.

Atenção: A banca CESPE entende que o federalismo é de terceiro grau.

O doutrinador Marcelo Novelino e a CESPE entendem que o federalismo é de terceiro


grau.

➢ Outras Classificações:
• O federalismo de equilíbrio: busca estabelecer repartição equilibrada de
competências entre os entes que compõem a Federação. A ideia é a manutenção
da harmonia entre os entes, reforçando suas instituições.
• No federalismo de integração há uma predominância do Governo Central sobre
os demais entes, com a imposição aos Estados-Membros do modelo adotado
para o ente central. Nele, há uma tendência de estabelecer um Estado unitário
descentralizado e não um verdadeiro Estado federal. Seria um federalismo
apenas formal.
• O federalismo orgânico: o Estado é visto como organismo, com a presença
marcante do Estado Federal sobre os entes.

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS
A CF em seu Art. 19 estabelece proibições destinadas aos Entes da Federação, vejamos:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos


Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,


embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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➢ O inciso I consagra o Princípio da Laicidade do Estado Brasileiro, ou seja, o Brasil


não adota uma religião oficial, na medida em que afasta a relação entre Estado e
Igreja, com exceção da colaboração de interesse público (ex.: distribuição de cestas
básicas).
➢ O inciso III estabelece o Princípio da Isonomia Federativa, na medida em que não
se pode estabelecer tratamento diferenciado entre brasileiros, nem entre os entes da
Federação.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO


Como já visto, o Art. 18 estabelece a organização político-administrativa do Estado
Brasileiro destacando a autonomia desses entes.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

➢ CAPITAL FEDERAL
A Capital Federal é BRASÍLIA, que também é a sede do Governo do Distrito Federal.
Art. 18, § 1º - Brasília é a Capital Federal.
CUIDADO! Brasília é uma região administrativa, NÃO é um Município, e fica dentro do
ente federativo Distrito Federal.

➢ BENS DA UNIÃO
Os bens da União estão previstos no Art. 20 da CF, em rol exemplificativo, sendo que
para as provas é necessária a memorização desse conteúdo.

A União ente federativo que compõe a República Federativa do Brasil possui


competência tanto para atuar em nome próprio como para atuar em nome da Federação.
Assim, podemos afirmar ainda que a União possui um duplo papel, um interno e um
externo ou internacional:

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser


atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental

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federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao


longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua
ocupação e utilização serão reguladas em lei.

No plano interno atua como entidade Federativa dotada de autonomia – pessoa jurídica
de Direito Público interno, podendo agir em nome da Federação (ex.: Intervenção) ou
podendo agir em nome próprio (ex.: Organiza a Justiça Federal).
No plano externo ou internacional, a União é órgão de representação da República
Federativa do Brasil – pessoa jurídica de Direito Público externo, exercendo competências de
natureza internacional, em nome de toda a Federação. Por exemplo: Art. 21, I e II CF.

Competência EXCLUSIVA da União (material):

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de


organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção
federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito,
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
privada;

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IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação


do território e de desenvolvimento econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que
disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de
15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento
energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde
se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos
brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de
Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional
de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do
Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos
Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69,
de 2012) (Produção de efeito)
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 104, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2019

Altera o inciso XIV do caput do Art. 21, o § 4º do Art. 32 e o Art. 144


da Constituição Federal, para criar as polícias penais federal,
estaduais e distrital.

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia


militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo
próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia,
geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões
públicas e de programas de rádio e televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
uso; (Regulamento)
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de
viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

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XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer


natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos,
agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou
inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
existência de culpa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
atividade de garimpagem, em forma associativa.

Competência PRIVATIVA da União (legislativa):

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,


marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em
tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e
aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de
estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para
o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios,
bem como organização administrativa destes; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de
efeito)

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XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia


nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das
Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º,
III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste
artigo.
Mnemônica Art. 22, I, CF - CAPACETE PM:
C= comercial
A= agrário
P= penal
A= aeronáutico
C= civil
E= eleitoral
T= trabalho
E= espacial

P= processual
M= marítimo

Competência COMUM (material):

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições


democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;

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III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor


histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras
de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Por ser competência de natureza material, não autoriza de imediato os entes a


legislarem sobre o assunto.
A palavra-chave do exercício dessa competência é COOPERAÇÃO, que caracteriza a
Federação Brasileira como um federalismo cooperativo.
As leis complementares mencionadas no parágrafo único devem ser elaboradas apenas
pela União.
A EC 85/2015 inseriu a competência material comum para dispor tecnologia, pesquisa e
inovação no inciso V do Art. 23 que dispunha sobre o acesso a cultura, educação e ciência:

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer


de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria
das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança
do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do
bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

Concorrente: É competência de natureza legislativa atribuída a diversos entes


federativos, a saber: União, Estados e o DF. Observe que a CF não atribuiu essa competência
legislativa aos Municípios. Desse modo, de forma expressa o Município não tem competência
concorrente.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;

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VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do


solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor,
a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das Polícias Civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União


limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº
13.874, de 2019)

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados


exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a


eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide Lei nº
13.874, de 2019)

Apesar da atribuição das competências legislativas terem sido dadas a diversos entes, a CF
determinou que essas não fossem cumulativas, estabelecendo algumas regras para o exercício dessa
competência, que podemos encontrar nos parágrafos do Art. 24, vejamos:
Como regra geral, a União deverá criar normas gerais5, enquanto que os Estados e DF devem
legislar criando as suas normas específicas, por meio da chamada competência suplementar (§ 1º e §
2º).
A inexistência de lei Federal (ou nacional) sobre norma geral em matéria de competência
concorrente, autoriza os Estados e o DF a legislarem sobre o tema de forma PLENA para atender suas
peculiaridades. § 3º. Alguns doutrinadores chamam essa competência de competência supletiva.
A superveniência de Legislação Federal contendo normas gerais SUSPENDE A EFICÁCIA da Lei
Estadual naquilo que lhe for contrária, ou seja, não ocorre a revogação da lei estadual ou distrital, isso
porque não poderia uma lei federal revogar uma lei estadual. Dessa forma, a lei estadual permanece
existente e válida, apenas não produzindo seus efeitos.

Outra observação importante é a de que os MUNICÍPIOS, mesmo não possuindo competência


concorrente poderão legislar sobre as matérias previstas no Art. 24, desde que para suplementar
legislação federal ou estadual, como autoriza o Art. 30, II da CF.

5
Por normas gerais, defende a doutrina serem: princípios, diretrizes, regras jurídicas gerais.

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CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

➢ AUTO-ORGANIZAÇÃO
Quanto à auto-organização os Estados regem-se por suas Constituições Estaduais, nos
termos do Art. 25 da CF:

Competência dos Estados – Residual ou Remanescente:

PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE

É o poder que a CF deu aos Estados-Membros para elaborarem suas próprias


Constituições Estaduais e decorre do poder constituinte originário, conforme Art. 25 da CF e
Art. 11 do ADCT:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e


leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

Art. 11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a


Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara
Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos
de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na
Constituição Estadual.

Já os Municípios, em que pese serem dotados de autonomia, não possuem poder


constituinte derivado decorrente. Isso porque a competência para elaborar suas leis orgânicas
é condicionada à observância da CF e também da CE, de modo que a sua elaboração não
decorre diretamente e exclusivamente do poder constituinte originário.

Mas e o DF?

Apesar de o DF se auto-organizar por meio de lei orgânica, entende a doutrina que a sua
auto-organização é exercício de poder constituinte derivado decorrente, pois não há
Constituição estadual que o DF deve respeitar, mas tão somente a CF. Logo a sua elaboração
decorre direta e exclusivamente do poder constituinte originário, funcionando como uma
“Constituição local”, conforme já decidiu o STF6.

6
RE 577025, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/2008, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-043 DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-08 PP-01507 RTJ VOL-00209-01
PP-00430

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A organização dos Estados nas suas Constituições deve observar os princípios


estabelecidos na CF, ou seja, encontram-se limitadas aos princípios constitucionais.

Esses Princípios Constitucionais são classificados em três espécies:


(I) princípios constitucionais sensíveis, previstos no Art. 34 da CF;
(II) princípios constitucionais extensíveis que consagram normas de organização da
União, as quais devem obrigatoriamente ser aplicadas nos Estados, por exemplo,
sistema eleitoral, composição e organização dos Tribunais de Contas, processo
legislativo;
(III) princípios constitucionais estabelecidos, por exemplo, Art. 37 da CF ou as
competências dos Estados e Municípios.

Desse modo, as Constituições Estaduais devem adotar um modelo simétrico ao


estabelecido na CF – esse é o chamado princípio da simetria, que estabelece algumas normas
de observância e reprodução obrigatória pelos Estados nas CE.

PODER CONSTITUINTE DIFUSO


O poder constituinte difuso é o poder de alterar, atualizar, de forma informal a CF, por
meio do que se chama de mutação constitucional. Esse poder pode alterar o conteúdo, o
alcance e o sentido das normas constitucionais, sem alterar a literalidade do texto
constitucional. Muda-se o sentido da norma, sem mudar o seu texto.
É chamado de difuso porque não está previsto na CF.
É um poder de fato, porque nascido de uma necessidade social, quando há uma
dissociação entre a norma e o texto.
É informal, porque não possui uma forma prevista para a sua ocorrência e decorre de
interpretações do sentido da Constituição.

PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL


É o poder de elaborar uma Constituição além dos limites do próprio Estado, com vários
países, chamadas de transnacionais, supranacionais ou globais. Exemplo disso é a tentativa de
se elaborar uma Constituição Europeia.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam


vedadas por esta Constituição.

Podemos acrescentar, ainda, a limitação de edição de MP pelos Estados para


regulamentar a exploração de gás canalizado, nos termos do Art. 25, § 2º.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão,


os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua
regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 5, de 1995)

➢ REGIÕES METROPOLITANAS
Os Estados poderão criar regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões
visando melhorar as questões envolvendo a política urbana, por meio de lei complementar.

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MATERIAL
FORMAL

CARACTERÍSTICAS:
ORIGINÁRIO POLÍTICO
INICIAL
INCONDICIONADO
PERMANENTE
ILIMITADO OU
AUTÔNOMO

DE EMENDA (
ART.60)
REFORMADOR
PODER DE REVISÃO
CONSTITUINTE (ADCT, ART. 3º)
DECORRENTE (ADCT,
ART. 11)

DERIVADO
CARACTERÍSTICAS:
JURÍDICO
DIFUSO DERIVADO
LIMITADO OU
SUBORDINADO
SUPRANACIONAL CONDICIONADO

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir


regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.

CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR!!!!!

1) A competência para legislar sobre direito processual é competência privativa da


União, mas a competência para legislar sobre procedimentos em matéria PROCESSUAL é
competência CONCORRENTE.

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2) Seguridade social é competência privativa da União, já legislar sobre previdência


social; proteção e defesa da saúde; e, proteção e integração social das pessoas PORTADORAS
DE DEFICIÊNCIA são competências CONCORRENTES.
3) Diretrizes e bases da educação é competência privativa da União, porém, em se
tratando simplesmente de EDUCAÇÃO a competência será CONCORRENTE.
4) O mesmo vale para direito comercial e propaganda comercial (ambas competências
privativas) e juntas comerciais (competência concorrente).
5) Política de Educação para segurança do Trânsito – COMUM; Legislar sobre Trânsito e
Transporte – PRIVATIVA.

BENS DOS ESTADOS

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em


depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de
obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu


domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou
terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

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TERRAS DEVOLUTAS
São terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento
integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. O
termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado.
Será da União apenas se essas terras forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e defesas militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
as demais pertencem, em regra, aos ESTADOS.
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Poder Legislativo Estadual, é exercido pela Assembleia Legislativa que é composta por
Deputados Estaduais, eleitos segundo o sistema proporcional, de forma idêntica aos
deputados federais.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa


corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,


aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de


iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo,
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, §
7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu


regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua
secretaria, e prover os respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo


estadual.

AUTOGOVERNO
O autogoverno está relacionado com a capacidade dos entes possuírem estruturas
próprias de poderes.
Poder Executivo Estadual é exercido pelo Governador do Estado auxiliado pelos
Secretários de Estado.
O processo eleitoral do Governador é idêntico ao do Presidente em virtude do princípio
da simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo sistema majoritário absoluto (segundo turno).
Especialmente para concursos estaduais a leitura dos artigos seguintes é fundamental

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Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado,


para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo
de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16,
de1997)

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou


função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a
posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art.
38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos


Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS
A figura dos Municípios como entes federativos dotados de autonomia é uma criação brasileira
não existindo em outros Estados.
➢ AUTO-ORGANIZAÇÃO
Os Municípios se auto-organizam não por meio de Constituições, mas sim de Lei Orgânica, nos
termos do Art. 29 da CF e deve observar tanto os princípios estabelecidos na Constituição Federal
quanto na Constituição dos Estados.
➢ AUTOGOVERNO
Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretários Municipais,
atendidas as regras do Art. 29 CF.
O sistema eleitoral é majoritário simples (único turno) como regra podendo ser majoritário
absoluto (segundo turno) nos Municípios que tenham mais de duzentos mil eleitores.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para


mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo
realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro


domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de
Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano


subsequente ao da eleição;

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Poder Legislativo Municipal é exercido pela Câmara Municipal composta por


vereadores, eleitos pelo sistema proporcional.
Ressalta-se que o número de Vereadores é estabelecido pela CF de acordo com o número
de habitantes do Município variando de 9 a 55 vereadores, nos termos do Art. 25, IV da CF.

Poder Judiciário Municipal não existe.

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o


limite máximo de: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide ADIN 4307)
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009)
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze
mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta
mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
58, de 2009)
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
(cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000
(oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000
(cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000
(cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000
(trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e
cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
I) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
(seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000
(seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta
mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58,
de 2009)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000
(setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000
(novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e

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cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda


Constitucional nº 58, de 2009)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um
milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000
(um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até
3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete
milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito
milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19,
de 1998)
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras
Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o
que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos

MUDE SUA VIDA!


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na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites


máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25,
de 2000)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos
Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos
Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 25, de 2000)
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes,
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não
poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do
Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de
1992)
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e
votos no exercício do mandato e na circunscrição do
Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança,
similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo
Estado para os membros da Assembleia
Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de
Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara
Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
XII - cooperação das associações representativas no planejamento
municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)

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➢ INICIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS:

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do


Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo
menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso
XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo
único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1,
de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal,


incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com
inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos
ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no
§ 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no
exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre
300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre
3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de
habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um)
habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Constitucional nº
58, de 2009)

§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de


sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio
de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
25, de 2000)

§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito


Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei
Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

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§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara


Municipal o desrespeito ao § 1º deste artigo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de Educação Infantil e de Ensino
Fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder


Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o
auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as


contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,


anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas


Municipais.

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CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I

➢ DO DISTRITO FEDERAL

O Distrito federal é ente federativo dotado de autonomia, não é nem Município e nem
um estado-membro, (sui generis), foi criado para ser um espaço neutro onde pudesse abrigar
a sede do Governo Federal que é Brasília (Art. 18, § 1º).

• A CF veda a divisão do DF em Municípios.

Poder Executivo Distrital é exercido pelo Governador do Distrito Federal auxiliado


pelos Secretários de Estado.

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-


se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.

➢ AUTONOMIA LEGISLATIVA
As competências legislativas do DF serão as mesmas dos Estados e dos Municípios.

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas


reservadas aos Estados e Municípios.

O processo eleitoral do Governador é idêntico ao do Presidente em virtude do princípio


da simetria, ou seja, o Governador é eleito pelo sistema majoritário absoluto (segundo turno).

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as


regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
duração.

Poder Legislativo Distrital, é exercido por uma Câmara Legislativa e elege Deputados
Distritais, eleitos segundo o sistema proporcional, de forma idêntica aos deputados estaduais.

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§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o


disposto no art. 27.

Poder Judiciário Distrital, é formado pelos Tribunais de Justiça e juízes distritais e a


sua organização e composição será melhor estudada na nossa aula sobre Poder Judiciário.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito


Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do
corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 104, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2019

Altera o inciso XIV do caput do Art. 21, o § 4º do Art. 32 e o Art. 144


da Constituição Federal, para criar as polícias penais federal,
estaduais e distrital.

➢ AUTOADMINISTRAÇÃO
O DF possui autonomia assim como os demais entes federativos contudo algumas
instituições são organizadas e mantidas pela União, como se observa no Art. 21, XIII da CF, são
elas:
• Poder Judiciário;
• Ministério Público;
• Polícia Civil;
• Polícia Militar;
• Corpo de Bombeiros.

➢ Seção II
➢ DOS TERRITÓRIOS
Apesar dos Territórios NÃO serem entes federativos e, portanto, não comporem a
organização político-administrativa do Estado Brasileiro, alguns pontos merecem ser
destacados em virtude de sua incidência nas provas.
Os Territórios são descentralizações administrativas da União, possuem natureza
jurídica de autarquias territoriais e, portanto, não possuem autonomia política, como se vê no
Art. 18, § 2º da CF:

➢ ORGANIZAÇÃO

➢ DIVISÃO EM MUNICÍPIOS
Curiosamente a CF autorizou a criação de Municípios nos Territórios Federais, aqueles,
os Municípios, com autonomia política.

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➢ LEGISLATIVO
Os Território por possuírem povo podem eleger Deputados Federais, em um número
fixo de 4 DEPUTADOS FEDERAIS, mas atenção eles não elegem senadores justamente porque
os Territórios não possuem autonomia política.

➢ Territórios com mais de 100.000 habitantes


Os Territórios com mais de cem mil habitantes deverão instituir:
• Poder Judiciário de primeira e segunda instância;
• Ministério Público;
• Defensoria Pública
Logicamente que todos mantidos pela União uma vez que inexiste autonomia financeira
dos territórios.
• Câmara Territorial, por meio de eleição com competência meramente
deliberativa pois os Territórios não têm competências próprias legislativas.

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e


judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se
aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da
União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além
do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá
órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre
as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

A Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva ou Representação Interventiva é


uma modalidade de controle concentrado, mas que, excepcionalmente, não se dá de forma
abstrata, e sim em um caso concreto. Logo, é Ação de Controle Concentrado, pela via
incidental (concreta).
Temos um processo de natureza objetiva.
Tem como finalidade a decretação da INTERVENÇÃO pelo chefe do Poder Executivo.
➢ Inserida na CF de 1934 e com os moldes atuais apenas em 1946.
É regulamentada pela Lei nº 12.562/2011.

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➢ CRIAÇÃO
Atualmente não existem Territórios criados no Brasil mas a sua criação esta
autorizada pela CF, que deve ser realizado por LEI COMPLEMENTAR nos termos do
Art. 18, § 2º e 3º.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação


em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-


se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e
do Congresso Nacional, por lei complementar.

➢ Vamos relembrar o que é a Intervenção Federal?

INTERVENÇÃO
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
É fundamento do modelo de Estado Federativo a existência de autonomia dos entes que
compõem a federação. Essa autonomia pressupõe que não existe hierarquia entre os entes
federados e que um ente não se intromete nos assuntos de competência de outro ente. Desse
modo, cada um manterá sua autonomia, podendo se auto-organizar, autogovernar,
autoadministrar, auto legislar, bem como ter receitas próprias.

Contudo, em situações excepcionais a CF permite, como forma de manter a unidade


federativa, que um ente federado se intrometa, intervenha na esfera de autonomia de outro
ente federativo, isso é o que se chama de Intervenção.

Dessa forma, podemos dizer que Intervenção é o contrário de autonomia, pois se


permite que, em caráter temporário, a autonomia de um ente seja afastada.

Existem dois tipos de Intervenção: Federal e a Estadual, sempre de um ente mais amplo
sobre outro imediatamente menos amplo.
Federal: União nos Estados, DF e Municípios localizados nos Territórios Federais.
Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus territórios.

CONCEITO
É a interferência de uma entidade federativa em outra, a invasão da esfera de
competências constitucionais aos Estados-Membros e aos Municípios.7
É um dos requisitos da Manutenção da Federação.

7
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006.

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REGRA GERAL
Como já destacado, a regra é a autonomia, ou seja, em regra não deve ocorrer a
intervenção, de modo que as exceções são hipóteses de intervenção.
• Medida Excepcional: por intervir na autonomia.
• Taxativa: ART. 34 e 35 – numerus clausus (número fechado). Apenas previstas
na CF.
• Limitações negativas – interpretação restritiva.

A Intervenção pode se dar de forma espontânea (discricionária) ou de forma provocada,


que pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de representação.

Espontânea Solicitação
Intervenção
Provocada Requisição

Provimento de
Representação

A Intervenção espontânea ocorre de forma discricionária nas hipóteses elencadas nos


incisos I, II, III e V, do Art. 34:
Manter a integridade nacional;
Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei.

A Intervenção provocada pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento
de representação.

MUDE SUA VIDA!


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TIPOS DE INTERVENÇÃO
Existem dois tipos de intervenção: Federal e a Estadual, sempre de um ente mais amplo
sobre outro imediatamente menos amplo.
• Federal: União nos Estados, DF e Municípios localizados nos Territórios
Federais.
• Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus
territórios.
• Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em Municípios
localizados nos Estados-Membros.

➢ HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL

POR SOLICITAÇÃO: (Art. 34, IV c/c Art. 36, I – 1a parte): quando for para garantir o livre
exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.
Nesse caso será solicitada quando for para garantir o livre exercício dos Poderes
Executivo e Legislativo, apenas. Isso porque quando for contra o Poder Judiciário será
hipótese de Requisição.
Nesse caso, o Poder Executivo ou Legislativo que se sentir impedido ou coagido no
exercício das suas funções, poderá solicitar Intervenção Federal.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em
outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades
da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)

MUDE SUA VIDA!


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Entende-se como dívida fundada aquele montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de Lei, contratos,
convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo
superior a doze meses.
COMPETÊNCIA PARA DETERMINAR A INTERVENÇÃO
A Competência para decretar a intervenção é exclusiva do Chefe do Executivo:
Federal - Presidente da República (Art. 84, X).
Intervenção Estadual – Governador.
INTERVENÇÃO ESTADUAL
Aplicam-se à intervenção estadual as mesmas regras da intervenção federal, como
amplitude do decreto, prazos e controle político.

Ressalta-se que a intervenção por representação será feita pelo Procurador-Geral de


Justiça (MP Estadual) e dependerá de provimento pelo Tribunal de Justiça.

Dessa decisão do Tribunal de Justiça também não caberá recurso conforme súmula 637
do STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere
pedido de intervenção estadual em Município.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA


Hipóteses de cabimento
Como vimos, é hipótese de controle concentrado de constitucionalidade em que se
pretende a declaração de inconstitucionalidade de um ato em um caso concreto que esteja
violando os princípios constitucionais sensíveis, aqueles elencados no Art. 34 VII da CF, na
hipótese de Intervenção Federal, ou os princípios elencados na Constituição estadual, na
hipótese de Intervenção Estadual, Art. 35, IV.
Assim, podemos esquematizar as hipóteses de cabimento da ADI interventiva federal:
• forma republicana;
• sistema representativo;
• regime democrático;
• direitos da pessoa humana;
• autonomia municipal;
• prestação de contas da Administração Pública, direta e indireta;
• aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e no
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO
A intervenção pode-se dar de forma espontânea (discricionária) ou de forma provocada,
que pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de representação.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;

MUDE SUA VIDA!


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II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;


III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)

Caso os Municípios não cumpram os princípios elencados na Constituição Estadual


também haverá ADI Interventiva, nesse caso no âmbito estadual.

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para


assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial.

Legitimidade ativa
Essa modalidade de Intervenção depende de representação, no âmbito federal do PGR e
no âmbito estadual do PGJ.

POR REQUISIÇÃO:
Nessa modalidade de Intervenção, temos dois casos distintos: a) requisição do STF; b)
requisição do STF, STJ ou TSE, c) provimento de representação.

REQUISIÇÃO DO STF (Art. 34, IV c/c 36, I)

É hipótese de Intervenção provocada por requisição do STF a que está descrita no Art.
34, IV, ou seja, quando for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
unidades da Federação, quando o impedimento ou a coação for contra o Poder Judiciário.

Se o STF entender que é caso de Intervenção irá requisitar ao Presidente que deverá
obrigatoriamente decretar a Intervenção.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do


Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário.

DEPENDENDO DE PROVIMENTO DE REPRESENTAÇÃO: (Art. 34, VI e VII c/c Art. 36,


III) – É ESTA QUE NOS INTERESSA!
Essa hipótese de Intervenção, no âmbito federal, depende de Representação do
Procurador-Geral da República perante o STF, que em caso de provimento irá requerer ao
Presidente que decrete a Intervenção. Trata-se, portanto, de hipótese também de requisição
feita pelo STF, mas que depende de representação do PGR.
Ocorrerá em duas hipóteses:
• Recusa de Execução (cumprimento) de Lei Federal - Art. 34, VI + 36, III.
• Violação a princípios constitucionais sensíveis –Art. 34, VII + 36, III.

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II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de


requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral.

No caso de recusa de execução de lei federal, teremos o cabimento da Ação de


executoriedade de lei federal, e a referida ação busca o cumprimento da lei.

No caso de violação dos princípios constitucionais sensíveis, temos a chamada


representação interventiva ou AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
INTERVENTIVA. Nesse caso, a finalidade será a declaração de inconstitucionalidade do ato
realizado pelos entes federativos.

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de


representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do
art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

No caso de recusa de execução de lei federal, teremos o cabimento da Ação de


executoriedade de lei federal. A referida ação busca o cumprimento da lei.
No caso de violação dos princípios constitucionais sensíveis, temos a chamada
representação interventiva ou ação direta de inconstitucionalidade interventiva. Nesse caso,
a finalidade será a declaração de inconstitucionalidade do ato realizado pelos entes
federativos.

Se o STF der provimento, a representação do PGR irá requerer que o Presidente, no


prazo de 15 dias, decrete a intervenção. Trata-se também de ato vinculado, não podendo o
Presidente se recusar a expedir o decreto interventivo.

Destaca-se ainda que, nessa modalidade de intervenção, se a mera suspensão do ato


impugnado já for suficiente para restabelecer a normalidade, o decreto deverá se limitar a
isso, apenas à suspensão do ato. Caso a suspensão não seja suficiente, o Presidente
determinará a efetiva intervenção.

Da decisão do STF que julga a representação do PGR não cabe recurso, sendo, portanto,
irrecorrível.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA


HIPÓTESES DE CABIMENTO
Como vimos, é hipótese de controle concentrado de constitucionalidade em que se
pretende a declaração de inconstitucionalidade de um ato em um caso concreto que esteja
violando os princípios constitucionais sensíveis, aqueles elencados no Art. 34 VII da CF, na
hipótese de Intervenção Federal, ou os princípios elencados na Constituição estadual, na
hipótese de Intervenção estadual, Art. 35, IV.

MUDE SUA VIDA!


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Assim, podemos esquematizar as hipóteses de cabimento da ADI interventiva federal:


a) forma republicana;
b) sistema representativo;
c) regime democrático;
d) direitos da pessoa humana;
e) autonomia municipal;
f) prestação de contas da Administração Pública, Direta e Indireta;
g) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

O DECRETO INTERVENTIVO
Como visto, o decreto é ato exclusivo do Chefe do Poder Executivo. Tal decreto deverá
especificar:
- a amplitude;
- o prazo – deve ser sempre temporária a intervenção, de modo que cessados os motivos
da intervenção, as autoridades afastadas retornarão aos seus cargos, salvo impedimento legal
(por ex.: terminou o mandato, cassação, perda/suspensão de direitos políticos);
- condições de execução da intervenção;
- nomeação de interventor – se for o caso. Por ex.: se necessária a destituição temporária
do Governador.

§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo


e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor,
será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

CONTROLE POLÍTICO DO CONGRESSO NACIONAL


Em regra, o decreto interventivo deve ser submetido a controle político realizado pelo
Congresso Nacional, no prazo de 24 horas. O Congresso poderá: aprovar ou suspender a
intervenção, essa decisão vincula o Presidente que não poderá descumpri-la, sob pena de
crime de responsabilidade.

Se estiverem em recesso será hipótese de convocação extraordinária, requerida pelo


Presidente do Senado Federal, conforme Art. 36 § 2º e Art. 57, § 6º, I da CF:

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a


Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
mesmo prazo de vinte e quatro horas.

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Controle político
Conforme disposição do Art. 36, § 3º, essa modalidade de Intervenção não precisa de
controle político, ou seja, aquele realizado pelo Congresso Nacional ou Assembleia Legislativa,
quando a suspensão do ato impugnado já for suficiente para restabelecer a normalidade.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a


apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa,
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se
essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas


de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

Espontânea Solicitação
Intervenção
Provocada Requisição

Provimento de
Representação

➢ ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA:
A intervenção será espontânea, também chamada de ofício ou discricionária quando o
Chefe do Executivo puder decretar a intervenção independentemente de solicitação ou
requisição de outro órgão, dentro do seu juízo de conveniência e oportunidade. São as
hipóteses elencadas nos incisos I, II, III e V, do Art. 34:
• Manter a integridade nacional.
• Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra.
• Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública.
• Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
- suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
- deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
dentro dos prazos estabelecidos em lei.

➢ PROVOCADA
A intervenção provocada pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de
representação.

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POR SOLICITAÇÃO: (Art. 34, IV c/c Art. 36, I – 1a parte).


É hipótese de intervenção provocada por solicitação o Art. 34, IV, ou seja, quando for
para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.

Nesse caso, será solicitação quando for para garantir o livre exercício dos Poderes
Executivo e Legislativo, apenas. Isso porque, quando for contra o Poder Judiciário, será
hipótese de requisição.
Nesse caso, o Poder Executivo ou legislativo que se sentir impedido ou coagido no
exercício das suas funções poderá solicitar intervenção federal.

O Poder Legislativo pode ser a Assembleia Legislativa Estadual ou a Câmara Legislativa


do Distrito Federal, e o Poder Executivo será o Governador do Estado ou do DF.

Por se tratar de solicitação, o Chefe do Executivo não estará obrigado a decretar a


intervenção, tratando-se aqui também de ato discricionário.
Vejamos os dispositivos pertinentes da CF:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se
a coação for exercida contra o Poder Judiciário.

➢ POR REQUISIÇÃO:
Nessa modalidade de intervenção, temos dois casos distintos: a) requisição do STF; b)
requisição do STF, STJ ou TSE.

➢ REQUISIÇÃO DO STF (Art. 34, IV c/c 36, I)

É hipótese de intervenção provocada por requisição do STF o Art. 34, IV, ou seja, quando
for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação,
quando o impedimento ou a coação for contra o Poder Judiciário.

Caso o Poder Judiciário local – Tribunal de Justiça - esteja sendo coagido ou impedido no
exercício de suas atribuições, ele poderá solicitar ao STF que requisite a intervenção Federal.
Se o STF entender que é caso de intervenção, irá requisitar ao Presidente que deverá
obrigatoriamente decretar a intervenção.

Trata-se nesse caso de ato vinculado e não discricionário. O Decreto do Presidente será
mera formalização da decisão judicial soberana.

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Vejamos os dispositivos pertinentes da CF:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:


I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário.

➢ REQUISIÇÃO DO STF, STJ ou TSE: (Art. 34, VI c/c 36, II).

No caso de descumprimento de ordem ou decisão judicial, ocorrerá a intervenção por


requisição de um dos seguintes Tribunais: STF, STJ ou TSE a depender da origem da decisão
descumprida.
Assim:
• Se a decisão descumprida for do STF ou se tratar de matéria constitucional, a
requisição será do STF.
• Se a decisão descumprida for do STJ ou envolver questões infraconstitucionais,
a requisição será do STJ.
• Se a decisão envolver decisão da Justiça Eleitoral, a requisição será do TSE.

Ressalta-se que se a decisão for da Justiça do Trabalho ou Militar, caberá ao STF a


requisição.
Por se tratar de requisição, o Presidente estará obrigado a decretar a intervenção nessas
hipóteses.
Vejamos os dispositivos pertinentes da CF:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:


II - no caso de desobediência à ordem ou decisão judiciária, de requisição do
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
Eleitoral.

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CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
➢ Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Antes de iniciarmos o estudo sobre a Administração Pública, definida nos Arts. 37 a 43


da Constituição Federal, é importante esclarecer que o tema aqui analisado será devidamente
estudado, de forma mais aprofundada, na disciplina de Direito Administrativo. A missão deste
estudo é apresentar os mais importantes temas acerca da Administração Pública, sob a ótica
do texto constitucional.

Esses princípios vinculam toda a Administração Pública (seja a Administração Direta ou


Indireta), dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas as esferas da federação
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

➢ Conceito
Primeiramente, faz-se necessário conceituar a Administração Pública, remetendo ao Art.
37, CF
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

PRINCÍPIOS EXPRESSOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


São 5 (cinco) os princípios constitucionais da Administração Pública: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

LIMPE

LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos


brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

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III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,


prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

➢ DIREITOS DE SERVIDOR PÚBLICO CIVIL


A liberdade de Associação Sindical e o Direito de Greve não se estendem aos militares.

Liberdade de Associação Sindical.


A Constituição Federal garante aos servidores públicos o direito à associação sindical:

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação


sindical.

Segundo a doutrina, trata-se de uma norma AUTOAPLICÁVEL, a qual não depende de


regulamentação para ser exercida, pois o servidor pode prontamente usufruir esse direito.
Sua previsão decorre do Art. 8º da Constituição, que prevê o citado direito a todos os
trabalhadores:

A Constituição concede ao servidor público civil o direito à associação sindical. Dessa


forma, a livre associação profissional ou sindical não é garantida aos militares, em razão da
peculiaridade do seu regime jurídico, cuja vedação está prevista na própria Constituição
Federal, previsto no Art. 142, IV.
DIREITO DE GREVE
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

O direito de greve previsto na Constituição Federal aos servidores públicos condiciona o


seu exercício a uma norma regulamentadora, por isso é uma norma de eficácia limitada. Como
até o presente momento a necessária lei não foi publicada, o Supremo Tribunal Federal
adotou a Teoria Concretista Geral a partir da análise do Mandado de Injunção, fez com que o
direito de greve tivesse efetividade e conferiu efeito erga omnes à decisão, ou seja, os seus
efeitos atingem todos os servidores públicos, até mesmo aqueles que não tenham ingressado
com ação judicial para exercer seu direito de greve.

A partir disso, segundo o STF, os servidores públicos de todo o país poderão se utilizar
do seu direito de greve, nos termos da Lei 7783/89, a qual regulamenta o direito de greve
dos trabalhadores da iniciativa privada.

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Ressalta-se que o direito de greve, juntamente com o de associação sindical, não se


aplica aos militares, pelos mesmos motivos já apresentados ao analisarmos o direito de
liberdade de associação sindical.

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos


para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo


determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata


o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)

Esses princípios vinculam toda a Administração Pública (seja a Administração Direta ou


Indireta), dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas as esferas da federação
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A legalidade é princípio essencial dentro de um Estado democrático de direito,


representando a submissão do Estado à lei. É por meio da observância das leis que se concretiza a
vontade do povo e, assim, é atendido o interesse público. Convém ressaltar que, ao falarmos em
“lei”, não estamos nos referindo apenas à lei formal, elaborada pelo Poder Legislativo. Pelo
princípio da legalidade, devem ser observadas as normas em geral, inclusive os atos infralegais
(decretos, portarias e instruções normativas).

Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública somente pode fazer o que está
expressamente previsto em normas jurídicas. Assim, a Administração só pode agir segundo a lei
(“secundum legem”), jamais contra a lei (“contra legem”) ou além da lei (“praeter legem”).

É claro que, às vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o administrador público;
dizemos que, nesse caso, há discricionariedade da Administração. Por exemplo, a concessão de
licença a um servidor, para tratar de interesse particular, é discricionariedade da Administração
(que poderá decidir por conceder ou não a licença).

Para os particulares, o princípio da legalidade tem uma conotação diferente: a eles, é lícito fazer
tudo aquilo que a lei não proíbe. Enquanto a Administração Pública deve agir da maneira que a lei
determina, os particulares têm maior liberdade de atuação e só não podem fazer o que a lei lhes
proíbe.

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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O agir da Administração Pública não se confunde com a pessoa física de seu agente, até
porque este age com base na lei, tendo esta a característica de ser genérica. Significa que o
agir da Administração Pública não pode prejudicar ou beneficiar o cidadão individualmente
considerado.
Esse princípio impõe ao Administrador Público que só pratique o ato para o seu fim
legal; e o fim legal é unicamente aquele que atinge o bem da coletividade, o interesse público.

Assim, o princípio da impessoalidade é também conhecido como princípio da finalidade ou,


ainda, princípio da isonomia. Para compreender o exato alcance desse princípio, é necessário
analisá-lo em suas 4 (quatro) diferentes acepções.

Na primeira acepção, de FINALIDADE, o princípio da impessoalidade traduz a ideia de que


toda atuação da Administração deve buscar a satisfação do interesse público. Quando um ato é
praticado com objetivo diverso, é nulo, por desvio de finalidade. O administrador é mero executor
do ato, que serve para manifestar a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o princípio da
impessoalidade decorre do princípio da supremacia do interesse público.

Segundo a doutrina, em sentido amplo, o princípio da impessoalidade busca o atendimento do


interesse público, enquanto em sentido estrito, visa a atender à finalidade específica prevista em lei
para o ato administrativo. Ressalta-se que sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade
específica, a finalidade em sentido amplo também terá sido atendida.

interesse
sentido amplo
público
impessoalidade
finalidade
sentido estrito
específica da lei

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e


empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,

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aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos


Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder


Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não


serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e


empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos
XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICOS


A Constituição observou a necessidade de regular a acumulação de cargos públicos. Isso
consta no Art. 37, XVI e XVII:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,


exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou


científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,


com profissões regulamentadas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

Segundo o texto constitucional, em regra, é vedada a acumulação de cargos públicos,


ressalvadas as hipóteses previstas na própria Constituição Federal e quando houver
compatibilidade de horário

Além dessas hipóteses, a Constituição Federal também previu a acumulação


lícita em outros, casos, observemos:

Magistrado + Magistério – é permitida a acumulação de um cargo de juiz com


um de professor:
Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

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I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma


de magistério.

Membro do Ministério Público + Magistério – é permitida a acumulação de um
cargo de Membro do Ministério Público com um de professor:
Art. 128, § 5º – Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é
facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a
seus membros:
II – as seguintes vedações:
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo
uma de magistério.

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e


abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão,


dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre
os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresa privada;

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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,


serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. (Regulamento)

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma
da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
Neste primeiro momento, temos que entender alguns termos que aparecem no Art. 37. O
conceito da Administração Pública deve ser visto sob dois aspectos.

Sob a perspectiva objetiva, a Administração Pública constitui a atividade desenvolvida pelo


poder público que tem como função a satisfação do interesse público.

Sob a perspectiva subjetiva (critério formal, subjetivo ou orgânico), Administração


Pública é o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas que desempenham a atividade administrativa.
Interessa-nos conhecer a Administração Pública sob esta última perspectiva, a qual se classifica em
Administração Direta e Indireta.

A Administração Pública Direta é formada por pessoas jurídicas de Direito Público, ou


pessoas políticas, entes que possuem personalidade jurídica e autonomia própria. São entes da
Administração Pública Direta a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Esses entes são pessoas jurídicas de Direito Público, que exercem as atividades
administrativas por meio dos órgãos e agentes pertencentes aos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário. Os órgãos não são dotados de personalidade jurídica própria, pois agem em nome da
pessoa jurídica à qual estão vinculados. Também são chamados de entes federados ou de entes
políticos.

A Administração Pública Indireta é formada por pessoas jurídicas próprias, de Direito


Público ou Privado, que executam atividades do Estado, por meio da descentralização
administrativa. São entes da Administração Indireta as Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades
de Economia Mista e Empresas Públicas. As autarquias serão criadas diretamente por lei, enquanto
as fundações públicas, as sociedades de economia mista e as empresas públicas terão sua criação
autorizada por lei.

Segundo a Constituição Federal, a Administração Pública, seja ela Direta ou Indireta,


pertencente a qualquer dos Poderes, deverá obedecer aos princípios da Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, os quais serão estudados agora.

MUDE SUA VIDA!


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Na segunda acepção, o princípio da impessoalidade traz a ideia de VEDAÇÃO À


PROMOÇÃO PESSOAL. O agente público não pode utilizar as realizações da
Administração Pública para promoção pessoal, o que, além de violar a impessoalidade,
também fere a moralidade administrativa. Fundamenta-se essa lógica no Art. 37, § 1º,
da CF/88, que dispõe o seguinte:

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas


dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

Uma terceira acepção do princípio da impessoalidade é aquela que o relaciona à


ISONOMIA, na medida em que atua sem favoritismo, tratando todos de modo igual, ou quando
necessário fazendo a discriminação necessária em busca da igualdade material. É o que se
verifica, por exemplo, na exigência de concurso público para o acesso aos cargos públicos. A
oportunidade de se ter acesso a esses cargos é igual para todos. Outro exemplo dessa acepção
do princípio da impessoalidade diz respeito ao pagamento das dívidas do Estado, que deverá
observar, em regra, a ordem cronológica de apresentação dos precatórios (Art. 100, CF/88).

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a


nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
da lei.

Em respeito ao princípio da eficiência, a Constituição Federal previu formas de


participação do administrado como fiscal da Administração Pública:

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando
especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em
geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º,
X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
abusivo de cargo, emprego ou função na administração
pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

O Art. 37, § 4º, CF/88, por sua vez, prevê a responsabilização por atos de improbidade
administrativa. Os atos de improbidade administrativa poderão ensejar a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao
erário. Tudo isso sem prejuízo da ação penal cabível, que também poderá ser proposta.

MUDE SUA VIDA!


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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a


suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Decorrente do Princípio da MORALIDADE e também da IMPESSOALIDADE, a


Súmula Vinculante nº 13 do STF que proíbe o NEPOTISMO:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por


afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública Direta e Indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal. (Grifo nosso)

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos


praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

A quarta acepção do princípio da impessoalidade é a que considera a RESPONSABILIDADE


OBJETIVA DO ESTADO, uma vez que os atos praticados pelo agente público não são imputáveis a
ele, mas ao órgão ou entidade em nome do qual ele age. A ação dos agentes é, portanto, impessoal.
Essa regra é extraída do Art. 37, § 6º, da CF/88:

§ 6º As pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Destaca-se, ainda, que uma importante aplicação do princípio da impessoalidade diz


respeito à consideração dos atos praticados por agente de fato (putativo) como válidos.
Agente de fato é aquele indivíduo que ingressa na Administração Pública irregularmente.
Devido à teoria da aparência (o agente parece ser servidor público “de direito”), seus atos são
mantidos quando atingem terceiros de boa-fé, pois a Administração é impessoal.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de


cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite
o acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o
poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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I - o prazo de duração do contrato;


II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às


sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

APOSENTADORIA
A CF veda a acumulação de valores de aposentadoria com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, salvo: cargos acumuláveis na atividade, cargo em comissão e
mandato eletivo.

Vejamos o que diz o §10 do Art. 37:

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de


aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios


de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)

Percebe-se que a acumulação dos proventos da aposentadoria com a remuneração será


permitida nos casos em que é autorizada a acumulação dos cargos, ou ainda, quando acumular
com cargo em comissão e cargo eletivo. Isso significa dizer que é possível a acumulação dos
proventos da aposentadoria de um cargo, emprego ou função pública com a remuneração de
cargo, emprego ou função pública.

Ex.: Se está aposentado no cargo de técnico poderia acumular a remuneração com outro
cargo de técnico? A resposta é não, porque dois cargos técnicos não são acumuláveis, agora se
está aposentado no cargo de técnico pode acumular com o cargo de professor? Daí, sim!

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica


facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)

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§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser


readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer
nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a
remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de


contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de
contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores


públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja
decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja
prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

PRINCÍPIO DA MORALIDADE
A moralidade administrativa é princípio que impõe aos agentes públicos a atuação ética e
honesta na gestão da coisa pública. Não basta que o administrador público atue segundo a Lei;
além disso, ele deve agir segundo os princípios da razoabilidade, justiça e boa-fé. Assim, é
perfeitamente possível que um ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie
o princípio da moralidade, podendo, então, ser anulado.

A moralidade administrativa difere da moral comum, por ser jurídica. Embora seja conceito
jurídico indeterminado, é objetiva, podendo ser extraída do ordenamento jurídico, a partir das
normas que tratam da conduta dos agentes públicos. Não é como a moralidade comum, que é
subjetiva, estando ligada às convicções pessoais de quem aprecia o fato.

Além de erigir o princípio da moralidade a vetor fundamental de atuação da Administração


Pública, a Constituição Federal de 1988 buscou concretizá-lo em diversos dispositivos. Como
instrumento de controle da moralidade administrativa, o Art. 5º, LXXIII, previu a ação
popular, que pode ser proposta por qualquer cidadão.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade deve ser analisado em duas acepções diferentes:
- Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de EFICÁCIA dos atos
administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público.
- Exigência de TRANSPARÊNCIA da Administração em sua atuação, de forma a
possibilitar o controle pelos administrados.

Na primeira acepção, a publicidade dos atos administrativos é requisito de eficácia dos


atos administrativos gerais e de efeitos externos ou, ainda, daqueles que onerem o patrimônio
público. Exemplo de ato geral e de efeito externo é a publicação de uma Portaria: esta somente
produzirá seus efeitos (será eficaz) após a publicação no Diário Oficial da União. Contudo,
para manutenção da intimidade e Segurança Nacional, os atos podem ser mantidos em Sigilo.

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Na segunda acepção, a Administração Pública tem a obrigação de dar conhecimento


aos administrados (cidadãos) da conduta interna de seus agentes. Tornar acessível.

O princípio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obrigação de


transparência, é o que se verifica no Art. 5º, XXXIII da CF.

Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos é que se
torna viável o exercício do controle da Administração, seja este controle realizado pelos
próprios cidadãos (controle social) ou pelos chamados órgãos de controle (Ex.: TCU).

SERVIDORES EM EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO


Para os servidores públicos que estão no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes regras:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e
fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,


ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,


emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de


horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função,
sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de


mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência


social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de
origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

Em suma:


MANDATO ELETIVO FEDERAL, ESTADUAL OU DISTRITAL – afasta-se do cargo, do


emprego ou da função e irá receber o valor dos subsídios, não podendo optar pela
remuneração.

MANDATO ELETIVO MUNICIPAL –

Prefeito: afasta-se do cargo, mas pode optar pela remuneração – não pode cumular a
remuneração com os subsídios, é uma ou outra.

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Vereador: havendo compatibilidade de horário, pode exercer os dois cargos e cumular


as duas remunerações, respeitando os limites legais. Não havendo compatibilidade de horário,
deverá afastar-se do cargo, podendo optar pela remuneração.

Havendo o afastamento, a Constituição determinou, ainda, que esse período seja


contabilizado como tempo de serviço, gerando todos os seus efeitos legais, com exceção da
promoção de merecimento, além de ser contabilizado para efeito de benefício previdenciário.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência passou a estar expresso na Constituição a partir da EC nº
19/98, que o introduziu com o objetivo de promover uma quebra de paradigma na
Administração Pública, substituindo a antiga administração burocrática pelo novo modelo: a
administração gerencial. A administração gerencial tem ênfase na obtenção de resultados e na
participação do cidadão, que é visto como cliente dos serviços públicos. Assim, o objetivo
desse princípio é prestar um bom serviço público, sem gastos desnecessários.

O Art. 37, CF/88 impõe verdadeiro dever de eficiência à Administração Pública. Não basta que
os agentes públicos atuem em conformidade com os ditames da legalidade. É necessário que
desempenhem suas atribuições da melhor forma possível, a fim de obter os melhores
resultados.

Deve-se buscar a melhoria da qualidade dos serviços públicos e a racionalidade dos


gastos públicos. A Administração Pública deve observar o princípio da economicidade, que
determina que seja avaliado o custo/benefício dos gastos públicos.

Como forma de garantir uma nova postura na prestação dos seus serviços, este princípio
exige que as ações sejam praticadas com celeridade, perfeição, visando atingir ótimos
resultados, sempre tendo como destinatário o bem-estar do administrado. A celeridade dos
processos encontra-se prevista no Art. 5º, LXXVIII da CF:

➢ Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº
2.135-4)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão conselho de política de administração e remuneração de
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos
Poderes (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

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§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes


do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos


cargos componentes de cada carreira; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de


governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

DIREITOS SOCIAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS


Quando se fala em direitos sociais aplicáveis aos servidores públicos, significa dizer uma
parcela dos direitos de natureza trabalhista, prevista no Art. 7º da Constituição Federal.
Vejamos quais direitos sociais trabalhistas foram destinados aos trabalhadores ocupantes de
cargos públicos.

A Constituição Federal não concedeu todos os direitos trabalhistas aos servidores


públicos, mas apenas os previstos expressamente no texto constitucional, no Art. 39, § 3º:
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto
no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e
XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão
quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os


Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração
dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

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§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão


anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da
economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em


carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário


ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em
comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

A experiência de ler os incisos destinados aos servidores públicos é muito importante


para que o concursando obtenha êxito em sua prova. O fato de outros direitos trabalhistas do
Art. 7º não terem sido previstos no Art. 39 não significa que tais direitos não sejam
concedidos aos servidores públicos. Ocorre que alguns direitos trabalhistas conferidos aos
servidores públicos estão disciplinados em outros lugares na própria Constituição ou em leis
esparsas. A título de exemplo, é possível citar o direito à aposentadoria que, apesar de não ter
sido referido no Art. 39, § 3º, encontra-se previsto expressamente no Art. 40 da Constituição
Federal.

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Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores


titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social


será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que


estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em
que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a
concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de


contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e
cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 88, de 2015)

III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se


mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade
mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições
e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais
requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

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§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao


valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão


disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para


concessão de benefícios em regime próprio de previdência social,
ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do


respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do


respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do


respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
vedada a caracterização por categoria profissional ou
ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima


reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na Educação
Infantil e no Ensino Fundamental e médio fixado em lei
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
A Constituição também vedou a percepção de mais de uma aposentadoria, ressalvados
os casos de acumulação de cargos permitida, ou seja, o indivíduo pode acumular as
aposentadorias dos cargos que podem ser acumulados:

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos


acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no

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Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Atenção: este dispositivo se aplica a toda a Administração Pública, em todos os Poderes,


de todos os entes federativos.

§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da


única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício
de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo
ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de
morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão
sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-


lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou


municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
correspondente será contado para fins de
disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de


tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos


proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime


próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios
fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de


cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência
Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

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§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
regime de previdência complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14


oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de
entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto


nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo


do benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e


pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo


ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha
completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que
opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de
permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de


previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de
que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

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§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas


sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que
superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
47, de 2005)

§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência


social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já
existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos,
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o


Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos


recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

III - fiscalização pela União e controle externo e


social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

V - condições para instituição do fundo com finalidade


previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos
recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos
de qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

VI - mecanismos de equacionamento
do deficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime,


observados os princípios relacionados com governança, controle
interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que


desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente,
com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)

IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de


alíquota de contribuições ordinárias e
extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

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Decorre deste princípio, ainda, a necessidade de AVALIAÇÃO ESPECIAL DE


DESEMPENHO para concessão da estabilidade ao servidor público em estágio probatório,
bem como a existência da AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE DESEMPENHO como uma das
condições para perda do cargo, nos termos do Art. 41 da CF:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - em virtude de sentença judicial transitada em


julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada


ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,


na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,


será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor


estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional
ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória


a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para
essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998).
Demais artigos da CF: Art. 37, § 8º; Art. 39, § 2º; O Art. 39, § 7º; Art. 70.

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Além dos princípios expressamente previstos no caput do Art. 37 da Constituição
Federal (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência), a doutrina elenca
outros como princípios gerais do Direito, que decorrem da interpretação constitucional.

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SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO


Este princípio é tido pela doutrina como um dos pilares do regime jurídico-
administrativo. Nesse sentido, o Estado representa o interesse público ou da coletividade, e a
coletividade, em regra, deve prevalecer sobre o interesse privado. A Administração Pública,
em sua relação com os administrados, tem prevalência sobre o interesse privado.

O Regime Democrático adotado no Estado Brasileiro confere à Administração Pública o


poder de representar os interesses da sociedade. É nessa relação que vamos desenvolver a
supremacia do interesse público, que decorre da relação de verticalidade entre o Estado e os
particulares.

Esse princípio não goza de caráter absoluto, pois o Estado também age como se fosse
particular em suas relações jurídicas, geralmente econômicas. Por exemplo, o Estado não
pode abusar da autoridade estatal sobre os direitos e princípios fundamentais dos
administrados, já que estes são os limites da supremacia do interesse público.

Decorre deste princípio o poder de império exercido pela Administração Pública, a qual
poderá impor sua vontade ao particular de forma coercitiva, podendo, inclusive, restringir
seus direitos e impor obrigações, como ocorre no caso da desapropriação e requisição
administrativa. Logicamente que este princípio não goza de caráter absoluto, não tendo
aplicabilidade nos atos praticados de mera gestão administrativa ou quando o poder público
atua como particular nas relações econômicas.

INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


Juntamente com a Supremacia do Interesse Público, o princípio da indisponibilidade do
interesse público forma a base do regime jurídico-administrativo. Por este princípio, a
Administração Pública não pode ser vista como dona da coisa pública, mas apenas gestora. A
coisa pública pertence ao povo, e o Estado é o responsável pelo seu cuidado ou gestão. Como
limitação a esse princípio, existe o princípio da legalidade, que determina os passos e em que
condições a Administração Pública pode se utilizar dos bens públicos, sempre respeitando a
indisponibilidade do interesse público. Destaca-se, ainda, o papel que este princípio exerce
como limitador do princípio da supremacia do interesse público.

Um ponto importante a respeito deste princípio é que os bens públicos são


indisponíveis, não pertencendo aos seus administradores ou aos seus agentes, os quais estão
proibidos, inclusive, de renunciar a qualquer direito ou prerrogativa inerente ao Poder
Público.

RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
Estes princípios são, por vezes, vistos em separado pela doutrina, eles servem para a
limitação da atuação administrativa discricionária, e devem ser vistos em conjunto, como unidade.
A Razoabilidade e a Proporcionalidade decorrem do princípio do devido processo legal e são
princípios utilizados, principalmente, como limitadores da discricionariedade administrativa,
ainda mais quando o ato limitado restringe os direitos do administrado. Trata-se, portanto, de uma
ferramenta para controle de legalidade, que pode gerar a nulidade do ato administrativo. Ao
pensar em Razoabilidade e Proporcionalidade, devemos pensar em dois elementos que os
identificam: adequação e necessidade.

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A melhor forma de verificar a sua utilização prática é no caso concreto. Imaginemos uma
fiscalização sanitária, realizada pelo poder público, em que o administrado é flagrado cometendo
um ilícito sanitário, ou seja, encontra-se um produto com o prazo de validade vencido. Dependendo
da infração cometida, será aplicada uma penalidade administrativa maior ou não. Com a aplicação
dos princípios em tela, a penalidade deve ser necessária, adequada e equivalente à infração
cometida. Os princípios garantem que a sanção aplicada não seja maior que a necessária para
atingir o fim proposto pelo poder público. O que se busca é uma adequação entre os meios e os fins
necessários, de maneira a proibir o excesso na aplicação das medidas.

Em suma, tais princípios constituem a adequação dos meios com a finalidade proposta pela
Administração Pública, com o fim de evitar os excessos cometidos pelo agente público. Em razão
disso, inclusive, há o princípio conhecido como proibição do excesso. Em virtude do exposto, é
importante trabalhar a razoabilidade e a proporcionalidade como unidade.

CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS


Este princípio se traduz pelo próprio nome. Ele exige que a atividade administrativa seja
contínua, não sofra interrupções e seja adequada, com qualidade, para que não ocorram
prejuízos tanto à Administração quanto para os administrados. Apesar disso, há situações
excepcionais em que se permite a interrupção do serviço público. Existem limitações a esse
princípio, tanto para a Administração, quanto para o particular que está incumbido de
executar o serviço público, e sua atuação pode ser percebida no próprio direito de greve do
servidor público, que se encontra condicionado à observância da lei para ser exercido.

O poder de vinculação deste princípio é tão grande, que o particular, ao prestar o serviço
público por delegação, não poderá interrompê-lo, ainda que a Administração Pública não
cumpra sua parte no contrato. Significa dizer que o particular prejudicado no contrato
administrativo não poderá opor a exceção do contrato não cumprido, ficando
desobrigado apenas por decisão judicial transitada em julgado, ou seja, o particular não
pode deixar de cumprir sua obrigação pelo não cumprimento por parte da Administração,
mas o particular pode deixar de prestar o serviço público, quando determinado por decisão
judicial.
O responsável pela prestação do serviço público só ficaria desobrigado da sua prestação
em caso de emergência e desde que haja aviso prévio em situações de segurança, de ordem
técnica ou mesmo por inadimplência do usuário.

AUTOTUTELA
Este princípio permite que a Administração avalie e reveja os próprios atos, tanto em relação
à legalidade do ato, quanto ao aspecto do mérito. Essa possibilidade não impede o ato de ser
apreciado pelo Poder Judiciário, limitando a verificação da legalidade, nunca o mérito. Quando o
ato for revisto em razão de vício de legalidade, ocorre a sua anulação. Se a questão é de mérito
(conveniência e oportunidade), a Administração revoga seus atos.

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Este princípio foi consagrado pelo Supremo por meio da súmula 473:
A Administração pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.

A autotutela dos atos administrativos não depende de provocação, podendo a Administração


analisar, de ofício, os próprios atos. Essa é a ideia primordial da autotutela.

➢ Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros


Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos


Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do
art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso
X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 15/12/98)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e


dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do
respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos


Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da
atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
de 2019)

Seção IV
DAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua


ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º - Lei complementar disporá sobre:


I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com
estes.

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§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na


forma da lei:
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e
preços de responsabilidade do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e
das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa
renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a


recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de
fontes de água e de pequena irrigação.

EXERCÍCIOS
5. Ano: 2020 Banca: Cespe - Determinado estado da Federação pretende instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por agrupamentos
de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum.
Nessa situação, o ente federativo poderá efetivar tal medida mediante

a) Lei ordinária federal.


b) Lei complementar federal.
c) Medida provisória estadual.
d) Lei ordinária estadual de iniciativa do Poder Executivo.
e) Lei complementar estadual de iniciativa parlamentar.

5. Gabarito: E

Nesta questão foi cobrado o conhecimento sobre a organização constitucional


do Estado. A CF/88 apresenta em seu Art. 25, § 3º o seguinte:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

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6. Ano: 2020 Banca: Cespe - A autonomia do Estado para gerir negócios próprios, pela
ação administrativa do governador, denomina-se

a) Autogestão
b) Autolegislação
c) Autoadministração
d) Autogoverno
e) Soberania
6. Gabarito: C

Os entes públicos: União, Distrito Federal, Estados, e Municípios são dotados


de autonomia, portanto é o poder de Direito Público e não soberano. A autonomia é
a capacidade de realizar três funções:
I – AUTO-ORGANIZAÇÃO;
II – AUTOGOVERNO;
III – AUTOADMINISTRAÇÃO;
Nesta questão foram trabalhados esses conceitos, especificamente pelo
comando da questão, a noção de AUTOADMINISTRAÇÃO que se trata da
capacidade que cada ente possui de exercer suas atividades de cunho legislativo,
administrativo e tributário, de acordo com o que está no texto constitucional no Art.
25.

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TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

CAPÍTULO I
➢ SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL

PODER LEGISLATIVO – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO


➢ FUNÇÕES TÍPICAS:
• Elaboração de leis, atos de produção jurídica primária = cria, extingue ou
modifica direitos e obrigações (princípio da legalidade);
• Fiscalização financeira e administrativa dos atos do Executivo (Art. 49, X).

ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO:


CONGRESSO NACIONAL
O Poder Legislativo da União é representado pelo Congresso Nacional, cuja estrutura é
BICAMERAL, ou seja, é formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Essa
previsão encontra-se na Constituição Federal:

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que


se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Não há predominância de uma Casa sobre a outra. A Câmara dá primazia quanto à iniciativa
de Lei.
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Podem ser classificadas em 5 grupos:

I. Legislativa: Art. 48 – Rol Exemplificativo. Elaborar, discutir e aprovar projetos de Lei,


sujeitos à sanção ou ao veto do presidente, em matérias de competência da União.
II. Fiscalização e controle: dos atos do Poder Executivo. Controle externo dos recursos
Públicos, com auxílio do Tribunal de contas da União. Instalação de CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) Art. 58, §3º.

III. Julgamento de crimes de responsabilidade: Presidente, Vice, Ministros de Estado.

IV. Constituintes: Aprovação de Emendas Constitucionais – Poder Constituinte


Reformador, Art. 60.
V. Deliberativa: Art. 49, 51 e 52, Competências exclusivas do Congresso – independem de
sanção ou veto do Presidente – Decretos Legislativos ou Resoluções.

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CÂMARA DOS DEPUTADOS – Art. 45, CF.


ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do


povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada
Território e no Distrito Federal.

Formado por representantes do povo – eleitos em cada Estado, Território e Distrito


Federal.
Mandato de 4 anos – período chamado de LEGISLATURA. Parágrafo Único do Art. 44.
A CF não estabelece um número fixo de Deputados.

SISTEMA PROPORCIONAL

O número de deputados federais é PROPORCIONAL porque varia de acordo com a


POPULAÇÃO (conceito numérico) e é estabelecido no ano anterior ao ano eleitoral por Lei
Complementar (LC 78/93 – 513 DEPUTADOS).

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por


Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de
setenta Deputados.

Assim, são eleitos os candidatos do partido ou da coligação que tiverem o maior número
de votos. É proporcional porque estabelece o número de votos do partido e o número de
cadeiras.

Mínimo de 8 e máximo de 70 deputados.

• LEMBRAR: não precisa ser NATO, apenas maior de 21 anos.

• É de 4 nos Territórios, independentemente do número de habitantes. 45, § 2º.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

SENADO FEDERAL – Art. 46 CF


➢ ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados


e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com


mandato de oito anos.

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§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será


renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.


➢ É órgão do P.L. da União – divisão interna – sem personalidade jurídica. Os atos


praticados pelo Senado são de responsabilidade da União.

Senado é chamado de:


• Câmara Revisora: revisa os projetos de iniciativa da Câmara, porque quando o
projeto é de iniciativa do Senado a revisão será feita pela Câmara.

• Câmara de Equilíbrio: o projeto de lei não aprovado pelo Senado será


arquivado; busca-se um equilíbrio entre a vontade do povo e a vontade dos
entes federados.

➢ Mandato de 2 legislaturas = 8 anos: a cada 4 anos elege-se 1 senador, 4 anos


depois elegem-se 2 senadores - votamos 1/3 e 2/3.
➢ Requisitos para ser senador: igual ao de deputado, mais + de 35 anos, inclusive.
➢ Território não elege senador porque não é ente federativo, não será
representado.

QUÓRUM
É o número mínimo exigido para reunião e votação em órgão colegiado.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as


deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Regra Geral = Maioria de votos, presente a maioria absoluta de membros.

MAIORIA = maior número de votos em um colegiado.


MAIORIA SIMPLES: Maioria dos presentes. Ex.: Lei ordinária (Art. 47).
MAIORIA QUALIFICADA: maioria dos membros do órgão, presentes ou ausentes.
Maioria Absoluta: aprovação por mais da metade dos membros integrantes do
órgão. Ex.: Lei Complementar (Art. 69).
½ + 1 = órgãos pares.
½ + 1 = até o primeiro número inteiro = órgãos ímpares.
Ex.: STF – 11 Ministros – maioria absoluta = 6 e não 7.
• Demais maiorias qualificadas: 3/5 – emendas constitucionais (60, §2º).

➢ Seção II

MUDE SUA VIDA!


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DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL


Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da
República, não exigida está para o especificado nos arts. 49, 51 e 52,
dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do
domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias
Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e
da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
judiciária e do Ministério Público do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de
2012) (Produção de efeito)
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições
financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida
mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, §
2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

A competência do Congresso Nacional para decidir se aprova ou suspende a intervenção


é exclusiva, materializando-se por intermédio de decreto legislativo, conforme Art. 49.

CONTROLE LEGISLATIVO – “VETO LEGISLATIVO”


Se o Presidente, ao criar a Lei delegada, extrapolar os limites da Resolução, poderá o
Congresso Nacional sustar a Lei por meio de Decreto Legislativo, conforme determina o Art.
49, V da CF, que operará efeitos ex nunc.

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DECRETOS LEGISLATIVOS
Decretos Legislativos são atos do Congresso Nacional, destinados à regulamentação de
matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional.
As atribuições que devem ser regulamentadas por Decreto Legislativo estão previstas no
Art. 49 e no Art. 62, §3º, que dispõe sobre os efeitos da medida provisória. Vejamos:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos
ao patrimônio nacional;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a
celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente,
ressalvados os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os
Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de
governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face
da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de
emissoras de rádio e televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da
União;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades
nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

MUDE SUA VIDA!


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Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer


de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação
adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 2, de 1994)

§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal,


à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua
iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para
expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal


poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de
Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo,
importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não -
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de
informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 2, de 1994)
➢ Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de


processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,


quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,


VII.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL

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RESPONSABILIDADES DOS MINISTROS


Os Ministros de Estado podem ser responsabilizados por crimes comuns ou de
responsabilidade.

Se realizarem crimes de responsabilidade conexos ao do Presidente, a competência


para julgar será do Senado federal.

SISTEMA MAJORITÁRIO
Considera-se eleito o candidato com maior número de votos.
COMPETÊNCIA
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República


nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e
os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos
crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os


membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a


escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo
Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão


secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter
permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de


interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais


para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de


crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia


da União em operações de crédito externo e interno;

MUDE SUA VIDA!


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IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da


dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada


inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração,


de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu
mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,


transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art.


89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário


Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das
administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito
Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará


como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a
condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos
do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
sanções judiciais cabíveis.
➢ Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS - ART. 53 A 56, CF:
São prerrogativas, direitos, imunidades e incompatibilidades inerentes à função
parlamentar – reforçam a democracia, na medida em que os parlamentares podem exercer
livremente suas opiniões, palavras e votos e protegidos contra prisões arbitrárias ou
rivalidades políticas.

• Não podem abrir mão da prerrogativa.


• Não se estendem aos suplentes = inerente ao cargo.
• Regras fixadas pela EC 35/2001.

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IMUNIDADES MATERIAL, REAL OU SUBSTANTIVA – ART. 53, CAPUT –


INVIOLABILIDADES – FREEDOM OF SPEECH

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e


penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)

Os Deputados e Senadores são invioláveis civil e penalmente, por opiniões, palavras e


votos proferidos em razão da função parlamentar.

Apesar de não ter previsão Constitucional, a doutrina entende que essa imunidade se
estende às esferas política e administrativa.

Essas opiniões, manifestações e votos podem ser proferidas FORA do âmbito do


Congresso Nacional. De acordo com o STF8 deve existir um laço de implicação recíproca entre
o ato praticado e a qualidade de mandatário político.

A imunidade abrange as entrevistas jornalísticas, pronunciamentos, relatórios, meios


eletrônicos (facebook, twitter etc.)

A imunidade penal é causa excludente de tipicidade - NÃO HÁ CRIME.

Essa imunidade impede que o parlamentar seja condenado – IRRESPONSABILIZANDO-O.

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão


submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de
2001)

IMUNIDADE PROCESSUAL, FORMAL OU ADJETIVA – Art. 53, §2º a 5º - FREEDOM FROM


ARREST.
Os parlamentares federais ficam imunes a constrangimentos inerentes ao processo
penal.
HÁ CRIME – MAS COM ALGUMAS PECULIARIDADES.

Regras sobre prisão:


§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

8
Precedentes: Inq. 1.024 – Min Celso de Mello – garantia inerente à função parlamentar.
HC 89.417 – Min. Carmen Lúcia – manteve as prisões. Inq. 2.332 – Ag.R – Min. Celso de Mello –

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Os parlamentares federais não poderão ser PRESOS, a partir da DIPLOMAÇÃO pela


Justiça Eleitoral (momento antes da posse – investidos no cargo), salvo no caso de flagrante de
crime inafiançável.
Regras para o processo:
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

TERMO INICIAL: crime ocorrido APÓS a diplomação.


• Denúncia oferecida no STF, que deverá dar ciência à Casa respectiva.
• Partido Político com representação na Casa poderá fazer pedido de sustação da
ação penal para a Mesa que, após o pedido, terá um prazo de 45 dias para, por
MAIORIA ABSOLUTA dos membros (quórum qualificado), SUSTAR o andamento
da ação penal. Observe que a imunidade fica condicionada ao pedido de
sustação; se este não for realizado, não haverá imunidade.
• Sustação suspende a PRESCRIÇÃO.

• Quando poderá requerer a sustação? Até o final da decisão da ação penal.


• 45 dias é o prazo para a Mesa Diretora decidir sobre o pedido de sustação.

Não há imunidade processual para crimes cometidos ANTES da diplomação.

Desde a expedição do diploma até o término do mandato, os parlamentares serão


processados e julgados, por crimes comuns, inclusive contravenções, pelo STF.
➢ Trata-se de Competência por prerrogativa de função (PP).
➢ Essa prerrogativa não se estende às causas de natureza cível ou administrativa.

Encerrado o Mandato, continua o processo no STF? NÃO! Deve ser encaminhado ao Juiz
natural.

Entretanto, o STF tem entendido pela prorrogação de sua competência em duas


situações:

- quando já iniciado o julgamento;


- renúncia de Parlamentar com o objetivo de deslocar competência do Tribunal.9

9
AP 396/RO
QUESTÃO DE ORDEM NA AÇÃO PENAL. DEPUTADO FEDERAL. RENÚNCIA AO MANDATO. ABUSO DE DIREITO:
RECONHECIMENTO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA CONTINUIDADE DO JULGAMENTO
DA PRESENTE AÇÃO PENAL. DENÚNCIA. CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. ALEGAÇÕES DE NULIDADE DA
AÇÃO PENAL, DE INVESTIGAÇÃO PROMOVIDA POR ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE PRIMEIRO GRAU, DE
OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL, DE CRIME POLÍTICO, DE INÉPCIA DA DENÚNCIA, DE CONEXÃO E
DE CONTINÊNCIA: VÍCIOS NÃO CARACTERIZADOS. PRELIMINARES REJEITADAS. PRECEDENTES. CONFIGURAÇÃO DOS
CRIMES DE PECULATO E DE QUADRILHA. AÇÃO PENAL JULGADA PROCEDENTE. 1. Renúncia de mandato: ato legítimo.
Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências constitucionalmente

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➢ O pedido de licença do parlamentar para ocupar outro cargo não afasta a


prorrogativa de foro.

TERMO INICIAL: Diplomação.


REGRA GERAL: Não podem ser presos, seja a prisão penal ou a prisão civil
(alimentos). (Art. 5º, LXVII).
EXCEÇÃO: FLAGRANTE DE CRIME INAFIANÇÁVEL.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no


prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)

PROCEDIMENTO: envio dos autos (24h) para a Casa a que pertence o parlamentar para
que, por maioria ABSOLUTA, resolva sobre a prisão. Ele continua preso se a Casa concordar
com a prisão, senão deve ser solto. Voto aberto.

Apesar de não ter previsão Constitucional, o STF entende pela possibilidade de prisão
dos parlamentares por decisão judicial transitada em julgado.
STF – pode ser preso em decorrência de decisão judicial transitada em
julgado, mesmo se a Casa não determinar a perda do mandato, Art. 55, §2º e 3º.
Precedente: Inq. 510/DF – Min. Celso de Mello.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar


o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)

ATENÇÃO!
Delitos cometidos ANTES da DIPLOMAÇÃO: não há imunidade, mas com a diplomação haverá
prerrogativa de foro. Encerrado o mandato, voltam os autos para o juiz natural.

DEMAIS PRERROGATIVAS

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar


sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)

definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para
impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. 2. No caso, a
renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27 de outubro de 2010, véspera do julgamento da
presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: pretensões nitidamente incompatíveis com os princípios e as
regras constitucionais porque exclui a aplicação da regra de competência deste Supremo Tribunal. 9. Questão de
ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência da competência deste Supremo Tribunal Federal para
continuidade do julgamento. 10. Preliminares rejeitadas. 11. Ação penal julgada procedente.

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§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores,


embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de
prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante


o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:


a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de Direito
Público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista
ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades
constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de Direito
Público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas
entidades referidas no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades
a que se refere o inciso I, a;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

PERDA DO MANDATO
As hipóteses de perda do mandato parlamentar estão elencadas no artigo 55 da CF e
podem ocorrer de duas formas:

CASSAÇÃO DO MANDATO (perda endógena) – nas hipóteses dos incisos I, II e VI. c/c §2º
- Art. 55.
Nessas hipóteses, a perda do mandato depende da decisão da maioria absoluta dos
membros e por meio de voto secreto.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo


anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro


parlamentar;

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III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça


parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença
ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta


Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos


definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será


decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
76, de 2013)

EXTINÇÃO DO MANDATO – perda exógena – nas hipóteses dos incisos III, IV e V c/c §3º
- Art. 55.
A mesa terá a função apenas de declarar a perda do mandato.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada


pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de
qualquer de seus membros, ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou


possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus
efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e
3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de
1994)

NÃO PERDE O MANDATO

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de


Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território,
de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para


tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste
caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão
legislativa.

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§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em


funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte
dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para


preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do
mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar


pela remuneração do mandato.

ATENÇÃO: ao parlamentar afastado não se estende a imunidade material, uma vez que o
parlamentar não está no exercício das suas funções.

Seção VI

PODER LEGISLATIVO

DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital


Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de
dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50,
de 2006)

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para


o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados,
domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do


projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

SESSÃO CONJUNTA
Em regra, a deliberação das Casas se dá separadamente, contudo para deliberar a
respeito de alguns temas, poderá ocorrer sessão conjunta. É o que dispõe o Art. 57, §3º.

• inaugurar a sessão legislativa;


• elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas
Casas;
• receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
• conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara


dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta
para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
comuns às duas Casas;

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III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da


República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

SESSÃO PREPARATÓRIA

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a


partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a
posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
cargo na eleição imediatamente subsequente. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente


do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal.

SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA

É aquela ocorrida no recesso parlamentar. A sessão legislativa extraordinária poderá ser


convocada:
• PRESIDENTE DO SENADO: em caso de decretação de estado de defesa, de
intervenção federal, autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente;
• PRESIDENTE DA REPÚBLICA;
• PRESIDENTE DA CÂMARA;
• PRESIDENTE DO SENADO;
• Requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas. Nos últimos casos,
por URGÊNCIA ou RELEVANTE INTERESSE PÚBLICO.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-


á: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de


estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de
autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos


Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos
membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do
Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 50, de 2006)

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§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional


somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de
parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação


extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente
incluídas na pauta da convocação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA:


É o período de reunião ordinária dos Parlamentares e ocorre em dois períodos
legislativos, de 02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12.
Cada legislatura (4 anos) é formada por 4 sessões legislativas.

Recesso Parlamentar: 18 a 31/07 e 23/12 a 1º/02. Nesse período o Congresso não


funciona, salvo se for convocada Sessão Extraordinária.

➢ Seção VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.

MESAS
As Mesas Diretoras de cada Casa são órgãos diretivos formadas por parlamentares
eleitos para dirigir os trabalhos legislativos pelo prazo de 2 anos, vedada a recondução;
quanto a sua composição deverá ser assegurado a representação proporcional aos partidos
políticos ou blocos parlamentares. As funções são de natureza executiva, ou seja: direção,
supervisão, polícia, administração e execução.

Para não confundir!

MUDE SUA VIDA!


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§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada,


tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou
dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

COMISSÕES PARLAMENTARES

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:


I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do
regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de
um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre


assuntos inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de


qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e


setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

TEMPORÁRIA OU ESPECIAL: Regimento Interno. Criadas para analisar matéria


específica, sendo que uma vez cumprida a finalidade ou terminando o mandato, ela é extinta.

QUANTO À SUA FORMAÇÃO:


• COMISSÃO EXCLUSIVA: composta apenas por membros da Câmara ou do
Senado.
• COMISSÃO MISTA: formada por Deputados e Senadores para analisar assuntos
que geralmente são examinados em sessão conjunta. Ex.: Comissão Mista
Permanente de Orçamento – Art. 166, §1º.

Outras comissões em virtude das suas peculiaridades também devem ser analisadas:

• COMISSÃO REPRESENTATIVA:
Constituída durante o recesso parlamentar para Representação do Congresso e eleita na
última sessão ordinária do período legislativo. Competências definidas pelo R.I.

• COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO: Art. 58, §3º. - CPI


São Comissões de natureza temporária, criadas para investigar fato certo e determinado.
Trata-se de verdadeira função típica do Poder Legislativo de fiscalização. Observemos o que
dispõe o Art. 58, §3º da CF:

MUDE SUA VIDA!


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§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.

Assim, podemos concluir que:

Criação: pode ser criada tanto no âmbito da Câmara quanto no âmbito do Senado, de
forma exclusiva ou pode ser mista.
Requerimento: de 1/3 dos membros. (Ex.: 171 Deputados ou 27 Senadores).
Apuração: fato determinado.
Prazo: certo – é temporária.

Durante todo o trâmite, deve ser assegurada a ampla defesa e o contraditório.


Poderes:
A CPI tem poderes próprios das autoridades JUDICIAIS, além dos previstos nos
regimentos internos. Assim, a CPI realiza investigação, um INQUÉRITO PARLAMENTAR. –
colher elementos de prova para informar um juízo de acusação.

A CPI PODE:
• Ouvir testemunhas, sob pena de Condução Coercitiva (compromisso de dizer a
verdade sob pena de falso testemunho). Particulares ou autoridades públicas.
• Ouvir investigado – direito à não autoincriminação (permanecer em silêncio,
não produzir prova contra si).
• Quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico (registros de chamadas).

Entretanto, esses poderes não são absolutos.


A CPI NÃO PODE: princípio da Reserva Constitucional de Jurisdição (atos exclusivos
do Judiciário)
• Decretar prisão – apenas em flagrante.
• Quebrar o sigilo das comunicações telefônicas: Art. 5º XII - Interceptação ou
escuta telefônica (só com ordem judicial).
• Diligência de busca domiciliar: Art. 5º XI.
• Indisponibilidade de bens.

CONCLUSÕES: uma vez que a CPI não é órgão de acusação ou julgamento, ela não pode
julgar ninguém. Conclusões devem ser encaminhadas para o MP, que deverá promover a
responsabilização civil ou criminal.
Devem ser MOTIVADAS sob pena de nulidade, à semelhança das decisões judiciais.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do
Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a
proporcionalidade da representação partidária.

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➢ Seção VIII

DO PROCESSO LEGISLATIVO
• Subseção I
Disposição Geral

INTRODUÇÃO
O Poder Legislativo exerce de forma típica a função legislativa ou também chamada de
legiferante, que é a de produzir os chamados atos normativos primários (leis ordinárias, leis
complementares, emendas constitucionais), os quais inovam a ordem jurídica e encontram
fundamento de validade na própria Constituição, ou seja, não regulamentam atos
infraconstitucionais.

Dessa forma, o processo legislativo corresponde às etapas para elaboração dessas


espécies normativas de competência do Poder Legislativo. O regramento para a elaboração
dessas normas encontra previsão tanto na CF quanto nos regimentos internos das Casas
Legislativas. Contudo, o que nos importa são as disposições constitucionais sobre o tema.
As espécies normativas que se submetem ao processo legislativo estão previstas no Art.
59 da CF:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,


redação, alteração e consolidação das leis.

A violação de qualquer uma das etapas constitucionalmente estabelecidas para o


processo legislativo implica a inconstitucionalidade formal do ato.
Ressalta-se que o processo legislativo não é cláusula pétrea, podendo ser alterado por
meio de emenda constitucional.

CLASSIFICAÇÃO
Quanto à forma de organização política, o nosso processo legislativo é classificado como
indireto ou representativo, uma vez que as espécies normativas são elaboradas por
representantes eleitos diretamente pelo povo.

MUDE SUA VIDA!


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Quanto ao rito os processos legislativos, podem ser:


I - Ordinário;
II - Sumário;
III - Especial.

O processo legislativo ordinário é aquele que se destina à elaboração das leis ordinárias.
O processo legislativo sumário apresenta somente uma diferenciação em relação ao ordinário,
a existência de prazo para que o Congresso Nacional delibere sobre determinado assunto. Os
processos legislativos especiais são destinados à elaboração das emendas à Constituição, leis
complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções.

Analisaremos, neste momento, o processo legislativo ordinário.

PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO


É aquele destinado à elaboração das leis ordinárias. Esse processo é dividido em três
grandes fases, nessa ordem:
• Iniciativa ou introdutória;
• Constitutiva: que se desdobra em deliberação parlamentar e deliberação
executiva;
• Complementar ou integrativa de eficácia: que se desdobra nas etapas de
promulgação e publicação das leis.

Essa fase é a de iniciativa da lei, que pode deflagrar, iniciar o processo legislativo.
A iniciativa legislativa é a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para
apresentar projetos de lei junto ao Poder Legislativo.
Podemos classificar a iniciativa em três tipos:

a) geral (comum ou concorrente);

b) reservada (privativa ou exclusiva);

c) popular.

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Subseção II

DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO

São duas as espécies de poder constituinte: o originário e o derivado.

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


O poder constituinte originário é o poder de elaborar uma nova Constituição e pode ser:
➢ HISTÓRICO: que ocorre com a criação de um novo Estado (poder constituinte
originário histórico).
➢ REVOLUCIONÁRIO: quando há a substituição de uma Constituição por outra
(poder constituinte originário revolucionário).

Existem dois momentos de atuação do Poder Constituinte originário:


• Poder Constituinte Material: que é quando politicamente se decide pela criação
de um Estado ou de uma nova Constituição – é a ideia de um direito.
• Poder Constituinte Formal: que ocorre quando essa ideia é formalizada em um
texto, transformando a ideia em texto jurídico.

O poder constituinte originário possui 5 características, de acordo com a doutrina


tradicional:
• Político: o poder constituinte originário é político, extrajurídico ou pré-jurídico,
pois é ele que faz nascer uma ordem jurídica, rompendo definitivamente com a
anterior.
• Inicial: é a base de tudo; toda a ordem jurídica decorre da Constituição criada,
sem referência de norma precedente.
• Incondicionado: não está vinculado a nenhuma forma ou procedimento
anterior.
• Permanente: o poder constituinte não se encerra com a elaboração da
Constituição, ele fica em estado de “dormência”, podendo ser “acordado” para
uma nova manifestação.
• Ilimitado ou autônomo: essa característica refere-se ao aspecto jurídico, no
sentido de que o legislador constituinte tem liberdade de atuação, podendo
mudar tudo o que se conhece ou que se tem previamente estabelecido, inclusive
as cláusulas pétreas.
Essa autonomia significa também que nem mesmo o Poder Judiciário poderia fiscalizar a
validade das normas que seriam inseridas na Constituição, ou seja, não há controle de
constitucionalidade de uma nova Constituição.
Há correntes minoritárias que defendem que o PCO encontraria limite no Direito
Internacional, especialmente em normas de direitos humanos. Entretanto, a corrente
majoritária positivista entende que não há limites à atuação do PCO.

Quando surge uma nova Constituição, todas as leis anteriores são revogadas?

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PODER CONSTITUINTE DERIVADO


É o poder de modificar a Constituição e também de elaborar Constituições Estaduais.
O PCD é assim chamado porque ele é criado pelo poder constituinte originário,
estabelecido e regulado na própria Constituição.
São características do PCD:
a) Jurídico: integra o Direito; seu exercício é regulado pelo Direito.
b) Derivado: porque decorre do originário.
c) Limitado ou subordinado: o seu exercício encontra limites constitucionais, que
podem ser expressos ou implícitos, que são as chamadas cláusulas pétreas. Por conta
disso, o seu exercício pode ser submetido ao controle de constitucionalidade.
d) Condicionado: deve seguir a forma e os procedimentos preestabelecidos na própria
Constituição, sob pena de inconstitucionalidade.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR

É o poder de reformar, alterar a Constituição, respeitadas algumas regras e limites


estabelecidos na CF. Esse poder foi dado ao Congresso Nacional mediante dois
procedimentos: a) a revisão constitucional (Art. 3º ADCT); b) as emendas constitucionais
(Art. 60 CF).

➢ REVISÃO CONSTITUCIONAL
Prevista no Art. 3º do ADCT estabelece um procedimento simplificado de alteração da
CF, que foi realizada 5 anos após a promulgação da CF, em razão das discussões durante o
trabalho da Assembleia Nacional Constituinte em 1988:

Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos,


contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.

Assim, 5 anos depois da promulgação, a CF poderia ser alterada por meio de um


procedimento simples, menos rígido que o das emendas constitucionais. Isso porque durante
os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte houve muito debate a respeito da forma e
do sistema de governo que deveria ser adotado no país.

Sendo assim, foi adotada em caráter temporário a forma de governo republicana e o


sistema de governo presidencialista, tendo sido assegurado que o povo brasileiro deveria
decidir, em 1993, por meio de plebiscito, qual a forma de governo e o sistema de governo que
deveriam vigorar no País. Conforme Art. 2º do ADCT:

Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, por meio


de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o
sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que
devem vigorar no País.

MUDE SUA VIDA!


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Se o povo optasse pela monarquia e/ou pelo parlamentarismo, a CF deveria ser


substancialmente alterada, por isso o Constituinte previu a revisão constitucional, que
estabelece esse procedimento mais fácil, simplificado para alteração da Constituição.

Esse procedimento então se encerrou em junho de 1994 e foram realizadas 6 emendas


constitucionais de revisão (ECR), as quais, entretanto, não tiveram grande relevância jurídica,
já que o povo não alterou a forma e o sistema de governo adotados em 1988.

São essas as ECR:

EMENDA 1 – março de 1994: acrescentou os artigos 71, 72 e 73 ao ADCT, criando o


chamado Fundo Social de Emergência:
Art. 1.º Ficam incluídos os Arts. 71, 72 e 73 no Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, com a seguinte redação:

Art. 71. Fica instituído, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, o


Fundo Social de Emergência, com o objetivo de saneamento
financeiro da Fazenda Pública Federal e de estabilização
econômica, cujos recursos serão aplicados no custeio das ações dos
sistemas de saúde e educação, benefícios previdenciários e auxílios
assistenciais de prestação continuada, inclusive liquidação de
passivo previdenciário, e outros programas de relevante interesse
econômico e social.

Parágrafo único. Ao Fundo criado por este artigo não se aplica, no


exercício financeiro de 1994, o disposto na parte final do inciso II do
§ 9.º do art. 165 da Constituição.

Art. 72. Integram o Fundo Social de Emergência:

I - o produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de


qualquer natureza incidente na fonte sobre pagamentos efetuados,
a qualquer título, pela União, inclusive suas autarquias e
fundações;

II - a parcela do produto da arrecadação do imposto sobre


propriedade territorial rural, do imposto sobre renda e proventos de
qualquer natureza e do imposto sobre operações de crédito, câmbio
e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, decorrente
das alterações produzidas pela Medida Provisória n.º 419 e pelas
Leis n.ºs 8.847, 8.849 e 8.848, todas de 28 de janeiro de 1994,
estendendo-se a vigência da última delas até 31 de dezembro de
1995;

III - a parcela do produto da arrecadação resultante da elevação da


alíquota da contribuição social sobre o lucro dos contribuintes a
que se refere o § 1.º do art. 22 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de
1991, a qual, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, passa a ser
de trinta por cento, mantidas as demais normas da Lei n.º 7.689, de
15 de dezembro de 1988;

IV - vinte por cento do produto da arrecadação de todos os impostos


e contribuições da União, excetuado o previsto nos incisos I, II e III;

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V - a parcela do produto da arrecadação da contribuição de que


trata a Lei Complementar n.º 7, de 7 de setembro de 1970, devida
pelas pessoas jurídicas a que se refere o inciso III deste artigo, a qual
será calculada, nos exercícios financeiros de 1994 e 1995, mediante
a aplicação da alíquota de setenta e cinco centésimos por cento
sobre a receita bruta operacional, como definida na legislação do
imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza;

VI - outras receitas previstas em lei específica.

§ 1.º As alíquotas e a base de cálculo previstas nos incisos III e V


aplicar-se-ão a partir do primeiro dia do mês seguinte aos noventa
dias posteriores à promulgação desta Emenda.

§ 2.º As parcelas de que tratam os incisos I, II, III e V serão


previamente deduzidas da base de cálculo de qualquer vinculação
ou participação constitucional ou legal, não se lhes aplicando o
disposto nos arts. 158, II, 159, 212 e 239 da Constituição.

§ 3.º A parcela de que trata o inciso IV será previamente deduzida


da base de cálculo das vinculações ou participações constitucionais
previstas nos arts. 153, § 5.º, 157, II, 158, II, 212 e 239 da
Constituição.
§ 4.º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos recursos
previstos no art. 159 da Constituição.

§ 5.º A parcela dos recursos provenientes do imposto sobre


propriedade territorial rural e do imposto sobre renda e proventos
de qualquer natureza, destinada ao Fundo Social de Emergência,
nos termos do inciso II deste artigo, não poderá exceder:

I - no caso do imposto sobre propriedade territorial rural, a oitenta


e seis inteiros e dois décimos por cento do total do produto da sua
arrecadação;

II - no caso do imposto sobre renda e proventos de qualquer


natureza, a cinco inteiros e seis décimos por cento do total do
produto da sua arrecadação.

Art. 73. Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá


ser utilizado o instrumento previsto no inciso V do art. 59 da
Constituição.

EMENDA 2 – 7 de junho de 1994: alterou o caput do art. 50 e seu § 2º, apenas para
acrescentar a expressão ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República. Vejamos o texto:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer


de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação

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adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de


Revisão nº 2, de 1994)

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal


poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de
Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo,
importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de
informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

EMENDA 3 – 7 de junho de 1994: alterando os seguintes dispositivos:

Art. 12, I, c que trata da Nacionalidade potestativa e que foi


inclusive alterada pela EC 54/2007;
Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que sejam registrados em repartição brasileira competente,
ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da
maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira; (redação originária)
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade
brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,


desde que sejam registrados em repartição brasileira competente
ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 54, de 2007)

Alterou o art. 12, II, alínea b que trata da naturalização


extraordinária, reduzindo de 30 anos para 15 anos o tempo de
residência.

Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. (redação originária)

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na


República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

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Alterou o art. 12, §, 1º da CF que trata do Português equiparado,


retirando-lhes o direito de brasileiro nato:

§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se


houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (redação originária)

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)

Alterou o § 4º do art. 12, incluindo as alíneas do inciso II que trata


das possibilidades de cumulação da nacionalidade brasileira:

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação


dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao


brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº
3, de 1994)

EMENDA 4 – 7 de junho de 1994: alterou o § 9º do art. 14 da Constituição Federal:

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade


e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta. (redação original).

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade


e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração
direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)

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EMENDA 5 – 7 de junho de 1994: alterou o art. 82 da CF, reduzindo mandato do


Presidente da República de 5 anos para 4 anos.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de cinco anos,


vedada a reeleição para o período subsequente, e terá início em 1º
de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Vide Emenda
Constitucional de Revisão nº 5, de 1994)

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e


terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua
eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16,
de 1997)

EMENDA 6 – 7 de junho de 1994: acrescenta o § 4º ao art. 55 da Constituição Federal.

Art. 55. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que


vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo,
terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam
os §§ 2º e 3º.

São CARACTERÍSTICAS do processo de revisão constitucional:


Procedimento simplificado: basta a decisão da maioria absoluta do Congresso em
sessão UNICAMERAL, com promulgação pela própria Mesa do Congresso Nacional.
Tempo para realização: a sua realização estava autorizada apenas após 5 anos após a
promulgação da Constituição.

Assim, após a sua realização, esgotou-se essa forma de modificação da CF, não podendo
sequer ser estabelecida nova hipótese de procedimento simplificado. Qualquer alteração na
CF deverá ser feita pelo procedimento das emendas constitucionais.

Limitado: por ser PCD Reformador, deve respeito às limitações constitucionais.

Não se aplica aos Estados-Membros: a revisão ocorreu apenas para a CF.

EMENDAS CONSTITUCIONAIS
As emendas constitucionais, por sua vez, permitem a alteração do texto constitucional
por meio de um procedimento rígido. Essa dificuldade assegura a supremacia da CF sobre as
demais normas. Assim, com o exaurimento da revisão constitucional, as emendas
constitucionais são o único meio legítimo de se alterar a redação do texto Constitucional.

O processo de elaboração de um EC compreende as seguintes etapas:


Iniciativa: quem pode elaborar proposta de Emenda Constitucional.

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Limitações Expressas ao Poder de Reformar:


• Limitações Circunstanciais: a CF não pode ser emendada na vigência de estado
de defesa, estado de sítio e intervenção federal. Art. 60, parágrafo primeiro da
CF:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados


ou do Senado Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.

Cumpre observar que não cabe iniciativa popular de Emenda Constitucional.

Circunstanciais: a CF proíbe alterações durante algumas circunstâncias excepcionais,


graves, como, por exemplo, no caso do estado de defesa, estado de sítio e na intervenção
federal, conforme Art. 60, § 1º da CF:

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de


intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Deve-se atentar que a CF não admite iniciativa popular de Projeto de Emenda


Constitucional.

FASE CONSTITUTIVA:
Deverá ocorrer discussão e votação por duas vezes em cada uma das Casas em dois
turnos, considerando-se aprovada se tiver aprovação em cada turno de votação de 3/5 dos
votos dos respectivos membros de cada Casa – maioria qualificada.

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso


Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

No processo de elaboração das Emendas não existe a fase de deliberação Executiva,


sanção ou veto, do Presidente da República, de modo que uma vez aprovada a EC ela será
encaminhada diretamente para promulgação.

• PROMULGAÇÃO: a promulgação deverá ser feita pelas mesas da Câmara e do


Senado, ou seja, não será feita pelo Presidente da República.

MUDE SUA VIDA!


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§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da


Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.

Limitações ao poder de reforma


➢ São limitações ao poder de reforma:
Temporais: A limitação temporal consiste na proibição de reforma da CF por um
período determinado de tempo, essa limitação não existe na nossa Constituição.
Alguns doutrinadores defendem que a CF apenas trouxe esta limitação para o poder de
revisão, conforme Art. 3º, ADCT.

Circunstanciais: A CF proíbe alterações durante algumas circunstâncias excepcionais,


graves, como, por exemplo, no caso do estado de defesa, estado de sítio e na intervenção
federal, conforme Art. 60, § 1º da CF:

Materiais: algumas matérias não podem ser abolidas do texto constitucional, são as
chamadas cláusulas pétreas. Observe que o que não pode é extinguir, abolir, sendo possível a
sua relativização. Essas limitações podem ser expressas ou implícitas.

As limitações expressas encontram-se elencadas no Art. 60, § 4º da CF e são chamadas de


cláusulas pétreas expressas ou explícitas.

Materiais: algumas matérias não podem ser abolidas do texto constitucional, são as
chamadas cláusulas pétreas. Deve-se observar que o que não pode é extinguir, abolir, sendo
possível a sua relativização. Essas limitações podem ser expressas ou implícitas.

As limitações expressas encontram-se elencadas no Art. 60, § 4º, da CF e são chamadas de


cláusulas pétreas expressas ou explícitas.

Limitações Materiais: as Cláusulas Pétreas. Art. 60, §4º

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente


a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

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As cláusulas pétreas são núcleos temáticos formados por institutos jurídicos de grande
importância, os quais não podem ser retirados da Constituição. Cumpre frisar que o texto
proíbe a abolição destes direitos e garantias, ou seja, a sua descaracterização, a violação de
seu núcleo essencial, contudo não impede que eles sejam modificados, relativizados, para
melhor.

É importante notar que o texto constitucional prevê, no inciso IV, como sendo cláusulas
pétreas apenas os direitos e as garantias individuais. Dessa forma, pela literalidade da
Constituição, não são todos os direitos fundamentais que são protegidos por este instituto,
mas apenas os de caráter individual.
Contudo, para o STF e para as principais bancas, especialmente a CESPE,
todos os direitos fundamentais são considerados CLÁUSULAS PÉTREAS.

As limitações implícitas apontadas pela doutrina são:

• O processo de modificação da Constituição, seja das emendas, seja da revisão.


• Reformar as próprias limitações expressas.
• Impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte originário e o do
derivado reformador.
• O próprio poder constituinte originário.

PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE ABSOLUTA


O projeto de EC que não for aprovado (que for rejeitado) não poderá ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.

Processuais ou formais: a CF estabelece procedimentos a serem observados para


alteração do seu texto, sendo esse mais difícil do que o processo de alteração das leis; é o que
caracteriza a Constituição como rígida, pois assegura maior estabilidade à vontade do poder
constituinte originário.

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou


havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.

Subseção III

DAS LEIS

Iniciativa GERAL

A regra geral para a iniciativa está prevista no Art. 61 da CF, o qual autoriza diversas
pessoas ou órgãos a deflagrar o processo legislativo, sobre qualquer matéria, ressalvadas
aquelas de iniciativa reservada:

MUDE SUA VIDA!


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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a


qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores,
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Constituição.

Cumpre observar que essa hipótese é bastante ampla e democrática, possibilitando a


todos os três Poderes e aos cidadãos o exercício da iniciativa de projetos de lei ordinária e
complementar. Dessa forma, percebe-se que a iniciativa de lei pode ser parlamentar (quando
o projeto é apresentado por membro ou Comissão das Casas Legislativas) ou
extraparlamentar.

A iniciativa concorrente caracteriza-se quando uma competência para iniciativa é


atribuída a mais de uma pessoa simultaneamente. Por exemplo: competência para iniciar
projeto de lei sobre o MPU, que é tanto do Presidente quanto do Procurador-Geral da
República.

Ressalta-se que quem apresentar o projeto também pode solicitar a sua


retirada, ou seja, desistir do projeto. Contudo, dependerá de aprovação das Casas
Legislativas.

Iniciativa RESERVADA
É aquela que existe quando apenas determinados órgãos ou agentes políticos podem
propor leis sobre uma matéria específica. Se outro órgão ou agente propuser uma lei de
iniciativa reservada, essa lei será inconstitucional por vício formal de iniciativa.

A CF usa a expressão privativa; contudo o melhor termo é iniciativa reservada ou


exclusiva, pois a competência para a iniciativa não pode ser delegada.

Os principais casos de iniciativa reservada são:


A) DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis
que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na


administração direta e autárquica ou aumento de sua
remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e


orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;

MUDE SUA VIDA!


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c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,


provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da


União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração


pública, observado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de


cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)

São ainda de iniciativa reservada do Presidente as LEIS ORÇAMENTÁRIAS


federais – Lei do Plano Plurianual – PPA; Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e
Lei do Orçamento Anual – LOA.
As matérias de iniciativa privativa do Presidente são, pelo Princípio da
Simetria, de atribuição privativa para Governadores e Prefeitos nas suas esferas.

INICIATIVA DE LEI TRIBUTÁRIA


É pertinente observar que quanto à competência do inciso II, “b”, a competência é
privativa do Presidente apenas para dispor sobre esses temas nos Territórios.
Dessa forma, não é privativa do Presidente da República a competência para dispor
sobre projetos de iniciativa de matéria tributária.

B) DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E TRIBUNAIS SUPERIORES


Algumas matérias são de iniciativa reservada ao Poder Judiciário em virtude do
princípio da separação dos poderes, que assegura autonomia administrativa ao Poder
Judiciário.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá


sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)

Art. 96. Compete privativamente:


II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio
de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias. (Grifo nosso)

MUDE SUA VIDA!


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C) DO TRIBUNAL DE CONTAS
Apesar de o Tribunal de Contas da União (TCU) não estar previsto no Art. 61, CF,
entende-se que este detém a iniciativa da lei (ou leis), apenas reguladora de seus cargos,
serviços e funções, com fundamento no Art. 73 c/c Art. 96, II, da CF. O Tribunal de Contas tem,
também, com base no mesmo fundamento, a iniciativa de lei de organização do Ministério
Público que atua junto à Corte de Contas (Art. 130, CF).

D) MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público pode ter iniciativa de processo legislativo referente à criação e extinção
de cargos de seus membros e de seus servidores auxiliares

Ressalta-se que essa competência é exercida de forma CONCORRENTE com o Presidente


da República, conforme artigo 61, § 1º, II, d, CF.

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à


Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles.

É importante lembrar que é possível IP na esfera estadual – a depender de lei estadual e,


na esfera municipal, nos termos do Art. 29, XIII da CF.

MEDIDAS PROVISÓRIAS
A CF aboliu a espécie normativa Decreto-Lei, tendo sido substituída pela figura da
Medida Provisória, que inobstante não ser uma lei, tem força de Lei.

Dizer que uma norma tem força de lei significa dizer que a norma exerce alguns dos
efeitos da lei, a MP, portanto, opera:
• - Eficácia formal: posto que determina a suspensão da vigência de atos
contraditórios e não revogação como acontece com a lei.
• - Eficácia material: vinculatividade – produz efeitos jurídicos.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Legitimidade
Trata-se de Ato Executivo do Presidente da República – monocrático e unipessoal.
Competência EXCLUSIVA.

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Pressupostos
Relevância: objeto da medida fundamental para o interesse público.
Urgência: a satisfação daquele interesse público não pode aguardar mais do que 100
dias – pedido de urgência.

➢ Limitações Constitucionais
A MP não poderá disciplinar qualquer matéria, conforme Art. 62, § 1º da CF:

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre


matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de


2001)

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e


direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a


carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e


créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art.
167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular


ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

SERIA POSSÍVEL IMPOR UM PRAZO PARA OS LEGITIMADOS, DE FORMA RESERVADA,


LEGISLAREM?

A resposta é NÃO!

Devido ao Princípio da Separação de Poderes, o Poder Legislativo não pode fixar prazo
para que o detentor da iniciativa reservada apresente projeto de lei sobre determinada
matéria, ressalvados os casos em que o prazo for definido pela própria Constituição. Com base
no mesmo fundamento, também não cabe ao Judiciário obrigar órgão ou autoridade de outro
Poder a exercer tal iniciativa.

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Entretanto, devido à previsão expressa da Constituição, pode o Poder Judiciário, por


meio de mandado de injunção ou ação direta de inconstitucionalidade por omissão,
reconhecer a mora do detentor da iniciativa reservada e, em consequência disso, declarar a
inconstitucionalidade de sua inércia.

Iniciativa POPULAR
A CF autoriza a iniciativa popular, tanto de projetos de lei ordinária quanto de projetos
de lei complementar; contudo, não prevê essa possibilidade para propostas de emendas
constitucionais.

A iniciativa popular de leis editadas pela União exige a subscrição de, no mínimo, 1%
(um por cento) do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, 5 (cinco) Estados
brasileiros, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles.

§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de


impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

É importante lembrar que é possível IP na esfera estadual – a depender de lei estadual e,


na esfera municipal, nos termos do Art. 29, XIII da CF.

Iniciativa reservada e emenda parlamentar

É possível que na fase constitutiva um projeto de iniciativa reservada sofra alterações no


seu texto – emendas. Contudo, essa possiblidade não é absoluta.
Só pode ocorrer emenda de projeto de iniciativa reservada se:
- mantiver pertinência temática com o projeto original;
- não acarretar aumento de despesa ao projeto original, ressalvados os projetos
orçamentários de iniciativa reservada ao Presidente.

Vício de iniciativa e sanção

Se um projeto de lei for proposto por uma pessoa que não tenha legitimidade para tanto,
ainda que o Presidente sancione o projeto de lei, ainda assim ela será inconstitucional, mesmo
que a iniciativa seja reservada ao próprio Presidente. Isso porque, de acordo com o STF, a
sanção de projeto de lei não convalida o vício de iniciativa.
Prazo
O prazo de duração é de 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período.
Essa prorrogação se dá de forma automática caso a apreciação da MP não tenha sido
concluída pelas Casas Legislativas.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12


perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei
no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez
por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

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Procedimento
Como a CF não estabeleceu o procedimento para elaboração do Decreto Legislativo, esse
tema é objeto de Regimento Interno das Casas, destacando-se apenas a necessidade de
aprovação em ambas as Casas do Congresso Nacional, sendo que não haverá sanção ou veto
do Presidente da República.

Processo
• Da adoção da MP pelo Presidente da República, submete-a, de imediato, ao
Congresso Nacional.

• Chegando ao Congresso Nacional, ele terá um prazo de 60 dias prorrogável por


mais 60 para apreciar a MP, que é o prazo de vigência da MP, sendo que esse
prazo não corre durante o recesso parlamentar.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da


medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso
do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional


sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio
sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

Caso a MP não seja apreciada em até 45 dias, ela entrará em regime de urgência,
trancando a pauta de votação.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e


cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de
urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de


medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua
publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do
Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)

Emitido o parecer, começa a votação no plenário das Casas: primeiramente na Câmara


dos Deputados, depois no Senado Federal, por meio de maioria simples. (Antes da apreciação
do mérito, deverá ser examinado o atendimento dos pressupostos de urgência e relevância da
medida).
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara
dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

MUDE SUA VIDA!


203
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CUIDADO:
O prazo de apreciação da MP é 60 dias.
O prazo de trancamento da pauta é de 45 dias.

Inicialmente, a MP será examinada por uma Comissão Mista (de Deputados


e Senadores), que sobre ela emitirá parecer, opinando pela rejeição integral, pela
conversão integral ou pela conversão parcial. Apesar de o parecer da Comissão ser
meramente opinativo, a existência dessa fase é obrigatória, sob pena
inconstitucionalidade formal.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar


as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem
apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das
Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

Princípio da Irrepetibilidade

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida


provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua
eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

Ademais, não é possível editar MP para disciplinar matéria que tenha sido, na mesma
sessão legislativa, objeto de projeto de lei rejeitado.

Dessa votação, três situações serão possíveis:

REJEIÇÃO TOTAL DA MP ou DECURSO DO PRAZO: nessas hipóteses a medida


provisória será arquivada, perdendo a sua eficácia, desde a edição (efeitos ex tunc), devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, no prazo de 60 dias, as relações
jurídicas dela decorrentes. Caso o Congresso não edite o decreto legislativo nesse prazo, as
relações jurídicas dela constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência
conservar-se-ão por ela regidas.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até


sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela
regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

CONVERSÃO INTEGRAL: não há que se falar em envio para sanção ou veto do PR, uma
vez que está sendo convertido em lei exatamente o texto por ele adotado. O Presidente do
Congresso promulgará a lei sem sanção.

MUDE SUA VIDA!


204
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CONVERSÃO PARCIAL: nessa hipótese, a medida provisória é transmutada para projeto


de lei em conversão, em razão da alteração do texto originariamente adotado pelo PR e segue o
trâmite regular de uma lei ordinária; se aprovado pelas Casas Legislativas, será o projeto
encaminhado ao PR, para fins de sanção ou veto. Se rejeitado, o projeto é arquivado.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto


original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Ressalta-se que eventuais emendas na MP só poderão ser realizadas se houver


pertinência temática com o conteúdo original da norma.

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,
ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e
do Ministério Público.

PROCESSO LEGISLATIVO

PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO

O processo legislativo sumário ou de urgência se diferencia do ordinário, porque neste é


estipulado prazo para as deliberações, em virtude da urgência do projeto proposto.
Sua previsão encontra-se no Art. 64 da CF:

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do


Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.

§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para


apreciação de projetos de sua iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal


não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente,
em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que
tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a
votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos


Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais
o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do
Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.

MUDE SUA VIDA!


205
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Hipóteses Constitucionais de rito sumário


Assim, para que se inicie o processo legislativo sumário, é necessário que:
• O projeto seja de iniciativa do Presidente: a matéria do projeto não precisa ser
reservada ao Presidente da República.
• Solicitação de urgência pelo Presidente. Art. 64, § 1º.

Outro projeto que pode se submeter ao rito sumário é o previsto no Art. 223, § 1º da CF,
que submete à apreciação dos membros do Congresso Nacional os atos de outorga ou
renovação de concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de
sons e imagens.

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,


permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a
contar do recebimento da mensagem.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela
outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou
promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o
rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa


iniciadora.

Procedimento
O projeto deve ser votado em 45 dias em cada Casa. Caso o Senado emende o projeto, a
Câmara terá mais 10 dias para analisar a emenda.

Dessa forma, o prazo máximo do processo legislativo sumário é de 100 dias,


desconsiderados os períodos de recesso parlamentar.

Caso as Casas Legislativas não cumpram os prazos definidos, as pautas ficarão


trancadas, com exceção das deliberações que tenham prazo constitucional definido. O pedido
de urgência não pode ser realizado para elaboração de códigos.

Cumpre observar que se a Lei não puder aguardar esse prazo mínimo é que se cogita a
utilização de Medida Provisória.

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206
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Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o


projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
sancionará.

§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou


em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-
á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da
data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito
horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de


parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da


República importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias


a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da
maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para


promulgação, ao Presidente da República.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto


será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as
demais proposições, até sua votação final. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas


pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do
Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá
ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente


poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional.

LEIS DELEGADAS
As leis delegadas são leis elaboradas pelo Presidente da República, com autorização, via
delegação do Congresso Nacional. Trata-se, portanto, de uma exceção ao princípio da
indelegabilidade de atribuições.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da


República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

MUDE SUA VIDA!


207
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Limitações
Algumas matérias não podem ser objeto de lei delegada, curiosamente praticamente as
mesmas da Medida Provisória:

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva


do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a


carreira e a garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e


eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Procedimento
Como a CF não estabeleceu o procedimento para elaboração do Decreto Legislativo, esse
tema é objeto de Regimento Interno das Casas, destacando-se apenas a necessidade de
aprovação em ambas as Casas do Congresso Nacional, sendo que não haverá sanção ou veto
do Presidente da República.

O Presidente pede ao Congresso Nacional para que lhe delegue competência para
legislar sobre matéria que não é de sua competência.

Ex. 1: a criação de Regimento Interno da Câmara será feita por meio de


Resolução da Câmara – votada e discutida na Câmara apenas, sendo a
promulgação feita pelo Presidente da Câmara.

Ex. 2: Resolução do Congresso Nacional – votação em ambas as Casas e


promulgação pelo Presidente do Congresso Nacional.

Fases

1ª Iniciativa solicitadora: Presidente;

2ª Se o Congresso aprovar a solicitação, por maioria simples, irá transformá-la em


RESOLUÇÃO – Art. 68, §2º – que deve especificar o conteúdo e o seu exercício. Destaca-se que
a Resolução deverá ser específica, limitada, estabelecendo com precisão o seu conteúdo e os
termos para o seu exercício.

MUDE SUA VIDA!


208
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§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de


resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os
termos de seu exercício.

Observe que Resolução não cria a Lei, apenas delega competência.

A Resolução ainda pode determinar a apreciação do Projeto pelo Congresso Nacional, é o


que se chama de Delegação Atípica:

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo


Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda.

CONTROLE LEGISLATIVO – “VETO LEGISLATIVO”


Se o Presidente, ao criar a lei delegada, extrapolar os limites da Resolução, poderá o
Congresso Nacional sustar a lei por meio de decreto legislativo, conforme determina o Art. 49,
V da CF, que operará efeitos ex nunc:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

DECRETOS LEGISLATIVOS – ARTS. 49 E 62, §3º

Decretos Legislativos são atos do Congresso Nacional, destinados à regulamentação de


matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional.
As atribuições que devem ser regulamentadas por Decreto Legislativo estão previstas no
Art. 49 e no Art. 62, §3º que dispõe sobre os efeitos da medida provisória, como já visto.

LEI COMPLEMENTAR

PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL

A respeito do processo legislativo de elaboração das leis complementares, verifica-se


que essas se submetem ao mesmo rito das leis ordinárias, com algumas peculiaridades.

Podemos estabelecer duas diferenças entre a lei ordinária e a lei complementar:

Diferença de natureza material: a lei complementar dispõe sobre matérias


especificamente a ela reservadas pela CF.

MUDE SUA VIDA!


209
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Diferença de natureza formal: quórum de aprovação. O quórum de aprovação das leis


complementares é de maioria absoluta10 (Art.69, CF), enquanto que o quórum de aprovação
de lei ordinária é de maioria simples (Art. 47, CF).

Desse modo, não existe hierarquia entre lei ordinária e lei complementar e sim
reserva constitucional de competência para uma ou outra espécie normativa.

Dessa forma, seria inconstitucional uma lei ordinária que dispusesse de matéria de
competência reservada à lei complementar. CONTUDO, entende a doutrina que se uma lei
complementar dispuser sobre matéria de lei ordinária, essa lei não ser inconstitucional, mas
poderá ser alterada por simples lei ordinária.

Nesse sentido, observe a jurisprudência do STF:

Contribuição social sobre o faturamento - COFINS (CF, art. 195, I). 2.


Revogação pelo art. 56 da Lei 9.430/96 da isenção concedida às sociedades civis de
profissão regulamentada pelo art. 6º, II, da Lei Complementar 70/91. Legitimidade.
3. Inexistência de relação hierárquica entre lei ordinária e lei complementar.
Questão exclusivamente constitucional, relacionada à distribuição material entre as
espécies legais. Precedentes. 4. A LC 70/91 é apenas formalmente complementar,
mas materialmente ordinária, com relação aos dispositivos concernentes à
contribuição social por ela instituída. ADC 1, Rel. Moreira Alves, RTJ 156/721. 5.
Recurso extraordinário conhecido, mas negado provimento.
(STF - RE: 377457 PR, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento:
17/09/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO)
(Grifo nosso)

EMENDAS CONSTITUCIONAIS
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria
absoluta.

As emendas constitucionais decorrem do exercício do Poder Constituinte derivado


Reformador, que tem como possibilidade alterar o texto constitucional, criando normas,
portanto, de caráter constitucional.

O exercício desse poder não é simples, isso porque a nossa Constituição é classificada
como uma Constituição Rígida, ou seja, aquela em que o processo de alteração do seu texto é
mais dificultoso, mais elaborado do que o processo de criação das leis infraconstitucionais.
Dessa forma, a modificação da CF deve ser realizada por processo legislativo especial.

10
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas
por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

MUDE SUA VIDA!


210
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➢ Seção IX

PODER LEGISLATIVO
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
O Poder Legislativo, além da função legislativa, possui enquanto função típica a função
de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Executivo e
das entidades da Administração Direta e Indireta.
Na esfera Federal, essa Fiscalização é exercida pelo Congresso Nacional que atua como
CONTROLE EXTERNO, com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
É o que prevê o Art. 70 da CF:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e
pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

• O controle interno é aquele realizado por cada Poder.


• O controle externo é o realizado pelo Congresso Nacional, com auxílio do
Tribunal de Contas da União.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

• Qual a NATUREZA JURÍDICA DO TCU? Está vinculado a qual poder?


A vinculação do Tribunal de Contas da União a um dos Poderes da República não é um
tema pacífico no mundo jurídico. Há, na doutrina, posicionamentos diversos.

Alguns doutrinadores, juristas e professores de Direito Constitucional entendem que o


Art. 71 da Constituição Federal coloca o Tribunal de Contas como órgão integrante do Poder
Legislativo, já que a atribuição de fiscalizar faz parte das atribuições típicas do Poder
Legislativo.

Outros afirmam que o TCU não pertence a nenhum dos Poderes e entendem que ele é
um órgão independente e autônomo, assim como o Ministério Público e que, ao auxiliar o
Poder Legislativo, a ele não se subordina.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:

MUDE SUA VIDA!


211
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COMPETÊNCIA CONSULTIVA
É a competência para elaborar parecer prévio para auxiliar o Congresso Nacional no
julgamento das contas do Presidente. (Art. 49, IX)

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da


República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por


dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público.

COMPETÊNCIA FISCALIZADORA
É a competência do Tribunal para realizar auditorias e inspeções em órgãos e entidades
da Administração Direta e Indireta. Em caso de irregularidades, o Tribunal deve comunicar ao
poder competente as irregularidades observadas. São exemplos dessas competências – Art.
71, III a VI e XI.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do


Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de


cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela


União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.

MUDE SUA VIDA!


212
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COMPETÊNCIA INFORMATIVA
Competência para prestar informações ao Congresso Nacional sobre auditorias e
inspeções realizadas.

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,


por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário.

COMPETÊNCIA CORRETIVA
Competência para corrigir alguns atos; observa-se em duas situações:
Quando a decisão do Tribunal implicar em débito ou multa, essa decisão tem eficácia de
TÍTULO EXECUTIVO.
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;

SÚMULA VINCULANTE Nº 3 DO STF: assegura a ampla defesa e o


contraditório no âmbito do Tribunal de Contas:
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,


comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou


abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado


diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato,
ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de


noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo
anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

MUDE SUA VIDA!


213
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§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou


multa terão eficácia de título executivo.

Não obstante as várias interpretações constitucionais, o entendimento majoritário é no


sentido de ser o TCU um órgão autônomo, não subordinado ao Poder Legislativo, que auxilia o
Congresso Nacional no exercício do controle externo.

Ainda que não subordinado ao Legislativo, o TCU deve encaminhar, trimestral e


anualmente, relatório de suas atividades. É o que diz o Art. 71, § 4º:

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e


anualmente, relatório de suas atividades.

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a
forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental
responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes


insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se


julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à
economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

REQUISITOS:
A Escolha dos Ministros do TCU é feita tanto pelo Presidente da República quanto pelo
Congresso Nacional, dentre:
• brasileiros – natos ou naturalizados;
• mais de 35 e menos de 65 anos de idade;
• idoneidade moral e reputação ilibada;
• notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
Administração Pública;
• mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que
exija notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou
de Administração Pública.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove


Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e
jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber,
as atribuições previstas no art. 96.

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados


dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

MUDE SUA VIDA!


214
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I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e


financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade


profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
anterior.

➢ ESCOLHA:
Dos nove Ministros:
➢ 3 (1/3) são escolhidos pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, com aprovação pelo
Senado Federal, por maioria simples, dentre:
• 1 de forma livre;
• 1 entre auditores (indicados em lista tríplice pelo TCU);
➢ 1 membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, indicados em
lista tríplice pelo TCU.
A lista deve ser elaborada pelo TCU segundo critérios de merecimento e antiguidade.

➢ 6 (2/3) são escolhidos pelo CONGRESSO NACIONAL, nos termos do regimento


interno.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado


Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

➢ COMPOSIÇÃO:

O Tribunal de Contas é composto por 9 Ministros, aos quais são asseguradas as mesmas
garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.

§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas


garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens
dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes,
quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art.
40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

MUDE SUA VIDA!


215
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O Tribunal possui ainda três auditores, nomeados após aprovação em concurso,


responsáveis por substituir os Ministros no caso de afastamento, impedimento ou vacância.
Nesse caso, quando o auditor estiver em substituição a Ministro, ele possuirá as mesmas
garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições, possui as
garantias de juízes dos Tribunais Regionais Federais.
Para memorizar:

EQUIPARAÇÃO DOS MEMBROS:

MINISTROS MINISTROS
DO TCU DO STJ

JUÍZES DO
AUDITORES
TRF

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas


garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das
demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
Federal.

COMPETÊNCIAS – ATRIBUIÇÕES DO TCU

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de


forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual,
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de Direito
Privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,


bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão


institucional.
Convém observar que, no caso de impugnação de contrato, o TCU NÃO pode sustar a sua
execução, devendo a sustação ser feita pelo Congresso Nacional.

MUDE SUA VIDA!


216
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Caso o CN ou o Executivo não o façam em 90 dias, é que o Tribunal pode decidir a


questão.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é


parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

TRIBUNAIS DE CONTAS DOS ESTADOS, DO DF E DOS MUNICÍPIOS

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que


couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.

Parágrafo único. As Constituições Estaduais disporão sobre os


Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete
Conselheiros.

Contudo, a CF veda a criação de Tribunais de Contas Municipais, não impedindo a


continuidade dos Tribunais já existentes, conforme Art. 31 parágrafo 4º da CF:

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
➢ Seção I

FUNÇÕES TÍPICAS
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O Poder Executivo, enquanto um dos Poderes do Estado, exerce as seguintes funções


típicas:
➢ Representativa: representação do Estado, comando das Forças Armadas,
atividade de Chefia de Estado.
➢ Governativa: tomar decisões políticas fundamentais. “Governar é escolher”-
atividade de chefia de Governo.
➢ Administrativa: implementar essas políticas fundamentais, atividade de chefe da
Administração Pública. Ex.: prestação de serviço público.

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É pertinente lembrar que o nosso sistema de separação dos Poderes adota o modelo de
freios e contrapesos, estabelecendo autonomia e limites aos Poderes, de modo que as
funções estatais não são exercidas de forma absoluta. Nesse sentido, o Poder Executivo exerce
de forma atípica função legislativa, quando, por exemplo, cria uma medida provisória, e exerce
função de julgamento, quando, por exemplo, julga um servidor em um processo
administrativo disciplinar.

Vale frisar que o Poder Executivo não exerce função jurisdicional, pois as decisões
administrativas estão sujeitas ao controle do Poder Judiciário, de modo que não decidem as
questões com definitividade, não fazendo coisa julgada.

SISTEMA DE GOVERNO - PRESIDENCIALISMO


O Brasil adota o Presidencialismo como sistema de governo. Neste modelo, as funções do
Poder Executivo ficam concentradas na figura do Presidente da República, que cumula as
funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo; nesta última, está inserida a função de Chefe
da Administração Pública. Em tal modelo, a Chefia do Poder Executivo é monocrática ou
unipessoal.

Outra importante característica do Presidencialismo é a legitimidade popular do


Presidente da República, que é direta, ou seja, o povo diretamente escolhe o seu Chefe de
Estado e o seu Chefe de Governo. Convém lembrar que existe uma exceção à legitimidade
popular direta prevista na CF, na hipótese de dupla vacância que será posteriormente
analisada.

Destacamos, ainda, que no Presidencialismo existe uma nítida independência entre o


Poder Executivo e o Poder Legislativo, na medida em que tanto o Presidente quanto os
parlamentares são eleitos pelo povo para mandato certo, sem responsabilidades entre si, com
exceção do impeachment, que o Presidente responde perante o Senado.

A Função Executiva é exercida pelo Presidente, com o auxílio de Ministros de Estado,


que são meros auxiliares do Presidente, como se observa pela leitura do Art. 76 da CF:

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,


auxiliado pelos Ministros de Estado.

ESFERAS DE PODER EXECUTIVO


No Brasil, em virtude da descentralização política do poder, encontramos estrutura de
Poder Executivo em todas as esferas, federal, estadual e municipal. Dessa forma, podemos
concluir que teremos um único Chefe de Estado (Presidente), mas teremos vários Chefes de
Governo (Presidente, Governadores e Prefeitos).
Podemos, assim, esquematizar:

• Federal: Presidente da República auxiliado por Ministros de Estado.


• Estadual: Governadores de Estado auxiliados por Secretários de Estado.
• Municipal: Prefeitos auxiliados por Secretários Municipais.
• Distrito Federal: Governador auxiliado por Secretários Distritais.

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Territórios
Apesar de os Territórios não possuírem autonomia política, caso venham a ser criados,
terão uma estrutura de Administração, que será realizada por um Governador nomeado pelo
Presidente com aprovação do Senado.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Para exercer o cargo de Presidente da República e de Vice-Presidente, é necessário o
preenchimento de alguns requisitos. São condições de elegibilidade do Presidente e do Vice-
Presidente.
• a nacionalidade brasileira, na condição de brasileiro nato, Art. 12, §3º I;
• o pleno exercício dos direitos políticos;
• o alistamento eleitoral;
• o domicílio eleitoral na circunscrição;
• a filiação partidária;
• a idade mínima de 35 anos - Art. 14, §3º.

PROCESSO ELEITORAL
As eleições para Presidente e Vice-Presidente, assim como para os demais cargos
políticos, são realizadas pelo Poder Judiciário, por meio da Justiça Eleitoral.

O Presidente é eleito pelo sistema majoritário de dois turnos ou absoluto, no qual se


considera eleito, em primeiro turno, aquele candidato que obtiver a maioria absoluta dos
votos válidos11, excluídos os brancos e os nulos, de modo que se esse quórum não for
alcançado, deverá ser realizado segundo turno, convocando-se os dois candidatos mais
votados. Nesse caso, considerar-se-á eleito o candidato que obtiver a maioria simples dos
votos.
• A eleição do Presidente importa na eleição do Vice-Presidente que estiver
registrado.
As eleições devem ocorrer no primeiro domingo de outubro do ano que se encerra o
mandato presidencial, em primeiro turno e no último domingo de outubro, em segundo turno.

Caso ocorra morte, desistência ou outro impedimento legal de um dos candidatos,


ANTES de ser realizado o 2º turno, deverá ser chamado o candidato mais votado dos que
restaram. Se entre os remanescentes ocorrer empate, deverá ser convocado o mais idoso.

Essas são as regras para o processo eleitoral estabelecidas pelo Art. 77 da CF:

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República


realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro,
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

11
Votos válidos = votos apurados, excluídos os brancos e os nulos.

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§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-


Presidente com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado


por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não
computados os em branco e os nulos.

Contudo, o §3º do Art. 77 dispõe que o segundo turno deverá ser realizado 20 dias após
a proclamação do resultado. Observa-se que esse prazo de 20 dias não necessariamente
coincide com o último domingo do mês de outubro. Nesse caso deverá prevalecer a regra do
caput, ou seja, o segundo turno deverá ser realizado no último domingo de outubro.

1º Turno: maioria absoluta dos votos válidos.


2º Turno: 2 mais votados – vence quem ganhar por maioria simples dos votos
válidos.

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira


votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação
do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos
válidos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,


desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á,
dentre os remanescentes, o de maior votação.

§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em


segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação,
qualificar-se-á o mais idoso.

POSSE
Os eleitos tomarão posse em SESSÃO CONJUNTA do Congresso Nacional no dia 1º de
janeiro do ano seguinte ao da eleição, prestando compromisso de manter, defender e cumprir
a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
integridade e a independência do Brasil.

Se ambos, Presidente e Vice, não assumirem o cargo em 10 dias da data da posse, salvo
motivo de força maior, o cargo será declarado VAGO.

Logicamente que se o Presidente comparecer e o Vice-Presidente não, o Presidente


tomará posse e governará sem Vice-Presidente durante os quatro anos; igualmente, caso o
Vice-Presidente compareça para a posse e o Presidente não, o Vice-Presidente assumirá a
presidência e governará sem Vice.

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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão


posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso
de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a
integridade e a independência do Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a


posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

VACÂNCIA E IMPEDIMENTO
A vacância se dá quanto o cargo de Presidente e Vice-Presidente ficam vagos, ou seja,
quando ocorre o afastamento definitivo do Presidente ou Vice, por exemplo: morte, renúncia,
não tomarem posse nos 10 dias.
O impedimento é o afastamento temporário, por exemplo, por uma doença, uma viagem
etc.
➢ VICE-PRESIDENTE
O Vice-Presidente possui duas atribuições constitucionais, a de substituir o Presidente,
no caso de impedimento e a de suceder o Presidente na hipótese de vacância.
A CF ainda determina que o Vice-Presidente deverá auxiliar o Presidente sempre que for
por ele convocado para missões especiais.
O Vice-Presidente ainda participará dos órgãos auxiliares de consulta do Presidente,
Conselho da República (Art. 89, I) e Conselho de Defesa Nacional (Art. 91, I).
Destaca-se, ainda, que o Vice-Presidente poderá ter outras atribuições determinadas em
Lei complementar. Contudo, até o momento, essa lei complementar não foi editada,
permanecendo o Vice-Presidente apenas com as atribuições constitucionalmente
estabelecidas.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-


lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras


atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões
especiais.

Impedimento
SUBSTITUI
Temporário
VICE
Vacância
SUCEDE
Definitivo

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SUBSTITUTOS EVENTUAIS OU LEGAIS


A Função Executiva deve estar sempre preenchida, de modo que caso haja impedimento
ou vacância de Presidente e Vice-Presidente, a CF estabeleceu uma relação de substitutos que
devem ser chamados na seguinte ordem: Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do
Senado Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente,
ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados
ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados,
o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Presidente da Câmara

Presidente do Senado

Presidente do STF

VACÂNCIA – MANDATO TAMPÃO


Caso ocorra a chamada dupla vacância, que é o afastamento definitivo do Presidente e do
Vice-Presidente da República, a CF estabeleceu um procedimento para a escolha dos novos
representantes a depender do período do mandato presidencial em que a dupla vacância ocorreu.
Dessa forma, se os cargos de Presidente e Vice-Presidente vagarem nos dois primeiros
anos do mandato presidencial, serão convocadas eleições DIRETAS, realizadas pela JUSTIÇA
ELEITORAL, no prazo de 90 dias.

Contudo, caso a dupla vacância ocorra nos dois últimos anos do mandato presidencial,
serão realizadas eleições INDIRETAS, realizadas pelo CONGRESSO NACIONAL, no prazo de 30 dias.
Tanto nas eleições diretas quanto indiretas os eleitos, Presidente e Vice-Presidente deverão
cumprir os seus mandatos apenas pelo tempo que falta para completar o prazo de quatro anos.

É por isso que essa hipótese é chamada de mandato tampão, porque os novos eleitos
deverão apenas completar o período dos antecessores, contando-se esse prazo para fins de
reeleição. Assim, a eleição não autoriza o início de um novo mandato de quatro anos.

É o que determina o Art. 81 da CF:


Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última
vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período


presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período


de seus antecessores.

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•Eleições diretas
2 primeiros anos •90 dias
•Justiça Eleitoral

•Eleições indiretas
2 últimos anos •30 dias
•Congresso Nacional

MANDATO E REELEIÇÃO

O Mandato do Presidente e do Vice-Presidente será para o prazo de 4 anos, podendo ser


reeleito por um único período subsequente, ou seja, por mais 4 anos. Após esse prazo, o
Presidente e o Vice-Presidente estarão inelegíveis para os mesmos cargos, nos termos do Art.
14, § 5º CF.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e
terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua
eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de
1997)

AUSÊNCIA DO PAÍS
A CF determina que o Presidente e o Vice-Presidente não poderão ausentar-se do país
por período superior a quinze dias sem autorização do Congresso Nacional. Caso isso
aconteça, eles perderão o cargo, ocorrendo hipótese de Vacância dos respectivos cargos.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão,


sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período
superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Ressalta-se que essa regra de ausência, incluindo o prazo, é de observância obrigatória


pelos Estados em virtude do princípio da simetria, de acordo com a orientação do STF. Dessa
forma, os Governadores não poderão ausentar-se do país ou do estado por período superior a
quinze dias, sem autorização da Assembleia Legislativa. A mesma regra se aplica aos Prefeitos.

PERDA DO MANDATO
Apenas para fins didáticos, a doutrina classifica as formas de perda do mandato pelo
Presidente e pelo Vice-Presidente da República. Vejamos:

Cassação: é a perda involuntária do mandato pelo cometimento de infrações, por meio


do processo de responsabilização do Presidente e do Vice-Presidente, que ocorre nas
hipóteses de cometimento de crime comum ou de responsabilidade.

Extinção: é uma forma de perda do mandato, podendo ser voluntária ou não, podendo
ocorrer nas hipóteses de morte, renúncia ou mesmo de perda da nacionalidade, ocasião em
que o Presidente ou Vice-Presidente perdem uma das condições de elegibilidade.

Vacância: é a hipótese de perda do mandato quanto Presidente e/ou Vice-Presidente


não tomam posse nos 10 dias seguintes da data fixada, salvo motivo de força maior.

MUDE SUA VIDA!


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Ausência: é a hipótese de perda do mandato quanto Presidente e/ou Vice-Presidente


ausentam-se do país por prazo superior a 15 dias sem licença do Congresso Nacional.

•Senado - crime de responsabilidade


Cassação
•STF - crime comum

•Morte, renúncia
Extinção
•Perda da nacionalide

•Posse 10 dias
Vacância

•Ausência do país por mais de 15 dias sem licença do Congresso Nacional


Ausência

PODER EXECUTIVO

FUNÇÕES
O Poder Executivo, assim como os demais Poderes do Estado, possui funções típicas e
funções atípicas.
A função típica do Poder Executivo é a função executiva, que abrange o exercício das
atividades de Chefia de Estado, Chefia de Governo e Chefia da Administração Pública.

O Poder Executivo também exerce funções atípicas:


• função legislativa (quando edita medidas provisórias, leis delegadas e decretos
autônomos);
• função de julgamento (no âmbito do contencioso administrativo, como, por
exemplo, quando julga um processo administrativo disciplinar).
Ressalta-se que a doutrina majoritária entende que o Poder Executivo não exerce função
jurisdicional.

Para que possamos compreender melhor as atribuições Constitucionais dadas ao Presidente,


é importante analisarmos as características do nosso SISTEMA DE GOVERNO
PRESIDENCIALISTA.
• Unipessoalidade das Chefias de Estado e de Governo – unipessoal ou
monocrática.
• Legitimidade Popular DIRETA.
• Independência entre os Poderes Executivo e Legislativo.

MUDE SUA VIDA!


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ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O Art. 84 da CF atribuiu ao Presidente da República competências privativas tanto de


Chefe de Estado – representando a República Federativa do Brasil, ex.: VII, VIII, XIX, como de
Chefe de Governo – praticando atos de administração e de natureza política, ex.: III, IV, XXV
etc.

Essas atribuições constam de um rol NÃO TAXATIVO.

Para fins didáticos, dividiremos essas atribuições em grupos:


➢ CHEFIA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;


II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
superior da administração federal.

Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República e exercem cargos de


livre nomeação e exoneração. São escolhidos dentre brasileiros maiores de 21 anos e no
exercício dos direitos políticos (cidadãos) – ver Art. 87 da CF

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos


nesta Constituição.

O inciso IV estabelece a competência do Presidente para expedir DECRETOS


REGULAMENTARES, chamados de Decretos Executivos e servem para dar cumprimento às
leis – são atos INFRALEGAIS, atos normativos SECUNDÁRIOS, decorrentes do Poder
Regulamentar do Poder Executivo.

Já no inciso VI, temos outro tipo de Decreto, os chamados Decretos Autônomos,


diferentes dos Decretos Executivos. São atos normativos PRIMÁRIOS e equivalem às Leis, pois
podem inovar a ordem jurídica. Por meio dessa modalidade de Decreto, o Presidente poderá
propor:
a) organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir


decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente.

MUDE SUA VIDA!


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Convém observar que o Presidente não possui competência para sancionar ou vetar
emendas constitucionais, mas tão somente as leis.
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando


não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando


vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus


representantes diplomáticos;

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a


referendo do Congresso Nacional;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional


por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do
País e solicitando as providências que julgar necessárias;

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se


necessário, dos órgãos instituídos em lei.

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover
seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23,
de 02/09/99)

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do


Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os
Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
presidente e os diretores do banco central e outros servidores,
quando determinado em lei;

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do


Tribunal de Contas da União;

XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição,


e o Advogado-Geral da União;

MUDE SUA VIDA!


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XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do


art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de


Defesa Nacional.
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional são órgãos superiores de
consulta do Presidente e suas manifestações têm caráter opinativo.

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado


pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida
no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso


Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças


estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto


de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento
previstos nesta Constituição.
De acordo com o inciso XXIII, é competência privativa do Presidente da República a
iniciativa das leis orçamentárias.

O Inciso XXIV determina que o Presidente deverá apresentar prestação de contas ao


Congresso Nacional dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa. O julgamento das
Contas do Presidente é feito pelo Congresso Nacional, após parecer do TCU.

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de


sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior.

As MPs não são leis, mas possuem força de lei, na medida em que durante a sua vigência
possuem força vinculante e caráter coercitivo. Constituem exemplo de funções atípicas
legislativas do Presidente.

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.

O provimento de cargos públicos é competência privativa do Presidente da República.


De acordo com o STF, a competência para prover cargos públicos inclui também a
competência para desprover cargos públicos.

Quanto à extinção de cargos públicos, já é de nosso conhecimento que se eles estiverem


vagos o Presidente poderá proceder à extinção inclusive mediante Decreto. Contudo, se o
cargo estiver ocupado, a extinção dependerá de lei formal.

MUDE SUA VIDA!


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XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do


art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

COMPETÊNCIAS DELEGÁVEIS
De todas essas competências que analisamos até agora, apenas três delas podem ser
delegadas, quais sejam:

a) Editar decretos autônomos.

b) Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos


instituídos em lei.

c) Prover cargos públicos12, apenas. Isso porque a competência para a extinção de


cargos públicos ocupados não é delegável. Apenas é delegável a extinção de cargos públicos
vagos (que é objeto de decreto autônomo).

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as


atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte,
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

➢ Quem pode receber essas atribuições, por delegação?


• Ministro de Estado;
• Procurador-Geral da República; e
• Advogado-Geral da União.

Seção III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

➢ CRIMES COMUNS
Denúncia: INÍCIO NO STF - Ação Penal - Procurador-Geral da República (APP) ou do
ofendido no caso de Queixa.

Admissibilidade da acusação – Câmara – 2/3 votos; Art. 51, I CF (Político).

No caso de inadmissibilidade da acusação, o processo é devolvido ao STF, que deverá


SUSPENDER a ação penal, que poderá ser retomada após o término do mandato, não mais
pelo STF, e sim pelo juízo competente.

STF Revogou a Súmula 364 – regra da atualidade do mandato – perdeu mandato,


perde o foro privilegiado.

12
MS 24.128.

MUDE SUA VIDA!


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Processo instaurado no STF – Poderá receber ou rejeitar a denúncia. Se o STF receber a


denúncia, o PRESIDENTE FICA SUSPENSO DAS SUAS ATIVIDADES POR ATÉ 180 DIAS!

Trâmite do processo penal – não é processo político.

Condenação de natureza penal – perda do mandato via reflexa (Art. 15, III CF – efeito
automático da condenação é a suspensão dos Direitos Políticos).

Assim, o Presidente da República poderá ser responsabilizado por dois tipos de crimes:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da


República que atentem contra a Constituição Federal e,
especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do


Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da
Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que


estabelecerá as normas de processo e julgamento.

➢ Denúncia por qualquer cidadão (vedada a denúncia anônima) na Câmara –


exercício do Direito de petição.
➢ Juízo de Admissibilidade Político (Tribunal de Pronúncia – Câmara) que poderá:
• declarar improcedente a acusação – ARQUIVADA;
• declarar procedente a acusação - maioria qualificada 2/3, autoriza a instauração
do processo.

➢ Vai para o Senado – Tribunal de Julgamento – Juízo de Instauração, que de


acordo com a posição do STF, poderá:
• não conhecer a denúncia – ARQUIVADA;
• conhecer a denúncia e instaurar o processo – quórum maioria SIMPLES.

A Instauração do processo SUSPENDE as funções do Presidente por 180 dias (após, se


não houver sido concluído o julgamento, volta às funções).

MUDE SUA VIDA!


229
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➢ Após, em sessão definitiva e una de julgamento, o Senado poderá:


• julgar improcedente a denúncia – ABSOLVIÇÃO;
• julgar procedente a denúncia por maioria qualificada de 2/3, decretando a
perda do cargo COM proibição de exercício de atividade pública por 8 anos, de
acordo com o Art. 52, parágrafo único, da CF.
ENTRETANTO, de acordo com o Senado, no julgamento do impeachment da ex-
presidente Dilma Rousseff, as penas são alternativas.

• Sessão presidida pelo Presidente do STF.


• A decisão do Senado é irrecorrível e irretratável.

O rito dos processos de crime comum e impeachment estão previstos nos artigos 86, 51 e
52 da CF:

RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Em decorrência da forma de Governo Republicana, o Presidente da República pode ser
responsabilizado.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por


dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles.
(...)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do
cargo, COM inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

MUDE SUA VIDA!


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§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-


crime pelo Supremo Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo


pelo Senado Federal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não


estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo
do regular prosseguimento do processo.

➢ IMUNIDADE FORMAL
• O Presidente só poderá ser preso após sentença penal condenatória; nem em
flagrante, nem prisão preventiva, cautelar. ATENÇÃO: a decisão não precisa
estar transitada em julgado.

• PRERROGATIVAS DO PRESIDENTE APENAS: (ART. 86 §3 E §4º): STF - Não


são estendidas aos integrantes do Executivo Estadual e Municipal, pois não são
Chefes de Estado.

§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações


comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.

O presidente NÃO possui imunidade material, mas apenas imunidades de natureza


formal:
IMUNIDADE PRESIDENCIAL – IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA –ART. 86, §4º

§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não


pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas
funções.

ATOS ESTRANHOS: CRIMES realizados ANTES do exercício da presidência; e atos que


não tenham relação com a atividade presidencial.
Se o presidente cometer um crime sem qualquer relação com a função presidencial–
NÃO HAVERÁ PROCESSO CRIME – Persecução criminal inibida provisoriamente - Suspensão
do prazo prescricional.

MUDE SUA VIDA!


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➢ Seção IV

DOS MINISTROS DE ESTADO

Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente escolhidos e exonerados de forma


livre, ad nutum.
São requisitos para preenchimento do cargo de Ministro de Estado:
• brasileiro nato ou naturalizado, salvo o cargo de Ministro de Estado da Defesa,
que é o único cargo de Ministro de Estado privativo de brasileiro nato;
• maior de 21 anos;
• pleno exercício dos direitos políticos, ser cidadão.

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros


maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

ATRIBUIÇÕES
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras
atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da administração federal na área de sua competência e
referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da
República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua
gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.

Ressalta-se que é competência do Congresso Nacional de natureza legislativa dispor


sobre a criação e extinção de Ministério e órgãos da Administração Pública.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e


órgãos da administração pública. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
➢ Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
• Subseção I
Do Conselho da República

O Presidente da República conta com alguns órgãos de consulta, com a função de


deliberarem sobre questões específicas, são eles: o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional.
As manifestações de ambos os órgãos têm caráter apenas opinativo, e não vinculativo.

MUDE SUA VIDA!


232
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O Conselho da República deve pronunciar-se sobre situações de instabilidade


institucional, como, por exemplo, o estado de defesa e o estado de sítio.

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do


Presidente da República, e dele participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos
de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

O Presidente deverá ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional nas


hipóteses de intervenção espontânea e por solicitação. Cumpre salientar que a manifestação
desses Conselhos não é vinculativa.

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:


I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado
para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta
questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da
República. (Vide Lei nº 8.041, de 1990)

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional

O Conselho de Defesa Nacional manifesta-se sobre questões envolvendo a soberania


nacional, como em caso de guerra; e a defesa do Estado Democrático, como no estado de
defesa e sítio.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do
Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

MUDE SUA VIDA!


233
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IV - o Ministro da Justiça;

V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

VI - o Ministro das Relações Exteriores;

VII - o Ministro do Planejamento;

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da


Aeronáutica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999)

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da


paz, nos termos desta Constituição;

II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio


e da intervenção federal;

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas


indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer
tipo;

IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas


necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do
Estado democrático.

Uma observação relevante é que a CF diz que o Conselho da República deve


pronunciar-se sobre determinados assuntos, como intervenção federal, estado de defesa e
estado de sítio; enquanto que o Conselho de Defesa Nacional opina sobre esses temas.
Cuidado com questões capciosas que invertem essas expressões.

Pronunciar: REPÚBLICA (Conselho da República pronuncia)


Opinar: DEFESA (Conselho de Defesa Nacional opina)

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de


Defesa Nacional. (Vide Lei nº 8.183, de 1991)

MUDE SUA VIDA!


234
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CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
➢ Seção I
O Poder Judiciário, assim como os demais Poderes, exerce tanto funções típicas quanto
funções atípicas.

A função típica do Poder Judiciário consiste no exercício da Jurisdição (juris dicere),


atividade do Estado para solucionar conflitos dizendo quem tem ou não o direito.

O Poder Judiciário é uno e indivisível, uma vez que tem o mesmo conteúdo e a mesma
finalidade. Assim, o Poder Judiciário não é nem federal, nem estadual, e sim NACIONAL.

Os órgãos que compõem o Poder Judiciário é que podem ser federais ou estaduais, de
acordo com as competências que lhe são atribuídas.

ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO

DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e


Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e


os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm


jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

MUDE SUA VIDA!


235
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Cumpre observar que o Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os


Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal, ou seja, em Brasília.

O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o


território nacional. Salienta-se que o CNJ não tem jurisdição em todo território nacional,
isso porque o CNJ não tem atribuição jurisdicional, como veremos adiante.

O STF e o STJ são chamados de ÓRGÃOS DE SUPERPOSIÇÃO, pois podem julgar tanto
processo da Justiça Federal quanto da Justiça Estadual.

E, ainda, o STF e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) têm jurisdição em todo o
território nacional e sede na Capital Federal. São, por isso, chamados órgãos de
convergência.

Os demais órgãos são divididos em “Justiça Federal” e “Justiça Estadual”.

STF

CNJ

STJ TST TSE STM

TJ Militar TJ TRF TRT TRE não tem

Juízes de JUÍZES MILITARES


JUÍZES DO JUIZ ELEITORAL
Direito/Conselhos JUÍZES DE DIREITO JUÍZES FEDERAIS (Conselhos de
TRABALHO (Junta eleitoral)
de Justiça Justiça)

JUSTIÇA FEDERAL
➢ COMUM:
• Juízes Federais;
• Tribunais Regionais Federais.

➢ ESPECIALIZADA:
• Justiça do Trabalho;
• Justiça Eleitoral;
• Justiça Militar.

MUDE SUA VIDA!


236
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JUSTIÇA ESTADUAL
➢ COMUM
• Juízes de Direito;
• Tribunais de Justiça.

➢ ESPECIALIZADA
• Juiz de Direito;
• Conselho de Justiça;
• Tribunal de Justiça Militar.

Poderíamos acrescentar a essa organização os Juizados Especiais, que podem ser


criados tanto no âmbito estadual quanto no âmbito federal, bem como a Justiça de Paz.

A CF autoriza a criação de Tribunais Estaduais Militares, constituída, em primeiro grau,


pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal
de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior
a vinte mil integrantes.

SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
- STF

Conselho Nacional
de Justiça - CNJ

STJ TST – TSE – STM –


Superior Tribunal Tribunal Superior Tribunal Superior Superior Tribunal
de Justiça do Trabalho Eleitoral Militar

TJ – TRT – Tribunal
TRF – Tribunal TRE Tribunal
TJ ou TJM Tribunal De Justiça Regional Trabalho
Regional Federal Regional Eleitoral

Juiz de Direito e Conselhos de


Juiz do Trabalho Juiz Eleitoral/ Justiça/
Conselhos de Juiz Estadual Juiz Federal
(federal) JUNTA ELEITORAL
Justiça AUDITORIAS

MUDE SUA VIDA!


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CARREIRA DA MAGISTRATURA
O Art. 93 da Constituição Federal estabelece que lei complementar, de iniciativa do
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, devendo observar
uma série de princípios. Esses princípios buscam dar uma maior produtividade e
transparência na prestação jurisdicional, bem como dar mais efetividade à justiça. Trata-se de
uma lei orgânica que dispõe a respeito dos órgãos e da estrutura do Poder Judiciário – a lei em
vigor é a LC 35/1979 (LOMAN).

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal


Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os
seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto,


mediante concurso público de provas e títulos, com a participação
da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

O Estatuto da Magistratura deve ser regulado por Lei Complementar, de iniciativa do


STF.
É exigido do bacharel em Direito o tempo mínimo de 3 anos de atividade jurídica13, o
que não significa atividade advocatícia. – PROVA: data da inscrição.
• Cargo inicial de Juiz Substituto.

• Participação da OAB em todas as fases.

PROMOÇÃO
Os juízes podem ser promovidos de entrância a entrância por critérios de merecimento
e antiguidade.

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por


antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes


consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na


respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da
lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos
quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos


critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da
jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou
reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

13
Resolução 75/2009 CNJ – Art. 59 define o que se entende por atividade jurídica.

MUDE SUA VIDA!


238
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d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar


o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus
membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a
indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos


em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao
cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

ACESSO AOS TRIBUNAIS

III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade


e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

DEMAIS DISPOSIÇÕES

IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e


promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do
processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá


a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os
Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a
dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e
cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI,
e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus


dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização


do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por


interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

MUDE SUA VIDA!


239
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VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de


comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto
nas alíneas a, b, c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão


públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em


sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,


poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a
outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias


coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos
dias em que não houver expediente forense normal, juízes em
plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional


à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV - os servidores receberão delegação para a prática de atos de


administração e atos de mero expediente sem caráter
decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

XV - a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de


jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

O inciso XII consagra o Princípio da Ininterruptibilidade da jurisdição.

MUDE SUA VIDA!


240
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Destaca-se que a nomeação dos membros do quinto no TJ DF é feita pelo


Presidente da República.
No STJ um terço dos lugares é ocupado por membros do MP e da advocacia,
veja que não é um quinto, mas um terço (CF, Art. 104, parágrafo único, II).
Ademais, a escolha pelo Executivo não depende de aprovação pelo Legislativo
(sabatina).
As Constituições Estaduais não podem estabelecer regras diferentes da
prevista na CF (ADI 4.150).
A inobservância, pelo tribunal, da regra do quinto constitucional para
preenchimento de sua composição não provoca a nulidade de seus julgamentos.

O quinto constitucional previsto para o provimento de lugares em Tribunal,


quando eventualmente não observado, não gera nulidade do julgado, máxime em
razão da ilegitimidade da parte para questionar os critérios de preenchimento das
vagas nos órgãos do Judiciário, mercê da incidência do princípio pas de nullité sans
grief, consagrado no art. 499 do CPPM (...). [RE 484.388, rel. p/ o ac. min. Luiz
Fux, j. 13-10-2011, P, DJE de 13-3-2012]

É possível o preenchimento da lista sêxtupla por membros do MP com menos


de 10 anos se não houver membros com os requisitos constitucionais. (ADI 1.289)
O Tribunal pode recusar a lista sêxtupla se entender, de forma objetiva, que
os indicados não preenchem os requisitos constitucionais. (MS 25.624)

QUINTO CONSTITUCIONAL

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será
composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos
de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional,
indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das
respectivas classes.

MUDE SUA VIDA!


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Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista


tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

FUNCIONAIS

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois


anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma


do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X


e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VITALICIEDADE: impede a perda involuntária do cargo, salvo por sentença judicial


transitada em julgado.

No primeiro grau só adquirem a vitaliciedade após 2 anos de efetivo EXERCÍCIO


(estágio probatório).
Nos Tribunais a vitaliciedade é assegurada na data da POSSE. (Ex.: Quinto
Constitucional).
Exceção: os Ministros do Supremo podem perder o cargo no caso de crime de
responsabilidade por decisão do Senado (Art. 52, II, CF).14 É diferente da ESTABILIDADE.

INAMOVIBILIDADE: impede que o Magistrado, titular ou substituto, seja removido


contra a sua vontade, SALVO motivo de interesse público em decisão motivada por maioria
absoluta do Tribunal ao qual pertence o magistrado ou pelo CNJ. Deve ser assegurada Ampla
Defesa.

IRREDUTIBILIDADE: assegurado ao titular e ao substituto.


Após o provimento (nomeação e posse) já adquire as demais garantias.

VEDAÇÕES OU PROIBIÇÕES: ART. 95, PARÁGRAFO ÚNICO

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função,


salvo uma de magistério;

14
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;

MUDE SUA VIDA!


242
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II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em


processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições


de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes


de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria
ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

Essas vedações visam assegurar a imparcialidade dos juízes, juntamente com as suas
garantias.

Incompatibilidade do cargo de juiz com a função na Justiça Desportiva. Resol. CNJ 10/2005;

Quarentena de saída – 3 anos exercer advocacia no juízo ou tribunal que se afastou.

De acordo com a jurisprudência do STF, na ADI 3.126 o juiz pode exercer mais de uma
atividade de magistério, desde que seja compatível com suas atividades (horários).

Observe que a eleição dos órgãos diretivos dos Tribunais, assim como a disposição sobre
a competência e o funcionamento dos órgãos jurisdicionais e administrativos é uma
atribuição privativa dos próprios Tribunais e não uma competência do CNJ.

Vejamos o Art. 96:


Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos,


com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos


que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade
correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de


carreira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos,


obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos
necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim
definidos em lei;

MUDE SUA VIDA!


243
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f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e


aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados.

O inciso II autoriza que os Tribunais elaborem projeto de lei para dispor a respeito de
sua organização. Convém destacar que, nesses casos, eles não o fazem diretamente, mas tão
somente requerem ao Legislativo:
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo,
observado o disposto no art. 169:

Essa vedação se estende aos juízes de paz15:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus


serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como
a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos
tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias.

O inciso III estabelece a competência dos TJ para julgarem os Juízes estaduais e


membros do MP nos crimes comuns e de responsabilidade.

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito


Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público,
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência
da Justiça Eleitoral.

A CF como forma de garantir a imparcialidade dos membros do Poder Judiciário veda


expressamente aos juízes que se dediquem a atividade político-partidária, é dizer: aos juízes é
proibido se candidatar em pleitos eleitorais.

Cumpre observar que essa vedação não se estende aos juízes de paz, pois eles devem ter
filiação partidária e se candidatarem ao cargo de juiz de paz.

A Autonomia Financeira decorre da possibilidade de os Tribunais elaborarem


propostas orçamentárias.

15
(...) os juízes de paz integram o Poder Judiciário e a eles se impõe a vedação prevista no art. 95, parágrafo único, II,
da Constituição, a qual proíbe a percepção, a qualquer título ou pretexto, de custas ou participação em processo pelos
membros do Judiciário.[ADI 954, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2011, P, DJE de 26-5-2011.]

MUDE SUA VIDA!


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Presidentes do
Supremo
Tribunal Federal
União
Presidente dos
Tribunais
Proposta
orçamentária Superiores

Presidente dos
Estadual/DF
TJ

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO

A cláusula de reserva do plenário determina que o julgamento da inconstitucionalidade


de lei ou ato normativo do Poder Público, quando realizado por tribunal, só será possível pelo
voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial, ou seja,
pelo tribunal pleno16, conforme o Art. 97 da CF:

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou


dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.

A CF exige para declaração de inconstitucionalidade no âmbito dos tribunais do voto da


maioria absoluta dos respetivos membros ou do órgão especial.

Merece destaque a Súmula Vinculante 10 do STF:


Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua
incidência, no todo ou em parte.

Não há necessidade de pedido das partes para que haja o deslocamento do incidente de inconstitucionalidade para
o Pleno do tribunal. Isso porque é dever de ofício do órgão fracionário esse envio, uma vez que não pode declarar
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, nem afastar sua incidência, no todo
ou em parte. [Rcl 12.275 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-5-2014, P, DJE de 18-6-2014.]

MUDE SUA VIDA!


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JUIZADOS ESPECIAIS E JUSTIÇA DE PAZ

JUIZADOS ESPECIAIS
A criação de Juizados Especiais encontra-se prevista no Art. 98, I:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados


criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e


leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução
de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

JUSTIÇA DE PAZ
A Justiça de Paz encontra-se prevista no Art. 98, II:

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo


voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e
competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar,
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Considerando o referido dispositivo, podemos afirmar que a Justiça de Paz tem as


seguintes características:

Órgão do Poder Judiciário17.

Eletiva: é composta por cidadão eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos.

Isso significa que a eleição do juiz de paz foi incluída no “sistema eleitoral global”,
previsto no Art. 14, § 3.º da CF/88, devendo ser realizada juntamente com as eleições
municipais, aplicando-se assim ao juiz de paz todos os requisitos de elegibilidade ali previstos,
inclusive no que tange à filiação partidária.

Temporária: não são vitalícios, já que eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de 4 anos.

Remunerada: a remuneração deve partir dos cofres públicos, não se admitindo


participação nas custas devidas pelos usuários do serviço.

17
ADI 954 - Art. 98, II, c/c os Arts. 92, VII e 125, § 1.º, todos da CF/88 e Art. 112, c/c o Art. 17, § 5.º, da LC n. 35/79 –
LOMAN).

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Competências: as competências dos juízes de paz têm caráter judiciário (como as


atividades conciliatórias), mas não têm caráter jurisdicional.
Dentre as possíveis atribuições do juiz de paz, estão as de:
- celebrar casamentos;
- atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional.

Garantias: não possuem vitaliciedade, mas são inamovíveis e gozam da


irredutibilidade de subsídios.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no


âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao


custeio dos serviços afetos às atividades específicas da
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

COMPETÊNCIA:
• JULGAMENTO E EXECUÇÃO DE CAUSAS CÍVEIS DE MENOR COMPLEXIDADE;

• INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO;

• TRANSAÇÃO;

• JULGAMENTO DE RECURSOS POR TURMAS DE JUÍZES DE PRIMEIRO GRAU.

Turmas Recursais: apesar de constituírem a segunda instância recursal dos Juizados,


as turmas recursais são formadas por juízes de primeiro grau, reunidos na sede do juizado –
Colégio Recursal.

GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO

O Poder Judiciário possui algumas garantias que asseguram a independência e


imparcialidade do Poder Judiciário, podendo assim decidir livremente, resguardado das
pressões do Poder Legislativo e do Poder Executivo.

A CF atribuiu a esse órgão dois tipos de garantias:


➢ as institucionais – Art. 99 CF;
➢ e as funcionais – Art. 95 CF.

GARANTIAS INSTITUCIONAIS: Administrativa e Financeira – Art. 96 e 99, CF.

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247
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Autonomia administrativa, também chamada de orgânico-administrativa assegura ao


Poder Judiciário o exercício de competências, estrutura e funcionamento próprios (Art. 96 da
CF).
A Autonomia Financeira significa a possibilidade de elaboração e execução de
propostas orçamentárias prevista no Art. 99 da CF/88.
GARANTIAS FUNCIONAIS OU DE ÓRGÃOS: são garantias dadas aos membros do Poder
Judiciário, aos magistrados e dividem-se em:

Garantias de independência dos órgãos (Art.95), a saber:


• vitaliciedade;
• inamovibilidade; e
• irredutibilidade dos subsídios.

Garantia de imparcialidade dos órgãos (Art.95 parágrafo único), que se refere às


vedações dos magistrados.

Autonomia
administrativa
INSTITUCIONAIS
Autonomia
financeira

GARANTIAS Vitaliciedade

Independência Inamovibilidade

FUNCIONAIS
Imparcialidade
Irredutibilidade
(vedações)

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa


e financeira.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro


dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei
de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais


interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos
respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos
Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos
respectivos tribunais.

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248
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§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas


propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de
diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem


encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do
§ 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá


haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a
abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

PRECATÓRIOS

A CF dedicou um artigo inteiro para tratar sobre os chamados precatórios, que nada
mais são do que requisições de pagamento expedidas pelo Poder Judiciário destinadas a
cobrar os entes federativos – União, Estados, Municípios e Distrito Federal - em virtude de
condenações judiciais definitivas.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,


Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária,
far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles


decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em
virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos
com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles
referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários


ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou
sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência,
assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre
todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em
lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago
na ordem cronológica de apresentação do

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249
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precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94,


de 2016)

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de


precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas
em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam
fazer em virtude de sentença judicial transitada em
julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis


próprias, valores distintos às entidades de Direito Público, segundo
as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao
valor do maior benefício do regime geral de previdência
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de Direito


Público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos,
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão


consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao
Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do
credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor
necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia
respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62,
de 2009).

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou


omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá,
também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou


suplementares de valor pago, bem como o fracionamento,
repartição ou quebra do valor da execução para fins de
enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente


de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de
compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos,
inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor
original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas
vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou
judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

MUDE SUA VIDA!


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§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à


Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias,
sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os
débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os
fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
62, de 2009).

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da


entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios
para compra de imóveis públicos do respectivo ente
federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a


atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o
efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita
pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros
simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta
de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus


créditos em precatórios a terceiros, independentemente da
concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009).

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após


comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de
origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta


Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para
pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e
Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá


assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito
Federal e Municípios, refinanciando-os
diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão


mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas
respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de
precatórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que


trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as

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oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no


período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior
ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as
duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)

I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e


aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por


determinação constitucional; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)

III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a


contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de
previdência e assistência social e as receitas provenientes da
compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações


judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período
de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento
percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos
imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual
poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de
que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de
quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita
prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por
cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do §
5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório
serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em
parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de
juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos,
perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou
defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

MUDE SUA VIDA!


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➢ Seção II

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
Uma vez conhecidos os órgãos que compõem o Poder Judiciário, devemos analisar os
critérios constitucionais para a escolha e nomeação dos membros dos Tribunais Superiores.
Convém relembrar a estrutura do Poder Judiciário:

SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
- STF

Conselho Nacional
de Justiça - CNJ

STJ TST – TSE – STM –


Superior Tribunal Tribunal Superior Tribunal Superior Superior Tribunal
de Justiça do Trabalho Eleitoral Militar

TJ – TRT – Tribunal
TRF – Tribunal TRE Tribunal
TJ ou TJM Tribunal De Justiça Regional Trabalho
Regional Federal Regional Eleitoral

Juiz de Direito e Conselhos de


Juiz do Trabalho Juiz Eleitoral/ Justiça/
Conselhos de Juiz Estadual Juiz Federal
(federal) JUNTA ELEITORAL
Justiça AUDITORIAS

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS


A composição dos Tribunais Superiores é estabelecida pela própria Constituição Federal.
Vamos analisar:

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada (Art. 101, caput, CF). Como se pode perceber, não há necessidade
de ser bacharel em Direito para ser Ministro do STF. Para se lembrar do número de membros
do STF, a dica é a frase Somos Todos Futebol.

MUDE SUA VIDA!


253
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Para ser Ministro do STF, é necessário o cumprimento os seguintes


requisitos:
• ser indicado pelo Presidente da República;
• aprovação, após sabatina, pela maioria absoluta do Senado Federal;
• ter mais de 35 e menos de 65 anos; 

• estar em pleno gozo dos direitos políticos; 

• ser brasileiro nato; 

• possuir reputação ilibada;
• possuir notável saber jurídico.


Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros,


escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão


nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

No caso de crimes comuns ou de responsabilidade não conexos ao do


Presidente, os Ministros serão julgados no Supremo Tribunal Federal.

A composição dos Tribunais Regionais merece atenção, especialmente se o concurso


pretendido se refere à área de Tribunais.

➢ COMPETÊNCIAS

CONTROLE CONCENTRADO
Como vimos, o Brasil adota o modelo de controle judicial misto de constitucionalidade,
que pode ser de duas formas: difuso e concentrado.
Veremos agora mais detalhes a respeito do controle concentrado de constitucionalidade.

CONCEITO E ORIGEM

O controle de constitucionalidade concentrado, que é feito de forma abstrata, tem


origem na Europa, especificamente com a Constituição Austríaca (Hans Kelsen), por isso é
chamado de sistema europeu continental.

Esse modelo foi inserido no nosso ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional
16/1965, ou seja, foi inserido na vigência da Constituição de 1946.

MUDE SUA VIDA!


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Nesse modelo, o controle é feito de forma abstrata, em tese, sem que exista um caso
concreto a ser analisado. A inconstitucionalidade é verificada então por meio de uma ação que
visa especificamente ao controle de constitucionalidade da norma.

Como essas ações não visam assegurar um direito subjetivo em um caso específico, a
doutrina chama esses processos de processos objetivos.

Esse modelo de controle é chamado de concentrado, abstrato, direto, por via de ação,
via principal, em tese.

➢ Competência
A competência para o controle concentrado é originária:
• do STF: quando visa analisar a constitucionalidade de leis em face da
Constituição Federal;
• do Tribunal de Justiça: quando visar analisar a constitucionalidade de leis
locais em face da Constituição Estadual.

➢ Espécies de ação de controle


São ações de controle concentrado:
• Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI (genérica).
• Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC.
• Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF.
• Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO.
• Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva – ADI interventiva, que é uma
ação no modelo de sistema concentrado, pois é de competência originária do
STF, mas excepcionalmente não se dá para controle abstrato, e sim em um caso
concreto.

Passaremos a analisar cada uma das Ações de Controle.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O rol de competências do STF, por ter fundamento Constitucional, não pode ser
estendido por leis infraconstitucionais. Trata-se de rol TAXATIVO.

Competências ORIGINÁRIAS:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...)

MUDE SUA VIDA!


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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI


NOÇÕES GERAIS
A Ação Direta de Inconstitucionalidade é uma ação existente no modelo de controle
abstrato e tem por objetivo afastar normas que violem a Constituição Federal, exercendo o
controle em tese, ou seja, sem que haja análise de um caso concreto. O pedido é o
reconhecimento da inconstitucionalidade da norma.
Essa ação tem previsão na CF e é regulamentada pela Lei 9.868/1999.

COMPETÊNCIA
A competência para processar e julgar essa modalidade de ação é exclusiva do STF,
conforme Art. 102, I, “a” da CF/88:
I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo


federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de
lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-


Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os


Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes
de missão diplomática de caráter permanente; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

OBS: CUIDADO! O STF não julga os Ministros do Supremo Tribunal Federal,


os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes
de responsabilidade; esses serão julgados pelo SENADO FEDERAL! (Art. 52, II, CF)

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas


nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da
União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal.

CUIDADO! Ação Popular contra o Presidente da República ou altas


autoridades deve ser proposta no juízo comum, não decorrendo de competência
originária.
Ministro de Estado ou Comandantes das Forças Armadas – Autoridade coatora
de HC – competência do STJ.

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e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a


União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

LITÍGIOS

Estado estrangeiro ou Estado estrangeiro ou


Organismo Organismo
Internacional X União/ Internacional X
Estado/ DF/ Município ou pessoa
Territórios. no país.

JUIZ
STF
FEDERAL

RECURSO
ORDINÁRIO

STJ

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o


Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
entidades da administração indireta.

A alínea “f” se refere aos conflitos envolvendo litígios entre União, Estado, Distrito
Federal e territórios, inclusive entidades de sua Administração Indireta.

Entretanto, não se trata de qualquer conflito, deve ser um conflito que possa trazer risco
ao pacto federativo. É esta a interpretação do STF:

A discussão acerca de ilicitude ou desatendimento a exigências legais ou


regulamentares por parte dos órgãos que expediram licenças ambientais para
determinado projeto de exploração mineral não traz risco de abalo ao pacto
federativo, inapta à configuração do conflito federativo atrativo da competência
originária prevista no art. 102, I, f, da CF.
[ACO 2.991 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 6-10-2017, 1ª T, DJE de 7-11-2017.]

MUDE SUA VIDA!


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g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou


quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos
atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 22, de 1999)

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia


da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência


originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de
atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta


ou indiretamente interessados18,, e aquela em que mais da metade
dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam
direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e


quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores19, ou entre estes e
qualquer outro tribunal;

STJ x TRIBUNAIS
STJ, TST, TSE, STM X Tribunais

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de


inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma


regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas
da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o


Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

18
Para fim da competência originária do STF, é de interesse geral da magistratura a questão de saber se, em face da
Loman, os juízes têm direito à licença-prêmio.
[Súmula 731.]

19
Envolvendo o conflito de competência o TST e tribunal de justiça, incumbe ao Supremo apreciá-lo.
[CC 7.950, rel. min. Marco Aurélio, j. 14-9-2016, P, DJE de 1º-8-2017.]

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258
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Sobre a competência do STF para julgar os Conselhos, ressalta-se que essa competência
se limita às ações tipicamente constitucionais: mandados de segurança, mandados de
injunção, habeas corpus e habeas data:

A competência originária do STF, cuidando-se de impugnação a deliberações


emanadas do CNJ, tem sido reconhecida apenas na hipótese de impetração, contra
referido órgão do Poder Judiciário (CNJ), de mandado de segurança, de habeas data,
de habeas corpus (quando for o caso) ou de mandado de injunção, pois, em tal
situação, o CNJ qualificar-se-á como órgão coator impregnado de legitimação
passiva ad causam para figurar na relação processual instaurada com a impetração
originária, perante a Suprema Corte, daqueles writs constitucionais. (...) Tratando-
se, porém, de demanda diversa (uma ação ordinária, p. ex.), não se configura a
competência originária da Suprema Corte, considerado o entendimento
prevalecente na jurisprudência do STF, manifestado, inclusive, em julgamentos
colegiados, eis que, nas hipóteses não compreendidas no Art. 102, I, d e q, da
Constituição, a legitimação passiva ad causam referir-se-á, exclusivamente, à União
Federal, pelo fato de as deliberações do CNJ serem juridicamente imputáveis à
própria União Federal, que é o ente de Direito Público em cuja estrutura
institucional se acha integrado o CNJ. Doutrina.

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259
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Presidente e Vice

Membros do CN

COMUM

M. STF

PGR

M. ESTADO
STF - originária

COMANDANTES
FORÇAS ARMADAS

COMUM E DE M. TRIBUNAIS
RESPONSABILIDADE SUPERIORES

JULGAR AÇÕES
CONTRA O CNJ E TCU
CNMP

MISSÃO
DIPLOMÁTICA
PERMANENTE

COMPETÊNCIA RECURSAL
Competências RECURSAIS: essas competências podem ser materializadas mediante
Recurso Ordinário ou Extraordinário.

RECURSO ORDINÁRIO:
II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o


mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político.

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260
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Habeas corpus contra ato de turma Recursal (Juizados Especiais): compete ao Tribunal
de Justiça ou ao Tribunal Regional Federal, conforme o caso, julgar habeas corpus impetrado
contra ato praticado por integrantes de Turmas Recursais de Juizado Especial20.

Mandados de Segurança contra ato de turma Recursal (Juizados Especiais):


competência da própria Turma Recursal, próprio Juizado Especial.21

Considera-se como crime político:

Crimes políticos, para os fins do Art. 102, II, b, da CF, são aqueles dirigidos,
subjetiva e objetivamente, de modo imediato, contra o Estado como unidade
orgânica das instituições políticas e sociais e, por conseguinte, definidos na Lei de
Segurança Nacional, presentes as disposições gerais estabelecidas nos Arts. 1º e
2º do mesmo diploma legal.

[RC 1.473, rel. min. Luiz Fux, j. 14-11-2017, 1ª T, DJE de 18-12-2017.]

Cumpre observar que a competência do STF neste caso é recursal, pois a competência
originária para julgar os crimes políticos é da Justiça Federal (Art. 109, IV da CF/88)22

RECURSO EXTRAORDINÁRIO:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta


Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei


federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

20
[ARE 676275 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T, j. 12-6-2012, DJE de 1º-8-2012.] – Fica assim superada a Súmula
690 do STF: Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de
Turma Recursal de Juizados Especiais Criminais.

21
COMPETÊNCIA – MANDADO DE SEGURANÇA – ATO DE TURMA RECURSAL. O julgamento do mandado de segurança
contra ato de turma recursal cabe à própria turma, não havendo campo para atuação quer de tribunal de justiça, quer
do Superior Tribunal de Justiça. (AI 666523 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/
Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 26/10/2010, DJe-234 DIVULG 02-12-2010 PUBLIC 03-12-
2010 EMENT VOL-02444-02 PP-00415)

22
Art. 109. Aos Juízes Federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral;

MUDE SUA VIDA!


261
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ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL –


ADPF
NOÇÕES GERAIS
Esse dispositivo encontra correspondência no Art. 2º da Lei nº 9.882/99:

Art. 2º Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental:


I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;
II - (VETADO)
§ 1º Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante
representação, solicitar a propositura de arguição de descumprimento de preceito
fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os fundamentos
jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo.
§ 2º (VETADO)

Aplicam-se aqui as mesmas regras já estudadas sobre a ADI e ADC, inclusive quanto à
pertinência temática e representação via advogado.

O inciso II vetado previa a possibilidade de propositura de ADPF por qualquer pessoa


lesada ou ameaçada por ato do Poder Público, entretanto permanece vigente o § 1º, de modo
que a legitimidade para propor ADPF é apenas dos legitimados para ADI. Acrescenta-se,
todavia, que qualquer interessado pode solicitar ao PGR a propositura da arguição.

A arguição de descumprimento de preceito fundamental é uma ação existente no modelo


de controle concentrado e abstrato, ou seja, por intermédio de um processo objetivo, e serve
para evitar ou afastar lesão a preceito fundamental, bem como quando houver controvérsia
constitucional sobre leis ou atos normativos nas três esferas da federação.
➢ Essa ação encontra-se prevista no Art. 102, § 1º, da CF/88 e é regulamentada
pela Lei 9.882/99.

MUDE SUA VIDA!


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COMPETÊNCIA

OBJETO
O objeto da ADPF encontra-se elencado no Art. 1º da Lei 9.882/99, vejamos:

Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será


proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar
lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito
fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei
ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à
Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)

Pela leitura do dispositivo, podemos verificar que há duas espécies de ADPF:

1a – ARGUIÇÃO AUTÔNOMA

Evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder


Público.

Essa hipótese visa afastar qualquer ação ou omissão do Poder Público que ameacem ou
lesem efetivamente um preceito fundamental.

Observa-se nessa hipótese tanto um caráter preventivo (evitar lesão) quanto repressivo
(reparar lesão) dessa ação.

Podem ser objeto de ADPF:

De acordo com a doutrina, aqui se incluem os atos normativos secundários, inclusive


regulamentares, desde que violem um preceito fundamental, os quais, como se sabe, não
podem ser objeto de ADI23. Ex.: decreto presidencial (não autônomo).

CUIDADO! De acordo com o STF, a ADPF não é, como regra, o meio de se


impugnar um ato normativo secundário tipicamente regulamentar, pois, como
sabemos, não há que se falar em controle de constitucionalidade de ato normativo
secundário, e sim de controle de legalidade. Apenas em hipóteses excepcionais
esse controle poderia ser exercido.

23
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo, p. 833. LENZA, Pedro. p. 401.

MUDE SUA VIDA!


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A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que a arguição de descumprimento de


preceito fundamental é, em regra, meio inidôneo para processar questões controvertidas
derivadas de normas secundárias e de caráter tipicamente regulamentar.
[ADPF 210 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 6-6-2013, P, DJE de 21-6-2013.]

• Incluem-se também atos não normativos de efeitos concretos, por exemplo, as


decisões judiciais. CUIDADO! Não cabe em face de decisão judicial transitada
em julgado, em respeito ao princípio constitucional da segurança jurídica (Art.
5º, XXXVI24).
• Atos normativos revogados ou com eficácia exaurida. (ADPF 33/PA e 77/DF).

➢ Não podem ser objeto de ADPF:


• Não se incluem atos políticos. Ex.: ADPF em face de veto do Presidente da
República.
• Não se incluem súmulas dos Tribunais.
• Não está incluído ato de particulares25, entretanto, se o ato do particular
decorrer do exercício de atribuições do Poder Público, caberá ADPF (mesma
ideia do Mandado de Segurança). Ex.: concessionárias de serviço público.

2ª – ARGUIÇÃO INCIDENTAL

Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou


ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição.

Ocorre quando houver controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo


federal, estadual ou municipal, inclusive de normas pré-constitucionais, em uma
hipótese concreta.

Nesse caso, os legitimados a propor a ADPF verificam que em um caso concreto há


controvérsia sobre a aplicação de uma determinada norma e levam à análise do STF a partir
desse caso concreto. Cumpre observar que o controle aqui também é abstrato, mas surge a
partir de uma situação concreta. Tanto o é que o Art. 6º, § 1º, da Lei 9.882/99 permite que o
relator convoque as partes do processo que gerou a arguição. Vejamos:

Art. 6º
§ 1º Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos
que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito ou
comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data
para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade
na matéria.

24
Art. 5º XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
25
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo, p. 833

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O grande diferencial da ADPF é a possibilidade de levar ao controle abstrato do STF


normas municipais contestadas em face da Constituição, inclusive do direito pré-
constitucional, temas que não podem ser objeto de ADI.

É requisito nessa segunda hipótese que haja controvérsia constitucional sobre as


normas impugnadas e que essa controvérsia seja relevante.

Quanto ao direito pré-constitucional, destacamos que aqui o juízo não será de


constitucionalidade ou inconstitucionalidade, mas sim de recepção ou não recepção da norma
questionada. Assim, a ADPF é o instrumento processual adequado para analisar a recepção ou
não de normas anteriores à CF.

CUIDADO! Se a norma pré-constitucional já foi declarada inconstitucional no regime


anterior e já há precedente do STF reconhecendo sua inconstitucionalidade, não há que se
falar em ADPF.

Assim, podemos esquematizar como requisito dessa modalidade de ADPF:


• ato normativo em qualquer esfera da federação;
• controvérsia judicial relevante;

Elencamos as hipóteses de cabimento e não cabimento da ADPF mais relevantes para a


sua prova:

CABE ADPF NÃO CABE ADPF

• Atos do Poder Público: • Atos normativos meramente


• comissivos ou omissivos; regulamentares - em regra.
• Federal, estadual, distrital ou • Súmulas.
Municipal. • Emendas Constitucionais.
• Atos normativos secundários. • Atos políticos.
• Atos não normativos. • Norma pré-constitucional já
• Atos de efeitos concretos. declarada inconstitucional no regime
• Decisões judiciais - não transitadas anterior.
em julgado. • Atos de particulares (salvo
• Atos revogados. delegação).
• Atos de eficácia exaurida.
• Atos anteriores à CF - direto pré-
constitucional.

CARÁTER SUBSIDIÁRIO – FUNGIBILIDADE


Só é cabível ADPF quando não couber outra ação de controle abstrato, como ADI e ADC
ou outro instrumento capaz de afastar a lesividade, como, por exemplo, um remédio
constitucional, daí o seu caráter subsidiário, também chamado de residual ou excepcional,
conforme Art. 4º, § 1º, da Lei 9.882:

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Art. 4º
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

Em decorrência do caráter subsidiário, se um dos legitimados ajuizar a ADPF, mas se


verificar que era hipótese de outra ação de controle concentrado – como ADI, por exemplo, ela
pode ser conhecida como ADI, é o que se chama de princípio da fungibilidade.

PRECEITO FUNDAMENTAL

Nem a CF nem a legislação infraconstitucional estabeleceu o que se entende como


preceito fundamental. Assim, entendem-se como preceito fundamental não apenas os
princípios fundamentais – Art. 1º – 4º da CF, mas também qualquer norma que seja
considerada como fundamental.
Desse modo, competirá ao próprio STF, na petição inicial da ADPF, analisar se há
preceito fundamental envolvido ou não.

PETIÇÃO INICIAL
Como já vimos a Lei nº 9.882/99 regulamenta a ADPF e, nos artigos 3º e 4º, ela
estabelece como a petição inicial deve ser elaborada.

Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma liminar pelo relator, cabendo agravo da decisão.

Art. 3º A petição inicial deverá conter:


I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
II - a indicação do ato questionado;
III - a prova da violação do preceito fundamental;
IV - o pedido, com suas especificações;
V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial
relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
mandato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias
do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não
for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum
dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
§ 2º Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo
de cinco dias. (grifo nosso)

MUDE SUA VIDA!


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PEDIDO DE INFORMAÇÕES
Após o recebimento da petição inicial, o relator deve apreciar pedido liminar, se houver.
Na sequência, deverá solicitar informações às autoridades responsáveis pela prática do ato
questionado, no prazo de 10 dias.

Como se sabe, o PGR deve ser sempre ouvido nas ações de controle concentrado, no
prazo de 5 dias.
Apesar de a Lei não se manifestar sobre a participação do AGU, o STF tem entendido
pela sua necessidade.

Após as informações serem prestadas, e o AGU e o PGR serem ouvidos, o relator deverá
elaborar um relatório encaminhando cópia para os Ministros e pedindo data para
julgamento.

Pode ainda o relator, visando à melhor instrução do processo, ouvir as partes nos
processos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito para
emissão de parecer, marcar audiência pública, ouvir depoimento de pessoas que possam
auxiliar na melhor interpretação da matéria.

Art. 6º Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às


autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias.
§ 1º Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos
que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito ou
comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data
para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade
na matéria.
§ 2º Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada
de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.
Art. 7º Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório, com
cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
Parágrafo único. O Ministério Público, nas arguições que não houver
formulado, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para
informações. (grifo nosso)

PROVIMENTO - DECISÃO JUDICIAL


A decisão judicial deverá apenas constatar e declarar que houve violação dos princípios
sensíveis no referido ato. Se a representação for julgada procedente, deverá o Tribunal
competente requisitar ao Chefe do Executivo que decrete a Intervenção.

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DECISÃO DE MÉRITO
DELIBERAÇÃO
O quórum de instauração da sessão de julgamento de uma ADPF é de pelo menos 2/3 dos
membros, ou seja, 8 Ministros. Sem esse número mínimo de Ministros, a sessão não será
iniciada.

Apesar de a lei não falar do quórum de julgamento, em respeito ao Art. 97 da CF, a


decisão final só será proferida pela maioria absoluta dos membros, ou seja, pelo menos 6
Ministros decidindo em um ou em outro sentido. Verifica-se que se trata da mesma regra
pertinente à ADI e à ADC.

Art. 8º A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito


fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços
dos Ministros.
Art. 9º A decisão sobre a representação interventiva somente será tomada se
presentes na sessão pelo menos 8 (oito) Ministros.
Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou
improcedência do pedido formulado na representação interventiva se num ou
noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 (seis) Ministros.
Parágrafo único. Estando ausentes Ministros em número que possa influir na
decisão sobre a representação interventiva, o julgamento será suspenso, a fim de
se aguardar o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número
necessário para a prolação da decisão.

EFEITOS DA DECISÃO
➢ A ADPF produz os seguintes efeitos:

• erga omnes;

• retroativos (ex tunc), a decisão alcança toda a existência do ato;

• vinculantes: vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração Pública


Direta e Indireta nas três esferas. Frisa-se que a decisão não vincula o Poder
Legislativo no exercício de sua função legislativa, cabendo Reclamação na hipótese
de se verificar descumprimento da decisão vinculante do STF, tanto pela
Administração Pública quanto pelo Poder Judiciário, caberá reclamação.

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CUIDADO com a redação do Art. 10, § 3º; apesar de falar que a decisão terá efeito
vinculante sobre os demais órgãos do Poder Público, não está incluído o Poder Legislativo.

Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos


responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo
de interpretação e aplicação do preceito fundamental.
§ 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da
decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
§ 2º Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da
decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça
e do Diário Oficial da União.
§ 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos
demais órgãos do Poder Público. (grifo nosso)

Como a ADPF pode ter vários fundamentos, a decisão depende do pedido. Vejamos:
• Se for pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade, a decisão pode adotar
as mesmas técnicas da ADI e ADC (intepretação conforme a CF/ declaração
parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto etc.).
• Se for um ato concreto, a ADPF impedirá a sua aplicação.
• Se for direito pré-constitucional, a ADPF deverá declarar a sua recepção ou
revogação.

MODULAÇÃO DE EFEITOS
Como vimos, a decisão da ADPF produz efeitos erga omnes, vinculantes, ex tunc.

Entretanto, semelhantemente ao que ocorre na ADI e ADC, o Art. 11 da Lei 9.882/99


permite que o STF manipule os efeitos da decisão, quando preenchidos os seguintes
requisitos:

Decisão por 2/3 dos membros do Tribunal (oito Ministros).

Razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social.

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no


processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em
vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir
os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

MUDE SUA VIDA!


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PRODUÇÃO DE EFEITOS
A decisão produz efeitos imediatos, não dependendo da publicação da ata da sessão de
julgamento no Diário Oficial, é o que determina o Art. 10, § 1º:

Art. 10.
§ 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da
decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. (grifo nosso)

IRRECORRIBILIDADE
A decisão da ADPF é irrecorrível, e apesar de a lei não dispor nada a respeito, a doutrina
entende ser cabível a oposição de embargos de declaração, que servem tão somente para
suprir eventual omissão, obscuridade ou contradição da decisão por analogia à ADI e ADC.

Não cabe AÇÃO RESCISÓRIA.

Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em


arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo
ser objeto de ação rescisória.

Essa regra também vale para o âmbito estadual, conforme súmula 637 do STF: Não cabe
recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção
estadual em Município.

DECRETO INTERVENTIVO

Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos


responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final for pela
procedência do pedido formulado na representação interventiva, o Presidente do
Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do
Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar
cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do
trânsito em julgado da decisão, a parte dispositiva será publicada em seção
especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.

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Destaca-se ainda que nessa modalidade de Intervenção se a mera suspensão do ato


impugnado já for suficiente para restabelecer a normalidade, o decreto deverá se limitar a
isso, apenas a suspensão do ato; caso a suspensão não seja suficiente, então o Presidente
deverá determinar outras medidas interventivas.

Trata-se também de ato vinculado, não podendo o Chefe do Executivo se recusar a


expedir o decreto interventivo.

MEDIDA LIMINAR (CAUTELAR)

O quórum de deliberação para concessão da medida liminar é de maioria absoluta do


Tribunal (seis votos), salvo no recesso ou em casos de extrema urgência ou perigo de lesão
grave, em que será concedida pelo Presidente do Tribunal, sendo posteriormente referendada
pelo Pleno.

O relator poderá ouvir as autoridades responsáveis, o AGU e o PGR, se quiser, antes de


decidir sobre a medida liminar.

A liminar poderá consistir na:


- sustação de ato impugnado;
- suspensão do andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais, ou de
qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de
descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada.

➢ São efeitos da medida liminar:


• Erga omnes;
• Vinculante.

Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus


membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento
de preceito fundamental.
§ 1º Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em
período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal
Pleno.
§ 2º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de cinco dias.
§ 3º A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais
suspendam o andamento de processos ou os efeitos de decisões judiciais, ou de
qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de
descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa
julgada. (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)

MUDE SUA VIDA!


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NATUREZA AMBIVALENTE
Diz-se que a ADPF é também dotada de natureza dúplice ou ambivalente, isso porque, a
depender do pedido formulado, ela pode gerar o reconhecimento da constitucionalidade ou
inconstitucionalidade do ato normativo questionado.

IMPRESCRITIBILIDADE
Conforme entendimento do STF, a ADPF não se sujeita a prazos de prescrição ou
decadência.

DESISTÊNCIA
Apesar de não existir previsão na Lei nº 9.882/99, não se admite a desistência da ADPF,
ou seja, uma vez proposta por um dos legitimados, ele não poderá oferecer pedido de
desistência da ação (princípio da indisponibilidade).

SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO
Assim como ocorre da ADI e na ADC, na ADPF, por se tratar de processo objetivo, não
cabe alegação de suspeição de Ministro, mas poderá ser alegado o seu impedimento quando o
Ministro já tiver atuado anteriormente na condição de PGR ou AGU, requerente ou requerido
na ação.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – AMICUS CURIAE


Não se admite, na ADPF, o instituto processual da intervenção de terceiros26, salvo a
figura do Amicus Curiae (Amigo da Corte).

A competência para processar e julgar essa modalidade de ação é exclusiva do STF,


conforme Art. 102, § 1º, da CF/88.

§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental,


decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo
Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do
parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de
17/03/93)

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo


Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas
ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

26
É a atuação de pessoas estranhas a determinado processo judicial quando esta não se dá por litisconsórcio. Ex.:
assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo.

MUDE SUA VIDA!


272
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Repercussão Geral: é requisito de admissibilidade do Recurso.

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a


repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso,
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
Destaca-se que é cabível Recurso Extraordinário contra decisão proferida por Turma
Recursal.

Súmula 640
É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro
grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de Juizado Especial Cível e
Criminal.

Lei Local X Recurso


Constituição EXTRAORDINÁRIO STF
Federal

Lei Local X Lei Recurso


Federal EXTRAORDINÁRIO STF

Ato de Governo
Recurso
X Constituição EXTRAORDINÁRIO STF
Federal

Ato de Governo Recurso


X Lei Federal ESPECIAL STJ

Considera-se como repercussão geral a existência ou não de questões relevantes do


ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos
do processo (critério subjetivo).

MUDE SUA VIDA!


273
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Presume-se a existência de repercussão geral quando o recurso impugnar acórdão que


(critério objetivo27):
- contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
- tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos
do Art. 97 da Constituição Federal.
Os parágrafos do Art. 102 vão dispor a respeito da competência do STF para julgar a
ADPF e sobre os efeitos da ADI e ADC:
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

➢ Assim, podemos esquematizar:


Legitimidade para fazer ADI:
• No âmbito federal: Procurador-Geral da República;
• No âmbito estadual: Procurador-Geral de Justiça.

Provimento:
• No âmbito federal: STF.
• No âmbito estadual: TJ.

Decreto:
• No âmbito federal: Presidente;
• No âmbito estadual: Governador.

27
CPC/2015. Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário
quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de
vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo
Tribunal Federal.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;
II – (Revogado)
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição
Federal.

MUDE SUA VIDA!


274
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Decreto Intervenção -
Representação PGR/PGJ PROVIMENTO STF/TJ
Presidente/Governador

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - CONCENTRADO


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE

Como vimos, nas competências originárias do STF, compete a esse órgão o julgamento
da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (aqui se
incluem as leis do DF, quando editadas no exercício de competência estadual28) e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, apenas.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade é uma ação existente no modelo de controle
concentrado e abstrato que tem por objetivo afastar normas que violem a Constituição
Federal, exercendo o controle em tese, ou seja, sem que haja análise de um caso concreto. O
pedido é o reconhecimento da inconstitucionalidade da norma.

A Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC integra o sistema de controle


concentrado e abstrato e tem por objetivo a declaração, pelo STF, da constitucionalidade de
determinada lei ou ato normativo que esteja gerando divergência nos juízos inferiores.

Sabe-se que a regra é da presunção da constitucionalidade das normas. Entretanto, essa


é uma presunção relativa, de modo que com a declaração de constitucionalidade, essa
presunção passa a ser absoluta.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

PETIÇÃO INICIAL
Como já vimos, a Lei 9.868/99 regulamenta a ADI e, nos artigos 3º e 4º ela estabelece
como a petição inicial deve ser elaborada. Resumidamente, a petição inicial deverá indicar
qual o ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos da sua inconstitucionalidade.
Lembrando que o STF fica vinculado ao pedido (princípio do pedido), e não à causa de pedir
(causa de pedir aberta).

28
Como se sabe o Distrito Federal cumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios (Art. 32. § 1º da
CF/88), dessa forma só poderá ser objeto de ADI aquela lei produzida pelo DF quando editada no exercício de
competência estadual.
Art. 32. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

[Súmula 642.STF]
Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legislativa
municipal.

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Deverá ainda ser apresentada em duas vias, com cópia da norma impugnada dos
documentos necessários à comprovação da inconstitucionalidade. Deve também ser
acompanhada de procuração, mas apenas para aqueles legitimados que dependam de
representação por intermédio de advogado, que são: os partidos políticos com representação
no Congresso Nacional e as confederações sindicais e entidades de classe no âmbito nacional.

Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma limitar pelo relator, cabendo agravo da decisão.
Art. 3º A petição indicará:
I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações;
II - o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos
necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

NATUREZA AMBIVALENTE
Diz-se que a ADI é dotada de natureza dúplice ou ambivalente. É dizer: se a ADI for
julgada improcedente, significa afirmar que a norma impugnada é compatível com a
Constituição, ou seja, implica o reconhecimento da sua constitucionalidade. De outro sentido,
se a ADI for julgada procedente, significa que a norma impugnada é inconstitucional. Desse
modo, tanto na procedência quanto na improcedência da ação, a decisão de mérito produzirá
efeitos.

É o que dispõe o Art. 24 da Lei 9.868/99:

Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação


direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a
inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente
eventual ação declaratória.

Imprescritibilidade
Conforme entendimento do STF, a ADI não se sujeita a prazos de prescrição ou
decadência.

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DESISTÊNCIA
Conforme Art. 5º da Lei 9.868/99 não se admite a desistência da ADI, ou seja, uma vez
proposta por um dos legitimados, ele não poderá oferecer pedido de desistência da ação.
Princípio da Indisponibilidade.
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.

SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO
Sabe-se que os juízes devem julgar sempre de forma imparcial, com a finalidade de
manter a imparcialidade do Poder Judiciário. A legislação processual civil criou dois institutos:
o impedimento e a suspeição.

O impedimento decorre de situações objetivas em decorrência das quais o juiz não


poderá julgar. Já a suspeição decorre de questões subjetivas que possam comprometer a
imparcialidade da decisão.

Na ADI, por se tratar de processo objetivo, não cabe alegação de suspeição de Ministro,
mas poderá ser alegado o seu impedimento quando o Ministro já tiver atuado anteriormente
na condição de PGR ou AGU, requerente ou requerido na ação.

As hipóteses de suspeição ou impedimento estão elencadas nos artigos 144 e 145 do


NCPC:

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no


processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito,
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como
testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro,
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa
jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer
das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação
de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de
outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

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Art. 145. Há suspeição do juiz:


I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge
ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS – AMICUS CURIAE


Não se admite na ADI o instituto processual da intervenção de terceiros29, salvo a figura
do Amicus Curiae (“Amigo da Corte”).

Amicus Curiae é a pessoa ou entidade estranha à causa, que vem auxiliar o tribunal,
provocada ou voluntariamente, oferecendo esclarecimentos sobre questões essenciais ao
processo.

O Art. 7º, § 2º, da Lei 9.868 autoriza a manifestação de outros órgãos ou entidades na
ADI, ou seja, admite a figura do Amicus Curiae. Vejamos:
LEGITIMIDADE ATIVA
Têm legitimidade para propor a ADI aquelas pessoas elencadas no Art. 103 da CF/88.
Trata-se de rol taxativo. Vejamos:

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a


ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do


Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

29
É a atuação de pessoas estranhas a determinado processo judicial quando esta não se dá por litisconsórcio. Ex.:
assistência, denunciação da lide, chamamento ao processo.

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VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.


Apenas os partidos políticos com representação no Congresso Nacional e a Confederação
Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional precisam de advogado para propor a ADI.
Os demais legitimados podem propor diretamente ADI sem estar representados por
advogado, podendo realizar atos no processo que seriam privativos de advogados, inclusive
interpondo recursos, evidentemente, desde que o legitimado tenha proposto a ADI. Não pode,
por exemplo, o Presidente da República interpor ADI e no curso do processo o Governador de
Estado apresentar recurso. Nesse caso, apenas o Presidente tem legitimidade para interpor o
Recurso.

Cumpre frisar que partido político com representação no Congresso Nacional é


aquele que tem pelo menos um representante eleito na Câmara ou no Senado. Ademais, se o
partido, no decorrer da ação, perder essa legitimidade, o processo deverá ter continuidade,
uma vez que a aferição da legitimidade deve ser feita no momento da propositura da ação.

Para caracterizar uma entidade de classe com caráter nacional, deve-se comprovar,
além da previsão estatutária de defesa dos interesses da categoria em todo território nacional,
que a entidade tenha associados ou membros em pelo menos nove Estados da Federação.

É pertinente observar que apenas as Confederações Sindicais podem propor ADI, não
sendo legitimados os sindicatos, as federações e as centrais sindicais.

Entendeu o STF que Associações formadas apenas por pessoas jurídicas (associações de
associações) também têm legitimidade para interpor ADI, mesmo não mencionadas no Art.
103.

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente


ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos
de competência do Supremo Tribunal Federal.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO


NOÇÕES GERAIS

Como já estudamos, a inconstitucionalidade ocorre não apenas por um ato comissivo (a


criação de uma lei ou ato normativo), mas também pela sua omissão, ou seja, quando um
determinado órgão ou autoridade encarregado de elaborar determinada norma não a realiza,
inviabiliza-se a efetividade de uma norma constitucional.

Dessa forma, a Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão, que integra o sistema
de controle concentrado e abstrato, tem por objetivo a declaração, pelo STF, da omissão,
buscando tornar efetiva a norma constitucional.

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➢ Essa ação foi inserida em nosso ordenamento pela CF/88 (Art. 10330 , § 2º).
• Essa ação é regulamentada também pela Lei 9.868/1999.
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da
Seção I do Capítulo II desta Lei.

OBJETO
A ADO tem como objeto a omissão inconstitucional, que pode ser tanto legislativa
quanto administrativa, bem como pode ser total ou parcial.

Logo, podemos afirmar que só é cabível ADO em face da omissão regulamentadora


daquelas normas constitucionais de eficácia limitada, tanto as normas programáticas, quanto
as de princípios institutivos, mas desde que tenham natureza impositiva, e não facultativa.

Considerando a mesma regra da ADI, só podem ser impugnadas omissões normativas


federais, estaduais e distritais – no exercício de competência estadual, mas não podem ser
impugnadas omissões de órgãos ou autoridades municipais.

Omissões Municipais não se sujeitam à ADO!

COMPETÊNCIA
Como sabemos, a competência para o controle concentrado no âmbito federal é do STF.

LEGITIMIDADE
Nos termos do Art. 12-A da Lei 9.868/1999 são legitimados ativos os mesmos para
propor a ADI, como dispõe o Art. 103 da CF/88. Vejamos:

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão


os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da Ação
Declaratória de Constitucionalidade.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a Ação


Declaratória de Constitucionalidade:

30
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada
ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo,
para fazê-lo em trinta dias.

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I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Essa ação, por ser também uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, possui as mesmas
características e o procedimento da ADI genérica, já estudados, apenas com algumas
peculiaridades, como dispõe o Art. 12- E da Lei 9.869/99:

➢ Uma observação importante a ser traçada, neste momento, quanto à ADO, é que
não pode propor ADO a autoridade que também for a competente para elaborar
a norma omissa.

Quanto à legitimidade passiva na Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão,


são os órgãos ou autoridades que deveriam editar a norma faltante para a concretização da
norma constitucional.
Cuidado! Algumas leis são de iniciativa privativa de algumas autoridades. Nesse caso a
ADO deve ser proposta contra aquele que deveria ter tido a iniciativa da lei.

DESISTÊNCIA
Também não se admite a desistência da ADO (princípio da indisponibilidade), por se
tratar de processo de natureza objetiva, conforme Art. 12-D da Lei nº 9.868/99:
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não
se admitirá desistência.

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PETIÇÃO INICIAL
O Art. 12-B da Lei 9.868/99 dispõe sobre os requisitos da petição inicial na ADO. Vejamos

Art. 12-B. A petição indicará:


I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de
dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole
administrativa;
II - o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter
cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão.

Se a petição inicial não cumprir com os requisitos previstos em lei, ela poderá ser
indeferida de forma liminar pelo relator, cabendo agravo da decisão.

Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente


improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

PEDIDO DE INFORMAÇÕES
Neste tópico, segue-se a mesma regra da ADI, ou seja, devem ser solicitadas informações
aos órgãos ou autoridades a respeito da omissão inconstitucional.

Destaca-se aqui a disposição do Art. 12-E § 1º da Lei nº 9.868/99, que autoriza a


manifestação dos demais legitimados na ação, juntando inclusive documentos que acharem
pertinentes, no prazo das informações.

§ 1º Os demais titulares referidos no art. 2º desta Lei poderão manifestar-se,


por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados
úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar
memoriais.

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AGU E PGR
Após o decurso do prazo para informações, o PGR será intimado para manifestar-se,
lembrando que a atuação do PGR na ADO é obrigatória, assim como em todas as ações de
controle concentrado. Entretanto, na ADO só se manifestará se não for o autor da ação e no
prazo de 15 dias.

Art. 12-E, §3,º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for
autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para
informações.

A atuação do AGU é facultativa, ou seja, se assim determinar o relator, também no prazo


de 15 dias:

Art. 12-E, § 2,º O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral


da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.

DECISÃO DE MÉRITO
O quórum para a declaração de inconstitucionalidade por omissão é o mesmo da ADI, ou
seja, maioria absoluta (6 Ministros), em sessão iniciada com pelo menos 8 Ministros (2/3).

Caso o STF declare a inconstitucionalidade, deverá informar tal fato ao poder


competente para adotar as providências necessárias.

Se a omissão decorrer de órgão administrativo, sem função política, as providências


deverão ser tomadas no prazo de 30 dias.

Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância


do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das
providências necessárias.
§ 1º Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências
deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser
estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias
específicas do caso e o interesse público envolvido.
§ 2º Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão,
no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei.

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Essa regra também encontra disposição no Art. 103, § 2º da CF/88:

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar


efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção
das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-
lo em trinta dias.

MEDIDA CAUTELAR
➢ É também possível a concessão de medida cautelar em ADO, desde que se
constate:
• excepcional urgência;
• relevância da matéria.
Quórum: maioria absoluta.
No caso de omissão parcial, a medida cautelar pode implicar a suspensão da aplicação
da lei ou do ato normativo questionado. Pode ser concedida ainda para determinar a
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos em curso, ou ainda
impor outras providências que o Tribunal considerar pertinente.

Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o


Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto
no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou
autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se
no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou
do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão
de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra
providência a ser fixada pelo Tribunal.
§ 2º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da
República, no prazo de 3 (três) dias.
§ 3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada
sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou
órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no
Regimento do Tribunal.
Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da
União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo solicitar as
informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão inconstitucional,
observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I do Capítulo
II desta Lei.

MUDE SUA VIDA!


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ADO X MANDADO DE INJUNÇÃO

Mandado de injunção ADO

• Direito subjetivo • Processo objetivo


• Caso concreto • Controle abstrato
• Legitimidade ativa: • Legitimidade ativa:
titular do direito Art. 103 CF
subjetivo • STF
• Outros tribunais
(STJ/TSE)

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para


tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias e, em se
tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a


inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,
citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o
ato ou texto impugnado.

§ 4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Apenas os partidos políticos com representação no Congresso Nacional e a confederação


sindical ou entidade de classe de âmbito nacional precisam de advogado para propor a ADI,
os demais legitimados podem propor diretamente ADI sem estar representados por
advogado, podendo realizar atos no processo que seriam privativos de advogados, inclusive
interpondo recursos, evidentemente, desde que o legitimado tenha proposto a ADI.

Não pode, por exemplo, o Presidente da República interpor ADI e, no curso do processo,
o Governador de Estado apresentar recurso. Nesse caso, apenas o Presidente tem legitimidade
para interpor o Recurso.

Para caracterizar uma entidade de classe com caráter nacional deve-se comprovar,
além da previsão estatutária de defesa dos interesses da categoria em todo território nacional,
que a entidade tenha associados ou membros em pelo menos nove Estados da Federação.

Cumpre observar que apenas as confederações sindicais podem propor ADI, não sendo
legitimados os sindicatos, as federações e as centrais sindicais.

MUDE SUA VIDA!


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Entendeu o STF que associações formadas apenas por pessoas jurídicas (associações de
associações) também têm legitimidade para interpor ADI, mesmo que não mencionadas no
Art. 103.
Presidente

3 pessoas: Governador

PGR
Legitimidade ADI
Mesa das Assembleias
legislativas ou da Câmara do
Distrito Federal

3 mesas: Mesa da Câmara

Mesa do Senado

Conselho Federal da OAB

Partido com representação


3 instituições: Precisam de advogado
no Congresso Nacional

Confederação Sindical ou
Precisam de advogado
Entidade de Classe Nacional

PERTINÊNCIA TEMÁTICA

Como vimos, são vários os legitimados para propositura da ADI. Contudo, a


jurisprudência tem exigido que alguns legitimados demonstrem o que se chama de “
pertinência temática”, ou seja, algumas pessoas só podem propor ADI se demonstrarem que
possuem algum interesse na matéria que está sendo impugnada, comprovem interesse de
agir.

Assim, podemos dividir os legitimados em duas categorias: legitimados universais – que


não precisam demonstrar pertinência temática e os legitimados especiais – que precisam
demonstrar pertinência temática.
São legitimados universais:
• o Presidente da República;
• o Procurador-Geral da República;
• a Mesa do Senado Federal;
• a Mesa da Câmara dos Deputados;
• o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
• partido político com representação no Congresso Nacional.

São legitimados especiais:


• o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

• a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

• a Confederação Sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.


➢ MEMORIZE!!

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UNIVERSAIS ESPECIAIS

• o Presidente da República; • o Governador de Estado ou do


• o Procurador-Geral da República; Distrito Federal;
• a Mesa do Senado Federal; • a Mesa de Assembleia Legislativa
• a Mesa da Câmara dos Deputados; ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;
• o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil; • a Confederação Sindical ou
entidade de classe de âmbito
• partido político com representação
nacional.
no Congresso Nacional.

PGR E AGU
O PGR, chefe do Ministério Público da União, tem o dever de atuar como fiscal da
Constituição, devendo opinar de forma autônoma pela constitucionalidade ou
inconstitucionalidade da norma impugnada, inclusive quando ele mesmo promove a ADI.
Obviamente, o parecer do PGR não tem caráter vinculativo, mas meramente opinativo. O PGR
atua em todas as ações de controle abstrato, conforme determina o § 1º do Art. 103 da CF/88:

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas


ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.

O AGU é o chefe da Advocacia Pública, entretanto na ADI não deverá atuar dentro das
suas funções institucionais (Art. 131 da CF/88). Isso porque a CF dá ao AGU a incumbência de
promover a defesa da constitucionalidade da norma impugnada, conforme dispõe o Art.
103, § 3º da CF/88. Vejamos:

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em


tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

Entretanto, o AGU tem plena autonomia para decidir como pretende se manifestar, se
pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma, de acordo com a orientação do
STF. ATENÇÃO! O AGU não tem legitimidade para provocar o controle abstrato e não deve se
manifestar na ADC.

MUDE SUA VIDA!


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OBJETO
A ADI serve para analisar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, editado APÓS
a CF/88:
• Federal;

• Estadual;

• Leis do Distrito Federal, quando editadas no exercício de competência


estadual31.

Não se admite ADI no STF para discutir a constitucionalidade de normas


municipais!

Leis orgânicas, leis e atos normativos municipais só serão analisados pelo STF em sede
de controle difuso (recurso extraordinário) ou por meio de ADPF, como veremos adiante.

Vale lembrar que essas leis e atos normativos, para ser objeto de ADI, devem atender aos
seguintes requisitos:
• Devem ter sido editados na vigência da CF. Isso porque, como já se sabe, o
direito pré-constitucional não é objeto de controle de constitucionalidade, e sim
de recepção ou revogação. (lembrando que o direito pré-constitucional pode ser
alegado no controle difuso e na ADPF).
• O ato deve ter abstrato, genérico e possuir normatividade. Não cabe ADI de
atos de efeitos concretos. É ato de efeito concreto, por exemplo, um decreto de
nomeação de servidor. Dessa forma, esse ato não pode ser objeto de ADI por ter
efeitos concretos.
Essa restrição não se aplica se o ato de efeito concreto tiver a forma de lei formal
(aprovada pelo Legislativo), por exemplo, a LOA (Lei Orçamentária Anual); LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias).
• Devem ser atos autônomos. Por isso só se submetem à ADI os atos normativos
primários; atos meramente regulamentares não são objetos de ADI.
• A norma impugnada deve estar vigente. Não são objetos de ADI atos
normativos revogados ou com eficácia exaurida.

➢ Para fins de prova, podemos elencar alguns atos normativos objeto de ADI:
• Emenda Constitucional;
• Constituição Estadual;
• Tratados e convenções internacionais;
• Leis complementares, ordinárias ou delegadas;

31
Como se sabe, o Distrito Federal cumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios (Art. 32, § 1º, da
CF/88). Dessa forma, só poderá ser objeto de ADI aquela lei produzida pelo DF quando editada no exercício de
competência estadual.
Art. 32. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

MUDE SUA VIDA!


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• Resoluções/ decretos legislativos;


• Medidas provisórias;
• Decreto autônomo;
• Regimentos internos dos Tribunais; como são normas elaboradas com
fundamento na própria Constituição, podem ser objeto de ADI (Art. 96, I, a,
CF/88);
• Resoluções e decisões administrativas de Tribunais;
• Atos normativos de pessoas jurídicas de Direito Público (autarquias/fundações
públicas).

ATENÇÃO! Súmulas não podem ser objeto de ADI.

NÃO CABE ADI sobre norma já declarada constitucional pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, mesmo que em recurso extraordinário, ou seja, no controle difuso, exceto
quando venham a ocorrer modificações significativas de ordem jurídica, social ou econômica,
ou se apresentem argumentos supervenientes, nitidamente mais relevantes do que aqueles
que antes prevaleciam.
Nesse caso, a petição inicial será considerada inepta e indeferida pelo relator.

É manifestamente improcedente a ação direta de inconstitucionalidade que


verse sobre norma (art. 56 da Lei nº 9.430/96) cuja constitucionalidade foi
expressamente declarada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, mesmo que
em recurso extraordinário. Aplicação do art. 4º da Lei nº 9.868/99 (...). A alteração
da jurisprudência pressupõe a ocorrência de significativas modificações de ordem
jurídica, social ou econômica, ou, quando muito, a superveniência de argumentos
nitidamente mais relevantes do que aqueles antes prevalecentes, o que não se
verifica no caso. (ADI 4.071-AgR, rel. min. Menezes Direito, julgamento em 22-4-
2009, Plenário, DJE de 16-10-2009.) No mesmo sentido: ADI 4.466, rel. min. Dias
Toffoli, decisão monocrática, julgamento em 13-2-2012, DJE de 17-2-2012.

PARÂMETRO DE CONTROLE
O parâmetro do controle na ADI é:

• Constituição Federal em vigor, inclusive as emendas;

• ADCT;

• Tratados Internacionais de Direitos Humanos – aprovados com status de


emenda constitucional.

MUDE SUA VIDA!


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PRINCÍPIO DO PEDIDO
No controle concentrado de constitucionalidade, o Poder Judiciário só poderá exercer
esse controle se for provocado, e não de ofício. Ademais, a atuação do Judiciário fica limitada à
análise dos dispositivos que foram questionados; é o que se chama de princípio do pedido, de
adstrição ao pedido, ou princípio da congruência.

Contudo, o Judiciário não é obrigado a decidir conforme os fundamentos jurídicos do


pedido, ou seja, da causa de pedir. Dessa forma, o Judiciário, ao analisar a constitucionalidade
de determinado dispositivo, poderá reconhecer a sua inconstitucionalidade, não pelos
fundamentos mencionados na petição inicial, podendo fundamentar em outros motivos – é o
que se chama de causa de pedir aberta.

Apesar de o Judiciário estar adstrito ao reconhecimento da inconstitucionalidade,


apenas da norma mencionada no pedido, muitas vezes o Judiciário, ao reconhecer a
inconstitucionalidade de determinada norma, pode tornar sem efeito uma outra que seja
dependente da primeira. Nesse caso, teremos a chamada inconstitucionalidade por
arrastamento ou consequencial.

Nessa situação, o STF declara a inconstitucionalidade de uma norma ou dispositivo,


aquele que foi objeto da petição inicial, mas acaba por via de consequência estendendo os
efeitos da declaração a outras normas ou dispositivos, mesmo que não tenham sido objeto do
pedido inicial.

Como vimos, a ADI produz os seguintes efeitos:

Erga omnes

Ex tunc
Regra
EFEITOS ADI

Vinculante

Repristinatório

2/3 dos membros

Razões de
Modulação
segurança jurídica
Excepcional
interesse social

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INÍCIO DA PRODUÇÃO DE EFEITOS


A decisão produz efeitos a partir da data da publicação da ata da sessão de julgamento
no Diário Oficial, ou seja, não é necessário aguardar o trânsito em julgado para a produção dos
efeitos da ADI.

IRRECORRIBILIDADE
A decisão na ADI e na ADC é irrecorrível, sendo cabíveis apenas Embargos de
Declaração, que servem tão somente para suprir eventual omissão, obscuridade ou
contradição da decisão.
Não cabe AÇÃO RESCISÓRIA.
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou
em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de
embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de
ação rescisória.

LIMITES DA EFICÁCIA RETROATIVA


Vimos que a decisão da ADI como regra produz efeitos ex tunc, declarando a norma nula
desde a sua origem. Contudo, isso não significa que atos concretos realizados sob a vigência
daquela norma serão automaticamente desfeitos. A decisão apenas permite que a parte
interessada pleiteie judicialmente o desfazimento do ato realizado com base em norma
declarada inconstitucional.

A decisão de inconstitucionalidade não tem o condão de reformar decisões judiciais que


aplicaram a norma inconstitucional, devendo a parte impetrar o devido recurso, ou se a
decisão já tiver transitada em julgado, poder-se-á impetrar Ação Rescisória.

Imaginemos, por exemplo, uma sentença transitada em julgado em 2016 que aplicou a
lei X, sendo que em 2017 a lei X foi declarada inconstitucional. Essa decisão não vai retroagir e
afastar automaticamente os efeitos da sentença anterior, para isso a parte deverá impetrar
Ação Rescisória.

TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES


Como já sabemos, a decisão que declara a inconstitucionalidade produz efeitos
vinculantes. Mas você pode estar se perguntando: que partes da decisão produzem efeitos
vinculantes?
Duas correntes:
Teoria restritiva: só o dispositivo produz efeito vinculante.
Teoria da transcendência dos motivos determinantes: além do dispositivo, os
motivos invocados na decisão, ou seja, os fundamentos produzem efeitos vinculantes.

Ex.: imaginemos que o STF declarou a inconstitucionalidade da Lei Y, do Estado "X", que
estabelecia reserva de vagas para as mulheres nas universidades estaduais, por entender
configurada a ofensa ao princípio constitucional da isonomia.
Considere que outro Estado da Federação editou a Lei W, de idêntico teor.

MUDE SUA VIDA!


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• Se o STF admitir o cabimento da Reclamação contra a nova lei, reconhecendo


atentado à autoridade da sua decisão, estará adotando a teoria da
transcendência dos motivos determinantes.
• Se adotar a teoria restritiva, só uma nova ADI será capaz de analisar a
constitucionalidade da Lei W, do outro Estado.

O STF tem adotado a teoria restritiva.

SÚMULAS VINCULANTES

Apenas o Supremo Tribunal Federal tem competência para editar súmulas com efeito
vinculante, outros tribunais podem editar súmulas, mas sem efeito vinculante.
A Lei nº. 11.417/2006 regulamenta as Súmulas vinculantes.
➢ Criação: Apenas pelo STF;
➢ Iniciativa: De ofício ou provocação dos mesmos legitimados para propor ADI
(Art. 103 CF). Destaca-se que a Lei 11.417/2006 ampliou esse rol de legitimados,
incluindo além dos legitimados da ADI, também:
• O Defensor Público-Geral da União;
• Os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito
Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais
do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
Aprovação: quórum de 2/3 dos membros, ou seja, pelo menos 8 Ministros.
Objeto da súmula: a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas.
Requisitos:
• Matéria constitucional;
• Reiteradas decisões do STF sobre essa matéria, ou seja, a posição do STF já deve
estar consolidada;
• Controvérsia atual, nem futura e nem superada, entre os órgãos do Poder
Judiciário ou entre eles e a Administração Pública;
• Grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica.
Vigência: a partir da publicação no diário oficial.
Efeitos: vinculantes para a Administração Pública – direta e indireta – nas três esferas e
para os demais órgãos do Poder Judiciário, ou seja, não vincula o próprio STF, nem o Poder
Legislativo.
Reclamação: Em caso de descumprimento da súmula poderá ser feita reclamação ao
STF que, em caso de procedência, determinará:
• Se for ato administrativo: a anulação do ato.
• Contra omissão ou ato da Administração Pública, o uso da reclamação só será
admitido após esgotamento das vias administrativas.
• Se for decisão judicial: a cassação da decisão judicial contrária, determinando
que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por


provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros,
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá

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efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário


e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a


eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e
relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,


revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por
aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a


súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá
reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Esses
Ministros são nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
➢ 1/3 de juízes dos TRFs – Não precisam ser da classe dos juízes de carreira.32

➢ 1/3 de desembargadores dos TJ estaduais - Não precisam ser da classe dos


juízes de carreira.

➢ 1/3 dividido assim:

➢ 1/6 advogados

➢ 1/6 membros do Ministério Público Federal, dos Ministérios Públicos Estaduais


e do Distrito Federal.

Objetivo: resolver controvérsia sobre a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas; vincular as demais decisões dos órgãos do Poder Judiciário e da Administração
Pública.
Em caso de descumprimento da súmula, poderá ser feita RECLAMAÇÃO ao STF que
poderá ANULAR o ato administrativo ou CASSAR a decisão judicial contrária.

32
ADI – 4.078

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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


O Conselho Nacional de Justiça, instituído pela Emenda Constitucional n. 45/2004, tem
natureza de órgão administrativo, correicional, de caráter nacional.
Está incluído entre os ÓRGÃOS do Poder Judiciário, contudo, não exerce atividade
jurisdicional.

Um dos temas mais cobrados em prova trata da composição do CNJ, que está prevista no
Art. 103-B da CF:

COMPOSIÇÃO
15 membros;
mandato de 2 anos;
admitida 1 recondução.
Vejamos quais são os membros

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)


membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma)
recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo


respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo


respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo


Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal


Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior


Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de


Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo


Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do


Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

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X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo


Procurador-Geral da República; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo


Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo
órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,


indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Presidente do Presidente do
STF CNJ 1 Ministro
Corregedor
do STJ
Desembargador
STF STJ Juiz do TRF
do TJ

Juiz Juiz Federal


Estadual

Ministro do TST
Ministério Público
União - MPU
TST Juiz do TRT Procurador-Geral
da República - PGR
Ministério Público
Estadual - MPE
Juiz do Trabalho

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PRESIDÊNCIA
O CNJ tem como Presidente o Presidente do Supremo Tribunal Federal e, na sua
ausência e impedimento, será substituído pelo Vice-Presidente do STF.

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal


Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente
do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)

Ordem dos Advogados do


2 Advogados
Brasil - OAB

1 cidadão de notável saber jurídico e


Câmara dos Deputados
reputação

1 cidadão de notável saber


Senado Federal jurídico e reputação
ilibada

Salvo o Presidente do Conselho, que é o Presidente do STF, os demais membros serão


nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal

§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo


Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)

Com exceção do Presidente do STF, os demais membros do Conselho serão


nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste


artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

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COMPETÊNCIAS
As competências do Conselho Nacional de Justiça, constam no Art. 103-B, § 4º da
Constituição Federal e constam de um rol EXEMPLIFICATIVO.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e


financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que
lhe forem conferidas pelo Estatuto da
Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

administrativa

da atuação Do Poder Judiciário

CONTROLE financeira
do cumprimento
dos deveres
funcionais dos
juízes

ATENÇÃO: de acordo com a jurisprudência do STF (MS 27.621/DF), o CNJ não dispõe de
atribuições institucionais para exercer a fiscalização da atividade jurisdicional dos
magistrados e tribunais.

Podemos destacar, ainda, as demais competências do CNJ:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do


Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar
providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou


mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O CNJ pode analisar a legalidade dos atos administrativos, mas não a sua
Constitucionalidade.
Destaca-se que outros órgãos de fiscalização também poderão analisar a legalidade dos
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, como, por
exemplo, o TCU.

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III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos


do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a
remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Esse dispositivo estabelece a competência disciplinar e correicional do CNJ para


instaurar procedimentos administrativos disciplinares aplicáveis aos magistrados. Essa
competência NÃO é subsidiária à competência dos Tribunais e, portanto, pode ser exercida de
modo CONCORRENTE!
Podemos esquematizar o que o CNJ NÃO pode realizar, de acordo com a jurisprudência do
STF:
➢ não pode decretar a perda de cargo de juiz vitalício;
➢ não pode fiscalizar, reexaminar e suspender atos de conteúdo jurisdicional
emanados por juízes ou tribunais;
➢ não pode apreciar a constitucionalidade de atos administrativos, apenas a sua
legalidade;
➢ não pode interferir em acordo judicial.

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a


administração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos


disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de
um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e


sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes
órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar


necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as
atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao
Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

O QUE O CNJ NÃO PODE FAZER


✓ Decretar a perda de cargo de juiz vitalício;
✓ Não pode fiscalizar, reexaminar e suspender atos de conteúdo jurisdicional emanados
por juízes ou tribunais;
✓ Não pode apreciar a constitucionalidade de atos administrativos, apenas a sua
legalidade;
✓ Não pode interferir em acordo Judicial.

MUDE SUA VIDA!


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CNJ E A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF


É de competência originária do STF o julgamento de ações contra o Conselho Nacional
de Justiça, inclusive os mandados de segurança contra ato ilegal ou com abuso de poder
realizado pelo CNJ.

A competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para processar e julgar ações que
questionam atos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP) limita-se às ações tipicamente constitucionais: mandados de segurança,
mandados de injunção, habeas corpus e habeas data (AO 1814).

Entretanto, as deliberações negativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não


estarão sujeitas à revisão por meio de mandado de segurança impetrado diretamente no
Supremo Tribunal Federal33.

PRERROGATIVA DE FORO
De acordo com o Art. 52, II os Ministros do CNJ são julgados pelos crimes de
responsabilidade no Senado Federal.

A CF não estabelece a prerrogativa de foro para os crimes comuns, devendo ser


analisada a regra individual, ou seja, se o Ministro possui alguma prerrogativa decorrente do
cargo que originariamente ocupa.

Ex.: se o crime comum foi feito pelo Juiz de direito, a competência será do TJ respectivo,
se Ministro do STJ, perante o STF.

CORREGEDOR

O Ministro-Corregedor será o Ministro do STJ.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de


Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos
no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as
seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

33AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. DELIBERAÇÃO NEGATIVA DO CONSELHO


NACIONAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF. INEXISTÊNCIA. DESCABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA.
PRECEDENTES. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal está consolidada no sentido de não atrair a competência originária
desta Corte mandados de segurança impetrados contra deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça. In casu, o referido
órgão limitou-se a manter ato administrativo exarado pela Presidência do Tribunal de origem que fez cessar a designação da ora
agravante para responder por serventia extrajudicial. Agravo regimental conhecido e não provido.

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NÃO DEIXE DE LER as atribuições específicas do corregedor

I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado,


relativas aos magistrados e aos serviços
judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de


correição geral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e


requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados,
Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

OUTRAS REGRAS

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e


o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará


ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e
denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Esses
Ministros são nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Para se lembrar do número de membros do STJ, a dica é a frase “Somos Todos Jesus”,
lembrando que Jesus morreu aos 33 anos.

A escolha dos Ministros do STJ não é livre como na composição do STF, sendo:
• 1/3 de juízes dos TRFs;
• 1/3 de desembargadores dos TJ estaduais;
• 1/3 dividido assim:
• 1/6 advogados;
• 1/6 membros do Ministério Público Federal, dos Ministérios Públicos Estaduais
e do Distrito Federal.
Atenção: a escolha de membros do MP e Advogados não é o Quinto Constitucional, na
medida em que a composição é de um terço, mas as indicações seguem o procedimento do
Quinto Constitucional, previsto no Art. 94.

MUDE SUA VIDA!


300
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➢ Requisitos
• idade entre 35 e 65 anos;
• brasileiro nato ou naturalizado;

• notável saber jurídico e reputação ilibada;
• não precisa ser brasileiro nato.

➢ Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Observe que a composição é de no mínimo 33 Ministros, ou seja, é possível a majoração


do número de Ministros do STF, por meio de legislação infraconstitucional.

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo,


trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão


nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um


terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados
em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do


Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e
Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

➢ Requisitos
• Idade entre 35 e 65 anos;
• Brasileiro nato ou naturalizado;

• Notável saber jurídico e reputação ilibada.

MUDE SUA VIDA!


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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COMPETÊNCIAS DO STJ
O STJ possui competências de natureza originária e competências de natureza recursal,
vejamos:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito


Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;

COMUM STF

PGR

RESPONSABILIDADE SENADO FEDERAL

TRIBUNAIS STJ - Art. 105, I, a

MPU

1ª instância TRF - Art. 108, I, a

MPE COMUM/RESPONSABILIDADE TJ

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302
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b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de


Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das


pessoas mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal
sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência
da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999)

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado


o disposto no art. 102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a ele
não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia


da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e


judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado
e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e
da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma


regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade
federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça
Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal;

I) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de


exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

COMPETÊNCIA RECURSAL

II - julgar, em recurso ordinário:


a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos


Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo


internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente
ou domiciliada no País.

MUDE SUA VIDA!


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RECURSO ESPECIAL

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou


última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei


federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja


atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de
Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

Convém lembrar que quando a decisão recorrida julgar válida LEI LOCAL x LEI
FEDERAL – a competência será do STF – por meio de Recurso Extraordinário.

JUIZADOS ESPECIAIS

Observe que, pelo texto constitucional, os remédios constitucionais (HC e MS), bem
como o Recurso Especial são cabíveis apenas contra atos de TRFs e TJs, ou seja, não são
cabíveis contra atos de Turma Recursal de Juizado Especial.
Nesse sentido vejamos a súmula 203 do STJ:

STJ - SÚMULA Nº 203 - Não cabe recurso especial contra decisão proferida,
nos limites de sua competência, por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.

Entretanto, cabe RECLAMAÇÃO para o STJ das decisões dos juizados que violarem a
interpretação da jurisprudência dada pelo STJ, com fundamento no Art. 105, I, f.:
ÓRGÃOS VINCULADOS AOS STJS

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:


I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso
e promoção na carreira;
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo
graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões
terão caráter vinculante.

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I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de


Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os
cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da


lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com
poderes correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
➢ Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
ESTRUTURA
A Justiça Federal é organizada em dois graus de jurisdição e é composta pelos Juízes
Federais e pelos Tribunais Regionais Federais, conforme Art. 106 da CF/88:

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Os Tribunais Regionais Federais são distribuídos em cinco regiões definidas


geograficamente e que não guardam relação com as regiões definidas pelo IBGE. Cada uma
dessas regiões é encabeçada por um Tribunal Regional Federal.
Atualmente, existem cinco Tribunais Regionais Federais:

TRF da 1ª Região - sede em Brasília: compreende as seções judiciárias


do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato
Grosso, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

TRF da 2ª Região - sede no Rio de Janeiro: compreende as seções judiciárias do Rio de


Janeiro e Espírito Santo.

TRF da 3ª Região - sede em São Paulo: compreende as seções judiciárias de São


Paulo e Mato Grosso do Sul.

TRF da 4ª Região - sede em Porto Alegre: compreende as seções judiciárias


de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

TRF da 5ª Região - sede em Recife: compreende as seções judiciárias


de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

A EC 73/2013 criou os Tribunais Regionais Federais das 6a, 7a, 8a e 9a regiões inserindo
o parágrafo 11 do Art. 27 do ADCT34, entretanto, foi ajuizada a ADIN 5017 que suspendeu os
efeitos da referida Emenda Constitucional.

34
§ 11. São criados, ainda, os seguintes Tribunais Regionais Federais: o da 6ª Região, com sede em Curitiba, Estado do
Paraná, e jurisdição nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul; o da 7ª Região, com sede em Belo

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Os novos tribunais, cuja instalação ainda está suspensa pelo Supremo Tribunal Federal
são:
TRF da 6ª Região - sede em Curitiba: compreenderia as seções judiciárias de Santa
Catarina e do Paraná, anteriormente vinculadas ao TRF da 4ª Região, e do Mato Grosso do Sul,
anteriormente vinculada ao TRF da 3ª Região.
TRF da 7ª Região - sede em Belo Horizonte: compreenderia a Seção Judiciária de Minas
Gerais, anteriormente vinculada ao TRF da 1ª Região.

Os Tribunais Regionais Federais poderão instalar a Justiça itinerante, com a realização


de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
respectiva jurisdição, podendo utilizar equipamentos públicos e comunitários.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no


mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva
região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva


atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com
mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de Juízes Federais com mais de


cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento,
alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos


Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e
sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante,


com a realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

Horizonte, Estado de Minas Gerais, e jurisdição no Estado de Minas Gerais; o da 8ª Região, com sede em Salvador,
Estado da Bahia, e jurisdição nos Estados da Bahia e Sergipe; e o da 9ª Região, com sede em Manaus, Estado do
Amazonas, e jurisdição nos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 73, de 2013)

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COMPETÊNCIAS
Os TRFs possuem competências originárias e recursais, vejamos:

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os Juízes Federais da área de sua jurisdição, incluídos os da


Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou


dos Juízes Federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do


próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre Juízes Federais vinculados ao


Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos Juízes


Federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência
federal da área de sua jurisdição.

JUÍZES FEDERAIS

COMPETÊNCIAS

Art. 109. Aos Juízes Federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa


pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e


Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com


Estado estrangeiro ou organismo internacional;

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IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em


detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional,


quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º


deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho35 e, nos casos


determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou


quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de


autoridade federal, excetuados os casos de competência dos
tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada


a competência da Justiça Militar;

Quanto a essa última competência, ressalta-se que compete aos Juízes Federais a
execução dessas sentenças e das cartas rogatórias (Art. 109, X):

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a


execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas36.

35
Delitos de greve e crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 a 207 do CP) que causem prejuízo à ordem
pública, econômica ou social e ao trabalho coletivo: competência da Justiça Federal.
[RE 599.943 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 2-12-2010, 2ª T, DJE de 1º-2-2011.]
= RE 511.849 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 4-2-2014, 1ª T, DJE de 20-2-2014

36
Competência criminal. Conflito. Crime praticado por silvícolas, contra outro índio, no interior de reserva indígena.
Disputa sobre direitos indígenas como motivação do delito. Inexistência. Feito da competência da Justiça comum.
Recurso improvido. Votos vencidos. Precedentes. Exame. Inteligência do art. 109, IV e XI, da CF. A competência penal
da Justiça Federal, objeto do alcance do disposto no art. 109, XI, da CF, só se desata quando a acusação seja de
genocídio, ou quando, na ocasião ou motivação de outro delito de que seja índio o agente ou a vítima, tenha havido
disputa sobre direitos indígenas, não bastando seja aquele imputado a silvícola, nem que este lhe seja vítima e,
tampouco, que haja sido praticado dentro de reserva indígena.
[RE 419.528, rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, j. 3-8-2006, P, DJ de 9-3-2007.]
= AI 794.447 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 24-9-2013, 1ª T, DJE de 21-11-2013

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JURISPRUDÊNCIAS PERTINENTES

São de competência da Justiça Estadual as causas em que é parte sociedade de economia


mista:

É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte


sociedade de economia mista.
[Súmula 556.]
Compete à Justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as
causas em que for parte o Banco do Brasil S.A.
[Súmula 508.]

É também da competência da Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e


concessionária de telefonia, quando a Anatel não seja parte.

Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária


de serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva
necessária, assistente, nem opoente.
[Súmula Vinculante 27.]

É competência da Justiça Estadual o processamento de crimes relativos a entorpecentes,


salvo se se tratar de tráfico internacional de drogas, quando então a competência será da
Justiça Federal.

Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será


da Justiça Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e o julgamento dos
crimes relativos a entorpecentes.
[Súmula 522.]

É competência da Justiça Estadual processar e julgar crime que o indígena seja autor ou
vítima:

Súmula 140/STJ - 18/12/2017. Competência. Índio. Silvícola. Autor ou vítima. Julgamento pela
Justiça Estadual Comum. CF/88, Arts. 109, XI e 129, V.
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o
indígena figure como autor ou vítima.

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Só será de competência da Justiça Federal quando envolver disputa sobre direitos dos
indígenas.

Expedição de diploma de conclusão de curso superior em instituição de ensino:


competência da Justiça Federal, mesmo se a instituição for privada.

Demora na expedição de diploma de conclusão de curso superior em


instituição privada de ensino. Competência da Justiça Federal (art. 109, I, da CF).
Existência de interesse da União. (...) As instituições de ensino superior, ainda que
privadas, integram o Sistema Federal de Ensino, nos termos do que determina a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996). (...) a Faculdade Vizinhança
Vale do Iguaçu integra o Sistema Federal de Educação, patente é a existência de
interesse da União, razão pela qual a competência para julgar e processar o feito é
da Justiça Federal.
[RE 698.440 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 18-9-2012, 1ª T, DJE de 2-10-2012.]
= ARE 754.849 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-4-2015, 2ª T, DJE de 27-5-
2015

Competência da Justiça Federal para ações que figurem como parte o Conselho Federal
da OAB.

Ante a natureza jurídica de autarquia corporativista, cumpre à Justiça Federal,


a teor do disposto no art. 109, I, da Carta da República, processar e julgar ações
em que figure na relação processual quer o Conselho Federal da OAB, quer
seccional.
[RE 595.332, rel. min. Marco Aurélio, j. 31-8-2016, P, DJE de 23-6-2017, Tema
258.]

FORO

§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção


judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na


seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça


Federal em que forem parte instituição de previdência social e
segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual
quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

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§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será


sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do
juiz de primeiro grau.

INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA (IDC)


A EC 45/04 introduziu o § 5º ao Art. 109 da CF, que dispõe sobre o Incidente de
Deslocamento de Competência (IDC), que permite ao Procurador-Geral da República, nos
casos de grave violação aos Direitos Humanos, suscitar, perante o STJ, em qualquer fase do
inquérito ou processo, a competência da JF.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o


Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Por exemplo: um processo criminal que esteja tramitando na esfera da Justiça comum
poderá ser deslocado no caso de grave violação de Direitos Humanos. Podemos destacar o
caso da morte do advogado Manoel Mattos e do ex-promotor de justiça Thiago Farias Soares.

Procurador- Incidente de
Geral da deslocamento de STJ
República competência

Além disso, cada Estado e o DF devem constituir uma seção judiciária que deve ter sede
na capital do Estado e varas localizadas de acordo com a lei.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas
localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
atribuições cometidas aos Juízes Federais caberão aos juízes da
justiça local, na forma da lei.

TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS


ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO
Os TRFs são órgãos da Justiça Federal de segundo grau, a sua composição é de no
mínimo 7 juízes recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo
Presidente da República.
• São requisitos para ser juiz do TRF:

• Brasileiro nato ou naturalizado.

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• Idade: mais de 30 anos e menos de 65 anos de idade.

A ESCOLHA DESSES JUÍZES DEVE SEGUIR A SEGUINTE REGRA:


QUINTO CONSTITUCIONAL: 1/5 dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de
carreira (ver Art. 94 da CF/88).
PROMOÇÃO: 4/5 dentre Juízes Federais com mais de cinco anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.

➢ Não esqueça:
• Mínimo 7 juízes (+30/-65 anos).
• Nomeados pelo P.R.
• 1/5 Advogados/MPT (+10 anos).
• Demais: Juízes Federais com mais de 5 anos de exercício (antiguidade e
merecimento).

A lei deve dispor sobre a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais
Federais e determinará sua jurisdição e sede.

A EC 45/2004, buscando dar maior efetividade e acesso ao Poder Judiciário, permitiu a


instalação de Justiça itinerante e a descentralização dos TRF:

Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais
do Trabalho e dos Juízes do Trabalho

JUSTIÇA DO TRABALHO
ESTRUTURA
A Justiça do Trabalho é ramo da chamada justiça especializada, possui natureza federal e
é formada pelos seguintes órgãos:
• Tribunal Superior do Trabalho;
• Tribunais Regionais do Trabalho;
• Juízes do Trabalho.

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juízes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 24, de 1999)

§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de


2004)

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Destaca-se que não existem mais as chamadas Juntas de Conciliação e Julgamento


(extintas com a Emenda Constitucional 24/1999) e substituídas pelos Juízes do Trabalho,
acabando assim com a figura da representação classista.

O Supremo Tribunal Federal, apesar de em alguns casos apreciar algumas matérias


trabalhistas, não é órgão da Justiça do Trabalho.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

• Brasileiro nato ou naturalizado;


• Idade: mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade;
• Notável saber jurídico e reputação ilibada.
A COMPOSIÇÃO É ASSIM ESTABELECIDA

Nomeação pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do


Senado Federal.

COMPETÊNCIA DO TST
O Art. 111-A, § 1º, da CF/88 determina que a lei disporá sobre as competências do TST,
entretanto, a CF expressamente atribui ao TST competência para processar e julgar,
originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões (Art. 111-A, § 3º).

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e


sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e
cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)

37
(mnemônica TRINTA SEM TRÊS – 30 – 3 = 27)

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I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva


atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no
art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,


oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio
Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

Não esqueça!
27 Ministros (+35/-65 anos).
Brasileiros natos ou naturalizados.
Nomeados pelo P.R.
Aprovação pela M.A. do S.F.
1/5 Advogados/MPT (+10 anos).
Demais: Juízes dos TRTs, oriundos da carreira (indicados pelo TST).
Notável saber jurídico e reputação ilibada.

Devem funcionar junto ao TST:


Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do
Trabalho;
Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do


Trabalho. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do


Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados


do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os
cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer,


na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária,
financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão
efeito vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar,


originariamente, a reclamação para a preservação de sua
competência e garantia da autoridade de suas
decisões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de
2016)

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Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas


comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de
direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do
Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

Conforme rege o Art. 113, da CF, a lei disporá sobre a constituição, investidura,
jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição,


competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
Justiça do Trabalho. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e


julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
Direito Público externo e da administração pública direta e indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

Justiça do Trabalho não é competente para analisar causas entre servidores públicos
estatutários e o Poder Público.
Esse entendimento se estende inclusive ao exercício do direito de greve desses
servidores.
Agora, se for pessoa jurídica de Direito Privado integrante da Administração Indireta,
com relação regida pela CLT, haverá competência da Justiça do Trabalho:

(...) compete à Justiça do Trabalho dirimir as controvérsias instauradas entre


pessoas jurídicas de Direito Privado integrantes da administração indireta e seus
empregados, cuja relação é regida pela CLT, compreendendo, inclusive, a fase pré-
contratual.
[RE 1.015.362 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 12-5-2017, P, DJE de 29-5-2017.]

Cabe destacar que é competência da Justiça comum o julgamento de abusividade de


greve de servidores públicos se for celetista que esteja trabalhando na Administração
Direta, Autárquica ou Fundacional. Caso seja um empregado de uma empresa pública ou
sociedade de economia mista (como a CEF, o Banco do Brasil, Correios etc., continua sendo da
Justiça do Trabalho essa competência).

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A Justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade


de greve de servidores públicos celetistas da administração pública direta,
autarquias e fundações públicas.
[RE 846.854, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 1º-8-2017,
P, Informativo871, Tema 544.]

Justiça comum
Servidor
(estadual ou
estatutário
federal)

Justiça comum
Servidor
(estadual ou
Temporário
federal)

Justiça do
Servidor Celetista
Trabalho

II - as ações que envolvam exercício do direito de


greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Súmula Vinculante 23 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar


ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos
trabalhadores da iniciativa privada. (grifo nosso)

Se for ação possessória decorrente do exercício de greve de servidores estatutários, a


competência será da Justiça comum.
Se forem servidores de empresa pública ou de sociedade de economia mista, a
competência permanece na Justiça do Trabalho.

➢ É competência da Justiça do Trabalho julgar ações para reparação de danos, ligadas ao


exercício do direito de greve, ainda que seja dano causado terceiro

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre


sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

A Justiça do Trabalho não tem competência criminal, nesse caso a competência para
julgamento de habeas corpus limitar-se-ia às hipóteses de prisão civil por decisão de juiz
trabalhista.

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Administração
Justiça comum
Pública Direta

Autarquia Justiça comum

Servidores
Fundação Justiça comum
celetistas

Empresa Justiça do
Pública Trabalho

Sociedade de Justiça do
economia mista Trabalho

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data,


quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição


trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,


decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para processar


e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de
acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive
aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da
promulgação da EC 45/2004.

VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos


empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de
trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

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Súmula Vinculante 53: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art.


114, VIII, da CF alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias
relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos
por ela homologados.

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art.


195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que
proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

DISSÍDIO COLETIVO

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger


árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à


arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de


lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá
ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

A EC 45/2004 buscando dar maior efetividade e acesso ao Poder Judiciário permitiu a


instalação de Justiça itinerante e a descentralização dos TRTs:

Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,


constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça
em todas as fases do processo.

Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão instalar a justiça itinerante, com a


realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais
da respectiva jurisdição, podendo utilizar equipamentos públicos e comunitários.

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no


mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva
região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos,
sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

MUDE SUA VIDA!


318
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I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva


atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no
art. 94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

MINISTÉRIO
TJ/TRF/TST/TRT + DE 10 ANOS
PÚBLICO

1/5 + 10 anos

Notório saber
ADVOGADOS
jurídico

Reputação
ilibada

II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por


antiguidade e merecimento, alternadamente. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça


itinerante, com a realização de audiências e demais funções de
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

Não esqueça:
Mínimo 7 Juízes (se possível na respectiva região).
+30/-65 anos.
Nomeados pelo P.R.
1/5 Advogados/MPT (+10 anos).
Demais: Juízes do Trabalho – Promoção por Antiguidade e Merecimento
(alternadamente).

MUDE SUA VIDA!


319
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JUÍZES DO TRABALHO
Os juízes do trabalho devem exercer suas atividades de forma singular nas Varas do
Trabalho, criadas por lei.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um


juiz singular. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
24, de 1999)
Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº
24, de 1999)

O Art. 112 vai determinar que a Lei deve criar varas da Justiça do Trabalho, podendo ser
atribuído ao juiz estadual competência para matéria trabalhista, com recurso para o TRT:

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas
não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para
o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda


Constitucional nº 24, de 1999)

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

O Poder Judiciário é quem deve organizar e fiscalizar as eleições, realizando essa


atividade por meio da Justiça Eleitoral.

A Justiça Eleitoral foi criada pelo Decreto nº. 21.076 de 1932, que foi o primeiro Código
Eleitoral no Brasil, sob o governo de Getúlio Vargas e em 1934 passou a constar no texto
Constitucional – (CF/34).

A organização e a competência dessa Justiça encontram-se previstas na Constituição


Federal (Art. 118 a 121). Assim, vamos analisar as características dessa estrutura judicial, os
seus órgãos, sua composição e competências.

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Excepcionalmente o STF poderá analisar matéria eleitoral (Art. 121, § 3º, da CF/88), mas
não compõe formalmente essa estrutura.

MUDE SUA VIDA!


320
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Dessa forma, podemos esquematizar da seguinte maneira a estrutura da Justiça Eleitoral


brasileira:

TRIBUNAL
SUPERIOR 3ª instância
ELEITORAL - TSE
2ª instância

TRIBUNAL 1ª instância
REGIONAL
ELEITORAL - TRE 1ª instância

JUNTAS
JUÍZES ELEITORAIS
ELEITORAIS

É importante frisar que são órgãos da Justiça Eleitoral apenas os quatro apresentados.
Desse modo, NÃO são órgãos da Justiça Eleitoral:
• ZONAS ELEITORAIS;
• MESAS RECEPTORAS;
• MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL – MPE.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


O TSE é composto, NO MÍNIMO, por sete membros. Contudo, lei complementar de
iniciativa do TSE poderá aumentar a composição do TSE.

A CF não estabelece de forma expressa a idade mínima para esses membros. A dica de
memorização é “SET”.

Sua composição é emprestada e será formado por Ministros de outros Tribunais, da


seguinte forma:
• 3 MINISTROS DO STF;
• 2 MINISTROS DO STJ;
• 2 ADVOGADOS.

O TSE é o órgão máximo da estrutura da Justiça Eleitoral, entretanto não será o órgão
máximo para analisar matérias eleitorais, isso porque é possível submeter uma matéria
eleitoral à apreciação do Supremo Tribunal Federal em casos específicos como veremos no
tópico a respeito das competências.

O TSE tem sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional, conforme
Art. 92, § 1º, e 2º da CF.

MUDE SUA VIDA!


321
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Art. 92. (...)


§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em
todo o território nacional.

Os Ministros do STF e do STJ são escolhidos mediante eleição, pelo voto secreto, em cada
um dos Tribunais.
ADVOGADOS: os membros do TSE oriundos da classe dos advogados serão assim
escolhidos da seguinte maneira: o STF elabora uma lista de 6 advogados de:
• notável saber jurídico; e
• idoneidade moral.

Destes, 2 serão escolhidos pelo Presidente da República que os nomeará.


LISTA SÊXTUPLA: STF
ESCOLHA E NOMEAÇÃO: PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Verifica-se que não há sabatina do Senado Federal, e a nomeação feita pelo


Presidente será apenas dos advogados.
NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO DA OAB!

ATENÇÃO! Os Ministros continuam a exercer suas atividades no STF e no STJ;


os advogados ficam impedidos de advogar na Justiça Eleitoral durante o período em
que forem juízes eleitorais.

O Art. 119 da CF dispõe a respeito da composição do TSE, vejamos:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de


sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:


a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis


advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu


Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo
Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do
Superior Tribunal de Justiça.

Pela leitura da CF podemos observar que o TSE é composto por 7 membros, no mínimo.
Isso significa que esse número poderá ser aumentado, mas jamais diminuído.
Vimos também que a sua composição é emprestada, sendo formado por Ministros do
STF, do STJ e advogados.

MUDE SUA VIDA!


322
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Vejamos agora como é a escolha e nomeação desses Ministros.

MEMBROS DO STF E STJ


Os juízes oriundos dentre os membros do STF serão em número de 3, e do STJ, em
número de 2, e serão escolhidos por meio de eleição e mediante voto secreto, dentre os seus
próprios membros.
Destaca-se que Ministros, tanto do STF quanto do STJ, continuam a exercer suas
atividades nos respectivos tribunais, cumulando suas funções com as de juízes eleitorais.

ADVOGADOS – CLASSE DOS JURISTAS


Os membros do TSE oriundos da classe dos ADVOGADOS, que serão em número de 2,
dentre 6 advogados, são assim escolhidos:
Como são dois advogados dentre 6, o STF deverá elaborar uma lista TRÍPLICE para cada
vaga, dentre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, que será encaminhada
para o Presidente da República que os nomeará. Cumpre observar que não há aprovação do
nome pelo Senado Federal.

Outro fato relevante é que essa composição não decorre do quinto


constitucional, não há na composição membros do Ministério Público e nem haverá
participação da OAB na elaboração da lista sêxtupla.

Os advogados escolhidos ficam impedidos de advogar na Justiça Eleitoral


durante o período em que forem juízes eleitorais.

NÃO TEM MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, não é QUINTO


CONSTITUCIONAL E NÃO TEM PARTICIPAÇÃO DA OAB!

MUDE SUA VIDA!


323
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eleição

3 Ministros STF -

voto secreto

eleição

2 Ministros STJ -
TSE
voto secreto

notório saber jurídico

2 Advogados idoneidade moral

STF - 6 nomes. Cada


vaga - lista tríplice.
Presidente - 2 nomes

PRESIDÊNCIA E CORREGEDORIA
A Constituição diz que o Presidente e o Vice-Presidente serão escolhidos dentre os três
Ministros do STF, que integram o TSE.

Já o Corregedor-Geral eleitoral será escolhido necessariamente dentre os Ministros


Oriundos do STJ, que integram o TSE. Além disso, é importante registrar que a escolha do
Presidente, do Vice e do Corregedor será feita pelo próprio TSE. Vejamos o Art. 119,
parágrafo único, da CF/88:

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-


Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor
Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Presidente Min. do
STF

Vice- Min. do
Presidente STF

Corregedor Min. do
Eleitoral STJ

MUDE SUA VIDA!


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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

É o órgão de segunda instância da Justiça Eleitoral, sendo que existe um TRE por Estado
da Federação, sediado na capital de cada Estado, e um no Distrito Federal.

NÃO haverá TRE em:


• Território;
• Município;
• Região Metropolitana.

COMPOSIÇÃO
A CF, no Art. 120, § 1º, dispõe a respeito da composição do TRE, vejamos:

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada


Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:


a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de
Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do


Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal
respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes


dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça.

Pela leitura da CF, podemos observar que o TRE é composto por 7 membros, sendo que
a CF não traz em seu texto a possibilidade de se aumentar o número de juízes, entretanto, o
Código Eleitoral permite o aumento para até 9 juízes, mediante lei de iniciativa do Tribunal
Superior Eleitoral, conforme Art. 13 do CE:

Art. 13. O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas
poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma
por ele sugerida.

MUDE SUA VIDA!


325
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Extrai-se também do Art. 120 que a sua composição é emprestada, sendo formado por
dois desembargadores do Tribunal de Justiça, dois juízes de direito, um juiz do TRF ou juiz
federal e dois advogados.
Vejamos agora como é a escolha e nomeação desses Ministros.

MEMBROS DO TJ E JUÍZES DE DIREITO


Dos 7 juízes dos TREs, quatro são oriundos da Justiça Estadual, sendo 2
desembargadores do TJ e 2 juízes estaduais38, que serão escolhidos por meio de eleição, e
mediante voto secreto, pelo Tribunal de Justiça respectivo.

JUIZ DO TRF OU JUIZ FEDERAL


A CF fala prevê que um dos membros do TRE deverá ser escolhido dentre os juízes do
TRF (2a instância) ou um juiz federal (1a instância), escolhidos pelo TRF respectivo. Isso
porque alguns Estados não são sede de TRFs, nesse caso, o membro do TRE não será juiz de
segunda instância, do TRF, mas sim juiz federal de primeira instância.

Por exemplo: o TRF4ª REGIÃO engloba os Estados RS, SC, PR, sendo que a sede fica em
Porto Alegre/RS. Nesse caso, os TREs de Santa Catarina e do Paraná terão em sua composição
JUIZ FEDERAL de primeira instância, e não JUIZ FEDERAL de segunda instância do TRF. Já o
TRE do RS terá em sua composição JUIZ FEDERAL de segunda instância do TRF.

ADVOGADOS – CLASSE DOS JURISTAS


Os membros do TRE oriundos da classe dos ADVOGADOS serão em número de 2, dentre
6 advogados, assim escolhidos:
Como são dois advogados dentre 6, o Tribunal de Justiça deverá elaborar uma lista
TRÍPLICE para cada vaga, dentre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
que será encaminhada para o Presidente da República que os nomeará.

CUIDADO: não é o Governador do Estado quem nomeia, e sim o Presidente


da República, pois a Justiça Eleitoral é federal.

Destaca-se que os indicados na classe dos advogados não podem ser ex-magistrados ou
ex-membros do Ministério Público.

Outro fato relevante é que essa composição não decorre do quinto constitucional, não há
na composição membros do Ministério Público e nem haverá participação da OAB na
elaboração da lista sêxtupla.

Os advogados escolhidos ficam impedidos de advogar na Justiça Eleitoral, durante o


período em que forem juízes eleitorais.

38
Quando a CF usa a expressão juiz de direito ela está se referindo aos juízes estaduais.

MUDE SUA VIDA!


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NÃO TEM MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, não é QUINTO


CONSTITUCIONAL E NÃO TEM PARTICIPAÇÃO DA OAB!

TRE

2
1 Juiz do TRF ou 1
Desembargadores 2 Juízes estaduais 2 Advogados
Juiz Federal
do TJ

PRESIDÊNCIA E CORREGEDORIA
A CF, no § 2º, do Art. 120, determina que a eleição do Presidente e do Vice-Presidente
será feita dentre os desembargadores, ou seja, dentre os membros oriundos do Tribunal de
Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente


dentre os desembargadores.

O Art. 26, caput, do CE39 fala que o Corregedor Regional será o terceiro desembargador
do TJ, contudo tal previsão do CE não foi recepcionada pela Constituição. Isso porque, como
sabemos, são apenas dois membros oriundos da classe dos desembargadores.

Nesse caso, a definição do Corregedor regional fica a cargo dos regimentos internos dos
Tribunais.

Presidente Desembargador
TJ

Vice- Desembargador
Presidente TJ

Corregedor Regimento
Regional Interno

39
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão eleitos por este dentre os três desembargadores
do Tribunal de Justiça; o terceiro desembargador será o Corregedor Regional da Justiça Eleitoral.

MUDE SUA VIDA!


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QUADRO COMPARATIVO
TRE
TSE
COMPOSIÇÃO:
COMPOSIÇÃO:
CF 7 membros – CE pode aumentar
7 MEMBROS, no mínimo.
até 9.
INTEGRANTES:
INTEGRANTES:
2 DES TJ
3 MIN STF
2 JUÍZES TJ
2 MIN STJ
1 JUIZ TRF ou JUIZ FEDERAL
2 ADVOGADOS
2 ADVOGADOS

Devemos notar que, dos membros advogados, ambos são nomeados


pelo Presidente da República, embora no TSE sejam indicados pelo STF e no
TRE sejam indicados pelo TJ.
PRESIDÊNCIA E VICE: O TRE escolhe
PRESIDÊNCIA e VICE: O TSE
entre os Des. do TJ.
escolhe entre os Min. Do STF.

JUÍZES ELEITORAIS
Os juízes eleitorais são órgãos de primeira instância da Justiça Eleitoral.

Como já se sabe, a Justiça Eleitoral é dividida em Zonas Eleitorais, que correspondem ao


espaço territorial sob a jurisdição do Juiz Eleitoral.

Cada zona deve ter um juiz eleitoral, as zonas são definidas pelas regras de organização
judiciária do Estado. Por exemplo: Cascavel, no Estado do Paraná, tem 4 zonas eleitorais.
Assim, teremos em Cascavel 4 juízes eleitorais.

Os juízes eleitorais são juízes da Justiça Estadual que cumulam as suas funções de juiz
estadual com a de juiz eleitoral.

JUNTAS ELEITORAIS
A Junta Eleitoral é um órgão, na esfera municipal, colegiado de 1ª instância e transitório
constituído 60 (sessenta) dias antes das eleições e devendo ser extinto após a diplomação dos
eleitos.

A sua principal atribuição é a de apuração dos votos e expedição dos diplomas aos
eleitos em âmbito municipal.
Em regra, para cada Zona Eleitoral corresponderá uma Junta Eleitoral, presidida pelo
respectivo Juiz Eleitoral, mas podendo ser outro juiz estadual.

Em determinadas situações, é necessária a criação de mais de uma Junta na mesma Zona


Eleitoral, para agilizar os trabalhos de apuração e contagem de votos. Neste caso, são
convocados outros Juízes de Direito da Comarca para presidir essas juntas “extras”; após a
apuração, esses juízes retornam às suas funções normais.

MUDE SUA VIDA!


328
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Assim, pode-se afirmar que: podem ser organizadas tantas juntas quantas
permitir o número de juízes de direito atuantes na área territorial correspondente à
zona eleitoral.

COMPOSIÇÃO
Um juiz de direito: que será necessariamente o presidente da junta eleitoral; vimos que
NÃO precisa ser necessariamente o juiz da zona eleitoral respectiva.

DOIS OU QUATRO CIDADÃOS de notória idoneidade.

JUNTAS
ELEITORAIS

2 OU 4 CIDADÃOS
1 JUIZ DE
- Notória
DIREITO
idoneidade.

COMPETÊNCIAS DA JUSTIÇA ELEITORAL

O Art. 121 da CF estabelece que a Lei complementar deverá dispor sobre a organização e
competência dos órgãos da Justiça Eleitoral, entretanto, apesar de a previsão ser
infraconstitucional, algumas competências dos órgãos eleitorais estão estabelecidas na CF.
Vejamos quais são elas:

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos


tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

MUDE SUA VIDA!


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CARACTERÍSTICAS DA JUSTIÇA ELEITORAL


A Justiça Eleitoral possui algumas características que lhe são peculiares, vejamos:

O sistema eleitoral é judicial: o processo eleitoral brasileiro é organizado no âmbito do


Poder Judiciário.

Justiça especializada: a Justiça Eleitoral é classificada como Justiça especializada,


juntamente com a Justiça Militar e a Justiça do Trabalho.

Justiça Federal: a Justiça Eleitoral é federal, seus servidores são federais, sendo
mantida pela União, ainda que preenchida por juízes oriundos da Justiça Comum Estadual.

Inexistência de carreira própria: os juízes que compõem a Justiça Eleitoral são


“emprestados” de outros órgãos do Poder Judiciário, além de contar em sua composição de
advogados e cidadãos. Não há, portanto, um quadro próprio de magistrados para a Justiça
Eleitoral. Trata-se de um exemplo do princípio cooperativo do federalismo brasileiro.

Periodicidade da investidura dos juízes: os juízes que compõem a Justiça Eleitoral,


em todas as instâncias, ficam investidos nessa função pelo prazo de dois anos (biênio), no
mínimo e nunca por mais de dois biênios, é o chamado Princípio da Temporalidade –
investidura a prazo certo. A ideia é manter a imparcialidade do órgão. Cumpre observar que
os substitutos são escolhidos na mesma ocasião dos titulares e por meio do mesmo processo.
É o que dispõe o Art. 121, § 2º, da CF:

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-


Presidente- dentre os desembargadores.

Competências definidas em lei complementar: as competências da Justiça Eleitoral,


de acordo com o Art. 121 da CF, devem estar definidas em lei complementar. Essa lei
atualmente é o Código Eleitoral, que apesar de ser lei ordinária, foi recepcionado com status
de lei complementar na parte que dispõe sobre a organização e competência da Justiça
Eleitoral. Dessa forma, a alteração dos dispositivos no CE, nessa parte, devem ser feitas por
meio de lei complementar.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e


competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas
eleitorais.

MUDE SUA VIDA!


330
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Não possuem vitaliciedade: como os membros da Justiça Eleitoral exercem suas


funções em caráter temporário, a eles não é assegurada a garantia da vitaliciedade, por
evidente que os Juízes “emprestados” de outros órgãos do Poder Judiciário já possuem
vitaliciedade, mas não por ocuparem o cargo de juiz eleitoral, mas os advogados e cidadãos,
no caso das juntas não possuem. Por outro lado, esses juízes terão as garantias da
inamovibilidade e irredutibilidade. Vejamos o Art. 121, § 1º, da CF:

§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes


das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

ASSIM, PODEMOS ESQUEMATIZAR



VITALICIEDADE NÃO

GARANTIAS INAMOVIBILIDADE SIM

IRREDUTIBILIDADE SIM

FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL


O Poder Judiciário exerce, de forma típica, a chamada função jurisdicional, contudo a
Justiça Eleitoral, além dessa função exerce também outras três funções, são elas:
administrativas, normativas e consultivas.

40Princípio da “periodicidade da investidura das funções eleitorais”, ou seja, o exercício do mister jurisdicional eleitoral é
temporário e então regulado pela Resolução – TSE nº 20.958, de 18.12.2001.

MUDE SUA VIDA!


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FUNÇÕES

JURISDICIONAL ADMINISTRATIVA NORMATIVA CONSULTIVA

JURISDICIONAL
A função jurisdicional consiste na solução de conflitos de interesse de forma definitiva
em matéria de Direito Eleitoral, ou seja, é exercida quando a Justiça Eleitoral julga conflitos.
Por exemplo: quando a JE julga inelegível determinado candidato; quando julga ação de
impugnação ao mandato eletivo (AIME), dentre outras.

ADMINISTRATIVA
A função administrativa refere-se à organização e preparação das eleições. No exercício
dessa função, não há conflitos a serem solucionados, não há lide. Por exemplo: expedição de
título de eleitor, transferência de domicílio, nomeação dos membros da junta eleitoral etc.
No exercício dessa função, podemos destacar o exercício do poder de polícia e a
atuação de ofício do Juiz Eleitoral.

FUNÇÃO NORMATIVA
A função normativa é a prerrogativa que a Justiça Eleitoral tem de expedir instruções
para regulamentar a legislação eleitoral infraconstitucional, ou seja, de expedir atos
normativos secundários. Essas instruções se materializam por meio de resoluções, que não
são leis, mas possuem força de lei, portanto são de observância obrigatória.
Essa função é exercida pelo Tribunal Superior Eleitoral, e as resoluções devem ser
expedidas até o dia 5 de março do ano da eleição.

FUNÇÃO CONSULTIVA
Por fim, a função consultiva consiste na função atribuída ao TSE e aos TREs para
responder a consultas, em tese – de forma abstrata, ou seja, sem ser em um caso concreto,
formuladas pelas partes interessadas no processo eleitoral.

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado,


servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Cabe RECURSO ESPECIAL, quando a decisão proferida pelo TRE for ilegal ou
inconstitucional, ou seja, contra disposição expressa da Constituição ou de lei ou quando
ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais, é o que se
chama de dissídio jurisprudencial.

MUDE SUA VIDA!


332
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Cabe RECURSO ORDINÁRIO, quando a decisão versar sobre inelegibilidade ou expedição


de diplomas nas eleições federais ou estaduais; anulação de diplomas ou decretação de perda
de mandatos eletivos federais ou estaduais; ou for uma decisão denegatória de habeas corpus,
mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção, ou seja, denegatória de remédio
constitucional – ressalvada a ação popular.

IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES DO TSE- RECURSO PARA O STF


De acordo com o parágrafo 3º do Art. 121 da CF, as decisões do TSE são irrecorríveis,
entretanto, existem duas situações em que será cabível recurso para o STF, vejamos:
• Cabe RECURSO EXTRAORDINÁRIO para o STF das decisões do TSE que
contrariarem a CF41 - Art. 102, III, a.
• Cabe RECURSO ORDINÁRIO para o STF das decisões denegatórias de habeas
corpus ou mandado de segurança42 - Art. 102, II, a.

Observa-se que ambos os recursos deverão ser protocolados no prazo de 3 dias,


contados da ciência da decisão.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral,


salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias
de habeas corpus ou mandado de segurança.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado
de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória
a decisão.

COMPETÊNCIA RECURSAL DO TSE - ART. 121, § 4º CF

41
Contra acórdão de TRE somente cabe recurso para o TSE, mesmo que nele se discuta matéria constitucional. É o que
se extrai do disposto no Art. 121, caput, e seu § 4º, I, da CF de 1988, e nos Arts. 22, II, e 276, I e II, do Código Eleitoral
(Lei 4.737, de 15-7-1965). No âmbito da Justiça Eleitoral, somente os acórdãos do TSE é que podem ser impugnados,
perante o STF, em recurso extraordinário (Arts. 121, § 3º, e 102, III, a, b e c, da CF).
[AI 164.491 AgR, rel. min. Sydney Sanches, j. 18-12-1995, 1ª T, DJ de 22-3-1996.]

42
CF/88, Art. 102, II, a, e III: cabimento de recurso ordinário e extraordinário; e Art. 121, § 3º: irrecorribilidade das
decisões do TSE. Lei nº 6.055/1974, Art. 12: prazo de três dias para interposição de recurso extraordinário. Súm.-STF
nº 728/2003: É de três dias o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra decisão do Tribunal Superior
Eleitoral, contado, quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento, nos termos
do art. 12 da Lei nº 6.055/1974, que não foi revogado pela Lei nº 8.950/1994.
Ac.-STF, de 23.11.2004, no Ag nº 504.598: recurso ordinário cabível apenas de decisão denegatória de habeas corpus
ou mandado de segurança.

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É a competência para julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais


Regionais Eleitorais.

Em regra, as decisões dos TREs são irrecorríveis, excepcionalmente, será cabível recurso
nas seguintes hipóteses (Art. 121, § 4º, CF):

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá


recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição
ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais
tribunais eleitorais;
Recurso Ordinário

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas


eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas
data ou mandado de injunção.

DECISÕES QUE
RECURSO CONTRARIEM A
EXTRAORDINÁRIO CONSTITUIÇÃO
FEDERAL

RECURSOS PARA O STF


HABEAS CORPUS

RECURSO ORDINÁRIO DENEGATÓRIAS

MANDADO DE
SEGURANÇA

JUSTIÇA MILITAR
ESTRUTURA
A Justiça Militar (Justiça Castrense) é ramo da chamada justiça especializada e é formada
pelos seguintes órgãos:
• Superior Tribunal Militar;
• Tribunais Militares;
• Juízes Militares.

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES


Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

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Os servidores militares se dividem em militares federais, integrantes das Forças


Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), conforme Art. 142, § 3º da CF/88 e os militares
dos Estados (Art. 42), que são os membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares.
Justamente por isso a CF permite a criação de Justiça Militar no âmbito federal e no
âmbito estadual. (Art. 125, § 3º, 4º e 5º)

STM STJ/STF

não tem TJM

JUÍZES de Direto
Conselhos de
/ Conselhos de
Justiça
Justiça

JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO


A Justiça Militar da União tem competência criminal para processar e julgar os crimes
militares definidos em lei. Está dividida em 12 Circunscrições Judiciárias Militares (CJM), que
por sua vez abrigam uma ou mais Auditorias Militares (equivalem às varas dos juízos cíveis).

As decisões de primeira instância são tomadas pelos chamados Conselhos de Justiça


Militar e como órgão recursal pelo STM. É organizada pela Lei Nº. 8.457/1992.

SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR


O STM é composto por quinze Ministros vitalícios. Esses Ministros são nomeados pelo
Presidente da República, após a sabatina pelo Senado Federal, por maioria absoluta.

Órgão superior da Justiça Militar da União, tem sede na capital federal e jurisdição em
todo o território nacional, por se tratar de justiça da União não analisa matérias oriundas da
Justiça Estadual ou Distrital.

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➢ A composição é assim estabelecida:


• três dentre oficiais-generais da Marinha;
• quatro dentre oficiais-generais do Exército;
• três dentre oficiais-generais da Aeronáutica;
(todos da ativa e do posto mais elevado da carreira);

• cinco dentre civis. Esses serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
• três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional;
• dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do Ministério
Público da Justiça Militar.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze
Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do
Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente
da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos,
sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do
Ministério Público da Justiça Militar.

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STF STJ TST TSE STM


•11 Ministros • 33 Ministros - • 27 Ministros • 7 Ministros - •15 Ministros
mínimo Mínimo
•Idade: mín. •Idade: mín. •Idade: mín. • Idade: - •Idade: para
35/máx. 65 35/máx. 65 35/máx. 65 • 3 = STF civis mim 35
•1/3 - TRF's •1/5 MP e Adv •2 = STJ •3 = Marinha
•1/3 - TJ •4/5 •2 = Adv •4 = Exército
•1/3 - MP e Desembargad (indicados •3 =
Adv ores do TRT de STF) Aeronáutica
carreira •5 = Civis
•Escolha:
Presidente •3 - Adv
•Nomeação: •Nomeação: •Nomeação: •Nomeação: •2 -
Presidente Presidente Presidente Pelo •dentre Juízes
•Sabatina •Sabatina •Sabatina: Sim Presidente Auditores e
Senado: Sim Senado: Sim Apenas dos MP MIlitar
Advogados
•Nomeação:
•Requisitos: •Sabatina: Não Presidente
•Vitaliciedade:
Posse •brasileiro nato •Sabatina: Sim
•Requisitos: ou •*STF E STJ =
naturalizado; eleição - voto
•brasileiro
•notável saber secreto
nato;
•cidadão; jurídico;
•reputação •*Adv:
•notável saber
ilibada. Presidente
jurídico;
•Sem sabatina
•reputação
ilibada.

Cumpre lembrar que por serem oficiais das Forças Armadas, os Ministros do STM
generais são brasileiros natos.

MUDE SUA VIDA!


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TRÊS OFICIAIS-
GENERAIS DA
MARINHA

QUATRO OFICIAIS-
GENERAIS DO
SUPERIOR EXÉRCITO notório saber
TRIBUNAL MILITAR jurídico e conduta
- 15 ministros TRÊS OFICIAIS- ilibada
GENERAIS DA 3 advogados
AERONÁUTICA
10 anos de
atividade
CINCO CIVIS

juízes auditores

membros do MPM

CONSELHOS DE JUSTIÇA MILITAR


Órgãos de primeira instância, com jurisdição mista, pois conhecem processos relativos à
Marinha, ao Exército e à Aeronáutica. São órgãos colegiados, pois são formados por:
• 1 juiz togado – chamado de juiz auditor;
• 4 juízes leigos (militares) – chamados de juízes militares.

Os Conselhos de Justiça se dividem em: Conselho Especial de Justiça e o Conselho


Permanente de Justiça com a composição e atribuições previstas em lei.

Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes


militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
funcionamento e a competência da Justiça Militar.

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Destaca-se que a Justiça Militar da União pode processar e julgar civis, pois
compete à Justiça Militar processar e julgar crimes militares definidos em lei. De
acordo com o CPM, há crimes militares que podem ser praticados por civis, ainda
que de forma excepcional. 43

ATENÇÃO! Essa atribuição NÃO é dada à Justiça Militar Estadual.

Ressalta-se que o STM possui competências originárias e recursais, das


decisões dos juízes de primeiro grau da Justiça Militar da União, não existindo
órgão intermediário.

E OS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA? ALTERAÇÕES DA LEI 13.491/2017

O CPM estabelece que os crimes dolosos contra a vida, praticados por militar contra
militar, serão de competência da Justiça Militar, mas se praticados contra civil, a competência
será do Tribunal do Júri (Art. 9º, § 1º do CPM).

43
Art. 9º, III do CPM:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares,
considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra
funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no
desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.

MUDE SUA VIDA!


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Contudo, a Lei 13.491/201744 trouxe algumas exceções, ou seja, situações em que,


mesmo ocorrendo crime doloso contra a vida, o militar será julgado pela Justiça Militar
(Art.9º, § 2º). Vejamos:

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.

§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e


cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da
Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491,
de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo
Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei
nº 13.491, de 2017)
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão
militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e
da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto
no Art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas
legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017)

Resumindo:
Crime doloso contra a vida praticado por militar contra militar – Justiça
Militar.
Crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil – Tribunal do Júri
– SALVO as hipóteses legalmente previstas.

JUSTIÇA MILITAR
MILITAR x
- Conselho de
MILITAR
Crimes dolosos Justiça
contra a vida
JUSTIÇA SALVO
MILITAR X CIVIL
COMUM - JÚRI EXCEÇÕES

44
Essa lei ampliou bastante a competência da Justiça Militar estabelecendo sua competência para julgar crimes
militares e outros da legislação penal, em situações específicas.

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DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Como vimos, é possível a criação de Justiça Militar Estadual, mediante proposta do


Tribunal de Justiça, formada em primeiro grau pelos juízes de direito e pelos Conselhos de
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar
nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes45.

Da decisão do TJ ou TJM cabe recurso para o STJ ou para o STF a depender da matéria, e
não para o STM.

Dessa forma, pode existir decisão monocrática – singular em primeiro grau na Justiça
Estadual Militar.

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os


princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do


Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do
Tribunal de Justiça.

CONTROLE CONCENTRADO NOS ESTADOS


Noções gerais
Como vimos, o Brasil adota o modelo de controle judicial misto de constitucionalidade,
que pode ser de duas formas: difuso e concentrado.

Como se sabe, qualquer juiz ou Tribunal poderá realizar controle de constitucionalidade,


por meio de controle difuso – concreto, analisando a constitucionalidade das leis e atos
normativos federais, estaduais e municipais em face da Constituição Federal e também em
face da Constituição Estadual.

Além disso, os Estados também poderão realizar controle concentrado – abstrato de


constitucionalidade, nesse caso analisando as leis ou atos normativos estaduais e municipais
em face da Constituição Estadual.

A possibilidade de se instituir controle concentrado encontra-se prevista no Art. 125, §


2º da CF:
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição
da legitimação para agir a um único órgão.

Apesar de a CF falar em representação de inconstitucionalidade (ADI) poderão os


Estados instituir não apenas a ADI, mas também ADO, ADC e ADPF em respeito ao princípio da
simetria.
Relembra-se que não existe controle de constitucionalidade de lei municipal utilizando
como parâmetro a lei orgânica, nesse caso teremos controle de legalidade.

45
Exemplo: São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.

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COMPETÊNCIA
A competência é do Tribunal de Justiça do Estado.

LEGITIMIDADE

A CF NÃO estabelece um rol de legitimados para propor o controle abstrato nos Estados,
logo compete aos Estados definirem nas suas constituições quem são os legitimados,
entretanto, a CF veda que a atribuição seja feita a um único órgão (Art. 125, § 2º).

Na prática, os Estados têm adotado os mesmos legitimados da CF com as devidas


proporções, por exemplo, se no controle federal tem legitimidade do PGR, no controle
estadual tem legitimidade o PGJ.

Ademais, seria possível inclusive ampliar os legitimados. Já reconheceu o STF a


constitucionalidade de CE, que atribuiu a deputados estaduais a competência para propor
Ações Diretas de Controle Concentrado Estadual. (ADI – 5599).

Aplicando a regra da simetria, poderíamos elencar os seguintes legitimados para o


controle concentrado estadual:

Legitimados - controle STF Legitimados - controle TJ

• Presidente da República • Governador do Estado


• Mesa de Assembleia Legislativa • Mesa da Assembleia legislativa
• Mesa do Senado Federal • Mesa da Câmara Municipal
• Mesa da Câmara dos Deputados
• Procurador-Geral da República • Procurador-Geral de Justiça
• Conselho Federal da OAB • Conselho Seccional da OAB
• Partido político com representação no • Partido político com representação na
Congresso Nacional Assembleia
• Governador de Estado ou do Distrito • Prefeito Municipal
Federal • Federação Sindical
• Confederação sindical • Entidade de classe de âmbito estadual
• entidade de classe de âmbito nacional.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de


Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

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TJ ou TJM

Juízes de Conselhos
direito de Justiça

COMPETÊNCIAS
As competências da Justiça Estadual Militar são:

PERDA DO POSTO E GRADUAÇÃO


Posto é o grau hierárquico do Oficial, e Graduação é o grau hierárquico das praças.

Como visto na parte final do Art. 125, § 4º, da CF/88, a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças depende de decisão do tribunal competente.

Art. 125 - § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar


os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Entretanto, entendeu o STF que a exigência de um procedimento especial e autônomo só


se aplica aos oficiais (incluindo os oficiais dos Estados), conforme Art. 142, VI, da CF/8846,
não se estendo às praças.
Dessa forma, é possível a perda da graduação pelas praças por meio de processo
administrativo. Nesse sentido já decidiu o STF:
SÚMULA N. 673 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, SEGUNDO A QUAL
É possível a exclusão, em processo administrativo, de policial militar que
comete faltas disciplinares, independentemente do curso de ação penal instaurada
em razão da mesma conduta.
[Tese definida no ARE 691.306 RG, rel. min. Cezar Peluso, P, j. 23-8-2012, DJE
178 de 11-9-2012,Tema 565.]

46
Art. 142.
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de
tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;

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A decisão agravada alinha-se à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal de


que a competência conferida à Justiça Militar pelo Art. 125, §4º, da Constituição é
relativa à perda da graduação com pena acessória criminal, e não à sanção
disciplinar, que pode decorrer de adequado processo administrativo (Súmula
673/STF).
[RE 693.087 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 1ª T, j. 7.4.2015, DJE 75 de 23-4-
2015.]

Desse modo, podemos extrair que é competência da Justiça Militar Estadual:


Processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei (CPM): Observa-se aqui que não cabe à Justiça Militar Estadual
julgar civil, já que a CF de forma expressa afirma que processa e julga militares.
NÃO ESQUEÇA: a Justiça Militar Estadual NUNCA julga um civil.
Ações contra atos disciplinares militares: aqui entendidos como aqueles
que impõem uma sanção ao militar infrator, acusado, por exemplo, de uma
transgressão disciplinar, contravenção disciplinar, ao código de ética etc.

Quando se tratar de crime doloso contra a vida:


Crime doloso contra a vida praticado por militar contra militar – Justiça
Militar, pelo Conselho de Justiça.
Crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil – Tribunal do Júri
- Justiça Comum.

JUSTIÇA MILITAR
MILITAR x
- Conselho de
MILITAR
Justiça
Crimes dolosos
contra a vida
JUSTIÇA COMUM
MILITAR X CIVIL
- JÚRI

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e


julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e
as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e
julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

MUDE SUA VIDA!


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Podemos concluir que caberá:

JUIZ DE DIREITO – julgar aquele crime militar praticado por militar contra
civil, bem como as ações judiciais contra atos disciplinares militares;
CONSELHO DE JUSTIÇA, sob a presidência do Juiz de Direito – julgar aquele
crime militar praticado por militar contra militar.

RESUMINDO

JUSTIÇA MILITAR
contra militares - Conselho de
Justiça
crimes militares
SALVO se doloso
JUSTIÇA MILITAR
contra civis contra a vida -
- Juiz de Direito
JÚRI

Ações Judiciais - JUSTIÇA MILITAR


atos disciplinares - Juiz de Direito

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente,


constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso
do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a


realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

A doutrina defende que a regra da pertinência temática deve ser respeitada também no
âmbito estadual.

MUDE SUA VIDA!


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Vale relembrar:

UNIVERSAIS ESPECIAIS

• Presidente da República • Governador de Estado ou do


• Procurador-Geral da República Distrito Federal
• Mesa do Senado Federal • Mesa de Assembleia Legislativa ou
• Mesa da Câmara dos Deputados da Câmara Legislativa do Distrito
Federal
• Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil • Confederação sindical ou entidade
de classe de âmbito nacional
• partido político com representação
no Congresso Nacional

PARÂMETRO DE CONTROLE E OBJETO


No âmbito do controle abstrato de constitucionalidade, o parâmetro será a Constituição
Estadual e tem como objeto leis ou atos normativos estaduais ou municipais.

Sabemos que as Constituições dos Estados são formadas por normas autônomas e
normas de reprodução obrigatória (ex.: regras do sistema eleitoral, imunidades etc.).
Servem como parâmetro tanto as normas autônomas quanto aquelas de reprodução
obrigatória.
Assim, temos que:
Leis federais só poderão ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade perante
o STF, lembrando que no controle difuso o Tribunal de Justiça poderá analisar a
constitucionalidade de leis federais.
Leis estaduais podem sofrer duplo controle de constitucionalidade, tanto por ADI
perante o STF em face da CF, quanto por intermédio de ADI perante o TJ, utilizando como
parâmetro a Constituição do Estado, inclusive as ações podem ser ajuizadas simultaneamente.
Leis municipais podem ser objeto de ADI perante o TJ sempre em face da CE, mas como
já visto, não podem ser objeto de ADI perante o STF. Controle de constitucionalidade de
Direito Municipal no STF apenas por meio de ADPF.

O STF é o único órgão que pode fazer controle abstrato de leis ou atos
normativos federais!

EFEITOS DA DECISÃO
As decisões proferidas em sede de controle concentrado nos Estados produzem efeitos
erga omnes, ex tunc e vinculantes.

MUDE SUA VIDA!


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SIMULTANEIDADE DE ADIS
Como vimos, uma lei estadual pode sofrer duplo controle de constitucionalidade tanto
por ADI no STF em face da CF, quanto por meio de ADI perante o TJ, utilizando como
parâmetro a Constituição do Estado.

Inclusive, o ajuizamento de uma ADI no âmbito federal não impede o ajuizamento de


ADI no âmbito estadual, ou vice-versa. Entretanto, temos algumas situações específicas
quanto ao trâmite:

Se for norma de reprodução obrigatória:

Nesse caso, se houver ADI estadual e após for instaurado ADI federal a ADI estadual
deverá ficar suspensa até final decisão do STF. Isso porque, como é norma de reprodução
obrigatória, a decisão de mérito do STF vinculará a decisão do TJ, que deverá apenas
reproduzir a decisão do Supremo.

Se for norma autônoma:


Nesse caso, o TJ só ficará vinculado se a decisão do STF for pela inconstitucionalidade da
lei estadual. Assim temos que:
Se a lei estadual for declarada inconstitucional pelo STF, o TJ deverá declarar também
inconstitucional. Entretanto, caso o STF declare a norma estadual constitucional em face da
CF, poderá o TJ prosseguir no julgamento para analisar se aquela norma é mesmo
constitucional em face da CE.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO NA ADI – ESTADUAL

Sabemos que o controle concentrado é aquele realizado por um único Tribunal, no caso
dos Estados esse Tribunal é o TJ, de modo que, em regra, a decisão do TJ no controle
concentrado (abstrato) é irrecorrível.
Entretanto, de acordo com a jurisprudência do STF, seria possível em uma situação a
interposição de recurso extraordinário em face de decisão de ADI proferida por um Tribunal
de Justiça, qual seja: Quando a lei impugnada viola dispositivo da Constituição Estadual
que é de reprodução obrigatória pelos Estados-Membros.

A decisão desse Recurso extraordinário terá eficácia erga omnes.

Ex.: lei municipal X que viole o Art. 20 da CE, que é norma de reprodução obrigatória da
CF. Nesse caso, o TJ vai analisar a constitucionalidade, tendo como parâmetro a Constituição
Estadual. Entretanto, como é norma de reprodução obrigatória da CF, cabe Recurso
Extraordinário para o STF.
A doutrina tem chamado isso de controle abstrato no modelo difuso.

MUDE SUA VIDA!


347
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Assim, podemos afirmar que:


Cabe Recurso Extraordinário (difuso) em face de decisão de TJ que julga de
forma abstrata (concentrado) a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei
estadual ou municipal em face da CE, quando a norma da CE for de reprodução
obrigatória da CF.

Convém frisar que se for norma estadual, essa regra só se aplica se não houver ADI já
ajuizada no STF.

DISTRITO FEDERAL
A Lei Orgânica do Distrito Federal é tratada como uma verdadeira Constituição Estadual,
de modo que pode haver controle de constitucionalidade de leis e atos normativos distritais
em face da Lei Orgânica do DF, mediante ações diretas perante o Tribunal de Justiça do DF,
nos mesmos moldes que já analisamos.

Entretanto, vale a pena destacar que a competência para instituir o sistema de controle
concentrado no DF não é uma atribuição do próprio DF, e sim da União, com fundamento no
Art. 22, XVII da CF:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização
administrativa destes;

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça


proporá a criação de varas especializadas, com competência
exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação
jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

MUDE SUA VIDA!


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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Como se sabe, o Brasil adota uma Constituição do tipo rígida, ou seja, as normas
Constitucionais, produzidas pelo poder constituinte originário, para serem alteradas,
submetem-se a um processo legislativo muito mais rigoroso do que o processo de elaboração
das normas infraconstitucionais. Como consequência disso, as normas constitucionais são
hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais, vigorando assim o princípio da
supremacia da Constituição.

Dessa forma, todas as normas produzidas devem estar de acordo com o disposto na
Constituição Federal, para que ela possa manter assim a sua supremacia.

O processo que analisa se as normas estão ou não de acordo com o disposto na


Constituição é o que se chama de controle de constitucionalidade. O que não estiver de
acordo com a Constituição deve ser declarado inconstitucional, tornando a norma nula, sem
validade.

Os mecanismos e órgãos encarregados de realizar esse controle são estabelecidos pela


própria Constituição. Assim, podemos afirmar que:
- somente em sistemas com Constituição escrita e rígida é possível a realização de
controle de constitucionalidade;
- é preciso um sistema de controle e fiscalização da constitucionalidade das leis e dos
atos normativos.

Estudar controle de constitucionalidade nada mais é do que:


a) analisar os órgãos que podem declarar a inconstitucionalidade das normas;
b) quais atos se submetem a esse controle e quais são os procedimentos corretos para
isso;
c) quais os efeitos da declaração de inconstitucionalidade.
Devemos partir do pressuposto de que as leis e os atos normativos são constitucionais,
pois realizados por representantes da vontade popular; é o que se chama de princípio da
presunção da constitucionalidade das leis.

OBJETO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


Podemos afirmar que os atos normativos sujeitos ao controle de constitucionalidade são
os chamados atos normativos PRIMÁRIOS, ou seja, aquelas espécies normativas previstas no
Art. 59 da CF/88:
• Emendas constitucionais (lembre-se: normas constitucionais originárias, não!);
• Leis complementares;
• Leis ordinárias;
• Leis delegadas;
• Medidas provisórias;
• Decretos legislativos;
• Resoluções;
• Decretos autônomos.

MUDE SUA VIDA!


349
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Apesar de não estarem elencados no Art. 59 da CF/88, os decretos autônomos são


classificados como atos normativos primários, pois encontram fundamento na própria CF e
por isso podem ser objeto de controle de constitucionalidade.

CUIDADO! O STF entende que quando um ato normativo secundário viola a


Constituição, não se trata de inconstitucionalidade, mas sim de ilegalidade, pois os
atos secundários não encontram fundamento na Constituição, e sim nos atos
normativos primários.
Assim, não são objeto de controle de constitucionalidade os atos normativos
secundários.

NÃO estão sujeitos ao controle de constitucionalidade:


- as normas constitucionais originárias;
- o direito pré-constitucional, ou seja, as normas anteriores à Constituição.

De acordo com o STF, as normas anteriores à Constituição não passam por um juízo de
inconstitucionalidade, mas sim de recepção ou não recepção. Dessa forma, se a norma
anterior for compatível com a CF, ela é recepcionada e mantém-se no ordenamento jurídico;
se não for recepcionada, a norma deve ser considerada como revogada pela nova
Constituição, e não declarada inconstitucional. Assim, o STF entende que não existe
inconstitucionalidade superveniente.

PARÂMETRO DE CONSTITUCIONALIDADE – BLOCO DE


CONSTITUCIONALIDADE
O parâmetro para analisar se uma norma é ou não constitucional é a própria
Constituição. Entretanto, o preâmbulo não pode servir como parâmetro, pois não tem força
normativa. Já o ADCT, por ser norma com hierarquia constitucional e ter força normativa
(eficácia jurídica), pode servir de parâmetro para controle de constitucionalidade.

Devem servir também como parâmetro os Tratados Internacionais de Direitos


Humanos que forem internalizados com status de emenda constitucional.

As Constituições Estaduais também servem como parâmetro para controle de


constitucionalidade das leis estaduais e municiais (Art. 125, § 2º, CF/88).
A Lei Orgânica do Distrito Federal também serve como parâmetro de
constitucionalidade para as leis distritais.
Não há controle de constitucionalidade com parâmetro em lei orgânica
municipal.

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350
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ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
Analisaremos a seguir algumas espécies de inconstitucionalidade:
INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO E POR OMISSÃO
Inconstitucionalidade por ação ocorre quando uma norma é criada em desacordo com a
CF, ou seja, decorrente de um ato positivo do Estado.
Inconstitucionalidade por omissão ocorre quando o legislador, por expressa
determinação constitucional, deveria criar a norma e não o faz. Esse tipo de
inconstitucionalidade ocorre diante de normas de eficácia limitada. A inconstitucionalidade
por omissão pode ser total ou parcial. É total quando o legislador obrigado a legislar não
legisla (ex.: direito de greve dos servidores públicos); e é parcial, quando o legislador faz a
norma, mas ela é insuficiente para atender ao comando da Constituição.

Ação

Inconstitucionalidades total
Omissão (eficácia
limitada)
parcial

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL E FORMAL


A inconstitucionalidade material, ou namoestática, ocorre quando o conteúdo da norma
viola a Constituição. Ex.: lei que estabeleça pena de morte no Brasil em situação de
normalidade institucional.
A inconstitucionalidade formal, ou namodinâmica, ocorre quando o processo de
elaboração da norma foi desrespeitado. A inconstitucionalidade formal pode ser orgânica ou
propriamente dita. Vejamos:
Inconstitucionalidade formal orgânica: ocorre pela inobservância das regras
constitucionais de competência. Nesse caso, a lei é realizada por ente que não tem
competência para a elaboração da referida norma. Por exemplo, uma lei estadual dispondo a
respeito de trânsito e transporte, essa norma é inconstitucional, porque a competência para
legislar sobre esse tema é da União, e não dos Estados.
Inconstitucionalidade formal propriamente dita: ocorre pela inobservância de regras do
processo legislativo. Essa inconstitucionalidade pode ocorrer por violação de requisitos
subjetivos ou objetivos do processo. Vejamos:
- Viola os requisitos subjetivos quando houver vício de iniciativa da norma, por exemplo,
um parlamentar que apresenta projeto de lei sobre o regime jurídico dos servidores públicos
federais; a competência para propor essa lei é reservada ao Presidente da República; caso
essa lei seja aprovada, ela será inconstitucional por vício na iniciativa.
- Viola os requisitos objetivos quando ferir qualquer outra regra referente ao processo
legislativo. Por exemplo, a CF exige que aquele tema seja regulamentado por meio de lei
complementar, e a lei criada é ordinária; nesse caso, a lei será inconstitucional por violação
dos requisitos objetivos.

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Material - namoestática
ORGÂNICA - regras de
Inconstitucionalidades competências
constitucionais
formal - namodinâmica Requisitos subjetivos
PROPRIAMENTE DITA -
violação das regras do
processo legislativo
Requisitos objetivos

INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL E PARCIAL


A inconstitucionalidade é total quando atinge todo o ato, ou seja, toda a norma é
inconstitucional.

A inconstitucionalidade é parcial quando atinge um artigo, um parágrafo ou uma alínea


da norma, podendo, se for declarada pelo Judiciário recair até mesmo em uma palavra47.

Ainda a respeito da inconstitucionalidade parcial, merecem destaque duas formas de


declaração de inconstitucionalidade adotadas pelo STF: a declaração parcial de nulidade
sem redução de texto e a interpretação conforme a Constituição.

Declaração parcial de nulidade sem redução de texto ocorre quando o STF vê que parte
da norma é inconstitucional, mas a exclusão seria tecnicamente impossível pela redação da
norma ou porque a retirada da parte indesejada acabaria acarretando um resultado ruim,
indesejado. Nesse caso, o STF determina que apenas a aplicação da lei a determinadas
pessoas, ou em determinados períodos, é inconstitucional, ou seja, nenhuma palavra da lei é
suprimida, apenas a sua aplicação é considerada como inconstitucional.

A interpretação conforme a Constituição, técnica também adotada pelo STF, ocorre


quando uma norma comporta mais de uma interpretação, e uma ou algumas interpretações
são inconstitucionais. Nesse caso, o Poder Judiciário deve declarar a interpretação que se
compatibiliza com a Constituição ou proibir a adoção de uma interpretação específica.

Essas técnicas mencionadas encontram-se regulamentadas na Lei 9.868/1999 (Art. 28,


parágrafo único).

total
Declaração parcial de
Inconstitucionalidades nulidade sem redução
de texto
parcial

Interpretação conforme
a Constituição

47
Cuidado! O veto do presidente por inconstitucionalidade não pode recair em fração de artigo ou em palavras
isoladas, mas tão somente em texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, conforme Art. 66,§ 2º, da CF/88.
Art. 66 § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

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352
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MOMENTO DE CONTROLE

O controle de constitucionalidade pode acontecer em dois momentos, antes ou depois da


elaboração da norma. Se ocorre durante o processo de elaboração da lei (lato sensu)
chamamos de controle preventivo; se ocorre após a elaboração da norma, chamamos de
controle repressivo.

CONTROLE PREVENTIVO

O controle preventivo pode ser realizado pelos três Poderes (Legislativo, Executivo e
Judiciário) e é realizado durante o processo de elaboração do ato normativo. Nesse caso, não
se declara a inconstitucionalidade, apenas se impede que uma norma inconstitucional entre
no ordenamento jurídico.
O Legislativo realiza esse controle por meio das Comissões de Constituição e Justiça,
competentes para analisar a existência de alguma inconstitucionalidade no projeto.
O Executivo realiza controle de constitucionalidade por meio do veto do Chefe do
Executivo. Sabe-se que o Chefe do Executivo pode sancionar ou vetar projetos de lei. O veto só
pode ter dois fundamentos: a inconstitucionalidade ou a contrariedade ao interesse público. O
veto pela inconstitucionalidade é chamado de veto jurídico, e pela contrariedade ao interesse
público é chamado de veto político. Quando o Presidente veta pela inconstitucionalidade,
realiza controle prévio de constitucionalidade.
O Judiciário realiza controle de constitucionalidade preventivo, quando provocado por
meio de mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa sustar a tramitação de
projeto que entenda inconstitucional.

CONTROLE REPRESSIVO

O Controle repressivo ocorre quando a norma já está pronta e inserida na ordem


jurídica, nesse caso o objetivo é a declaração de inconstitucionalidade da norma existente.
Como regra, esse controle é feito pelo Poder Judiciário, por intermédio do sistema de
controle jurisdicional misto (difuso e concentrado), entretanto, excepcionalmente esse
controle pode ser feito pelo Legislativo.

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O Legislativo exerce controle de constitucionalidade repressivo nas seguintes


hipóteses:

➢ Sustar atos normativos – Art. 49, V.


O Congresso Nacional tem competência para sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem o poder regulamentar ou os limites da delegação legislativa
(autorização para elaboração de lei delegada), conforme Art. 49, V da CF/88:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Quando o Poder Executivo exorbita o poder regulamentar, temos em verdade um


controle de legalidade, e não de constitucionalidade. Entretanto, quando susta os efeitos da lei
delegada (Art. 68 CF/88), o Congresso Nacional realiza controle de constitucionalidade. É
chamado de “veto legislativo.”

Essa decisão do Congresso opera efeitos ex nunc, porque está apenas suspendendo a
eficácia do ato normativo.

preventivo CCJ

Controle do Legislativo Veto legislativo

repressivo Apreciação de MP

Suspensão de execução de lei


inconstitucional - STF

➢ Medida provisória – Art. 62.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá


adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional.

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➢ Senado – suspender execução de lei declarada inconstitucional por decisão do


STF – Art. 52, X.
De acordo com o Art. 52, X da CF/88:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

Nesse caso, o STF, ao realizar controle de constitucionalidade DIFUSO (em um caso


concreto), declara a inconstitucionalidade de uma determinada norma, e o Senado atribui
efeitos abstratos à decisão, suspendendo os efeitos da lei.
A suspensão pelo Senado Federal poderá se dar em relação a leis federais, estaduais,
distritais ou mesmo municipais que forem declaradas inconstitucionais pelo STF, de modo
incidental, no controle difuso de constitucionalidade.
Destaca-se que essas manifestações do Poder Legislativo, no controle de
constitucionalidade, não impedem a possibilidade de apreciação pelo Poder Judiciário.

LEGISLATIVO

PREVENTIVO EXECUTIVO

MOMENTOS DE
JUDICIÁRIO
CONTROLE

JURISDICIONAL EXCEÇÃO:
REPRESSIVO
MISTO LEGISLATIVO

SISTEMAS DE CONTROLE
A respeito do controle repressivo de constitucionalidade, que é aquele que ocorre após a
elaboração da norma, a depender da Constituição de um Estado, podemos ter diversos
sistemas de controle de constitucionalidade: jurisdicional; político ou misto.
➢ O sistema é jurisdicional quando realizado pelo Poder Judiciário. Ex.: EUA, Brasil.
➢ O sistema é político quando realizado por órgão que não integra o Poder
Judiciário.
➢ O sistema é misto quando o controle é realizado em parte pelo Judiciário e em
parte por outros órgãos alheios ao Poder Judiciário.

O Brasil adota o sistema jurisdicional de controle de constitucionalidade repressivo.

Vale lembrar que o controle de constitucionalidade preventivo realizado pelas CCJs, no


âmbito das Casas Legislativas, o veto jurídico do Presidente e o controle repressivo pelo Poder
Legislativo são exemplos de controle político, mas isso não caracteriza o nosso modelo como
sistema misto, pois há possibilidade de submissão desses controles ao Judiciário. Logo, quem
realiza o controle de constitucionalidade repressivo de forma definitiva é o Poder Judiciário.

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SISTEMAS OU MODELOS DE CONTROLE JUDICIAL DE


CONSTITUCIONALIDADE

Como vimos, o Brasil adota o modelo de controle judicial de constitucionalidade, que


pode ser de duas formas:
• Controle Difuso, de origem americana; nesse modelo todos os juízes ou
tribunais do Poder Judiciário realizam controle de constitucionalidade.

• Controle Concentrado, de origem austríaca (Hans Kelsen); nesse modelo


somente um órgão do Judiciário realiza o controle.
Quando o sistema judicial adotado utiliza a possibilidade de controle concentrado e
difuso, chamamos de sistema misto. No Brasil adotamos os dois modelos, por isso chamamos
de sistema jurisdicional misto.

Somente um
CONCENTRADO
órgão
MODELOS DE
CONTROLE
Vários órgãos
DIFUSO
do Judiciário

VIAS DE AÇÃO

Vimos, então, que o controle de constitucionalidade jurisdicional pode ser realizado


tanto de forma concentrada, como difusa. Entretanto, como é que uma norma pode ser
impugnada perante o Poder Judiciário? Quais as vias existentes para isso? Existem duas
formas:
• Pela via incidental (de defesa ou exceção), em um caso concreto – chamamos de
controle concreto. Aqui o objetivo principal da ação não é a
inconstitucionalidade em si, mas sim o reconhecimento de um direito. Esse
controle pode ser realizado por todos os juízes e tribunais do Poder Judiciário.
• Pela via principal, de forma abstrata – chamamos de controle abstrato. Nesse
caso, o autor da Ação busca como finalidade única e principal a realização do
controle de constitucionalidade, não há um caso específico, o controle é feito em
tese, por meio de ações específicas, são elas: Ação Direta de
Inconstitucionalidade (genérica, interventiva ou por omissão), Ação
Declaratória de Constitucionalidade e Ação de Descumprimento de preceito
fundamental perante o STF.
Além desse controle perante o STF, é possível também controle abstrato das
Constituições Estaduais e da Lei Orgânica do DF perante os respectivos Tribunais de Justiça.

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INCIDENTAL Controvérsia
sobre um caso
(concreta) concreto
VIAS DE
CONTROLE
STF
PRINCIPAL
Controle em tese
(abstrata)
Tribunais de
Justiça

Em regra, o sistema difuso é utilizado pela via incidental – do controle concreto,


enquanto que o controle concentrado é utilizado pela via principal – controle abstrato.
Entretanto, nem todo controle concreto será difuso, exemplo disso é a ADI interventiva, em
que o controle é concentrado (STF que julga), mas analisando um caso concreto; logo, é
concreto e concentrado.

➢ Tribunal de Contas
De acordo com o STF, os Tribunais de Contas podem afastar a aplicação de leis e atos
normativos que entenderem inconstitucionais. É o que determina a Súmula 347 do STF:

Súmula 347
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.

Esse controle de constitucionalidade realizado pelos Tribunais de Contas configura


controle difuso de constitucionalidade, pressupondo a análise de um caso concreto, e não de
controle abstrato.

Além do mais, a decisão do Tribunal de Contas pode ser submetida à apreciação do


Poder Judiciário, uma vez que é o único órgão que decide de forma definitiva a
Constitucionalidade das normas.

CONTROLE DIFUSO
Como vimos, o Brasil adota o modelo de controle judicial de constitucionalidade, que
pode ser de duas formas: difuso e concentrado. Veremos agora mais detalhes a respeito do
controle difuso de constitucionalidade.
CONCEITO E ORIGEM
O controle de constitucionalidade difuso tem origem nos Estados Unidos, por isso é
chamado também de controle americano. Esse modelo o controle pode ser realizado por todos
os juízes e tribunais do Poder Judiciário, nas mais variadas ações, declarando a
inconstitucionalidade de determinada norma em um caso concreto.
A pessoa que ingressa com a Ação não tem como objetivo final a declaração de
inconstitucionalidade, mas a análise da questão constitucional é indispensável para a solução

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do caso, por isso esse modelo de controle é chamado de incidental, incidenter tantum, por
via de exceção, por via de defesa, concreto ou indireto.

➢ Legitimidade ativa
• Quem pode iniciar o processo de controle difuso? Vejamos:
o as partes do processo;
o terceiros (intervenientes no processo);
o Ministério Público;
o Juiz ou Tribunal de ofício, isso porque os
juízes não precisam de provocação para
afastar a aplicação de norma que
entendem ser inconstitucional.

ESPÉCIES DE AÇÕES JUDICIAIS


Toda e qualquer ação judicial pode ensejar a realização do controle difuso de
constitucionalidade, independentemente da sua natureza.

Destaca-se o entendimento do STF de que a Ação Civil Pública também pode ser
utilizada como instrumento de controle difuso, desde que a finalidade da Ação não seja a
inconstitucionalidade, ou seja, tem que ser em um caso concreto.

OBJETO DO CONTROLE DIFUSO


Toda e qualquer norma pode ser objeto desse controle incidental, ou seja, leis e atos
normativos em geral, feitos pela União, pelos Estados, pelo Distrito federal ou pelos
Municípios, inclusive atos anteriores à CF/88, mas nesse caso não declarando a
constitucionalidade, e sim se a norma foi ou não recepcionada.

COMPETÊNCIAS
Como visto, qualquer órgão do Poder Judiciário, juiz ou tribunal, pode declarar a
inconstitucionalidade controle difuso.

• Juiz de 1º grau: pode declarar a inconstitucionalidade motivando a sua decisão.


• Tribunais: os tribunais também podem declarar a inconstitucionalidade,
entretanto, só podem fazer isso por decisão de maioria absoluta dos membros
do Tribunal ou do órgão especial48. É o que se chama de cláusula de reserva de
plenário, prevista no Art. 97 da CF/88:

48
Previsão de criação de órgão especial. Art. 93, XI CF/88: XI. nos tribunais com número superior a vinte e cinco
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.

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Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

A CF, dessa forma, estabelece um procedimento especial para declaração de


inconstitucionalidade no âmbito dos tribunais, exigindo a maioria absoluta do Plenário ou do
órgão especial do Tribunal, sob pena de nulidade da decisão. Assim, a declaração de
inconstitucionalidade não poderá ser feita por órgão fracionário (turmas, câmaras e seções).
Vejamos o teor da Súmula vinculante 10
Súmula Vinculante 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Essa exigência é válida tanto para declaração de inconstitucionalidade com fundamento
da CF/88 quanto na Constituição Estadual, mas não se aplica para a verificação de recepção
ou não de norma pré-constitucional.

Por fim, ressalta-se que a exigência de reserva de plenário só é aplicável para


a primeira apreciação da inconstitucionalidade de determinada norma. Isso porque,
de acordo com o STF, se o plenário, o órgão especial ou o plenário do STF já
tiverem proferido decisão a respeito, os órgãos fracionários poderão, adotando a
interpretação dada, declarar a inconstitucionalidade das normas.

O recurso extraordinário é o recurso competente para levar até o STF controvérsia


constitucional discutida em instâncias inferiores, possibilitando o controle difuso também
pelo órgão máximo do Poder Judiciário.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou
última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Os efeitos do controle difuso, independentemente do órgão que tenha proferido a


decisão:

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• serão entre as partes do processo (inter partes);


• não terão efeito vinculante;
• terão efeitos retroativos (ex tunc) – em regra.
Entretanto, pode o STF, por razões de segurança jurídica ou relevante interesse social,
determinar que os efeitos sejam apenas prospectivos (ex nunc), não retroativos, ou até mesmo
fixar um momento para o início da eficácia da decisão.

SENADO FEDERAL
Apesar de a decisão no controle difuso produzir efeitos apenas entre as partes (inter
partes), existe a possibilidade de ampliação desses efeitos, conferindo eficácia geral (erga
omnes) à decisão, mediante a atuação do Senado Federal, quando a decisão tiver sido dada
pelo STF. É o que dispõe o Art. 52, X da CF/88:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

Nesse caso, o STF realizando controle de constitucionalidade DIFUSO (em um caso


concreto) declara a inconstitucionalidade de uma determinada norma e o Senado atribui
efeitos abstratos à decisão suspendendo os efeitos da lei. Logo, aquela decisão produzirá
efeitos erga omnes.

A suspensão pelo Senado Federal poderá dar-se em relação a leis federais, estaduais,
distritais ou mesmo municipais que forem declaradas inconstitucionais pelo STF, de modo
incidental, no controle difuso de constitucionalidade.

Os efeitos da decisão do Senado, de acordo com a doutrina majoritária, são prospectivos,


ou seja, ex nunc. Esse também é o entendimento das bancas.

O Senado não é obrigado a suspender a execução da lei, sendo, portanto, um ato


facultativo, de natureza política e materializado mediante uma resolução. Além disso, uma
vez suspensa por resolução, o Senado não pode revogar seu ato de suspensão, nem restringir
ou ampliar o alcance da decisão do STF.

A resolução se sujeita ao controle abstrato de constitucionalidade.

Atenção! O Senado só pode suspender a execução de lei se ela foi declarada


inconstitucional pelo STF, não sendo possível se a decisão for proferida por outros
órgãos do Judiciário.

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apenas no controle difuso


(concentrado)

ato discricionário - político

decisão mediante resolução


Senado

irretratável

efeitos ex nunc

pode suspender leis


federais, estaduais,
municipais e distritais

resolução pode sofrer


controle de
constitucionalidade

SÚMULA VINCULANTE
Como vimos, as decisões do STF no controle difuso (concreto) operam efeitos apenas
inter partes, não vinculando os demais órgãos do Poder Judiciário, muito menos a
Administração Pública, de modo que o indivíduo que pretenda ser beneficiado pela declaração
de inconstitucionalidade de determinado ato normativo deverá propor ação judicial. Essa
sistemática acaba provocando uma “enxurrada” de ações judiciais com matéria idêntica,
congestionando o Poder Judiciário.

Diante dessa situação, a EC 45/2004 criou a chamada Súmula Vinculante, que visa
atribuir efeitos vinculantes a determinadas posições do STF. Vejamos o que dispõe o Art. 103-
A da CF/88:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,


mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante.

A Súmula Vinculante encontra-se regulamentada na Lei nº 11.417/2006.


➢ Iniciativa
Apenas o STF pode aprovar, rever ou cancelar súmula vinculante, mas quem pode
propor a criação de uma súmula vinculante?

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Além do próprio STF – de ofício - o § 2º do Art. 103-A da CF/88 permite que a Súmula
Vinculante seja proposta pelos legitimados para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Regulamentando o referido dispositivo, a Lei nº 11.417/2006 ampliou esse rol de
legitimados.

São legitimados para propor a edição de Súmula Vinculante (Art. 3º, Lei nº
11.417/2006):
• o próprio STF – de ofício;
• o Presidente da República; (ADI)
• a Mesa do Senado Federal; (ADI)
• a Mesa da Câmara dos Deputados; (ADI)
• a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
(ADI)
• o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (ADI)
• o Procurador-Geral da República; (ADI)
• o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (ADI)
• partido político com representação no Congresso Nacional; (ADI)
• confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; (ADI)
• o Defensor Público-Geral da União;
• os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça dos Estados ou do Distrito
Federal e dos Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais
Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais
Militares.

O § 1º do Art. 3º da Lei nº 11.417/2006 dispõe que o Município poderá propor,


incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o
cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do
processo.

A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não


autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão. (Art. 6º da Lei nº
11.417/2006)

O PGR deve manifestar-se antes da edição, revisão ou cancelamento de Súmula, desde


que a proposta não tenha sido formulada por ele.

Ademais, é possível, desde que autorizada pelo relator, por decisão irrecorrível, a
manifestação de terceiros no processo de edição, revisão ou cancelamento de Súmula
vinculante. É a chamada figura do amicus curiae.

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de ofício STF

legitimados para propor


ADI

INICIATIVA - SÚMULA o Defensor Público-Geral


provocação
VINCULANTE da União;

os Tribunais Superiores,
os TJs, os TRFs, os TREs e
os Tribunais Militares

incidentalmente Município

REQUISITOS
A finalidade da SÚMULA VINCULANTE é a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
• matéria constitucional;
• reiteradas decisões do STF sobre essa matéria, ou seja, a posição do STF já deve
estar consolidada;
• controvérsia atual, nem futura e nem superada, entre os órgãos do Poder
Judiciário e da Administração Pública;
• grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão
idêntica.
DELIBERAÇÃO
A aprovação, assim como a revisão ou o cancelamento de SÚMULA VINCULANTE,
depende de decisão pelo quórum de 2/3 dos membros do STF.
EFICÁCIA
A Súmula Vinculante passa a produzir os seus efeitos a partir da publicação na
imprensa oficial, produzindo efeitos vinculantes de forma imediata, para todos os órgãos da
Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, municipal e distrital e
ainda vincula os demais órgãos do Poder Judiciário, ou seja, não vincula a atuação do próprio
STF. Cumpre observar que a Súmula Vinculante não vincula o Poder Legislativo.

Entretanto, é possível que o STF restrinja os efeitos da Súmula Vinculante ou mesmo


determine que ela produza efeitos em momento posterior, desde que decida pelo quórum de
2/3 dos seus membros, conforme Art. 4º da Lei nº 11.417/2006:
Lei nº 11.417/2006 - Art. 4º A súmula com efeito vinculante tem
eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de
2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos
vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro
momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse público.

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RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
Caso seja realizado um ato ou decisão judicial:
• contrária;
• que negue vigência;
• que aplicar indevidamente a Súmula Vinculante.

A parte que se sentir prejudicada poderá formular perante o STF reclamação, sem
prejuízo dos recursos ou outros meios de impugnação cabíveis.

Na hipótese de ato administrativo, a reclamação só será cabível após o esgotamento das


instâncias administrativas.

Se o STF julgar procedente a Reclamação, anulará o ato administrativo ou cassará a


decisão judicial, determinando que outra seja proferida, aplicando ou não a Súmula a
depender do caso.
Vejamos os artigos correspondentes da Lei nº 11.417/2006:

Lei nº 11.417/2006 - Art. 7º Da decisão judicial ou do ato


administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante,
negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação
ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros
meios admissíveis de impugnação.

§ 1º Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da


reclamação só será admitido após esgotamento das vias
administrativas.

§ 2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal


Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem
aplicação da súmula, conforme o caso.

MEDIDA CAUTELAR
A Lei 9.868/99 prevê a possibilidade de se apresentar pedido de medida cautelar em
sede de ADI, também de competência do STF para o seu julgamento, nos termos do Art. 102, I,
p, da CF/88:
A medida cautelar visa antecipar os efeitos da decisão final, suspendendo a eficácia e a
vigência da lei impugnada. Para a concessão da medida cautelar, é necessário que se verifique
a presença de dois requisitos:
• Fumus boni juris: fumaça do bom direito, ou seja, os pedidos devem ser
plausíveis, razoáveis.
• Periculum in mora: perigo da demora, nesse caso, a demora na prestação judicial
poderá gerar danos irreparáveis ou de difícil reparação.

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364
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O quórum de deliberação para concessão da medida liminar é de maioria absoluta do


Tribunal (seis votos), salvo no recesso que será concedida pelo Presidente do Tribunal, sendo
posteriormente referendada pelo pleno.

Como regra o pedido de medida liminar deverá ser analisado após a oitiva dos órgãos ou
autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, no prazo de 5 dias, podendo
o relator ouvir o AGU e o PGR no prazo de 3 dias. Entretanto, em situações excepcionais de
urgência, poderá ser concedida a medida liminar antes de ouvir os órgãos ou autoridades, Inaudita
altera pars (sem ouvir a outra parte).

É possível a sustentação oral no julgamento da medida liminar pelos Requerentes e as


autoridades ou órgãos responsáveis pela elaboração da norma impugnada.

É esse o teor do Art. 10 da Lei 9.868/99:

Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será
concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o
disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou
a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco
dias.
§ 1º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o
Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.
§ 2º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação
oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos
responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do
Tribunal.
§ 3º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida
cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou
o ato normativo impugnado.

O relator poderá ainda propor ao pleno, dando maior celeridade ao processo, a


conversão da medida cautelar em julgamento definitivo da ação, cabendo ao pleno decidir se
julga de forma definitiva ou não. Pode o relator propor o julgamento definitivo quando haja:
• relevância da matéria;
• especial significado para a ordem social e a segurança jurídica.
VEJAMOS O QUE DISPÕE O ART. 12 DA LEI Nº 9.868/99
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da
matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá,
após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-
Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias,
submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente
a ação.

MUDE SUA VIDA!


365
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A medida cautelar passa a produzir efeitos a partir da sua publicação no Diário Oficial e,
se for julgada procedente, terá eficácia:
• ex nunc (o STF pode excepcionalmente atribuir efeitos ex tunc);
• erga omnes;
• vinculante (vincula os demais órgãos do Judiciário e a Administração Pública
direta e indireta nas três esferas). O caráter vinculante ainda determina que os
processos que estiverem em trâmite e que envolvam a aplicação da lei
impugnada deverão ficar suspensos, cabendo reclamação na hipótese de
descumprimento da suspensão;
• repristinatório: a suspensão dos efeitos da norma impugnada na medida
cautelar implica a repristinação provisória da norma anterior, caso existente,
salvo se o STF determinar de forma diferente.

A medida cautelar não tem caráter ambivalente, ou seja, o eventual


indeferimento da medida em ação direta de inconstitucionalidade não acarreta a
declaração de constitucionalidade.

VEJAMOS O QUE DISPÕE O ART. 11 DA LEI Nº 9.868/99


Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União
a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as
informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que
couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com
efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia
retroativa.
§ 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior
acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.

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fumus boni juris

Requisitos

periculum in mora

Quórum maioria absoluta (salvo recesso)


medida cautelar

ex nunc (pode ser ex tunc)

erga omnes
suspende a eficácia e a vigência
Efeitos
da norma impugnada
vinculante
suspende os julgamentos que
envolvam a norma
repristinação provisória da
norma anterior (salvo
manifestação contrária do STF)

autoridades ou órgãos
responsáveis pela norma - 5 dias
Prazo

AGU e PGR - 3 dias

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
➢ SEÇÃO I
O Poder Judiciário para exercer adequadamente a função jurisdicional precisa de
algumas entidades para movimentar essa estrutura, uma vez que é regido pelo Princípio da
Inércia, são eles:
• Ministério Público – Art. 127-130, CF;

• Advocacia Pública – Art. 131-132, CF;

• Advocacia Privada – Art. 133, CF;

• Defensoria Pública – Art. 134, CF.

• Essas funções apesar de atuarem diretamente junto ao Poder Judiciário NÃO


INTEGRAM a sua estrutura.

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367
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Defensoria Pública

Advocacia -
Pública e Privada

Ministério Público

Poder Judiciário

Analisaremos cada um deles:


MINISTÉRIO PÚBLICO – Art. 127 ao 130 CF.

DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O MP é uma instituição constitucional autônoma e independente, na medida em que
não integra nenhum dos Poderes e também não é um poder autônomo, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à


função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.

O MP é uma instituição constitucional autônoma e independente, na medida em que não


integra nenhum dos Poderes e também não é um poder autônomo.
➢ É incumbência do MP:
• a defesa da ordem Jurídica;
• o regime democrático;
• os interesses sociais – interesses difusos e coletivos;
• os interesses individuais indisponíveis.

O MP foi instituído como função essencial à justiça apenas com a CF/88, isso porque
anteriormente integrava a estrutura do Poder Executivo.

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368
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Regulamentando essa função temos as seguintes normas:


• Lei 8626/1993: Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, que estabelece
normas gerais sobre a organização do MP dos Estados;
• Lei Complementar 75/1993: Lei Orgânica do Ministério Público da União.
• Leis complementares estaduais: cada estado deverá elaborar a sua lei orgânica.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
São Princípios institucionais do MP:

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a


indivisibilidade e a independência funcional.

Unidade

Princípios
institucionais

Independência
Indivisibilidade
Funcional

UNIDADE: os integrantes do MP devem ser vistos como integrantes de uma única


instituição, um único órgão, subordinados a uma única chefia, a um único Procurador-Geral.

INDIVISIBILIDADE: permite que os integrantes do Ministério Público possam ser


substituídos uns pelos outros ao longo do processo, desde que sejam da mesma carreira.

INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL: pode ser entendida por meio de duas perspectivas,


independência num plano externo ou orgânico (referindo-se ao Ministério Público enquanto
ente), que determina que o MP não está sujeito a interferência de outro órgão ou Poder, e
independência num plano interno (referindo-se a cada membro individualmente) e significa
que esses se vinculam apenas às leis e às suas convicções.

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369
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§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e


administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor
ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas
e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei
disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária


dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta


orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes
orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites
estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL


O Conceito de Promotor Natural, adotado pela doutrina e jurisprudência, decorre do
princípio do juiz natural, segundo o qual ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente (Art. 5º, LIII, CF/88).

Dessa forma, a designação do membro do MP para atuar em um processo deve atender a


critérios preestabelecidos para se evitar o “acusador de exceção”.

➢ GARANTIAS
Os membros do MP possuem as mesmas garantias dos membros do Poder Judiciário, a
saber:
• vitaliciedade;
• inamovibilidade, salvo motivo de interesse público;
• irredutibilidade.

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for


encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do
§ 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá


haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a
abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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ESTRUTURA ORGÂNICA

Ministério
Público

CNMP

MPU MPEstados
PGR PGJ

MPF MPT MPM MPDFT


PGR PGT PGM PGDFt

Art. 128. O Ministério Público abrange:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.

Não há na estrutura geral o Ministério Público junto ao tribunal de contas e o Ministério


Público eleitoral.

MP DE CONTAS
MP do Tribunal de Contas como vimos não integra a estrutura geral do Ministério
Público, devendo ser considerada como instituição autônoma, ligada ao Tribunal de Contas.
Organizada por lei orgânica própria de iniciativa do Tribunal de Contas.
A CF estabelece que:
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas
aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de
investidura.

Contudo, de acordo com o STF, o MP do Tribunal de Contas.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não dispõe de fisionomia


institucional própria, não integrando o conceito de Ministério Público enquanto ente
despersonalizado de função essencial à Justiça (CF/88, art. 127), cuja abrangência
é disciplina no art. 128 da Constituição Federal.
STF. 2ª Turma. Rcl 24162 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016.

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371
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As atribuições do Ministério Público comum, entre as quais se inclui sua


legitimidade processual extraordinária e autônoma, não se estendem ao Ministério
Público junto aos Tribunais de Contas, cuja atuação está limitada ao controle
externo a que se refere o art. 71 da CF/88.
STF. 1ª Turma. Rcl 24159 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
8/11/2016.

Informativo 883 - STF, 2017: O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


não possui legitimidade ativa para propor reclamação no STF alegando
descumprimento da decisão do Supremo. A atuação dos membros do MPTC limita-
se, unicamente, ao âmbito dos próprios Tribunais de Contas perante os quais
oficiam.
Exceção:
O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui
legitimidade e capacidade postulatória para impetrar mandado de segurança, em
defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela
respectiva Corte de Contas. Ex.: Procurador de Contas pode impetrar mandado de
segurança contra acórdão do Tribunal de Contas que extinguiu representação
contra licitação sem incluí-la em pauta e sem intimar o MP.
STJ. 2ª Turma. RMS 52.741-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
8/8/2017 (Info 611).

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-


Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre
integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do
Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a
recondução.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa


do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da
maioria absoluta do Senado Federal.

INGRESSO NA CARREIRA

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e


Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na
forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que
será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.

• concurso público de provas e títulos;


• bacharel em Direito;
• 3 anos de atividade jurídica, comprovados na data da inscrição definitiva do
concurso e não da posse;
• participação da OAB em todas as fases, sob pena de nulidade.

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As disposições gerais do Art. 93 da CF, referentes ao Poder Judiciário, aplicam-se


também ao MP no que couber:

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e


Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
respectiva.

➢ NOMENCLATURA:
MP UNIÃO: Procuradores da República;
MP ESTADUAL: Promotores de Justiça.

➢ CHEFE DO MPU: PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA


• nomeação pelo Presidente da República;
• integrante de carreira;
• maior de 35 anos;
• aprovação por maioria absoluta do Senado Federal para investidura de 2 anos,
PERMITIDA uma recondução;
• destituição: iniciativa do Presidente com autorização do Senado.

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é


facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros: (...)

Cumpre observar que as Leis complementares são de iniciativa facultativa aos


Procuradores-Gerais, podendo ser realizadas também pelo Presidente da República (Art. 61, §
1º, II “d”).

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o


cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante


decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e


ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VEDAÇÕES OU IMPEDIMENTOS – GARANTIAS DE IMPARCIALIDADE


Assim como os membros do Poder Judiciário, os Membros do MP não podem exercer a
advocacia. Contudo, caso se afastarem do cargo por aposentadoria ou exoneração, poderão
exercer a advocacia, após o prazo de TRÊS ANOS DE AFASTAMENTO – Quarentena de saída

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373
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II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,


percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função


pública, salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de


pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

Assim, como os membros do Poder Judiciário, os Membros do MP não podem exercer a


advocacia. Contudo, caso se afastem do cargo por aposentadoria ou exoneração poderão
exercer a advocacia, após o prazo de TRÊS ANOS DE AFASTAMENTO – Quarentena de saída. É
o que determina o § 6º do Art. 128 da CF/88:

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art.


95, parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

VEDAÇÕES
MEMBROS DO MP
EXERCER QUALQUER OUTRA FUNÇÃO EXERCER OUTRO CARGO OU FUNÇÃO JUÍZES
PÚBLICA (ainda que em disponibilidade), SALVO PÚBLICA (ainda que em disponibilidade), SALVO
UMA DE MAGISTÉRIO; UMA DE MAGISTÉRIO;
✓ ✓
EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA; DEDICAR-SE À ATIVIDADE POLÍTICO-
PARTIDÁRIA;

RECEBER AUXÍLIOS OU CONTRIBUIÇÕES DE RECEBER AUXÍLIOS OU CONTRIBUIÇÕES DE



PESSOAS FÍSICAS, ENTIDADES PÚBLICAS OU

PESSOAS FÍSICAS, ENTIDADES PÚBLICAS OU
PRIVADAS, RESSALVADA AS EXCEÇÕES PREVISTAS PRIVADAS, RESSALVADA AS EXCEÇÕES PREVISTAS
EM LEI; EM LEI;

✓ RECEBER HONORÁRIOS, PERCENTAGENS OU ✓OU PARTICIPAÇÃO EM


RECEBER CUSTAS
CUSTAS PROCESSUAIS; PROCESSO;

EXERCER A ADVOCACIA; EXERCER A ADVOCACIA NO JUÍZO OU


TRIBUNAL DO QUAL SE AFASTOU (antes de
decorrido 3 anos do afastamento).

✓ ✓

✓ ✓

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FUNÇÕES INSTITUCIONAIS

Rol exemplificativo
PARTICIPAR DE SOCIEDADE COMERCIAL.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei.

O Ministério Público deve promover de forma privativa a ação penal pública. Contudo,
existe também a ação penal privada subsidiária da pública, que poderá ser ajuizada quando a
ação penal pública não tiver sido intentada dentro do prazo legal, nos termos do Art. 5º, LIX
da CF49.
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a


proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos;

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação


para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos
nesta Constituição;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações


indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua


competência, requisitando informações e documentos para instruí-
los, na forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei


complementar mencionada no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de


inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
manifestações processuais;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que


compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis


previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas
hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

49
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

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Inquérito Civil, exclusividade do MP. Ação Civil Pública pode ser promovida pelo MP e por
terceiros
➢ Nesse sentido destaca-se:
• O MP não pode presidir o Inquérito Policial – função da autoridade policial;
• Função investigatório do MP é atividade excepcional e não ordinária, devendo o
Judiciário controlar a legalidade dessa atividade. (INF. 785 STF – RE
593727/MG)

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por


integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da
respectiva lotação, salvo autorização do chefe da
instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

➢ NOMENCLATURA:
• MP UNIÃO: Procuradores da República;
• MP ESTADUAL: Promotores de Justiça.

ESCOLHA E NOMEAÇÃO DOS CHEFES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

50
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

MUDE SUA VIDA!


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§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante


concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
observando-se, nas nomeações, a ordem de
classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no


art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será


imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de


Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos,
vedações e forma de investidura.

CONSELHO NACIONAL NO MINISTÉRIO PÚBLICO – CNMP


O Art. 130- A, por meio da Ec. 45/2004, criou o CNMP, como órgão de controle INTERNO
do MP.
Tem como principais atribuições:
• Controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público.
• Cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de


quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
para um mandato de dois anos, admitida uma recondução,
sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I o Procurador-Geral da República, que o preside;

II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a


representação de cada uma de suas carreiras;

III três membros do Ministério Público dos Estados;

IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro


pelo Superior Tribunal de Justiça;

V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil;

VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada,


indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
Federal.

MUDE SUA VIDA!


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Procurador-
Geral da PRESIDE
República

4 membros do de cada uma


MPU das carreiras
Corregedor:
votação
dentre 3 membros do
Conselho membros do MPE
Nacional do MP
Ministério 1 STF
Público 2 juízes
14 membros indicados:
(PR+ MA/SF)
1 STJ

Conselho
2 advogados Federal da
OAB

1 Câmara dos
Deputados
2 cidadãos
1 Senado
Federal

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão


indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle


da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério


Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou


mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e
dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para
que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

MUDE SUA VIDA!


378
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III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos


do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus
serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares
em curso, determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos


disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos
Estados julgados há menos de um ano;

V - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar


necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista
no art. 84, XI.

CORREGEDOR

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor


nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram,
vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe
forem conferidas pela lei, as seguintes:

I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado,


relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços
auxiliares;

II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição


geral;

III - requisitar e designar membros do Ministério Público,


delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do
Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do


Brasil oficiará junto ao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério


Público, competentes para receber reclamações e denúncias de
qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

MUDE SUA VIDA!


379
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receber reclamações e denúncias, de


qualquer interessado, relativas aos
membros do Ministério Público e dos seus
serviços auxiliares;

exercer funções executivas do Conselho,


CORREGEDOR-GERAL
de inspeção e correição geral;

Eleito - dentre membros requisitar e designar membros do Ministério


do MP Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério
Público.

MUDE SUA VIDA!


380
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COMPETÊNCIAS
Tem como principais atribuições:
➢ Controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público.
➢ Cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.

zelar pela autonomia podendo expedir atos


funcional e administrativa regulamentares, no âmbito
do Ministério Público de sua competência, ou
recomendar providências;
zelar pela observância do
art. 37 e apreciar, de
ofício ou mediante
provocação, a podendo desconstituí-los,
LEGALIDADE DOS ATOS revê-los ou fixar prazo
ADMINISTRATIVOS para que se adotem as
praticados por membros providências necessárias
ou órgãos do Ministério ao exato cumprimento da
Público da União e dos lei, sem prejuízo da
Estados; competência dos Tribunais
de Contas;
receber e conhecer das
reclamações contra podendo avocar processos
membros ou órgãos do disciplinares em curso,
Ministério Público da União determinar a remoção, a
ou dos Estados, inclusive disponibilidade ou a
COMPETÊNCIAS contra seus serviços aposentadoria com
CNMP auxiliares, sem prejuízo da subsídios ou proventos
competência disciplinar e proporcionais ao tempo
correicional da instituição de serviço e aplicar outras
sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
rever, de ofício ou mediante
provocação, os processos
disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou
dos Estados julgados há menos
de um ano;

elaborar relatório anual, propondo as


providências que julgar necessárias
sobre a situação do Ministério Público
no País e as atividades do Conselho, o
qual deve integrar a mensagem
enviada pelo Presidente da República
(art. 84, XI).

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381
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DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

➢ ADVOCACIA PÚBLICA – ART. 131 – 132 CF


A Advocacia Pública é responsável pela defesa jurídica dos entes federativos, integrando
o Poder Executivo. No âmbito federal, essa tarefa compete à Advocacia-Geral da União; nos
Estados, às Procuradorias Estaduais. Embora não haja previsão constitucional, os Municípios
também criam órgãos destinados a exercer o papel da advocacia pública: são as Procuradorias
Municipais.

Pela sua maior incidência em provas vamos analisar a AGU:

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que,


diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União,
judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.

Podemos afirmar que cabe a AGU:


a) representar a UNIÃO, judicial e extrajudicialmente, e aqui inclui todos os três
Poderes.
b) realizar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico apenas do Poder
Executivo, nos termos de lei complementar.

ESTRUTURA

Concurso de provas e títulos.


A Advocacia-Geral da União é integrada por duas carreiras: os Advogados da União e
os Procuradores da Fazenda Nacional.

A lei, entretanto, criou órgãos vinculados à AGU, formados pelos Procuradores Federais
e os Procuradores do Banco Central. Seus membros ocupam cargos efetivos providos
mediante concurso público de provas e títulos. Assim, estrutura-se da seguinte forma:

• Órgãos componentes:
Procuradoria-Geral da União: formada por Advogados da União, responsável pela
representação e fiscalização jurídicas da União em geral;
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional: formada por procuradores da Fazenda
Nacional, responsável pela representação e fiscalização jurídicas da União em questões
relativas à dívida pública externa, interna e à Dívida Ativa da União (DAU).

• Órgãos vinculados:
Procuradoria-Geral Federal: formada por Procuradores Federais, responsável pela
representação e fiscalização jurídicas das autarquias e fundações públicas federais;

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382
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Procuradoria-Geral do Banco Central do Brasil: formada por Procuradores do Banco


Central, responsável pela representação e fiscalização jurídicas do Banco Central do Brasil.

PROCURADORIA- ADVOGADOS DA
GERAL DA UNIÃO UNIÃO
ADVOCACIA-GERAL
DA UNIÃO
PROCURADORIA- PROCURADORES
GERAL DA FAZENDA DA FAZENDA
NACIONAL NACIONAL

PROCURADORES
FEDERAIS
PROCURADORIA-
GERAL FEDERAL
AUTARQUIAS E
FUNDAÇÕES
ÓRGÃOS PÚBLICAS FEDERAIS
VINCULADOS

PROCURADORIA- PROCURADORES
GERAL DO BANCO DO BANCO
CENTRAL CENTRAL

CHEFE DA AGU: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da


União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre
cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
➢ Características:
• nomeação pelo Presidente da República;
• cidadão;
• maior de 35 anos;
• notável saber jurídico e reputação ilibada;
• terá status de Ministro de Estado.

Infrações penais comuns = STF


Crimes de Responsabilidade = Senado

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383
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➢ GARANTIAS
ESTABILIDADE após 3 anos de estágio probatório.
Inamovibilidade: NÃO.
Irredutibilidade: SIM.

Advogados Públicos podem advogar fora da carreira?


DEPENDE.
Na esfera FEDERAL – proibição expressa das leis que regulamentam cada uma das
carreiras.
NA esfera ESTADUAL: depende da CE e das leis orgânicas de cada Estado.
Na esfera municipal: também DEPENDE das CE e leis específicas.
CHEFE DA AGU: ADVOGADO-

Nomeação pelo não tem aprovação do


Presidente da República; Senado
GERAL DA UNIÃO

Cidadão;

Maior de 35 anos;

Notável saber jurídico e


reputação ilibada.

INGRESSO NA CARREIRA

Art. 131 - § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da


instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a


representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal,


organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a
representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

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Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é


assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,
mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios,
após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Advogados Públicos podem advogar fora da carreira?


➢ DEPENDE.
➢ Na esfera FEDERAL – proibição expressa das leis que regulamentam cada uma
das carreiras.
➢ NA esfera ESTADUAL – depende da CE e das leis orgânicas de cada Estado.
➢ Na esfera MUNICIPAL - também DEPENDE das CE e leis específicas.

➢ SEÇÃO III
• DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça,
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da
profissão, nos limites da lei.
• É importante destacar que não há hierarquia ou subordinação entre os
advogados, membros do MP e Magistrados.

Princípio da Indispensabilidade: a CF reforçou a importância do advogado e a sua


indispensabilidade, contudo em alguns procedimentos a figura do advogado é dispensável, a
saber:
• Juizados Especiais Cíveis, até o limite de 20 salários;

• Habeas corpus;

• Justiça do Trabalho;

• Justiça de Paz;

• pedido de revisão criminal.

Princípio da Inviolabilidade: O advogado é inviolável por seus atos e


manifestações relacionados com o exercício da profissão.
O Art. 7º, § 2º da Lei nº. 8.906/94 assegura essa imunidade profissional ao
advogado:
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria,
difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício
de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares
perante a OAB, pelos excessos que cometer.
Contudo, o STF por meio da ADI 1.127-8 reconheceu a inconstitucionalidade
da palavra DESACATO, sendo assim o advogado, no exercício de suas atividades
não pratica injúria ou difamação, mas poderá ser punido por desacato ou calúnia.

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DEFENSORIA PÚBLICA
A Defensoria Pública é instituição criada com vista a dar efetividade ao Art. 5º, LXXIV, da
Constituição, que dispõe que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos.

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à


função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa,
em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e
coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

É instituição autônoma e permanente.


Tem as seguintes atribuições:
• orientação jurídica;
• promoção dos Direitos Humanos;
• defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial dos direitos individuais e
coletivos.

Dessa forma, a Assistência jurídica integral engloba, além da assistência judiciária para
a defesa dos direitos individuais e coletivos em todos os graus, a orientação jurídica e o auxílio
extrajudicial.

orientação jurídica

DEFENSORIA PÚBLICA promoção dos direitos


(instituição permanente) humanos

INTEGRAL E GRATUITA
defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos
direitos INDIVIDUAIS E
COLETIVOS
AOS NECESSITADOS

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§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e


do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais
para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos,
na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e
vedado o exercício da advocacia fora das atribuições
institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

➢ GARANTIAS
• estabilidade após 3 anos de estágio probatório;
• inamovibilidade: SIM – ADI 291;
• irredutibilidade.

NÃO podem ADVOGAR fora da instituição.

AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FUNCIONAL

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia


funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, §
2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e


do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
74, de 2013)

As Emendas Constitucionais 45/2004, 69/2012 e 74/2013 acabaram por fortalecer a


figura das defensorias tanto na esfera federal quanto estadual, assegurando autonomia
funcional e administrativa.

As defensorias ainda têm autonomia para a iniciativa de sua proposta orçamentária,


dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias. O objetivo dessas
emendas constitucionais foi desvincular tais instituições do Poder Executivo, fortalecendo sua
atuação.

Destaca-se que por meio da EC no 69/2012, a Defensoria Pública do Distrito Federal


passou a ser organizada e mantida pelo próprio Distrito Federal; antes era organizada e
mantida pela União.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também,
no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta
Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80,
de 2014)

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➢ GARANTIAS
• Independência funcional.
• Estabilidade após 3 anos de estágio probatório.
• Inamovibilidade: SIM – ADI 291.
• Irredutibilidade: SIM.

➢ REMUNERAÇÃO
• Será feita na forma de subsídio.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas


Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39,

§ 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

EXERCÍCIOS

7. Ano: 2019 Banca: MPE-PR - Sobre o Poder Judiciário, é correto afirmar:

a) Não havendo lei municipal que defina obrigação de pequeno valor para efeito de não
submissão ao regime de pagamento por precatório, os Tribunais de Justiça poderão
regulamentar o tema por meio de resolução.
b) É compatível com o Estatuto Constitucional da Magistratura lei estadual que assegura
a membro do Poder Judicante a participação em Conselho de Defesa de Direitos da
Criança e do Adolescente.
c) A competência disciplinar do Conselho Nacional de Justiça é subsidiária, e seu
exercício fica condicionado à inércia na apuração de infrações disciplinares pelos
órgãos correicionais dos Tribunais.
d) A competência e funcionamento dos órgãos jurisdicionais e administrativos é matéria
reservada à lei, de iniciativa do Tribunal de Justiça.
e) Os juízes integrantes de vara especializada criada por lei estadual devem ser
designados com observância dos parâmetros constitucionais de antiguidade e
merecimento previstos no Art. 93, II e VIII-A, da Constituição da República, sendo
inconstitucional, em vista da necessidade de preservação da independência do
julgador, previsão normativa segundo a qual a indicação e nomeação dos magistrados
que ocuparão a referida vara será feita pelo presidente do tribunal de justiça, com a
aprovação do tribunal.
7. Gabarito: E

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A temática está relacionada ao Poder Judiciário, vamos analisar cada uma das
assertivas:
A) INCORRETA – uma vez que o Art. 100, §4º e §3º da CF diz:
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de
precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de
pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de Direito Público, segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de
previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).
E também com fundamento existe previsão nas ADCT: Art. 97, § 12, ADCT-
Se a lei a que se refere o § 4º do Art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento
e oitenta) dias, contados da data de publicação desta Emenda Constitucional.

B) INCORRETA – Conforme o STF, o Art. 51 do Ato das Disposições


Transitórias da Constituição do Estado do Rio de Janeiro não confere tal
competência. Ação que julga parcialmente procedente para declarar a expressão
”Poder Judiciário” apenas cria o Conselho Estadual de Defesa da Criança e do
Adolescente. [ADI 3.463, rel. min. Ayres Britto, j. 27-10-2011, P, DJE de 6-6-
2012.]

C) INCORRETA – Segundo o STF, a competência é ORIGINÁRIA e


CONCORRENTE e não subsidiária com relação às atividades correicionais do CNJ.

D) INCORRETA – A Constituição Federal, em seu Art. 96, I, “a”, prevê o


seguinte:
Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos. Conforme STF, retificado em (HC 74.190, rel. min.
Moreira Alves, j. 15-10-1996, 1ªT, DJ de 7-3-1997). Ou seja, os tribunais têm
amplo poder de dispor, em seus regimentos internos, sobre a competência de seus
órgãos jurisdicionais, desde que respeitadas as regras de processo e os direitos
processuais das partes.

E) CORRETA - Conforme o STF - Os juízes integrantes de vara especializada


criada por lei estadual devem ser designados com observância dos parâmetros
constitucionais de antiguidade e merecimento previstos no art. 93, II e VIII-A, da
Constituição da República [ADI 4.414, rel. min. Luiz Fux, j. 31-5-2012, P, DJE de
17-6-2013.]

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8. Ano: 2019 Banca: FGV - Determinado Prefeito Municipal, insatisfeito com a atuação do
Juiz de Direito da Comarca, que já contava com dez anos de efetivo exercício na
magistratura, solicitou ao Presidente do Tribunal de Justiça que o “demitisse” por
decisão administrativa. À luz da sistemática constitucional, o referido pedido
é incompatível com a garantia constitucional da:

a) inamovibilidade.
b) vitaliciedade.
c) irredutibilidade.
d) indisponibilidade.
e) inelegibilidade.
8. Gabarito “B”
Esta questão abordou o assunto sobre as garantias previstas no Art. 95, I, da
CF: Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - Vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal
a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada
em julgado;
A forma da perda do cargo vai depender da VITALICIEDADE do juiz, ou seja,
no primeiro grau, o magistrado deve contar com 2 (dois) anos de exercício para
não perder o cargo. Outro caso é por deliberação do tribunal a que ele pertence. E
se o juiz já tiver os dois anos de exercício a perda do cargo se dá por sentença
transitada em julgado.
No caso dessa questão o juiz conta com 10 (dez) anos de exercício, sendo
assim correta a resposta da alternativa “B”.

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TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
➢ Seção I
• DO ESTADO DE DEFESA

Um Estado democrático de Direito pressupõe a submissão dos Poderes públicos à CF, bem
como a observância dos direitos ali estabelecidos, a fim de que se mantenha a ordem institucional.

Contudo, determinados acontecimentos, de natureza econômica, bélica, política, social, física,


podem gerar situações de crise, rompendo com o equilíbrio institucional.

Assim, no intuito de manter a ordem ou restabelecer essa ordem é que a CF prevê o título V
da CF que trata da “Defesa do Estado e das Instituições Democráticas”. Dentro deste título podemos
observar dois grupos importantes:

Instrumentos para manter ou restabelecer a ordem em momentos de anormalidade


constitucional, instituindo o chamado Sistema Constitucional de Crises, o qual dispõe a respeito
do estado de defesa e do estado de sítio – Art. 136 ao 141 CF.

Defesa do País, por meio das Forças Armadas e da Segurança Pública – Art. 142 ao 144 CF.
• Instrumentos para manter ou restabelecer a ordem em momentos de
anormalidade constitucional, instituindo o chamado Sistema Constitucional de
Crises, o qual dispõe a respeito do estado de defesa e do estado de sítio – Art.
136 ao 141 CF.
• Defesa do País/pátria ou sociedade, por meio das Forças Armadas e da
Segurança Pública – Art. 142 ao 144 CF.

Vamos analisar o primeiro grupo.

Ocorrendo uma situação de anormalidade, medidas excepcionais poderão ser tomadas,


aumentando-se o Poder Repressivo do Estado, possibilitando, inclusive, a restrição de direitos e
garantias fundamentais; nesse chamado ESTADO DE EXCEÇÃO, a Legalidade normal é substituída
pela Legalidade Extraordinária. Contudo essas medidas devem ser informadas por dois critérios:

NECESSIDADE: as medidas só podem ser tomadas em situação de extrema gravidade no


intuito de manter a estabilidade das instituições democráticas ou restabelecer a ordem
constitucional, sob pena de se permitir o arbítrio ou o Golpe de Estado.
TEMPORARIEDADE ou TEMPORALIDADE: essas medidas devem ser temporárias, sob pena
de configurar uma ditadura.

Esse Sistema Constitucional de Crises é regrado por 2 institutos: o Estado de Defesa e o


Estado de Sítio e que só podem ser implementados no âmbito federal.

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No âmbito estadual e Municipal temos o estado de calamidade pública e o estado de


emergência, esses regulamentados pelo Decreto 7.257/2010.

Vamos analisar agora o chamado Sistema Constitucional de Crises, regrado por 2


institutos: o estado de defesa e o estado de sítio.

ESTADO DE DEFESA

HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO
A CF estabelece de forma TAXATIVA as hipóteses de decretação de estado de defesa no
Art. 136:
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

Assim, podemos esquematizar as seguintes hipóteses de decretação de Estado de


Defesa:
a) ocorrência de grave e iminente instabilidade institucional que ameace a ordem
pública ou a paz social ou;

b) ocorrência de calamidades de grandes proporções na natureza que ameace a
ordem pública ou a paz social.

Grave e iminente
instabilidade
PRESERVAR OU institucional
RESTABELECER ORDEM
PÚBLICA OU PAZ
SOCIAL Calamidades de
grandes proporções na
natureza

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo


de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguintes:

I - restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

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c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na


hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e
custos decorrentes.

TITULARIDADE
O Presidente da República tem competência exclusiva para decretar o Estado de defesa.

CONSELHO DA REPÚBLICA E DA DEFESA NACIONAL


O Presidente deverá ouvir o Conselho da República e o Conselho da Defesa Nacional,
suas opiniões, entretanto, NÃO têm caráter vinculativo.

O DECRETO
a) O Decreto que instituir o estado de defesa deverá determinar:
- o tempo de sua duração;
- as áreas a serem abrangidas;
- as medidas coercitivas a vigorarem durante a vigência da medida.

TEMPO DE DURAÇÃO
Máximo de 30 dias podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem
as razões que justificaram a sua decretação.

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a


trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se
persistirem as razões que justificaram a sua decretação.

MEDIDAS COERCITIVAS:
Poderão ser estabelecidas RESTRIÇÕES, e não suspensões, aos direitos de:
• reunião, ainda que exercida no seio das associações;
• sigilo de correspondência e comunicação telegráfica e telefônica;
• na hipótese de calamidade pública: ocupação e uso temporário de bens e
serviços públicos, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:

I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da


medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso
requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;

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II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela


autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua
autuação;

MEDIDAS
RESTRITIVAS

LIBERDADE DE LIBERDADE DE
PRIVACIDADE PROPRIEDADE
LOCOMOÇÃO REUNIÃO

ocupação e uso
prisão crime contra
restrição correspondência temporário de bens
o Estado
e serviços públicos

mesmo nas comunicações


associações telegráficas

comunicações
telefônicas

III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser


superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;

IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

PRISÃO POR CRIME CONTRA O ESTADO


• É uma exceção à garantia do Art. 5º, LXI51, uma vez que é permitida a decretação
de prisão pelo Executor da medida e não por ordem judicial.

• O Executor deverá comunicar o juiz competente da prisão que poderá relaxá-la


caso seja ilegal.

• A comunicação da prisão deverá ser acompanhada de declaração, pela


autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.

• O preso pode requerer exame de corpo de delito à autoridade policial.

• A prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a DEZ DIAS,
salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário.

• É vedada a incomunicabilidade do preso.

51
Art. 5º LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

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executor da
Legitimidade
medida

imediata
Comunicação ao
juiz
declaração do
estado físico e
mental do detido
PRISÃO CRIME
CONTRA O ESTADO
até 10 dias

Prazo
Salvo - decisão
judicial
Vedada
incomunicabilidade
do preso

exame corpo de
preso
delito

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente


da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por
maioria absoluta.

§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,


extraordinariamente, no prazo de cinco dias.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias


contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando
enquanto vigorar o estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Assim, podemos esquematizar as seguintes hipóteses de decretação de estado de defesa:


a) ocorrência de grave e iminente instabilidade institucional que ameace a ordem
pública ou a paz social; ou

b) ocorrência de calamidades de grandes proporções na natureza que ameacem a
ordem pública ou a paz social.

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Grave e Calamidades
iminente de grandes
instabilidade proporções
institucional na natureza

ORDEM
PÚBLICA
OU PAZ
SOCIAL

CONTROLE
Em decorrência do Sistema de Freios e Contrapesos e evitando abusos por parte do
Presidente da República, o Decreto de estado de defesa deve ser submetido a controle político
feito pelo Congresso Nacional e pode sofrer controle jurisdicional.

CONTROLE POLÍTICO

IMEDIATO: após decretar o estado de defesa ou determinar a sua prorrogação, o


Presidente, dentro de 24 horas, deverá encaminhar o ato, com sua justificação ao Congresso
Nacional.
O CN tem um prazo de 10 dias para decidir se mantém ou não o estado de defesa por
maioria absoluta, durante esse período continua vigorando o estado de defesa.
Se rejeitar, o Estado de defesa deverá cessar imediatamente. Se o CN estiver em recesso,
o Presidente do Senado deverá convocar sessão extraordinária52.
CONCOMITANTE: o Art. 140 da CF vai determinar que a Mesa do Congresso Nacional,
ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de
sítio.

POSTERIOR: o Art. 141, parágrafo único, determina que após o término do estado de
defesa ou do estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência deverão ser relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.

52
Art. 57º, § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de
pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente- Presidente da República.

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396
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CONTROLE JURISDICIONAL
O controle jurisdicional ocorre quando da prisão por crime contra o Estado decretada
pelo Executor da medida.
Além disso, o Judiciário, posteriormente, poderá determinar a responsabilização dos
agentes e executores das medidas por atos ilícitos. (CF, Art. 141)

➢ Seção II
• DO ESTADO DE SÍTIO

HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO

A CF estabelece, de forma TAXATIVA, as hipóteses de decretação de estado de sítio no


Art. 137:
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de
defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.

a) comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a


ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. A doutrina chama essa situação de
estado de sítio simples;

b) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. Esse é o


chamado estado de sítio qualificado.

comoção grave de
repercussão nacional
declaração de estado
ou ocorrência de fatos
de guerra ou resposta
que comprovem a
à agressão armada
ineficácia de medida
estrangeira
tomada durante o
estado de defesa

ESTADO
DE
SÍTIO

MUDE SUA VIDA!


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Art. 137 - Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar


autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação,
relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso
Nacional decidir por maioria absoluta.

TITULARIDADE

O Presidente da República pode, por meio de DECRETO, decretar o estado de sítio.

CONSELHO DA REPÚBLICA E DA DEFESA NACIONAL


O Presidente pode decretar o estado de sítio após ouvir o Conselho da República e o
Conselho da Defesa Nacional; suas opiniões NÃO têm caráter vinculativo.

AUTORIZAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL


Diferentemente do que ocorre no estado de defesa, o Presidente para decretar estado de
sítio deverá ter AUTORIZAÇÃO53 do Congresso Nacional, devendo o CN decidir por maioria
absoluta.
Se a solicitação da autorização para decretar o estado de sítio ocorrer durante o recesso
parlamentar, o Presidente do Senado Federal, deverá convocar sessão extraordinária para se
reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.

Se rejeitar o pedido: o Presidente NÃO poderá decretar o estado de sítio – a decisão do


CN é VINCULANTE.
Se autorizar o pedido: o Presidente poderá ou não decretar o Estado de sítio. Ato
Discricionário.

O DECRETO
Se autorizado pelo CN, o Decreto que instituir o estado de sítio deverá determinar:
• o tempo de sua duração;
• as medidas coercitivas a vigorarem durante a vigência da medida. (Normas
necessárias à execução e garantias que serão suspensas.)
• após publicado o decreto do estado de sítio, o Presidente da República
designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

TEMPO DE DURAÇÃO
O tempo de duração depende do motivo que ensejou a decretação da medida, vejamos:
- Se for por comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa, o prazo será de
no máximo 30 dias, podendo ser prorrogado sucessivamente enquanto a situação de
anormalidade perdurar, as prorrogações não podem ser por prazo superior a 30 dias.
- Se for declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira,
o prazo é enquanto durar a guerra ou a agressão armada.

53
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas;

MUDE SUA VIDA!


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MEDIDAS COERCITIVAS
Na vigência do estado de sítio, decretada por comoção grave de repercussão nacional
ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado
de defesa, poderão ser estabelecidas as medidas previstas no Art. 139, I ao VII:
• obrigação de permanência em localidade determinada;
• detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
• restrições (não supressões) relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei.
(Não se inclui nessa restrição a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa).
• suspensão da liberdade de reunião – liberdade de expressão e manifestação do
pensamento.
• busca e apreensão em domicílio – direito de propriedade;
• intervenção nas empresas de serviços públicos;
• requisição de bens.

No estado de sítio em virtude de declaração de estado de guerra ou resposta à


agressão armada estrangeira, em regra, qualquer garantia poderá ser suspensa, desde que:
• seja respeitado o princípio da necessidade e temporariedade;
• tenha havido autorização do Congresso Nacional;
• tenha sido indicado tempo de duração, as normas necessárias para a medida e
as garantias que serão suspensas.

CONTROLE
Em decorrência do Sistema de Freios e Contrapesos e evitando abusos por parte do
Presidente da República, o Decreto de estado de sítio deve ser submetido a controle político
feito pelo Congresso Nacional e pode sofrer controle jurisdicional.

CONTROLE POLÍTICO
PRÉVIO: é o CN que deverá de forma prévia verificar as circunstâncias autorizadoras do
estado de sítio.

CONCOMITANTE: o Art. 140 da CF vai determinar que a Mesa do Congresso Nacional,


ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de sítio.

POSTERIOR: o Art. 141, parágrafo único, determina que após o término do estado de
sítio, as medidas aplicadas em sua vigência deverão ser relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das
providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições
aplicadas.

MUDE SUA VIDA!


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Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as


normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
República designará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas.

§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser


decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por
prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o
tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

MEDIDAS COERCITIVAS

Na vigência do ESTADO DE SÍTIO SIMPLES poderão ser estabelecidas as medidas


previstas no Art. 139, I ao VII:
• Obrigação de permanência em localidade determinada;
• Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
• Restrições (não supressões) relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
sigilo das comunicações;
• Restrições à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e
televisão, na forma da lei;
• Não se inclui nessa restrição a difusão de pronunciamentos de parlamentares
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa;
• Suspensão da liberdade de reunião: (Liberdade de Expressão e manifestação do
pensamento);
• Busca e apreensão em domicílio (Direito de Propriedade);
• Intervenção nas empresas de serviços públicos;
• Requisição de bens.

§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante


o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato,
convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se
reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o


término das medidas coercitivas.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento


no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes
medidas:

I - obrigação de permanência em localidade determinada;

II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados


por crimes comuns;

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao


sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

MUDE SUA VIDA!


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IV - suspensão da liberdade de reunião;

V - busca e apreensão em domicílio;

VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII - requisição de bens.

Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão


de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

MEDIDAS
RESTRITIVAS

LIBERDADE DE
LIBERDADE LOCOMOÇÃO LIBERDADE DE REUNIÃO PRIVACIDADE PROPRIEDADE
INFORMAÇÃO

obrigação de permanência
Impresa - radiodifusão e Busca e apreensão em
em localidade Suspensão Correspondência
televisão domicílio
determinada;

detenção em edifício não Não se inclui


destinado a acusados ou pronunciamentos de intervenção nas empresass
Comunicações
condenados por crimes parlamentares efetuados de serviço público
comuns em suas Casas Legislativas

requisição de bens

No ESTADO DE SÍTIO QUALIFICADO, em regra, qualquer garantia poderá ser suspensa,


desde que:
• Seja respeitado o princípio da necessidade e temporariedade;
• Tenha havido autorização do Congresso Nacional;
• Tenha sido indicado tempo de duração, as normas necessárias para a medida e
as garantias que serão suspensas.

CONTROLE POLÍTICO
Em decorrência do Sistema de freios e Contrapesos e evitando abusos por parte do
Presidente da República o Decreto de Estado de Sítio deve ser submetido a controle político
feito pelo Congresso Nacional.

PRÉVIO: É o CN que deverá de forma prévia verificar as circunstâncias autorizadoras do


estado de sítio.

MUDE SUA VIDA!


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CONCOMITANTE: o Art. 140 da CF vai determinar que a Mesa do Congresso Nacional,


ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de
sítio.

DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus
membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.

POSTERIOR: O Art. 141, parágrafo único, determina que após o término do estado de
defesa ou do estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência deverão ser relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e
justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das
restrições aplicadas.

CONTROLE JURISDICIONAL

O Controle jurisdicional pode acontecer durante a vigência do estado de sítio, caso


alguma arbitrariedade seja realizada.

Além disso, o Judiciário, posteriormente, poderá determinar a responsabilização dos


agentes e executores das medidas por atos ilícitos. (CF, Art. 141)

Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão


também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos
cometidos por seus executores ou agentes.

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de


sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com
especificação e justificação das providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.

MUDE SUA VIDA!


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HIPÓTESES PRESSUPOSTOS PRAZO MEDIDAS


ESTADO DE Grave e iminente Decreto do 30 dias Restrições aos
DEFESA instabilidade Presidente; prorrogável, direitos de:
institucional após deverá ser uma vez, por reunião;
calamidades de encaminhado para igual período sigilo de
grandes controle do correspondência;
proporções na Congresso nacional. sigilo de
natureza comunicação
telegráfica e
telefônica;
Ocupação e uso
temporário de bens e
serviços.
ESTADO DE Comoção grave e Autorização PRÉVIA 30 dias, obrigação de
SÍTIO – ART. repercussão do congresso prorrogável, permanência em
137, I nacional; Nacional de cada vez, localidade
ineficácia do decreto do por igual determinada;
estado de defesa; Presidente; período. detenção em edifício
não destinado a
acusados ou
condenados por
crimes comuns;
restrições relativas à
inviolabilidade da
correspondência, ao
sigilo das
comunicações
(TODOS), à prestação
de informações e à
liberdade de
imprensa,
radiodifusão e
televisão, na forma
da lei;
suspensão da
liberdade de reunião;
busca e apreensão
em domicílio;
intervenção nas
empresas de serviços
públicos;
requisição de bens.
ESTADO DE declaração de Autorização PRÉVIA Sem tempo Sem previsão
SÍTIO – ART. estado de guerra; do congresso determinado Constitucional,
137, II resposta à Nacional poderá, em tese, ser
agressão armada decreto do restringidos
estrangeira. Presidente; quaisquer direitos
fundamentais.

MUDE SUA VIDA!


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CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Noções introdutórias

A respeito ainda do título V da CF que trata da “Defesa do Estado e das Instituições


democráticas”, podemos destacar o papel das Forças Armadas.

As Forças Armadas são instituições permanentes e regulares, formadas pela Marinha,


pelo Exército e pela Aeronáutica.

Elas têm como objetivo: a) defesa da Pátria; b) garantia dos Poderes Constitucionais; c)
defesa da Lei e da Ordem.

É o que diz o Art. 142 da CF:

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo


Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

As Forças Armadas têm como base a hierarquia e a disciplina, e os membros das Forças
Armadas são chamados de Militares.

Pelo texto constitucional extraímos que as Forças Armadas têm como finalidade:
A) Defesa da Pátria;

B) Garantia dos Poderes Constitucionais;

C) Defesa da Lei e da Ordem – por iniciativa dos poderes constituídos.

As Forças Armadas têm como finalidade precípua a garantia da segurança Externa do


Estado, ou seja, da defesa da Pátria, e da garantia dos poderes constitucionais, aí
compreendidos o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, razão por que detêm a concentração
do poderio bélico.

A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de


quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de forma excepcional e subsidiária, de
acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os
instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, pelos órgãos de segurança pública (Art. 144 da CF)

As Forças Armadas têm como base a hierarquia e a disciplina e os membros das


Forças Armadas são chamados de militares.

MUDE SUA VIDA!


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A hierarquia militar é a ordem de autoridade, em diversos níveis. Essa ordem se dá por


meio de postos ou graduações.
Os militares estão distribuídos em duas classes:
• Oficiais, que são classificados por postos.
• Praças, classificados por graduações.

REGULAMENTAÇÃO
A CF estabelece que LEI COMPLEMENTAR deverá dispor sobre as normas de
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas – Lei Orgânica. Essa lei é a LC
97/1999.

Art. 142, § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem


adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

E ainda que a lei, nesse caso ordinária, vai dispor sobre o ingresso nas Forças Armadas,
os direitos, deveres, remuneração, dentre outros.

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a


estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais
dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.

Por esse dispositivo, extrai-se que é possível o estabelecimento de limite de idade para
concursos das carreiras militares, desde que previsto em lei.

Tal lei é de iniciativa privativa do Presidente da República.

Presidente da
República

Ministério da
Defesa

Comando da Comando do Comando da


Marinha Exército Aeronáutica

MUDE SUA VIDA!


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PATENTES
A patente é o título que cada oficial carrega dentro das Forças Armadas.

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são


conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais
da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças
Armadas;

MILITARES – CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS

II. o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, será
transferido para a reserva, nos termos da lei;
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da
administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI 54,
alínea c, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto
permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o
tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a
reserva, nos termos da lei;

Desses incisos podemos extrair duas situações:

a) Militar empossado em cargo ou emprego público permanente, será transferido para


a reserva.
b) Militar empossado em cargo ou emprego público temporário, não eletivo, será
agregado ao respectivo quadro e depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, será transferido para a Reserva.

Destaca-se que a CF autorizou os profissionais de saúde das Forças Armadas à


acumulação da atividade militar com o de cargo, emprego ou função pública da área da saúde,
desde que haja prevalência da atividade militar e compatibilidade de horários.

54
Art. 37 XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

MUDE SUA VIDA!


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PRINCÍPIOS
Os princípios gerais da Administração Pública (Art. 37 caput) também se aplicam às
Forças Armadas.
A CF reforça ainda que LEI COMPLEMENTAR deverá dispor sobre as normas de
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem


adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças
Armadas.

PUNIÇÕES DISCIPLINARES
Nos termos do Art. 142, § 2º da CF, não cabe HC em relação as punições militares,
contudo essa vedação deve ser analisada de forma relativa. Isso porque o STF55 entende que é
possível impetrar HC para discutir a legalidade da punição disciplinar, como, por exemplo, a
incompetência da autoridade, ausência de previsão legal da punição, ou seja, questões de
natureza mais formal. O que não cabe é HC para analisar o mérito da punição.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares


militares.
VEDAÇÕES

Nos termos do Art. 142, § 2º da CF, não cabe HC em relação as punições militares,
contudo essa vedação deve ser analisada de forma relativa. Isso porque o STF56 entende que é
possível impetrar HC para discutir a legalidade da punição disciplinar, como por exemplo a
incompetência da autoridade, ausência de previsão legal da punição, ou seja, questões de
natureza mais formal. O que não cabe é HC para analisar o mérito da punição.

REGIME JURÍDICO
O Art. 142, § 3º da CF estabelece o regime jurídico aplicável aos militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares,


aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as
seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas


inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e,
juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das

55
STF RE 338.840 – Não há que se falar em violação ao Art. 142§ 2º, da CF, se a concessão de Habeas corpus,
impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a
apreciação o de questões referentes ao mérito.
56
STF RE 338.840 – Não há que se falar em violação ao art. 142§ 2º, da CF, se a concessão de Habeas corpus,
impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a
apreciação de questões referentes ao mérito.

MUDE SUA VIDA!


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Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de


1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego


público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37,
inciso XVI, alínea c, será transferido para a reserva, nos termos da
lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em


cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva,
ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista
no art. 37, inciso XVI, alínea c, ficará agregado ao respectivo quadro
e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser
promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço
apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 77, de 2014)

Desses incisos, podemos extrair duas situações:

➢ o Militar empossado em cargo ou emprego público permanente será transferido


para a reserva;
➢ o Militar empossado em cargo ou emprego público temporário, não eletivo, será
agregado ao respectivo quadro e depois de dois anos de afastamento será
transferido para a reserva.

Destaca-se que a CF autorizou a cumulação da atividade militar com o de cargo, emprego


ou função pública da área da saúde, desde que haja prevalência da atividade militar e
compatibilidade de horários.

PERMANENTE RESERVA
MILITAR EM
CARGO OU
EMPREGO
PÚBLICO APÓS 2 ANOS -
TEMPORÁRIO AGREGADO
RESERVA

Ressalta-se ainda que a CF veda aos militares a filiação partidária, enquanto estiverem na
ativa:

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

MUDE SUA VIDA!


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Convém observar que a CF não assegurou a garantia da remuneração não


inferior ao salário mínimo aos militares. Em decorrência disso, o STF editou a
Súmula Vinculante 6:

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário


mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

É importante destacar que a CF veda expressamente a greve e a


sindicalização dos militares.

MILITARES E CARGOS ELETIVOS


O militar alistável no aspecto eleitoral é elegível, assim, o militar poderá ser candidato a
cargos políticos, contudo, a CF no Art. 14, §8º prevê duas situações:

a) se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade – trata-se de


afastamento definitivo, o militar deixa de ser militar;
b) se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a


partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)

MILITARES E CARGOS ELETIVOS


O militar alistável no aspecto eleitoral é elegível, assim, o militar poderá ser
candidato a cargos políticos. Contudo, a CF no Art. 14, §8º prevê duas situações:

- se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;


- se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
Ressalta-se ainda que a CF veda aos militares a filiação partidária, enquanto
estiverem na ativa:

MUDE SUA VIDA!


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MENOS DE 10 ANOS DE AFASTADO DA


SERVIÇO ATIVIDADE
MILITAR NO CARGO
ELETIVO
AGREGADO, E SE
MAIS DE DEZ ANOS DE ELEITO PASSARÁ NO
SERVIÇO ATO DA DIPLOMAÇÃO
PARA INATIVIDADE

PERDA DO POSTO E JULGAMENTO

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do


oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar
de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial,
em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena


privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada
em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso
anterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

MILITARES E DIREITOS

Aplicam-se aos militares algumas normas aplicáveis aos trabalhadores urbanos e rurais
e algumas disposições destinadas aos servidores públicos, conforme determina o Art. 142,
§3º, VIII da CF
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII,
XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art.
37, inciso XVI, alínea c; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 77, de 2014)

IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de


19.12.2003)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de
idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar
para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
prerrogativas e outras situações especiais dos militares,
consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

MUDE SUA VIDA!


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PODEMOS ASSIM ESQUEMATIZAR


ART. 7º – DIREITOS SOCIAIS ART. 37
VIII - décimo terceiro salário com base na TETO REMUNERATÓRIO:
remuneração integral ou no valor da XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
aposentadoria. cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o
subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos.
XII - salário-família pago em razão do dependente XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
pelo menos, um terço a mais do que o salário servidor público não serão computados nem
normal. acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
emprego e do salário, com a duração de cento e cargos e empregos públicos são irredutíveis,
vinte dias. ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
artigo e nos Arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I.
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
lei. públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no
inciso XI:
c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas.

MUDE SUA VIDA!


411
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OUTRAS VEDAÇÕES

SINDICALIZAÇÃO (PODE
ASSOCIAÇÃO)

GREVE

AO MILITAR É VEDADO

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
(NA ATIVIDADE)

HABEAS CORPUS -
PUNIÇÕES
DISCIPLINARES
MILITARES

O oficial só perderá o seu posto e a sua patente se for julgado indigno do oficialato, por
meio de procedimento especial e autônomo, no âmbito do Poder Judiciário, de competência de
um tribunal militar, em tempo de paz, ou de um tribunal especial, em tempo de guerra.

Caso um oficial tenha sido condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a dois anos, por sentença definitiva, ele será submetido ao processo de
julgamento como indigno do oficialato, podendo em decorrência dessa condenação perder o
seu posto.

Ressalta-se que o praça poderá perder a sua graduação por meio de processo
administrativo, sendo o procedimento especial exigido apenas para os oficiais, conforme
entendimento do STF:

Súmula n. 673 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual:

O art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar


mediante procedimento administrativo.

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SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço


alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se
eximirem de atividades de caráter essencialmente
militar. (Regulamento)

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar


obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que
a lei lhes atribuir. (Regulamento)

O serviço militar é obrigatório, em tempos de paz, a todos os brasileiros, salvo mulheres


e eclesiásticos.

Poderá ser invocada a chamada escusa de consciência, ocasião em que será atribuída a
prestação alternativa, conforme Lei 8.239/91. Entende-se por Serviço Alternativo o exercício
de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em
substituição às atividades de caráter essencialmente militar.

CAPÍTULO III

MILITARES DOS ESTADOS


O termo “militares” também é empregado para designar os membros das Polícias
Militares e bombeiros militares, os quais são considerados como militares dos Estados,
conforme Art. 42 da CF:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,


instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do
art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor
sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais
conferidas pelos respectivos governadores
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente
estatal.

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Assim, aplicam-se aos militares dos Estados as seguintes regras aplicáveis aos militares
da união:
• Cargo eletivo – Art. 14, § 8º;
• Proibição de habeas corpus em decorrência de punições disciplinares;
• Todas as regras do §3º do Art. 142, ou seja, o regime jurídico, devendo a lei
estadual dispor sobre o ingresso na carreira, idade, remuneração, etc.;
• As patentes são conferidas pelo Governador, e não pelo Presidente.
DA SEGURANÇA PÚBLICA

O direito à segurança encontra-se no capítulo III do Título V da CF, denominado “Da


defesa do Estado e das Instituições Democráticas.”
A segurança pública é um direito social elencado no Art. 6º da CF. Logo, é direito
indisponível, devendo o Estado assegurar condições objetivas para o seu exercício:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

A segurança pública é dever do Estado, mas também é direito e responsabilidade de


todos, é exercida com a seguinte finalidade:
• preservação da ordem pública;
• incolumidade57 das pessoas e do patrimônio. (CF, Art. 144 caput).

Os órgãos responsáveis pela Segurança Pública constam de um rol TAXATIVO (numerus


clausus) previsto nos incisos do Art. 144 da CF:

Dever do Estado. Preservação da


ordem pública.
Segurança Finalidades
Direito e Incolumidade
responsabilidade das pessoas e do
de todos. patrimônio.

57
Isenção de perigo.

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ÓRGÃOS
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - Polícias Civis;

V - Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 104, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2019

Altera o inciso XIV do caput do Art. 21, o § 4º do Art. 32 e o Art. 144


da Constituição Federal, para criar as polícias penais federal,
estaduais e distrital.

ÓRGÃOS
Os órgãos responsáveis pela segurança pública constam em um rol TAXATIVO (numerus
clausus), previsto nos incisos do Art. 144 da CF:

Dessa forma, não podem os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criar outros órgãos de
segurança pública58, devendo os demais entes federados seguir o modelo federal respeitando as
diretrizes traçadas pela Constituição Federal.

A CF permite aos Municípios a instituição das GUARDAS MUNICIPAIS, bem como permite
aos Estados, Municípios e DF a estruturação da SEGURANÇA VIÁRIA, para preservação da ordem
pública, da incolumidade das pessoas, e do patrimônio das vias públicas. Contudo, esses órgãos não
são enquadrados pela CF como órgãos da segurança pública.

Também a polícia legislativa, criada no âmbito da Câmara e do Senado, não pode ser
considerada como órgão de segurança pública.

Convém observar que as GUARDAS MUNICIPAIS não são enquadradas pela CF como
órgãos da Segurança Pública.

58

MUDE SUA VIDA!


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ESTRUTURA

➢ A Segurança Pública é exercida pela atividade policial e se divide em duas áreas:


• Polícia Preventiva ou Ostensiva: atua antes de ocorrer a infração penal, para
inibir o crime.
• Polícia Judiciária ou Repressiva: atua após a ocorrência da prática criminosa,
visando à apuração da materialidade e autoria.

➢ A Segurança Pública é organizada em dois níveis:


• FEDERAL: subordinada ao Presidente da República e composta pela: Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal;
• ESTADUAL, DF e TERRITÓRIOS: subordinada aos Governadores e composta
pela Polícia Civil, Polícia Militar e pelos Corpos de Bombeiros.

GESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA


A segurança pública é organizada em dois níveis, um federal (com gestão do Presidente
da República) e outro estadual (com gestão do Governador do Estado):
• FEDERAL: subordinada ao Presidente da República e composta pela: Polícia
Federal, - Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal.
• ESTADUAL, DF e TERRITÓRIOS: subordinada aos Governadores e composta
pela Polícia Civil, Polícia Militar e pelos Corpos de Bombeiros.

Convém frisar que não há órgão de segurança pública no âmbito municipal

Federal Polícia Federal

Polícia Rodoviária
Federal
Polícia Penal
EC 104, de 04 Dez. 19
Polícia Ferroviária
Ostensiva Federal
(preventiva)

Corpo de
Bombeiros
Estadual
Polícia de
segurança Polícia Militar

Federal Polícia Federal


Judiciária
(investigação)
Estadual Polícia Civil

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POLÍCIA FEDERAL
A Polícia Federal é órgão PERMANENTE, mantido e organizado pela União, é o único
órgão de segurança que cumula as duas atividades. É EXCLUSIVA DA UNIÃO, e tem as
seguintes atribuições:
É polícia ostensiva e judiciária EXCLUSIVA DA UNIÃO, e tem as seguintes atribuições:

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em


detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em
lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de


fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da


União.

Exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. Essa exclusividade


não impede a atuação do Ministério Público.

A cláusula de exclusividade inscrita no art. 144, § 1º, IV, da Constituição da


República – que não inibe a atividade de investigação criminal do Ministério
Público – tem por única finalidade conferir à Polícia Federal, dentre os diversos
organismos policiais que compõem o aparato repressivo da União Federal (Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal), primazia
investigatória na apuração dos crimes previstos no próprio texto da Lei
Fundamental ou, ainda, em tratados ou convenções internacionais.
[HC 89.837, rel. min. Celso de Mello, j. 20-10-2009, 2ª T, DJE de 20-11-2009.]
(grifo nosso)

A PF não tem competência para apurar infrações penais militares, que são
atribuídas aos órgãos de polícia judiciária militar (Decreto-Lei 1.002/1969).

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➢ Apurar infrações penais:


• Contra a ordem política e social – Lei 7.170/83;
• Em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades
autárquicas, aqui incluídas as fundações públicas de Direito Público, e empresas
públicas.
(Observa-se que não está incluída entre as competências da PF a apuração de infrações
penais nas sociedades de economia mista e fundações públicas de Direito Privado.)
• Cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, conforme Lei nº 10.446/2002;
• Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
• Exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
• Exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

Destaca-se que essa competência da Polícia Federal não afasta eventual


atuação da Polícia Militar, conforme orientação do STF:

Busca e apreensão. Tráfico de drogas. Ordem judicial. Cumprimento pela Polícia


Militar. Ante o disposto no art. 144 da CF, a circunstância de haver atuado a Polícia
Militar não contamina o flagrante e a busca e apreensão realizadas. (RE 404.593)

A PF não tem competência para apurar infrações penais militares.

CARREIRA DA PF
A carreira da Polícia Federal é formada pelos seguintes cargos:
• Delegado de Polícia Federal;
• Perito Criminal Federal;
• Escrivão de Polícia Federal;
• Papiloscopista Policial Federal;
• Agente de Polícia Federal.
Destaca-se que o cargo de Delegado da PF é cargo de natureza jurídica. Por isso, o
ingresso no cargo se dá a partir dos seguintes requisitos:
• concurso de provas e títulos;
• participação da OAB;
• bacharel em Direito;
• 3 anos de atividade jurídica ou policial;
• tais requisitos devem ser comprovados na data da posse;
• o cargo de Diretor-Geral, nomeado pelo Presidente da República, é privativo de
Delegado de Polícia Federal integrante da classe especial.

A carreira é regulamentada pela Lei nº 9.266/1996.

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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

A PRF é polícia apenas ostensiva e envolve fiscalização, patrulhamento, policiamento e,


inclusive, atendimento das vítimas de acidentes rodoviários em rodovias federais.

No âmbito estadual e distrital, o patrulhamento das rodovias é feito pela Polícia Militar.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma
da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

As competências da PRF estão definidas nos seguintes instrumentos normativos:


• Art. 20 do CTB: Lei nº 9.503, de 20 set. de 1997 que institui o Código de Trânsito
Brasileiro.
Art. 20. Compete à Polícia Rodovia Federal no âmbito das rodovias e estradas
federais:
I - cumprir e fazer cumprir a televisão e as normas de trânsito, no âmbito de suas
atribuições;
II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a
segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem incolumidade das pessoas, o
patrimônio da União e o de terceiros;
III - aplicar e arrecadar as multas imposta por infrações de trânsito, as medidas
administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos,
objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
IV - efetuar levantamento dos locais de acidente de trânsito e dos serviços de
atendimento, socorro e salvamento de vitimas;
V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança
relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão
rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais
relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções e instalações não
autorizadas;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas
causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao
órgão rodoviário federal;
VIII - implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Educação de
Trânsito;
IX - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança, de
acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins
de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas
à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e
de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação;
XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos
automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio,
quando solicitado, às ações específicas dos órgãos ambientais.

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Carreira criada e regulamentada pela Lei 9.654/1998 e suas competências também


estão estabelecidas no Decreto nº. 1.655/1995.

POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL

Atualmente, a Polícia Ferroviária Federal não existe de fato, não há o órgão fisicamente
formado e não existe plano de carreira.

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma
da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

POLÍCIAS DOS ESTADOS


A segurança pública nos Estados é realizada pelas Polícias Civis, Polícias Militares e pelo
Corpo de Bombeiros.

A gestão da segurança pública nos Estados é atribuição dos governadores de Estado,


ou seja, as Polícias Civis, militares e os Corpos de Bombeiros Militares se subordinam ao
Governador.

Destaca-se que é competência concorrente da União, dos Estados e do DF dispor sobre


as Polícias Civis (Art. 24, XVI), entretanto, no que tange à polícia civil do DF, elas são
organizadas e mantidas pela União (Art. 21, XIV59) ainda que subordinadas ao Governador do
DF.

Inclusive, compete à União legislar sobre os vencimentos dos membros das polícias do
DF, conforme súmula vinculante 39:

Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das


polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

Em que pese a organização e a manutenção das polícias estaduais serem feitas pelos
Estados, é competência privativa da União estabelecer normas gerais de organização,
efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das Polícias Militares e dos
Corpos de Bombeiros Militares (Art. 22, XXI).

59
Art. 21. XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo
próprio;

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POLÍCIA CIVIL

A Polícia Civil é a polícia judiciária em âmbito estadual e a ela incumbe apurar as


infrações penais que não sejam de competência da União e que não sejam de natureza militar.
São dirigidas por Delegados de Polícia que exercem função de natureza jurídica.

§ 4º Às Polícias Civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,


incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.

De acordo com a mais recente posição do STF, o superintendente da Polícia Civil deve
ser escolhido, pelo Governador de Estado, dentre delegados e delegadas integrantes da
carreira policial, independentemente do estágio de sua progressão funcional, ou seja, não
precisaria ser da classe final da carreira.

Ausência de vício formal de iniciativa quando a emenda da Constituição


estadual adequar critérios de escolha do chefe da Polícia Civil aos parâmetros
fixados no art. 144, § 4º, da CR. Impõe-se, na espécie, interpretação conforme
para circunscrever a escolha do governador do Estado a delegados ou delegadas
integrantes da carreira policial, independente do estágio de sua progressão
funcional. (grifo nosso)

[ADI 3.077, rel. min. Cármen Lúcia, j. 16-11-2016, P, DJE de 1º-8-2017.]

A polícia de investigação só pode ser exercida pela Polícia Civil, e não pela Polícia Militar.
Dessa forma, configura desvio de função o atendimento nas delegacias de polícia por
sargentos ou subtenentes da PM.

Constitucional. Administrativo. Decreto 1.557/2003 do Estado do Paraná, que


atribui a subtenentes ou sargentos combatentes o atendimento nas delegacias de
polícia, nos Municípios que não dispõem de servidor de carreira para o desempenho
das funções de delegado de polícia. Desvio de função. Ofensa ao art. 144, caput, IV
e V e § 4º e § 5º, da Constituição da República. Ação direta julgada procedente.
[ADI 3.614, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, j. 20-9-2007, P, DJ de 23-11-
2007.]

O STF em diversos julgados manteve a interpretação de que a lavratura de TERMO


CIRCUNSTANCIADO é atribuição da polícia judiciária, ou seja, da Polícia Civil, e não da Polícia
Militar. (ADI 3614; RE 702617)

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Entretanto, em decisão monocrática proferida em setembro de 2017, o Ministro


Gilmar Mendes entendeu que essa atividade não é prerrogativa da polícia judiciária, por
entender que seria uma peça apenas de informação diversa do inquérito policial:

APELAÇÃO CRIMINAL. DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL.


TERMO DE OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADO. ART. 69 DA LEI 9.099/95.
LAVRATURA PELA POLÍCIA MILITAR. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. ATO
REALIZADO CONFORME PROVIMENTO 06/2015 DA CORREGEDORIA-GERAL DE
JUSTIÇA. COMPATIBILIDADE COM OS PRINCÍPIOS DA INFORMALIDADE E
CELERIDADE QUE REGEM O MICROSSISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS
CRIMINAIS. INTELIGÊNCIA DO ART. 2º DA LEI 9.099/95. BAIXA COMPLEXIDADE
DA PEÇA. ATO DE INVESTIGAÇÃO NÃO CONFIGURADO. AUSÊNCIA DE INVASÃO DA
COMPETÊNCIA DA POLÍCIA CIVIL. DECISÃO REFORMADA. RECURSO DA ACUSAÇÃO
CONHECIDO E PROVIDO.

(RE 1050631, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 22/09/2017, publicado


em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 27/09/2017 PUBLIC 28/09/2017)

POLÍCIA MILITAR E CORPO DE BOMBEIROS


STF entendeu constitucional a atividade de radiopatrulha aérea realizada pela Polícia
Militar:

Polícia Militar: atribuição de radiopatrulha aérea: constitucionalidade. O


âmbito material da polícia aeroportuária, privativa da União, não se confunde com o
do policiamento ostensivo do espaço aéreo, que – respeitados os limites das áreas
constitucionais das Polícias Federal e Aeronáutica Militar – se inclui no poder
residual da Polícia dos Estados.
[ADI 132, rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 30-4-2003,
Plenário, DJ de 30-5-2003.]

Polícia Militar: Polícia Ostensiva; a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, por serem
militares, são forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro e geralmente as primeiras
forças de segurança pública a serem chamadas para fazer frente a crimes, contravenções
penais, acidentes, socorro, salvamento, buscas, incêndios ou ações de Defesa Civil, que
comprometam a ordem pública.

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§ 5º Às Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação


da ordem pública; aos Corpos de Bombeiros Militares, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de
defesa civil.

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do


sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a
segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 104, de 2019)

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 104, DE 4 DE DEZEMBRO DE 2019

Altera o inciso XIV do caput do Art. 21º, § 4º do Art. 32 e o Art. 144 da


Constituição Federal, para criar as polícias penais federal, estaduais
e distrital.

Assim como as Polícias Civis, as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares se


subordinam ao Governador.
As PMs e os CBMs são considerados militares dos Estados/DF e Territórios, nos termos
do Art. 42 da CF:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares,


instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

De acordo com o STF, a Polícia Militar pode realizar flagrantes ou participar de busca e
apreensão determinada por ordem judicial.

§ 6º As Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares, forças


auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as
Polícias Civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104,
de 2019)

LEI ORGÂNICA
A CF dispõe que deverá ser criada uma lei orgânica para organizar o funcionamento dos
órgãos de segurança pública; essa lei até o momento não foi editada:

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos


responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades.

O projeto de lei ainda está em tramitação (PL 6.662/2016).

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COOPERAÇÃO ENTRE UNIÃO, ESTADOS E DF


A Lei 11.473/2007 dispõe sobre cooperação federativa no âmbito da segurança pública,
permitindo que a União firme convênio com os Estados e o Distrito Federal para executar
atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio.

A cooperação compreende operações conjuntas, transferências de recursos e


desenvolvimento de atividades de capacitação e qualificação de profissionais, no âmbito da
Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), antes realizadas no âmbito da chamada
Força Nacional de Segurança Pública (Lei 13.500/201760).

A Força Nacional de Segurança Pública é um programa de cooperação federativo


disciplinado pelo Decreto 5.289/2004.

Não se trata de órgão de segurança pública, mas sim de um programa de adesão


voluntária dos Estados interessados.

Trata-se de um corpo de profissionais especializados, mobilizados e prontos a atuar em


apoio e sob a coordenação de outros órgãos subordinados aos governos estaduais e federal do
Brasil. Seu trabalho consiste em apoiar operações de segurança pública, que podem ser
realizadas em qualquer ponto do país.

Entretanto, a Força Nacional de Segurança Pública só pode atuar em um determinado


Município do Brasil se for solicitada pelo governador do respectivo Estado ou do Distrito
Federal, e se esse pedido for autorizado pelo Ministro do Ministério da Segurança Pública.

Dessa forma, a Força Nacional poderá apoiar a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de
Bombeiros ou os órgãos oficiais de Perícia Forense.

Assim, podemos dizer que Força Nacional de Segurança Pública está subordinada à
Secretaria Nacional de Segurança Pública, que hoje integra o Ministério Extraordinário de
Segurança Pública.

As atividades de cooperação federativa têm caráter consensual e serão desenvolvidas


sob a coordenação conjunta da União e do Ente convenente.

60
Art. 2º A cooperação federativa de que trata o art. 1º, para os fins desta Lei, compreende
operações conjuntas, transferências de recursos e desenvolvimento de atividades de capacitação e
qualificação de profissionais, no âmbito da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).(Redação dada pela Lei
nº 13.500, de 2017)
Parágrafo único. As atividades de cooperação federativa têm caráter consensual e serão desenvolvidas sob a
coordenação conjunta da União e do Ente convenente.

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GUARDAS MUNICIPAIS

Os Municípios poderão instituir guardas municipais, instituições de caráter civil,


destinadas à proteção de bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei, mas sem
possuir competência para o policiamento ostensivo.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais


destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei.

A lei em comento é a Lei 13.022/2014, que dispôs sobre o Estatuto Geral das Guardas
Municipais, e deve ser entendida como uma norma geral que estabelece apenas diretrizes e
disposições gerais, uma vez que é o Município quem deverá instituir a Guarda Municipal, por
meio de lei municipal.

Essa lei é objeto de ADI ainda em trâmite no STF.

Destaca-se que o Art. 5º, VI, da Lei atribui competência específica para a Guarda exercer
as competências de trânsito.

Art. 5º São competências específicas das guardas municipais, respeitadas as


competências dos órgãos federais e estaduais:
VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, nas vias e
logradouros municipais, nos termos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997
(Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma concorrente, mediante convênio
celebrado com órgão de trânsito estadual ou municipal.

A respeito desse dispositivo entendeu o STF que é constitucional a atribuição às


guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de
sanções administrativas legalmente previstas, uma vez que o poder de polícia de trânsito não
se confunde com segurança pública. (RE 658.570, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 6-8-
2015)

SEGURANÇA VIÁRIA

Considerando que a violência no trânsito é uma questão de saúde pública, a EC 84/2014


criou a carreira dos agentes de trânsito.

Inicialmente, a emenda visava dar uma nova redação ao § 8º do Art. 144, que trata das
guardas municipais, apenas ampliando suas atribuições como agentes de fiscalização e
controle de trânsito, especialmente pelo fato de que o CTB colocou os Municípios como
principais gestores do trânsito.

Contudo, entenderam os deputados e senadores que a responsabilidade pela segurança


viária deve ser partilhada pelos entes federativos e, portanto, deveria ser atribuição não

MUDE SUA VIDA!


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apenas dos Municípios, mas também dos Estados e do DF, ampliando o conceito de segurança
viária.

Dessa forma, segurança viária implica, além das atividades de fiscalização e controle,
também educação e engenharia de trânsito, visando assegurar ao cidadão o direito de
mobilidade urbana.

REMUNERAÇÃO
A remuneração dos servidores das carreiras de segurança pública será em forma de
subsídio, ou seja, por parcela única, sem acréscimos.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos


relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art.
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

DIREITO DE GREVE
O Art. 142, § 3º, IV, da CF veda aos militares a sindicalização e a greve. Dessa forma, para
os membros das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, o exercício do direito
de greve é proibido.

De outro lado, e considerando que os membros das polícias são servidores públicos
civis, não haveria óbice ao exercício do direito de greve. Contudo, de acordo com o STF, os
servidores que atuam diretamente na área de segurança pública não podem entrar em greve.
Isso porque desempenham atividade essencial à manutenção da ordem pública.

POLÍCIAS DA UNIÃO
A segurança pública no âmbito da União é realizada pela Polícia Federal, Polícia
Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal.
A gestão da segurança pública no âmbito federal é atribuição do Presidente da
República.

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem


pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito,


além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

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Assim, a carreira de agentes de trânsito deve ser estruturada em lei em âmbito estadual,
distrital e municipal, mediante concurso público, vedando-se assim contratações temporárias,
não se confundindo com a carreira de guardas municipais.

Essa carreira ainda não afasta a atividade de policiamento ostensivo de trânsito da


Polícia Militar.

Educação

Preservação da ordem
pública e incolumidade das
Engenharia
pessoas e do patrimônio
das vias públicas
Segurança Viária

Mobilidade urbana
Fiscalização
eficiente

Dever dos Estados, DF e


Municípios

ATIVIDADE PENITENCIÁRIA
A atividade penitenciária, relacionada com a guarda e vigilância dos estabelecimentos
prisionais, não foi atribuída de forma específica à Polícia Civil, sendo admitida a criação da
Carreira de Atividades Penitenciárias, que também não pode ser considerado como órgão de
segurança pública. Conforme jurisprudência do STF:

A Constituição do Brasil – Art. 144, § 4º – define incumbirem às Polícias Civis as


funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Não
menciona a atividade penitenciária, que diz com a guarda dos estabelecimentos
prisionais; não atribui essa atividade específica à polícia civil.
[ADI 3.916, rel. min. Eros Grau, j. 3-2-2010, P, DJE de 14-5-2010.]

EXERCÍCIOS
9. Ano: 2019 Banca: Cespe - À luz da Constituição Federal de 1988, julgue o item que se
segue, a respeito de direitos e garantias fundamentais e da defesa do Estado e das
instituições democráticas.
A competência da PRF, instituição permanente, organizada e mantida pela União, inclui o
patrulhamento ostensivo das rodovias e das ferrovias federais.
Certo ( ) Errado( )

9. Gabarito: Errado

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Essa questão aborda o assunto relacionado à disciplina de Segurança Pública


conforme preceitua o Art. 144 da CF/88.

Especificamente em seus parágrafos 2º e 3º sobre a competência institucional


da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A PRF órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em


carreira, na forma da Lei, destina-se AO PATRULHAMENTO OSTENSIVO DAS
RODOVIAS FEDERAIS. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Ao passo que a Polícia Ferroviária Federal (PFF) destina-se ao patrulhamento


das ferrovias federais.

10. Ano: 2019 Banca: FCC - Segundo o que dispõe a Constituição Federal acerca da
segurança pública,

a) os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à polícia ostensiva


e à preservação da ordem pública.
b) às Polícias Civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, inclusive as militares.
c) a polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo
das ferrovias federais.
d) as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, forças auxiliares e reserva do
Exército, subordinam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos Prefeitos Municipais
e aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
e) à polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, incumbe exercer as funções de polícia
marítima, aeroportuária e de fronteiras.
10. Gabarito: E

Outra questão que exigiu conhecimento do assunto de segurança pública,


notadamente acerca das disposições do Art. 144 CF/88.

A) INCORRETO: As Guardas Municipais não são órgão de segurança pública


de acordo com o texto constitucional, porém na prática fazem um trabalho como se
fossem. Tal responsabilidade é subsidiada pela decisão do STF que segue:

Informativo 793, STF. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei
municipal, têm competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de
trânsito e impor multas. O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às
guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a

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imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex.: multas


de trânsito). (STF. Plenário.RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015).

B) INCORRETO – basta ler com atenção e perceber a velha estratégia


capciosa da troca de palavras, neste caso INCLUSIVE da alternativa por EXCETO do
texto constitucional: Art. 144 - § 4º Às Polícias Civis, dirigidas por delegados de
polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. (grifo
nosso).

C) INCORRETO: No Art. 144, § 2º diz: A Polícia Rodoviária Federal,


órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. O
erro da questão é dizer que a PRF patrulha ferrovias.

D) INCORRETO: os prefeitos não deveriam constar nesta assertiva.

E) CORRETO: essa assertiva está prevista no Art. 144, §1º, inc. III - exercer
as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

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TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
➢ Seção I
• DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão


graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,


entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,


especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação


aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado


pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no
art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e
da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d,


também poderá instituir um regime único de arrecadação dos
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento


diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da


parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados
será imediata, vedada qualquer retenção ou
condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser


compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional
único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais


de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,
estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos


estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios,
cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal
cabem os impostos municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de


calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de


relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de


empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições


sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146,
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

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§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão


contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em
benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40,
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores
titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (Vide Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico


de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de


exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros


ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o


valor da operação e, no caso de importação, o valor
aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) específica, tendo por base a unidade de medida


adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação


poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão


uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir


contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se


refere o caput, na fatura de consumo de energia
elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

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➢ Seção II
• DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se


encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da


vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei


que os instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido


publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto
na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;


V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive


suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil


contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros
e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura
a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de
15.10.2013)

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§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos


nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso
III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III
e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às


fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

§ 3º As vedações do inciso VI, a, e do parágrafo anterior não se


aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário,
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem


somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam


esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e
serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,


concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a


condição de responsável pelo pagamento de imposto ou
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente,
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga,
caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território


nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes
regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados,


do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os
proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos
que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

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III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do


Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios


estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino.
➢ Seção III
• DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou


nacionalizados;

III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou


valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os


limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos
enumerados nos incisos I, II, IV e V.

§ 2º O imposto previsto no inciso III:

I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade


e da progressividade, na forma da lei;

II - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada


operação com o montante cobrado nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao


exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital


pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a


desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,


quando as explore o proprietário que não possua outro
imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem,


na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento)

§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou


instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do
imposto de que trata o inciso V do caput deste artigo, devido na
operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento,
assegurada a transferência do montante da arrecadação nos
seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território,


conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.
➢ Seção IV
• DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3,
de 1993)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou


direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre


prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 3, de 1993)

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao


Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao


Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver
domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - terá competência para sua instituição regulada por lei


complementar:

a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o


seu inventário processado no exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao


seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

I - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada


operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou
outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da
legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido


nas operações ou prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações


anteriores;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das


mercadorias
e dos serviços;

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da


República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
operações e prestações, interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante


resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria
absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver


conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;

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VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito


Federal, nos termos do disposto no inciso XII, g, as alíquotas
internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para
as operações interestaduais;

VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a


consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em
outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao
Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a
alíquota interestadual; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
87, de 2015)
b) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
87, de 2015)

VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto


correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual de que trata o inciso VII será
atribuída: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de
2015) (Produção de efeito)

a) ao destinatário, quando este for contribuinte do


imposto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do


imposto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

IX - incidirá também:

a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior


por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como
sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado
onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do
destinatário da mercadoria, bem ou serviço; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem


fornecidas com serviços não compreendidos na competência
tributária dos Municípios;

X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem


sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado
nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,


inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;

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c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de


radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do


imposto sobre produtos industrializados, quando a operação,
realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos
dois impostos;

XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento


responsável, o local das operações relativas à circulação de
mercadorias e das prestações de serviços;

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,


serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, a;

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa


para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de
mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do


Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.

h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto


incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese
em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

I) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a


integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou
serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste


artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do
País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o


seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

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I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de


petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o
consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás


natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não
incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre
os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma
proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais
mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados,


e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste
parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao
Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação


dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g,
observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser


diferenciadas por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)

b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad


valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o
produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de
livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, b. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)

§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive


as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão
estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e


utilização. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
Seção V

MUDE SUA VIDA!


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DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de


bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a
sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155,


II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art.


182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do


imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados


ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem
sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste


artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o


exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e


benefícios fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

MUDE SUA VIDA!


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➢ Seção VI
• DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e


proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e
pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a


União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo
art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e


proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e
pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da


União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos
imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a
que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do


Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em
seus territórios;

IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto


do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação.

Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos


Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os
seguintes critérios:

I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas


operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços, realizadas em seus territórios;

II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no


caso dos Territórios, lei federal.
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55,
de 2007)

I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos


de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49%
(quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de


Participação dos Estados e do Distrito Federal;

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b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de


Participação dos Municípios;

c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento


ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,
através de suas instituições financeiras de caráter regional, de
acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando
assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos recursos
destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;

d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será


entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada
ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que
será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada
ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos


industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal,
proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de
produtos industrializados.

III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no


domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por
cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da
lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido
parágrafo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de
2004)

§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com


o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do
imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do
disposto nos arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela


superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II,
devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais
participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha
nele estabelecido.

§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco


por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II,
observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I
e II.

§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a


cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus
Municípios, na forma da lei a que se refere o mencionado
inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao


emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e
acréscimos relativos a impostos.

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Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a


União e os Estados de condicionarem a entrega de
recursos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas


autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e


III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 161. Cabe à lei complementar:

I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158,


parágrafo único, I;

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o


art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos
previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-
econômico entre Estados e entre Municípios;

III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo


das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157,
158 e 159.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo


das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o
inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


divulgarão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação,
os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos
recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a
expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão
discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por
Município.

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CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
➢ Seção I
• NORMAS GERAIS
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,


fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e


indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de
2003)

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito


da União, resguardadas as características e condições operacionais
plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida


exclusivamente pelo banco central.

§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente,


empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade
que não seja instituição financeira.

§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do


Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a
taxa de juros.

§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas


no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os
casos previstos em lei.

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Seção II

DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma


regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração
pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e


prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas
de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o


encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária.

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos


nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano
plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,


órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,


direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as


entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de


demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,


compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a
de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.

MUDE SUA VIDA!


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§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à


previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

§ 9º Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a


elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da


administração direta e indireta bem como condições para a
instituição e funcionamento de fundos.

III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de


procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos
legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto
nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 10. A administração tem o dever de executar as programações


orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o
propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à
sociedade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de
2019) (Produção de efeito)

§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de


diretrizes orçamentárias: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e


legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não
impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
adicionais;

II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica


devidamente justificados;

III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.

§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a


que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes,
anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos
para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual
para a continuidade daqueles em andamento. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste


artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da
seguridade social da União. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

MUDE SUA VIDA!


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§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas


para exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos
plurianuais e daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de


projetos de investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal,
pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e
informações sobre a execução física e financeira. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às


diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e


Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo


e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da
República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas


nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e
exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e
de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre


elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo
Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos


projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de


diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os


provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados,


Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

MUDE SUA VIDA!


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§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não


poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano
plurianual.

§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao


Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se
refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes


orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo
Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não


contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao
processo legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão


aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento)
da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será
destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos


de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para
fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a
destinação para pagamento de pessoal ou encargos
sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das


programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante
correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os
critérios para a execução equitativa da programação definidos na
lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-


se também às programações incluídas por todas as emendas de
iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito
Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente
líquida realizada no exercício anterior. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de
efeito) (Vide) (Vide)

MUDE SUA VIDA!


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§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste


artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste


artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei de
diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de
eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos
necessários à viabilização da execução dos respectivos
montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
100, de 2019) (Produção de efeito)
I - (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
100, de 2019) (Produção de efeito)
II - (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
100, de 2019) (Produção de efeito)
III - (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
100, de 2019) (Produção de efeito)
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº


100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução


da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base
de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos
limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art.
169. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de
2019) (Produção de efeito)

§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações


orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados
para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de
0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida realizada
no exercício anterior, para as programações das emendas
individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as
programações das emendas de iniciativa de bancada de
parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção
de efeito)

§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa


poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal
estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes
previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a
mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

MUDE SUA VIDA!


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§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de


caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e
que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas
apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)

§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando


versarem sobre o início de investimentos com duração de mais de 1
(um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada,
deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada
exercício, até a conclusão da obra ou do
empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100,
de 2019) (Produção de efeito)

Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao


projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a
Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
I - transferência especial; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)
II - transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não


integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos Municípios
para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com
pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de
endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a
aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no
pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de
2019)

I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e


inativos, e com pensionistas; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

II - encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput


deste artigo, os recursos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
105, de 2019)

I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado,


independentemente de celebração de convênio ou de instrumento
congênere; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência


financeira; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de
2019)

III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de


competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado,
observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

MUDE SUA VIDA!


451
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§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se


refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contratos de
cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da
execução orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o


inciso II do caput deste artigo, os recursos serão: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

I - vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar;


e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

II - aplicados nas áreas de competência constitucional da


União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)

§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências


especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser
aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se
refere o inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei


orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas


que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante


das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,


ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia


autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos


de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para
outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

MUDE SUA VIDA!


452
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VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de


recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir
necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia


autorização legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de


empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos
Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento
de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais


de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas
distintas do pagamento de benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22


do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de previdência
social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art.
249, para a realização de despesas distintas do pagamento dos
benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àquele
regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu
funcionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais,


as garantias e as subvenções pela União e a concessão de
empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras
federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na
hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e de
funcionamento de regime próprio de previdência
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício


financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no


exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

MUDE SUA VIDA!


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Convém observar que a vedação de edição de MP sobre a matéria de planos plurianuais,


diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares não impede a
criação de MP para CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO, em caso de situações emergenciais e
excepcionais. Vejamos:

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida


para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos


impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que
tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos
para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de


recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser
admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos
restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI
deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20
de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que
se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração
de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, só poderão ser
feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender


às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes


orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

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§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida


neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não
observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste


artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no
caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos
em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não


forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação
da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior


fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração
por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores


será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou
função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas


na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

MUDE SUA VIDA!


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EXERCÍCIOS

11. Ano: 2019 Banca: Cespe - A Constituição Federal de 1988 veda expressamente
a) transferência voluntária de recursos financeiros pelo governo estadual para fins de
pagamento de despesas com pessoal ativo dos Municípios.
b) o acúmulo, de forma remunerada, de dois cargos técnicos, exceto se houver
compatibilidade de horários entre eles.
c) a edição de medida provisória para dispor sobre a criação e extinção de órgãos da
Administração Pública direta e indireta.
d) a vinculação da receita de impostos a despesas relacionadas às ações de
manutenção e desenvolvimento do ensino.
e) o remanejamento de recursos de uma categoria de programação para outra com o
objetivo de viabilizar resultados de projetos vinculados à ciência, tecnologia e
inovação.
11. Gabarito: A

A) CORRETA: de acordo com a previsão do Art. 167, X da CF que diz: X –


a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,
inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas
instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e
pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

B) INCORRETA: não é constitucionalmente previsto o acúmulo de dois cargos


técnicos, Art. 37, XVI CF/88.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no
inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de
2001)
C) INCORRETA: O Art. 84, VI diz que:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;(Incluída
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

MUDE SUA VIDA!


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b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela


Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
D) INCORRETA: existe uma ressalva na redação do Art. 167, IV, ou seja, é
vedada a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesa. Mas para o
desenvolvimento do ensino pode vincular.
E) INCORRETA: Art. 167:
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das
atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os
resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo,
sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

12. Ano: 2019 Banca: VUNESP - É correto afirmar, nos termos do estabelecido pela
Constituição Federal, que o Sistema Financeiro Nacional
a) será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a
participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
b) não abrange as cooperativas de crédito e delega a gerência dos títulos de
capitalização.
c) é estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país, a servir
aos interesses da União e dos entes federados que a compõem.
d) proporciona tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte
constituídas sob as leis brasileiras, independentemente do país onde estiver sua
sede e administração.
e) assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, mediante
autorização prévia dos órgãos públicos competentes.
12. Gabarito: A

Nesta questão foi exigido o conhecimento, na Lei “seca”, ou seja, “ipsis


litteris” do Art. 192 da Constituição Federal/88.
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o
desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em
todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será
regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do
capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)

Com exceção da alternativa “A”, existem trocas de palavras que tornam as


assertivas erradas.

MUDE SUA VIDA!


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TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.

Por tratar-se de norma de eficácia limitada, o exercício desse direito foi assegurado com
a edição do Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90, que assegura diversos
instrumentos de proteção ao consumidor, especialmente em virtude de sua hipossuficiência.

Esse direito é tão importante que também foi elencado como princípio da ordem
econômica (Art. 170, V da CF):

A CF determina que o Estado deverá promover a defesa do consumidor.

Art. 5º, ins. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do


consumidor.

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho


humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento


diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços
e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

MUDE SUA VIDA!


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IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte


constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 6, de 1995)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer


atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos
públicos, salvo nos casos previstos em lei. (Vide Lei nº 13.874,
de 2019)

Art. 171. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os


investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos
e regulará a remessa de lucros.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em
lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da


sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela


sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,


inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,


observados os princípios da administração pública; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de
administração e fiscal, com a participação de acionistas
minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade


dos administradores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não


poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
privado.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o


Estado e a sociedade.

MUDE SUA VIDA!


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§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à


dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos


dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta,
sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos
praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a
economia popular.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade


econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado. (Vide Lei
nº 13.874, de 2019)

§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do


desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e
compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de


associativismo.

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em


cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a
promoção econômico-social dos garimpeiros.

§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão


prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos
recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam
atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma
da lei.

OBRIGATORIEDADE DE LICITAR

Em decorrência dos já estudados princípios da indisponibilidade do interesse público e


impessoalidade, a regra é que para que o Poder Público compre ou execute qualquer obra,
serviço, venda, etc., deva-se realizar procedimento licitatório.

A Lei Nacional que regulamenta o tema e traz as exceções à regra é a 8.666/93. Nela
estão dispostos os procedimentos licitatórios e os contratos públicos. Seu estudo aprofundado
é feito no Direito Administrativo. O texto constitucional traz ainda a regra mais rígida quanto
à obrigação de licitar. Trata-se do Art. 175 que determina ser obrigatória (sem exceções) a
licitação quando se tratar de concessões e permissões de serviços públicos. Vejamos:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou


sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
a prestação de serviços públicos.

MUDE SUA VIDA!


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Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de


serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Cumpre salientar que, apesar da regra de licitar ser aplicável a toda Administração
Pública, quando se trata de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, exploradoras
de atividade econômica, ou seja, que atuam no mercado privado, a venda de seus produtos e
serviços não é condicionada ao procedimento licitatório, haja vista tal atividade estar
relacionada diretamente com sua atividade-fim, e a licitação acabaria por inviabilizar sua
atuação. Contudo, para compras e atividades-meio, permanece a regra da licitação para tais
entidades.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e


os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta
da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento


dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão
ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no
interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma
da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas
atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras
indígenas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de
1995)

§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos


resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado,


e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão
ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia
anuência do poder concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento


do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros


hidrocarbonetos fluidos;

MUDE SUA VIDA!


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II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos


resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou


de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o
transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e
gás natural de qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a


industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e
seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de
permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art.
21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)

§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a


realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo
observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o


território nacional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9,
de 1995)

II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 9, de 1995)

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da


União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais


radioativos no território nacional. (Renumerado de § 2º para 3º
pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio


econômico relativa às atividades de importação ou comercialização
de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001)
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe
aplicando o disposto no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

MUDE SUA VIDA!


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a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool


combustível, gás natural e seus derivados e derivados de
petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a
indústria do petróleo e do gás; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)
c) ao financiamento de programas de infraestrutura de
transportes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo,


aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o
princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 7, de 1995)

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei


estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na
cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por
embarcações estrangeiras. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 7, de 1995)

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte,
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou
redução destas por meio de lei.

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


promoverão e incentivarão o turismo como fator de
desenvolvimento social e econômico.

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação


de natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou
judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou
domiciliada no País dependerá de autorização do Poder
competente.

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CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório


para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento
básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende


às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no
plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia


e justa indenização em dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica


para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana


progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida


pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos
e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao


homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado
civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de


uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

MUDE SUA VIDA!


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CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de
sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em


dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para


fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de
desapropriação.

§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento


contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de
desapropriação.

§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da


dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao
programa de reforma agrária no exercício.

§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as


operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de
reforma agrária.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma


agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei,
desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade
produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos
relativos a sua função social.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural


atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de
trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores.

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da


lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo
produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em
conta, especialmente:

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I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de


comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;

V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação;

VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades


agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de


reforma agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será


compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de
reforma agrária.

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras


públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a
pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações


ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela


reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de
uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente
do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de


propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso
Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou


urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
usucapião.

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CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a
promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos
interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis
complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do
capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

I - (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº


40, de 2003)
II - (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
III - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
a) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40,
de 2003)
b) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40,
de 2003)
IV - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
V -(Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40,
de 2003)
VI - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
VII - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
VIII - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
§ 1º- (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
§ 2º- (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)
§ 3º- (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
40, de 2003)

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EXERCÍCIOS
13. Ano: 2019 Banca: Vunesp - A Lei de Diretrizes Orçamentárias atenderá o disposto na
Constituição Federal, da seguinte forma:
a) compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público.
b) compreenderá o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
c) determinará que as diretrizes orçamentárias, o orçamento anual e os créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
d) disporá sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que
serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de
restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a
realização do disposto em lei específica.
e) compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
13. Gabarito: E

A) INCORRETO – Art. 165, §5º, I, da CF/88. Art.165 Leis de iniciativa do Poder


Executivo estabelecerão: §5º, I, da CF/88. §5º A lei orçamentária anual
compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.
B) INCORRETO - Art. 165, §5º, II, da CF/88. Art.165 Leis de iniciativa do Poder
Executivo estabelecerão: §5º, II, da CF/88. §5º A lei orçamentária anual
compreenderá: II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
C) INCORRETO - Art. 165, II, §2º, da CF/88. Além disso, a situação descrita na
alternativa se refere aos projetos de lei relativos ao PLANO PLURIANUAL, às
DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS, ao ORÇAMENTO ANUAL e aos CRÉDITOS
ADICIONAIS, dispostos no Art. 166, da CF/88.Art.166 Os projetos de lei relativos
ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
D) INCORRETO - Art.165, §9º, III, da CF/88. Art.165 Leis de iniciativa do Poder
Executivo estabelecerão: §9º, Cabe à lei complementar: III - dispor sobre critérios
para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando
houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação
das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§11 e
12º do art.166.
E) CORRETO – Art. 165, II, §2º da Constituição Federal de 1988.

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14. Ano: 2019 Banca FCC - A Constituição Federal vigente estabelece, em relação ao
Orçamento Público, que
a) a Lei Orçamentária Anual define, a cada cinco anos, as prioridades e metas que
devem ser observadas no momento de elaboração e execução dos Orçamentos.
b) o Plano Plurianual permite que investimentos cuja execução se estenda além de um
exercício financeiro possam ser iniciados sem estar incluídos previamente no plano
Plurianual.
c) o Plano Plurianual dispõe, para cada exercício financeiro, sobre a dívida pública
federal, a estrutura e organização dos orçamentos e a fiscalização pelo Poder
Legislativo sobre as obras e os serviços com indícios de irregularidades graves.
d) o Plano Plurianual é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo
Federal, que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as
metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
e) a Lei Orçamentária Anual estabelece as metas fiscais e a fixação de critérios para
limitação de empenho e movimentação financeira.
14. Gabarito: D

a) INCORRETO – a Lei Orçamentária Anual, como o próprio nome já diz ela é


feita ANUALMENTE.
b) INCORRETO – Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução
ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão
no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade. Questão com muita recorrência em concursos. Não é
possível a inclusão sem prévia autorização legal, sob pena de Crime de
Responsabilidade.
c) INCORRETO – não é o plano plurianual, e sim a Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
d) CORRETO – literalidade da Lei, com duração de 4 anos é considerado
plano de médio prazo, de acordo com § 1º do Art. 165: A lei que instituir
o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de
duração continuada.
e) INCORRETO – a Lei que estabelece esses critério para limitação de
empenho e a movimentação financeira, é a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e não a Lei Orçamentária Anual.

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TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

A CF, em seu artigo 6º, dispõe a respeito do segundo núcleo de direitos


fundamentais, que são os direitos sociais. São eles:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Esses direitos sociais foram mais bem abordados pela CF no chamado Título da Ordem
Social, isso porque na sequência do Art. 6º, a CF apenas se ocupou dos temas referentes aos
direitos sociais de caráter trabalhista.

Dessa forma, o título VIII da Ordem Social estabelecido na CF visa à concretização dos
direitos sociais elencados no Art. 6º de forma genérica. São direitos, portanto, de segunda
geração, os quais estabelecem prestações positivas do Estado.

Contudo, o título da ordem social, estabeleceu novos direitos não estabelecidos no artigo
6º, incluindo direitos de terceira geração.

➢ A Constituição Federal dividiu o título da Ordem Social em oito capítulos:


➢ Disposição Geral (CF, Art. 193);
➢ Seguridade Social (CF, Arts. 194 a 204);
➢ Educação, Cultura e Desporto (CF, Arts. 205 a 217);
➢ Ciência e Tecnologia (CF, Arts. 218 a 219-B);
➢ Comunicação Social (CF, Arts. 220 a 224);
➢ Meio Ambiente (CF, Art. 225);
➢ Família, Criança, Adolescente e Idoso (CF, Arts. 226 a 230);
➢ Índios (CF, Arts. 231 a 232).

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DISPOSIÇÕES GERAIS
Pode-se afirmar que juntamente com os direitos fundamentais, a Ordem Social
estabelece o núcleo substancial do regime democrático adotado na nossa CF.
É dizer: o trabalho é o fator primordial para o desenvolvimento social e econômico do
Estado Brasileiro, pois é por meio dele que se pode assegurar o suprimento das necessidades
e o bem-estar das pessoas, garantindo a justiça social.

Primado do
BASE
trabalho
ORDEM
SOCIAL bem-estar
social
OBJETIVO
justiça
social

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e


como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

CAPÍTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL


Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

O direito à saúde, à previdência social e à assistência social é assegurado por meio de um


conjunto integrado de ações de iniciativa do Poder Público e da Sociedade, a chamada
seguridade social. Essas ações visam estabelecer um sistema de proteção social, diante de
situações de vulnerabilidade, como doença, morte, acidente, permitindo que as pessoas
possam manter o seu sustento.

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.

Cumpre observar que a seguridade social é um trabalho conjunto entre o Estado e a


Sociedade. Apesar da ação conjunta, a obrigação de organizar a seguridade social é do Estado,
que deve proceder amparado nos seguintes objetivos, também chamados de PRINCÍPIOS DA
SEGURIDADE SOCIAL:

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,


organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às


populações urbanas e rurais;

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III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e


serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - equidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em


rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as
despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência
social, preservado o caráter contributivo da previdência
social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

VII - caráter democrático e descentralizado da administração,


mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo
nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

A universalidade de cobertura, também chamada de universalidade OBJETIVA,


representa a cobertura sobre qualquer situação de risco social, é uma ampla proteção social,
enquanto que a universalidade de atendimento, chamada de universalidade SUBJETIVA, está
relacionada com a cobertura para todos os que necessitarem.

A uniformidade e a equivalência de benefícios e serviços às populações urbanas e


rurais deixam claro que não existe tratamento diferenciado entre os trabalhadores urbanos e
rurais. Ambos são tratados da mesma forma.

A seletividade e a distributividade visam redistribuir os benefícios sociais na tentativa


de atender a quem mais dele necessitar, ou seja, deve se dar prioridade na prestação dos
benefícios e serviços para aqueles que mais precisam. Isso porque o Estado, por mais que
estabeleça formas de arrecadação, nunca terá recursos suficientes para atender a todas as
pessoas em situação de risco, daí a ideia da seletividade. Ex.: salário-família, pago apenas aos
trabalhadores de baixa renda. Em tese, esses princípios permitem um tratamento desigual sob
o enfoque da igualdade material.

Irredutibilidade do valor dos benefícios: aqui uma distinção jurisprudencial se faz


necessária. Quanto aos benefícios previdenciários, entende o STF que fica garantido ao
beneficiário a manutenção do valor real dos benefícios, ou seja, a manutenção do poder
aquisitivo, impedindo que o beneficiário sofra os efeitos da inflação. Quanto aos benefícios de
seguridade social, de caráter assistencial, por exemplo, a irredutibilidade é apenas do valor
nominal, e não do valor real.

A equidade na forma de participação no custeio apresenta a ideia de distribuição justa,


levando em consideração a capacidade de contribuição (capacidade contributiva) e a
isonomia entre os contribuintes. A ideia aqui para a manutenção da Seguridade é que o
custeio seja distribuído de forma justa entre os vários agentes contributivos. Lembrando que
dos três pilares da seguridade, esse princípio aplica-se apenas à previdência social.

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Esse princípio nos conduz à diversidade da base de financiamento, feita por toda a
sociedade, a qual conta com a participação de vários agentes responsáveis pela manutenção
financeira da seguridade social, especialmente os trabalhadores, as empresas e os entes
estatais.

Por fim, temos o último objetivo, que é o caráter democrático e descentralizado da


Administração, mediante gestão QUADRIPARTITE, com participação de quatro atores
sociais: os trabalhadores, os empregadores, os aposentados e o Governo nos órgãos
colegiados. O caráter democrático se explica pela ampla participação da sociedade.

Assim, a gestão da seguridade social é: descentralizada, democrática e quadripartite.

universalidade •da cobertura e do atendimento;

uniformidade e equivalência •dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

seletividade e distributividade •na prestação dos benefícios e serviços;

irredutibilidade •do valor dos benefícios;

equidade •na forma de participação no custeio;

diversidade •da base de financiamento;

caráter democrático e descentralizado •da administração, mediante gestão quadripartite.

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL


A seguridade social deve ser financiada por toda a sociedade, direta ou indiretamente,
contando com a contribuição dos recursos dos entes federativos e ainda de algumas
contribuições sociais:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,


de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na


forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou


creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 20, de 1998)

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c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,


não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o
art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei


a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

Além dessas fontes de contribuição, uma lei complementar poderá estabelecer outras
hipóteses de financiamento da seguridade social. Destaca-se que essa lei complementar é de
competência da União – trata-se da chamada competência residual da União.

Agora, vamos analisar os três direitos assegurados pela chamada seguridade social e
suas principais características: saúde, previdência social e assistência social.

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios


destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada


de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,
previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus
recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,


como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder
Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a


manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto
no art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser


criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser


exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei
que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, b.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as


entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.

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§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o


pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste


artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade
econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo
também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas
apenas no caso das alíneas b e c do inciso I do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o


sistema único de saúde e ações de assistência social da União para
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de
recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior


a 60 (sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e
a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea a do inciso
I e o inciso II do caput. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais


as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput,
serão não cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)

§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional


nº 103, de 2019) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de


contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a competência
cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima
mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de
contribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

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➢ Seção II
DA SAÚDE

O direito à saúde, como já sabido, é um direito fundamental, de natureza social, previsto


no Art. 6º CF. O direito à saúde decorre do próprio direito à vida, como forma de garantir
qualidade à vida em sua modalidade de existência humana. De nada adianta garantir ao
indivíduo o direito de viver se essa vida não possuir o mínimo de dignidade. Garantir saúde é
cumprir os ditames constitucionais que protegem o indivíduo em sua existência, em perfeita
consonância com o princípio da dignidade da pessoa humana.

Assim, de acordo com o Art. 196 da CF podemos destacar:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.

Desse texto extraímos alguns tópicos importantes sobre o direito à saúde.

Caráter não contributivo: o direito à saúde, norma de proteção do direito à vida, é


destinado a todas as pessoas, independentemente de contribuição à Previdência Social. Por
isso, dizemos que não possui caráter contributivo, ou seja, quem quiser ser beneficiado pela
saúde pública poderá utilizar dos seus serviços, independentemente de filiação ou
contribuição à Previdência Social.

É um dever do Estado, que deve garantir, por meio de políticas públicas. Trata-se de
norma de caráter programático, contudo não pode ser apenas uma promessa constitucional.

Objetivo: redução de riscos de doenças e outros agravos.

Dois importantes princípios: universalidade e igualdade de acesso. A respeito desses


princípios, destacamos a decisão do STF que entende que viola a CF a possibilidade de um
paciente do SUS pagar para ter acomodações superiores ou ser atendido por médico de sua
preferência, é a chamada diferença de classes.

O direito à saúde também pode ser garantido pela iniciativa privada, ou seja, temos a
possiblidade de a iniciativa privada assumir a responsabilidade da prestação de serviços
referentes à saúde. Por isso, existem no Brasil hospitais e planos de saúde privados que
proporcionam a garantia desse benefício. Contudo, será o poder público que estabelecerá a
regulamentação, a fiscalização e o controle do direito à saúde.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,


cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa
física ou jurídica de Direito Privado. (grifo nosso)

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Assim, podemos dizer que a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e


serviços na área da saúde competem ao Estado – Poder Público, enquanto que a execução
dessas ações e serviços cabe ao Estado, Poder Público, mas também à iniciativa privada.

Ainda a respeito da participação da iniciativa privada na área da saúde, ressaltamos que


a sua participação é complementar à do SUS. Além disso, a CF estabelece algumas restrições
destinadas à iniciativa privada, previstas nos parágrafos do Art. 199. Vejamos:

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS


As ações e os serviços na área da saúde constituem um sistema único de saúde (SUS),
que é uma rede regionalizada e hierarquizada e tem as seguintes diretrizes:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art.


195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo: existe uma autoridade
em cada esfera da federação, responsável pelo gerenciamento dos serviços da área da saúde.
Na esfera federal, temos o Ministério da Saúde; no âmbito estadual e municipal, temos as
Secretarias de Saúde. Convém notar que a direção do SUS é centralizada, mas as ações na
área da saúde são descentralizadas.

Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais: princípio da integralidade, a cobertura deve ser a mais ampla possível.

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

A CF ainda determina que a União, os Estados, o DF e os Municípios devem aplicar,


anualmente, percentuais mínimos de suas receitas na área da saúde, Art. 198, § 2º:

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo


exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por
cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)

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II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da


arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos
de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II,
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da


arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §
3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco


anos, estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §


2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde


destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos
Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a
progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas


com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e
municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº


86, de 2015)

A CF também trata da possibilidade de contratação, sem concurso público, por meio de


processo seletivo, de agentes comunitários e agentes de combate às endemias.

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir


agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias
por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua
atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial


profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da
lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63,
de 2010) Regulamento

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Esses agentes podem perder seus cargos, além das hipóteses previstas para o servidor
estável, em caso de descumprimento de requisitos específicos:

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art.


169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
combate às endemias poderá perder o cargo em caso de
descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

Assim, podemos dizer que a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos
serviços na área da saúde competem ao Estado – Poder Público, enquanto que a execução
dessas ações e serviços cabe ao Estado, poder público, mas também à iniciativa privada.

Ainda, a respeito da participação da iniciativa privada na área da saúde, ressaltamos que


a sua participação é complementar à do SUS. Além disso, a CF estabelece algumas restrições
destinadas à iniciativa privada, previstas nos parágrafos do Art. 199, vejamos:

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma


complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de Direito Público ou convênio, tendo preferência
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou


subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou


capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos
previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo
vedado todo tipo de comercialização.

Outra norma muito interessante e que pode aparecer em sua prova é a proteção
constitucional à remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas. A Constituição Federal,
em seu Art. 199, §4º, traz expressamente a vedação para a comercialização de órgãos, apesar
de não regulamentar as formas de remoção, pesquisa, coleta e processamento de sangue.

A falta de regulamentação ocorre porque a Constituição deixou para a legislação


infraconstitucional o dever de fazê-lo. O dispositivo em questão é um exemplo de norma de
eficácia limitada, o qual foi regulamentado pelas Leis 10.205/01, 9.434/97 e 11.105/05.

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As competências do SUS estão previstas no Art. 200, em rol EXEMPLIFICATIVO, e a sua


leitura é muito importante:

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras


atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de


interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem


como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento


científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de


seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,


guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos.
Ressaltamos o Art. 200, VIII da CF que faz menção ao meio ambiente do trabalho no
âmbito da competência do SUS:

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o


do trabalho.

➢ Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

A previdência social visa proteger as pessoas em situação de risco. O sistema previdenciário


brasileiro é composto por três regimes de previdência:
Regime Geral de Previdência Social - RGPS, esse previsto no Art. 201 e 202 da CF;
Regime Previdenciário Próprio dos Servidores Públicos – RPPS, Art. 39 e 40 da CF;
Regime Previdenciário Próprio dos Militares.

O que nos interessa é o RGPS, que é o aplicável aos trabalhadores, sob o regime da CLT,
previsto no Art. 201 da CF. A previdência social, diferentemente do direito à saúde e da assistência
social, tem caráter contributivo. Ter caráter contributivo significa dizer que só poderá ser
beneficiado pela Previdência Social quem contribuir previamente com o sistema de previdência
público.

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Além da contribuição, a Constituição exige a filiação ao Sistema, na qualidade de segurado.


Maiores detalhes a respeito do tema serão mais bem estudados na Disciplina de Direito
Previdenciário.

Vejamos o Art. 201 da CF:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do


Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de
filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade


avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

II - proteção à maternidade, especialmente à


gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego


involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos


segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no §
2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Pela leitura do referido artigo, extraímos dos incisos que a proteção contra diversos
riscos é assegurada por meio de benefícios:

BENEFÍCIO
RISCO
Auxílio-doença ou auxílio-acidente
Doença
Aposentadoria por invalidez
Invalidez
Pensão por morte
Morte
Aposentadoria por idade/ por tempo de
Idade avançada
contribuição
Salário-maternidade
Proteção à maternidade
Seguro-desemprego
Desemprego involuntário
Salário-família
Baixa renda
Auxílio-reclusão
Prisão

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A CF veda a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de benefícios do


RGPS. Contudo, algumas pessoas, em virtude de suas condições especiais, por terem realizado
atividades que prejudicaram sua integridade física ou sua saúde, e ainda os portadores de
deficiência, poderão ter tratamento diferenciado, por meio de lei complementar; trata-se da
aposentadoria especial e da aposentadoria do portador de deficiência:

§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para


concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei
complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de
contribuição distintos da regra geral para concessão de
aposentadoria exclusivamente em favor dos
segurados: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação


biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes


químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional
ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o


rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao
salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo


de benefício serão devidamente atualizados, na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-


lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na


qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime
próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por


base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada
ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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REGRAS PARA APOSENTADORIA


As regras de aposentadoria, quando são cobradas em Direito Constitucional, exigem
apenas o conhecimento literal do Art. 201, § 7º, uma vez que o tema é devidamente
aprofundado em Direito Previdenciário:

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência


social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes
condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e


dois) anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de
contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

II - 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco)


anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
artesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será


reduzido em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na Educação Infantil
e no Ensino Fundamental e médio fixado em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem


recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de
Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e
destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo com
os critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que


tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime
Geral de Previdência Social ou a regime próprio de previdência
social terão contagem recíproca para fins de inativação militar ou
aposentadoria, e a compensação financeira será devida entre as
receitas de contribuição referentes aos militares e as receitas de
contribuição aos demais regimes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios


não programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho,
a ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência
Social e pelo setor privado. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão


incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da
lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

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§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com


alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa
renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade,
e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que
pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12


terá valor de 1 (um) salário mínimo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

• 35 anos de contribuição – homem; 30 anos de contribuição – mulher;


• 65 anos de idade – homem; 60 anos de idade – mulher;
• 60 anos de idade – homem; 55 anos de idade – mulher, para os trabalhadores rurais
e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal – aposentadoria
especial;
• professor, que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e médio: 30 anos de
contribuição – homem; 25 anos de contribuição – mulher.

§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para


efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem
recíproca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições


para a acumulação de benefícios previdenciários. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas,


das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão
aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do
tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que
trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

PREVIDÊNCIA PRIVADA
A CF autoriza a criação de regime de previdência privada, nos termos do Art. 202 da CF:

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar


e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de
previdência social, será facultativo, baseado na constituição de
reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao


participante de planos de benefícios de entidades de previdência
privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus
respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

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§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições


contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de
benefícios das entidades de previdência privada não integram o
contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos
benefícios concedidos, não integram a remuneração dos
participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência


privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia
mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de
patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua
contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados,


Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações,
sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou
indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de benefícios
previdenciários, e as entidades de previdência
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que


couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de
prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de
benefícios em entidades de previdência
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação


dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência
complementar instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias
de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e
deliberação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019)

➢ Podemos extrair do texto constitucional algumas características da previdência


privada:
• complementar;
• facultativa;
• organização autônoma em relação ao RGPS;
• independência financeira em relação ao Poder Público;
• regulada por Lei Complementar;
• publicidade de gestão.

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DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
O Art. 203 prevê o benefício de seguridade social chamado de Assistência Social. São
vários benefícios oferecidos a quem precisa de assistência, geralmente aos hipossuficientes. A
assistência social não depende de contribuição à Previdência Social:

➢ Seção IV
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e


à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de


deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa


portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei.

Podemos observar que a assistência social não tem caráter contributivo, geralmente
utilizada a quem dela necessita, principalmente aos hipossuficientes, como: crianças, idosos,
pessoas portadoras de deficiência. São pessoas beneficiadas pela assistência social hoje no
Brasil pelas diversas medidas que o Estado acaba adotando.

AÇÕES GOVERNAMENTAIS

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social


serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social,
previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base
nas seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação
e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução
dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem
como a entidades beneficentes e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizações


representativas, na formulação das políticas e no controle das ações
em todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal


vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até
cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,


de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos


investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
➢ Seção I
DA EDUCAÇÃO
A CF, nos artigos 205 – 214, dispõe a respeito do direito à educação, que é entendido
como um direito de TODOS, mas um dever do Estado e da família.
A educação, dada a sua relevância, é considerada como um serviço público essencial.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,


será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A promoção da educação depende da colaboração da sociedade para que as pessoas


possam exercer a cidadania, visando à qualificação para o trabalho.

O ensino deve atender aos seguintes PRINCÍPIOS:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes


princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o


pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e


coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos


oficiais;

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos,


na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente
por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

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VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da


educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores


considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de
prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira,
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

➢ Esses princípios têm como destinatários três representantes da sociedade:


• Estado: o Estado deve adotar políticas públicas que garantam esses princípios.
• Sociedade: é a garantia para a sociedade de que será beneficiada da melhor
forma possível pela educação fornecida pelo Estado.
• Professores: eles são os grandes protagonistas da educação.
Esses princípios visam proteger os professores, oferecendo-lhes as melhores garantias
de aparelhamento, remuneração e condições de trabalho.

➢ Gratuidade do Ensino Público


Com fulcro no Art. 206, IV da CF, que fala da gratuidade do ensino público,
entendeu o STF que a cobrança de taxa de matrícula nas Universidades Públicas é
inconstitucional. Tal entendimento, inclusive, foi sumulado, por meio da Súmula
Vinculante 12:

A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o


disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
O STF também entendeu como inconstitucional a cobrança de anuidade
relativa à alimentação, taxa de alimentação.

O STF também entendeu como inconstitucional a cobrança de anuidade relativa à


alimentação, taxa de alimentação.
Ademais, destaca-se a recente decisão do STF, que entendeu que a cobrança de
mensalidade em cursos de pós-graduação, por universidades públicas, não viola a regra
constitucional da gratuidade do ensino. Vejamos a referida decisão:

Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO


COM REPERCUSSÃO GERAL. COBRANÇA DE MENSALIDADE EM CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO LATO SENSU POR INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO. CURSO DE
ESPECIALIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA GRATUIDADE DO
ENSINO EM ESTABELECIMENTOS OFICIAIS. INOCORRÊNCIA. 1. A garantia
constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança, por universidades
públicas, de mensalidade em curso de especialização. 2. Recurso extraordinário a
que se dá provimento.
(RE 597854, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em
26/04/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-214 DIVULG 20-09-2017 PUBLIC 21-09-
2017)

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AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
A CF assegura autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e
patrimonial às Universidades, sendo que estas devem obedecer ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica,


administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão
ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e


cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa


científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
11, de 1996)

Tema relevante para a sua prova é a possibilidade de as Universidades contratarem


professores, técnicos e cientistas estrangeiros, em decorrência de sua autonomia.
STF – liberdade de expressão nas universidades.

➢ Deveres do Estado

A educação escolar é dever do Estado e é organizada da seguinte forma:


a) EDUCAÇÃO BÁSICA: obrigatória e gratuita dos 4 anos aos 17 anos, sendo o seu
acesso direito público subjetivo, e é formada:
- pela Educação Infantil – até 5 anos de idade;
- pelo Ensino Fundamental – a partir dos 6 anos a 14 anos (1º ao 9º ano);
- pelo Ensino Médio – 15 aos 17 anos - progressiva universalização do ensino
gratuito.
b) EDUCAÇÃO SUPERIOR: de forma complementar à educação básica, temos ainda os
cursos de extensão, graduação e pós-graduação.

O Art. 208 estabelece os deveres do Estado para com a educação:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante


a garantia de:

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17


(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de
2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

II - progressiva universalização do Ensino Médio


gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)

III - atendimento educacional especializado aos portadores de


deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

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IV - Educação Infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5


(cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da


criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do


educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação


básica, por meio de programas suplementares de material
didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de
2009)

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público


subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público,


ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no Ensino


Fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela frequência à escola.
Desse dispositivo ressalta-se o parágrafo primeiro, que determina que o acesso ao
ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo, ou seja, o não oferecimento do ensino
ou a sua irregularidade enseja a responsabilização da autoridade competente.

INICIATIVA PRIVADA
O ensino é livre à iniciativa privada, dessa forma estabelecimentos privados poderão
prestar esse serviço. Contudo, a sua realização deve obedecer a algumas condições:

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes


condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Ressalta-se que as instituições de ensino privadas, apesar de se submeterem ao controle


do Poder Público, prestam serviços privados, e estão sujeitos às regras de Direito Privado, ou
seja, não são delegatárias de serviço público.

FIXAÇÃO DE CONTEÚDOS
A respeito do Art. 210 destacamos o ensino religioso, que é de matrícula FACULTATIVA,
e deverá ser disciplina regular no Ensino Fundamental.

Ademais, no intuito de preservar a cultura indígena, a CF permite o uso de suas línguas


no processo de aprendizagem, em conjunto com a língua portuguesa.

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Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o Ensino


Fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
disciplina dos horários normais das escolas públicas de Ensino
Fundamental.

§ 2º O Ensino Fundamental regular será ministrado em língua


portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO


A CF estabelece um regime de colaboração entre os entes federativos na repartição das
atribuições junto ao sistema de ensino.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos


Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e
exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva,
de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e
padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica
e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14,
de 1996)

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino


Fundamental e na Educação Infantil. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no


Ensino Fundamental e Médio. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 14, de 1996)

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados,


o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração,
de modo a assegurar a universalização do ensino
obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59,
de 2009)

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino


regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

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SISTEMA
FEDERAL DE
ENSINO
UNIÃO
ASSISTÊNCIA
TÉCNICA E
FINANCEIRA

ENSINO
FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO ESTADOS/DF

ENSINO MÉDIO

ENSINO
FUNDAMENTAL
MUNICÍPIOS
EDUCAÇÃO
INFANTIL

APLICAÇÃO DE RECURSOS
A União deverá aplicar, anualmente, nunca menos de 18% de seus recursos na área da
educação.

Já os Estados, DF e Municípios, 25% no mínimo, é o que determina o Art. 212 da CF:

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por
cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento
do ensino.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União


aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados
aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do
cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo,


serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e
municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao


atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se
refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e
equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

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§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à


saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos
provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de


financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida
pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da


contribuição social do salário-educação serão distribuídas
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação
básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

UNIÃO 18%

RECEITAS

ESTADOS/DF/MUNICÍPIOS 25%

O descumprimento dessa regra constitucional autoriza a intervenção federal,


por se tratar de princípio sensível, elencado no Art. 34, VII, e da CF:

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Os recursos recebidos serão destinados às escolas públicas, podendo também ser


dirigidos a escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas, desde que:

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas,


podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou
filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes


financeiros em educação;

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II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola


comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no
caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a


bolsas de estudo para o Ensino Fundamental e Médio, na forma da
lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando
houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na
localidade da residência do educando, ficando o Poder Público
obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na
localidade.

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento


à inovação realizadas por universidades e/ou por instituições de
educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO


A Lei deverá estabelecer o plano nacional de Educação e deve objetivar:

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de


duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de
educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
metas e estratégias de implementação para assegurar a
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis,
etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes
públicos das diferentes esferas federativas que conduzam
a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.


VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
Seção II

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DA CULTURA

Um dos direitos de ordem social com maior impacto sobre a sociedade é o direito
cultural. Historicamente, o acesso à cultura sempre se mostrou uma grande ferramenta de
satisfação social, e a garantia do seu acesso a todos os grupos sociais é um dos grandes
desafios do Estado:

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos


culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

É o que se chama de princípio da cidadania cultural.

MANIFESTAÇÃO CULTURAL
Um dos princípios constitucionais que protegem este direito social é o PLURALISMO
POLÍTICO. Pluralismo político é pluralidade de ideias, multiplicidade de percepções. Esse
princípio garante à sociedade o acesso a diversas manifestações culturais de todos os grupos
participantes da formação cultural nacional:

A respeito desse tema, ressalta-se a Súmula 386 do STF:


Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido
direito autoral, não exigível quando a orquestra for de amadores.

Dessa forma, uma banda formada por músicos amadores não


remunerados estará dispensada do pagamento de direitos autorais em razão da
execução de obra musical alheia.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares,


indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do
processo civilizatório nacional.

Expressamente, temos garantidos os direitos de manifestações tanto indígenas quanto


afrodescendentes, e a Constituição ainda abre esse leque para qualquer outro grupo étnico
que tenha participado da formação étnica nacional.

A respeito desse tema ressalta-se a Súmula 386 do STF:

Pela execução de obra musical por artistas remunerados é devido direito


autoral, não exigível quando a orquestra for de amadores.

Dessa forma, uma banda formada por músicos amadores não remunerados estará
dispensada do pagamento de direitos autorais em razão da execução de obra musical alheia.

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DATAS COMEMORATIVAS
Dispõe o Art. 215, § 2º da CF:
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

Este dispositivo é interessante, pois constitui uma justificativa para a existência de


feriados religiosos no Brasil. Apesar de o Estado viver uma relação de separação com a
religião, tem permitido a criação, por meio de lei, dos feriados religiosos sob o argumento de
garantia das manifestações culturais.

PLANO NACIONAL DE CULTURA


A CF determina que a Lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração
plurianual, e terá os seguintes objetivos:

3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração


plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à
integração das ações do poder público que conduzem
à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

I defesa e valorização do patrimônio cultural


brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em


suas múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 48, de 2005)

IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

PATRIMÔNIO CULTURAL

Este dispositivo é interessante, pois constitui uma justificativa para a existência de


feriados religiosos no Brasil. Apesar de o Estado viver uma relação de separação com a
religião, tem permitido a criação, por meio de lei, dos feriados religiosos sob o argumento de
garantia das manifestações culturais.

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Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de


natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais
se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços


destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,


artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

No intuito de proteger o patrimônio público e em colaboração com a sociedade, poderão


ser instituídos os seguintes instrumentos:
• inventários;
• registros;
• vigilância;
• tombamento; e
• desapropriação.

§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade,


promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio
de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação,
e de outras formas de acautelamento e preservação.

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da


documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento


de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na


forma da lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios


detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo


estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua
receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no
pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

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I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,


de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos


investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Com o objetivo de proteger o patrimônio público e em colaboração com a sociedade,


poderão ser instituídos os seguintes instrumentos:
• inventários,
• registros,
• vigilância,
• tombamento e
• desapropriação

SISTEMA NACIONAL DE CULTURA – SNC


No intuito de reforçar a participação dos entes federativos e da sociedade na promoção
da cultura do país, foi inserido o Art. 216-A na CF, por meio da EC 71/2012, que criou o
Sistema Nacional de Cultura, o qual possui os seguintes princípios:

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de


colaboração, de forma descentralizada e participativa, institui um
processo de gestão e promoção conjunta de políticas públicas de
cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da
Federação e a sociedade, tendo por objetivo promover o
desenvolvimento humano, social e econômico com pleno exercício
dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
71, de 2012)

§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política


nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano
Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes
princípios: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda


Constitucional nº 71, de 2012

II - universalização do acesso aos bens e serviços


culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e


bens culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e
privados atuantes na área cultural; Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e


ações desenvolvidas; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012

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VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela


Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda


Constitucional nº 71, de 2012

VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade


civil; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IX - transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela


Emenda Constitucional nº 71, de 2012
X - democratização dos processos decisórios com participação e controle
social; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das


ações; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos


para a cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas


esferas da Federação: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012

I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº


71, de 2012

II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional


nº 71, de 2012

III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,


de 2012

IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,


de 2012

V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de


2012

VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda


Constitucional nº 71, de 2012

VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela


Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído pela


Emenda Constitucional nº 71, de 2012
IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional
nº 71, de 2012

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de


Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou
políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda Constitucional nº
71, de 2012

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus


respectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído pela Emenda
Constitucional nº 71, de 2012

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➢ Seção III
DO DESPORTO

O Art. 217 da CF vai dizer que é DEVER do Estado fomentar práticas desportivas formais
e não formais como direito de cada um. Práticas desportivas formais referem-se aos esportes,
devidamente regulamentados pela lei, de acordo com cada modalidade, sendo que a principal
lei sobre o tema é a Lei 9.615/98 (Lei Pelé), já as atividades desportivas não formais
decorrem da liberdade lúdica, das brincadeiras, ideia de recreação, lazer, divertimento, etc.
Ademais, o lazer é classificado como direito social (Art. 6º).

Assim, podemos dizer que o direito ao desporto não é apenas o direito ao esporte, mas
também o direito ao lazer, ao divertimento, à recreação.

O Estado deve incentivar o desporto como forma de promoção social.

A atuação do Estado na fomentação das práticas desportivas deve observar as seguintes


diretrizes:

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e


não formais, como direito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações,


quanto a sua organização e funcionamento;

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária


do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto
de alto rendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não


profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação


nacional.

O desporto educacional é o praticado nos sistemas de ensino. O desporto de rendimento


refere-se à competição, podendo ser profissional ou não.

JUSTIÇA DESPORTIVA
A CF aborda a chamada “Justiça Desportiva”, afirmando que o PJ só admitirá ações
relativas às competições desportivas após o esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva.

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às


competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
desportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias,


contados da instauração do processo, para proferir decisão final.

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§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção


social.

Aqui algumas observações são pertinentes:

• Apesar do nome, a Justiça Desportiva não é órgão do Poder Judiciário, mas sim
órgão de natureza administrativa, de modo que os processos que tramitam
em seu âmbito são processos administrativos, sujeitos ao controle jurisdicional.

• Apesar da possibilidade do controle jurisdicional, a CF impõe a chamada


“jurisdição condicionada” ou “instância administrativa de cunho forçado”, pois
condiciona o acesso ao poder Judiciário ao esgotamento da Justiça Desportiva.

• A CF determina um prazo para o início e fim dos processos na Justiça


Desportiva, que é de 60 dias; depois de esgotado esse prazo, caso não haja
decisão final administrativa, o interessado poderá recorrer ao Poder Judiciário.

• De acordo com o STF, os membros do Poder Judiciário não podem exercer suas
funções na Justiça Desportiva. Além disso, segundo o Tribunal Superior do
Trabalho, a Justiça Desportiva não tem competência para processar e julgar
questões trabalhistas envolvendo os atletas e suas entidades profissionais
desportivas.

• Julgam matérias relacionadas à disciplina e competições desportivas.

• Além disso, segundo o Tribunal Superior do Trabalho, a justiça desportiva não


tem competência para processar e julgar questões trabalhistas envolvendo os
atletas e suas entidades profissionais desportivas.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
A cobrança desse tópico em provas costuma ser bastante literal. A relevância, contudo,
dá-se pelo fato de esse tema ter sofrido significativa alteração pela EC 85/2015, que inseriu o
tema “inovação”. Dessa forma, apresenta-se o artigo com a redação anterior e a nova, para sua
leitura.
A Constituição Federal estabelece em seu Art. 218 o dever do Estado de promover e
incentivar:
• o desenvolvimento científico;
• a pesquisa;
• a capacitação científica e tecnológica;
• a inovação.
O dever referente à capacitação científica e à inovação foram inseridos pela EC
85/2015.
Por promover entende-se a atuação das universidades, instituições de educação
profissional e institutos de pesquisa. Incentivar, refere-se ao estímulo desses direitos por
meio de incentivos, inclusive para os setores privados.

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Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento


científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a
inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de
2015)

Biotecnologia: conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de


organismos vivos para modificação de produtos (células-tronco embrionárias,
organismos geneticamente modificados – transgênicos, etc.). É considerado como
direito de 4a geração.

§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento


prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da
ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

➢ A CF fala em dois tipos de pesquisa:


• a pesquisa científica básica;
• a pesquisa tecnológica, essa deve ser voltada para solução dos problemas
brasileiros e para o desenvolvimento do sistema de produção nacional e
regional.
Ambas as formas de pesquisa devem receber tratamento prioritário do Estado.

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a


solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do
sistema produtivo nacional e regional.

A cobrança desse tópico em provas costuma ser bastante literal. A relevância, contudo,
dá-se pelo fato de esse tema ter sofrido significativa alteração pela EC 85/2015, que inseriu o
tema “inovação”.

APOIO E INCENTIVO DO ESTADO

§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas


de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do
apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que
delas se ocupem meios e condições especiais de
trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85,
de 2015)

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em


pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e
aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem
sistemas de remuneração que assegurem ao empregado,
desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos
resultantes da produtividade de seu trabalho.

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§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela


de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao
ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput,


estimulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto
privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das


instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas à
execução das atividades previstas no caput. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

MERCADO INTERNO

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será


incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e
socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia
tecnológica do País, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o


fortalecimento da inovação nas empresas, bem como nos demais
entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de
parques e polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da
inovação, a atuação dos inventores independentes e a criação,
absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação com
órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive
para o compartilhamento de recursos humanos especializados e
capacidade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de
desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante
contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente
beneficiário, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e


Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre
entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do


SNCTI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão
concorrentemente sobre suas peculiaridades. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

MUDE SUA VIDA!


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CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
A CF estabeleceu um conjunto de normas para proteger a liberdade de expressão e
manifestação do pensamento, especialmente no âmbito do jornalismo e da imprensa, o que
apenas reforça as liberdades fundamentais consagradas no Art. 5º da CF.

O Art. 220 assegura ampla liberdade e ainda proíbe todo e qualquer tipo de censura.
Contudo, logicamente, esse direito encontra limite nos próprios direitos fundamentais, como
o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem.

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a


informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço


à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de
comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e
XIV.

Vale ressaltar que, com fundamento Constitucional, o STF declarou a não recepção da Lei
de Imprensa (Lei nº. 5.250/1967).

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política,


ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder


Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não
se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se
mostre inadequada;

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a


possibilidade de se defenderem de programas ou programações de
rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como
da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser
nocivos à saúde e ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas,


agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições
legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá,
sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes
de seu uso.

MUDE SUA VIDA!


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§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou


indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de


licença de autoridade.

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e


televisão atenderão aos seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e


informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção


independente que objetive sua divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística,


conforme percentuais estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Propriedade privativa de brasileiros natos ou naturalizados há


mais de 10 anos

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão


sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no
País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital


total e do capital votante das empresas jornalísticas e de
radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou
indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez
anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e
estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção


da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de
comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 36, de 2002)

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente


da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão
observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei
específica, que também garantirá a prioridade de profissionais
brasileiros na execução de produções nacionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas


empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 36, de 2002)

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§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata


o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,


permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de
sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos
sistemas privado, público e estatal.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º


e § 4º, a contar do recebimento da mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de


aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em
votação nominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais


após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos
anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de


vencido o prazo, depende de decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as


emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso


Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de
Comunicação Social, na forma da lei.

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

A CF, em seu Art. 225, assegura a todos o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, direito este classificado como de 3a geração. É, portanto, um direito difuso e
bem de uso comum do povo, que deverá ser assegurado pelo Estado – poder público e pela
coletividade, que têm o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.

Bem de uso comum do povo: significa que os bens que integram o meio ambiente
devem satisfazer as necessidades comuns de todos os habitantes da Terra. NÃO significa
GRATUIDADE.

MUDE SUA VIDA!


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PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


O caput do Art. 225 ainda consagra o chamado Princípio do Desenvolvimento
Sustentável, princípio esse alicerçado em três pilares:
• econômico;
• bem-estar social;
• ambiental.

CONCEITO DE MEIO AMBIENTE


O conceito de meio ambiente é mais amplo do que costumamos aprender, e deve ser
entendido como sendo o conjunto dos seguintes meios:

Meio ambiente natural ou físico: constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora.

Meio ambiente artificial: constituído pelo espaço urbano construído, consubstanciado


no conjunto de edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos (ruas,
praças, áreas verdes, espaços livres em geral: espaço urbano aberto).

Meio ambiente cultural: integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico,


paisagístico, turístico, que, embora artificial, em regra, como obra do homem, difere do
anterior pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se impregnou.

Meio ambiente do trabalho: integra a proteção do homem em seu local de trabalho,


com observância às normas de segurança.

Ressaltamos o Art. 200, VIII da CF que faz menção ao meio ambiente do


trabalho no âmbito da competência do SUS:

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder


Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover


o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)

➢ Processos ecológicos essenciais são aqueles vitais, que tornam possível a vida.
Ex.: cadeias alimentares; ciclo das águas; produção humana de alimentos.
• Preservar: significa manter o ecossistema, o processo ecológico como ele se
encontra.
• Restaurar: presume a existência de área degradada que depende da ingerência
humana para sua restauração.

MUDE SUA VIDA!


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PRESERVAÇÃO DA DIVERSIDADE E DA INTEGRIDADE DO PATRIMÔNIO GENÉTICO

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio


genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético;

Dessa forma, é dever do Estado a proteção dessas informações genéticas dos seres vivos,
mantendo a sua diversidade e integridade

Lei nº. 11.105/2005 – Lei de Biossegurança, que estabelece normas de segurança e


mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente
modificados (OGM) e estabelece a Política nacional de Biossegurança.

O Art. 225, parágrafo primeiro, inciso III, dispõe a respeito da criação de espaços
territoriais e seus componentes, que deverão ter uma proteção especial. Esses espaços, em
virtude de suas características peculiares, merecem especial proteção.

A instituição (criação) dessas áreas pode-se dar tanto por meio de lei quanto mediante
ato executivo (decreto executivo). Entretanto, a sua redução (alteração) ou a sua supressão
somente podem ser permitidas por meio de lei específica.

LEI
CRIAÇÃO
ATO
ETEPs EXECUTIVO

SUPRESSÃO APENAS LEI

ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS – ETEPS

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais


e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção; (Regulamento)

Esse inciso dispõe a respeito da criação de espaços territoriais e seus componentes que
deverão ter uma proteção especial – ETEPs.

Essas áreas poderão ser instituídas tanto por Lei quanto por Decreto Executivo. Contudo,
uma vez instituídas, a sua redução ou supressão somente será permitida por meio de lei
formal.

MUDE SUA VIDA!


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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA


O Art. 225, parágrafo primeiro, inciso IV, estabelece a necessidade de realização de
estudo prévio de impacto ambiental para o licenciamento de obras ou atividades – públicas ou
privadas – que sejam causadoras de significativo dano ambiental.

Referências legislativas: Lei 9.985/2000 – Unidades de Conservação e Lei 12.651/2012


– Lei Florestal (APP e RFL).

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade


potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade; (Regulamento)

Esse inciso estabelece a necessidade de estudo prévio de impacto ambiental (EIA-RIMA)


para o licenciamento de obras ou atividades – públicas ou privadas – que sejam
potencialmente causadoras de significativo dano ambiental.

O EIA é um documento técnico responsável por fazer uma descrição da região e do local
de implantação do empreendimento, avaliando todos seus possíveis impactos negativos e
positivos sobre o meio ambiente, é uma espécie de avaliação de impacto no meio ambiente e é
documento indispensável para embasar o pedido de licenciamento ambiental naquelas
atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.

Cumpre salientar que o estudo não é exigível para toda e qualquer atividade, e sim
apenas para aquelas potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.

O licenciamento, assim como o EIA, deve ser realizado também em áreas indígenas.

Ressalta-se ainda que esse instrumento assegura o princípio da prevenção, e não o da


precaução.

Por fim, ao Estudo e ao seu relatório deve ser dada publicidade, assegurando nesse caso
o princípio da informação.
CONTROLE DE RISCOS
O Art. 225, parágrafo primeiro, inciso V, estabelece o princípio ambiental do limite e
determina que cabe ao Poder Público, no exercício de poder de polícia, fiscalizar e orientar os
particulares quanto aos limites do uso do meio ambiente.

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de


técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)

Trata-se da gestão dos riscos; tudo o que puder comprometer a integridade


do meio ambiente ecologicamente equilibrado deve ser fiscalizado e controlado pelo
Poder Público, reduzindo os riscos.
AMIANTO!

MUDE SUA VIDA!


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Lei 9.795/1999 – Política Nacional de Educação Ambiental;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do meio ambiente.

PROTEÇÃO DA FAUNA E FLORA


Esse dispositivo ressalta a importância da fauna e da flora na manutenção do equilíbrio
no ecossistema.

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas


que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção
de espécies ou submetam os animais a crueldade.

A) FARRA DO BOI e BRIGAS DE GALO: já reconheceu inclusive a inconstitucionalidade


de normas que previam as brigas de galo e a Farra do Boi, práticas que submetem os
animais à crueldade:

Lei 7.380/1998, do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades esportivas com


aves das raças combatentes. ‘Rinhas’ ou ‘Brigas de galo’. Regulamentação.
Inadmissibilidade. Meio ambiente. Animais. Submissão a tratamento cruel. Ofensa
ao art. 225, § 1º, VII, da CF. (...) É inconstitucional a lei estadual que autorize e
regulamente, sob título de práticas ou atividades esportivas com aves de raças
ditas combatentes, as chamadas ‘rinhas’ ou ‘brigas de galo’. (ADI 3.776, rel. min.
Cezar Peluso, julgamento em 14-6-2007, Plenário, DJ de 29-6-2007.) No mesmo
sentido: ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 26-5-2011,
Plenário, DJE de 14-10-2011.

A questão dos Rodeios e das Vaquejadas no Brasil encontra-se bastante controvertida.


Contudo foi aprovado o projeto de Lei nº. 24/2016 que eleva o Rodeio, a Vaquejada, bem
como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição de manifestação cultural
nacional e de patrimônio cultural imaterial.61

B) RODEIOS E VAQUEJADAS:
Rodeios são atividades com animais de montaria ou de cronometragem e as provas de
laço, que avaliam o desempenho do atleta no domínio do animal e o desempenho do próprio
animal. (Art. 1º Lei n.º 10.519/2002)

61
O projeto foi encaminhado para sanção do Presidente, até a data do encerramento do material não havia sido
sancionado.

MUDE SUA VIDA!


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A vaquejada é a prática na qual dois vaqueiros montados a cavalo têm de derrubar um


animal (boi), puxando-o pelo rabo.

Em outubro de 2016 o STF julgou inconstitucional a prática da vaquejada, por


entender que a prática submete os animais à crueldade. A Ação Direta de
Inconstitucionalidade, acatada por 6 votos a 5, foi proposta pelo procurador-geral da
República contra a Lei n.º 15.299/13, do Estado do Ceará, que regulamentava a vaquejada
como prática desportiva e cultural no Estado.

Para o relator da ação, Ministro Marco Aurélio, a prática teria “crueldade intrínseca”, e o
dever de proteção ao meio ambiente previsto na Constituição Federal se sobrepõe aos valores
culturais da atividade desportiva.

Contrariando a referida decisão do STF, foi editada a Lei nº 13.364/2016, que elevou o
Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição de
manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial, bem como passaram a
ser consideradas manifestações da cultura nacional, nos termos dos Arts. 215 e 216 da CF.

Por fim, em junho de 2017, foi promulgada a EC 96/2017 que inseriu o § 7º


ao Art. 225 da Constituição Federal, para estabelecer que não se consideram cruéis
as manifestações culturais definidas na Constituição e registradas como bem de
natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, desde que
regulamentadas em lei específica que assegure o bem-estar dos animais
envolvidos.

Dessa forma, a referida Emenda acabou com os entraves jurídicos para a realização da
Vaquejada e dos rodeios no Brasil.

REPARAÇÃO DO MEIO DEGRADADO

Exploração de recursos minerais

Convém observar que a solução técnica será dada pelo órgão público e não pelo agente
poluidor.

§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a


recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

De acordo com esse parágrafo, o explorador de recursos minerais se obriga a reparar o


meio ambiente degradado de acordo com as soluções que devem ser apresentadas pelos
órgãos públicos competentes.

Esse dispositivo reflete o princípio do poluidor pagador sob a sua perspectiva


reparatória, denominado por alguns como princípio da reparação ou da responsabilidade.

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Convém observar que a solução técnica será dada pelo órgão público, e não pelo agente
poluidor.

➢ Responsabilidade ambiental
O Art. 225, § 3º, estabelece a chamada tríplice responsabilidade, tanto de pessoas físicas
quanto jurídicas em matéria ambiental, ou seja, um mesmo ato pode provocar
responsabilidades na esfera penal, civil e administrativa.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.

Ressalta-se que esse artigo assegurou a responsabilidade penal da pessoa jurídica.


A responsabilidade ambiental é, portanto, de 3 tipos:
• Responsabilidade Civil;
• Responsabilidade Administrativa;
• Responsabilidade Penal; Teoria da Dupla Imputação- STF;
• A responsabilidade na esfera civil é de natureza OBJETIVA;
• Ressalta-se que esse dispositivo assegurou a responsabilidade penal da pessoa
jurídica.

PATRIMÔNIO NACIONAL - MACRORREGIÕES OU BIOMAS


A CF elevou à condição de patrimônio nacional, cinco biomas importantes: a Floresta
Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira.

Esse dispositivo tem por finalidade a proclamação de defesa de interesses do Brasil em


eventuais ingerências internacionais.

Como visto, a CF determina que tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica podem ser
responsabilizadas na esfera penal, civil e administrativa por atividades lesivas ao meio
ambiente.

No âmbito civil e administrativo não há dúvidas de que a pessoa jurídica pode ser
condenada independentemente da responsabilização dos seus agentes. Entretanto, no âmbito
penal há divergência se a responsabilização da pessoa jurídica depende ou não da
responsabilização dos seus agentes. Dessa forma, entendeu o STF62 que a CF não condiciona a
responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução
penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa, ou seja, a norma
constitucional não impõe a necessária dupla imputação.

62
Decisão do STF: Recurso Extraordinário 548181, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em
06/08/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014

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Ademais, a condição de patrimônio nacional determina a utilização dessas áreas dentro


de limites legais previamente estabelecidos, com vistas à manutenção da preservação desses
biomas, não significa dizer que essas áreas pertençam à União ou sejam áreas públicas.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do


Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.

NÃO DEIXE E LER!

A CF ainda atribuiu ao Congresso Nacional a competência para regular as


diversões e espetáculos Públicos:
§ 3º Compete à lei federal:
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público
informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais
e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão
que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos,
práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

TERRAS DEVOLUTAS

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos


Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.

Cuidado! O fato de essas áreas serem nominadas como patrimônio nacional


não as qualifica como áreas públicas ou como bens da União; aliás, é possível haver
bens particulares nessas áreas.
O entendimento do STF nesse sentido é pacífico, afastando inclusive a
competência da Justiça Federal em crimes ocorridos nessa área.

Terras devolutas são áreas que não se incorporaram legitimamente ao domínio


particular (ainda que por ele ocupadas), bem como as já incorporadas pelo patrimônio
público, não afetadas a qualquer uso público. (Maria Silvia Di Pietro, 2010)

Em outras palavras, são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em
nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam
irregularmente sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida
ou a ser devolvida ao Estado.

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Como regra, as terras devolutas pertencem aos Estados (Art. 26, IV CF), sendo que serão
da União apenas se essas terras forem indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações
e defesas militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental (Art. 20, II
CF).

As terras devolutas são classificadas como bens dominicais ou do patrimônio


disponível. Ou seja, em regra, poderiam ser alienadas. Entretanto, a Constituição ressalva que
aquelas terras devolutas, decorrentes de processo discriminatório63, necessárias à proteção
dos ecossistemas, são bens da União e de uso especial, são indisponíveis.

USINAS NUCLEARES
Sabe-se que a União detém o monopólio da exploração da atividade nuclear, conforme
Art. 177, V, e Art. 20, IX.
Nesse sentido, o que a CF exige é que as usinas nucleares devem ter sua localização
definida em lei federal (Art. 22, XXVI).

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua


localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.

PRÁTICAS DESPORTIVAS COM ANIMAIS - MANIFESTAÇÕES CULTURAIS

Como já mencionado no tópico sobre a proteção da fauna e da flora, a EC 96/2017


inseriu o § 7º ao Art. 225 da Constituição Federal, para estabelecer que não se consideram
cruéis as manifestações culturais definidas na Constituição e registradas como bem de
natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, desde que regulamentadas
em lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Vejamos o novo dispositivo:

§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste


artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que
assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 96, de 2017)

63
Ações discriminatórias: o processo discriminatório é aquele destinado a assegurar a discriminação e delimitação das
terras devolutas da União e dos Estados-Membros, além de separá-las das terras particulares e de outras terras
públicas.

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CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

A CF, nos artigos 226 – 230, estabelece importante proteção ao núcleo familiar,
afirmando que a família é a base da sociedade e tem proteção especial dada pelo Estado.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união


estável
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento.

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade


formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

Sobre os parágrafos do Art. 226 algumas considerações são pertinentes:

ENTIDADE FAMILIAR
A CF estabeleceu proteção a três tipos de entidades familiares:
• Família matrimonial, decorrente do vínculo do casamento, tanto civil quanto
religioso (§ 2º).
• Família informal, constituída pela União estável, aqui incluída a União
homoafetiva, de acordo com a orientação do STF (§ 3º).
• Família monoparental, constituída pelo pai ou mãe e seus descendentes (§ 4º).

No casamento é civil e gratuita a celebração, mas a gratuidade é apenas da celebração, e


não dos atos de habitação para o casamento.

O casamento religioso terá o mesmo efeito do casamento civil, independentemente sob qual
religião tenha ocorrido.

A CF prioriza a ideia de família socioafetiva, reconhecendo inclusive a paternidade


socioafetiva. Destaca-se, contudo, que o reconhecimento da paternidade socioafetiva não afasta a
responsabilidade dos pais biológicos (RE 898.060 – 22.09.2016)

Em relação à família informal, reconheceu o STF como entidade familiar a união estável
homoafetiva (ADPF 132). Como desdobramento dessa decisão e considerando a jurisprudência
do STJ que decidiu que não há impedimentos legais para a celebração de casamento entre pessoas
do mesmo sexo (REsp 1. 183.378/RS), o CNJ editou a Resolução 175/2013 que dispõe sobre a
habilitação, celebração de casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento,
entre pessoas de mesmo sexo.

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Transexualidade: a transexualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é


a vontade de viver e ser aceito como membro do sexo oposto, acompanhado do desejo de
fazer com que o corpo seja o mais próximo daquele que se sonha, seja mediante procedimento
cirúrgico ou de uso hormonal.

Apesar de ser visto como patologia (CID-10 F64.0), o STF tem reconhecido que se trata
de condição social, motivo pelo qual entendeu pela possibilidade de alteração do nome social
no registro civil, sem a necessidade de cirurgia de mudança de sexo (transgenitalização) (ADI
4275 – 1/03/2018).:

Decisão: O Tribunal, por maioria, vencidos, em parte, os Ministros Marco


Aurélio e, em menor extensão, os Ministros Alexandre de Moraes, Ricardo
Lewandowski e Gilmar Mendes, julgou procedente a ação para dar interpretação
conforme a Constituição e o Pacto de São José da Costa Rica ao art. 58 da Lei
6.015/73 (Lei dos registros Públicos), de modo a reconhecer aos transgêneros que
assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da
realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, o direito à substituição de
prenome e sexo diretamente no registro civil. Impedido o Ministro Dias Toffoli.
Redator para o acórdão o Ministro Edson Fachin. Presidiu o julgamento a Ministra
Cármen Lúcia. Plenário, 1º.3.2018.

IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES

A CF estabeleceu plena igualdade entre homens e mulheres quanto aos direitos e


deveres na relação conjugal.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são


exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.

DIVÓRCIO
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 66, de
2010)

PLANEJAMENTO FAMILIAR
O planejamento familiar é decisão livre do casal, baseado nos princípios da dignidade da
pessoa humana e da paternidade responsável.
No que tange ao planejamento, destaca-se que o Estado deve proporcionar os recursos
adequados à concretização desse planejamento.

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da


paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

MUDE SUA VIDA!


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A Lei nº. 9.263/96 regulamenta esse dispositivo e podemos destacar como ações do
Estado a distribuição gratuita de preservativos e a distribuição de pílula do dia seguinte.

O Estado, visando estabelecer especial proteção à família, tem o dever de assegurar


assistência a todos os seus integrantes (Art. 226. § 8º, CF/88), buscando implementar
mecanismos para impedir a violência no âmbito familiar. Podemos exemplificar como medida
estatal nessa seara, a criação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) que visa coibir a
violência doméstica e familiar contra a mulher. Vejamos o dispositivo constitucional
mencionado:

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada


um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência
no âmbito de suas relações.

DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO JOVEM – ART. 227 - 229


A CF estabelece tratamento prioritário a crianças – até 12 anos incompletos, e
adolescentes -12 a 18 anos.

A LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Estabelece tratamento prioritário a


crianças, adolescentes e conceitua o seguinte:
• Criança: até 12 anos incompletos;
• Adolescentes: 12 a 18 anos.

A LEI Nº 12.852, DE 5 DE AGOSTO DE 2013.


Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e
diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE.
• Jovens: 15 a 29 anos.
Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos
jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema
Nacional de Juventude - SINAJUVE.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade
entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.
§ 2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos
aplica-se a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente, e, excepcionalmente, este Estatuto, quando não conflitar com as
normas de proteção integral do adolescente.

Ou seja, entre a Lei nº 8.069/90 e a Lei nº 12.852/13, na prática, prevalece o


Estatuto da Criança e do Adolescente, (Lei nº 8.069/90) – quando o assunto é
PROTEÇÃO INTEGRAL.

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Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde


da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de
entidades não governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde


na assistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado


para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas
de discriminação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
65, de 2010)

§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos


edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte
coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
de deficiência.

A CF assegura especial proteção à criança, ao adolescente e ao jovem. Tal proteção


compreende as seguintes medidas:

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,


observado o disposto no art. 7º, XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à


escola; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de
2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato


infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e


respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando
da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

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VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica,


incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à


criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e
drogas afins. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 65,
de 2010)

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração


sexual da criança e do adolescente.

A proteção da criança e do adolescente recebe melhor regramento na Lei 8.069/90


(ECA), com as alterações trazidas pela Lei Nº. 13.257/2016.

IGUALDADE ENTRE OS FILHOS


§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.

Alienação parental: considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos
avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculos com este. (Art. 2º da Lei nº. 13.318/2010)

ADOÇÃO
O processo de adoção deve ser acompanhado pelo Estado, na forma da Lei. (Lei nº.
12.010/2009).

O filho adotante terá os mesmos direitos dos filhos biológicos.


Inclusive, os prazos de licença-adotante não podem ser diferentes dos prazos de licença-
gestante. (RE 778.889)

Atualizada pela Lei nº LEI Nº 13.509, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017.


Dispõe sobre adoção e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
da Criança e do Adolescente), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil).

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§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que


estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de
estrangeiros.

A adoção por estrangeiros (adoção internacional) é medida excepcional, mas deverá o


juiz analisar sempre o melhor interesse do menor.
A adoção por casal homoafetivo ou transexual é também admitida pela jurisprudência.

IGUALDADE ENTRE OS FILHOS

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por


adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Alienação parental: considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos
avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculos com este. (Art. 2º da Lei nº. 13.318/2010)

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-


se- á em consideração o disposto no art. 204.

§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional nº


65, de 2010)

I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos


jovens; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à


articulação das várias esferas do poder público para a execução de
políticas públicas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 65, de
2010)

IMPUTABLIDADE PENAL

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,


sujeitos às normas da legislação especial.

De acordo com a CF, são inimputáveis os menores de 18 anos. Ou seja, os menores de 18


anos não podem ser imputados da prática de crime nem podem ser punidos segundo o Código
Penal. Dessa forma, a conduta ilícita praticada por menor de 18 anos será regulada por
legislação especial, a qual já existe: Lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente.

Essa disposição constitucional está em harmonia com a Convenção sobre os Direitos da


Criança, e de acordo com a doutrina essa previsão é considerada como cláusula pétrea,
especialmente por ser garantia individual e decorrer do processo de universalização dos
direitos humanos (Marcelo Novelino, p. 828).

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PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE
O Art. 229 da CF consagra o princípio da solidariedade entre ascendentes e
descendentes, determinando que os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos quando maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade. Trata-se de evidente dever recíproco de cuidado.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos


menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
pais na velhice, carência ou enfermidade.

IDOSOS
Em virtude da especial vulnerabilidade dos idosos, a CF, assegurou a eles tratamento
diferenciado e prioritário.

A CF impõe à família, à sociedade e ao Estado o dever de cuidar e ampara as pessoas


idosas, assegurando sua participação na comunidade.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar


as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à
vida.

O Estatuto do Idoso – Lei nº. 10.741/200364 estabeleceu um critério cronológico para


determinar quem deve ser considerado idoso, considerando as pessoas com idade igual ou
superior a sessenta anos.

A CF destaca ainda que os programas de amparo aos idosos deverão ser executados de
forma preferencial nos lares dos idosos, o que não significa obrigatoriamente.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados


preferencialmente em seus lares.

A CF assegura aos maiores de 65 ANOS de idade a gratuidade do transporte coletivo


urbano, tratando-se de norma de eficácia plena, é executável diretamente do texto
constitucional, bastando a apresentação do documento pessoal que comprove a sua idade.
Cumpre observar que a partir dos 60 anos a pessoa já é considerada idosa, mas apenas gozará
do benefício do transporte gratuito a partir dos 65.

Essas medidas do Estado são chamadas pela doutrina de Constitucionalismo fraternal


ou direito fraternal, expressão válida também para a proteção das minorias.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade


dos transportes coletivos urbanos.

64
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.

MUDE SUA VIDA!


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CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

A CF dá especial proteção aos índios e, no intuito de proteger a identidade deles, assim


como preservar seu habitat, foram reconhecidos direitos de organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições.

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social,


costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre
as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Nos termos do Estatuto do Índio – Lei nº. 6.001/1973, é considerado como


índio ou silvícola:

Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam estabelecidas as definições a seguir


discriminadas:

I - Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-


colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico
cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional.

Inobstante a palavra silvícola ser destinada àquelas pessoas que moram na selva, a
proteção constitucional dada aos índios se destina àqueles que moram na selva ou que já
sofreram processo de aculturação.

POSSE DAS TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS


Cumpre ressaltar que a CF assegura aos índios o direito de posse das terras que
tradicionalmente ocupam, contudo, a propriedade é da União65, nos termos do Art. 20, XI da
CF.
Considera-se como terras tradicionalmente ocupadas pelos índios:

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles


habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas
atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a
sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições.

65
Art. 20. São bens da União: XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

MUDE SUA VIDA!


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Podemos destacar que, de acordo com o STF, NÃO se considerada como terra indígena:
• As terras de aldeamentos indígenas extintos, ainda que ocupadas em passado
remoto (Súmula 650 STF66);
• Aquelas ocupadas após a promulgação da CF/88 – 05/10/88. – definição de
marco temporal.
Assim, podemos dizer que o STF adotou a chamada Teoria do fato indígena, segundo a
qual na configuração das terras como indígenas, é essencial aferir se a ocupação das terras
pelos índios possui as características de persistência e constância, na data da promulgação do
permissivo constitucional.

Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios

• caráter permanente;
• atividade produtiva dos índios;
• imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais para o seu bem-
estar;
• necessárias à reprodução física e cultural.

EDUCAÇÃO NAS COMUNIDADES


Nas comunidades indígenas deve-se assegurar uma educação bilíngue, incluindo a
língua portuguesa e a língua materna e os processos de aprendizagem dos índios.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a


sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

POSSE E USUFRUTO DAS TERRAS


A CF assegura aos índios o direito de posse das terras que tradicionalmente ocupam,
contudo, a propriedade é da União67, nos termos do Art. 20, XI da CF.
Por serem de domínio da União, as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
classificam-se como bens públicos de uso especial.
Aos índios é também assegurado o direito ao usufruto exclusivo das riquezas do:
• solo
• rios
• lagos
Não há direito de usufruto sobre as riquezas do subsolo.

66
Os incisos I e XI do Art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que
ocupadas por indígenas em passado remoto.

67
Art. 20. São bens da União: XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

MUDE SUA VIDA!


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Ademais, essas terras são inalienáveis, indisponíveis e os direitos sobre elas


imprescritíveis:

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais


energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras
indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso
Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes
assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

NULIDADE E EXTINÇÃO DE ATOS CONTRA AS TERRAS QUE OCUPAM

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e


indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.

REMOÇÃO DE INDÍGENAS

Nas duas hipóteses fica garantido o retorno dos grupos indígenas após cessar o risco.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo,


ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou
epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da
soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional,
garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse
o risco.

Ressalta-se, inclusive, a decisão do Supremo de que a intimação do indígena para prestar


depoimento perante CPI, como testemunha, fora do seu habitat, viola a Constituição.

É considerado sem nenhum efeito jurídico os atos que tenham por objeto a ocupação, o
domínio e a posse das terras indígenas.

Por exemplo, expedição de títulos de propriedade em terras indígenas não terão


qualquer valor jurídico, mas fica assegurada a indenização pelas benfeitorias no caso de
ocupação de boa-fé, que devem ser cobradas da União.

Entretanto, há uma exceção, na hipótese de relevante interesse público da União, desde


que estabelecido por Lei complementar.

MUDE SUA VIDA!


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§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos


que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a
que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do
solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante
interesse público da União, segundo o que dispuser lei
complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a
indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei,
quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.

§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e §


4º.

Vejamos:
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em
cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção
econômico-social dos garimpeiros.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na
autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais
garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o
Art. 21, XXV, na forma da lei.

DEFESA JUDICIAL

O Art. 232 reconhece aos índios a legitimidade ad causam, que é o direito de


ingressarem em juízo na defesa de seus direitos e interesses, lembrando que deverá ocorrer a
intervenção do MP68, uma vez que a defesa judicial dos direitos e interesses das populações
indígenas é uma das funções institucionais do MP.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes


legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do
processo.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas.

68
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

MUDE SUA VIDA!


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É competência da Justiça Federal julgar as questões envolvendo disputa sobre direitos


indígenas:
Art. 109. Aos Juízes Federais compete processar e julgar:
XI - a disputa sobre direitos indígenas.

CUIDADO!
De acordo com o STF, só será de competência da Justiça Federal quando a
disputa envolver diretamente:
Direitos referentes à cultura indígena;
Direitos sobre as terras tradicionalmente ocupadas;
Interesses da União, como, por exemplo, infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas.

Assim, um crime praticado por índio contra outro índio, dentro do


aldeamento, mas sem que haja disputa sobre direitos indígenas será de
competência da Justiça estadual, e não federal. (RE 419.528)

QUILOMBOLAS
Quilombolas são escravos refugiados em quilombos, ou descendentes
de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram
dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam
diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.

O Art. 68 do ADCT, considerado como direito fundamental, assegura as comunidades


quilombolas o direito de propriedade das terras que ocupam, veja:


Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam
ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado
emitir-lhes os títulos respectivos.

MUDE SUA VIDA!


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EXERCÍCIOS

15. Ano: 2019 Banca: IF-PA - Com base na previsão expressa da Constituição Federal 1988,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) O lazer, a educação e a assistência aos desemparados estão no rol nos direitos
sociais.
b) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União.
c) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou
incentivos fiscais e creditícios.
d) É obrigatório aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica.
e) Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação
Infantil.

15. Gabarito: D

A primeira coisa que deve ser lembrada para resolver essa questão é que está
sendo solicitado que se encontre a alternativa errada. Sendo assim, é uma
excelente questão para estudar, pois além de fixar o conteúdo de maneira correta,
auxilia o candidato ao “inverter” a linha de raciocínio para a hora da prova. Vamos
conferir as assertivas.
A) CORRETA – todos os direitos estão previstos no Art. 6º da CF, portanto não
é nossa resposta.
B) CORRETA – todos definidos como competência de controle externo, quase
que na literalidade do texto constitucional previsto no Art. 71. Também não é o
gabarito.
C) CORRETA – também não é nossa resposta, pois está transcrição literal do
Art. 195, § 3º da CF/88.
D) INCORRETO - de acordo com a previsão do Art. 218, §5º da CF/88 define
que:
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
tecnológica
Questão capciosa – troca de palavras, no caso, “É OBRIGATÓRIA” da questão
por “É FACULTADO” da assertiva.
E) CORRETA – Art. 211, §2º da CF/88.

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16. Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP - De acordo com o disposto no texto constitucional,
assinale a alternativa INCORRETA acerca da Educação.
a) Os Municípios atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação
Infantil.
b) Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no Ensino Fundamental e
médio.
c) O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
d) É vedado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
e) As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial e obedecerão ao princípio de indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão.
16. Gabarito: D

Exigiu do candidato conhecimentos constitucionais relacionados ao assunto


EDUCAÇÃO. Cuidado com a inversão da linha de raciocínio.
A) CORRETO – Art. 211, § 2º Município – Educação Infantil, incluído pela
Emenda Constitucional nº 14/96.
B) CORRETO – Art. 211, § 3º.
C) CORRETO – Art. 208, § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente.
D) INCORRETO – § 1º É facultado às universidades admitir professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996). Bem como § 2º O disposto neste artigo aplica-se às
instituições de pesquisa científica e tecnológica.
E) CORRETO - Art. Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

MUDE SUA VIDA!


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TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS
Art. 233. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)

Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em


decorrência da criação de Estado, encargos referentes a despesas
com pessoal inativo e com encargos e amortizações da dívida
interna ou externa da administração pública, inclusive da indireta.

Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão


observadas as seguintes normas básicas:

I - a Assembleia Legislativa será composta de dezessete Deputados


se a população do Estado for inferior a seiscentos mil habitantes, e
de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até um milhão
e quinhentos mil;

II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;

III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo


Governador eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e
notório saber;

IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;

V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador


eleito, escolhidos da seguinte forma:

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de


idade, em exercício na área do novo Estado ou do Estado originário;

b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de


comprovada idoneidade e saber jurídico, com dez anos, no mínimo,
de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado na
Constituição;

VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco


primeiros Desembargadores poderão ser escolhidos dentre juízes de
direito de qualquer parte do País;

VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro


Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão nomeados
pelo Governador eleito após concurso público de provas e títulos;

VIII - até a promulgação da Constituição Estadual, responderão


pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela Defensoria-
Geral do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco anos
de idade, no mínimo, nomeados pelo Governador eleito e demissíveis
ad nutum;

MUDE SUA VIDA!


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IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território


Federal, a transferência de encargos financeiros da União para
pagamento dos servidores optantes que pertenciam à
Administração Federal ocorrerá da seguinte forma:
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos
encargos financeiros para fazer face ao pagamento dos servidores
públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;
b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta
por cento e, no oitavo, dos restantes cinquenta por cento;

X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos


mencionados neste artigo, serão disciplinadas na Constituição
Estadual;

XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão


ultrapassar cinquenta por cento da receita do Estado.

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter


privado, por delegação do Poder Público. (Regulamento)

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil


e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e
definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de


emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e
de registro. (Regulamento)

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de


concurso público de provas e títulos, não se permitindo que
qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de
provimento ou de remoção, por mais de seis meses.

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior,


essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão
exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de


petróleo, álcool carburante e outros combustíveis derivados de
matérias-primas renováveis, respeitados os princípios desta
Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de


Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de
1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público,
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a
partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei
dispuser, o programa do seguro-desemprego, outras ações da previdência
social e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28% (vinte e oito por


cento) serão destinados para o financiamento de programas de
desenvolvimento econômico, por meio do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração que
preservem o seu valor. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

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§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social


e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são
preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações
previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de
casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de que
trata o caput deste artigo, para depósito nas contas individuais dos
participantes.

§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que


contribuem para o Programa de Integração Social ou para o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois
salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o
pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o
rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já
participavam dos referidos programas, até a data da promulgação
desta Constituição.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma


contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da
força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor,
na forma estabelecida por lei.

§ 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados na


forma do § 1º e seus resultados serão anualmente avaliados e
divulgados em meio de comunicação social eletrônico e
apresentados em reunião da comissão mista permanente de que
trata o § 1º do art. 166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)

Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais


contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de
salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de
formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios
de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou
parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições


educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e
existentes na data da promulgação desta Constituição, que não
sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos
públicos.

§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições


das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será


mantido na órbita federal.

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Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do


País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei
serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas
de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 81, de 2014)

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico


apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e
reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos


edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.

Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder


Público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes de
pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da
responsabilidade civil do autor do ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na


regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido
alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de
1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do


art. 169 estabelecerão critérios e garantias especiais para a perda
do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência das
atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva atividades exclusivas de
Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a


perda do cargo somente ocorrerá mediante processo administrativo
em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla
defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável


pelo regime geral de previdência social, ainda que à conta do Tesouro
Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os
benefícios concedidos por esse regime observarão os limites fixados no art.
37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de


proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos respectivos
servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos
tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e
por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá
sobre a natureza e administração desses fundos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

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Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento


dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social,
em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá
constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer
natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
administração desse fundo. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

BRASÍLIA, 5 DE OUTUBRO DE 1988.

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CONSTITUIÇÃO - ADCT DE 1988

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS


Art. 1º O Presidente da República, o Presidente do Supremo
Tribunal Federal e os membros do Congresso Nacional prestarão o
compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, no ato e
na data de sua promulgação.

Art. 2º No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá,


através de plebiscito, a forma (república ou monarquia
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou
presidencialismo) que devem vigorar no País.

Se o povo optasse pela monarquia e/ou pelo parlamentarismo, a CF deveria


ser substancialmente alterada, por isso o Constituinte previu a revisão
constitucional, que estabelece esse procedimento mais fácil, simplificado para
alteração da Constituição.
Esse procedimento então encerrou-se em junho de 1994 e foram realizadas 6
emendas constitucionais de revisão (ECR), as quais, entretanto, não tiveram
grande relevância jurídica, já que o povo não alterou a forma e o sistema de
governo adotados em 1988.

§ 1º Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas


e sistemas, através dos meios de comunicação de massa cessionários
de serviço público.

§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição,


expedirá as normas regulamentadoras deste artigo.

PODER CONSTITUINTE

O Poder Constituinte Derivado se divide em PCR reformador e PCD decorrente:

PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR


É o poder de reformar, alterar a Constituição, respeitadas algumas regras e limites
estabelecidos na CF. Esse poder foi dado ao Congresso Nacional mediante dois
procedimentos: a) a revisão constitucional (Art. 3º ADCT); b) as emendas constitucionais (Art.
60 CF);

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REVISÃO CONSTITUCIONAL
Prevista no Art. 3º do ADCT estabelece um procedimento simplificado de alteração da
CF, que foi realizada 5 anos após a promulgação da CF, em razão das discussões durante o
trabalho da Assembleia Nacional Constituinte em 1988:

Art. 3º A revisão constitucional será realizada após cinco anos,


contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.

Assim, 5 anos depois da promulgação, a CF poderia ser alterada por meio de um


procedimento simples, menos rígido que o das emendas constitucionais. Isso porque durante
os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte houve muito debate a respeito da forma e
do sistema de governo que deveria ser adotado no país.
Sendo assim, foi adotada em caráter temporário a forma de governo republicana e o
sistema de governo presidencialista, tendo sido assegurado que o povo brasileiro deveria
decidir, em 1993, por meio de plebiscito, qual a forma de governo e o sistema de governo que
deveriam vigorar no país. Conforme Art. 2º do ADCT:

Art. 4º O mandato do atual Presidente da República terminará em


15 de março de 1990.

§ 1º A primeira eleição para Presidente da República após a


promulgação da Constituição será realizada no dia 15 de novembro
de 1989, não se lhe aplicando o disposto no art. 16 da Constituição.

§ 2º É assegurada a irredutibilidade da atual representação dos


Estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados.

§ 3º Os mandatos dos Governadores e dos Vice-Governadores


eleitos em 15 de novembro de 1986 terminarão em 15 de março de
1991.

§ 4º Os mandatos dos atuais Prefeitos, Vice-Prefeitos e


Vereadores terminarão no dia 1º de janeiro de 1989, com a posse
dos eleitos.

Art. 5º Não se aplicam às eleições previstas para 15 de novembro


de 1988 o disposto no art. 16 e as regras do art. 77 da Constituição.

§ 1º Para as eleições de 15 de novembro de 1988 será exigido


domicílio eleitoral na circunscrição pelo menos durante os quatro
meses anteriores ao pleito, podendo os candidatos que preencham
este requisito, atendidas as demais exigências da lei, ter seu registro
efetivado pela Justiça Eleitoral após a promulgação da Constituição.

§ 2º Na ausência de norma legal específica, caberá ao Tribunal


Superior Eleitoral editar as normas necessárias à realização das
eleições de 1988, respeitada a legislação vigente.

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§ 3º Os atuais parlamentares federais e estaduais eleitos Vice-


Prefeitos, se convocados a exercer a função de Prefeito, não
perderão o mandato parlamentar.

§ 4º O número de Vereadores por Município será fixado, para a


representação a ser eleita em 1988, pelo respectivo Tribunal
Regional Eleitoral, respeitados os limites estipulados no art. 29, IV,
da Constituição.

§ 5º Para as eleições de 15 de novembro de 1988, ressalvados os


que já exercem mandato eletivo, são inelegíveis para qualquer
cargo, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
por consanguinidade ou afinidade, até o segundo grau, ou por
adoção, do Presidente da República, do Governador de Estado, do
Governador do Distrito Federal e do Prefeito que tenham exercido
mais da metade do mandato.

Art. 6º Nos seis meses posteriores à promulgação da Constituição,


parlamentares federais, reunidos em número não inferior a trinta,
poderão requerer ao Tribunal Superior Eleitoral o registro de novo
partido político, juntando ao requerimento o manifesto, o estatuto e
o programa devidamente assinados pelos requerentes.

§ 1º O registro provisório, que será concedido de plano pelo


Tribunal Superior Eleitoral, nos termos deste artigo, defere ao novo
partido todos os direitos, deveres e prerrogativas dos atuais, entre
eles o de participar, sob legenda própria, das eleições que vierem a
ser realizadas nos doze meses seguintes a sua formação.

§ 2º O novo partido perderá automaticamente seu registro


provisório se, no prazo de vinte e quatro meses, contados de sua
formação, não obtiver registro definitivo no Tribunal Superior
Eleitoral, na forma que a lei dispuser.
Art. 7º O Brasil propugnará pela formação de um tribunal
internacional dos direitos humanos.

Art. 8º É concedida anistia aos que, no período de 18 de setembro


de 1946 até a data da promulgação da Constituição, foram
atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política,
por atos de exceção, institucionais ou complementares, aos que
foram abrangidos pelo Decreto Legislativo n.º 18, de 15 de
dezembro de 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei n.º 864, de 12 de
setembro de 1969, asseguradas as promoções, na inatividade, ao
cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam direito se
estivessem em serviço ativo, obedecidos os prazos de permanência
em atividade previstos nas leis e regulamentos vigentes, respeitadas
as características e peculiaridades das carreiras dos servidores
públicos civis e militares e observados os respectivos regimes
jurídicos.

§ 1º O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a


partir da promulgação da Constituição, vedada a remuneração de
qualquer espécie em caráter retroativo.

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§ 2º Ficam assegurados os benefícios estabelecidos neste artigo aos


trabalhadores do setor privado, dirigentes e representantes
sindicais que, por motivos exclusivamente políticos, tenham sido
punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades
remuneradas que exerciam, bem como aos que foram impedidos de
exercer atividades profissionais em virtude de pressões ostensivas
ou expedientes oficiais sigilosos.

§ 3º Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida civil,


atividade profissional específica, em decorrência das Portarias
Reservadas do Ministério da Aeronáutica n.º S-50-GM5, de 19 de
junho de 1964, e n.º S-285-GM5, será concedida reparação de
natureza econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do
Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses a
contar da promulgação da Constituição.

§ 4º Aos que, por força de atos institucionais, tenham exercido


gratuitamente mandato eletivo de vereador serão computados,
para efeito de aposentadoria no serviço público e previdência social,
os respectivos períodos.

§ 5º A anistia concedida nos termos deste artigo aplica-se aos


servidores públicos civis e aos empregados em todos os níveis de
governo ou em suas fundações, empresas públicas ou empresas
mistas sob controle estatal, exceto nos Ministérios militares, que
tenham sido punidos ou demitidos por atividades profissionais
interrompidas em virtude de decisão de seus trabalhadores, bem
como em decorrência do Decreto-Lei n.º 1.632, de 4 de agosto de
1978, ou por motivos exclusivamente políticos, assegurada a
readmissão dos que foram atingidos a partir de 1979, observado o
disposto no § 1º.

Art. 9º Os que, por motivos exclusivamente políticos, foram


cassados ou tiveram seus direitos políticos suspensos no período de
15 de julho a 31 de dezembro de 1969, por ato do então Presidente
da República, poderão requerer ao Supremo Tribunal Federal o
reconhecimento dos direitos e vantagens interrompidos pelos atos
punitivos, desde que comprovem terem sido estes eivados de vício
grave.

Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal proferirá a


decisão no prazo de cento e vinte dias, a contar do pedido do
interessado.

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se


refere o art. 7º, I, da Constituição:

I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para


quatro vezes, da porcentagem prevista no art. 6º, caput e § 1º, da
Lei n.º 5.107, de 13 de setembro de 1966;
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas


de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final de seu mandato;

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b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até


cinco meses após o parto.

§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da


Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso
é de cinco dias.

§ 2º Até ulterior disposição legal, a cobrança das contribuições


para o custeio das atividades dos sindicatos rurais será feita
juntamente com a do imposto territorial rural, pelo mesmo órgão
arrecadador.

§ 3º Na primeira comprovação do cumprimento das obrigações


trabalhistas pelo empregador rural, na forma do art. 233, após a
promulgação da Constituição, será certificada perante a Justiça do
Trabalho a regularidade do contrato e das atualizações das
obrigações trabalhistas de todo o período.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE


É o poder que a CF deu aos Estados-Membros para elaborarem suas próprias
constituições estaduais e decorre do poder constituinte originário, conforme Art. 25 da CF e
Art. 11 do ADCT:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.

Art. 11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes,


elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da
promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios
desta.

Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à


Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica
respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o
disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.
Já os Municípios, em que pese serem dotados de autonomia, não
possuem poder constituinte derivado decorrente, isso porque a
competência para elaborar suas leis orgânicas é condicionada à
observância da CF e também da CE, de modo que a sua elaboração
não decorre diretamente e exclusivamente do Poder constituinte
originário.

MUDE SUA VIDA!


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MAS E O DF?
Apesar de o DF se auto-organizar por meio de lei orgânica, entende a doutrina que a sua
auto-organização é exercício de Poder Constituinte Derivado Decorrente, pois não há
Constituição Estadual que o DF deve respeitar, mas tão somente a CF, logo a sua elaboração
decorre diretamente e exclusivamente do Poder constituinte originário, funcionando como
uma “Constituição local”, conforme já decidiu o STF69.

Art. 12. Será criada, dentro de noventa dias da promulgação da


Constituição, Comissão de Estudos Territoriais, com dez membros
indicados pelo Congresso Nacional e cinco pelo Poder Executivo,
com a finalidade de apresentar estudos sobre o território nacional e
anteprojetos relativos a novas unidades territoriais, notadamente
na Amazônia Legal e em áreas pendentes de solução.

§ 1º No prazo de um ano, a Comissão submeterá ao Congresso


Nacional os resultados de seus estudos para, nos termos da
Constituição, serem apreciados nos doze meses subsequentes,
extinguindo-se logo após.

§ 2º Os Estados e os Municípios deverão, no prazo de três anos, a


contar da promulgação da Constituição, promover, mediante
acordo ou arbitramento, a demarcação de suas linhas divisórias
atualmente litigiosas, podendo para isso fazer alterações e
compensações de área que atendam aos acidentes naturais,
critérios históricos, conveniências administrativas e comodidade
das populações limítrofes.

§ 3º Havendo solicitação dos Estados e Municípios interessados,


a União poderá encarregar-se dos trabalhos demarcatórios.

§ 4º Se, decorrido o prazo de três anos, a contar da promulgação


da Constituição, os trabalhos demarcatórios não tiverem sido
concluídos, caberá à União determinar os limites das áreas
litigiosas.

§ 5º Ficam reconhecidos e homologados os atuais limites do


Estado do Acre com os Estados do Amazonas e de Rondônia,
conforme levantamentos cartográficos e geodésicos realizados pela
Comissão Tripartite integrada por representantes dos Estados e dos
serviços técnico-especializados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística.

Art. 13. É criado o Estado do Tocantins, pelo desmembramento


da área descrita neste artigo, dando-se sua instalação no
quadragésimo sexto dia após a eleição prevista no § 3º, mas não
antes de 1º de janeiro de 1989.

69
RE 577025, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/2008, REPERCUSSÃO
GERAL - MÉRITO DJe-043 DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-08 PP-01507 RTJ VOL-00209-01
PP-00430

MUDE SUA VIDA!


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§ 1º O Estado do Tocantins integra a Região Norte e limita-se


com o Estado de Goiás pelas divisas norte dos Municípios de São
Miguel do Araguaia, Porangatu, Formoso, Minaçu, Cavalcante,
Monte Alegre de Goiás e Campos Belos, conservando a leste, norte e
oeste as divisas atuais de Goiás com os Estados da Bahia, Piauí,
Maranhão, Pará e Mato Grosso.

§ 2º O Poder Executivo designará uma das cidades do Estado


para sua capital provisória até a aprovação da sede definitiva do
governo pela Assembleia Constituinte.

§ 3º O Governador, o Vice-Governador, os Senadores, os


Deputados Federais e os Deputados Estaduais serão eleitos, em um
único turno, até setenta e cinco dias após a promulgação da
Constituição, mas não antes de 15 de novembro de 1988, a critério
do Tribunal Superior Eleitoral, obedecidas, entre outras, as
seguintes normas:

I - o prazo de filiação partidária dos candidatos será encerrado


setenta e cinco dias antes da data das eleições;
II - as datas das convenções regionais partidárias destinadas a
deliberar sobre coligações e escolha de candidatos, de apresentação
de requerimento de registro dos candidatos escolhidos e dos demais
procedimentos legais serão fixadas, em calendário especial, pela
Justiça Eleitoral;
III - são inelegíveis os ocupantes de cargos estaduais ou
municipais que não se tenham deles afastado, em caráter definitivo,
setenta e cinco dias antes da data das eleições previstas neste
parágrafo;
IV - ficam mantidos os atuais diretórios regionais dos partidos
políticos do Estado de Goiás, cabendo às comissões executivas
nacionais designar comissões provisórias no Estado do Tocantins,
nos termos e para os fins previstos na lei.

§ 4º Os mandatos do Governador, do Vice-Governador, dos


Deputados Federais e Estaduais eleitos na forma do parágrafo
anterior extinguir-se-ão concomitantemente aos das demais
unidades da Federação; o mandato do Senador eleito menos votado
extinguir-se-á nessa mesma oportunidade, e os dos outros dois,
juntamente com os dos Senadores eleitos em 1986 nos demais
Estados.

§ 5º A Assembleia Estadual Constituinte será instalada no


quadragésimo sexto dia da eleição de seus integrantes, mas não
antes de 1º de janeiro de 1989, sob a presidência do Presidente do
Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás, e dará posse, na
mesma data, ao Governador e ao Vice-Governador eleitos.

§ 6º Aplicam-se à criação e instalação do Estado do Tocantins,


no que couber, as normas legais disciplinadoras da divisão do
Estado de Mato Grosso, observado o disposto no art. 234 da
Constituição.

§ 7º Fica o Estado de Goiás liberado dos débitos e encargos


decorrentes de empreendimentos no território do novo Estado, e
autorizada a União, a seu critério, a assumir os referidos débitos.

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Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são


transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais limites
geográficos.

§ 1º A instalação dos Estados dar-se-á com a posse dos


Governadores eleitos em 1990.

§ 2º Aplicam-se à transformação e instalação dos Estados de


Roraima e Amapá as normas e os critérios seguidos na criação do
Estado de Rondônia, respeitado o disposto na Constituição e neste
Ato.

§ 3º O Presidente da República, até quarenta e cinco dias após a


promulgação da Constituição, encaminhará à apreciação do Senado
Federal os nomes dos governadores dos Estados de Roraima e do
Amapá que exercerão o Poder Executivo até a instalação dos novos
Estados com a posse dos governadores eleitos.

§ 4º Enquanto não concretizada a transformação em Estados,


nos termos deste artigo, os Territórios Federais de Roraima e do
Amapá serão beneficiados pela transferência de recursos prevista
nos arts. 159, I, a, da Constituição, e 34, § 2º, II, deste Ato.

Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de


Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco.

Art. 16. Até que se efetive o disposto no art. 32, § 2º, da


Constituição, caberá ao Presidente da República, com a aprovação
do Senado Federal, indicar o Governador e o Vice-Governador do
Distrito Federal.

§ 1º A competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal,


até que se instale, será exercida pelo Senado Federal.

§ 2º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial do Distrito Federal, enquanto não for
instalada a Câmara Legislativa, será exercida pelo Senado Federal,
mediante controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas do
Distrito Federal, observado o disposto no art. 72 da Constituição.

§ 3º Incluem-se entre os bens do Distrito Federal aqueles que lhe


vierem a ser atribuídos pela União na forma da lei.

Art. 17. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os


adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam
sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão
imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se
admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção
de excesso a qualquer título.

§ 1º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou


empregos privativos de médico que estejam sendo exercidos por
médico militar na administração pública direta ou indireta.

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§ 2º É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou


empregos privativos de profissionais de saúde que estejam sendo
exercidos na administração pública direta ou indireta.

Art. 18. Ficam extintos os efeitos jurídicos de qualquer ato


legislativo ou administrativo, lavrado a partir da instalação da
Assembleia Nacional Constituinte, que tenha por objeto a concessão
de estabilidade a servidor admitido sem concurso público, da
administração direta ou indireta, inclusive das fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público.

Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta,
autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da
promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos
continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada
no art. 37 da Constituição, são considerados estáveis no serviço
público.

§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será


contado como título quando se submeterem a concurso para fins de
efetivação, na forma da lei.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de


cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos
que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será
computado para os fins do caput deste artigo, exceto se se tratar de
servidor.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos professores de nível


superior, nos termos da lei.

Art. 20. Dentro de cento e oitenta dias, proceder-se-á à revisão


dos direitos dos servidores públicos inativos e pensionistas e à
atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de ajustá-
los ao disposto na Constituição.

Art. 21. Os juízes togados de investidura limitada no tempo,


admitidos mediante concurso público de provas e títulos e que
estejam em exercício na data da promulgação da Constituição,
adquirem estabilidade, observado o estágio probatório, e passam a
compor quadro em extinção, mantidas as competências,
prerrogativas e restrições da legislação a que se achavam
submetidos, salvo as inerentes à transitoriedade da investidura.

Parágrafo único. A aposentadoria dos juízes de que trata este


artigo regular-se-á pelas normas fixadas para os demais juízes
estaduais.

Art. 22. É assegurado aos defensores públicos investidos na


função até a data de instalação da Assembleia Nacional
Constituinte o direito de opção pela carreira, com a observância das
garantias e vedações previstas no art. 134, parágrafo único, da
Constituição.

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Art. 23. Até que se edite a regulamentação do art. 21, XVI, da


Constituição, os atuais ocupantes do cargo de censor federal
continuarão exercendo funções com este compatíveis, no
Departamento de Polícia Federal, observadas as disposições
constitucionais.

Parágrafo único. A lei referida disporá sobre o aproveitamento


dos censores federais, nos termos deste artigo.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


editarão leis que estabeleçam critérios para a compatibilização de
seus quadros de pessoal ao disposto no art. 39 da Constituição e à
reforma administrativa dela decorrente, no prazo de dezoito meses,
contados da sua promulgação.

Art. 25. Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da


promulgação da Constituição, sujeito este prazo a prorrogação por
lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão
do Poder Executivo competência assinalada pela Constituição ao
Congresso Nacional, especialmente no que tange a:

I - ação normativa;
II - alocação ou transferência de recursos de qualquer espécie.

§ 1º Os decretos-leis em tramitação no Congresso Nacional e por


este não apreciados até a promulgação da Constituição terão seus
efeitos regulados da seguinte forma:

I - se editados até 2 de setembro de 1988, serão apreciados pelo


Congresso Nacional no prazo de até cento e oitenta dias a contar da
promulgação da Constituição, não computado o recesso
parlamentar;
II - decorrido o prazo definido no inciso anterior, e não havendo
apreciação, os decretos-leis ali mencionados serão considerados
rejeitados;
III - nas hipóteses definidas nos incisos I e II, terão plena validade
os atos praticados na vigência dos respectivos decretos-leis,
podendo o Congresso Nacional, se necessário, legislar sobre os
efeitos deles remanescentes.

§ 2º Os decretos-leis editados entre 3 de setembro de 1988 e a


promulgação da Constituição serão convertidos, nesta data, em
medidas provisórias, aplicando-se-lhes as regras estabelecidas no
art. 62, parágrafo único.

Art. 26. No prazo de um ano a contar da promulgação da


Constituição, o Congresso Nacional promoverá, através de Comissão
mista, exame analítico e pericial dos atos e fatos geradores do
endividamento externo brasileiro.

§ 1º A Comissão terá a força legal de Comissão parlamentar de


inquérito para os fins de requisição e convocação, e atuará com o
auxílio do Tribunal de Contas da União.

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§ 2º Apurada irregularidade, o Congresso Nacional proporá ao


Poder Executivo a declaração de nulidade do ato e encaminhará o
processo ao Ministério Público Federal, que formalizará, no prazo
de sessenta dias, a ação cabível.

Art. 27. O Superior Tribunal de Justiça será instalado sob a


presidência do Supremo Tribunal Federal.

§ 1º Até que se instale o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo


Tribunal Federal exercerá as atribuições e competências definidas
na ordem constitucional precedente.

§ 2º A composição inicial do Superior Tribunal de Justiça far-se-


á:

I - pelo aproveitamento dos Ministros do Tribunal Federal de


Recursos;
II - pela nomeação dos Ministros que sejam necessários para
completar o número estabelecido na Constituição.

§ 3º Para os efeitos do disposto na Constituição, os atuais


Ministros do Tribunal Federal de Recursos serão considerados
pertencentes à classe de que provieram, quando de sua nomeação.

§ 4º Instalado o Tribunal, os Ministros aposentados do Tribunal


Federal de Recursos tornar-se-ão, automaticamente, Ministros
aposentados do Superior Tribunal de Justiça.

§ 5º Os Ministros a que se refere o § 2º, II, serão indicados em


lista tríplice pelo Tribunal Federal de Recursos, observado o
disposto no art. 104, parágrafo único, da Constituição.

§ 6º Ficam criados cinco Tribunais Regionais Federais, a serem


instalados no prazo de seis meses a contar da promulgação da
Constituição, com a jurisdição e sede que lhes fixar o Tribunal
Federal de Recursos, tendo em conta o número de processos e sua
localização geográfica.

§ 7º Até que se instalem os Tribunais Regionais Federais, o


Tribunal Federal de Recursos exercerá a competência a eles
atribuída em todo o território nacional, cabendo-lhe promover sua
instalação e indicar os candidatos a todos os cargos da composição
inicial, mediante lista tríplice, podendo desta constar Juízes Federais
de qualquer região, observado o disposto no § 9º.

§ 8º É vedado, a partir da promulgação da Constituição, o


provimento de vagas de Ministros do Tribunal Federal de Recursos.

§ 9º Quando não houver juiz federal que conte o tempo mínimo


previsto no art. 107, II, da Constituição, a promoção poderá
contemplar juiz com menos de cinco anos no exercício do cargo.

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§ 10. Compete à Justiça Federal julgar as ações nela propostas


até a data da promulgação da Constituição, e aos Tribunais
Regionais Federais, bem como ao Superior Tribunal de Justiça,
julgar as ações rescisórias das decisões até então proferidas pela
Justiça Federal, inclusive daquelas cuja matéria tenha passado à
competência de outro ramo do Judiciário.

Art. 28. Os Juízes Federais de que trata o art. 123, § 2º, da


Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 7, de 1977, ficam investidos na titularidade de
varas na seção judiciária para a qual tenham sido nomeados ou
designados; na inexistência de vagas, proceder-se-á ao
desdobramento das varas existentes.

Parágrafo único. Para efeito de promoção por antiguidade, o


tempo de serviço desses juízes será computado a partir do dia de
sua posse.

Art. 29. Enquanto não aprovadas as leis complementares


relativas ao Ministério Público e à Advocacia-Geral da União, o
Ministério Público Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, as
Procuradorias e Departamentos Jurídicos de autarquias federais
com representação própria e os membros das Procuradorias das
Universidades fundacionais públicas continuarão a exercer suas
atividades na área das respectivas atribuições.

§ 1º O Presidente da República, no prazo de cento e vinte dias,


encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei complementar
dispondo sobre a organização e o funcionamento da Advocacia-
Geral da União.

§ 2º Aos atuais Procuradores da República, nos termos da lei


complementar, será facultada a opção, de forma irretratável, entre
as carreiras do Ministério Público Federal e da Advocacia-Geral da
União.

§ 3º Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às


garantias e vantagens, o membro do Ministério Público admitido
antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto às
vedações, a situação jurídica na data desta.

§ 4º Os atuais integrantes do quadro suplementar dos


Ministérios Públicos do Trabalho e Militar que tenham adquirido
estabilidade nessas funções passam a integrar o quadro da
respectiva carreira.

§ 5º Cabe à atual Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,


diretamente ou por delegação, que pode ser ao Ministério Público
Estadual, representar judicialmente a União nas causas de natureza
fiscal, na área da respectiva competência, até a promulgação das
leis complementares previstas neste artigo.

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Art. 30. A legislação que criar a justiça de paz manterá os atuais


juízes de paz até a posse dos novos titulares, assegurando-lhes os
direitos e atribuições conferidos a estes, e designará o dia para a
eleição prevista no art. 98, II, da Constituição.

Art. 31. Serão estatizadas as serventias do foro judicial, assim


definidas em lei, respeitados os direitos dos atuais titulares.

Art. 32. O disposto no art. 236 não se aplica aos serviços notariais
e de registro que já tenham sido oficializados pelo Poder Público,
respeitando-se o direito de seus servidores.

Art. 33. Ressalvados os créditos de natureza alimentar, o valor


dos precatórios judiciais pendentes de pagamento na data da
promulgação da Constituição, incluído o remanescente de juros e
correção monetária, poderá ser pago em moeda corrente, com
atualização, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo
máximo de oito anos, a partir de 1º de julho de 1989, por decisão
editada pelo Poder Executivo até cento e oitenta dias da
promulgação da Constituição.

Parágrafo único. Poderão as entidades devedoras, para o


cumprimento do disposto neste artigo, emitir, em cada ano, no
exato montante do dispêndio, títulos de dívida pública não
computáveis para efeito do limite global de endividamento.

Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir


do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da promulgação da
Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a
redação dada pela Emenda n.º 1, de 1969, e pelas posteriores.

§ 1º Entrarão em vigor com a promulgação da Constituição os


arts. 148, 149, 150, 154, I, 156, III, e 159, I, c, revogadas as
disposições em contrário da Constituição de 1967 e das Emendas
que a modificaram, especialmente de seu art. 25, III.

§ 2º O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e


o Fundo de Participação dos Municípios obedecerão às seguintes
determinações:

I - a partir da promulgação da Constituição, os percentuais


serão, respectivamente, de dezoito por cento e de vinte por cento,
calculados sobre o produto da arrecadação dos impostos referidos
no art. 153, III e IV, mantidos os atuais critérios de rateio até a
entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 161, II;
II - o percentual relativo ao Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal será acrescido de um ponto percentual no
exercício financeiro de 1989 e, a partir de 1990, inclusive, à razão
de meio ponto por exercício, até 1992, inclusive, atingindo em 1993
o percentual estabelecido no art. 159, I, a;
III - o percentual relativo ao Fundo de Participação dos
Municípios, a partir de 1989, inclusive, será elevado à razão de meio
ponto percentual por exercício financeiro, até atingir o estabelecido
no art. 159, I, b.

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§ 3º Promulgada a Constituição, a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios poderão editar as leis necessárias à
aplicação do sistema tributário nacional nela previsto.

§ 4º As leis editadas nos termos do parágrafo anterior


produzirão efeitos a partir da entrada em vigor do sistema
tributário nacional previsto na Constituição.

§ 5º Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada


a aplicação da legislação anterior, no que não seja incompatível
com ele e com a legislação referida nos §§ 3º e 4º.

§ 6º Até 31 de dezembro de 1989, o disposto no art. 150, III, b,


não se aplica aos impostos de que tratam os arts. 155, I, a e b, e 156,
II e III, que podem ser cobrados trinta dias após a publicação da lei
que os tenha instituído ou aumentado.

§ 7º Até que sejam fixadas em lei complementar, as alíquotas


máximas do imposto municipal sobre vendas a varejo de
combustíveis líquidos e gasosos não excederão a três por cento.

§ 8º Se, no prazo de sessenta dias contados da promulgação da


Constituição, não for editada a lei complementar necessária à
instituição do imposto de que trata o art. 155, I, b, os Estados e o
Distrito Federal, mediante convênio celebrado nos termos da Lei
Complementar n.º 24, de 7 de janeiro de 1975, fixarão normas para
regular provisoriamente a matéria.

§ 9º Até que lei complementar disponha sobre a matéria, as


empresas distribuidoras de energia elétrica, na condição de
contribuintes ou de substitutos tributários, serão as responsáveis,
por ocasião da saída do produto de seus estabelecimentos, ainda
que destinado a outra unidade da Federação, pelo pagamento do
imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias
incidente sobre energia elétrica, desde a produção ou importação
até a última operação, calculado o imposto sobre o preço então
praticado na operação final e assegurado seu recolhimento ao
Estado ou ao Distrito Federal, conforme o local onde deva ocorrer
essa operação.

§ 10. Enquanto não entrar em vigor a lei prevista no art. 159, I, c,


cuja promulgação se fará até 31 de dezembro de 1989, é
assegurada a aplicação dos recursos previstos naquele dispositivo
da seguinte maneira:

I - seis décimos por cento na Região Norte, através do Banco da


Amazônia S.A.;
II - um inteiro e oito décimos por cento na Região Nordeste,
através do Banco do Nordeste do Brasil S.A.;
III - seis décimos por cento na Região Centro-Oeste, através do
Banco do Brasil S.A.

§ 11. Fica criado, nos termos da lei, o Banco de Desenvolvimento


do Centro-Oeste, para dar cumprimento, na referida região, ao que
determinam os arts. 159, I, c, e 192, § 2º, da Constituição.

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§ 12. A urgência prevista no art. 148, II, não prejudica a


cobrança do empréstimo compulsório instituído, em benefício das
Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), pela Lei n.º 4.156, de
28 de novembro de 1962, com as alterações posteriores.

Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma


progressiva, no prazo de até dez anos, distribuindo-se os recursos
entre as regiões macroeconômicas em razão proporcional à
população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87.

§ 1º Para aplicação dos critérios de que trata este artigo,


excluem-se das despesas totais as relativas:

I - aos projetos considerados prioritários no plano plurianual;


II - à segurança e defesa nacional;
III - à manutenção dos órgãos federais no Distrito Federal;
IV - ao Congresso Nacional, ao Tribunal de Contas da União e ao
Poder Judiciário;
V - ao serviço da dívida da administração direta e indireta da
União, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
federal.

§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere


o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do


primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente,
será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será
encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
primeiro período da sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Art. 36. Os fundos existentes na data da promulgação da


Constituição, excetuados os resultantes de isenções fiscais que
passem a integrar patrimônio privado e os que interessem à defesa
nacional, extinguir-se-ão se não forem ratificados pelo Congresso
Nacional no prazo de dois anos.

Art. 37. A adaptação ao que estabelece o art. 167, III, deverá


processar-se no prazo de cinco anos, reduzindo-se o excesso à base
de, pelo menos, um quinto por ano.

Art. 38. Até a promulgação da lei complementar referida no art.


169, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não
poderão despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por
cento do valor das respectivas receitas correntes.

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Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios, quando a respectiva despesa de pessoal exceder o limite
previsto neste artigo, deverão retornar àquele limite, reduzindo o
percentual excedente à razão de um quinto por ano.

Art. 39. Para efeito do cumprimento das disposições


constitucionais que impliquem variações de despesas e receitas da
União, após a promulgação da Constituição, o Poder Executivo
deverá elaborar e o Poder Legislativo apreciar projeto de revisão da
lei orçamentária referente ao exercício financeiro de 1989.

Parágrafo único. O Congresso Nacional deverá votar no prazo de


doze meses a lei complementar prevista no art. 161, II.

Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas


características de área livre de comércio, de exportação e
importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos,
a partir da promulgação da Constituição.

Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados


os critérios que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação
dos projetos na Zona Franca de Manaus.

Art. 41. Os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios reavaliarão todos os incentivos fiscais de
natureza setorial ora em vigor, propondo aos Poderes Legislativos
respectivos as medidas cabíveis.

§ 1º Considerar-se-ão revogados após dois anos, a partir da data


da promulgação da Constituição, os incentivos que não forem
confirmados por lei.

§ 2º A revogação não prejudicará os direitos que já tiverem sido


adquiridos, àquela data, em relação a incentivos concedidos sob
condição e com prazo certo.

§ 3º Os incentivos concedidos por convênio entre Estados,


celebrados nos termos do art. 23, § 6º, da Constituição de 1967, com
a redação da Emenda n.º 1, de 17 de outubro de 1969, também
deverão ser reavaliados e reconfirmados nos prazos deste artigo.

Art. 42. Durante quinze anos, a União aplicará, dos recursos


destinados à irrigação:

I - vinte por cento na Região Centro-Oeste;


II - cinquenta por cento na Região Nordeste, preferencialmente
no semiárido.

Art. 43. Na data da promulgação da lei que disciplinar a pesquisa


e a lavra de recursos e jazidas minerais, ou no prazo de um ano, a
contar da promulgação da Constituição, tornar-se-ão sem efeito as
autorizações, concessões e demais títulos atributivos de direitos
minerários, caso os trabalhos de pesquisa ou de lavra não hajam
sido comprovadamente iniciados nos prazos legais ou estejam
inativos.

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Art. 44. As atuais empresas brasileiras titulares de autorização de


pesquisa, concessão de lavra de recursos minerais e de
aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica em vigor terão
quatro anos, a partir da promulgação da Constituição, para
cumprir os requisitos do art. 176, § 1º.

§ 1º Ressalvadas as disposições de interesse nacional previstas


no texto constitucional, as empresas brasileiras ficarão dispensadas
do cumprimento do disposto no art. 176, § 1º, desde que, no prazo
de até quatro anos da data da promulgação da Constituição,
tenham o produto de sua lavra e beneficiamento destinado a
industrialização no território nacional, em seus próprios
estabelecimentos ou em empresa industrial controladora ou
controlada.

§ 2º Ficarão também dispensadas do cumprimento do disposto


no art. 176, § 1º, as empresas brasileiras titulares de concessão de
energia hidráulica para uso em seu processo de industrialização.

§ 3º As empresas brasileiras referidas no § 1º somente poderão


ter autorizações de pesquisa e concessões de lavra ou potenciais de
energia hidráulica, desde que a energia e o produto da lavra sejam
utilizados nos respectivos processos industriais.

Art. 45. Ficam excluídas do monopólio estabelecido pelo art. 177,


II, da Constituição as refinarias em funcionamento no País
amparadas pelo art. 43 e nas condições do art. 45 da Lei n.º 2.004,
de 3 de outubro de 1953.

Parágrafo único. Ficam ressalvados da vedação do art. 177, § 1º,


os contratos de risco feitos com a Petróleo Brasileiro S.A.
(Petrobrás), para pesquisa de petróleo, que estejam em vigor na
data da promulgação da Constituição.

Art. 46. São sujeitos à correção monetária desde o vencimento,


até seu efetivo pagamento, sem interrupção ou suspensão, os
créditos junto a entidades submetidas aos regimes de intervenção
ou liquidação extrajudicial, mesmo quando esses regimes sejam
convertidos em falência.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também:

I - às operações realizadas posteriormente à decretação dos


regimes referidos no caput deste artigo;
II - às operações de empréstimo, financiamento,
refinanciamento, assistência financeira de liquidez, cessão ou sub-
rogação de créditos ou cédulas hipotecárias, efetivação de garantia
de depósitos do público ou de compra de obrigações passivas,
inclusive as realizadas com recursos de fundos que tenham essas
destinações;
III - aos créditos anteriores à promulgação da Constituição;
IV - aos créditos das entidades da administração pública
anteriores à promulgação da Constituição, não liquidados até 1º de
janeiro de 1988.

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Art. 47. Na liquidação dos débitos, inclusive suas renegociações e


composições posteriores, ainda que ajuizados, decorrentes de
quaisquer empréstimos concedidos por bancos e por instituições
financeiras, não existirá correção monetária desde que o
empréstimo tenha sido concedido:

I - aos micro e pequenos empresários ou seus estabelecimentos


no período de 28 de fevereiro de 1986 a 28 de fevereiro de 1987;
II - aos mini, pequenos e médios produtores rurais no período de
28 de fevereiro de 1986 a 31 de dezembro de 1987, desde que
relativos a crédito rural.

§ 1º Consideram-se, para efeito deste artigo, microempresas as


pessoas jurídicas e as firmas individuais com receitas anuais de até
dez mil Obrigações do Tesouro Nacional, e pequenas empresas as
pessoas jurídicas e as firmas individuais com receita anual de até
vinte e cinco mil Obrigações do Tesouro Nacional.

§ 2º A classificação de mini, pequeno e médio produtor rural será


feita obedecendo-se às normas de crédito rural vigentes à época do
contrato.

§ 3º A isenção da correção monetária a que se refere este artigo


só será concedida nos seguintes casos:

I - se a liquidação do débito inicial, acrescido de juros legais e


taxas judiciais, vier a ser efetivada no prazo de noventa dias, a
contar da data da promulgação da Constituição;
II - se a aplicação dos recursos não contrariar a finalidade do
financiamento, cabendo o ônus da prova à instituição credora;
III - se não for demonstrado pela instituição credora que o
mutuário dispõe de meios para o pagamento de seu débito, excluído
desta demonstração seu estabelecimento, a casa de moradia e os
instrumentos de trabalho e produção;
IV - se o financiamento inicial não ultrapassar o limite de cinco
mil obrigações do Tesouro Nacional;
V - se o beneficiário não for proprietário de mais de cinco
módulos rurais.

§ 4º Os benefícios de que trata este artigo não se estendem aos


débitos já quitados e aos devedores que sejam constituintes.

§ 5º No caso de operações com prazos de vencimento posteriores


à data-limite de liquidação da dívida, havendo interesse do
mutuário, os bancos e as instituições financeiras promoverão, por
instrumento próprio, alteração nas condições contratuais originais
de forma a ajustá-las ao presente benefício.

§ 6º A concessão do presente benefício por bancos comerciais


privados em nenhuma hipótese acarretará ônus para o Poder
Público, ainda que através de refinanciamento e repasse de recursos
pelo banco central.

§ 7º No caso de repasse a agentes financeiros oficiais ou


cooperativas de crédito, o ônus recairá sobre a fonte de recursos
originária.

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Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da


promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do
consumidor.

Art. 49. A lei disporá sobre o instituto da enfiteuse em imóveis


urbanos, sendo facultada aos foreiros, no caso de sua extinção, a
remição dos aforamentos mediante aquisição do domínio direto, na
conformidade do que dispuserem os respectivos contratos.

§ 1º Quando não existir cláusula contratual, serão adotados os


critérios e bases hoje vigentes na legislação especial dos imóveis da
União.

§ 2º Os direitos dos atuais ocupantes inscritos ficam assegurados


pela aplicação de outra modalidade de contrato.

§ 3º A enfiteuse continuará sendo aplicada aos terrenos de


marinha e seus acrescidos, situados na faixa de segurança, a partir
da orla marítima.

§ 4º Remido o foro, o antigo titular do domínio direto deverá, no


prazo de noventa dias, sob pena de responsabilidade, confiar à
guarda do registro de imóveis competente toda a documentação a
ele relativa.

Art. 50. Lei agrícola a ser promulgada no prazo de um ano


disporá, nos termos da Constituição, sobre os objetivos e
instrumentos de política agrícola, prioridades, planejamento de
safras, comercialização, abastecimento interno, mercado externo e
instituição de crédito fundiário.

Art. 51. Serão revistos pelo Congresso Nacional, através de


Comissão mista, nos três anos a contar da data da promulgação da
Constituição, todas as doações, vendas e concessões de terras
públicas com área superior a três mil hectares, realizadas no
período de 1º de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987.

§ 1º No tocante às vendas, a revisão será feito com base


exclusivamente no critério de legalidade da operação.

§ 2º No caso de concessões e doações, a revisão obedecerá aos


critérios de legalidade e de conveniência do interesse público.

§ 3º Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores,


comprovada a ilegalidade, ou havendo interesse público, as terras
reverterão ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios.

Art. 52. Até que sejam fixadas as condições a que se refere o art.
192, III, são vedados:

I - a instalação, no País, de novas agências de instituições


financeiras domiciliadas no exterior;
II - o aumento do percentual de participação, no capital de
instituições financeiras com sede no País, de pessoas físicas ou
jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior.

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Parágrafo único. A vedação a que se refere este artigo não se


aplica às autorizações resultantes de acordos internacionais, de
reciprocidade, ou de interesse do Governo brasileiro.

Art. 53. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de


operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos
da Lei n.º 5.315, de 12 de setembro de 1967, serão assegurados os
seguintes direitos:

I - aproveitamento no serviço público, sem a exigência de


concurso, com estabilidade;
II - pensão especial correspondente à deixada por segundo-
tenente das Forças Armadas, que poderá ser requerida a qualquer
tempo, sendo inacumulável com quaisquer rendimentos recebidos
dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários, ressalvado
o direito de opção;
III - em caso de morte, pensão à viúva ou companheira ou
dependente, de forma proporcional, de valor igual à do inciso
anterior;
IV - assistência médica, hospitalar e educacional gratuita,
extensiva aos dependentes;
V - aposentadoria com proventos integrais aos vinte e cinco anos
de serviço efetivo, em qualquer regime jurídico;
VI - prioridade na aquisição da casa própria, para os que não a
possuam ou para suas viúvas ou companheiras.

Parágrafo único. A concessão da pensão especial do inciso II


substitui, para todos os efeitos legais, qualquer outra pensão já
concedida ao ex-combatente.

Art. 54. Os seringueiros recrutados nos termos do Decreto-Lei n.º


5.813, de 14 de setembro de 1943, e amparados pelo Decreto-Lei n.º
9.882, de 16 de setembro de 1946, receberão, quando carentes,
pensão mensal vitalícia no valor de dois salários mínimos.

§ 1º O benefício é estendido aos seringueiros que, atendendo a


apelo do Governo brasileiro, contribuíram para o esforço de guerra,
trabalhando na produção de borracha, na Região Amazônica,
durante a Segunda Guerra Mundial.

§ 2º Os benefícios estabelecidos neste artigo são transferíveis aos


dependentes reconhecidamente carentes.

§ 3º A concessão do benefício far-se-á conforme lei a ser proposta


pelo Poder Executivo dentro de cento e cinquenta dias da
promulgação da Constituição.

Art. 55. Até que seja aprovada a lei de diretrizes orçamentárias,


trinta por cento, no mínimo, do orçamento da seguridade social,
excluído o seguro-desemprego, serão destinados ao setor de saúde.

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Art. 56. Até que a lei disponha sobre o art. 195, I, a arrecadação
decorrente de, no mínimo, cinco dos seis décimos percentuais
correspondentes à alíquota da contribuição de que trata o Decreto-
Lei n.º 1.940, de 25 de maio de 1982, alterada pelo Decreto-Lei n.º
2.049, de 1º de agosto de 1983, pelo Decreto n.º 91.236, de 8 de
maio de 1985, e pela Lei n.º 7.611, de 8 de julho de 1987, passa a
integrar a receita da seguridade social, ressalvados, exclusivamente
no exercício de 1988, os compromissos assumidos com programas e
projetos em andamento.

Art. 57. Os débitos dos Estados e dos Municípios relativos às


contribuições previdenciárias até 30 de junho de 1988 serão
liquidados, com correção monetária, em cento e vinte parcelas
mensais, dispensados os juros e multas sobre eles incidentes, desde
que os devedores requeiram o parcelamento e iniciem seu
pagamento no prazo de cento e oitenta dias a contar da
promulgação da Constituição.

§ 1º O montante a ser pago em cada um dos dois primeiros anos


não será inferior a cinco por cento do total do débito consolidado e
atualizado, sendo o restante dividido em parcelas mensais de igual
valor.

§ 2º A liquidação poderá incluir pagamentos na forma de cessão


de bens e prestação de serviços, nos termos da Lei n.º 7.578, de 23 de
dezembro de 1986.

§ 3º Em garantia do cumprimento do parcelamento, os Estados e


os Municípios consignarão, anualmente, nos respectivos orçamentos
as dotações necessárias ao pagamento de seus débitos.

§ 4º Descumprida qualquer das condições estabelecidas para


concessão do parcelamento, o débito será considerado vencido em
sua totalidade, sobre ele incidindo juros de mora; nesta hipótese,
parcela dos recursos correspondentes aos fundos de participação,
destinada aos Estados e Municípios devedores, será bloqueada e
repassada à previdência social para pagamento de seus débitos.

Art. 58. Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela


previdência social na data da promulgação da Constituição, terão
seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder
aquisitivo, expresso em número de salários mínimos, que tinham na
data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério de atualização
até a implantação do plano de custeio e benefícios referidos no
artigo seguinte.

Parágrafo único. As prestações mensais dos benefícios


atualizadas de acordo com este artigo serão devidas e pagas a
partir do sétimo mês a contar da promulgação da Constituição.

Art. 59. Os projetos de lei relativos à organização da seguridade


social e aos planos de custeio e de benefício serão apresentados no
prazo máximo de seis meses da promulgação da Constituição ao
Congresso Nacional, que terá seis meses para apreciá-los.

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Parágrafo único. Aprovados pelo Congresso Nacional, os planos


serão implantados progressivamente nos dezoito meses seguintes.

Art. 60. Nos dez primeiros anos da promulgação da Constituição,


o Poder Público desenvolverá esforços, com a mobilização de todos
os setores organizados da sociedade e com a aplicação de, pelo
menos, cinquenta por cento dos recursos a que se refere o art. 212
da Constituição, para eliminar o analfabetismo e universalizar o
Ensino Fundamental.

Parágrafo único. Em igual prazo, as universidades públicas


descentralizarão suas atividades, de modo a estender suas unidades
de ensino superior às cidades de maior densidade populacional.

Art. 61. As entidades educacionais a que se refere o art. 213, bem


como as fundações de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido
autorizada por lei, que preencham os requisitos dos incisos I e II do
referido artigo e que, nos últimos três anos, tenham recebido
recursos públicos, poderão continuar a recebê-los, salvo disposição
legal em contrário.

Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural


(SENAR) nos moldes da legislação relativa ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de
Aprendizagem do Comércio (SENAC), sem prejuízo das atribuições
dos órgãos públicos que atuam na área.

Art. 63. É criada uma Comissão composta de nove membros,


sendo três do Poder Legislativo, três do Poder Judiciário e três do
Poder Executivo, para promover as comemorações do centenário da
proclamação da República e da promulgação da primeira
Constituição republicana do País, podendo, a seu critério,
desdobrar-se em tantas subcomissões quantas forem necessárias.

Parágrafo único. No desenvolvimento de suas atribuições, a


Comissão promoverá estudos, debates e avaliações sobre a evolução
política, social, econômica e cultural do País, podendo articular-se
com os governos estaduais e municipais e com instituições públicas
e privadas que desejem participar dos eventos.

Art. 64. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração
direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, promoverão edição popular do texto integral da
Constituição, que será posta à disposição das escolas e dos cartórios,
dos sindicatos, dos quartéis, das igrejas e de outras instituições
representativas da comunidade, gratuitamente, de modo que cada
cidadão brasileiro possa receber do Estado um exemplar da
Constituição do Brasil.

Art. 65. O Poder Legislativo regulamentará, no prazo de doze


meses, o art. 220, § 4º.

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Art. 66. São mantidas as concessões de serviços públicos de


telecomunicações atualmente em vigor, nos termos da lei.

Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no


prazo de cinco anos a partir da promulgação da Constituição.

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que


estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade
definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.

Art. 69. Será permitido aos Estados manter consultorias jurídicas


separadas de suas Procuradorias-Gerais ou Advocacias-Gerais,
desde que, na data da promulgação da Constituição, tenham órgãos
distintos para as respectivas funções.

Art. 70. Fica mantida a atual competência dos tribunais estaduais


até que a mesma seja definida na Constituição do Estado, nos
termos do art. 125, § 1º, da Constituição.
Brasília, 5 de outubro de 1988. Ulysses Guimarães, Presidente da Câmara
dos Deputados.

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