Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário
Disciplina: DIREITO TRIBUTÁRIO II
Professores: Humberto Ávila Turma: 4º Ano Diurno/Noturno
Seminário – 2º semestre de 2020
Caso 09 – Extinção do crédito tributário
A pessoa jurídica BOAS MARCAS S.A. dedica-se, primordialmente, ao negócio
de franquias, possuindo diversas marcas e uma série de franqueados em vários estados do Brasil. Esse negócio corresponde a 90% das receitas da empresa. Cerca de 10% das receitas da BOAS MARCAS S.A. advêm de prestação de serviços de publicidade para terceiro, relativamente à qual o ISS é devidamente recolhido, desde o ano de 2010. Contudo, o contribuinte não vinha emitindo nota fiscal nem recolhendo ISS sobre as receitas da atividade de franquia, por entender inconstitucional essa incidência. O contribuinte fora notificado, em dezembro de 2019, de autos de lançamento referentes ao ISS incidente sobre as receitas das atividades de franquia auferidas desde março de 2014 até novembro de 2019. Por não concordar com a cobrança, a empresa havia ajuizado ação anulatória em relação a todos os débitos em questão, alegando a inconstitucionalidade da cobrança, bem como a decadência do período compreendido entre março de 2014 a novembro de 2014. Havia sido proferida sentença de total improcedência da ação anulatória. No prazo para apelação, em maio de 2020, a empresa tomou conhecimento da decisão proferida pelo STF no RE 603.136, com repercussão geral, em que se firmou a seguinte tese: “É constitucional a incidência de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre contratos de franquia (franchising) (itens 10.04 e 17.08 da lista de serviços prevista no Anexo da Lei Complementar 116/2003)”. Em face dessa decisão, a BOAS MARCAS S.A. resolveu apelar apenas da parte da sentença que havia julgado inexistente a decadência dos períodos compreendidos entre março de 2014 a novembro de 2014, tendo pago o restante do ISS, referente ao período entre dezembro de 2014 e novembro de 2019. Nesse cenário, elaborem, à luz da matéria referente à aula de “extinção do crédito tributário”: (i) como representantes do contribuinte (grupo 2), os argumentos cabíveis pela ocorrência de decadência no caso; e (ii) como representantes do Fisco (grupo 3), os argumentos cabíveis pela não ocorrência da decadência no caso. Esclareça-se que demais argumentos que transbordem da mencionada matéria poderão ser suscitados, devendo, porém, os debates em sala centrar-se no tema da aula para a resolução do caso.