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Formando mediadores de leitura


Semana 1
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Programa do Curso

Atividade prática do
Período Tema(s) Objetivos
encontro
Leitura e literatura como direitos e Refletir sobre o papel e o lugar da Esboço de minha história
Semana 1 princípios de cidadania leitura e da literatura na de leitor – passado,
constituição da sociedade. presente, futuro.
Modos e práticas de leitura de Identificar modos e práticas de Estudo aplicado –
leitura leitura existentes e/ou potenciais planejamento da ação
Semana 2
Comunidades de leitores. em nossa comunidade. cultural
Tipos de Rodas de leitura.
Mediação e formação de leitores: as Identificar características e Exercícios de leitura
habilidades do mediador. habilidades a serem expressiva: uso da voz,
Semana 3 desenvolvidas pelo mediador expressão corporal,
para o desenvolvimento de sua recursos para leitura, etc.
ação
Rodas de leitura manauaras: modos Construir, a partir do Finalização do plano e
de fazer conhecimento construído e de preparação de cada Roda
Semana 4 experiências conhecidas, um de leitura dos
modo de fazer da ação do Projeto participantes.
Rodas de leitura manauaras.
Semana 5 Realização das Rodas de leitura manauaras
Semana 6 Seminário de encerramento do Curso.

Horários (essa é uma proposta de organização do horário, para nos ajudar a aproveitarmos e respeitarmos ao
máximo nosso tempo. Nada é rígido, tudo é criativo!)

Turmas Horários Atividades


turma 1 9h-10h Roda de leitura da turma
turma 2 14h -15h
turma 1 10h15 – 10h30 Lanche
turma 2 15h15 – 15h30
turma 1 10h30 – 11h15 Estudo do tema
turma 2 15h30 – 16h15
turma 1 11h15 – 11h45 Atividade prática
turma 2 16h15 – 16h45
turma 1 11h45 – 12h Avaliação do encontro; encaminhamentos.
turma 2 16h45 – 17h Abraço
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA DO CURSO

ANDRUETTO, Maria Teresa. A leitura, outra revolução. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2017.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. São Paulo: Duas cidades: 1995.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 1.ed. São Paulo: Contexto, 2009.

COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2022.

LAJOLO, Marisa. Literatura: leitores e leitura. São Paulo: Moderna, 2001

MATOS, Gislaine Avelar; SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias. 3.ed. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2009.

NAKANO, Marilena; ENDO, Paulo (et al). Mediação. Cultura, leitura e território. São Paulo: Secretaria de
Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Unidade de Difusão Cultural Bibliotecas e Leitura, SP
Leituras, 2019.
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SEMANA 1

Leitura e literatura como direitos e princípios de cidadania


TEXTO 1

HTTPS://EMILIA.ORG.BR/LITERATURA-COMO-DIREITO-HUMANO/ ACESSO EM 02/05/2023


LITERATURA COMO DIREITO HUMANO
CIDA FERNANDEZ
14 DE ABRIL DE 2020

O mestre Antonio Candido, já pelos idos de 1980, nos ensinava que a literatura é um direito
humano porque é um bem indispensável à nossa humanização. E é indispensável à nossa
humanização porque realiza funções fundamentais para o nosso desenvolvimento enquanto seres
humanos. A literatura estimula e alimenta nossa imaginação, que é a essência da nossa humanidade;
nos provoca e possibilita o exercício da alteridade, pois nos coloca no lugar de outra pessoa (as
personagens); contribui para o desenvolvimento do nosso repertório linguístico, aumentando nossa
capacidade de comunicação com o mundo; e, ainda, nos propicia de uma outra maneira conhecer o
desenvolvimento do mundo e os conhecimentos produzidos ao longo da história.
Nenhum ser humano vive sem sonhos, sem imaginação. Os sonhos, no sentido da imaginação,
são a principal matéria da cultura. Diferentemente de outras espécies – além do polegar opositor e
da racionalidade – tudo o que o ser humano constrói, antes de construído, foi imaginado. Quando
imaginamos uma casa – a “casa dos nossos sonhos” – a idealizamos e depois a construímos. Quando
terminamos de construir já temos outra imagem, outro sonho, já queremos “aperfeiçoar” o que
antes era ideal, e assim sucessivamente. Podemos dizer que nossa imaginação e nossos sonhos
alimentam a nossa vida, o nosso movimento no mundo.
A literatura estimula essa imaginação.
À medida que lemos, vamos criando imagens, essas imagens nos transportam para outro
tempo e outro espaço. Essa viagem no tempo e no espaço nos ajuda a perceber, ainda que
inconscientemente, que a realidade não está dada, não é imutável, não é congelada, assim é porque
assim tem que ser. Isso fortalece nossa capacidade de transformar as coisas, as nossas realidades.
Esse exercício também nos alimenta a alteridade, quando nos colocamos no lugar de outra pessoa e
podemos sentir empatia. Lynn Hunt em seu livro “A invenção dos Direitos Humanos” apresenta uma
interessante pesquisa sobre como o romance epistolar, no contexto do século XVIII, contribuiu para
que a sociedade fosse construindo empatia. Através da leitura do romance em forma de cartas, as
pessoas começaram a se identificar com outras, não suas iguais nem próximas, mas as distantes e
fictícias personagens dos romances de Rousseau e de Richardson, compreendendo através das
histórias de Júlia, Clarissa e Pamela, que todas as pessoas são constituídas de sentimentos, sentem
dor, alegria, amor, ódio. Esses romances ocuparam o centro do debate sobre literatura na Europa do
século XVIII e, segundo a pesquisadora, tiveram um papel importante para que a noção de direitos
humanos começasse a se desenvolver, certamente junto com outras artes e outros elementos
daquele contexto, daquela realidade.
Quando lemos literatura, podemos viver em outras peles, tão diversas! Tão contraditórias! Além de
permitir o exercício da imaginação, nos transportando para outros tempos e outros cenários,
transporta-nos para peles de gente do bem e gente do mal. Exercita nossa alteridade, nossa
compaixão, nossa parte boa e nossa parte má. E como trazido nos debates apresentados por Lynn
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Hunt, a tendência humana é sempre ficar ao lado dos oprimidos e não dos opressores. Isso não quer
dizer que a literatura salva ninguém. Apenas que ela nos dá elementos para escolhermos ser
melhores ou não em nossa humanidade.
A literatura aumenta a nossa capacidade de comunicação. Quem nunca ouviu a máxima
“quem bem lê bem fala, melhor vê”. Através da literatura também podemos dar forma a
conhecimentos que a partir de outras disciplinas escolares nos parecem tão distantes e abstratos.
Por exemplo, como a revolução industrial estudada no livro didático é tão diferente da compreendida
quando lemos a obra de Émile Zola, “Germinal”! No romance ela toma forma e sentimento, o texto
nos transporta para o contexto e compreendemos num outro lugar da nossa alma o que aconteceu
no mundo naquela época, com aquelas pessoas, para além dos fatos congelados no papel. Da mesma
forma, podemos conhecer a cidade do Rio de Janeiro do século XIX nos livros de história, distante,
impessoal e inexpressiva e torná-la amplificada e viva, se sentida, cheirada e vivida nas obras de
Machado de Assis e de Aluísio Azevedo. Podemos também entender a humanidade na atualidade
das vivências de um menino treloso, em “As Mentiras de Paulinho”, de Fernanda Lopes de Almeida,
e compreender que a criança tem muita imaginação e cria e conta, não necessariamente mente.
O exercício de ler literatura aos poucos vai nos permitindo perceber que nossas múltiplas
visões e interpretações da realidade se entrecruzam, dialogam com os textos e se transformam em
outras percepções de mundo, ampliado, múltiplo, possível. Com isso, nos desenvolvemos,
desenvolvemos nosso olhar, desenvolvemos nossa humanidade, “saímos da caixinha”.

Como diz a compositora:


Minh’alma não tem tampinha
Minh’alma não tem roupinha
Minh’alma não tem não tem caixinha
Só tem asinha
Daniela Mercury

A essência da nossa humanidade é livre e quando falamos de humanidade falamos daquilo


que nos distingue intimamente do restante das espécies: a produção de cultura, que só se realiza
através do exercício da criação que é essencialmente potencializado pela imaginação.
Bem, se entendemos a importância da literatura no desenvolvimento da nossa essência
humana, compreendemos perfeitamente o que dizia Antonio Candido, quando afirmou que a
literatura é um direito humano.

Mas, como garantir o direito humano à literatura?


A primeira resposta que me vem à mente – não é nem definitiva, nem a única, mas sem dúvida
é estruturante – é que sendo a literatura um direito humano, temos que compreender e defender
que é papel do Estado suprir a sociedade com esse bem indispensável à nossa humanidade! Portanto,
é fundamental a nossa organização como sociedade para lutar e incidir na elaboração de políticas
públicas que garantam esse direito a todas as pessoas. Para que o Estado se responsabilize pela
criação e manutenção de bibliotecas públicas, escolares e espaços de leitura de Norte a Sul do país.
Para que crie e ofereça cursos de formação para novos profissionais e para a qualificação dos que já
empreendem nessas áreas, de cada um dos segmentos envolvidos na economia do livro: da cadeia
criativa (escritores/as, designers, ilustradores/as), da cadeia mediadora (mediadores/as,
bibliotecárias/os, professoras/es, contadoras/es de histórias) e da cadeia produtiva e distributiva
(editores/as, livreiros/as). Para que crie programas que apoiem a modernização e o desenvolvimento
do nosso parque gráfico e garanta a competitividade da empresa nacional para enfrentar os grandes
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conglomerados internacionais que cada vez mais ocupam o território e o mercado brasileiro, levando
à bancarrota livrarias e editoras nacionais, especialmente nos últimos anos.
Para que o direito humano à leitura e à literatura se efetive é fundamental continuar a pressão
pela regulamentação da Lei 13.696, de 2018, que, após 12 anos de luta, institucionalizou a Política
Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), mas que está aí parada, novamente esperando para se efetivar;
e se não nos mexermos como cidadãos e cidadãs, sujeitos de direito, ela não sairá do papel. Vale a
pena lembrar que foi em função do movimento da sociedade – as políticas públicas só são elaboradas
em função de uma demanda social – que, em 2006, foi firmada a Portaria Interministerial n. 1442,
que era um acordo entre os Ministérios da Educação e da Cultura, que em seu art. 1º. instituiu o
Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL), de duração trienal e que tinha por finalidade básica
assegurar o acesso, fomento e fortalecimento da cadeia produtiva do livro. Importa dizer que, como
estabelece a Constituição Federal em seu art.5º. inc. II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (CF, 1988), o que, significa que, se não houver lei, não
haverá obrigação. Em 2006, portanto, foi dado o primeiro passo de muitos que viriam pela frente até
a aprovação pelo Congresso Nacional e sanção presidencial da lei que visa efetivar o PNLL como uma
política de Estado. Para que não percamos a memória, no caminho tivemos ainda a aprovação do
Decreto Federal n. 7559, de 2011, que instituiu o PNLL como uma estratégia permanente de
planejamento, apoio, articulação e referência para a execução de ações voltadas para o fomento da
leitura no país. Esse foi mais um dos passos que nos garantiu chegar até aqui. Agora estamos diante
de mais um desafio: temos uma lei e a árdua tarefa de pressionar um governo – que vem cada vez
mais impondo sacrifícios à sociedade, promovendo cortes radicais de recursos sobre as políticas
sociais já conquistadas e constitucionais – para que regulamente um direito humano valorosamente
conquistado. A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias foi um dos atores que protagonizaram
essa vitória e precisa estar na luta com todos os demais atores e segmentos para garantir essa
regulamentação e sua implementação concreta, incluindo fontes de financiamento e mecanismos de
controle social.
Mas, não basta! É preciso entender a fundo o que significa garantir a literatura como direito
humano, para poder efetivar esse direito fundamental como política de Estado em todas as suas
dimensões. Dizer “literatura como direito humano” diz respeito à qualidade do direito, à qualidade
da política que se quer e precisa construir para garantir seu acesso universal.
Garantir a literatura como direito humano é garantir seu usufruto enquanto obra aberta.
Enquanto um texto, que lido, é sentido, cheirado e vivido por cada pessoa a partir do seu repertório
de vida, das suas experiências pessoais, das suas leituras de mundo e de textos, de textos e de
contextos.
Dar acesso à literatura enquanto obra aberta não responde a perguntas como “qual a
personagem principal” ou “o que o autor quis dizer” – não que não exista uma personagem principal
na estrutura literária ou um enredo intencionado, e que não sejam importantes, mas no acesso à
literatura como direito humano na formação de leitoras e leitores, o ponto de partida é permitir à
nossa humanidade que desfrute desse bem sem tampinha, sem roupinha, sem caixinha, só com as
asinhas. Assim, a personagem principal de um determinado romance ou conto pode ser aquela com
a qual a leitora ou o leitor se identifica e não necessariamente com aquela que a estrutura literária
enquadra como tal. E o que autor quis dizer foi aquilo que tocou a alma do leitor, não importa se
dentro da estrutura literária é isso ou não. Para entender, inclusive a estrutura literária, primeiro é
necessário se fazer leitor, sem tampinha, caixinha, sem roupinha, só com pura asinha. Se a pessoa
tem esse direito garantido, a sua formação como leitora ou leitor critico e autônomo construirá as
possibilidades para essas outras compreensões fundamentais em seu processo de desenvolvimento
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futuro como cidadã/cidadão livre, incluída/o e sobrevivente numa sociedade cada vez mais
excludente.
A literatura como obra aberta deve estar disponível às pessoas de todas as idades, sem
censura, em sua diversidade de gêneros, tal como entendida por Antonio Candido:
Chamarei de literatura, da maneira mais ampla possível, todas as criações de toque poético,
ficcional ou dramático em todos os níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o
que chamamos de folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção escrita
das grandes civilizações. (CANDIDO, 2004, p. 16)
Mas para garantir o direito humano à literatura, não basta ter a diversidade de gêneros
literários, é necessário também garantir a diversidade cultural. É preciso ter produções das diferentes
culturas circulando: indígenas, ciganas, africanas, afro-brasileiras, afro-indígenas, europeias,
asiáticas, norte-americanas, latino-americanas, brasileiras, populares e eruditas, em todas as suas
expressões.
Mas ainda não basta!
Para garantir o direito humano à literatura, é preciso um acervo organizado, disponível e de
acesso livre para todas e todos, de todas as idades, cores, religiões e sexualidades. É preciso que o
arranjo desse acervo convide, seduza e possibilite que as pessoas se formem leitoras e leitores. É
preciso criar uma organização que convide e dê direito às pessoas de pegar, cheirar, folhear,
saborear, gostar ou não. Ler inteiro ou pela metade. Achar chato, devolver e ir pra outro livro, exercer
seu direito de leitor/a, como defende Daniel Pennac. Deitar no chão, sentar na cadeira ou no sofá e
permitir-se transportar para outros mundos. Desligar-se da realidade e perceber que essa realidade
não é imutável. E que o poder da mudança está em cada um e cada uma.
E, finalmente, para garantir o direito humano à literatura é fundamental a mediação humana.
A mediadora ou mediador de leitura que, com certeza deve ser leitor/a, apresenta a literatura para
pessoas que ainda não foram seduzidas pela leitura e também para quem já é leitor ou leitora. Rodas
de leitura, contação de histórias, leituras compartilhadas, clubes de leitura propiciam momentos de
prazer e deleite, e também de reflexão e aprofundamento – ainda que inconsciente – sobre si mesmo
e sua capacidade de autonomia no mundo. O usufruto de um texto literário como obra aberta
fortalece os vínculos afetivos e a confiança entre as pessoas, além de efetivar a literatura como um
direito de todos e todas.
A partir desta perspectiva, as Bibliotecas Comunitárias têm defendido a literatura como
Direito Humano e têm perseguido garantir o direito humano à literatura. Este texto foi escrito
especialmente inspirado nessas pessoas que fazem esse sonho caminhar para a realidade,
coletivamente, como diz outro compositor:

Sonho que se sonha só


É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade
Raul Seixas

E assim, o coletivo de Bibliotecas Comunitárias caminha junto, construindo esse sonho,


lutando por políticas públicas, construindo bibliotecas nas periferias, inventando novas práticas
sociais de leitura, estimulando a criação de novos textos e reinventando seus contextos. Sonhos que
não têm fim, pois a qualidade da garantia do direito humano à literatura é como a utopia ou o
horizonte, é como a formação leitora, nunca tem fim, sempre pode ser melhor. Nossa biblioteca,
nossa produção literária, nosso acesso, nossas práticas, nossas políticas públicas sempre podem ser
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melhores e alimentadas por novos sonhos, que sonharemos juntas e juntos e que se tornarão
realidade, realidade que sonhará outro sonho, que sonharemos juntas e juntos e que…
Até o infinito.

Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Fernanda Lopes de, IACOCCA, Michele (ilustr.). As mentiras de Paulinho. São Paulo: Ática,
1987.
BRASIL.[Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. [recurso
eletrônico]. — Brasília : Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Documentação, 2019. Disponível
em pdf. Acesso em: 19 mar 2020.
______ Portaria Interministerial n. 1442, de 10 de agosto de 2006. Institui o Plano Nacional do Livro
e Leitura. MEC/MinC. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 154, p.18-19, 11 ago. 2006.
______Decreto no. 7559, de 01 de setembro de 2011. Dispõe sobre o Plano Nacional do Livro e
Leitura – PNLL e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 171, p.4, 05
set. 2011.
______ Lei Federal no. 13.696, de 12 de julho de 2018. Institui a Política Nacional de Leitura e
Escrita. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 134, p.1, 13 jul.2018.
CANDIDO, Antonio. O Direito à Literatura e outros ensaios. Coimbra, PT: Angelus Novus, 2004.
HUNT, Lynn. A invenção dos Direitos Humanos: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
MERCURY, Daniela. Proibido o carnaval. In: MERCURY, Daniela e VELOSO, Caetano. PERFUME, 2019.
PENNAC, Daniel. Como um romance. São Paulo: Rocco/L&PM Pocket. 2008.
SEIXAS, Raul. Prelúdio. In: SEIXAS, Raul. Gita. Philips, 1974.
ZOLA, Émile. Germinal. 2a. Ed. São Paulo: Martin Claret, 2006.
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https://www.atenaeditora.com.br/catalogo/ebook/a-educacao-enquanto-fenomeno-social-um-estimulo-a-
transformacao-humana

https://doi.org/10.22533/at.ed.65322110316 Acesso em 01/05/2023


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TEXTO PARA RODA DE LEITURA


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ATIVIDADES

1 Estudo do tema.

Com seu companheiro de estudo, leia o texto indicado pelo tempo combinado e depois, a partir das
ideias discutidas no texto, apresentem uma possibilidade de resposta/solução para o problema apresentado:

[...] com o passar dos anos, as pessoas têm lido cada vez menos.
Nós podemos ver isso como um problema isolado ou como uma consequência de um problema
maior e mais antigo.
Nos anos 90 muitas obras literárias surgiram para alcançar o público infanto-juvenil, como os
livros da Série Vagalume, universos de fantasia, ficção científica, romances, entre outros.
Isso foi determinante para que alguns jovens se interessassem por leitura, principalmente
porque as opções de entretenimento para crianças e adolescentes eram os desenhos animados que
passavam na tv no período da manhã ou filmes que passavam na sessão da tarde.
Porém, aqueles que não desenvolveram suas preferências literárias eram incentivados nas aulas
de português/literatura do colégio. Mas isso não significa que o hábito de ler era prazeroso para todas
as crianças e adolescentes.
Um dos maiores problemas era a obrigação de leitura de materiais com linguagem muito
complexa para crianças de sete, oito, nove anos, como as obras de Machado de Assis, Guimarães Rosa,
Carlos Drummond de Andrade. Fazendo com que o hábito de leitura fosse chato e massante.
Talvez essa abordagem fosse utilizada para incentivar as crianças a consumirem autores
nacionais, indicando as obras clássicas dos principais nomes. Mas uma coisa que não foi levada em
consideração é o tempo em que tais obras foram escritas, qual era o público que visava alcançar e como
a linguagem e a comunicação evoluíram até os dias de hoje.
Não é espanto que obras como "Os Lusíadas" e "Iracema" não tenham caído no gosto popular
dos adultos de hoje.
Vamos lembrar que existem obras nacionais que são voltadas para crianças, como Sítio do Pica-
pau Amarelo de Monteiro Lobato, e até mesmo os quadrinhos da Turma da Mônica.
Trazendo para um panorama atual, é muito raro ver uma criança ou adolescente com um livro
nas mãos. Até mesmo com a facilidade de ler pdf através do próprio smartphone ou kindle.
Atualmente é muito mais difícil prender a atenção de alguém mais do que alguns segundos,
muito em decorrência do novo formato de redes sociais, onde um vídeo com mais de 15 segundos já
se torna longo demais.
Hoje são inúmeras formas de entretenimento, como séries, filmes, programas de tv "on
demand" (os quais você pode assistir com apenas um clique), redes sociais e a leitura fica cada vez
mais deixada de lado
Fonte: Glaucia Melo Clark https://folhadesabara.com.br/noticia/15697/por-que-hoje-em-dia-as-pessoas-leem-
menos [ADAPTADO]
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2 Atividade Prática – Carta do leitor do futuro: o leitor(a) que sou, que fui e que serei

Imagine o leitor (a) que você quer ser. Ou se preferir, pense em você como o leitor que você
imagina como o “leitor ideal”. Então escreva uma carta deste leitor ao seu eu-leitor do presente, repassando
os passos de sua história como leitor, os momentos mais marcantes, as conquistas, os desafios. E dê a si
mesmo um conselho.

PREPARANDO AS RODAS DE LEITURA MANAUARAS

Na 5ª. semana do Projeto, vamos realizar Rodas de leitura em nossos círculos de convivência. A cada
semana vamos preparar algum aspecto dessa atividade – um passo de cada vez! Esta semana o convite é
pensar possibilidades de realização. Reflita, imagine, sonhe, idealize: “Se o ser humano sonha, ele é capaz de
realizar” (Einstein). Depois anote suas ideias. A seguir, algumas perguntas importantes:

1. Onde você poderia/gostaria de realizar sua Roda de leitura?


2. Para realizar a Roda neste lugar é necessária alguma providência “burocrática”? Por ex: pedir
autorização, mandar ofício?
3. Alguém poderia ser seu/sua parceiro na realização dessa Roda? Quem? Alguém aqui do Curso?
Um colega de trabalho? Como mobilizar essa pessoa?
4. Para que público você gostaria/poderia fazer uma Roda?
5. Tem ideia de que tipo de texto você gostaria de ler?

IMPORTANTE: Este é seu primeiro esboço da Roda. Arrisque, coloque todas as possibilidades, sonde
alternativas. Tudo pode acontecer, inclusive nada. Tudo é possível, inclusive mudar tudo. E mais importante,
estamos todos juntos.

PARA A PRÓXIMA SEMANA

 Procure ler todos os textos do tema de estudo de hoje;


 Caso não tenha feito, conclua sua Carta do leitor do futuro
 Organize o registro de suas ideias da atividade “Preparando as rodas de leitura manauras”

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