Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário
Disciplina: DIREITO TRIBUTÁRIO II
Professores: Humberto Ávila Turma: 4º Ano Diurno/Noturno
Seminário – 2º semestre de 2020
Caso 04 – Responsabilidade tributária
A sociedade VENDE BEM LTDA. foi fundada em 1985, tendo-se dedicado ao
comércio de materiais de escritório no centro comercial de São Paulo desde então. A partir do ano de 2012, a empresa teve períodos de séries dificuldades financeiras, por conta da concorrência de produtos estrangeiros e da mudança de vários de seus clientes para outras regiões da capital paulista. Não obstante, o Sr. Plínio Delgado, sócio- administrador com 98% das cotas da VENDE BEM LTDA. sempre esteve determinado em manter o negócio, tendo envidado toda sorte de esforços para seguir adimplindo as suas obrigações trabalhistas e tributárias. Contudo, no ano de 2018, a situação tornou-se insustentável e o Sr. Plínio Delgado decidiu cessar as atividades da empresa. Em virtude das crescentes dificuldades econômicas, a sociedade não possuía caixa nem ativos para quitar valores devidos ao Fisco Federal a título de Contribuição ao PIS e de COFINS, relativas aos últimos meses de atividade. Desse modo, ao dirigir-se à Junta Comercial de São Paulo para efetuar a baixa da empresa, o sr. Plínio foi informado de que teria que apresentar certidão de regularidade fiscal emitida pela Receita Federal do Brasil, o que ele não pode fazer, em face da existência do débito em questão. Em 2020, o débito da Contribuição ao PIS e da COFINS devido pela VENDE BEM LTDA. foi inscrito em Dívida Ativa, tendo sido incluído na certidão de dívida ativa, juntamente com a pessoa jurídica, nome da pessoa física do Sr. Plínio Delgado, sob o fundamento de que este teria incorrido em “dissolução irregular” da pessoa jurídica, ao encerrar suas atividades sem baixa na Junta Comercial, o que viola a lei comercial. Fez- se referência ao art. 135, III, do CTN. Após o ajuizamento da Execução Fiscal, o Sr. Plínio apresentou Embargos à Execução, sustentando que não poderia ser incluído no polo passivo, sob pena de violação ao CTN. A sentença julgou improcedentes os Embargos ao argumento de que houve a situação de fato configurava dissolução irregular. Em face da sentença, o Sr. Plínio apresentou apelação. Desse modo, à luz da matéria “Responsabilidade tributária” elaborem: (i) como representantes do contribuinte (grupo 3), os argumentos cabíveis para afastar a responsabilidade tributária do Sr. Plínio; (ii) como representantes do fisco (grupo 2), os argumentos cabíveis para manter a responsabilidade tributária do Sr. Plínio. Esclareça-se que demais argumentos que transbordem da mencionada matéria poderão ser suscitados, devendo, porém, os debates em sala centrar-se no tema da aula para a resolução do caso. A jurisprudência do STJ poderá ser examinada, mas não deverá consistir no único fundamento do julgamento.
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