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Componente Enfermagem

Pediatrica

Módulo 10 – Praticas de Enfermagem III


Enfermagem Obstétrica e Enfermagem Pediátrica

Curso de Enfermagem Geral


Competências
Após a discussão deste tema os alunos deverão
ser capazes de:

1. Assegura um tratamento humanizado de qualidades na


prestação de Cuidados de Enfermagem às Crianças de 0
a 14 anos.
2. Aplica os conhecimentos sobre o desenvolvimento físico
e psicossocial das crianças de 0 a 14 anos para elaborar,
implementar, monitorizar e avaliar o Plano de Cuidado de
Enfermagem.
3. Realiza orientações às mães sobre a promoção e
recuperação da saúde e reabilitação das crianças de 0 a
14 anos.
Curso de Enfermagem Geral
Competências
Após a discussão deste tema os alunos deverão
ser capazes de:

4. Aplica os princípios técnicos científicos na realização de


intervenções em situações de emergência ou urgência
para socorrer e assegurar a recuperação das crianças.

5. Aplica os conhecimentos de farmacologia na


administração e controlo dos medicamentos de foro
pediátrico prescritos.

Curso de Enfermagem Geral


Competências
Após a discussão deste tema os alunos deverão ser
capazes de:

6. Regista oportunamente e de forma clara as informações


e procedimentos de enfermagem pediátrica no diário de
enfermagem, livro de ocorrência, folha de registo dos sinais
vitais e cardex, para assegurar a continuidade e eficácia da
prestação de cuidados humanizados e de qualidade à
criança dos 0- 14 anos.

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CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO
DA CRIANÇA

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Infância
 Esta fase compreende três estágios, a saber: A
primeira infância (até os 2 anos de idade), a segunda
infância ou fase pré-escolar (dos 2 aos 6 anos) e a
terceira infância ou fase escolar (dos 6 anos até o início
da puberdade).

 A Primeira Infância Fase do lactente: É o período no


qual a principal alimentação da criança é o leite,
principalmente materno. Ela passa por modificações
importantes durante seu desenvolvimento físico, e vai
adquirindo habilidades, por exemplo: a partir de 3
meses já ri, observa o ambiente que a cerca; senta-se
aos 6 meses; engatinha aos 9 meses e até um ano já
estará andando sozinha.
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Adolescência
 A adolescência caracteriza-se por alterações biológicas,
psicológicas, sociais e culturais, e pode ter duração
variada, dependendo do indivíduo. As modificações que
ocorrem com o adolescente se dão em todos os órgãos
e estruturas do corpo, devido à acção dos harmónios.

 Trata-se da fase chamada de puberdade, que termina


quando pára o crescimento dos ossos e conclui-se o
amadurecimento das gónadas, quando o indivíduo já
pode gerar filhos.

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Definição
CRESCIMENTO: Constitui as alterações biológicas que
implicam em aumento corporal da criança, manifestadas
pelo aumento do tamanho das células (Hipertrofia), e pelo
aumento do número de células (Hiperplasia). É um
quantitativo. Referencia-se por:
 Peso
 Estatura
 Perímetro cefálico
 Perímetro torácico
 Alteração das fontanelas
 Dentição
 Alterações na proporção corporal e tecidos corporais

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Crescimento
O crescimento e o desenvolvimento fazem parte do
mesmo processo; são interdependentes, mas não são
sinónimos. O crescimento se expressa por aumento da
massa corporal, e o desenvolvimento, pela aquisição de
habilidades progressivamente mais complexas.

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Crescimento
Portanto, pode se dizer que o crescimento sofre
influências de:

Factores intrínsecos (genéticos, metabólicos e


malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja,
podem ser geneticamente determinadas);

Factores extrínsecos dentre os quais destacam-se a


alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os
cuidados gerais com a criança.

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Crescimento

 Com relação ao crescimento linear (estatura), pode-se


dizer que a altura final do indivíduo é o resultado da
interacção entre sua carga genética e os factores do
meio ambiente que permitirão a maior ou menor
expressão do seu potencial genético.

 Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos


factores ambientais é muito mais importante do que a
dos factores genéticos para expressão de seu potencial
de crescimento. Os factores genéticos presentam a sua
influência marcada na criança maior, no adolescente e
no jovem.

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Crescimento
Influência do factor genético no crescimento pode ser
demonstrada através de vários exemplos:

Crescimento linear: Lembrar que para crescimento linear


é usado o termo comprimento para crianças menores de 2
anos de idade (criança deitada) e altura a partir dos 2 anos
de idade (criança/adulto em pé). O termo estatura é usado
no texto para representar genericamente ambos, altura e
comprimento.

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Crescimento
Na velocidade do crescimento das diferentes partes do
corpo:

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Crescimento
 Influência do meio ambiente: ocorre desde a vida intra-
uterina, quando o crescimento é limitado a partir de um
certo momento pelo espaço da cavidade intra-uterina, até
a idade adulta.

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Crescimento

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Crescimento
Factores extrínsecos que influenciam o crescimento:

Alimentação. A criança até cinco anos requer


cuidados específicos com a sua alimentação. Crescer
consome energia: 32% das necessidades calóricas de
um recém-nascido são destinadas ao crescimento.

A dieta da criança deve ter qualidade, quantidade,


frequência e consistência adequadas para cada idade.
Para crianças até 6 meses de idade, o leite materno
exclusivo é o melhor alimento

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Crescimento
Infecções. É também muito importante para o
crescimento adequado da criança. É essencial que as
crianças sejam imunizadas, segundo o calendário de
vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, para
que se evite a ocorrência das doenças
imunopreveníveis.
Quanto à outros processos infecciosos, é necessário
que sejam diagnosticados e debelados precocemente
para que não evoluam para um quadro adverso, com o
aumento das necessidades nutricionais, associado à
diminuição do apetite e, nos casos das diarreias e
doenças parasitárias, ao menor aproveitamento
biológico dos alimentos.

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Crescimento
Higiene. A higiene adequada da criança, dos
alimentos, do ambiente e de todos aqueles que lidam
com ela são factores essenciais para seu bom
crescimento. Isso implica na disponibilidade de água
potável, de meios adequados para os esgotos
sanitários, e destino de lixo e em conhecimentos,
atitudes e práticas correctas sobre o manuseio,
armazenamento, preparo e conservação dos
alimentos, de higiene corporal e do ambiente.

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Avaliação do Crescimento da Criança

Parâmetros do crescimento:
 Peso para a idade
 Estatura para a idade
 Peso para a estatura
 Índice de Massa Corporal (IMC) para idade
 Perímetro braquial
 Perímetro craniano
 Perímetro torácico
 Dentição

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Principais actividades a realizar na consulta

1. Avaliação do crescimento
2. Avaliação do desenvolvimento psicomotor
3. Realização de exame físico completo
4. Promoção do cumprimento do calendário vacinal
5. Orientação sobre a alimentação adequada da
criança
6. Educação sanitária individual
7. Rastreio de factores de risco para Atenção Especial
(Consulta Crianças em Risco)
8. Recomendações sobre o Planeamento Familiar

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Definição
DESENVOLVIMENTO: É o aumento da capacidade do
indivíduo na realização de funções cada vez mais
complexas. A criança desenvolve controle neuromuscular,
destreza e traços de carácter, funções que só podem ser
medidas por meio de provas funcionais.

 Habilidades motoras grossas


 Habilidades motoras finas
 Desenvolvimento da linguagem
 Desenvolvimento cognitivo
 Desenvolvimento social e afectivo

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Desenvolvimento
Desenvolvimento: É um conceito amplo que se refere a
uma transformação complexa, contínua, dinâmica e
progressiva, que inclui, além do crescimento, a
maturação, a aprendizagem e os aspectos psíquicos e
sociais.

Condições básicas do desenvolvimento na infância


A palavra infante vem do latim infans, que significa
incapaz de falar.

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Desenvolvimento
Geralmente, define o período que vai do nascimento até
aproximadamente dos 2 aos 3 anos de idade, quando a
fala já se transformou em instrumento de comunicação.
Nessa fase, muitos eventos ocorrem pela primeira vez: (o
primeiro sorriso, a primeira palavra, os primeiros passos, o
primeiro alcançar de um objecto).

A criança é um ser dinâmico, complexo, em constante


transformação, que apresenta uma sequência previsível e
regular de crescimento físico e de desenvolvimento
neuropsicomotor.

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Desenvolvimento
Esse desenvolvimento sofre a influência contínua de
factores intrínsecos e extrínsecos que provocam variações
de um indivíduo para outro e que tornam único o curso do
desenvolvimento de cada criança.

Factores intrínsecos: determinam as características


físicas da criança, a cor dos seus olhos e outros atributos
geneticamente determinados.

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Desenvolvimento
 Factores extrínsecos: começam a actuar desde a
concepção, estando directamente relacionados com o
ambiente da vida intra-uterina, proporcionado pela mãe
por meio das suas condições de saúde e nutrição.

Além disso, mãe e feto sofrem os efeitos do ambiente que


os circunda. O bem-estar emocional da mãe também
influencia de forma significativa o bem-estar do feto,
embora esse tipo de influência não funcione,
necessariamente, como causa directa de problemas de
desenvolvimento ulteriores.

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Causas de transtorno do desenvolvimento
com impacto em menores de 2 meses
AMBIENTAIS BIOLÓGICAS
 Crianças que não mamam  Peso ao nascer menor que 2.500 gr
 Mãe adolescente  Prematuros e pequenos para a idade
 Gravidez não desejada gestacional
 Baixa escolaridade materna  Hemorragia intracraniana
 Uso de drogas pelos genitores  Anomalias congénitas
 Depressão pós parto  Anóxia ao nascer
 Morte materna  Hipoglicemia
 Convulsão
 Surdez e cegueira

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Avaliação do Desenvolvimento da Criança

Características biológicas: O ser humano apresenta


algumas características que o diferenciam dos outros
animais. Algumas delas fazem paralelos com alguns
aspectos que podemos observar na maioria das escalas
ou roteiros para avaliação do desenvolvimento, por
exemplo:

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Avaliação do Desenvolvimento da Criança

Para a avaliação do desenvolvimento Psico - Motor


(DPM) habitualmente consideram-se 4 áreas
fundamentais:

1. A postura erecta e marcha (motricidade global)

2. A manipulação delicada (visão e motricidade fina)

3. A audição e a linguagem

4. As relações sociais e as actividades complexas do


dia a dia.

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Desenvolvimento Psicossocial
Desenvolvimento psicossocial: É o processo de
humanização que inter-relaciona aspectos biológicos,
psíquicos, cognitivos, ambientais, socioeconómicos e
culturais, mediante o qual a criança vai adquirindo maior
capacidade para mover-se, coordenar, sentir, pensar e
interagir com os outros e o meio que a rodeia; em síntese,
é o que lhe permitirá incorporar-se, de forma activa e
transformadora, à sociedade em que vive.

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Desenvolvimento Motor da Criança

 Maturação: É a organização progressiva das estruturas


morfológicas, já que, como o crescimento, seu potencial
está geneticamente determinado. A maturação
neurológica engloba os processos de crescimento,
diferenciação celular, mielinização e o aperfeiçoamento
dos sistemas que conduzem a coordenações mais
complexas.
 Do ponto de vista da maturação, o desenvolvimento
neurológico não acontece de maneira arbitrária, mas de
acordo com um plano contido no potencial genético,
através de etapas previsíveis e pré-determinadas, no
sentido céfalocaudal e do centro para a periferia. Ver
Figura 1.

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Desenvolvimento Motor da Criança

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Desenvolvimento
Períodos ou etapas do desenvolvimento:
Do ponto de vista didáctico, observa-se que o
desenvolvimento vai transcorrendo por etapas ou fases,
que correspondem a determinados períodos do
crescimento e da vida, em geral. Cada um desses
períodos tem suas próprias características e ritmos . Ainda
que não se deva perder de vista que cada criança tem seu
próprio padrão de desenvolvimento:
 Período pré-natal (da concepção ao nascimento);
 Período neonatal (0 a 28 dias de vida);
 Primeira infância: lactente (29 dias a 2 anos);
 Infância (segunda infância ou pré-escolar: 2 a 6 anos)

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Calendário Vacinal
 Introdução:

Em Moçambique, tal como nos outros países em


desenvolvimento, as doenças infecciosas ocupam o
primeiro lugar entre as causas de morte. São também
graves as consequências dessas doenças nos
sobreviventes, principalmente a paralisia da poliomielite,
e as sequelas da tuberculose e do sarampo. No
entanto, a maioria dessas doenças é evitável através da
vacinação.

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Vacinas e doenças abrangidas pelo
PAV
Vacina Doença alvo
BCG Tuberculose
Vacina anti-pólio Poliomielite
DTP-Hepatite B e Hib Difteria, Tétano, Tosse Convulsa,
Hepatite B, Meningite e Infecções
respiratórias causadas por
Haemophilus b
Vacina anti-sarampo Sarampo
Vacina anti-tétano Tétano

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Calendário Nacional de Vacinação
Vacina Idade ideal para a vacinação
BCG À nascença, ou o mais cedo possível após o
nascimento
Pólio 0 À nascença, ou o mais cedo possível após o
Pólio 1 nascimento
Pólio 2 2 meses
Pólio 3 3 meses
4 meses
DTP-HepB 1e Hib 2 meses
DTP-HepB 2e Hib 3 meses
DTP-HepB 3e Hib 4 meses
Anti-sarampo 9 meses
Anti-tétano 6 anos (alunos matriculados pela primeira vez na
primeira classe)
7 anos (alunos na segunda classe)

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Calendário Nacional de Vacinação
As regras a lembrar, são
1. A vacina Anti-sarampo não deve ser aplicada antes
dos 8 meses e meio de idade.

2. As vacinas de aplicação múltipla, Pólio, DTP + HepB +


Hib, devem ser dadas num intervalo mínimo de 4
semanas (1 mês) entre as doses. Estas vacinas
também podem ser iniciadas em crianças com 6
semanas de idade que, por qualquer motivo,
apareçam na unidade sanitária antes da idade ideal de
vacinação - 2 meses.
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Calendário Nacional de Vacinação
As regras a lembrar, são
3. Uma criança que apareça pela primeira vez na
unidade sanitária com 1 ano de vida, deverá:

 Ser administrada com a vacina Anti-sarampo, DTP


+HepB, Pólio e Hib, e marcar as doses
complementares com um intervalo de 4 semanas (1
mês);

 Verificar se tem ou não cicatriz de BCG, se tiver: não


deve ser feita a vacina, se não tiver: fazer o
MANTOUX, se for positivo, não vacinar, se for
negativo, vacinar.

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Vacinação com BCG numa criança com
idade superior a 1 ano
Verificar cicatriz de BCG

Tem cicatriz Não Tem cicatriz

NÃO VACINAR Fazer Mantoux

Mantoux positivo Mantoux negativo

NÃO VACINAR VACINAR

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Contra-indicações para a vacinação

 Não dar BCG a uma criança que, comprovadamente,


tenha SIDA ( OMS III, IV) ou tuberculose neonatal

 Não dar DTP+HepB e Hib a uma criança que tenha


tido convulsões ou tenha estado em CHOQUE nos
três dias após a dose mais recente da vacina.

 Não dar DTP+HepB e Hib a uma criança com


convulsões recorrentes ou outra doença neurológica
activa do sistema nervoso central.

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Material
 Material e EPI necessário

 Procedimentos e registo

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Bibliografia
 Normas de Atendimento à Criança Sadia e à Criança em
Risco
(MISAU)

 Roteiro para acelerar a redução da Mortalidade materna


e neonatal em Moçambique
MISAU 14 de Maio 2008

 Projecto de Profissionalização dos Trabalhadores da


Área de Enfermagem (SAÚDE DA MULHER, DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
Brasília – DF 2003

 Site: www.saude.mg.gov.br

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